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junho 27, 2005
Sinais dos Tempos
Hoje, um gerente bancário telefonou-me excitadíssimo, explicando-me que tinham um novo produto, fabuloso. Em face do meu cepticismo, enviou-me a papelada por fax. O produto ostenta «China» no nome e está indexado ao Hang Seng China Enterprises (HSCE) que é o índice ponderado pela capitalização bolsista de empresas detidas pelo Estado Chinês e ao Dow Jones (DJGT). Tem um mínimo de remuneração garantido e um máximo que depende da overperformance do HSCE relativamente ao DJGT. Ou seja, especula com o potencial de crescimento chinês face ao crescimento ocidental.
Entre loas sobre o dinamismo económico chinês e sobre a forte centralização da política nas mãos do PC Chinês que ao aderir à economia de mercado (!!) ., etc., que criou condições para , etc., num dos folhetos é apresentado um gráfico comparativo da evolução do HSCE e do DJGT desde Dez-99 até Abr-05, mostrando que o primeiro teve, sobre o segundo, uma overperformance de 164,62%. As restantes meia dúzia de páginas são pautas de música para violinos espargirem notas melodiosas sobre a excelência do investimento.
O que é interessante no gráfico é que a overperformance do HSCE sobre o DJGT ocorreu, quase integralmente, entre Agosto-03 e Dez-03. A partir daí as duas curvas são, praticamente, paralelas. Aliás, o máximo do HSCE foi justamente em Dez-03. O banco em questão atrasou-se deveria ter emitido este produto em Abril de 2003. Em todo o caso, nada está perdido, nem para os eventuais investidores, pois pode acontecer outro pico daqui a algum tempo, nem para o banco, porque os sons arrancados aos violinos são tão exaltantes que este produto terá certamente bastante procura.
Ao ler este folheto, apercebi-me que o velho Adam Smith tem sempre razão, pois «cada indivíduo ao tentar satisfazer o seu próprio interesse promove, frequentemente, de uma maneira mais eficaz, o interesse da sociedade, do que quando realmente o pretende fazer». Os agentes económicos (neste caso o departamento de marketing do banco) agem sob o incentivo dos seus interesses, mesmo entoando panegíricos a situações que violam as bases da sociedade que permite que os seus interesses e objectivos se manifestem livremente. Ou seja, para propagandear uma transacção típica de uma economia liberal, utilizam-se referências iliberais à forte centralização da política do PC Chinês. E com isso vão dinamizar o mercado das poupanças e, eventualmente, dar um pequeno empurrão à economia mundial (até porque este produto deve estar a ser comercializado noutros países). Como escrevia Mandeville, no início do século XVIII, «As qualidades mais vis, frequentemente as mais odiosas, são as mais necessárias para torná-lo apto a viver com o maior número. São elas que mais contribuem para a felicidade e prosperidade das sociedades»
Ora é aquela forte centralização, que é sublinhada com entusiasmo, que me cria desconfianças. Não tenho a mínima confiança na intervenção de qualquer Estado na economia. Normalmente tem efeitos negativos ou mesmo calamitosos. Portanto, quando me falam na forte centralização da política nas mãos do PC Chinês que ao aderir à economia de mercado ..., eu fico na dúvida sobre se a próxima intervenção do PC Chinês não fará cair o HSCE a pique. Mas eu não tenho o perfil do investidor tipo a que estes prospectos se dirigem.
Num mercado, os agentes económicos têm comportamentos que podem ser estimados através de modelos explicativos que, normalmente, têm uma boa aderência à realidade, desde que introduzamos as variáveis com maior poder explicativo. Os Estados têm razões (não económicas) que a razão (económica) desconhece. Eu não consigo criar um modelo explicativo do comportamento político e económico do Estado Chinês nos próximos 6 anos (tempo de maturidade deste produto). Não consigo. Nem eu, nem ninguém.
Ou seja, o risco económico e financeiro de uma economia de mercado numa sociedade liberal pode ser avaliado dentro de limites com uma manga de precisão razoável. O risco económico e financeiro de uma economia de mercado dependente da forte centralização da política do PC Chinês é impossível de ser avaliado, a menos que eu pertencesse ao Politburo. E mesmo assim
Publicado por Joana às junho 27, 2005 07:05 PM
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Comentários
Ou seja, o risco económico e financeiro de uma economia de mercado numa sociedade liberal pode ser avaliado dentro de limites com uma manga de precisão razoável.
Não foi isso que se passou em 1987 aquando do Crash. Os analistas Liberais...nunca conseguiram prever a loucura da subida vertiginosa do Nasdaq nem do Dow Jones , e muito menos o seu Crash.
E o Cavaco que ficou famoso por ter feito o Crash português, só teve culpa numa numa coisa:
Ter permitido a especulação na Bolsa Portuguesa, através de mecanismos/lei que o permitiam.
Era a lei dos 5% ( nenhuma acção podia subir ou descer mais do que 5% )
E a lei dos 20%.
Com estas 2 leis que Cavaco Permitiu sob a sua governação, fez com que durante 2 meses, as acções subissem diariamente sem serem transacionadas !
É obra !
Para um economista que Estudou na Inglaterra. Eu que só percebo de economia caseira e mal, vi que aquilo Não Podia ser Permitido.
E Cavaco ? Estaria adormecido, ou não percebe nada destas coisas ? Ou talvez a 3ª hipótese seja a melhor, será que os Grupos Económicos o Aconselharam que assim é que estava bem ?
É que os Jardins Gonçalves e os Belmiros , foi assim que Enriqueceram ! Quem as pagou foi o Caldeira, coitado !
Publicado por: Templário às junho 27, 2005 07:25 PM
Mania dos Liberais... julgarem que conseguem controlar uma sociedade ou até uma só pessoa. Por isso por vezes são surprendidos pelos da Cova da Moura, e nem assim percebem !
Quem controla é o poder do Capital, esses sim, fazem subir economias, fazem-nas descer, fazem duma empresa que nada produz, uma empresa grandiosa, etc. Fazem umas empresas, para limparem passivos doutras, fazem umas para sugarem lucros às outras. Esses sim, Têm Todo o Poder.
É por isso que é vergonhosa a Actual Associação Capital/PC Chinês, impensável há 30 anos. Procuraram e conseguiram convencer os "medos" Chineses do Domínio Americano e Europeu, e conseguiram esta Aliança fabulosa Capital/Ditadura.
Publicado por: Templário às junho 27, 2005 07:40 PM
Templário,
já reparou que está constantemente a lançar processos de intenção? Parece que dava mais para inquisidor do que para templário.
Publicado por: Mario às junho 27, 2005 07:56 PM
"Mania dos Liberais... julgarem que conseguem controlar uma sociedade ou até uma só pessoa."
Se soubesse o minímo do que um liberal pensa nunca utilisarias a palavra "controlar" na frase.
Publicado por: lucklucky às junho 27, 2005 08:00 PM
Eu sei o que pensam os Liberais ingénuos e os não ingénuos.
Os ingénuos, entendem que a Liberdade só se alcança com a iniciativa privada e quanto menos Estado melhor. Ficaríamos assim livres, para decidirmos o que é melhor.
Só que se esquecem do Poder do Capital dos seus colegas Liberais Não ingénuos e que conhecem o verdadeiro Poder. Estes até encomendam as Leis que desejam, tudo gira conforme suas Pretenções. É assim na China em que negociaram com os chineses Território de Livre Exploração conforme seus interesses.
Os Chineses por ora aceitaram ! E nisso concordo com a Joana ao Criticar o Folheto do Banco, pois nada nos Garante que a Elite Chinesa, não tome conta daquilo tudo de um dia para o outro.
Eles apenas estão a aprender, precisam de tecnologia própria, para enfrentarem os Capitais Liberais.
Nada que os liberais não saibam, por isso mais se afincam na exploração, quanto mais ganharem nos próximos 10 anos, menos perdem depois.
Depois da China, da India e da Indonésia o Capital ainda tem um Continente Virgem - África !
Publicado por: Templário às junho 27, 2005 08:48 PM
E se em vez de "quanto mais ganharem nos próximos 10 anos, menos perdem depois.", for "quanto mais ganharem nos próximos 100 anos, menos perdem depois"?
Publicado por: David às junho 27, 2005 08:53 PM
Bush até engoliu o roubo pelos chineses de 150 mil milhões de dólares só no ano passado em propriedade Intelectual.
Ali vale tudo, até a pirataria da Microsoft, com holograma e tudo !
Porque não o permitem em Portugal ?
Publicado por: Templário às junho 27, 2005 08:58 PM
David às junho 27, 2005 08:53 PM
Porque não conheces a Raça Chinesa. Eles adoram o dinheiro como os Americanos, mas têm um civilização várias vezes milenar. Daí eles conhecerem o Perigo Ocidental de os Dominarem. E isso podes crer que não acontecerá. Chinês aguenta tudo, menos ser subjugado por Ocidentais.
E a lingua deles, é o seu último refúgio !
Publicado por: Templário às junho 27, 2005 09:02 PM
Os produtos estruturados são, normalmente, um bom negócio... para os bancos.
Publicado por: Rui Lizandro às junho 27, 2005 09:19 PM
Acho que se lermos muitos destes comentários corrermos o risco de também entrarmos na 5ª dimensão e nunca mais sairmos de lá.
Publicado por: Mario às junho 27, 2005 09:36 PM
Templário,
Vc parece estar sózinho contra o mundo liberal ! Admiro até a sua paciência com alguns - até já lhe chamaram Inquisidor - trogloditas.
A proprósito de liberalismo alguns ditos liberais riam-se quando simples terrestes previam uma subida do barril de petróleo para próximo dos 70-80 $usd . Já faltou mais mas, parece que a mão invísivel do mercado do Milton Friedman anda ocupada com outras chinesices
Publicado por: zippiz às junho 27, 2005 10:35 PM
Joana:
«Ou seja, o risco económico e financeiro de uma economia de mercado numa sociedade liberal pode ser avaliado dentro de limites com uma manga de precisão razoável.»
Depois de ser capaz de calcular externalidades não pode haver nada que resista à sua capacidade de medir, avaliar, pesar...
Continua com excelente capacidade de fazer rir o pessoal.
Publicado por: António às junho 27, 2005 11:10 PM
Joana:
«Eu não consigo criar um modelo explicativo do comportamento político e económico do Estado Chinês»
Ninguém lhe pede tanto, crie um modelo explicativo do comportamento político e económico do Estado, português, espanhol, americano...
Para a gente se continuar a divertir.
Publicado por: António às junho 27, 2005 11:21 PM
a Joana tem razão. Nada pode ser avaliado concretamente, tendo em consideração e medida a unidade-base-Estado. O Estado está em vias de extinção e quem verdadeiramente decide e manda são as Corporações.
o PC Chinês é que os topa! (e as suas decisões não dependem do cálculo de externalidades,eheheh, mas apenas dos seus próprios interesses e do Povo que representam)
Publicado por: xatoo às junho 27, 2005 11:53 PM
xatoo às junho 27, 2005 11:53 PM
Lembraste como foi com Hong-Kong ?
Os Ingleses ainda tentaram miar...um governador ainda se armou em Parvo, mas o Chinês disse-lhe:
Nem mais um dia, depois da data !
Meteram o rabinho entre as pernas e não miaram mais !
Macau tomaram-na muito antes e foi pela Lingua. Em quase 500 anos de presença Portuguesa, nunca conseguismos impor a nossa Língua à Maioria, como o fizemos no resto do mundo.
A História até nos ensina como é, só que alguns ainda teimam em contrariá-la.
Publicado por: Templário às junho 28, 2005 12:00 AM
Estamos a viver um momento histórico muito interessante. Durante centenas de anos a mentalidade tacanha, anti-liberdade e medrosa reinou neste país, obrigando os mais corajosos a partir.
Agora, pela primeira vez começa a ver sinais nas pessoas comuns que estão a ficar fartas desta mediocridade. Fartas deste conceito estatista e deprimente de sociedade. Só assim podem acreditar em si. Finalmente vejo as pessoas a abrir os olhos. Vamos ver se os que se acham intelectuais vão atrás...
Publicado por: Mario às junho 28, 2005 12:02 AM
xatoo às junho 27, 2005 11:53 PM:
Você anda a ler demasiados textos anglo-saxónicos. Isso faz-lhe mal, porque pode ser ceifado por um surto de liberalismo, ou cair em anglicismos - corporation é uma sociedade por acções, não uma corporação
Publicado por: Joana às junho 28, 2005 12:03 AM
Estou perplexa pelo facto da gente economicamente pouco favorecida que foi vítima do arrastão feito pelo pessoal da Cova da Moura ser constituída por liberais, de acordo com o que vi escrito mais acima.
Se o liberalismo já conquistou o proletariado suburbano que frequenta Carcavelos, a vitória é certa!
Publicado por: Joana às junho 28, 2005 12:07 AM
O quê ? proletariado ? mas essa "coisa" não desapareceu com as TI's ? ou ainda existe luta de classe em ...Carcavelos ?!
Publicado por: zippiz às junho 28, 2005 12:16 AM
Só você é que ainda não percebeu que Portugal tem uma sociedade Capitalista Liberal !
Todo o resto do Povo já o sabe há muito !
Publicado por: Templário às junho 28, 2005 12:19 AM
Ó zippiz: você vai à workshop do BE aprender "técnicas de desobediência civil", a arte da barricada e técnica de contrariar a ´bófia?
Publicado por: David às junho 28, 2005 12:38 AM
David às junho 28, 2005 12:38 AM
A Bófia é que está a comandar as barricadas, actualiza-te David !
Publicado por: Templário às junho 28, 2005 02:05 AM
"o PC Chinês é que os topa! (e as suas decisões não dependem do cálculo de externalidades,eheheh, mas apenas dos seus próprios interesses e do Povo que representam)"
O povo que representam hahaha!
Publicado por: lucklucky às junho 28, 2005 07:31 AM
O meu melhor amigo, que tem 130 anos, é chinês e depois de lhe ter lido o artigo mais os comentários, comentou-me:
Alguns têm razão, outros não.
Observa daqui a algumas luas (de notar que para um chinês uma Lua equivale a 457 anos ocidentais)quais os que estavam certos.
Publicado por: carlos alberto às junho 28, 2005 07:34 AM
Mário:
«Estamos a viver um momento histórico muito interessante. Durante centenas de anos a mentalidade tacanha, anti-liberdade e medrosa reinou neste país, obrigando os mais corajosos a partir.»
Todos os momentos históricos são interessantíssimos principalmente quando os vivemos.
Será que a "onda" de liberalismo que diz estar a ser criada é algo que já não se tenha visto antes?
Ouviu falar da Grande Depressão de 29/30?
Nessa altura o modelo que funcionava, pelos vistos muito mal, era o liberalismo que defende agora com tanto entusiasmo.
São modas que vão e voltam e tornam a ir...
Publicado por: António às junho 28, 2005 08:50 AM
Joana:
«Se o liberalismo já conquistou o proletariado suburbano que frequenta Carcavelos, a vitória é certa!»
Afinal está empenhada num objectivo que é o liberalismo já todos percebemos?
Mas qual deles? Há tantos!
Seria muito bom para preservar alguma coisa que lhe resta de bom senso que dissesse com toda a clareza qual é.
Publicado por: António às junho 28, 2005 08:59 AM
Publicado por: António às junho 28, 2005 08:50 AM
Você diz disparates atrás de disparates e usa um tom paternalista que não me apetece voltar a ler. Uma vez que nestas trocas de comentários nunca se discute nada e cada um fica sempre na sua, procurando apenas rebater o que diz o outro, não tem de se preocupar em voltar a dirigir-se a mim porque eu não o farei mais em relação a si.
Publicado por: Mário às junho 28, 2005 10:11 AM
Algumas pessoas querem igualdade e liberdade. Ora, se pensarmos um pouco, igualdade e liberdade são conceitos contraditórios: se existir liberdade não existe igualdade. A liberdade afirma-se como diferença. Reciprocamente, a igualdade excluí a liberdade. Liberdade para ser igual é uma anedota totalitária. Na prática, qualquer sistema politico/económico/social terá que consistir num mix de liberdade/igualdade. De um modo geral os extremos do espectro político colocam mais enfase na igualdade (excepto para as elites dirigentes, claro), enquanto que o centro do espectro dá mais importância à liberdade. Pela Joana, não poss responder, António. Por mim, quero o máximo de liberdade possível. Também me parece que esta torna as sociedades mais produtivas.
Publicado por: Pedro Oliveira às junho 28, 2005 10:38 AM
Também acho, Pedro Oliveira.
Nas sociedades esclavagistas ou feudais havia bastante desigualdade, logo também havia bastante liberdade, não é? Pois...
Talvez uns tivessem liberdade para fazer o que queriam dos outros; e outros se sentissem livres por serem desiguais.
Se se quer opôr a liberdade a alguma coisa, esta é a necessidade. Exemplo: quem tem necessidade de droga, não é livre de não a consumir. Só o é quando se libertar do vício.
Publicado por: Zé Carlos às junho 28, 2005 11:19 AM
A frase "a nossa liberdade termina quando começa a liberdade dos outros" é de um filósofo liberal.
Não percebo a razão das pessoas atirarem logo as primeiras pedras quando nem procuram inteirar-se do mais básico. Às vezes, a sua ânsia de atacar o que acham que é o liberalismo é tão grande que começam a defender ideias liberais. Sem o saber, claro...
Publicado por: Mário às junho 28, 2005 11:55 AM
Portanto estamos a começar a financiar a indústria chinesa, mesmo os pequenos investidores.
Ao que isto chegou.
Publicado por: c seixas às junho 28, 2005 11:57 AM
Não, Zé Carlos, nas sociedades esclavagistas existia bastante igualdade. Não para os escravos, mas entre os cidadãos. Os escravos, é bom que se lembre, não eram de um modo geral considerados como pessoas. O teu argumento é falacioso, porque passa por analisar sociedades pretéritas por critérios actuais. Já nas sociedades feudais, a igualdade era muito maior: de facto existia uma classe ínfima de priveligiados entre a nobreza e o clero que governava uma larguissima maioria de pessoas mais ou menos indiferenciadas. Queras mais igualdade que esta?
Quanto ao comentário sobre a necessidade de droga, isso é BS. Na melhor das hipóteses, a droga é uma necessidade induzida, não uma necessidade fisiológica. Também posso dizer que tenho necessidade de um automóvel desportivo, ou de um cartão de crédito gold, mas isso não passam igualmente de necessidades induzidas.
Publicado por: Pedro Oliveira às junho 28, 2005 12:01 PM
Pedro Oliveira às junho 28, 2005 10:38 AM
" Algumas pessoas querem igualdade e liberdade. Ora, se pensarmos um pouco, igualdade e liberdade são conceitos contraditórios: se existir liberdade não existe igualdade "
Conclusão e raciocínio Liberal, só pode !
Voltemos à tão falada França, que é um marco Mundial da Liberdade e da Igualdade.
Que existe liberdade em França ninguém o contesta.
Vamos então à Igualdade:
Igualdade ao acesso à educação e à faculdade. Como é feita ? Gratuitamente.
Depois como aparecem as desigualdades de formação?
Pela liberdade que as pessoas têm, de estudarem ou não.
Nos sistemas liberais, em que se queres estudar tens que pagar os custos, é evidente que os mais desfavorecidos não têm a Igualdade de acesso.
Esta diferença de Princípios é muito importante, para as sociedades que pretendemos Hoje e no Futuro.
Esta questão é que está em debate, por isso a Europa pára, para Reflexão !
Publicado por: Templário às junho 28, 2005 12:26 PM
Joana às junho 28, 2005 12:03 AM
Uma sociedade por acções, não é uma corporação ?
Para uma economista...esta é forte...olha se eu não percebesse um pouquinho de português...
corporação
do Lat. corporatione
s. f.,
conjunto de indivíduos da mesma profissão, reunidos em corpo, com seus regulamentos próprios, seus privilégios, etc. ;
associação;
sociedade;
instituição;
corpo gerente ou administrativo de certos negócios de interesse público.
Publicado por: Templário às junho 28, 2005 12:40 PM
Desculpa, Templário, mas as diferenças na educação, já que escolheste esse exemplo são muito menos devidas à 'liberdade que as pessoas têm, de estudarem ou não' que a simples diferenças na capacidade das pessoas. Até porque mesmo na França, muito embora o ensino em sí seja gratuíto, o mesmo não acontece com o material de apoio: livros, canetas, réguas, etc...
Isso não explica porque é que de dois familiares meus franceses, que são irmãos, um esteja a trabalhar em Los Angeles, após ter concluído um curso na Sorbonne e um master na UCLA, enquanto que outro está a trabalhar em Paris como empregado num restaurante e nem terminou o bac. Não foi uma questão de liberdade, foi uma questão de capacidade.
Por muito que isso custe aos esquesdistas, por muito que o queiram negar, não temos todos as mesmas capacidades. Não significa que não deva ser feito um esforço para conceder igualdade de oportunidades a todos. Mas igualdade? É impossível. O esforço acima é o mais longe que se pode ir.
Na mente de um esquerdista a natureza só pode ser injusta: dessa 'injustiça' da natureza nascem as 'injustiças' sociais. De facto, a natureza é desigual na distribuição de capacidades, mas justa - e inflexível - na penalização das mesmas. Daí que a sociedade seja, de um modo geral, justa.
Publicado por: Pedro Oliveira às junho 28, 2005 01:42 PM
Pedro Oliveira às junho 28, 2005 01:42 PM
Olha Pedro há dicussões, que parecem aquelas do sexo dos anjos. No caso que apresentas dos 2 irmãos, entendes que um tem capacidades e que outro as não tem, e nem sequer para terminar o Bac. Eu diria , que este não quis, não se sentiu motivado, ou desejaria outra coisa.
Que não temos todos as mesmas Capacidades, é um Facto.
Que os Homens raciocinam de maneira diferente das Mulheres é outro facto.
Vejamos:
O maior empresário Português Champallimaud, tinha apenas o Liceu. Superou economistas, financeiros, gestores de empresas etc. Porquê ?
Bill Gates, apenas se inscreveu numa faculdade e mandou-os passear, pois a sua mente estava séculos à frente dessas faculdades.
Belmiro de Azevedo, um engenheiro químico é um dos maiores empresários portugueses.
Portanto não meça as capacidades pelos diplomas das pessoas.
Publicado por: Templário às junho 28, 2005 02:06 PM
Mário:
«Você diz disparates atrás de disparates e usa um tom paternalista que não me apetece voltar a ler.»
Tenha calma um liberal discute os problemas não entra em paranóia por dá cá aquela palha.
As suas convicções estão a ficar abaladas?
Olhe que o tom paternalista é da sua chefe, enganou-se no alvo.
Publicado por: António às junho 28, 2005 02:11 PM
Pedro Oliveira:
«Também me parece que esta torna as sociedades mais produtivas.»
Quando introduz a dúvida no seu discurso com o "parece" o que diz tem sentido.
Acho que há muita gente a pretender uma sociedade, com liberdade e oportunidades à partida aproximadas.
A sociedade igualitária não é possível nem desejável.
Publicado por: António às junho 28, 2005 02:28 PM
Afinal, qual é a diferença entre liberal e neoliberal?
O meu barbeiro diz: o liberal conduz a oferta para satisfazer a procura; o neoliberal conduz a procura para satisfazer a oferta. Logo, o neoliberal controla tudo e ganha mais.
É capaz de ter razão!
Publicado por: Senaqueribe às junho 28, 2005 04:26 PM
Nem meço, Templário, nem meço. Uma pessoa pode ser inteligente sem ter um curso superior, e a tradicional metáfora de um doutor ser um burro carregado de livros nem sempre é falsa...
Quanto ao comentário do António, resta-me acrescentar que o mais que se pode fazer é um esforço para conceder igualdade de oportunidades. Porque igualdade à partida, não é possível. Uns são estúpidos, outros não; uns são feios, outros não; uns têm deficiências físicas, outros não, etc, etc... É a desigualdade decorrente da natureza.
Forçar a igualdade, que é tanto do agrado dos politicamente correctos, não passa de uma violação grosseira da liberdade individual. Tão grande como a confusão que existe em tantos espíritos entre democracia e unanimismo.
Publicado por: Pedro Oliveira às junho 28, 2005 05:00 PM
Publicado por: David às junho 28, 2005 12:38 AM
Caro David : Não, não preciso; tenho um saco de box(areia) a que dei o nome F.C.Liberal...
Publicado por: zippiz às junho 28, 2005 09:09 PM