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junho 28, 2005

Sísifo e o Estado

Ou o Peso Insustentável do Estado

A questão do peso do Estado na economia tornou-se o tipo de querela circular, em que regressam sempre ao local de partida, o que faz de mim uma émula de Sísifo. Sísifo era um herói grego que empurrava sem descanso um rochedo até ao cume de uma montanha. Enquanto repousava, a pedra rolava de novo pela encosta abaixo, até ao sopé da montanha. Não há castigo mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança.

Porque, ao que parece, tratou-se de um castigo de Zeus. Mas não, eu não acredito que, Zeus, lá dos Campos Elísios de onde pontifica, teria razão alguma para me punir assim (e daí …). Foi no Hades que essa punição ocorreu. Mas se no Hades era a gravidade que fazia rolar o pedregulho, neste blogue são alguns comentaristas cuja iliteracia não lhes permite captar os conceitos ou, pior, que sofismam as questões para responderem ad latere. No dia seguinte, quando abro o Semiramis, encontro o pedregulho no sopé do blogue …

No início de Maio, apresentei, em «Estado e Desenvolvimento 1 e 2», um estudo que mostrava que o peso do Estado num dado momento, medido em percentagem do PIB, influencia negativamente o crescimento subsequente e que quanto maior é o ritmo do crescimento do peso do Estado, maior é a desaceleração do crescimento económico. Ou seja, o crescimento económico é entravado pelo peso do Estado e pela rapidez com que esse peso aumenta. E estes resultados eram confirmados por um outro resultado que mostrava que o investimento reage negativamente ao peso do Estado.

Aliás, todos os estudos que têm sido realizados mostram uma forte correlação negativa entre o crescimento e a carga fiscal. Esses estudos foram ganhando maior precisão a partir do início da década de 90, quando se começaram a dispor de séries temporais mais longas e foram possíveis estabelecer comparações entre um maior número de países, expurgadas de efeitos marginais. Hoje vou apresentar alguns resultados de um estudo apresentado pela WorkForAll, em Março de 2005.
R_GrowthTax.jpg
Esses resultados indicam que os dois factores principais que causam uma baixa taxa de crescimento são o excesso de despesa pública e uma estrutura fiscal excessiva sobre o trabalho – impostos e encargos sociais líquidos. Em 25 causas possíveis que o estudo referido examinou, aqueles dois factores foram os que tinham maior impacte. Muito mais importante que o nível de educação e que a estrutura etária da população. Outra das constatações foi que um aumento do défice público ou uma baixa das taxas de juro não tinham qualquer efeito sobre o crescimento. Este resultado é importante numa altura em que alguns políticos, embora cada vez menos, insistem nas virtudes do défice como motor do crescimento da economia.
R_WealthSpend.jpg
Estes dois gráficos que relacionam o crescimento com a despesa pública e o ónus fiscal sobre o trabalho são extraordinariamente elucidativos. A despesa pública explica, ceteris paribus, 53% do crescimento económico e o ónus fiscal sobre o trabalho explica, ceteris paribus, 72% do crescimento económico. Ambos pela negativa. Estes resultados são significativos e são similares a um estudo que o FMI havia realizado para a Áustria, em Julho de 2004, embora os sacerdotes do Moloch, que normalmente vivem à custa das vítimas deste, prefiram refugiar-se na sua fé, que lhes serve de álibi, os transporta ao Nirvana divino e os tranquiliza sobre as suas responsabilidades para com a comunidade e para com as vítimas espoliadas.

Amanhã, enquanto espero que o Campos e Cunha acerte as contas do OR monstruoso, que nos vai afundar mais na recessão económica, analisarei mais alguns aspectos que considero relevantes sobre esta questão.

Por falar em Campos e Cunha, se este orçamento tivesse sido apresentado pelo governo de Santana Lopes, quantas dezenas de economistas (com a Teodora à cabeça) e fazedores de opinião já teriam sido chamados a Belém? Quantas horas de emissão, de jornalistas estarrecidos com tanta trapalhada, teriam decorrido? Quantas centenas de milhares de caracteres insultuosos e trocistas se teriam derramado pelas páginas dos jornais?


Ler ainda:
Sísifo e o Estado 2
Sísifo e o Estado 3
Estado e Desenvolvimento 1
Estado e Desenvolvimento 2

Publicado por Joana às junho 28, 2005 12:08 AM

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Comentários

emulas de Prometeu há muitas......

Publicado por: Templário às junho 28, 2005 12:12 AM

Cada um pega nas questões que lhe interessam. Eu interesso-me pela seguinte questão: Portugal tem um deficite externo ruinoso - que se aproxima dos 10% do PIB - causado por um excesso de consumo relativamente à produção nacional de bens e serviços. No curto prazo o equilíbrio das contas externas só será possível por via duma diminuição significativa do consumo. Mas, se tal acontecer, o PIB vai sofrer um rombo. Ou seja, para reencontrar um equilíbrio essencial à sobrevivência da nossa economia, teremos de reduzir a nossa riqueza. Estou certo que Joana consideraria isso um desastre, quando na realidade o desastre é manter este nivel catastrófico do deficite externo, que nos obriga a um endividamento destrutivo face ao exterior.

Tudo isto a propósito do estudo apresentado pela Joana, que privilegia o crescimento económico. Sem fazer a menor reserva quanto ao crescimento financiado pela dívida externa. Eu, que sou economicamente conservador, acho que a diminuição da nossa riqueza virtual é fundamental para que reequilibremos a nossa economia. Ou seja, uma quebra de 10% no nosso PIB podería ser uma benção - a prazo, não no imediato - se isso permitisse reequilibrar o nosso consumo com a nossa produção de bens e serviços. Mas a Joana só pensa no crescimento económico, e por isso se bate contra a despesa pública. Mas não cuida de saber se esse crescimento económico, consequente da redução da despesa pública, seria compatível com o nosso nível de produção. Porque não vejo a Joana preocupar-se com a nossa incapacidade para produzir mais bens transaccionáveis. Vejo-a apenas preocupada com as despesas públicas que deprimem o consumo. Eu, por meu lado, não tenho como objectivo o crescimento do consumo. Tenho como objectivo um consumo sustentável pela produção. Por isso dou mais importância ao investimento produtivo e à qualificação dos gestores. São manias.

Publicado por: Albatroz às junho 28, 2005 12:51 AM

Albatroz às junho 28, 2005 12:51 AM: O nosso deficite externo é ruinoso, mas aproxima-se dos 70% (e não 10%) do PIB.
Nós não temos que reduzir a nossa riqueza, nem vejo como conclui isso. Nós temos que diminuir a nossa despesa pública. Se a diminuirmos, libertamos meios para diminuir a carga fiscal sobre o trabalho e empresas, aumentamos a nossa comptitividade externa, vendemos mais e criamos mais riqueza.
É este o processo de crescimento.

Publicado por: Hector às junho 28, 2005 01:15 AM

A nossa incapacidade para produzir mais bens transaccionáveis é causada pelo excesso da despesa pública. O excesso de despesa pública não deprime o consumo, visto que parte é rendimento entregue às famílias. Aumenta é o consumo de bens importados e o défice com o exterior.

Publicado por: Hector às junho 28, 2005 01:18 AM

Nós estamos a falar de políticas governativas. Portanto o governo pode agir directamente sobre a despesa pública. É a sua obrigação.
Quanto ao investimento produtivo e à qualificação dos gestores, isso não cabe directamente ao governo. Ele apenas pode criar incentivos para que tal aconteça.
Cada macaco no seu galho. Administrar bem o Estado é tarefa do governo. Administrar bem as empresas é tarefa dos empresários. Aqui, o governo apenas pode criar incentivos para que tal aconteça

Publicado por: Hector às junho 28, 2005 01:22 AM

Hector:

1. Graças ao céu o nosso deficite externo é de "apenas" 10% do PIB. Verifique.

2. A carga fiscal em nada afectaria a competitividade externa das empresas, uma vez que ela incide sobre os lucros, não sobre os preços. Por outro lado a despesa pública pouco afecta as importações, logo pouco contribui para o deficite externo.

3. É exactamente porque a gestão das empresas é tarefa dos empresários que a falta de competitividade dos produtos portugueses é da responsabilidade exclusiva do sector privado.

Publicado por: Albatroz às junho 28, 2005 01:33 AM

Pois... os empresários vivem no vácuo?

Incide sobre os lucros... se os lucros não são aceitáveis aumenta-se os preços...Se os lucros não são aceitáveis não se investe em novas empresas , fábricas, não vale a pena o esforço ... Se se é obrigado a aturar uma justiça que não dá garantias, trabalhadores absentistas, quadros médios de qualidade inferior e Governos erráticos.


E quando tens um ensino socialista/pós moderno que faz tudo para que não haja um nova geração de empresários?

Quando neste País a acomulação de riqueza é vista como pecado para alguns católicos ou como algo que foi roubado aos pobres pela esquerda?

Publicado por: lucklucky às junho 28, 2005 07:26 AM

lucklucky às junho 28, 2005 07:26 AM

Procurar sistematicamente a culpa no Estado é tão racional como procurar sistematicamente a salvação nesse mesmo Estado. É altura de desligar as cassettes e começar a pensar pela própria cabeça...

Publicado por: Albatroz às junho 28, 2005 09:19 AM

Portanto a "carga fiscal em nada afectaria a competitividade externa da minha empresa, uma vez que ela incide sobre os lucros, não sobre os preços".
A carga fiscal incide sobre os lucros, sobre o trabalho, sobre o produto e sobre uma série de coisas. Você esqueceu-se disso tudo.
Mas mesmo que se incidisse sobre só sobre os lucros, imagina isto: Você antes ganhava 1.000 de lucro. Com o aumento de imposto, passou a ganhar 500.
Você tinha 2 hipóteese:
1 - Aumentava o preço, para continuar a ganhar 1.000
2 - Despedia algum pessoal, se fosse possível, para continuar a ganhar 1.000;
3 - Ia para o Vietname

Publicado por: Hector às junho 28, 2005 09:28 AM

Acaso sabe que, por exemplo, o próprio Belmiro já transferiu a sede social de algumas empresas (a holding, por exemplo) para fora do país para pagar menos impostos?
Pelos vistos ele não se deu por satisfeito que "carga fiscal em nada afectaria a competitividade externa da minha empresa, uma vez que ela incide sobre os lucros, não sobre os preços".

Publicado por: Hector às junho 28, 2005 09:31 AM

Esse WorkForAll cheira-me que é mais um think tank liberal. (Está no seu direito, claro.)

Gostaria já agora de saber o que é que o WorkForAll, ou a Joana, têm a dizer sobre uma mudança da base do ónus fiscal do trabalho para o consumo de recursos naturais. Os ecologistas desde há muito que pugnam por uma tal mudança. Sobrecarregar o trabalho de ónus fiscal é, evidentemente, mau e perverso. Toda a gente está de acordo com este facto. Mas a fiscalidade tem que recair sobre alguma base. Os ecologistas propõem que ela recaia sobre o consumo de recursos naturais (espaço físico, energia, água, etc). O que tem o WorkForAll / a Joana a dizer sobre isto?

Quanto ao mais, concordo com o Albatroz: o crescimento é de somenos importância, o que interessa é a sustentabilidade económica do país. Os EUA, por exemplo, com um crescimento económico saudável, têm um deficit externo brutal. A Joana considera isso relativamente irrelevante; eu não.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 28, 2005 09:57 AM

Só pedem trabalhos à rapariga. Já não lhe bastava ser perseguida por gerentes bancários, sabe-se lá com que intenções.

Publicado por: Coruja às junho 28, 2005 10:32 AM

É relativamente intuitivo que o aumento da despesa pública e do consequente aumento da carga fiscal reduzem a capacidade de crescimento da economia, mesmo sem estudo nenhum. O dinheiro que vai para impostos financia a parte menos produtiva da sociedade (mesmo com uma reforma liberal - horror! - o Estado continua a ser a parte menos produtiva da economia), retirando recursos aos sectores mais dinâmicos.

É curioso ouvir as pessoas, que obviamente pertencem a um extracto socio-económico elevado, virem dizer que o crescimento não interessa, o que interessa é que haja equilíbrio. Pois claro, muito mais importante é estar em equilíbrio, mesmo que estejamos a ficar mais pobres. Enfim, são opiniões.

Luís eu se fosse a si não me preocupava muito com os défices dos EUA. É que na economia americana a flexibilidade dos factores permite-lhes ajustamentos muito mais rápidos que na Europa. E não se esqueça que eles estão em situação de consumo de guerra, mesmo não o estando.

Publicado por: Nuno Sousa às junho 28, 2005 11:25 AM

Melhor que a do Sísifo... temos a do meu herói cachorro, por sinal muito mais apropriada ao nosso e particular caso, que é a de pretender a todo o custo e grande velocidade apanhar a sua própria cauda (lembram-se da cauda da Europa!?), em círculos verdadeiramente estonteantes...
Certamente, que os vossos canídeos também o fazem lá em casa...
Para quê ir tão longe... à mitologia grega...!? Para o efeito, basta-nos um qualquer "rafeirito", da nossa "actualo(r)gia”... política.

Publicado por: Intalactual às junho 28, 2005 11:36 AM

Nuno Sousa: Estou de acordo com o que diz. Mas as pessoas regressam sempre ao mesmo repetindo argumentos claramente errados.
Há exemplos históricos, haéstudos, há tudo, mas quem não quer acreditar, não acredita

Publicado por: Novais de Paula às junho 28, 2005 11:36 AM

É o rochedo de Sísifo de que fala este post

Publicado por: Novais de Paula às junho 28, 2005 11:38 AM

Será interessante comparar a economia atual dos EUA com a economia portuguesa no tempo de Guterres. A Joana terá certamente valores exatos, que nos poderá fornecer se quiser; eu sou um leigo e apenas posso dar valores aproximados:

A economia guterrista gozava de um saudável crescimento de uns 3% ao ano, semelhante ao atual crescimento dos EUA. Tinha, é certo, uns desequilíbrios: o orçamento do Estado estava deficitário em 3% do PIB (o dos EUA está deficitário em 4% do PIB) e as contas externas exibiam um deficit de 4% do PIB (as dos EUA têm um deficit de 5% do PIB). Nada de preocupante, está bom de ver...

Sabe-se o que aconteceu à economia guterrista. Está para ver o que acontecerá à dos EUA - sendo certo que, aqui como alhures, as relações de poder (força, etc) influenciam fortemente o decurso das coisas, ao contrário daquilo que o paraíso do pensamento liberal deixa crer.

Os números em economia são muito enganadores, e a maravilha económica de hoje transforma-se frequentemente no motivo da chacota económica de amanhã. Eu vivia na Alemanha quando ela se unificou: à altura, a confiança dos alemães (e não só) na pujança da sua economia era infinita: um engenheiro alemão dizia-me que 10 anos após a unificação a Alemanha de Leste seria indistinguível da Ocidental, exceto por alguns edifícios ainda antiquados. Onde vai esta confiança hoje em dia... Quando vivi nos EUA, no princípio dos anos 90, os americanos estavam fortemente descrentes da sua economia, e olhavam com maravilha para a economia japonesa. Meia-dúzia de anos mais tarde, a evolução bolsista nos EUA fazia toda a gente abrir a boca de espanto e regozijo; uma dúzia de anos mais tarde, o Japão é amplamente criticado pela sua falta de crescimento...

Publicado por: Luís Lavoura às junho 28, 2005 12:15 PM

Joana

Espero, sinceramente, que a alusão ao mito de Sísifo não seja um sinal de que está a enveredar pelos caminhos da perigosa filosofia camusiana
Não é caso para isso. Como dizia ontem Silva Costa na RTP, chegaremos à situação da Argentina, mas devagar...
Com toda a franqueza, não sei o que leva o economista a preferir a morte lenta à morte súbita. Talvez a provecta idade...


# : - ))

Publicado por: (M) às junho 28, 2005 12:23 PM

(M) às junho 28, 2005 12:23 PM:
1 - Não me parece que que Camus seja perigoso ...
2 - Ele apenas analisou o mito de Sísifo. Quem o criou foram os gregos ... os materialistas pré-socráticos tão do agrado dos filósofos marxistas (quando havia filósofos marxistas ...)
3 - Desde o princípio deste blogue que eu repito que se não fosse o PEC estaríamos na situação a que a Argentina chegou.
Agora já não estou tão certa disso. Receceio que a UE não baste. Receio mesmo que alguns países da UE possam ir nesse declive.

Publicado por: Joana às junho 28, 2005 12:57 PM

Luís Lavoura às junho 28, 2005 12:15 PM: A economia do tempo de Guterres era baseada numa fraude gigantesca, e não é comparável à americana.
A economia portuguesa crescia pelo lado do aumento da despesa, através da criação acelerada de emprego no sector público e do aumento dos vencimentos desse sector muit acima da média. Crescia também pelas obras públicas feitas no regimr "faça agora, cobre agora os impostos, e comece a pagar daqui a 5 anos".
Durante algum tempo, e ajudado pelo crescimento da economia europeia e por toda aquela maquilhagem, esta fraude gigantesca pôde ser mascarada.
Quando tal deixou de ser possível, descobriu-se a situação calamitosa em que estávamos.
E continuamos ... porque ficaram os "direitos adquiridos"

Publicado por: Joana às junho 28, 2005 01:05 PM

Aliás, só foi iludido quem quis ser. Meia dúzia de meses após o início do guterrismo já eu me tinha apercebido que o país ia por mau caminho.
Algures, no início do 2º mandato de Guterres tive um jantar com os meus pais e uns amigos, um dos quais era então secretário de Estado. Expliquei porque achava que a economia portuguesa estava à beira da tragédia, que não tinha sustentabilidade, etc. Ele dizia que não, chamava a atenção para os indicadores, que de facto existiam, mas que, na minha opinião, se baseavam numa situação completamente falaciosa, etc.
Ele ficou na dele ... e provavelmente ainda continua.

Publicado por: Joana às junho 28, 2005 01:14 PM

Luís é curioso que tenha dado exemplos de momentos em que determinadas economias tenham estado bem e se tenham deteriorado, e que nenhum deles tenha sido sobre os EUA. Mas há-os, e se calhar se olharmos para esses exemplos em comparação com o exemplo alemão, e verificarmos as velocidades de ajustamento das economias, talvez possamos tirar daí algumas lições muito úteis para o futuro.

Olhe para a rigidez do factor trabalho, e vai ver o que ela influi na capacidade de ajustamento da economia. Veremos o que nos reserva o futuro destes dois países, e quais os mecanismos que serão utilizados pelo próximo governo alemão para sair do caminho em que estão. Será uma "corrida" muito curiosa.

Publicado por: Nuno Sousa às junho 28, 2005 01:29 PM

Hector às junho 28, 2005 09:28 AM

Mais umas hipóteses (avulsas):

4 - Contentava-se a ganhar 500!
5 - Tentava perceber como é que empresas com maiores cargas fiscais, colocam produtos em Portugal e arruinam a minha empresa!
6 - No caso de a minha empresa produzir "coisas" iguais às dos chineses, vietnamitas, marroquinos, etc., e, portanto, a hipótese n.º 5 não ser aplicável, optaria por enfiar a viola no saco e tentar entrar na função pública.

A 1.ª hipótese que colocou lembra-me a reacção do sector bancário à "ameaça" de aumento de imposto sobre os lucros da actividade bancária.
Resume-se, grosso modo a isto: nós (banca) temos lucros crescentes em período de recessão económica; os srs. (estado) querem cobrar-nos mais impostos sobre esses lucros; quem se vai lixar são eles (os utilizadores dos nossos serviços - leia-se "todos os protugueses") porque não colocamos a hipótese de ganhar 500 em vez de 1000. Vamos, isso sim, fazer recair esse imposto sobre eles.

Publicado por: Vítor às junho 28, 2005 01:31 PM

Nuno Sousa às junho 28, 2005 11:25 AM

"mesmo com uma reforma liberal - horror! - o Estado continua a ser a parte menos produtiva da economia"

Parece que algumas pessoas acham que o Estado deve ser produtivo. Não deve. O Estado existe para prestar serviços públicos que, na sua esmagadora maioria e pela sua própria natureza, não são produtivos. A manutenção da ordem e a defesa não são produtivas; a prestação de cuidados de saúde aos mais carenciados não é produtiva; os museus e monumentos não são produtivos, etc. Alguns investimentos públicos terão repercussões produtivas, como estradas, pontes, barragens, escolas, etc., mas não é geralmente dos investimentos que falamos quando nos queixamos do Estado. Por isso é bom que a parte da despesa pública no PIB seja tão pequena quanto possível, desde que os serviços públicos estejam garantidos. Mas quanto mais ineficiente for uma economia, maior é a parte que o Estado tem de assumir para garantir esses serviços públicos. Por isso digo que a redução do peso do Estado é uma consequência do crescimento económico, e não o contrário. Tentar que o efeito preceda a causa parece-me ingenuidade ou ignorância... Foi aliás o que aconteceu com a nossa adesão ao Euro. Sabe-se que uma economia saudável respeitará naturalmente os critérios ditos de convergência nominal, mas é fantasioso pensar que martelar os indicadores de convergência geraria uma economia saudável... Mas foi isso que o génio Cavaco Silva fez. Parecer saudável não quer dizer ser saudável, e nós preocupámo-nos apenas com as aparências. Estamos agora a verificar que isso não dá resultados a médio e a longo prazo.

Publicado por: Albatroz às junho 28, 2005 02:16 PM

Joana às junho 28, 2005 01:05 PM

Resta saber se a economia atual dos EUA não será, também ela, baseada numa "fraude gigantesca", tal como a de Portugal no tempo de Guterres. Temos, por um lado, escândalos como o da Enron (equivalente a 1% do PIB dos EUA) para o sugerir; por outro, o facto de que a economia dos EUA é alimentada por um permanente e monumental afluxo de capitais vindos, principalmente, da Ásia, que compensam o deficit externo dos americanos. Basicamente, os asiáticos dão à América o dinheiro com o qual ela há-de comprar os produtos fabricados na Ásia - e em troca recebem papeis do tesouro americano, os quais valem o que valem. Deve-se lembrar que, em 1973, Nixon decretou subitamente que, a partir daí, os dólares detidos por estrangeiros deixariam de ser livremente convertíveis em ouro.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 28, 2005 02:23 PM

Moral da história: quem se preocupa com o peso do Estado na economia deve tudo fazer para que a economia cresça. Quem quiser reduzir o peso do Estado antes de gerar uma dinâmica de crescimento - salvo situações de óbvio desperdício - não só não vai provocar o crescimento, como vai aumentar a desigualdade e a exclusão social. Ou seja, junta o inútil ao deagradável. Que é a imagem verdadeira do liberalismo fundamentalista...

Publicado por: Albatroz às junho 28, 2005 02:26 PM

Joana às junho 28, 2005 01:05 PM

Entretanto, a Joana não me disse o que pensa da possibilidade de os impostos passarem a recair sobre o consumo de recursos naturais, deixando de recair sobre o trabalho. Sendo certo que todos os impostos são desagradáveis de pagar, sendo certo que fazer o trabalho pagar imposto é deletério para a economia e para o emprego, como muito bem diz o WorkForAll, mas sendo também certo que e necessário manter um certo nível de impostos, pergunto se não seria razoável e até benéfico desonerar o trabalho de impostos e fazê-los antes recair sobre o consumo de recursos naturais - ocupação do solo, utilização de energias não renováveis, retirada de água do meio natural, etc.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 28, 2005 02:26 PM

Albatroz em junho 28, 2005 02:16 PM:
Você escreveu: "Parece que algumas pessoas acham que o Estado deve ser produtivo. Não deve".
Quem pensa assim julgo que pode aceitar fazer um sacrifício maior nos impostos que aqueles que acham que o Estado é ineficiente e pesa demais na economia.
Peço-lhe que comece a pagar uma parte dos meus impostos.

Publicado por: soromenho às junho 28, 2005 02:42 PM

A questão dos recursos naturais é complexa e não pode ser tratada de ânimo leve (eu não faço parte daquele escol de ambientalistas que vai diariamente à TV dizer disparates). Se tiver tempo, esta semana ou no princípio da semana que vem, talvez escreva algo sobre o assunto.

Publicado por: Joana às junho 28, 2005 02:49 PM

A propósito dos gráficos.

Assunção:
Assumi que Por = Portugal e Po = Portugal (ou será Polónia?)

Pretensão:
Pretende a Joana concluir que o crescimento é inversamente proporcional ao nível de impostos sobre o trabalho e também inversamente proporcional às despesas do Estado. Se calhar existe uma "correlaçãozinha" positiva entre a taxação do trabalho e as despesas do Estado que explica a similitude dos gráficos.

Observação:
Cuidado com as escalas no eixo dos xx e dos yy;
Cuidado com os coeficientes de correlação baixos.

Questão: Quais são as variáveis dependentes e as independentes?

Pedido: Se existirem gráficos que se estendam até 2004, agradecia a divulgação.

Publicado por: Vítor às junho 28, 2005 02:51 PM

Os coeficientes são elevados. Um R2 de 0,72 corresponde a um R=0,85, o que é um correlação elevada. Em Economia é difícil encontrar R2 mais elevados.
As variáveis dependentes e as independentes estão indicadas nos gráficos.
As escalas estão indicadas em abcissas e ordenadas. Desde que se conheça a numeração árabe, não há problemas.

Publicado por: Joana às junho 28, 2005 03:05 PM

"Se calhar existe uma "correlaçãozinha" positiva entre a taxação do trabalho e as despesas do Estado que explica a similitude dos gráficos."
Claro que existe. Quanto maior forem os impostos, maior é a despesa pública.
Todavia, e isto é uma regra em econometria, nunca se introduzem duas variáveis independentes correlacionadas entre si na mesma regressão, para evitar fenómenos de multicolinearidade, que afectam a relação entre os coeficientes de cada variável independente e lhes retira significado estatístico (a cada um), mesmo que a regressão multipla tenha um R2 elevado.

Publicado por: Joana às junho 28, 2005 03:09 PM

E escusa de ensinar o Padre Nosso ao vigário que Econometria é uma das minhas especialidades.
É menos improvável eu escrever disparates sobre Economia, Finanças, Filosofia, etc., que sobre Econometria.

Publicado por: Joana às junho 28, 2005 03:12 PM

Ainda me lembro que no início do ano a joana escreveu um post a dizer que não desistia. Na altura sofria dezenas de insultos diários, incluindo ameaças veladas.

Mesmo as críticas não insultuosas limitavam-se a recusar liminarmente qualquer argumento apresentado. Quem criticava sentia-se na mó de cima, no lado certo da história.

Passados uns meses, os posts voltam a falar dos mesmos assuntos. Os caceteiros foram embora. Os críticos armaram-se de lupa, tentando descobrir alguma falha no raciocínio. Apegam-se a pequenos pormenores ou tentam lançar cortinas de fundo desviando o assunto.

Em seis meses, é uma evolução notável.

Publicado por: Mário às junho 28, 2005 03:22 PM

Albatroz, eu nunca disse que o estado deve ser produtivo, e isso está bem patente na frase que citou - ou seja, mesmo que uma reforma liberal liberte o Estado de muitos dos atavismos que impedem uma melhor utilização dos dinheiros públicos, o estado nunca conseguirá ser tão produtivo como o sector privado. Isto explica-se pelos seus mecanismos de funcionamnto e pelas actividades que prossegue. Aliás, esse é o principal fundamento para que o Estado tenha que ser pequeno e tenha que se dedicar exclusivamente às actividades que realiza melhor que os privados.

Publicado por: Nuno Sousa às junho 28, 2005 03:24 PM

soromenho às junho 28, 2005 02:42 PM

O que significa para si o Estado ser produtivo? Se para si ser "eficiente" é a mesma coisa que ser "produtivo," temos um problema de linguagem que precisa ser resolvido.

Publicado por: Albatroz às junho 28, 2005 03:38 PM

Resposta de um humilde não economista a:
Joana às junho 28, 2005 03:05 PM
Joana às junho 28, 2005 03:09 PM
Joana às junho 28, 2005 03:12 PM
e, last but not least,
Mário às junho 28, 2005 03:22 PM

"Em Economia é difícil encontrar R2 mais elevados."
Era isto que eu queria que a Joana explicasse. Por isso é que a Economia é um pouco como a Meteorologia. (obviamente, sem ferir o valor do estudo).
Relativamente à interdependência das variáveis, ainda sei analisar gráficos (no caso é óbvio que y - crescimento é função de x - nível de despesa ou nível de impostos). O que eu propunha era uma reflexão ao contrário. Ironia, enfim....
Relativamente às escalas, era só para lhe dizer que, alterando as escalas podemos conseguir uma linha na vertical ou na horizontal. É à escolha do freguês.
É claro que nunca se introduzem duas variáveis independentes correlacionadas entre si, na mesma regressão. Mas também fazer dois gráficos com elas, é estar a chover no molhado...
Quem sou eu para dizer que a Econometria não é uma das suas especialidades. Não é seguramente a minha especialidade. Mas, vá lá, deixe-me abordar algumas questões básicas. Nem que seja para suscitar a reflexão sobre os gráficos deturpados que, com frequência, vemos nos meios de comunicação social.
(Repito, não é o caso dos que apresenta)

Agradeço o comentário do Mário. Os caceteiros foram-se embora.Os críticos ficaram.
Agora temos apenas críticos de um lado e Joana e respectivos apoiantes do outro?
Julgo que não me enquadro nessas tipologias.
Apesar disso, e dada a minha ignorância em matéria económica, pretendo apenas, fazendo uso de um notável esforço intelectual, ajudar à reflexão.

Safa, que esta gente melindra-se com uma facilidade...
Devem estar cheios de razão!

Publicado por: Vítor às junho 28, 2005 03:49 PM

Como a Joana gosta de econometria e parece ter bastante tempo, sugeria que produzisse gráficos, para os mesmos países que aparecem nos gráficos acima dados, em que as variáveis fossem "Despesas públicas em % do PIB" e "PIB per capita", e "Despesas públicas em % do PIB" e "Índice de desenvolvimento humano (PNUD)". Se houvesse, como é provável, uma forte correlação positiva entre as variáveis de cada um desses gráficos, qual seria a sua conclusão? Que os países com maior despesa pública são os mais desenvolvidos e ricos? Que os países mais ricos podem destinar uma maior percentagem do seu PIB para resolver problemas nas esferas social e ambiental? Que o grau de bem estar depende da disponibilidade para gastar mais recursos na esfera não directamente produtiva?...

Publicado por: Albatroz às junho 28, 2005 04:02 PM

Vítor em junho 28, 2005 03:49 PM:
A Joana melindrar-se? Nem pense nisso. Eu venho a este blog quase desde o início e nem calcula o que lhe têm chamado!
Se se melindra não o mostra na prática, embora às vezes dê umas respostas mais "duras"
Por muito menos houve blogues que fecharam as caixas de comentários ou exigiram o registo prévio (como o Barnabé).

Publicado por: David às junho 28, 2005 04:06 PM

Publicado por: Vítor às junho 28, 2005 03:49 PM

Não quis dizer, mas posso ter dado a entender, que este blog se tinha tranformado num campo de batalha, com críticos e apoiantes.

Se há uma distinção a fazer é entre os criticos empedernidos, que tentam tudo por tudo para discordar da joana, e os "outros"...

Os "outros" concordam umas vezes, discordam outras. Mas nem sempre têm ainda opinião formada (como me acontece a mim frequentemente).

Publicado por: Mário às junho 28, 2005 04:07 PM

Ainda sobre os gráficos apresentados permitia-me fazer alguma especulação. É possível que o nível de impostos seja mais baixo nos países com maior taxa de crescimento porque esse mesmo crescimento permite ao Estado obter as receitas necessárias com impostos mais baixos. Da mesma forma as exigências feitas ao Estado, pelo menos no curto prazo, são menores quando o crescimento económico é mais rápido. Ou, como há uma certa rigidez nas despesas públicas, o crescimento rápido do produto traduz-se, no curto prazo, numa redução do peso das despesas públicas em função do PIB. Tudo isto permite conclusões algo diferentes das da Joana. Que é capaz de ser boa demais em econometria para o ser em economia...

Publicado por: Albatroz às junho 28, 2005 04:14 PM

Eu só venho a este blogue há pouco tempo, e não vi que insultos a Joana terá recebido no seu início. Mas presumo que a grande maioria desses insultos não terá a ver com as opiniões expostas, mas sim com o facto de elas virem assinadas com um nome feminino. A Joana Amaral Dias, com opiniões bastantes diferentes desta Joana, também aguenta com comentários do pior gosto possível, largamente independentes das suas ideias propriamente ditas. Cá em Portugal, a aversão a ver uma mulher exprimir uma ideia ainda é muito forte. (Note-se, entetanto, que eu não sei se esta Joana é de facto uma mulher.)

Publicado por: Luís Lavoura às junho 28, 2005 04:49 PM

Nos EUA é a iniciativa privada não é Estado que fomenta o crescimento a Reserva Federal tem aumentado os Juros nos ultimos 2 anos e neste momento está se não me engano 3,5%. Com Guterres foi o descontrolo do estado que permitiu o crescimento.

Desde há anos os EUA têm defice externos apreciáveis compensados pelos investimentos internacionais feitos nos próprios EUA.

Publicado por: lucklucky às junho 28, 2005 05:32 PM

Luís Lavoura às junho 28, 2005 04:49 PM: Isso foi nos 2 ou 3 primeiros meses. Depois foi passando.

Publicado por: David às junho 28, 2005 05:46 PM

a minha crítica face ao estudo apresentado pela Joana, prende-se com o facto de se analisarem um conjunto de factores, 25 segundo o que menciona, para um conjunto reduzido de países, os 15 da união europeia, para uma série reduzida (convenhamos que explicar crescimento económico em 18 anos é relativamente tendencioso) ...
Mais, pelo que eu percebi apresentam-se correlações e não relações causais, apesar dessas análises ceteris paribus ...
Refere que a educação é pouco importante (provavelmente quando há indicadores de educação semelhantes num determinado grupo de países - não sei o que foi usado se o anafabetismo, se % de licenciados em ciências, se % de licenciados - convinha saber o indicador - a educação terá pouco valor explicativo para justificar diferenças de crescimento) ...
Curiosamente, não vejo qualquer menção ao impacto dos direitos de propriedade (desmandas estatais infelizmente cada vez mais correntes em Portugal), qualidade da justiça, qualidade do estado, nível de burocracia, nível de corrupção, etc ...
A generalidade dos estudos que olha para grupos mais alargados de países (e é certo que aí há para muitos dificuldades estatísticas), para séries mais longas (continuo a dizer que uma série de 18 anos é reduzida), identifica conjuntos de factores que são importantes e que estão presentes nos estados que mais crescem (entre os quais o reduzido peso do estado) ...
Mas como a Joana bem sabe não é só uma questão de peso do Estado, mas da arbitrariedade e imprevisibilidade do Estado que leva os empresários a afastarem-se e quer se queira ou não, o investimento privado é sim a verdadeira e única fonte de crescimento sustentado a longo prazo - o resto são adendas (basta ver estudos comparativos quanto aos retornos de investimentos público e privado em países com diferentes níveis de corrupção) ...
O peso do Estado é um óbice ao crescimento, não coloco isso em disputa, apenas acho que olhar para um estudo com tantas limitações em termos de observações e tirar daí conclusões definitivas, lembra-me a anedota do economista que lhe perguntam quanto dá uma determinada fórmula, ao que ele responde, quanto quer que dê ?

Publicado por: bcool às junho 28, 2005 09:04 PM

Joana às junho 28, 2005 12:57 PM

1 - Eu não disse que Camus é perigoso. Está morto há tanto tempo que já poucos o lembram. O que eu disse que é perigosa — embora com ironia, claro — é a sua filosofia do absurdo, que faz de Sísifo um caso emblemático e do suicídio uma saída recomendável. Pensei que você sabia isso, mas esqueci-me de que não é muito apreciadora de escritores que alguma vez tenham sido comunistas.

2 - Você devia tratar essa obsessão antes que se torne num caso clínico. Preocupa-se demasiado com os filósofos marxistas (que, para cúmulo, já não existem)

3 - Receio bem que tenha razão e que Portugal esteja na via da argentinização. Uma boa medida era ficar de olho no Santander e ver o caminho que o dinheiro toma. Eles tiveram uma boa escola na Argentina.

Publicado por: (M) às junho 28, 2005 09:56 PM

bcool às junho 28, 2005 09:04 PM:
Relativamente ao mau funcionamento da justiça, julgo tratar-se de um caso típico português (não sei se na Grécia será assim). Não deve ter sido considerado.
Segundo os autores foram experimentadas várias variáveis independentes e todas deram um poder explicativo inferior às que constam nos gráficos.
Entre elas, a estrutura etária, o nível de educação, a inflação, a carga horária anual, a taxa de aforro, as taxas de juro, a proporção entre impostos directos e indirectos na carga fiscal, etc.

Publicado por: Joana às junho 28, 2005 11:33 PM

A imprevisibilidade do Estado é uma variável difícil em quantificar, a menos que se use uma dummy: 1, se se trata de um Estado que toma decisões imprevisíveis a meio do jogo; 0, se se porta como pessoa de bem.

Publicado por: Joana às junho 28, 2005 11:37 PM

Gostava de ver a Joana responder ao desafio do Albatroz

Publicado por: Alfredo às julho 2, 2005 02:47 PM

Parece que, lentamente, as pessoas começam a concluir que tem que se emagrecer o Estado

Publicado por: saavedra às julho 14, 2005 01:35 AM

É dif+icil porque uma parte da população depende do Estado

Publicado por: saavedra às julho 14, 2005 01:36 AM

Por isso é que os liberais têm pouca saída em Portugal

Publicado por: saavedra às julho 14, 2005 01:37 AM

Com metade da malta a viver à conta do Estado, vai ser difícil convencer

Publicado por: saavedra às julho 14, 2005 01:38 AM

Mas a força da necessidade tem muito poder

Publicado por: saavedra às julho 14, 2005 01:39 AM

Excelente este post e a informação nele contida

Publicado por: Emilio às julho 15, 2005 09:55 PM

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