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janeiro 19, 2005

Voto Invertido

Estas eleições vão ter uma peculiaridade invulgar. Os eleitores não vão votar no que querem. Vão votar para evitar que ganhe, quem não querem. Haverá obviamente franjas do eleitorado que, quer por acreditarem em mitos, a quase totalidade do eleitorado do BE e do PCP, quer por fé clubística, diversos e disseminados por todos os partidos, irão votar no que é a sua escolha real. Os outros votarão no que julgam ser o mal menor. Uma percentagem significativa pensará que, com o que há nos escaparates políticos, que venha o Diabo e escolha, e abster-se-á de comparecer nas urnas, deixando ao Diabo a escolha...

Instalou-se na sociedade portuguesa uma enorme decepção sobre a classe política. Essa decepção é disparatada, insensata e está a servir de álibi para os portugueses se lastimarem da situação em que estão, atribuindo como é seu hábito, a culpa a outros: neste caso aos políticos.

Em primeiro lugar, a classe política portuguesa é constituída por ... portugueses. Não é um corpo estranho que se incrustou na nossa sociedade e lhe está a devorar a seiva. Os políticos portugueses também somos nós: vêm de nós e somos nós que os elegemos.

Em segundo lugar, o enxovalho da classe política tem sido uma tarefa levada a cabo com afinco e perseverança pela nossa comunicação social, mas sustentada pelos instintos baixos e mesquinhos dos politiqueiros de café que sempre foram um furúnculo no tecido social português. Essa tarefa ganhou envergadura com o Independente do tempo de Paulo Portas e infectou todo o tecido social a partir do aparecimento dos canais privados que apostaram na mexeriquice e no enxovalho dos políticos como forma de aumentarem as audiências.

Não pretendo com isto tirar mérito aos canais privados. Acabaram com o cinzentismo do canal público e têm prestado um relevante serviço no aumento da transparência nas relações da população com o Estado e a sua máquina omnipotente e omnipresente. Todavia, as inovações têm lados positivos e negativos e cabe aos seus utentes fazerem a triagem. Por exemplo, os automóveis tornaram-se um objecto indispensável, mas os portugueses usam-no como arma de destruição maciça, numa guerra civil que dura há décadas e que custou dezenas de milhares de vítimas.

Por isso, nós somos vítimas da mexeriquice dos meios de comunicação, porque queremos ser vítimas dessas alcovitices. Eles apenas nos servem aquilo que queremos.

Em terceiro lugar as remunerações dos cargos públicos de governação estão muito abaixo das remunerações de cargos de menor responsabilidade (ou no máximo idêntica) no sector privado e mesmo em algumas empresas públicas. Essas remunerações são baixas porque se instalou a convicção, alimentada pelos mais diversos sectores, que o exercício da política em Portugal deve constituir um sacerdócio, uma tarefa para frades franciscanos e não para gestores de mérito.

Ora em matéria de sacerdócio, sabe-se como as vocações escasseiam nesta época materialista ...

Em quarto lugar instalou-se a convicção que os políticos actuais são mais medíocres que os do antigamente. É a Lei de Gresham, cuja aplicabilidade na “circulação” dos políticos, Cavaco Silva descobriu recentemente. Verificou-se, no programa Prós e Contras desta semana, como esses “bons” políticos do antigamente estão completamente desprovidos de ideias, só dizem banalidades e em vez da política séria, resvalam para estéreis lutas de clãs familiares. Não se viram ideias novas, conhecimento dos factos, intuições geniais, mas apenas arqueologia política, algo de defunto, de arcaico, de desenterrado da história passada ... apenas pó. Somente Cadilhe, feito menino entre os doutores ... perdão ... senadores, sabia do que falava e apresentava soluções, boas ou más, mas com consistência. Os senadores, a “boa moeda”, eram apenas espectros exumados e maquilhados para público ver.

Temos a classe política que merecemos e estamos nesta situação económica e financeira porque trabalhámos para isso – acreditámos que era viável receber sem ter em conta o que produzíamos, acreditámos que a euforia de 1995-8 estava assente em bases sólidas e vinha para ficar, acreditámos em tudo o que nos venderam, porque queríamos acreditar.

E quando a realidade se perfilou perante os nossos olhos, ficámos deprimidos. Fica deprimido quem é confrontado com uma situação incómoda que não sabe, nem quer saber, resolver e ultrapassar. A depressão é a doença de quem desiste de lutar. Passamos da euforia à depressão, porque nem fizemos nada para o surto de euforia, nem fazemos nada para eliminar o que nos leva à depressão. É o perfil do jogador de casino, de quem ganha ou perde sem um fundamento consistente e sustentável daqueles eventos.

Por isso vamos escolher o que não queremos. Não queremos continuar deprimidos. Todavia a depressão não é matéria de escolha. A depressão acaba quando compreendemos as causas e as combatemos. Não acaba pelo zapping do ecrã político.

Por isso vamos escolher não continuar deprimidos e obter a continuação da depressão.

Nota - Sobre a Campanha das Legislativas 2005, ler ainda:
Sopro Reformador
Uportugalia
Compromisso de Mudança
Metas Aspiracionais e Indicativas
A Contra-Insinuação
A Ignóbil Public(aria)
A Vitimização e o Vale-Tudo
Sócrates nunca terá maioria absoluta
Da Delinquência à Arte
As Eleições e a Processionária
Banalidades
Má Fé

Publicado por Joana às janeiro 19, 2005 10:26 PM

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Comentários

A vitória do Sócretino seria um desastre para o país.
As alternativas são apenas 4:
- Abstenção.
- Voto branco.
- Voto nulo.
- Voto contra.

Publicado por: Senaqueribe às janeiro 19, 2005 11:12 PM

A Joana está um pouco mais deprimida do que a SEDES e eu juro que não sou culpado!

ps:
Joana,
perguntar não ofende : que tem Governado este país nos últimos, digamos ... 28 anos ?

Publicado por: zippiz às janeiro 19, 2005 11:17 PM

Como pertence a uma classe social de elevado nível social e económico, não se deu conta que o título da crónica pode ser tomado como uma ligação directa, (oops! também é arriscado dizer isto), a certos comportamento do principal actor da farsa em curso, penso eu de que.

Publicado por: carlos alberto às janeiro 19, 2005 11:24 PM

zippiz: Houve uma série de governos que levaram o país à ruína, e só não caíu no abismo por causa do governo do Bloco Central e das medidas impopularíssimas do Ernâni Lopes.
Depois, com os 10 anos do Cavaco houve uma melhoria, sustentada, embora se tivessem cometido alguns erros. Apesar de falar do "monstro" Cavaco deixou deslizar ligeiramente a despesa pública.

Depois veio o desastre guterrista que em 6 anos arruinou as finanças públicas. Desastre que inicialmente a população não se apercebeu (descida das taxas de juro, por causa do euro, aumento do consumo pela via da despesa, etc., o que provocou uma euforia artificial). Guterres andou a distribuir o que não havia e quando viu que estava entre a espada e a parede foi-se embora.

Estes apenas tentaram conter a despesa, numa situação de recessão económica difícil internacional, mas como não souberam, nuns casos, e não puderam, nos casos dos vetos do PR, tomar medidas de fundo, a única coisa que fizeram foi não deixar derrapar ainda mais as contas públicas.

E estamos agora na situação que sabemos

Publicado por: Joana às janeiro 19, 2005 11:31 PM

Eu por mim prefiro o «Euromilhões». Pelo menos tenho a certeza de que «não sai» e é escusado ficar deprimido, ehehehehe !

Publicado por: asdrubal às janeiro 19, 2005 11:32 PM

O que me causa impressão é que o zippiz não perceba que as políticas de estatizações do PREC levaram o país à ruína e que só foi possível alguma melhoria depois das privatizações.
O que tem acontecido é que, após o PREC, os sucessivos governos, uns mal, outros assim-assim, apenas têm tentado apanhar e colar os cacos deixados pela fúria estatizadora, que nacionalizou empresas cujos prejuízos ainda andamos a apgar.

Publicado por: Joana às janeiro 19, 2005 11:36 PM

Publicado por Joana em janeiro 19, 2005 10:26 PM

Joana, seria fastidiosos pegar na maioria das suas frases e colocá-las aqui, para opinar sobre elas, pois daria um texto 3 vezs superior ao seu, no tentanto pego pelas frases inicias, e pela sua conclusão final, assim vejamos:

" Estas eleições vão ter uma peculiaridade invulgar. Os eleitores não vão votar no que querem. Vão votar para evitar que ganhe, quem não querem "

Não é nenhuma pecularidade invulgar destas eleições, votar não naqueles que queremos, mas contra aqueles que NÃO QUEREMOS, pois o que diz, ser pecularidade destas eleições, aconteceu em quase todas as anteriores, LOGO VELHA QUESTÃO E NADA INVULGAR...EU ATÉ DIRIA O CONTRÁRIO, pois já é uma mera vulgaridade, que os politólogos designam por BIPOLARIDADE.


"Por isso vamos escolher o que não queremos. Não queremos continuar deprimidos. Todavia a depressão não é matéria de escolha."

A depressão que você ainda não conseguiu compreender é de facto de caracter mais psicológica do que outra coisa. Eu explico-lhe por palavras da tasca, o que o Douto Miguel Cadilhe, designou por chover no molhado, ou seja, Barroso, Manela e companhia, ao verem a recessão a chegar à porta, em vez de arregaçarem mangas e imporem um comando de optimismo (tipo Cavaco no 1º governo dele ) do tipo, calam pessoal, isto está mau, mas vamos deitar maões à obra para melhorarmos isto, VIERAM COM POLÍTICAS ALTAMENTE DEPRESSIVAS, E PASSARAM A DESCULPAR-SE COM GUTERRES, ORA ESSAS DESCULPAS SERVEM PARA CAMPANHA, mas depois competia-lhes que fizessem melhor do que aqueles que criticaram.

O que aconteceu ? Mantiveram até aos limites do irracional, uma política sem vergonha de autêntica TANGA e até já lhe disse que a única coisa, bem feita, e daqual resultou um encaixe de 1300 milhões, foi a Manela ter perdoado os juros e as acções fiscais, o que ela se surpreendeu e não conseguiu compreender, que conseguiria MAIS OUTROS MIL MILHÕES se PENSASSE e se virasse para as empresas.

As pessoas simples da Tasca, teriam percebido o seguinte:
- Ao haver cuidado com as empresas, estava-se a cuidar de postos de Trabalho, logo deles próprios, e como o que se pedia, era boa vontade para se pagarem os impostos, para ajudar o País, poder-se-ia ter criado uma LINDA ONDA DE SOLIDARIEDADE, desde que soubessem...ACARINHAR... os PORTUGUESES.

O QUE PPD/CDS FIZERAM NESTES 3 ANOS É IMPERDOÁVEL PARA TODO O SEMPRE, POIS COLOCARAM O PAÍS DE JOELHOS ...

Há os que sabem fazer política com a colaboração dos Povos, e há os TOINOS DA DIREITA, do tipo, QUERO POSSO E MANDO, julgando-se uns BUSH, mas esquecendo que não passam duns TOINOS TUGAS, QUE NA EUROPA SÓ SERVEM PARA CAPACHO.


A depressão acaba quando compreendemos as causas e as combatemos. Não acaba pelo zapping do ecrã político.

Por isso vamos escolher não continuar deprimidos e obter a continuação da depressão.

Publicado por: Templário às janeiro 19, 2005 11:38 PM

carlos alberto em janeiro 19, 2005 11:24 PM:
Por acaso não me dei conta.
Por falar nisso, vá ao blog dos marretas e veja:
http://marretas.blogspot.com/2005/01/abaixo-de-co-recebi-um-correio.html

Publicado por: Joana às janeiro 19, 2005 11:39 PM

Templario:
Sobre essa ideia peregrina que é por se falar nas coisas que elas acontecem, leia o meu post de há dias "Pacto de Silêncio"

Publicado por: Joana às janeiro 19, 2005 11:43 PM

Joana, olhe que isso de se falar de coisas e elas acontecerem, já tem dado filmes bestiais de terror.
Não seja assim.

Publicado por: bsotto às janeiro 19, 2005 11:47 PM

Eu, por exemplo, ainda fico mais deprimido com o Sócrates que com o Santana. Logo, seguindo o seu conselho, devo votar no Santana?

Publicado por: Viegas às janeiro 19, 2005 11:52 PM

Continuação....

Você diz:
" A depressão acaba quando compreendemos as causas e as combatemos. Não acaba pelo zapping do ecrã político."

O zapping político de que fala...ajuda e muito...pois dentro da compreensão das causas, ESTÁ... CORRERMOS COM OS VENDILHÕES DO TEMPLO... e não podemos perder este gozo psicológico, de lhes ver as fuças encabrunhadas, no dia 20 de Fevereiro. Esse será o 1º dia psicológico, para assinalarmos o fim da depressão!!!


"Por isso vamos escolher não continuar deprimidos e obter a continuação da depressão."

Por isso vamos escolher, para que a escumalha saiba, que no dia 20 se acabará a depressão, e até teremos vontade de dançar, o corridinho da Madeira.

A depressão económica poderá até continuar...mas se nos livrarmos da psicológica, além de ser uma a menos... sentir-nos-emos menos deprimidos !!!

Publicado por: Templário às janeiro 19, 2005 11:53 PM


Joana se eu estiver enganado, no dia 20 ao ter a certeza da votação, tome um calmante, para dormir descansadinha e no dia seguinte, levante-se e vá dar um passeio, para ver na rua a alegria estampada no rosto dos portugueses, perceberá então o que agora escrevi.

Publicado por: Templário às janeiro 19, 2005 11:58 PM

Isso pode não significar muito, amigo Templário. Os drogados, quando estão sob o efeito do pó, também estão com a alegria estampada no rosto.
Depois quando vem a ressaca é que são elas

Publicado por: Coruja às janeiro 20, 2005 12:04 AM

... políticas de estatizações do PREC levaram o país à ruína...

Joana ! 28 anos e só o PREC é que é culpado ?
Que desilusão ! Então e o preâmbulo da Constituição ? Um esquecimento imperdoável !

Publicado por: zippiz às janeiro 20, 2005 12:11 AM

OK zippiz, foi o PREC e o preâmbulo.

Publicado por: Coruja às janeiro 20, 2005 12:16 AM

Este post é um nojo. E o título trás água no bico

Publicado por: Cisco Kid às janeiro 20, 2005 12:18 AM

Joana

Mas você...que continua escrevendo num Português, que só 0,005 % dos Portugueses percebem, não consegue perceber o meu Português, escrito e falado por 9,999 milhões de Portugueses?

Mas qual ideia peregrina...de que é por falar nas coisas que elas acontecem...????

Olhe, pergunte ao seu amigo Portinhas, como é, quais os seus efeitos, etc etc.... ele sabe !

Livra que você já irrita, quando não quer mesmo perceber, desconversa, DESAFIO-A A DIZER, SEM TRÁ-LÁ-LÁ, o que fizeram estes srs. desta coligação PPD/CDS ?

Eu já lhe disse a única medida INTELIGENTE QUE TIVERAM, e tiveram-na, porque estavam mesmo à rasquinha, e aí foram humildes e souberam "apanhar" 1300 milhões sem chatices.

Além disto, não fizeram mais nada, mais nada, nada mesmo.

Perdão...fizeram (vou utilizar a sua linguagem...) dizia eu, fizeram excelentes excrementos, que talvez se possam vir a utilizar, como medida ecológica devido ao seu nível autêntico, que lá na minha tasca, se abrevia e se diz...fizeram merda a valer, porra !!!

Publicado por: Templário às janeiro 20, 2005 12:56 AM

Joana em janeiro 19, 2005 11:36 PM

És uma pândega

Publicado por: aaaaa às janeiro 20, 2005 01:04 AM

Afixado por Coruja em janeiro 20, 2005 12:16 AM

estou a perder qualidades !
já nem a Joana me responde directamente...

Publicado por: zippiz às janeiro 20, 2005 01:06 AM

Templário em janeiro 19, 2005 11:38 PM

"O QUE PPD/CDS FIZERAM NESTES 3 ANOS É IMPERDOÁVEL PARA TODO O SEMPRE, POIS COLOCARAM O PAÍS DE JOELHOS ..."

Não, caro Templário. Este governo apenas tornou visível para alguns que o país está de rastos - e não de joelhos. Mas está de rastos há muito mais tempo. E está de rastos porque, colectivamente, ainda não percebemos uma coisa muito simples: não se pode viver eternamente de crédito. É preciso produzir. E, como em breve veremos, o nosso cartão de crédito colectivo também tem um plafond, ao qual estamos rapidamente a chegar... Não é por acaso - nem impunemente - que Portugal tem a quarta maior dívida externa do mundo. Como o Sócrates é tão competente nestas coisas como o Santana, não vou votar. E se por acaso for, será no Garcia Pereira. O qual, se chegasse à AR, nos iria divertir muito com as denúncias dos casos de corrupção da nossa bem amada oligarquia...

Publicado por: Albatroz às janeiro 20, 2005 08:52 AM

Joana,
perguntar não ofende:
- COMO tem sido governado este país nos últimos, digamos... 500 anos?
- Portugal (ainda) é viável como nação independente politicamente e auto-sustentada economicamente?

Publicado por: Senaqueribe às janeiro 20, 2005 10:06 AM

Há muita força de vontade nacional. Como é possível com tantos governos maus nos últimos séculos, termos sobrevivido?

Publicado por: Ramiro às janeiro 20, 2005 10:26 AM

Joana: a sua visão das causas das euforias e depressões nacionais está certeira.
Temos que admitir que estes estados de alma vêm de não termos contribuído nada para eles. Nem para os resolver.
Não sabemos o que queremos e o que fazer para o obter. Vivemos do desenrascanço individual e à espera de D. Sebastião

Publicado por: Hector às janeiro 20, 2005 10:52 AM

Análise lúcida, Joana. Parabéns

Publicado por: L M às janeiro 20, 2005 11:14 AM

Lúcida, o tanas. Já cá flatavam os adoradores.

Publicado por: nuncio às janeiro 20, 2005 11:16 AM

Que tal deixar a esquerda governar para todo o sempre e ver as excelentes políticas e boas intenções que eles têm?

Precisamos de Sócrates de muitas políticas sociais. Precisamos de engordar o estado ao máximo. Precisamos de controlar a economia centralmente.

Só depois de muitos de nós morrerem, irem para a miséria, para a cadeia... só depois de tudo isto fique claro ao que conduz o socialismo.

Publicado por: Mário às janeiro 20, 2005 11:44 AM

zippiz em janeiro 20, 2005 01:06 AM:
Peço-lhe encarecidas desculpas, mas "retiro-me" cedo (em comparação com os noctívagos da net).
O PREC deixou a herança das empresas nacionalizadas cujos prejuízos andámos (e andamos, naquelas que continuam públicas) a pagar anos a fio, até começarem a ser privatizadas.
Mas vocês fazem os disparates e atribuem aos outros as culpas.

Veja que nem o BE, nem o PCP, propõem re-nacionalizar ...

Publicado por: Joana às janeiro 20, 2005 12:51 PM

Templário em janeiro 20, 2005 12:56 AM:
Estes dois governos podem ter sido inábeis em resolver a questão das finanças. Mas não deixaram, numa situação económica internacional difícil, de recessão, derrapar mais o défice.
Não é bom, mas é muito melhor que ter arruinado o país que foi o que os governos de Guterres (entre os quais estava Sócrates e muitos dos que agora o acompanham) andaram a fazer, ainda por cima numa época de expansão da economia mundial, com a queda das taxas de juro, por causa da adesão ao euro, etc..
Porque é que julga que Guterres se demitiu? Foi por causa da derrota das autárquicas? Claro que não.
Foi por ter visto que as finanças estavam numa situação desesperada e que apesar dos seus cânticos de sereia, o país já não acreditava nele. Como poderia fazer então uma política de sacrifícios, que exige um certo consenso naciona?

Publicado por: Joana às janeiro 20, 2005 12:59 PM

Concordo com o que a Joana escreveu, em parte.
S´que para mim o mal menor é capaz de ser diferente do da Joana

Publicado por: vitapis às janeiro 20, 2005 01:45 PM

Amigo vitapis, é como eu. Só que para mim o mal menor é capaz de ser diferente do seu

Publicado por: fbmatos às janeiro 20, 2005 01:56 PM

Para mim o mal menor é ficar em casa a ver um DVD alugado.

Publicado por: cosme às janeiro 20, 2005 02:44 PM

O voto é a arma do povo.
Não deites a arma na urna que ficas sem ela.

Publicado por: anarca às janeiro 20, 2005 03:35 PM

O voto é a arma do povo.
Não deites a arma na urna que ficas sem ela.

Publicado por: anarca às janeiro 20, 2005 03:36 PM

O voto é a arma do povo.
Não deites a arma na urna que ficas sem ela.

Publicado por: anarca às janeiro 20, 2005 03:37 PM

Foi sem querer, desculpem.

Publicado por: anarca às janeiro 20, 2005 03:39 PM

A gente desculpa. Isto de mexer em armas enerva qualquer

Publicado por: bsotto às janeiro 20, 2005 03:55 PM

Se eu tivesse que resumir este escrito de Joana, diria que ela reabilita todos os mecanismos quanto ao escrutínio das classes políticas, apaga as fronteiras entre o Estado e os cidadãos e, não contente, afirma que somos todos culpados.
Como é que não havemos de estar com uma depressão «de caixão à cova» ?!

Publicado por: asdrubal às janeiro 20, 2005 05:28 PM

asdrubal, tem todo o meu acordo. Vou já tomar Prozac!

Publicado por: Jarod às janeiro 20, 2005 06:15 PM

Janica, agora que o MIRN já não existe votas em quem? No partido do teu amigo Melo?
Ah, fazes bem, são cabecinhas de ouro e com sucesso garantido na política.
Olha, não te esqueças de dar de comer aos cães, andam aí uns esfaimados.
E muda de tema que este já cansa, embora seja muito lúcido, como disse aí um dos teus pategos de serviço!

Publicado por: Átila às janeiro 20, 2005 07:12 PM

Finalmente aparece o comentarista genial!

Publicado por: rudy às janeiro 20, 2005 07:24 PM

E portanto para combater a depressão vamos comprar "roupa nova", nesta época materialista. Joana compreenderá então que vamos comprar o Sócrates, quanto mais não seja para experimentar, mas atenção com maioria relativa que é para o apertar. O Bloco vai subir. O PCP vai segurar. Mas o CDS/PP, que também sobe, já avisou que poderá viabilizar um governo minoritário do PS...

Globalmente é bem mais interessante do que este filme déjà vu. Mas a Joana compreenderá bem melhor do que nós que isso é apenas um efeito derivado do capitalismo cuja racionalidade ela defende. Queremos TER outro filme para ver.

Quanto a Portugal, viva Portugal carago, que nos descobrimentos éramos só 2 milhões e fomos por aí fora para um lado e para outro até fazer uma das línguas mais faladas no mundo onde existem palavras como "brincar" que são de difícil tradução...

Claro que isso tudo foi feito com um tanto de fé, outro tanto de esperança, um bocado de desespero à mistura e o resto de logo se vê.

Publicado por: pyrenaica às janeiro 20, 2005 09:37 PM

Não acredito que o PP viabiliza qualquer governo PS. Eles têm um acordo com o PSD.

Publicado por: Hector às janeiro 21, 2005 12:50 AM

Com o que dizem e escrevem do Sócrates, este título pode ser mal interpretado!

Publicado por: VSousa às janeiro 21, 2005 10:21 PM

Afixado por: Joana em janeiro 20, 2005 12:59 PM

Chère Joana

Quand on parle sur les faits, surtout des autres...on doit même si ça coute un peu...on doit être intelectuellement hônette.

Voyons Guterres...
Ceux qui disent, qu´il a dépensé...ne disent pas combien..et si les donnés sont correctes pour tout le monde...le pourcentage de déficit est inférieure à celui des gouvernements de PPD.. la différance... c´est que Guterres n´avait pas de coupables...et ceux-là...ont un coupable imaginaire...et veulent que tout un peuple croient à des bétises incroyables, c´est pour cela que le 20 Février on verra, qui a raison !

Publicado por: Templário às janeiro 21, 2005 10:46 PM

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