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junho 26, 2005

Portugal, a UE e Blair

Portugal tem com a UE uma relação perversa. Para a maioria, a UE é uma espécie de Pai Natal que põe prendas no "sapatinho": Auto-estradas, abastecimento de águas, redes de saneamento, cursos de formação que são uma forma sub-reptícia de mascarar o desemprego real, etc.. Para outros, poucos, é, principalmente, um Pai Real, de todos os dias, que impõe regras de despesa e que impede que o miúdo compre tudo o que vê nas montras, sem cuidar do dia seguinte. Uns esperam dela o “ouro do Brasil”, outros esperam que ela sirva de tutor a um povo indisciplinado e que vive de ilusões e de freio a políticos sem competência e sem rigor.

Foi o “gongue” do FMI que nos salvou do descalabro desencadeado pelo PREC e sustentado depois por políticos populistas e incapazes. A tutela externa fez com que fossem possíveis algumas medidas correctoras delineadas por Ernâni Lopes e assinadas por Mário Soares, na Portela, entre uma chegada e uma partida de avião. Foi o “gongue” da infracção das regras do PEC que nos salvou do KO guterrista e que, se não foi suficiente para se reformar o Estado português, pelo menos permitiu garrotar alguns custos e travar o delírio despesista.

Agora, mais uma vez fomos salvos pelo “gongue” do PEC, quando nos aprestávamos a viver no mundo de ilusões criado pela campanha eleitoral de Sócrates. Com o actual orçamento rectificativo, Sócrates não cumpriu duas promessas eleitorais: uma, a de não aumentar os impostos; outra, a de não falar do passado, porquanto perante um OR onde a despesa pública é superior a metade do PIB (50,2%), o seu argumento foi que o OE 2005 era “um embuste”.

Ora este OR é igualmente um embuste. A eficiência fiscal é uma operação de marketing de Paulo de Macedo. Muitas das liquidações adicionais que as Direcções de Finanças andam a enviar, atrabiliariamente, aos contribuintes, resultam de erros das bases de dados e dos sistemas informáticos dos serviços, ou apenas de incúria dos serviços. Daqui a 2 ou 3 anos ainda estarão a discutir a veracidade de muitas das notas de liquidação.

O repatriamento de capitais é uma ilusão. Portugal não é atractivo aos capitais por várias razões, sendo a principal o facto de o Estado não ser uma pessoa de bem. O Estado português habituou-nos a mudar constantemente as regras do jogo. Muda-as a meio do campeonato. Quem se arrisca a repatriar capitais, quando não sabe se daqui a algum tempo o governo não aparece com uma lei que os vai penalizar? Ninguém confia num batoteiro.

Privatizações e venda de imóveis estão fora de causa. Há espaço para mobilização de poupanças de pequenos accionistas, mas os investidores graúdos, na actual situação económica, só estarão interessados se os preços das acções forem muito convidativos, o que significa vender abaixo do valor real. Quanto ao imobiliário, as aparições desastradas de Eduardo Cabrita foram o golpe de misericórdia. Se estava estagnado, agora vai a pique.

No que respeita às receitas dos novos impostos, a quebra de consumo, a evasão (haverá, por exemplo, cada vez menos particulares a pedirem facturas por obras ou serviços) e o contrabando vão fazer com que os valores sejam mais baixos do que os expectáveis. A estagnação económica e o aumento lento, mas sustentado, do desemprego vão reflectir-se negativamente nas arrecadações fiscais e no aumento de transferências sociais.

O problema central em Portugal continua a ser o da dimensão do Estado, quer em efectivos quer, principalmente, no descontrolo dos custos. Ora, se exceptuarmos medidas de impacte mediático e de importância moralizadora, mas de reduzida influência na despesa pública, nada mais foi anunciado. Bruxelas igualmente considerou que não havendo medidas importantes no lado da despesa, as medidas do presente OR não conduzirão a um resultado sustentável. Todavia os nossos líderes políticos, e os fazedores de opinião que os apoiam, consideram que isso são manias de burocratas desligados das massas, incapazes de compreenderem os anseios populares.

Têm razão. Mas a sua razão é o seu desatino. Porque a existência desses eurocratas permitiu-lhes tomar medidas que nunca tomariam se não fossem as exigências desses eurocratas “desligados das massas”. Servem-lhes de desculpa. Todavia, a situação do país é de tal forma calamitosa e as medidas a tomar tão gravosas para muita gente, que o governo teme ir mais longe porque receia as consequências, mesmo desculpando-se com as exigências de Bruxelas e o “embuste” do OE2005.

E não é apenas uma questão de temer. É igualmente uma questão de competência. A reforma da administração pública não se faz com despedimentos cegos. Faz-se reestruturando os serviços e os procedimentos, avaliando, em função dessa reestruturação, quantos e quais os efectivos que necessita, quais os que pode ou deve transferir para outros serviços e quais os que estão realmente a mais. Se esta é uma tarefa complexa numa empresa com centenas ou poucos milhares de efectivos, o que será num sector com 750 mil efectivos.

É nesta conjuntura que muda a presidência da UE. No próximo semestre essa presidência cabe à Grã-Bretanha e a Tony Blair. Tony Blair saiu-se bem na questão do “cheque britânico”. Não disse que não, mas pediu como moeda de troca o fim progressivo da PAC. Se inicialmente estava isolado, Blair rapidamente congregou alguns apoios. E se os novos países do Leste não o apoiaram foi apenas porque o falhanço da cimeira protelou a resolução da questão da obtenção dos fundos estruturais de que eles necessitam urgentemente. Mas certamente que o apoiarão, visto a PAC ser obsoleta e servir fundamentalmente os interesses dos agricultores franceses, espojados nas “delícias de Cápua” dos subsídios.

O discurso de Blair foi claro e abriu uma porta numa Europa em crise de identidade. Salientou que é preciso investir mais na educação, na ciência, na investigação, no desenvolvimento e nas tecnologias, gerando novos empregos, e não numa agricultura que consome 40% dos recursos da UE. A alternativa, se tal não for feito, é a UE ser ultrapassada pela China e pela Índia dentro de 20 ou 30 anos. A UE deve modernizar o seu modelo, combinando uma elevada competitividade com a protecção social.

Tony Blair não tem a seu favor apenas as palavras que proferiu. Tem atrás de si o exemplo da economia britânica a crescer e o desemprego a diminuir, numa altura em que na maior parte dos Estados europeus as economias estagnam e o desemprego cresce sem cessar. Quando lhe falam encomiasticamente do Modelo Social Europeu, pergunta que modelo é esse que se traduziu entretanto em 20 milhões de desempregados?

O programa de Blair, admitindo que as palavras dele correspondam a uma intenção firme, vai em sentido contrário aos conceitos que nos moldaram, nos modelos estatizantes em que temos vivido. A Europa continental, principalmente a do sul, conceptualmente mais distante daquilo que Weber definiu como a “ética protestante”, não se sente confortável quando confrontada com um programa económico mais liberal. Prefere acomodar-se a um estatismo mais “tranquilo”. Todavia esta preferência deixou de ser uma alternativa viável com a economia global – a Europa, ou arrisca na inovação tecnológica e nas áreas em que a sua qualificação lhe confere vantagens comparativas, ou envereda por um projecto de empobrecimento contínuo e deixa-se ultrapassar por outros.

A presidência britânica pode ter efeitos positivos em Portugal. Blair e Sócrates pertencem à mesma família política. Sócrates pode ser seduzido pelo exemplo britânico e decidir arriscar mais. Certamente que se arriscar mais, o PS será pesadamente derrotado nas autárquicas e Cavaco terá o caminho livre nas presidenciais. Mas Cavaco, se Sócrates executar uma política de rigor na despesa pública, não lhe tirará o tapete debaixo dos pés, não reeditando o exemplo de Sampaio. Portanto, Sócrates terá toda a legislatura para reformar o país e recolher os primeiros dividendos dessa reforma.

Se não o fizer, é provável que as autárquicas corram melhor ao PS, mas a derrapagem económica é inevitável com esta política. Daqui a 4 anos estaremos pior do que agora, com mais desemprego, mais impostos, mais défice e mais longe da solução. Sócrates terá que escolher: ou uma pesada derrota autárquica, ou uma pesada derrota legislativa dentro de 4 anos ... ou antes, se a situação económica e política se degradar em demasia e o novo presidente julgar preferível eleições antecipadas.

Publicado por Joana às junho 26, 2005 10:08 PM

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Comentários

Socrates já começou mal com Blair ao comentar depois da cimeira sobre o "egoismo inglês".
Ao aliar-se aos palavrosos futuros perdedores (França, Belgica, Luxemburgo)mostrou estar mais preocupado com o resultado das eleições do que com deficit ou com Portugal de amanhã. Afinal não é só o Dr. Sampaio que acha que há mais vida para além do deficit.Muitos no partido pensam o mesmo. Devemos todos pensar seriamente em emigrar.

Publicado por: Joao P às junho 26, 2005 10:52 PM

"Foi o “gongue” da infracção das regras do PEC que nos salvou do KO guterrista e que, se não foi suficiente para se reformar o Estado português, pelo menos permitiu garrotar alguns custos e travar o delírio despesista."

"Agora, mais uma vez fomos salvos pelo “gongue” do PEC, quando nos aprestávamos a viver no mundo de ilusões criado pela campanha eleitoral de Sócrates"

Joana,
entre estes dois (Guterres e Sócrates) não existiu nada ? Vc sabe , no âmbito da palavra Honestidade, que nome se dá ao seu "esquecimento" ?

Publicado por: zippiz às junho 26, 2005 11:01 PM

Existiu incompetência na aplicação das reformas necessárias, mas não desvario despesista.
Não foi esquecimento.

Publicado por: Joana às junho 26, 2005 11:19 PM

zippiz em Junho 26, 2005 11:01 PM,
.
Ó zippiz, sem os votos necessários, é escusado participar na "dialéctica alheia". Completamente escusado. Trinta anos ainda não chegaram para perceber ? O que é que afinal Vc. e «os seus» querem ? Estar no Parlamento e fóra do Parlamento ? São papados. Sempre.
O «Coronel Bajoulo» ao menos faz-nos rir, que não percebe porque carga d'água há-de haver orgulho em levar no bum-bum ... esta guerra civil «plasmada» no Parlamento, em Portugal, torna-nos exangues. Álvaro Cunhal vai sobreviver ao post-mortem. Vc. já comprou uma casinha nos arredores de Curitiba ?

Publicado por: asdrubal às junho 26, 2005 11:27 PM

Joana,
Mas mesmo no caso de Sócrates só houve intenção no despesismo (promessas da campanha eleitoral).
Sócrates com desvario despesista ? Ao fim de 100 dias já conclui isso ?
Asdrubal,
não comprei ainda nada; estou à espera que as Cortes se reúnam novamente em Leiria para ver se haverá alguma boda aos pobres !

Publicado por: zippiz às junho 26, 2005 11:35 PM

Espere sentado, e entretanto vá «dialectizando» que a vitória é certa.

Publicado por: asdrubal às junho 27, 2005 12:02 AM

zippiz: Você não deve andar a ler bem. Eu escrevi:
«Agora, mais uma vez fomos salvos pelo “gongue” do PEC, quando nos aprestávamos a viver no mundo de ilusões criado pela campanha eleitoral de Sócrates.»

Portanto o que eu escrevi foi que "só houve intenção no despesismo"
Na realidade há despesas adicionais como, por exemplo, a manutenção das SCUTs, embora eu ache, neste caso, que, na situação actual, com os contratos já feitos, as únicas que poderiam dar algum dinheiro seriam a Via do Infante e as do litoral centro e norte.

Publicado por: Joana às junho 27, 2005 12:02 AM

O erro, nas SCUTs foi fazê-las. Agora, qualquer modificação não traria vantagens significativas.

O PSL livrou-se do buraco, pois ele nunca conseguiria recuperar mais de 20% da renda anual das SCUTs. O Mexia não queria, porque sabe fazer contas e deve ter verificado que já não havia solução.

Foi o mesmo que fez o Carmona Rodrigues, que é um técnico muito competente. Assim que substituiu o Valente de Oliveira nunca mais se falou em pôr portagens nas SCUTs.

Publicado por: Joana às junho 27, 2005 12:06 AM

António Campos, ex-deputado europeu do PS, na Pública:

«(...) A PAC é contrária aos interesses nacionais, porque protege as produções do Norte da Europa e, por isso, o que se tem subsidiado em Portugal durante anos são produções que são para acabar! Além disso, não foi capaz de dinamizar os seus próprios recursos. E é profundamente injusta, pois protege meia dúzia de cidadãos - no Minho, que não recebe nada da PAC, produzem-se 2250 euros por hectare enquanto o Alentejo recebe milhões de euros e produz anualmente 400 euros por hectare -, liquida recursos e retira autonomia a regiões que têm os seus próprios recursos e agricultura organizada. » (...)

«Ora, é o dinheiro dos contribuintes que está em causa; no caso português, uma minoria insignificante de 1650 agricultores recebe 200 milhões de euros por ano! E são os menos produtivos, sem nenhuma capacidade de se aguentarem no futuro. (...)»
(via Blasfémias)

Publicado por: soromenho às junho 27, 2005 12:15 AM

Até os do PS começam a criticar a PAC. O Chirac está feito.

Publicado por: bsotto às junho 27, 2005 12:23 AM

Atenção que a PAC foi negociada no tempo de Cavaco e o ministro Arlindo Cunha foi um dos principais intervenientes nessa matéria.
Foi o 1º responsável por esse espalhanço. Na altura foi muito criticado.

Publicado por: David às junho 27, 2005 12:25 AM

Fica-se cansado desta obsessão com o sector público. Ineficiente como é, não é ele que está na origem dos nossos males. Nem a PAC. O que está na origem dos nossos males é a incompetência das nossas empresas que não conseguem ser competitivas. E porque não o são, são batidas no mercado interno pelas congéneres estrangeiras, e não conseguem vender no estrangeiro. Se as empresas fossem competitivas - o que significa os seus gestores serem competentes - não era o Estado nem a PAC que nos causariam problemas de maior. Focar obsessivamente a atenção no Estado é ignorar a verdadeira fonte dos nossos problemas, o que não ajudará nada a resolvê-los.

Publicado por: Albatroz às junho 27, 2005 12:49 AM

Albatroz em junho 27, 2005 12:49 AM:
Se o Estado "come" 50,2% da riqueza que produzimos não acha que é a "verdadeira fonte dos nossos problemas"?
Esses 50,2% vêm de algum lado. É o sector produtivo que sustenta isso. Se sustenta isso é à custa da diminuição da sua competitividade.

Publicado por: Hector às junho 27, 2005 01:03 AM

Os nossos empresários podem não ser modelos de competência. Mas são as empresas que sustentam os 50,2% do que o Estado "engole".
E ao fazerem-no, ainda são menos competitivas perante o exterior.

Publicado por: Hector às junho 27, 2005 01:05 AM

Acho um piadão a estas Teorias !!!

Vejamos: Receita 1.500 euros

despesa: 2.000 euros

Prejuízo ou excesso de despesa 500 euros.

Tenho 2 soluções

1º Solução : - Reduzir a despesa de preferência até aos 1500 euros e se conguir ir até aos 1400 ainda fico com poupança de 100.
Qualquer Português sabe isto e não é ministro nem economista.

2ª Solução : Manter a despesa, evitando que ela aumente
E aumentar a Receita.

Ora a questão está precisamente aqui, aumentar a receita sem ser através de aumento de impostos !

Isso exige saber o que desejamos para termos um plano e uma estratégia de procedimentos.

Não tendo nada disto, bem podemos diminuir a despesa, que de nada valerá, pois é uma questão de tempo até a receita voltar a cair, e voltamos a ter excesso de despesa, com a agravante que já retirámos beneficíos à população.

Ora...Blair tem de facto a virtude de fazer um Alerta Europeu. É necessário investir em alta tecnologia, em saber, em conhecimento. Nisso Blair foi um ÁS. O calcanhar de Aquiles dos Ingleses, são sempre os Franceses, e portanto tinha que deixar ali o toque, para burrar a sua Ideia.

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 01:10 AM

Os 50,2% do PIB que o Estado gasta, gasta-o quase todo em Portugal. Quem recebe esse dinheiro são os funcionários públicos e as empresas que fornecem bens e serviços ao Estado. Esse dinheiro entra em circulação na economia, não é deitado para o poço. Entre ser o Estado a gastar ou as famílias a consumir, ainda prefiro que seja o Estado, pois nem tanto desse dinheiro acabará por sair do país para pagar bens de consumo que não produzimos. Só se a alternativa fosse entre ser o Estado a gastar ou as empresas a investirem é que poderíamos criticar a actual situação. Mas não me consta que as despesas públicas retirem às empresas capacidade para investir.

Publicado por: Albatroz às junho 27, 2005 01:10 AM

O grosso das receitas do Estado não vem do IRC mas do IRS, do IVA e dos outros impostos sobre o consumo, que são suportados pelos consumidores. Logo não são as empresas que sofrem com as despesas públicas.

Publicado por: Albatroz às junho 27, 2005 01:13 AM

Parte desse dinheiro é em salários. Ora parte importante do consumo das famílias é importado. Parte é medicamentos e equipamentos médicos, a maioria importada, e assim sucessivamente.
E mesmo que o gastasse em Portugal, ele foi retirado ao sector produtivo. Se o foi retirado, as empresas têm menos capacidade de investirem.

Publicado por: Hector às junho 27, 2005 01:16 AM

Hector às junho 27, 2005 01:03 AM

Ó Hector se o sector produtivo sustentasse a despesa do Estado, não havia déficit !

Vocês sabem muito de economia, mas para deturpar o que os outros dizem, são uns experts !

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 01:19 AM

Então os 23,75% para a SS que é pago logo à cabeça pela empresa por cada empregado?

Templário: Não sustenta 50,2%. Sustenta 50,2% -6,2% de défice.Ou seja 44%. Mas alguém vai pagar aquele défice. Em qualquer altura.

Publicado por: Hector às junho 27, 2005 01:23 AM

Pelo menos a poesia diz a verdade ...
.
«Por noite velha, truz truz,
bateram à minha porta
- Donde vens, oh minha alma?
- Venho morta, quase morta.
Já eu mal a conhecia,
De tão mudada que vinha
Trazia todas quebradas
Suas asas de andorinha.
Mandei-lhe fazer a ceia
Do melhor manjar que havia.
-Donde vens, oh minha alma,
Que já mal te conhecia ?
Mas a minha alma, calada,
Olhava e não respondia,
E nos seus formosos olhos
Quantas tristezas havia !
Mandei-lhe fazer a cama
Da melhor roupa que tinha ;
"Por cima damasco roxo,
Por baixo cambraia fina".
- Dorme, dorme, oh minha alma,
Dorme, e, para te embalar,
A boca me está cantando,
Com vontade de chorar».
.
Afonso Lopes Vieira in « Ilhas de Bruma».

Publicado por: asdrubal às junho 27, 2005 01:31 AM

Ninguém contesta (excepto a esquerdalhada) a necessidade de reforma profunda dfa administração pública e de emagrecimento do modelo social. E há muiitos estados membros que estão muito bem de saúde e não cometem erros à portuguesa, como os nórdicos e os de leste. E não é Blair o único arauto dessa mensagem. O problema é querer-se ou não a afirmação da Europa como unidade política forte no mundo. Os patriotas europeus querem-na, Blair não, porque é um caniche de Bush. E lá voltam os slogans da Blairdalhoca: os 40% dedicados à agricultura... Como o orçamento da UE representa apenas cerca de 1% do PIB da União, a PAC (da competenência exclusiva da União a 100%)representa apenas 0,4% desse mesmo PIB, O QUE NÂO É EXCESSIVO (há 5% de agricultores na União). E a França só beneficia de 23 biliões, a título de PAC e a Espanha de 13. A razão é objectiva: o tamanho das suas áreas agrícolas. Mais nada. O resto é demagogia. Barata. Blairite. Ora quem ainda acredita no bLIAR...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 27, 2005 07:44 AM

Por muito que custe a aceitar, um orçamento em que 50,2% do PIB se destina à despesa pública é algo de inconcebível.
Há que fazer alguma coisa e rapidamente.

Publicado por: vitapis às junho 27, 2005 08:59 AM

EUROLIBERAL às junho 27, 2005 07:44 AM: Você está a mascarar completamente as questões, para enganar a malta.
O orçamento da UE destina-se à coesaõ social entre os seus membros e a pagar as despesas administrativas próprias (que já de si são uma fatia bastante grande).
Se 40% desse valor é para sustentar a PAC e, princialmente, os agricultores franceses, falta dinheiro para a verdadeira coesão social e para investimentos em inovação nos países mais pobres.

Portugal anda a sustentar a PAC e é um contribuinte líquido agrícola, o que é estranho, dado o estado da nossa agricultura.

Publicado por: vitapis às junho 27, 2005 09:06 AM

Este orçamento é de facto "obsceno". Mas a redução da despesa pública não se faz de um dia para o outro.
Aliás a própria Joana reconhece isso no post.
Não sei é se o Governo faz essa política, depois da contestação que já teve.

Publicado por: c seixas às junho 27, 2005 09:33 AM

De poetas, loucos e economistas todos temos um pouco, portanto ai vai a minha solução.

Mandar imediatamente para casa metade dos funcionários públicos no que se traduzia por uma poupança incrível em subsídios de almoço, telefonemas, aleitamento, horas extras, paternidade, maternidade, lápis, canetas, faltas ao serviço (uma vez que os que ficavam tinham que estar na repartição), fotocópias, downloads da Internet, cafés, chás, tabletes nutritivas (que a PT lá coloca para aumentar a “produtividade”), carros de serviço, enfim as possibilidades são tantas que até me canso de as escrever.

Metade de todos esses retornados iria voltar ao mercado de emprego fazendo biscates aqui e ali, canalizadores (dispensando os polacos), empregadas de balcão (dispensado as brasileiras) e nas obras (dispensando os Palop’s e ucranianos).

Isto é tão simples que só me admiro de ninguém ainda ter tido esta ideia!

Publicado por: carlos alberto às junho 27, 2005 09:33 AM

Vitapis: os dados são reais, estão na internet, e a mistificação de Blair foi denunciada pelo comissário Almunia. Se você não sabe responder com contra-argumentos credíveis, cale-se. É você que quer fazer passar os outros por estúpidos. E cale-se com essa história mal contada de a França ser beneficiada ilegitimamente pela PAC. É beneficiada na exacta proporção da sua enorme área agrícola (de longe a maior da UE, olhe para o mapa) e de acordo com a estrita aplicação dos regulamentos aplicáveis a todos. Não há vigarice a não ser na argumentação demagógica de BLIAR ! E se ninguém discorda que a PAC possa ainda sofrer ajustamentos (já foi reduzida há poucos anos de 80% para 40% do orçamento) ninguém pode afirmar hoje que dedicar 0,5% do PIB global à agricultura, que envolve directamente 5% da população seja excessivo. A quota da PAC que beneficia a França visa compensar o tabalho de muitos agricultores do celeiro da Europa. Enquanto que o "rebate" inglês não paga nada, é um puro privilégio injustificável. Deve acabar rapidamente, senão outros países (Alemanha e Holanda) também exigirão um retorno e ainda com mais razão que a GB. A França também não tem culpa de ter a maior área agrícola da União. Além de que essa área agrícola, na UE, é antes de mais europeia (de nós todos) e só depois francesa. A Califórnia também tem a maior área agrícola dos EEUU e recebe mais subsídios que os outros estados... As críticas à UE vêm sempre de pessoas ignorantes e estúpidas... está visto... A Europa é um estado de espírito, não é para quem só pensa em contas de merceeiro e quando estes sovinas são os que mais recebem (líquido) per capita da UE, então a situação é grotesca. Calem-se, estúpidos ! Palhaços ! Traidores ! Tenham vergonha na cara !

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 27, 2005 09:55 AM

EUROLIBERAL às junho 27, 2005 07:44 AM

Ninguém contesta (excepto a esquerdalhada)......

Não sei a que esquerdalhada se se refere, se é ao PCP, ao BE ou ao MRPP.

Quero no entanto dizer-lhe o seguinte : O Povo Português é dos mais Pacientes que há na Europa, e aguenta sempre uns anos, pelas doutas medidas que os especialistas adoptam !
Resultado: Não se resolve o nosso Problema Fundamental !!!
Qual é o nosso problema ?
Termos áreas de comércio/indústria/serviços de qualidade e competitivas na Europa.
Temos por exemplo o Turismo, que é tratado às 3 pancadas e 85% concentrado no Algarve, Lisboa e Fátima.
Como somos Poucos se tivessemos Apostado Forte no Turismo no Tempo do Cavaco, hoje teríamos Todos os Nossos Problemas Resolvidos.

E passamos a vida, a concentrar as nossas forças em discussões fúteis.

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 09:59 AM

EUROLIBERAL em junho 27, 2005 09:55 AM:
O nível da sua argumentação está ao nível da sua educação: zero.
Estamos a falar do orçamento que a UE destina à coesão social. Se desse orçamento, 40% são para os agricultores franceses, da França que é um país rico, e uma pequena parte para as ajudas aos mais pobres e ao desenvolvimento tecnológico e à inovação é porque há algo de errado e obsceno nisto tudo.

Publicado por: vitapis às junho 27, 2005 10:09 AM

Ponto um: A Política Agrícola Comum não consome 40% dos recursos da UE: consome 40% de 1%, ou seja, 0,4% dos recursos da UE.

Ponto dois: Se para acabar com a PAC o Blair acha necessário mentir sobre os números, é porque acha que com a verdade não convenceria a opinião pública britânica (que neste momento deve estar convencidíssima de que quase metade do que produz vai para subsidiar os agricultores franceses).

Ponto três: A Joana sabe perfeitamente que o Blair está a mentir, e repete a mentira. «Análises críticas», «modelos explicativos», uma ova: propaganda pura e simples, sem qualquer escrúpulo moral ou intelectual.

Ponto quatro: E contudo até nem seria necessário mentir. Há uma boa razão para acabar com a PAC, pelo menos na parte que diz respeito aos subsídios: é que os subsídios à agricultura na Europa e nos EUA mantêm na pobreza os agricultores africanos.

Ponto cinco: Não vejo onde está o escândalo de a despesa pública corresponder a 50,2% do PIB. É um valor que nos coloca, em termos europeus, a meio da tabela. No cimo está a Suécia, com cerca de 60% - e tomáramos nós uma sociedade como a sueca. Quem diz que 50,2% é um valor demasiado alto deveria dizer qual seria, no seu entender, um valor razoável.

Ponto seis: o ponto anterior levanta aqui a questão dos limiares, que eu já levantei a propósito das desigualdades sociais (que grau de desigualdade é suficiente para optimizar o funcionamento da economia) e a propósito dos gulags (quantas vítimas de tortura são necessárias para um centro de detenção ser considerado um gulag).

Ponto sete: Assim como fugiu à questão dos limiares nas discussões da desigualdade e da tortura, a Joana também vai fugir a ela na discussão do peso da despesa pública no PIB.

Ponto oito: Há silêncios que são eloquentes. O silêncio da Joana sobre o limiar da desigualdade autorizou-me a concluir, em devido tempo, que para ela a desigualdade nunca é demais. O silêncio da Joana sobre o limiar da tortura autorizou-me a concluir que para ela a tortura é aceitável desde que praticada pelos seus correligionários. E o previsível silêncio da Joana sobre o limiar da despesa pública também terá o seu significado, que nem sequer preciso de explicitar.

Publicado por: Zé Luiz às junho 27, 2005 10:55 AM

Tem toda a razão. Dar dinheiro para os chauvinistas dos agricultores franceses que, ainda por cima, votaram 70% Não, em vez de dar para coisas mais úteis e com futuro, é deitar dinheiro à rua.

Publicado por: Susana às junho 27, 2005 10:55 AM

Zé Luiz às junho 27, 2005 10:55 AM: Se eu também fosse funcionária pública não via qualquer inconveniente nisso. Enquanto os escravos do sector privado se esfalfassem para me sustentar, eu estaria divertida a fazer posts sobre como é bom a despesa pública crescer.

Chama-se a isto egoísmo e hipocrisia.

Publicado por: Susana às junho 27, 2005 11:01 AM

Hector:

Em que mundo vive você? Com que então acha que se o Estado gastasse menos em hospitais, escolas, polícias e inspectores de Finanças, e se o dinheiro assim poupado fosse entregue aos empresários, estes o iam aplicar direitinho em investimento produtivo!

Iam empregá-lo, isso sim, em consumos ostentatórios. O que até talvez tivesse as suas compensações para o comum dos mortais: com os cortes orçamentais, em vez de irem para a fila do centro de saúde às cinco da manhã, passavam a ir às cinco da tarde do dia anterior; e sempre se entretinham a ver passar os Ferraris.

Publicado por: Zé Luiz às junho 27, 2005 11:08 AM

Susana:
Ninguém se esfalfa para me sustentar. Eu dou valor por valor.
Se você é escrava do seu patrão, lamento muito. Mas não se ponha a exigir igualdade na escravidão: isso é pior do que egoísmo e hipocrisia, é estupidez e inveja.
Mas diga-me lá: qual é o limiar que entende razoável para a despesa pública? 0%?

Publicado por: Zé Luiz às junho 27, 2005 11:15 AM

A questão não é a despesa pública ser 50,2%. A verdadeira questão é que nível de serviços oferece o estado em troca desses 50,2%.

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 27, 2005 11:25 AM

Tá visto que o EUROLIBERAL está no payroll do Chirac ou no da Associação de agricultores franceses, os mesmos que recusaram a Constitição, e que não gostam de ver um país que era dos mais pobres da comunidade em 1983 ter-se transformado num dos mais ricos (Reino Unido).
A Politica Agricola Comum entrega aos 4% de agricultores franceses 23,6% de 49 mil milhões de euros, ou seja 11,5 mil milhões de euros, ou seja mais de TRES VEZES o que Portugal recebe AO TODO.
E tudo isto é garantido até 2013 (data do término do -agora menos-hipotético terceiro mandato de Chirac).
Alguém acha isto justo? ou sensato?
A esquerda ao que parece acha, talvez porque a cassette do Le Monde ainda não mudou, mas essa é outra história que conviria averiguar.

Publicado por: Joao P às junho 27, 2005 11:26 AM

As reacções pavlovianas da esquerda têm tudo que ver com o seu estatismo. Nisso não são nada diferentes de certas direitas - principalmente a direita françesa mainstrean da qual Chirac é um distinto representante. O seu estatismo traduz-se em anti-capitalismo: capitalistas, sim, mas domesticados, ou pelo menos amigalhaços; compra de votos com dinheiros públicos. O seu estatismo traduz-se também em anti-americanismo: muitos dos que hoje choram a derrota de Gore em 2000, e a de Kerry em 2004 são os mesmos que pintalgaram nas paredes 'Clinton go home' em 2000.

Tal como a extrema-esquerda de hoje se alia objectivamente às mais retrógadas forças como o fundamentalismo islâmico, em nome da autodeterminação étnica. O que é feito do internacionalismo trotskista de Louçã? Ou da coerencia internacionalista de um Cunhal? O que é de facto importante, é perceber que estas forças têm como objectivo destruir a sociedade democrática e capitalista global, e para isso quaisquer aliados são bons.

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 27, 2005 11:57 AM

Esclarecimentos (haja paciência) para ignorantes anti-europeus

Há gente desmiolada que não devia participar nestas discussões. Depois de 3 ou 4 esclarecimentos ainda há quem solte pérolas destas: "Se desse orçamento, 40% são para os agricultores franceses, da França que é um país rico, e uma pequena parte para as ajudas aos mais pobres e ao desenvolvimento tecnológico e à inovação é porque há algo de errado e obsceno nisto tudo." Ora, 40% do orçamento da UE (que no todo representa 1% do PIB global) é para todos os agricultores da UE e não só para os franceses. Estes têm apenas direito, aplicados os regulamentos, a 23,6% dessses 40%, ou seja, a 9% do orãmento da UE ! Ouviu ó analfabeto Vitapis ? De facto há um problema com a matemática em Portugal... E repito, isso não é um privilégio. A França tem mais de meio milhão de Km2, de longe o maior país da UE e praticamente toda essa área é agricola e fértil. Basta atravessar a imensa França de carro, durante 1200 Km só se vêem de um lado e de outro da estrada campos imensos a perder de vista cuidadosamente cultivados. LOGICAMENTE é o primeiro beneficiário da PAC. Depois vêm a Espanha, a Alemanha, a Itália e a GB.
E porque é que a França não devia receber três veezes mais que toda a ajuda a Portugal para a sua agricultura ? Se nós tivessemos todos os campos cultivados (mesmo em regiões desérticas, como a Espanha, através de estufas, de altíssima rentabilidade) também receberíamos muito mais. È PRECISO PROJECTOS CREDÌVEIS PARA RECEBER SUBSÍDIOS da PAC e os portugueses calaceiros não os apresentam !! Depois queixam-se ! Incompetentes ! A nossa agricultura está ao abandono ! Dizem que não dá ! Pois, mas depois as terras são compradas por espanhóis ou holandeses e mesmo no Alentejo seco, passado algum tempo, começam a gerar fortunas ! O que é preciso é competência ! Sem isso não há subsídios ! A culpa não é da UE, é dos incompetentes que campeiam por aí, e que são todos a favor do NÃO ! Votem Não e depois o país vai de vez ao fundo ! Eu nessa altura mudarei de nacionalidade...

Ter autonomia alimentar em caso de conflito é um objectivo estratégico, bem como ter um bom ordenamento territorial e ambiental e tudo isso se paga. Por isso a agricultura, mesmo para os mais liberais como eu, é um sector à parte, em que não se devem aplicar as regras gerais do mercado sem derrogações. Esquecer isto é ser demagógico, como o traidor Bliar, um criminoso de guerra foragido à justiça de Haia...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 27, 2005 12:11 PM

A ouvir alguns maduros, a França, mesmo com um governo de direita, seria quase comunista... Tenham juízo ! Se hoje a França atravessa um mau momento e carece de leadership, isso é conjuntural e continua a ser um país altamente próspero. Depois da guerra, a Inglaterra, menos atingida, estava muito à frente da França em riqueza. Mas 30 anos de crescimebnto rápido e ininterrupto colocaram a França a partir dos anos 60 muito á frente da GB. No tempo de Taetcher, a GB estava feita num 8, muito por culpa dos sindicatos esquerdalhos. Foi nessa altura que a UE para a ajudar lhe concedeu o "rebate", um verdadeiro privilégio. Com a política de Taetcher a GB começou a levantar e hoje está ligeiramente à frente da França (1,5 para 1,4 triliões em PIB). A culpa não é portanto do "modelo social" que sempre existiu no continente. Até porque Blair se tem esforçado (não há nada a dizer da sua política económica, aliás) por se aproximar do modelo social continental aumentando drasticamente as despesas com o "Walfare". Do mesmo modo, no continente todos (menos a esquerdalhada: PC's e extrema-esquerda) reconhecem a necessidade, por razões de gestão e sustentabilidade, de emagrecer a cobertura social. Logo não há verdadeiramente divergëncias significativas nesse domínio na Europa, até porque os estados mais prósperos e competitivos, os nórdicos, são aqueles que têm um modelo social mais pesado (embora altamente eficiente)...

Blairdalhoca, o caniche BLIAR, tal como em relação ao Iraque, mente para desviar as atenções da sua intenção de destruir a Europa, a verdadeira questão. Finge que o problema está na eficiência e flexibilidade do estado e da regulamentação laboral, quando a verdadeira divergência está no futuro da Europa: to be or not to be a Political Union, that's the question... Sobre isso, o caniche de Bush vai mentindo, dizendo que "também é pela europa política", no que só acredita quem é tolo ! Na última cimeira, o presidente do Conselho (luxemburgûes) já só pedia o congelamento do aumento do "rebate" inglês para permitir assim diminuir de 1 bilião a contribuição dos holandeses (os maiores contribuintes líquidos per capita) e obter a aprovação global das perspectivas financeiras. Era mais que razoável, mas Blair recusou para criar uma crise gravíssima e destruir a Europa... É um traidor e como tal deve ser tratado.... basta prendê-lo no estrangeiro (tal como fizeram a Pinochet) e enviá-lo para Haia, onde tem muito a responder sobre os seus crimes miseráveis no Iraque. Ao lado deste terroirista cruzado, Mladic, o carrasco de Sebrenica, parece um anjinho... Forca com o caniche...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 27, 2005 12:35 PM

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 27, 2005 11:25 AM:

«A questão não é a despesa pública ser 50,2%. A verdadeira questão é que nível de serviços oferece o estado em troca desses 50,2%.»

Tem toda a razão. A questão nunca é o preço, é sempre a relação preço/qualidade.

Só que neste caso a qualidade é diabolicamente difícil de determinar. Para o comprador a qualidade é sempre baixa e o preço sempre alto; e muito deste paleio da fraca qualidade dos serviços do Estado é isso mesmo, o comprador a tentar desvalorizar a mercadoria.

Mas atenção. Eu escrevi «muito deste paleio», não «todo este paleio». A qualidade dos serviços do Estado é fraca, com efeito, e tem que melhorar muito. Mas não deitemos fora o bebé com a água do banho.

Isto mesmo é o que escreve a Joana: «A reforma da administração pública não se faz com despedimentos cegos. Faz-se reestruturando os serviços e os procedimentos, avaliando, em função dessa reestruturação, quantos e quais os efectivos que necessita, quais os que pode ou deve transferir para outros serviços e quais os que estão realmente a mais.» Neste ponto não poderia estar mais de acordo com ela.

O problema, como ela própria diz, é que os cortes selectivos são diabolicamente difíceis; e como os cortes cegos são incomparavelmente mais fáceis, temo que este governo ou outro qualquer opte por eles, o que equivalerá a matar a economia para sanear as finanças.

Publicado por: Zé Luiz às junho 27, 2005 12:41 PM

vitapis às junho 27, 2005 10:09 AM

Os debates são sempre manipulados.....

Vejamos para onde vão os 40% da PAC.

Quando eram 15 países que constituiam a UE, eles iam para os 15. Incluíndo Portugal, como deve saber é até daqueles que mais precisa desses subsídios, caso contrário nem leite teríamos !!!

Como a França é 6 vezes maior que Portugal, e é Só a Maior Potência Agrícola Europeia, é óbvio que receberá mais que os outros !
Veja-se o Caso da Espanha (2ª maior na Europa) que aproveita também bem os subsídios.

Portanto aqui, tal como na política, os comentadores aproveitam os dados conforme lhes interessa .

Por falta de Seriedade e Objectividade, nunca se discute o que interessa verdadeiramente. Daí, só merecermos os Sócrates Mentirosos, Os Barrosos Tanguistas, Os Santanetes, os Marques Mendes pequenots e até no PCP os Jerónimos Jurássicoa !!!
Cada Povo Tem o Que Merece !!!

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 12:44 PM

EUROLIBERAL às junho 27, 2005 12:11 PM

Admiro os seus esforços para abrir essas cabeças mentecaptas, mas não é preciso mudar de Nacionalidade, pois a UE, em breve tratará disso e passaremos todos a Ter Nacionalidade Europeia, registando apenas no BI a região de origem.

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 12:55 PM

Blair é um bom Public Relations, em Inglaterra diz umas coisas, na Europa diz outras e seu Governo pratica uma politica completamente diferente.

(...)"British taxes have surged upwards towards European levels in recent years. Independent and reliable OECD figures, to which Blair-Brown never refer and of which the British media is wholly ignorant, show that UK public spending has surged from 37.5% of gross domestic product (GDP) in 2000 to an expected 45.2% next year. This is the fastest rise in public spending of any country in the world and has drastically closed the gap with the Euro-zone: in 2000 UK public spending as a share of GDP was 9.6% percentage points below the Euro-zone average; by next year the difference will be down to 2.2 percentage points.(...)

(...)"At present, agricultural subsides make up about 40% of the EU Budget, or 0.4% of EU national income. Even if the share devoted to farmers were miraculously halved, this would only free up a pathetic 0.2% of Europe's GNI to be spent on other, more worthwhile things; yet it is on this basis that Mr Blair believes Europe can be transformed and its people reinvigorated with the European spirit. Strip away the Blairite rhetoric and you end up with a familiar empty vessel"(...)

Mais em...

http://www.thebusinessonline.com/Stories.aspx?StoryID=6D71DE59-F857-43E4-8995-576529D9225A

Publicado por: lucklucky às junho 27, 2005 01:17 PM

Boa citação, Lucklucky ! isso diz tudo da duplicidade de Bliar ! Que critica o modelo social europeu mas faz tudo no plano interno para se aproximar dele. Que diz que a culpa é de uma política (PAC)que no entanto só representa 0,4% do PIB europeu ! Um grande manipulador ! Mas só cai quem é tolo !

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 27, 2005 01:30 PM

Estás a esquecer-te dos Politicamente Correctos Anacletos, ó Templário... Politica e demagogia, para o bem ou para o mal, andam sempre de mãos dadas. Pelo menos nos sistemas democráticos. Nos restantes só tens demagogia, politica, quase nenhuma.

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 27, 2005 01:32 PM

Cada vez leio os comentários de uma forma mais afastada. Aos poucos deixo de ligar aos argumentos, que já foram todos expostos n vezes, e tento aperceber-me das motivações.

Às vezes parece-me apenas que há pessoas que sabem estar erradas mas continuam a "casmurrar" apenas porque sabem que do lado da razão ainda estão poucos e eles não querem ficar em minoria.

Publicado por: Mário às junho 27, 2005 01:44 PM

Mário às junho 27, 2005 01:44 PM

Há também outros que escolhem as minorias....

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 01:51 PM

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 01:51 PM

Também é verdade.

Publicado por: Mário às junho 27, 2005 02:07 PM

Pedro Oliveira às junho 27, 2005 01:32 PM

Os politicamente correctos anacletos, são os Bloquistas? Se são, só os não referi porque não têm poder nenhum. Mas com as desgraças deste Sócrates, julgo que passarão a ser uma força maior atingindo talvez os 15%. Aí esses rapazes, já terão que fazer alguma política. Até lá, são meras esperanças, fortalecidos pela Incompetência dos sucessivos governantes.

Eu já nem discuto Política.

Desde que Roubaram, o que pertencia à Ordem de Cristo e aos Templários, começou o Declínio... Agora aguentem-se !!!

Estes Tugas que digam, o que fizeram, sem os Templários !!! Nada, só miséria !!! Enquanto os Templários tiveram as rédeas deste cantinho, até dominámos o mundo, depois foi só roubarem e destruirem os Templários !
Gente que não conhece e não reconhece !

Talvez por isso, Tenham Vergonha de Referir que Portugal Nasce de um Projecto Templário, e mais tarde D.Diniz recebe imensas fortunas, para lhes deixarem constituir a Ordem de Cristo.
Os tugas Actuais até Adulteraram a sua Própria História !

Já agora o Projecto da União Europeia, é um Projecto Maçónico, e enquanto foram os Maçons a comandar, tudo andava bem, todos se entendiam, ou melhor sabiam fazer concessões.
Agora... é o salve-se quem puder !
Como isto está, só me mobilizaria, para Entregarmos à Espanha o que lhes roubámos em 1640.

Ou então para um Referendo se desejávamos ser Governados pelos Alemães, se eles aceitassem, claro !

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 02:08 PM

"Boa citação, Lucklucky ! isso diz tudo da duplicidade de Bliar ! Que critica o modelo social europeu mas faz tudo no plano interno para se aproximar dele. Que diz que a culpa é de uma política (PAC)que no entanto só representa 0,4% do PIB europeu ! Um grande manipulador ! Mas só cai quem é tolo !"

Hehe na verdade no texto também dizem que o Blair é o único verdadeiro Europeísta na GB. Para mim mais uma razão para desconfiar :)

Publicado por: lucklucky às junho 27, 2005 02:12 PM

Estás cada vez pior Templário :)

Publicado por: lucklucky às junho 27, 2005 02:14 PM

Este pessoal leu o Código Da Vinci, e ficou com a cabeça a andar à roda...

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 27, 2005 02:17 PM

ah,aha,ah "politicos sem rigor"
do blogue do xatoo:
“Um sinal verde para os especuladores.Aqui, parece que o crime compensa”
A frase foi proferida pelo lider do PCP quando se referia a uma decisão governamental de aceitar o regresso de capitais sediados em off-shores, mediante a cobrança de uma taxa de 5%. Jerónimo de Sousa insurgiu-se por considerar este um caso típico de “lavagem de dinheiro que agora era recebido de braços abertos”. José Sócrates teve uma resposta resignada: “temos de ter uma atitude pragmática, o mundo é injusto mas é nele que vivemos, e para Portugal é muito importante que esses capitais regressem”.

A Globalização comandada pela livre circulação do Capital Financeiro em rota de colisão com os Valores Sociais

A fuga do Capital Financeiro para os Paraísos Fiscais possibilitada a partir da liberalização global americana decretada na década de 90 por Reagan e Tatcher, tem uma finalidade: a fuga aos impostos e ao não cumprimento das actividades sociais a que as Empresas Supranacionais estão obrigadas pelas legislações dos Estados; o não cumprimento com as normas ambientais e as práticas poluidoras, que são contornadas pela compra de favores e pela Corrupção. Tudo é “legalizável” nas mãos destes poderosos interesses envolvendo Empresas e Poderes Públicos dos Estados. Este tipo de actividades subterrâneas são o complemento “natural” das actividades legalmente constituidas, e dão origem a uma Economia Paralela que movimenta elevadíssimos recursos, estimando-se que em Portugal este tipo de actividade criminosa ronde os 30% do PIB legal.
A “liberdade económica”, a “liberdade de movimento de capitais” aparece como uma referência inalienável para os vencedores da Globalização.O dinheiro assume-se como simbolo do Poder e da felicidade, fim último da Vida em camadas crescentes da população. Essa “liberdade” é um suporte fundamental para o “branqueamento de capitais” isto é para a passagem de capital-dinheiro das actividades ilegais para as legais. “Torna-se impossivel deitar a mão à fortuna dos grupos criminosos.Qualquer que seja a eficácia da policia e da justiça, os lucros acumulados permanecem intocáveis no espaço do Mercado financeiro global, onde o Direito não entra” (Martin&Schuman,1999).
Foi por este tipo de organização da Sociedade que Mário Soares se bateu no PREC, cujos mentores, depois haveria de trazer para Portugal sob a forma de grandes amigalhaços – o ex-director da CIA, Frank Carlucci por exemplo, agora envolvido no escândalo da Euroamer com Artur Albarran, foi até condecorado pelo Estado português no ano passado. (!). A Euroamer é uma empresa de capitais mistos luso-americanos que foi apresentada em 1997 na própria residência oficial da embaixadora americana em Portugal, na altura Elizabeth Beagley, integrando na administração personalidades influentes da politica americana, entre os quais o senador luso-americano Tony Coelho, tudo gente próxima do ex-presidente Clinton.
Os paraisos fiscais existem para permitir a criação de Empresas com um só accionista, sem objecto social, de companhias apenas com apartados de caixa de correio.Parece ser este o caso das inúmeras “empresas” de Artur Albarran (o sócio local) que gravitam na órbita da Euroamer, quase todas elas à beira da ruina, falidas ou com intervenção judicial, enquanto os lucros “voaram” para as empresas legais do Grupo internacional. Sobram no entanto uns trocos que Albarran utiliza p/e para a construção de uma mega-mansão-hollywoodesca em Nafarros, subornando a Câmara Municipal de Sintra na altura gerida por Edite Estrela, para escapar ao parecer prévio das autoridades do Parque Natural Sintra-Cascais.A investigação que a Inspecção-Geral de Finanças (IGF) tem vindo a fazer às empresas Euroamer, deu origem ao caso do relatório fotocopiado por uma alta funcionária da PGR – Teresa S. cujo julgamento está em curso – pela alegada tentativa de extorsão a Artur Albarran.
Esta promiscuidade entre o Capital Criminoso e o Estado é explicada no livro de Maria José Morgado e de José Vegar:
“A colocação directa do chamado “hot money”, que envolve o nível de risco mais elevado mais elevado, consiste na aplicação directa, por parte ou a mando do criminoso, do produto da sua actividade em depósitos bancários, casa de câmbios, jogo, e na aquisição dos mais variados bens, como Imobiliário, carros topo de gama, Ouro, antiguidades, investimentos em Clinicas (hospitais privados), obras de Arte e até no passe de desportistas. (...) Nesta etapa, o criminoso está altamente dependente do auxílio de terceiros (os sócios locais) e as tipologias de colocação são inúmeras. Segue-se a circulação, que não é mais do que a eliminação do rasto do dinheiro, que visa impossibilitar a produção de prova sobre a autoria ou existência de crimes(...)
A terceira etapa é, óbviamente, a integração do dinheiro já pré-lavado, no circuito financeiro legal, e a sua aplicação em actividades económicas comuns e lícitas”.
De onde resulta:
“A partir do momento em que o circuito é completado, e os fundos criminosos injectados na Economia Legítima, eleva-se extraordináriamente o risco do domínio das Instituições ou de sectores vitais da economia e do mercado pelas associações criminosas”
Sobre isto, no fundamental sobre a livre circulação entre mercados financeiros
, PS e PSD entendem-se bem – com a possibilidade de transferências quase instantâneas entre praças de todo o mundo e os Off-Shores o PS e o PSD no controlo do Estado (30 anos de “Governo”) - são instrumentos eficazes nesta passagem do ilegal para o legal.
A não intervenção do Estado (ou no caso de Sócrates até à captação descarada desses capitais para financiar o Estado), o desaparecimento de fronteiras, a fluidez dos Mercados e o anonimato são os factores que permitem este entrelaçamento da Politica com a Corrupção.

Publicado por: xatoo às junho 27, 2005 02:20 PM

Pedro Oliveira às junho 27, 2005 02:17 PM

O Código de Da Vinci é uma brincadeira, face aos factos históricos, e como foi escrito por um brincalhão nem sequer relata o Maior Feito dos Templários, que foi ao serviço da Coroa Portuguesa.
Factos Históricos indesmentíveis:
- D. Henrique pai de Afonso Henriques era Templário.
- D. Afonso Henriques era Templário a tal Famosa iniciação como Cavaleiro.
- D. Diniz (cujos antepassados eram Templários, é claro que não se poderia amedrontar pelo PAPA ), O Rei mais inteligente que tivemos, negociou a entrada da Grande Fortuna Templária no País, protegeu-os e Fundaram assim a Ordem de Cristo.
- Iniciaram-se assim os altos projectos Templários.
- O Conde D. Henrique era o Grão Mestre da Ordem Templária (de Cristo)
- Vasco da Gama, Diogo Cão e Gil Eanes, eram Templários
- Pedro Álvares Cabral era Templário
( como é entediante enumerar tudo e todos, acrescento apenas que os Comandantes das Esquadras e os Navegadores responsáveis eram Todos Sem Excepção Cavaleiros da Ordem )

Adultério dos Tugas à sua prórpia História:

D. Henrique era Cruzado ( para evitarem dizer o nome maldito, Templário)

Cruzados...vieram...ajudar..na luta contra os Mouros...

D. Diniz, funda a Ordem de Cristo e lança o que seria as bases das descobertas !

Jaques Delors só como exemplo é Maçon.

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 02:39 PM

Deixe lá, xatoo, que tudo se vai arranjar. Na cerimónia de candidatura do bébeé Soares a Sintra, lá estava o Coelho e atrás a Edite Estrela.

Publicado por: Coruja às junho 27, 2005 02:40 PM


Porque é que os Tugas Adulteraram sua Própria História quanto aos Templários ?

Porque os Templários foram malditos e excomungados pelo Papa e pela R. Católica !

Como o Clero sempre continuou a dominar as Elites, estas não os podiam desapontar mesmo quando escreviam a História de um Povo !

Então maquilharam termos, nomes e expressões para desviar pensamentos "pérfidos".
Omitem descaradamente factos históricos, Renegando assim uma das MAIS INTERESSANTES Histórias dos Povos da Europa.

Ora...apagando a memória a um Povo, o que lhe Resta ?
Mentecaptos !

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 02:54 PM

Templário,

Só tem que se queixar dos franceses porque foram eles que acabaram consigo.

Publicado por: Mário às junho 27, 2005 03:01 PM

Templário, devias era escrever 'O código D.Diniz'. Ias ver como te sendias muito melhor depois. Um resumo da grande conspiração globalizadora burguesa/capitalista contra a Ordem dos Cavaleiros do Templo, em que um bravo investigador e a sua namorada descobrem o tesouro do Graal sob as muralhas do castelo de Tomar... Depois não te esqueças de mim quando fôr da distribuição dos direitos de autor.

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 27, 2005 03:02 PM

Mário às junho 27, 2005 03:01 PM

Mário você nem com piadas consegue acertar. Os Franceses destruíram parte do exército Templário e as suas Cúpulas. Mas.. não os destruiram, senão como é que eles reapareceram em Portugal ?

O Rei Francês ficou furioso Porque Não conseguiu Apanhar nem Fortuna nem o Saber dos Templários !

Responda lá a esta pergunta simples:

Como é que este povinho, aqui encurralado pelos Castelhanos, conseguia ter na Época Mapas muito fidedignos do Mundo ?
E Tendo os mapas na mão, era preciso saber Navegar. E as técnicas para navegar ?

Era como se a Nasa nos desse hoje os planos de como ir à Lua. E depois, eramos capazes de ir lá ?
Os Americanos Foram à Lua Pelo saber, Nós Portugueses descobrimos o Mundo para o Mundo Pelo Saber também !!!
E esse saber proveio dos Templários !

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 03:14 PM

Aos interessados:
O Conde D. Henrique, pai de Afonso Henriques, morreu em 1112, em Astorga.
A Ordem do Templo foi criada em 1118 ou 1119, em Jerusalém.

Se o Conde D. Henrique entrou para a Ordem do Templo, foi sob a forma de esqueleto.

Publicado por: Joana às junho 27, 2005 03:16 PM

Em 1312 a Ordem do Templo foi extinta pelo Papa Clemente V e em Portugal "Tranformou-se" na Ordem de Cristo (ou Jesuitas) em 1318 por D. Dinis.

Publicado por: lucklucky às junho 27, 2005 03:44 PM


D. Henrique faleceu em 1114 e não em 1112. Era Templário fundador desde 1098.

Os preparativos da fundação da ordem, iniciaram-se por volta de 1098.A ordem oficialmente começa de facto em 1118. Mas teve muitos e longos anos de preparação e até negociação com o Papa e com vários Senhores (futuros cavaleiros).

Num livro que comprei no sul da França, donde os Templários partiam em Cruzada para Jerusalém, menciona-se D. Henrique (do Condado portucalense) como Cavaleiro Templário.

Mas para quem acha que quando se funda um Partido, uma Ordem ou outra Organização de envergadura, só atende às datas oficiais...e os preparativos não contam... nada se pode argumentar.
Devia esforçar mais esse raciocínio Clerical !


Publicado por: Templário às junho 27, 2005 03:45 PM

O Templário só vende mercadoria na sucata.

Publicado por: bsotto às junho 27, 2005 03:46 PM

A ordem do Templo "officiellement né en 1118 à Jérusalem, sous l'impulsion d'un seigneur rural champenois, l'ordre du temple allait être indissociable de la vie du royaume de Jérusalem et des Croisades, avant d'être dissous au début du XIVème siècle sous l'impulsion de Philippe le Bel." era na altura uma espécie de elite europeia, cosmopolita (mesmo com os muçulmanos, com quem contactou no oriente e estabeleceu certa formas de sincretismo religioso), iluminada e com uma ambiciosa visão do destino europeu, da Respublica Christiana... Enfim, precursores da actual União Europeia... E Filipe,o Belo, o seu carrasco, seria então o Blair da época ? Bem o paralelismo acaba aqui, porque os Templários de hoje vão esmagar a Blairdalhoca, que de bela não tem nada...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 27, 2005 03:48 PM

EUROLIBERAL às junho 27, 2005 03:48 PM

Trabalhar a pedra é duro !

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 03:52 PM

Tá explicado. Comprei um livro, num casinhoto, a 2 kms do Kuito, que dizia que o Conde D. Henrique foi fundador do SL Benfica. Está lá tudo.
Se quiserem eu mostro uma fotografia do casebre.

Publicado por: Coruja às junho 27, 2005 03:52 PM

"na Ordem de Cristo (ou Jesuitas) em 1318 por D. Dinis." diz Lucklucky. Olhe que não, está a confundir Ordem de Cristo (sucessora dos Templários) com Ordem de Jesus (JESUÍTAS), fundada por St. Inácio de Loyola salvo erro no séc. XVI...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 27, 2005 03:55 PM

Templário,

Piada? Você tem um problema grave em avaliar as pessoas.

Publicado por: Mário às junho 27, 2005 03:57 PM

Hehe agora a ordem dos Templários era amiga dos muçulmanos...a história reescrita!


Respublica Christiana = União Europeia ...nem o Buttiglioni lá consegue entrar ...

Publicado por: lucklucky às junho 27, 2005 03:58 PM


Também não é por dizerem às criancinhas na Escola que os descobrimentos partiam de Sagres e da Escola de Sagres, que isso é verdade.

Afinal a Base Naval dos Descobrimentos era em Lagos !!!

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 04:03 PM


Eu sei que por vezes ficam um pouco confusos, quanto a certas informações não oficiais, como aquele livrinho dos 3000 bufos da Pide, que apareceu assim do nada ... É que existe o velho ditado popular Templário, no segredo é que está a alma do negócio !

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 04:08 PM

Lucklucky: leia mais história sobre o período das cruzadas, um tempo fascinante, e verá que havia alianças e nuances extraordinárias... Tal como na Reconquista das espanhas, aliás. Sabe que o principal herói cristão, Rodrigo Díaz de Vívar, aliás Cid el Campeador, não só lutou por reis cristãos, como por reis mouros, como o rei de Saragossa ? Era uma espécie de Mourinho da época que aceitava os melhores contratos...Aliás o nome de "Cid" foi-lhe posto pelos árabes (=Sid) e significa (Grande) Senhor... E no entanto ficou na história como o campeão da Reconquista, o mata-mouros por excelência.... Aprenda, cóboi...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 27, 2005 04:11 PM

lucklucky às junho 27, 2005 03:58 PM

Não confunda, especialistas militares com politicos e muito menos com Templários. De facto imensas vezes os Templários negociaram com muçulmanos. Basta pensar !

Quando apresentados assim, os muçulmanos parecem uma Unidade, mas como deve saber, nas Terras de Jeresulém há muitos e diversos povos muçulmanos, ainda hoje assim é !

O mesmo é dizer, que os EUA são os maiores inimigos dos Muçulmanos, ocupando até o Iraque e o Afeganistão, e no entanto seus melhores amigos são os muçulmanos da Arábia Saudita !

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 04:14 PM

Templário: "Trabalhar a pedra é duro !"

De facto, caro Templário, on a affaire à des vrais cailloux anti-européens, ces foutus nonistes ... Mas não é nada que umas boas espadeiradas euro-templárias não possam resolver adequadamente... Vamos a eles...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 27, 2005 04:19 PM

EUROLIBERAL às junho 27, 2005 04:19 PM

E se lhes propusessemos uma visita à Quinta da Regaleira ali em Sintra, para eles verem uma obra magnífica ?

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 04:23 PM

Templário, só se for para os atirar para aquele grande poço que lá existe...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 27, 2005 04:27 PM

Euroliberal, esta maltinha raciocina só para o lado que lhes interessa.
Desconhecem ou omitem propositadamente os Princípios que nortearam a fundação da União Europeia: A solidariedade e fraternidade entre os povos.
Os Tugas mais me irritam, porque nem sequer sabem o que desejam da União, e apenas se lembram dela, como Vaquinha de milhões e milhões de euros.
Esquecem-se que esses milhões vêm dos contribuintes doutros povos, como solidariedade para que possamos melhorar as nossas condições.

Querem a todo o custo implementar o Liberalismo puro e duro. E tentam que a UE vergue aos seus princípios. Sendo a melhor maneira, colocar uns povos contra os outros. Este foi o Papel Principal de Blair, com intuitos também eleitoralistas. Mas na presidência dele, o Rapaz irá comportar-se como o Salvador da União !

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 05:07 PM

A solidariedade estatal é um logro. Se temos uma Europa muito pouco solidária deve-se exactamente ao modelo social. O modelo em que uns são obrigados a dar aos outros.

Quem é obrigado a dar ressente-se e não dará mais de boa vontade. E quem recebe passa a ver a coisa, não como solidariedade, mas como direitos adquiridos, que os adormecem e tornam apáticos.

E depois, é muito fácil ser solidário quando o dinheiro é dos outros.

Enfim, mas "esta maltinha raciocina só para o lado que lhes interessa".

Publicado por: Mário às junho 27, 2005 05:36 PM

Exacto, Templário. É como eu disse: A UE é um estado de espírito, de patriotismo, de solidariedade, de família, de união de esforços, de espírito de equipa, de vontade de vencer.

Os grunhos aNÕES tugas que, sendo os mais beneficiados per capita da UE, vêm para aqui contar tostões (como se os agricultores franceses não fossem europeus a trabalharem no duro para a causa comum) e berrarem contra o que os outros recebem ou não recebem mereciam levar cem chicotadas no pelourinho (era assim nos good old times da Ordem...), para aprenderem a ser bons patriotas e não reles labrostes indignos de participarem numa causa tão nobre... Já não há espírito de cavalaria, poderiam dizer alguns... Errado, eu acredito que a maioria dos novos europeus tem eesse espírito e que a ralé do "NÃO" vai ser esmagada. Até a malta do leste já virou (foi o que a Blairdalhoca conseguiu com o seu miserável número de sovinice...) e deram uma lição de patriotismo e desinteresse em Bruxelas à ralé que começou a duvidar da Europa e a contar os seus míseros tostões. Gentalha reles, escória humana, sabujos de Bush...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 27, 2005 05:40 PM

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 12:44 PM

O que se aprende aqui no intervalo que os serviços destinam a café-pausa, ler o jornal e apreciar as pernas da gaja nova que entrou a recibos verdes.

Fala-me para ai que só tínhamos leite se isto e mais aquilo mas diga-me, não foi nos Azores que mandaram atirar leite ao mar e ainda levaram com uma multa por excesso de produção?

Publicado por: carlos alberto às junho 27, 2005 05:59 PM

O EUROLIBERAL disse: "UE é um estado de espírito, ..., de espírito de equipa, de vontade de vencer".
Faz-me lembrar aquelas equipas do antigamente. Quase que chorei.
Ainda os hei-de ver com as balizas às costas.

Publicado por: Coruja às junho 27, 2005 06:00 PM

carlos alberto às junho 27, 2005 05:59 PM

Excedem as quotas porque são uns toinos do planeamento e preguiçosos, porque poderiam fazer queijo mas dá muito trabalho.

E excedem as quotas, porque lhes pagam. Se não recebessem nada, nada produziriam. A agricultura, parem quem não sabe é uma actividade de risco superior à da Bolsa.

Basta ver o que fez numa tarde o Granizo no Douro ou calcular os prejuízos da actual Seca.
Ninguém na Europa produziria nada na Agricultura se a deixarem de subsídiar.

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 06:27 PM

Mário às junho 27, 2005 05:36 PM

A questão Mário, é que nos últimos 30 anos viveu-se bem melhor na Europa do que:
Nos EUA, Na China, No Japão, Na Rússia (URSS). Logo temos que deduzir, que a Europa está à Frente neste Planeta. Talvez noutros planetas seja diferente, mas neste é assim que vemos o mundo.

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 06:32 PM

BS, Templário, BS... Em alguns, poucos, países da Europa viveu-se marginalmente melhor que nos Estados Unidos ou Japão. Quanto à defunda União Soviética ou à China, nem vale a pena trazer países de terceiro mundo para estas comparações... Porque não adicionaste a India ou o Bangladesh?

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 27, 2005 06:47 PM

No Luxemburgo vive-se melhor que nos EUA. E na Noruega e na Suiça também.
Oops! a Noruega e a Suiça não fazem parte da UE.

Publicado por: David às junho 27, 2005 06:53 PM

O homem global será aquele que conseguir reunir as suas três dimensões: a tomada de consciência da sua liberdade como valor absoluto; a tomada de consciência dos patamares de igualdade que abrange os grupos sociais de pertença e, finalmente, a tomada de consciência global, de uma humanidade que interioriza as profundas diferenças existentes entre os povos do mundo inteiro, aceitando-as, compreendendo-as e defendendo-as.

Tudo devemos fazer para que o homem global se imponha depressa, antes que o actual promova e acelere a destruição completa e irreversível das diferenças civilizacionais e das condições que as criaram. Criado e desenvolvido, o homem global irá defender a liberdade, a igualdade e a diferença, numa trilogia unitária equilibrada na boa tradição maçónica.


http://madrugada.no.sapo.pt/O%20Homem%20Global.htm

Publicado por: Templário às junho 27, 2005 06:58 PM

Templário:

Estou de acordo com a sua afirmação: «agricultura, parem quem não sabe é uma actividade de risco superior à da Bolsa.»

Um país ou uma zona de integração que abandone a agricultura além do aspecto deprimente da paisagem perde um sector estratégico de importância vital, nomeadamente em caso de guerra.

Publicado por: António às junho 27, 2005 07:15 PM

Mário:

Quando diz: «Quem é obrigado a dar ressente-se e não dará mais de boa vontade. E quem recebe passa a ver a coisa, não como solidariedade, mas como direitos adquiridos, que os adormecem e tornam apáticos.».

Não pode esquecer que todo o ser humano desde que nasce até à idade de produzir vive da solidariedade dos outros (na maioria dos casos dos parentes).

Depois quando deixa de ser produtivo por velhice ou doença, volta a depender da solidariedade dos outros (na maioria dos casos não parentes).

Mas para complicar mais todos os seres humanos actuais beneficiam do trabalho realizado por pessoas que viverem antes deles. (os que inventaram, planearam e executaram os caminhos de ferro, as pontes.....)

Bem vistas as coisas em todas as sociedades se estabelecem relações de competitividade, confrontação e solidariedade.

Em todas as realizações humanas a competição está presente mas não pode haver verdadeira vida humana sem cooperação (solidariedade)

Publicado por: António às junho 27, 2005 07:34 PM

António,

"Não pode esquecer que todo o ser humano desde que nasce até à idade de produzir vive da solidariedade dos outros (na maioria dos casos dos parentes)."

E quem diz que eu esqueci? Existem muitas formas possíveis de solidariedade numa sociedade. Os estatistas defendem que o Estado deve ter o seu monopólio. E o resultado é que cada vez há menos solidariedade. Custa assim tanto ver que que um sistema assim não cumpre os fins a que se propunha?

Publicado por: Mario às junho 27, 2005 07:51 PM

"todo o ser humano desde que nasce até à idade de produzir vive da solidariedade dos outros".
Mas muitos, quase metade, continuam a viver da solidariedade dos outros:
Mas como é uma solidariedade forçada, nem agradecem.

Publicado por: soromenho às junho 27, 2005 08:00 PM

Sempre se confirma que o esqueleto do Conde D. Henrique foi visto a entrar na Ordem do Templo?

Publicado por: Coruja às junho 27, 2005 08:44 PM

Isso de que "todo o ser humano desde que nasce até à idade de produzir vive da solidariedade dos outros" é treta.
Como diz a canção: quando um homem nasce, nasce selvagem, não é de ninguém.
Alguma malta é que os acostuma mal.

Publicado por: Coruja às junho 27, 2005 08:49 PM

Os senhores que andam a abusar do haxixe é favor abandonarem a sala.

Publicado por: Agente Laranja às junho 27, 2005 09:30 PM

Pois é, está visto que para sair da crise temos de desenvolver as nossas indústrias. Ou seja:

A indústria de Fátima.
A indústria do Futebol.
E, já agora, a indústria do Faduncho-do-país-desgraçadinho.

É o que temos.

Publicado por: Senaqueribe às junho 27, 2005 10:01 PM

Depois de várias horas a trabalhar voltei aqui e fico com a impressão de que enquanto eu estive a trabalhar o resto do pessoal esteve a fumar charros... O Agente Laranja é que tem razão...

Publicado por: Albatroz às junho 27, 2005 10:35 PM

Também somos muito fortes na indústria da emigração...

Publicado por: Mario às junho 27, 2005 10:35 PM

Mário:

«Existem muitas formas possíveis de solidariedade numa sociedade.»

É verdade, mas o caminho percorrido até atingirmos o "estatismo" actual foi longo e todas essas formas de solidariedade de que fala se mostraram insuficientes.

Publicado por: António às junho 27, 2005 10:54 PM


Soromenho:

«Mas como é uma solidariedade forçada, nem agradecem.»

A solidariedade nunca se agradece, porque o lema é: hoje tu amanhã eu.

Publicado por: António às junho 27, 2005 10:58 PM

A Velha Tômbola: Pinos e Cambalhotas de um Reconhecido Artista

Em 1977 - note-se: há precisamente 28 anos! - escrevia Claude Bourdet*:

"É fácil perceber o mecanismo particular que, no caso presente, incita à supranacionalidade. No que respeita aos alemães, a preocupação de acelerar o processo decorre, não só do comunismo e da fidelidade aos Estados Unidos, mas também da consciência da força da RFA e da certeza de que dominará tanto mais facilmente a Europa quanto mais completa for a integração e quanto mais ténues forem as barreiras nacionais. Quanto ao capitalismo francês e italiano, bem como aos partidos que o representam, mantêm ainda algumas veleidades nacionalistas, ou simplesmente chauvinistas, mas estas cederão perante a necessidade de se livrarem da esquerda, em Roma e em Paris. Hoje em dia, a burguesia francesa começa a considerar Chirac, que fala uma linguagem nacionalista, uma melhor protecção do que Giscard, que fala uma linguagem europeia. Mas, no dia em que se tornar claro que a verdadeira defesa da burguesia contra os trabalhadores não se situa no plano francês, mas sim no plano europeu, Chirac terá de alinhar rapidamente e podemos, desde já, apostar que esse experiente vira-casacas se tornará o melhor leader francês da batalha europeia contra a esquerda."

Premonitório... ou muito mais que isso.

*BOURDET, Claude, A Farsa da Europa, ed. forja, 1978, p.p. 55, 56

Publicado por: xatoo às junho 27, 2005 11:41 PM

A solidariedade forçada nunca se agradece, porque o lema é: hoje eu, amanhã eu.

Publicado por: Coruja às junho 27, 2005 11:49 PM

Publicado por: António às junho 27, 2005 10:54 PM

"É verdade, mas o caminho percorrido até atingirmos o "estatismo" actual foi longo e todas essas formas de solidariedade de que fala se mostraram insuficientes."

Que ilusão esta de achar o Estado é sempre a forma mais eficaz de resolver um problema. Para alguns o Estado é um têmpero que nunca é demais. Ou dito de uma forma bem real, são as saias da mãe que não se quer largar com medo de enfrentar o mundo.

Publicado por: Mario às junho 27, 2005 11:56 PM

"É verdade, mas o caminho percorrido até atingirmos o "estatismo" actual foi longo e todas essas formas de solidariedade de que fala se mostraram insuficientes. Por isso atingimos o nosso objectivo de nivelar pela miséria"

Publicado por: Coruja às junho 28, 2005 12:17 AM

Ó Mário, não te excites.

Daqui por um ano, quando todos tiverem que pagar os medicamentos a 100%; a gasolina estiver a 2,5 euros o litro; os alunos não tiverem aproveitamento porque as turmas têm que ter 40 alunos para compensar os professores que foram despedidos; os meliantes assaltarem pessoas à vista desarmada no Rossio porque não há dinheiro para pagar a polícias; os automóveis amolgarem jantes e partirem suspensões nos buracos de estradas que não são reparadas por falta de dinheiro; os cidadãos passarem três horas à espera de serem atendidos em tudo o que é serviço público porque os funcionários foram reduzidos a metade; (continuo?...)

Então toda a gente vai enfrentar o mundo. E não é qualquer mundo — é o chamado Mundo Livre. Vamos viver todos muito felizes sem o impecilho do Estado. A começar por ti, claro.

Publicado por: Mundo Livre às junho 28, 2005 12:19 AM

Mundo Livre, pá! Já não temos que esperar! os alunos já não têm aproveitamento; os meliantes já assaltam pessoas à vista desarmada no Rossio e no resto de Lisboa; os automóveis já amolgam jantes e partem suspensões nos buracos de estradas que não são reparadas; os cidadãos já passam três horas à espera de serem atendidos.
Conseguimos!
E sem despedir ninguém!

Publicado por: Coruja às junho 28, 2005 12:24 AM

Mundo Livre, pá! Isto é que é organização!

Publicado por: Coruja às junho 28, 2005 12:26 AM

Coruja, pá! eheheheheh!

Publicado por: Rave às junho 28, 2005 01:09 AM

Grande vitória da Europa: o reactor de fusão nuclear mundial será instalado em França !

Les partenaires du projet ITER ont signé à Moscou une déclaration commune par laquelle ils choisissent la France, avec son site de Cadarache, dans le Sud, pour accueillir ce réacteur expérimental de fusion nucléaire, un programme de 10 milliards d'euros étalés sur trente ans. (AFP)

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 28, 2005 09:15 AM

Coruja às junho 28, 2005 12:24 AM: O humor é a melhor forma de pôr a nú a hipocrisia.

Publicado por: AJ Nunes às junho 28, 2005 09:36 AM

O Futuro no Sul da França ...

«A França foi o país escolhido para receber um reactor de fusão nuclear, um projecto avaliado em 10 mil milhões de euros, noticia esta terça-feira a BBC. A França teve de derrotar o Japão na corrida à localização do International Thermonuclear Experimental Reactor (Iter).

O Iter é o projecto científico conjunto mais caro desde a Estação Espacial Internacional (EEI).
O contrato foi assinado esta terça-feira em Moscovo, na Rússia, e determina que o Iter seja construído em Cadarache, no Sul da França. O projecto resulta de uma parceria entre a União Europeia, EUA, Rússia, Japão, Coreia do Sul e China.

A fusão nuclear é vista como uma forma de produção de energia mais limpa do que a fissão nuclear ou os combustíveis fósseis.

O Japão desistiu da candidatura após ter sido negociado um prémio de consolação que lhe atribui 20% dos 200 postos de trabalho de investigação e apenas terá de contribuir com 10% das despesas no projecto.

Um quilograma de combustível criado por fusão nuclear produz a mesma energia do que 10 mil toneladas de combustíveis fósseis».

(Diário Digital)

CADARACHE :
.
40 % de la production nationale de microélectronique ;
35 % du raffinage pétrolier français ;
25 % de la production sidérurgique de France ;
10 % de la production chimique nationale ;
1er producteur mondial d’hélicoptères ;
Leader mondial de la carte à puces.

Publicado por: asdrubal às junho 28, 2005 11:33 AM

"É nesta conjuntura que muda a presidência da UE."

Eu diria antes: "É nesta conjuntura que o preço do petróleo começa a subir sem parar."

Publicado por: Luís Lavoura às junho 28, 2005 12:37 PM

Mundo Livre em junho 28, 2005 12:19 AM:
Você não faz ideia do país em que vive, tem o mito do bom funcionamento do Estado, quando os resultados estão à vista.

Na verdade a única resposta que merece foi a do Coruja em junho 28, 2005 12:24 AM.
A brincar (seria?) disse uma verdade nua e crua.

Publicado por: Rui Sá às junho 28, 2005 12:51 PM

É bom que o preço do petróleo suba. É da maneira que podemos voltar a utilizar formas de energia muito mais limpas, mas viáveis, como a fissão nuclear...

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 28, 2005 01:55 PM

Pedro Oliveira às junho 28, 2005 01:55 PM

A fissão nuclear só produz eletricidade. Os aviões e (em geral) os automóveis não funcionam a eletricidade. Muitos processos industriais também não.

A fissão nuclear atual depende do urânio 235, um isótopo raro do urânio. Se a fissão nuclear fosse substancialmente aumentada (para níveis semelhantes, digamos, aos franceses), o urânio 235 existente na Terra desapareceria mais depressa do que o petróleo.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 28, 2005 02:33 PM

O futuro é a fusão (não fissão) nuclear, inesgotável ! Fazer energia a partir da água do mar... Mas a energia nuclear actual (fissão) deveria entretanto ser encarada. Até porque importamos 85% da energia de que precisamos...sobretudo da França, o país mais nuclearizado do mundo, onde 80% da electricidade provém de centrais nucleares. E se não fossem eles de onde é que haveriamos de importar em anos de seca e com o petróleo a 60 dólares ? Abençoada França...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 28, 2005 02:46 PM

A Joana achou o discurso de Blair "claro" e acha que a economia britânica é um exemplo para a Europa. Mas há, aparentemente, outros liberais, e outros economistas, que estão em pleno desacordo com ela. Recomendo à Joana que vá ao blogue Bicho Carpinteiro e que, aceda ao linque na última mensagem que a sua homónima Amaral Dias lá postou. Verá lá (lendo cuidadosamente até ao fim) uma perspetiva bem pior de Blair, do seu discurso e do seu desempenho.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 28, 2005 04:01 PM

Mas Joana Amaral Dias também é liberal, ou também é apenas Joana?

Publicado por: Rui Sá às junho 28, 2005 05:44 PM

Está enganado, Luis. A fissão também usa uma substância chamada MOX que é uma mistura de U238 (o isótopo mais vulgar do urânio) com plutónio, que como talvez saibas é o resultado da fissão do urânio pouco enriquecido (penso que o nível para reactores nucleares anda pelos 15-20%). A maior parte do U238 transforma-se em plutónio, que pode ser reutilizado muitas vezes depois de separado por processos quimicos. E a energia térmica obtida na reacção de fissão pode, claro, ser utilizada para produzir electricidade, mas também para produção de hidrogénio (durante os períodos off-peak, quando a capacidade total da central não é necessária).

Claro que num prazo mais longo, o futuro está claramente na energia de fusão, no entanto esta tecnologia ainda não está completamente madura. Existem problemas substanciais com a projecção de salpicos de plasma nas paredes do reactor. Penso que o ITER vai ser um tokamak mas existem outras configurações possíveis. De qualquer modo, o bombardeamento intenso de neutrões faz com que esta tecnologia, embora não produzindo resíduos de vida muito longa como a fissão nuclear, faz com que algumas das estruturas do reactor tenham que ser substituidas periodicamente por se tornarem radioactivas (com meias-vidas de dezenas de anos, não centenas ou milhares, como com a fissão).

Já agora, Euro'liberal', podemos sempre importar carvão para a central de Sines, que não é nem a petróleo, nem nuclear, nem hidroelectrica...

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 28, 2005 05:48 PM

Pedro Oliveira às junho 28, 2005 05:48 PM

O que diz é correto: há reatores nucleares que usam urânio 238 e plutónio. Só que, esses reatores são raros e a sua tecnologia ainda não está perfeitamente dominada. Levantam além disso sérios riscos de proliferação nuclear, devido ao plutónio que usam, material de excelência para bombas nucleares (e também particularmente venenoso). A imensa maioria dos reatores nucleares atualmente existentes usa urânio 235. Ora, esse urânio é escasso, como eu disse.

A percentagem de eletricidade atualmente produzida mundialmente por via nuclear é muito baixa. Se se subtituísse todas as centrais a gás natural ou a fuelóleo por centrais nucleares convencionais, o consumo de urânio 235 dispararia e esse isótopo estaria todo consumido em 30 anos ou menos.

A percentagem de energia consumida pelo Homem sob a forma de eletricidade é também relativamente pequena, contrariamente ao que muita gente pensa. Em Portugal, 40% da energia consumida é-o no setor dos transportes. Aí, é tudo petróleo.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 28, 2005 06:05 PM

Luis, tens aqui informações sobre a utilização de MOX. A maioria dos reactores podem ser adaptados à sua utilização e quer a França, quer o Japão têm planos para adaptar todo o seu parque nuclear num prazo relativamente curto (menos de uma década).

Os riscos de proliferação nuclear são baixos, porque o MOX contém outros isótopos de plutónio para além do PU239 (o que se usa em armas nucleares) e é demasiado 'quente' para manipulação. Os autores do documento que linkei estimam que apenas os Estados Unidos seriam capazes (eventualmente) de desenvolver uma arma nuclear a partir da mistura de plutónios presente no MOX (embora fosse possível separar todo o plutónio por processos quimicos, esta técnica não permite a separação de isótopos do mesmo elemento).

De qualquer modo, com energia suficiente, até gasolina se pode fabricar a partir do carvão, embora isso implique investimentos importantes nas refinarias. Afinal de contas, até a Alemanha fabricou gasóleo e gasolina por este processo durante a 2ª guerra mundial, faz mais de 60 anos...

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 28, 2005 06:45 PM

Pedro "Oliveira" (oliveira ? - azeitona - azeite - azeiteiro, ah, pois...), não acha melhor importar electricidade "nuclear" da França, ou fazê-la cá ? O carvão é um desastre ecológico. Para o efeito de estufa é o pior... O que você não faz para não se falar da França... n'est-ce pas ?

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 28, 2005 07:52 PM

Acho melhor produzir electricidade cá que importar donde quer que seja, Euro'liberal'. De resto sempre pensei que seria melhor localizar o ITER em França, que possui muito mais know-how nuclear que o Japão...

Quanto às tuas piadinhas... esqueçe...

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 29, 2005 09:06 AM

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