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junho 28, 2005
Sísifo e o Estado 3
Apresento seguidamente alguns valores relativos à UE 15, USA, Suiça e Noruega, retirados da base de dados do FMI e que abrangem o período 1980-2006. Um quadro em Excel com a evolução do PIB em termos de paridade de poder de compra (ppp), em US$, o gráfico correspondente, um quadro em Excel com a taxa média de crescimento do PIB (1980-2006) e um gráfico respectivo com as taxas de variações anuais do PIB a preços constantes.
No que respeita à evolução do PIB, há a destacar as elevadas taxas de crescimento da Irlanda e do Luxemburgo (que foi retirado do gráfico para diminuir a confusão).
Se exceptuarmos a Noruega, por causa do enorme peso do petróleo, e da Finlândia, que teve uma recuperação notável após a queda entre 1990 e 1993 (ver linha azul clara, no gráfico, onde se constata que em 1991 teve um crescimento negativo de 6,4%), os restantes países escandinavos tiveram um crescimento modesto. O gráfico é um pouco confuso, por isso acrescentei um quadro Excel com as taxas médias.
Modestos foram também os crescimentos da França e da Alemanha. A Alemanha, a partir de 1991, teve sempre taxas de crescimento muito baixas. Isso teve a ver com a reunificação, mas também com o modelo adoptado.
Entre os grandes países, o UK era o que tinha o PIB mais baixo em 1980, mas ultrapassou-os a todos entretanto. A taxa de crescimento dos USA é claramente superior à média europeia. A Europa continua assim a divergir dos USA. O Japão tem uma prestação média ligeiramente superior à UE.
De realçar que os pequenos países (da UE) têm tido melhores resultados que os grandes.
O taxa de crescimento do PIB português não está mal situada, mas não reflecte a degradação do seu valor 3,6% na década de 80, 3,3% na década de 90 e 1,3% na década de 2000 (até 2006) e isto porque o FMI estima uma taxa de 1,8% para 2005 (o que me parece difícil) e de 2,3% para 2006, o que me parece muito optimista.
Julgo que os quadros e gráficos são suficientemente elucidativos, dispensando mais comentários.
Publicado por Joana às junho 28, 2005 11:24 PM
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Comentários
Agora vou tirar umas féria merecidas!
Publicado por: Joana às junho 28, 2005 11:52 PM
O que é extraordinário é o que o liberalismo do comércio mundial e o cada vez menos proteccionismo conseguiram fazer em tão pouco tempo.
P.S: como o Luxemburgo é o segundo Portugal... :)
Publicado por: lucklucky às junho 29, 2005 12:14 AM
Um preciosismo:
"Se exceptuarmos a Noruega, por causa do enorme peso do petróleo, e da Finlândia, ..., os restantes países escandinavos tiveram um crescimento modesto"
Quais os países escandinavos que sobram? A Suécia (que, juntamente com a Noruega e a Finlândia, faz parte da península escandinava)? OK: admitamos também a Dinamarca. Mas, ainda assim, exceptuamos 50% do grupo!
Preciosismos à parte, até admito que, na actual conjuntura, o Estado deve procurar reduzir o nível de despesa pública, incluindo os custos com pessoal, e usar luvas de cirurgião na questão fiscal (seria mais inteligente cobrar a quem não paga, em vez de onerar o consumo, as empresas e os restantes contribuintes). Até porque, as soluções de curto prazo na política fiscal geram insegurança e espantam a "caça".
Mas só isto não chega. É condição necessária mas não suficiente. E disso, desculpar-me-á a generalização, os economistas não têm falado. Aliás, em Portugal, os economistas falam muito de finanças e muito pouco de economia.
Ora, na minha modesta opinião, a questão do relançamento da economia deveria ser, no momento actual, a pedra de toque do discurso.
É necessário, ainda que resolvido o nível de fiscalidade, apontar soluções para o relançamento da economia.
Publicado por: Vítor às junho 29, 2005 12:15 AM
É a diferença entre um optimista e um pessimista.
Um copo a meio está meio cheio, ou meio vazio
Publicado por: vitapis às junho 29, 2005 12:25 AM
A Irlanda tinha, em 1980, um PIB inferior à Grécia. Em 2006 terá o dobro! É espectacular.
Publicado por: bsotto às junho 29, 2005 01:05 AM
É importante que estes números sejam apresentados, porque alguns defensores dos regimes socialistas mandam bocas sem fundamento que leram em revistas de propaganda. Números são números.
Publicado por: Novais de Paula às junho 29, 2005 01:19 AM
Esta informação é de facto preciosa
Publicado por: Ricardo às junho 29, 2005 01:36 AM
Tanto a chatearam com interpretações distorcidas, que a Joana resolveu fazer um tour de force e apresentar os dados todos. Ou pelo menos os que ram importantes para estas discussões
Publicado por: Rui Sá às junho 29, 2005 01:39 AM
Onde é que a Joana quer chegar com estes dados? Como dizem os ingleses, "what's the point?"
Publicado por: Albatroz às junho 29, 2005 08:15 AM
Os países escandinavos têm um PIB elevado porque tinham tido um alto desenvolvimento antes e já estavam na frente em 1980. A partir daí a Suécia e a Dinamarca têm tido resultados fracos.
Publicado por: David às junho 29, 2005 10:45 AM
E os Américas, a quem andam há 30 anos a vaticinar a ruína, continuam a ter o crescimento mais elevado.
Publicado por: David às junho 29, 2005 10:48 AM
É pena que num dos quadros tenham tirado o 1º, o Luxemburgo (70.000 dólares per capita ppp), aliás um país estatista, keynesiano, do eixo franco-alemão, com um horrível modelo social e histéricamente pró-europeu (a favor da União política). It's an injustice, oh yes it is...
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 29, 2005 01:03 PM
O Luxemburgo não está no gráfico, mas está no quadro. Mesmo assim os gráficos tornam-se confusos por serem muitos países.
Publicado por: AJ Nunes às junho 29, 2005 01:13 PM
O Luxemburgo tem uma economia artificial. Tem demasiadas instituições comunitárias, como o BEI, por exemplo, para a dimensão que tem. Isso afecta o valor do PIB e empola-o.
Não é um exemplo, pois não tem significado.
Publicado por: AJ Nunes às junho 29, 2005 01:16 PM
David às junho 29, 2005 10:48 AM
Vaticinar a Ruína ?
Mas eles Já estão falidos ao tempo.
Por isso inventaram aquela do Iraque para controlarem o Petróleo.
Já te esqueceste das promessas do Bush ao Mundo ?
Petróleo mais barato !
Antes da invasão no Iraque, o petróleo estava a 25 dólares e agora está a 60 !
Claro que só existe a China desde há 2 anos... Há 3 anos não havia China, nem fábricas, nem nada.
Publicado por: Templário às junho 29, 2005 01:22 PM
Atenção, estes índices são importantes, mas não explicam tudo. Há muitos outros índices sobre qualidade de vida, transparência, etc. onde a posição relativa dos países europeus é ainda mais destacada, com realce para os nórdicos (todos os 4), Suiça, Luxemburgo e Austria.
Os EEUU, p. exº, parecemm muito bem colocados em PIB per capita, mas estão terrivelmente endividados, têm dois défices (comercial e orçamental)astronómicos e descontrolados (o que é dramatico para as gerações futuras), e a qualidade de vida deixa muito a desejar (grande criminalidade, quase inexistência de segurança social, ambiente negligenciado, perigos resultantes do unilateralismo militar, dólar ameaçado a médio prazo...).
A Europa é a zona mais próspera do mundo, onde a qualidade de vida é melhor, com as melhores perspectivas de paz, de transparëncia (não corrupção), de inovação. Um modelo para o mundo, quer no domínio social, diplomático (modo kantiano de resolução de conflitos), económico (maior exportador mundial), tecnológico (líderes em quase todos os domínios de ponta, automóveis, comboios, aviões, química, comunicações, espaço, centrais nucleares, Galileu, Iter, Ariane, EADS...).
Por isso, a quinta coluna pró-americana conspira para fazer implodir a Europa. Em vão. Serão isolados e esmagados. VIVA A GRANDE EUROPA !
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 29, 2005 01:23 PM
AJNunes:
E a Irlanda, um paraíso fiscal e hiper-ajudada por 40 milhões de investidores americano-irlandeses, não tem também uma economia artificial ? Juízo ! As comunidades no Luxemburgo (8.000 funcionários) pesam pouco (em Bruxellas há 20.000). O BEI tem a sede no Luxemburgo, mas ajuda sobretudo o sul e leste da Europa. Há muitos bancos privados e holdings, mas também os há na Suiça e na Irlanda. E antes do boom da banca o Luxemburgo tinha já uma das maiores indústrias siderúrgicas nundiais (Arbed), hoje conhecida por Arcelor, o líder europeu, que absorveu grandes siderurgias francesas e espanholas. É um país pequeno ? Sim, mas maior ou mais populoso que Malta, Cabo Verde e Islândia, Pela mesma ordem de ideias, também deviamos retirar do gráfico a Irlanda (3,5 milhões em 500 milhões num paraíso fiscal não é significativo...).
Claro que o Luxemburgo (número 1 em produtividade, em segurança, etc.) é um país liberal e bem gerido que constitui a locomotiva de toda a grande região limítrofe (Lorena francesa, Luxemburgo belga, Sarre e Palatinado alemão, de onde todos os dias cem mil fronteiriços vem trabalhar).
E é a prova viva de que ser muito rico (70.000 dólares per capita ppp, quase o dobro da América ! ) não é obstáculo à solidariedade, à integração (tem quase 40% de estrangeiros residentes, recorde europeu), à entrega entusiástica ao projecto europeu, à adesão à Europa política.
E dentro de 2 semanas, o Luxemburgo, o riquíssimo Luxemburgo, vai dar uma bofetada de luva branca em todos os traidores à Europa, aos sovinas que contam tostões, aos aNÕES franceses e holandeses, VOTANDO SIM À CONSTITUIÇÃO, para quebrar a maré de traição que varre a Europa. Apesar de todos os riscos decidiram manter o referendo popular (ontem o Parlamento já aprovou a Constituição por UNANIMIDADE) e o PM, Juncker, avisou que se demitia se o "não" ganhasse !
Isto são países a sério (que não se medem aos palmos), isto são políticos a sério !
VIVA O LUXEMBURGO ! VIVA A GRANDE EUROPA !
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 29, 2005 01:44 PM
Este Euroliberal agarra-se ao que pode. Depois de ver que os heróis dele, França e Alemanha, já não são o que eram, agarra-se ao Luxemburgo.
Quando este falhar tem a Andorra e depois Gibraltar.
Publicado por: David às junho 29, 2005 02:01 PM
Os portugueses no Luxemburgo, livres dos sindicatos que só lhes dão maus hábitos, e das TêVês lusas, que sólhes ensinam baboseiras, aumentam a produtividade.
Publicado por: David às junho 29, 2005 02:03 PM
Olhe que não, David.
A Alemanha (2.200 biliões de PIB) é de longe o primeiro país europeu e terceiro mundial. A locomotiva económica da Europa (Como S.Paulo para o Brasil ou Bombaim e Xangai para a India e China), o primeiro contribuinte líquido (de longe), os mais organizados, solidários e trabalhadores de todos os europeus. A minha admiração pela Alemanha, arrasada em 1945, "aliviada" de largos territórios a leste, com 15 milhões de retornados, pelo seu hercúleo esforço de reconstrução que partilha fraternalmente com os seus irmãos europeus (mesmo com os cães que mordem a mão que os alimenta...), a minha admiração por esse povo europeu, líder na indústria, no direito, na música, filosofia, etc. é ILIMITADA.
Quanto à França, é neste momento a 3ª potëncia europeia quase colada à 2ª (GB) e com todas as condições para a superar de novo, logo que reforme o estado como deve ser e dê umas taponas bem dadas nos sindicatos esquerdalhos. Os Airbus, o TGV, o ITER, as modernas centrais nucleares (mais de 80) franceses ou com grande contribuição francesa estão aí para garantir o futuro. França e Alemanha juntas fazem um Japão... A Irlanda, Luxemburgo ou Finlândia são admiráveis, mas pesam pouco em termos absolutos...
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 29, 2005 02:18 PM
Aviso aqueles que acharem que ainda faltam dados que mostrariam, sem margem para dúvidas, que as suas ilusões estavam certas, que dados sobre o Burkina Faso ou o Benim não estão disponíveis ou são pouco fiáveis.
Publicado por: Joana às junho 29, 2005 02:18 PM
A matemática neoliberal tem dificuldade em "argumentar" contra a sociologia científica-verborreica pseudo-progressista
Publicado por: Joana às junho 29, 2005 02:20 PM
A Alemanha deveu o seu milagre económico ao "neoliberal" Ludwig Erhardt, pró-americano convicto.
Depois disso foi a perda de velocidade e a actual estagnação de Schroeder.
Publicado por: Joana às junho 29, 2005 02:25 PM
P.S. Olhe que os portugueses do Luxemburgo (60.000) tal como os estabelecidos por todo o mundo (mais de 4 milhões) têm a RTP e SIC internacional sempre ligada... Agora, que têm mais produtividade porque estão enquadrados em empresas e serviços bem organizados e bem geridos, lá isso é verdade... mas ainda lhes sobra tempo para a RTPi, para o folclore (há dezenas de grupos)e para o futebol (há uma liga portuguesa de futebol no Luxemburgo, com duas divisões e com nível semelhante ao do próprio campeonato luxemburguês, onde também jogam muitos portugueses)... Como europatriota conheço bem o Luxemburgo, como aliás todos os países da Europa, à excepção de Malta (por enquanto). Por isso sei do que falo...
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 29, 2005 02:40 PM
Joanices: "A Alemanha deveu o seu milagre económico ao "neoliberal" Ludwig Erhardt, pró-americano convicto".
Eu julgava que o milagre se ficou a dever a 60 (agora 80) milhões de alemães que arregaçaram as mãos a partir do ano zero (1945)... Nessa altura a Alemanha era um monte de ruínas, dormiam famílias inteiras num só quarto sem tecto, e os alemães andavam todos atrás dos GI's para apanharem as beatas (eles) ou .... (elas). E hoje são os "paganinis" de toda a Europa e ensinam a todo o mundo como se fazem os melhores carros (BMW, Mercedes, Audi, VW, Porsche). Mesmo nos EEUU e Japão, o status é dado por um carro alemão... basta ver uns filmes. E se há um alemão a destacar seria Adenauer... Quanto ao "declínio alemão", avisem-me quando qualquer outro país europeu se aproximar dos 2 triliões de PIB... por enquanto não estou a ver ninguém no horizonte...
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 29, 2005 02:50 PM
Então é arregaçar as mangas e já cá canta o milagre económico. É simples. Porque será que ainda ninguém se tinha lembrado dessa?
E porque é que eles arregaçaram as mangas? Que incentivos tiveram? Como é que o funcionamento da economia facilitou isso?
Publicado por: David às junho 29, 2005 03:04 PM
E porque é que eles arregaçaram as mangas? pergunta o David...
Se você conhecese bem os alemães, não fazia essa pergunta. Pura e simplesmente os alemães gostam de trabalhar e sabem fazê-lo. E não têm mentalidade de assistidos (são liberais). Não estão à espera de subsídios, que aliás não havia (além do escasso Plano Marshall para toda a Europa, aliás). Nem podiam estar, mesmo que o quisessem. De 45 a 48 morreram na Alemanha de fome e frio entre 4 a 5 milhões de alemães, sobretudo os mais velhos (e crianças) que não podiam desenrascar-se... Era trabalhar no duro ou morrer. Conheci uma vez um professor alemão que dizia que Portugal resolvia os seus problemas se fizesse vir 2000 alemães para postos-chave. Estou completamente de acordo. Entretanto têm mandado biliões...
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 29, 2005 03:24 PM
Então porque é que agora não resolvem nada e a economia alemã estagnou?
Publicado por: David às junho 29, 2005 04:02 PM
São os alemães que são diferentes, ou é o sistema governativo que é diferente?
Publicado por: David às junho 29, 2005 04:03 PM
Vão resolver David. Nas próximas legislativas despedem o Schroeder e o modelo social europeu... E os franceses, se abrirem os olhinhos - é sempre uma possibilidade - colocam o Sarkozi na presidência quando o ladrão Chirac terminar o mandato...
Embora não critique os franceses por terem elegido Chirac. Se tivesse que escolher entre um ladrão e um nazi, também eu escolheria sempre o primeiro...
Publicado por: Pedro Oliveira às junho 29, 2005 04:51 PM
Estes posts são emsmo irritantes. Malvados aqueles que inventaram o números!
Publicado por: Mário às junho 29, 2005 05:00 PM
Nunca vi eleições assim. O Le Pen é um fascista, mas não o deixaram falar, não foi a debates na TV, e as eleições foram o mais anti-democráticas possível, tudo para "salvar a democracia".
Se um analista tivesse vindo de Marte à Terra, sem conhecer o passado, e apenas assistisse àquilo, concluiria que era uma conspiração totalitária feita pelos apoiantes de Chirac. E pensaria que quem era o democrata era o Le Pen.
Publicado por: Filipa Sequeira às junho 29, 2005 05:03 PM
David:
Não resolvem nada ? Claro que vão resolver, já resolveram problemas muito mais graves do que isso. Mas há que relativizar. O problema é que a taxa de crescimento desceu bastante, o que resulta sobretudo da crise geral na economia globalizada (a Alemanha é sobretudo um exportador). Resulta também do grande esforço financeiro na Alemanha de leste, um enorme estaleiro. E da crise do estado-providência. São situações correntes na vida económica, os problemas mudam, há que adaptar as respostas. Mas a Alemanha continua a ser a maior potência europeia e a viver muito bem. É um problema menor, semelhante ao que defronta o Japão (que também continua a ser a 2ª potência mundial, com mais de 4 triliões de PIB). O "sistema governativo" também não mudou. É sempre a sistema liberal de mercado. As adaptações necessárias ao modelo social não significam que esse modelo seja (fosse) mau. Era muito bom. Mas com a queda demográfica, o aumento da longevidade, o encarecimento dos cuidados de saúde, etc, já não é sustentável nos mesmos termos. Logo há que emagrecer a cobertura social, cortar despesas, evitar desperdícios, etc. Um problema de gestão, não de modelo. Ninguém pensa emm mudar de modelo. Faz parte da nossa cultura e é invejado em todo o mundo. Só que se não há dinheiro para pagar 100, mas só 80, então tem de se passar a pagar apenas 80. Simples medida de gestão.
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 29, 2005 05:06 PM
Mário em junho 29, 2005 05:00 PM: O Campos e Cunha, que está a trabalhar na versão beta do OR, também já deu lamentos desses.
Estávamos tão bem com um OR apenas qualitativo, só com juízos de valor e tiradas bem pensantes.
Publicado por: Ramiro às junho 29, 2005 05:07 PM
A Joana desespera: "A matemática neoliberal tem dificuldade em "argumentar" contra a sociologia científica-verborreica pseudo-progressista"
Pois é, estão verdes...
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 29, 2005 05:11 PM
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 29, 2005 05:11 PM
Sim, verdes na arte de disparatar...
Publicado por: Mário às junho 29, 2005 05:20 PM
O EUROLIBERAL não percebeu aquela frase. Tem piada. Não percebeu nadinha.
Publicado por: Coruja às junho 29, 2005 05:37 PM
Acho que foi mais um Eurotiro no pé :)
Publicado por: Mário às junho 29, 2005 05:56 PM
Não entendo então era só Europa não há países quem fala em países é traidor mas de repente o Luxemburgo é o país mais rico, referências ao "sistema" alemão!
A propósito de Finlandia...
Nokia 31 Dez 2004
13,37% acções em mãos Finlandesas
86,63% acções em mãos Internacionais
Publicado por: lucklucky às junho 29, 2005 07:04 PM
É capaz de haver mais americanos ou alemães com acções da Nokia, que funlandeses.
Publicado por: Ant Curzio às junho 29, 2005 08:54 PM
Queria dizer "finlandeses"
Publicado por: Ant Curzio às junho 29, 2005 08:55 PM
Os países continuam a existir na União e é útil que se possam gabar das suas contribuições para o bem comum. O que não é legítimo é que ponham os interesses nacionais acima dos da União e que só vejam nos outros falsamente a mesma tendência. A Nokia é uma grande empresa finlandesa e europeia líder no ultra-competitivo mercado mundial das comunicações, onde outras duas grandes empresas são a Eriksson-Sony e a Siemens. Quanto à Motorola está a ser vítima (também) do síndroma Boeing...bye, bye...
Tentei apresentar aqui uma lista das empresas "americanas" que são de facto japonesas, alemãs ou chinesas. Mas desisti. Era trabalho a mais...
Mas gostei de saber que mais 17 terroristas cruzados viraram churrasco, agora no Afeganistão... A luta contra o terrorismo mundial vai de vento em popa...
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 29, 2005 09:32 PM
bsotto às junho 29, 2005 01:05 AM "e o PIB espectacular da Irlanda"
Não estará a diferença entre a colónia de emigrantes irlandesa nos USA (qual é a percentagem de remessas enviadas e os negócios viabilizados através do clâ/lobie Irlandês?)
e o nossa colónia de pescadores Açoreanos,aquilo que enviam e os negócios que trazem para cá?
Publicado por: xatoo às junho 29, 2005 10:47 PM
Joana às junho 29, 2005 02:20 PM "e a sociologia científica-verborreica pseudo-progressista" recordou-me uma citação de Eugénio de Andrade - quando diz: "Para mim a perfeição é conseguir escrever sem adjectivos"
Pobre poeta, não estava a par da poesia neoliberal - pelo contrário! esta autora só precisou de um substantivo para fazer dele gato-sapato.
Publicado por: xatoo às junho 29, 2005 10:54 PM
Tanta palha para defender o desemprego de centenas de milhares de fps!
Publicado por: Cisco Kid às junho 30, 2005 02:01 PM
Defender o desemprego, não. A mudança de emprego. É a tal questão do copo (meio cheio ou meio vazio ?). Se um indivíduo só tem trabalho para 20 trabalhadores na sua empresa, por que razão é que devia empregar 40 ? Ora na nossa empresa (no estado que nós pagamos) deve passar-se o mesmo. QUANDO NÃO HÁ DINHEIRO, NÃO HÁ, E PONTO FINAL. Senão a empresa vai ao fundo e depois nem os 20 recebem. Há que acabar com essa ideia peregrina da esquerdalhada irresponsável segundo a qual o estado (isto é, os contribuintes) deve garantir trabalho a todos. Seriamos assistidos e completamente irresponsáveis. Bébes permanentes e não pessoas crescidas.... Uma ova ! Cada um é responsável pelo seu destino e se o estado puder ajudar (sem garantia) tanto melhor, assim é que deve ser...
o socialismo desresponsabilizou as pessoas que deixaram de saber sobreviver (desenrascar-se) como quando não havia estado providência. As medidas de austeridade devem ser tomadas sem anestesias e de uma vez. Foi assim no leste e já estão a levantar... E reprimir (despedir) severamente toda a agitação social dos assistidos irresponsáveis e anti-patriotas. Rua com eles... É esse o mal dos portugueses "suaves": nunca se identificam com o estado (apesar de o pagarem) e estão sempre à espera que este resolva tudo...Não têm trabalho ? Emigrem ! Desenrasquem-se ! Mas aguentem e calem a boca ! Senão, rua ! Estás a ouvir, ó Sócrates ? É assim...
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 30, 2005 05:04 PM
EUROLIBERAL em junho 30, 2005 05:04 PM: Estamos de acordo.
Mas veja que isso é o contrário do que o Chirac quer. Isso é o contrário do que o Chirac disse na propaganda pelo Sim. Ele achava que a Constituição era para preservar o peso estatal existente
Publicado por: Sa Chico às junho 30, 2005 05:19 PM
Não, Sá Chico. Isso é o que as Joanas dizem do Chirac. Este é o líder da direita francesa (não da esquerda, embora haja alguma esquerda responsável que está de acordo com o emagrecimento do estado). Logo, defende pouco estado e bom estado. Dizer que a França mesmo à direita é "comunista" é um disparate rematado, uma joanice... Por isso a direita francesa votou a 80% no Sim. A esquerdalhada anti-liberal é que votou no Não para não sofrer a concorrência dos "canalizadores polacos", para que as despesas públicas continuem ao nível incomportável de hoje. Chumbaram a constituição porque esta impede proteccionismos, garante a livre concorrência e impõe a disciplina orçamental aos estados, para evitar despesismos descontrolados. O Não quer o "monstro despesista" e o proteccionismo. O Sim quer a redução drástica da despesa pública, finanças equilibradas, livre concorrência numa Europa mais unida e integrada que seja a maior potência mundial, não só económicamente mas também no plano político-militar.
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 30, 2005 11:29 PM
EUROLIBERAL: Não sei se as "joanas" me incluem, ou se se está a referir apenas à Joana d'Arc. Também não sei o que o Chirac diz na intimidade do lar. Publicamente ele defendeu o peso do Estado francês. Leia por exemplo o debate televisivo com os jovens.
O intérprete da direita liberal é o Sarkozy. Aliás, detestam-se mutuamente.
Publicado por: Joana às julho 1, 2005 12:11 AM
Joana: Uma coisa é defender um estado social com uma cobertura social óptima (isto é, a melhor possível dentro dos limites da sustentabilidade financeira), que é uma característica (invejada) da UE, outra é defender, com a esquerdalhada anti-capitalista, a continuação de despesas sociais incomportáveis nos tempos de hoje, que levariam ao colapso da economia e do próprio sistema de segurança social. É CLARO que Chirac defende a primeira posição. Como toda gente inteligente e razoável de esquerda e sobretudo de direita, aliás. Depois, as diferenças entre Chirac e Sarkozy são sobretudo de estilo, de forma, não de fundo. Se Sarkozy (que é do mesmo partido e que também diz sim à Constituição) for eleito presidente, a política francesa neste domínio não mudará: continuará a fazer-se a reforma do estado e a diminuir as despesas sociais até ao limite da sua sustentabilidade. Não invente nuances onde não as há. Onde as há (E ENORMES) é entre os europatriotas que querem uma Europa mais forte e solidária, que votam sim à Constituição, e os eurotraidores que querem, por obediência a Bush (e seu caniche bLIAR) ou à velha cartilha marxista e anti-capitalista, destruir o glorioso e imparável projecto europeu. É o campo dos "nonistes", dos "collabos"...
Publicado por: EUROLIBERAL às julho 1, 2005 08:57 AM
Dos Jornais:
Thomas L. Friedman: The Irish on offense
The New York Times
SATURDAY, JULY 2, 2005
DUBLIN There is a huge debate roiling in Europe today over which economic model to follow: the Franco-German shorter-workweek-six-weeks'-vacation-never-fire-anyone-but-high-unemplo yment social model or the less protected but more innovative, high-employment Anglo-Saxon model preferred by Britain, Ireland and Eastern Europe. It is obvious to me that the Irish-British model is the way of the future, and the only question is when Germany and France will face reality: Either they become Ireland, or they become museums. That is their real choice over the next few years - it's either the leprechaun way or the Louvre.
Publicado por: VSousa às julho 2, 2005 11:13 PM
E mais adiante:
Germans and French may want to take a few tips from the Celtic Tiger. One of the first reforms Ireland instituted was to make it easier to fire people, without having to pay years of severance. Sounds brutal, I know. But the easier it is to fire people, the more willing companies are to hire people.
Harry Kraemer Jr., the former CEO of Baxter International, a medical equipment maker that has made several investments in Ireland, explained that "the energy level, the work ethic, the tax optimization and the flexibility of the labor supply" all made Ireland infinitely more attractive to invest in than France or Germany, where it was enormously costly to let go even one worker. The Irish, he added, had the self-confidence that if they kept their labor laws flexible some jobs would go, but new jobs would keep coming - and that is exactly what has happened.
Publicado por: VSousa às julho 2, 2005 11:15 PM
Mais um excerto:
It initially focused on attracting investments from U.S. high-tech companies by offering them a flexible, educated workforce and low corporate taxes. But now, explained Ireland's minister of education, Mary Hanafin, the country has started a campaign to double the number of Ph.D.s it graduates in science and engineering by 2010, and it has set up various funds to get global companies, and just brainy people, to come to Ireland to do research. Ireland is now actively recruiting Chinese scientists in particular.
"It is good for our own quality students to be mixing with quality students from abroad," Hanafin said. "Industry will go where the major research goes."
The goal, added the minister for enterprise and trade, Micheal Martin, is to generate more homegrown Irish companies and not just work for others. His ministry recently set up an Enterprise Ireland fund to identify "high-potential Irish startup companies and give them mentoring and support," and to also nurture midsize Irish companies into multinationals.
Publicado por: VSousa às julho 2, 2005 11:17 PM
...
And by the way, because of all the tax revenue and employment the global companies are generating in Ireland, Dublin has been able to increase spending on health care, schools and infrastructure. "You can only do this if you have the income to do it," Deputy Prime Minister Mary Harney said. "You can't have social inclusion without economic success. This is how you create the real social Europe."
Germany and France are trying to protect their welfare capitalism with defense. Ireland is generating its own sustainable model of social capitalism by playing offense. I'll bet on the offense.
Publicado por: VSousa às julho 2, 2005 11:18 PM
E a opinão de franceses:
Jean Quatremer, the veteran Brussels correspondent for the French left-wing newspaper Libération, was quoted by The Times as saying, "For a long time we have been talking about the French social model, as opposed to the horrible Anglo-Saxon model, but we now see that it is our model that is a horror."
Publicado por: VSousa às julho 2, 2005 11:19 PM
Interessantes esses textos. Afinal a Irlanda estava na moda e a gente não sabia.
Publicado por: David às julho 3, 2005 12:03 AM
Joana
Relativamente aos dados, eu nos posts anteriores, apenas me limitei a apontar para certas deficiências que considero serem enviesadoras de conclusões, embora, se apenas fossem considerados os dados comparáveis as conclusões seriam praticamente as mesmas ... apenas ressaltei problemas metodológicos e não entrei por campos sócio-políticos fazendo defesas de determinadas realidades, como um determinado comentador opta por fazer, mostrando toda a sua democracia para com quem não concorda com ele ...
Relativamente a este estudo, há novamente algo que não posso concordar, que é a mistura entre dados e previsões ... Gostaria de saber quais os últimos dados e obter as taxas médias, não incluindo as previsões ...
Penso novamente que as conclusões não deveriam mudar muito ... As duas economias que supostamente lideravam a europa estão a estagnar e a fundar-se no desemprego ... A solução dos seus líderes é a opção por projectos farónicos ... Sinceramente, parece-me mais uma fuga para a frente tipo união soviética que desenvolviam indústrias, supostamente de ponta e que criavam emprego e riqueza, mas que tecnologicamente foram ficando para trás ...
Aliás, basta ver o descalabro da exploração europeia de Marte, face ao sucesso americano para perceber que a liderança tecnológica é mais um sonho mírifico ... Esquece-se esse senhor que aquando da guerra do iraque, durante o tempo de lançamento da guerra, os telemóveis e gps europeus, baseados nos satélites, deixaram de funcionar correctamente, porque os americanos os bloquearam ... mas enfim, acho que este tipo de discussão pouco adianta ...
A verdade, é que os países nórdicos, já há muito que puseram em causa o seu modelo e procuram reformulá-lo para evitar o colapso a médio prazo (apesar da propaganda que campeia na nossa comunicação social) ...
Da alemanha, penso que os 2.000 milhões de desempregados, e o crescimento da taxa de desemprego até aos 12 % reflectem bem o desadequar das políticas chuchas para enfrentar os novos desafios mundiais ...
A verdade é que o Estado português é demasiado gordo, mas para além disso tem muitas intervenções perfeitamente perniciosas porque deturpa com a sua acção a saudável concorrência (basta ver o escândalo dos transportes colectivos de passageiros) ...
Para o Euroliberal, veja se entende, eu prefiro que portugal não receba subsídios e tenha que se desenvolver À conta do seu trabalho ... mais prefiro não pagar meia dúzia de privilegiados que há muitos anos vivem do orçamento europeu e foram eles que votaram e fizeram campanha pelo não que tanto o avilta - os bovets têm que deixar de mamar na teta europeia e passar a competir em pé de igualdade com os agricultores africanos
Publicado por: bcool às julho 12, 2005 02:33 AM
Pois
Publicado por: sisifo às julho 15, 2005 11:33 PM
por favor , envie-me uma cópia com uma certa urgencia ...muito obrigado!!
Publicado por: jonthas Cabrerico às setembro 12, 2005 03:03 PM