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junho 29, 2005

Orçamento Auto-regenerável

Está a despertar grande interesse na comunidade científica e nos meios financeiros o novo sistema de orçamentação das contas públicas implementado pelo Governo de Sócrates. Este orçamento apresenta uma inovação: é auto-regenerável. Tem um dado de entrada – neste caso foi escolhido o défice – e pode mexer-se à vontade em quaisquer rubricas que todo o resto se regenera automaticamente de forma a dar o mesmo défice. Por exemplo, na primeira versão a despesa pública era 50,2% do PIB, agora é 49,3%, mas o défice está sempre lá, mais firme que o rochedo de Gibraltar.
Segundo consta, o entusiasmo é tal que se prevê uma avalanche de encomendas. 12 países latino-americanos e 14 africanos já manifestaram interesse no produto.

Publicado por Joana às junho 29, 2005 10:17 AM

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Comentários

Creio que basta uma simples aplicação em EXCEL. Faz-se uma adição de parcelas em que o resultado final é fixo; a última parcela é determinada pelo EXCEL em função das restantes para que o resultado dê certo.

De qualquer forma, deseja à Joana umas boas férias.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 29, 2005 10:58 AM

Creio que basta uma simples aplicação em EXCEL. Faz-se uma adição de parcelas em que o resultado final é fixo; a última parcela é determinada pelo EXCEL em função das restantes para que o resultado dê certo.

De qualquer forma, desejo à Joana umas boas férias.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 29, 2005 10:58 AM

Aliás, o procedimento não é novo cá em Portugal. Aqui há uns 2 ou 3 anos, houve uns problemas com o financiamento da investigação científica em Portugal. A UE é quem paga, e exige que todo o dinheiro seja distribuído por projetos de investigação concretos. O governo português, por seu lado, pretende financiar dessa forma os orçamentos correntes dos grupos de investigadores. O truque que o governo arranjou foi exigir que o bolo total que ele pretendia atribuir a cada grupo (soma fixa) fosse distribuído, ficticiamente, pelo grupo por entre os seus diversos projetos de investigação (as parcelas). Vai daí, enviaram para os grupos de investigação uma aplicação informática em que se pedia que os grupos preenchessem as diversas parcelas, mas a aplicação informática impunha automaticamente o valor final da soma. Eu, como chefe (à época) do meu grupo, tive que preencher aquilo, e achei uma certa laracha. Uma pessoa preenchia certos quadros da aplicação informática, e ela automaticamente preenchia os restantes por forma a que o resultado final ficasse sempre de acordo com aquilo que a UE queria.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 29, 2005 11:09 AM

Não tem razão.
È preciso levar em linha de conta com “o ponto de vista”.
De economia não percebo nada, o que me faria particularmente apto para Ministro das Finanças com a vantagem de ser mais barato e não precisar de carro oficial pois gosto muito do meu Corsa.

Vejamos um ponto de vista curioso.
D. Luís Coimbra, que para minha grande surpresa me apareceu como Administrador do INAC informou-nos que a estrada que atravessa a pista de Espinho não está lá, porque a pista também não, isto é a pista que parece prolongar-se acaba antes da estrada que não atravessa pista nenhuma.
Confuso?
Ele não, ainda por cima porque em Gibraltar(LXGB) a pista é atravessada por uma auto-estrada e portanto o problema em Espinho era ser uma estrada e não uma auto-estrada.
Confuso?
Ele não, mas prometeu ir até Espinho para ver com os próprios olhos.

Publicado por: carlos alberto às junho 29, 2005 11:22 AM

Pode aqui ver LXGB
http://www.jetphotos.net/viewphoto.php?id=370509

e aqui um aeroplano igual ao acidentado
http://www.jetphotos.net/viewphoto.php?id=498117

Publicado por: carlos alberto às junho 29, 2005 11:32 AM

Qualquer dia ainda vamos ter saudades da equipe Pina Moura/Guterres com a sua Contabilidade Nacional Criativa.

Publicado por: Joao P às junho 29, 2005 12:01 PM

Luís Lavoura às junho 29, 2005 10:58 AM:
Não vou de férias. Ontem, depois daquele fim de tarde e princípio de noite estafantes, disse que merecia umas férias ... do blogue.
E não era verdade?

Publicado por: Joana às junho 29, 2005 02:15 PM

Ao pé destes, o Santana e compinchas eram uns aprendizes da batotice.

Publicado por: bsotto às junho 29, 2005 03:13 PM

Depois acusavam Santana de controlar a Comunicação Social.

Publicado por: fbmatos às junho 29, 2005 03:20 PM

Como diziam os chineses, vamos de Mao a Piao.

Publicado por: Rave às junho 29, 2005 04:05 PM

Para o Luis Lavoura, no Excel podem-se utilizar as ferramentas para 'what-if' que permitem fazer simulações à vontade alterando simultaneamente várias células. Aliás é uma funcionalidade que até o avôzinho Lotus 1-2-3 já tinha...

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 29, 2005 04:08 PM

Luís Lavoura às junho 29, 2005 10:58 AM:
O problema é que devem ser muitas centenas de parcelas, nas receitas e nas despesas. Deve ser um package muito bem elaborado.
É natural que desperte muito entusiasmo em todos os orçamentistas do 3º mundo!

Publicado por: Sa Chico às junho 29, 2005 04:12 PM

E deve ter sido elaborado pelo Vitor Constâncio ou algum técnico do Banco de Portugal para obter o deficit de 6.83% encomendado por Sócrates.

Também já ouvi dizer que até a ONU estava interessada... Kofi Annan também necessita de ajustar alguns números referentes ao programa Oil for Food...

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 29, 2005 04:26 PM

Já nem sei se hei-de chamar a isto uma República "das" Bananas ou uma República "dos" Bananas.
É demais.

Publicado por: Diana às junho 29, 2005 04:43 PM

Se calhar é as duas coisas, Diana...

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 29, 2005 04:45 PM

Uma coisa têm-me espantado. Este ministro das finanças vinha rotulado de ter uma competência técnica exemplar, uma capacidade de trabalho invulgar. Porque razão estão a acontecer estas coisas? Eu sei que ele anda mal acompanhado, mas...

Publicado por: Mário às junho 29, 2005 05:04 PM

Publicidade enganosa. É de apresentar queixa à DECO ou à Autoridade da Concorrência (concorrência desleal entre ministros e candidatos a ministros das finanças)

Publicado por: David às junho 29, 2005 05:14 PM

Mário às junho 29, 2005 05:04 PM: Você espanta-se?? Eheheheh! espanta-se?!
Eu, desde que o Guterres chegou ao governo, já não me espanto com nada!

Publicado por: Coruja às junho 29, 2005 05:16 PM

O Pacheco Pereira é que "M'espanto às vezes, outras m'avergonho" e outras dá tiros no próprio pe´.

Publicado por: Coruja às junho 29, 2005 05:18 PM

Coruja,

Espanto por não saber o que se passa:

- Trata-se apenas de falhas de capacidade técnica?

- Os erros devem-se a alguma tentativa de embuste? Porque quando se diz uma mentira criamos uma tarefa enorme de a tentar encobrir.

- Ou serão apenas normais, empolados por estarmos todos "sensíveis"?

Publicado por: Mário às junho 29, 2005 05:54 PM

Mário às junho 29, 2005 05:54 PM:
Em estudos económicos e/ou financeiros, que englobem dezenas de quadros, não é importante que haja erros. O que deve haver é coerência!

O problema é quando as coisas não batem certas umas com as outras!

Publicado por: Joana às junho 29, 2005 06:08 PM

Um dos meus primeiros trabalhos profissionais foi um estudo de viabilidade técnica e económica de um grande projecto, da ordem de quase uma centena de milhões de contos.
Eu trabalhava com um especialista francês de grande gabarito, pessoa já dos seus 60 anos, e ele deu-me um draft do estudo. Passei o resto do dia e a noite a rever o trabalho, e aquilo estava tudo cheio de erros.
No dia seguinte disse-lhe isso, fizemos uma revisão, emendámos tudo e... o resultado era praticamente igual!
Exclamou então: Eu não lhe dizia!
O sujeito devia ter errado em alguns pontos, mas como tinha uma grande experiência daquele tipo de projectos, foi martelando aqui e ali, enchendo o estudo de erros, para chegar ao resultado desejado!

Publicado por: Joana às junho 29, 2005 06:19 PM

Espero que esse técnico não esteja ligado ao novo projecto da fusão termonuclear. Senão estamos feitos!

Publicado por: Coruja às junho 29, 2005 06:48 PM

Coruja: veja pela positiva. Se tal suceder, o EUROLIBERAL vai rejubilar com a 1ª explsão termonuclear na Europa ser na França!

Publicado por: David às junho 29, 2005 07:47 PM

Realmente, o debate à volta do erros nos quadros do orçamento rectificativo é espantoso.
Considero risível o facto de um documento fulcral para a política do Governo enfermar destes defeitos.

Mas é preciso ser obtuso e não ter vergonha na cara para, à boleia disso, procurar amenizar a mentira e o embuste do orçamento do Governo anterior. Como se a sujidade da mão "esquerda" servisse para lavar a mão "direita".

O orçamento rectificativo é mau. Ponto final!

Publicado por: Vítor às junho 29, 2005 09:56 PM

Vítor às junho 29, 2005 09:56 PM: Com certeza. O PSL e o Bagão eram maus por definição. Por isso "é preciso ser obtuso e não ter vergonha na cara para, à boleia disso, procurar amenizar a mentira e o embuste do orçamento do Governo anterior".
Este governo pode fazer todas as trapalhadas que entender e cometer os erros mais disparatados porque só gente "obtusa e sem vergonha na cara" teria o desplante de achar que este governo ainda é mais trapalhão e incompetente que o anterior.

Publicado por: Hector às junho 29, 2005 10:37 PM

Você devia ler o Abrupto, Hector. Não se devem comparar as trapalhadas deste governo com as do anterior. Isso mostra más intenções.

Publicado por: Rave às junho 30, 2005 01:35 AM

hehe, graças a JPP tivemos a definição de Trapalhadas de 1ºclasse e trapalhadas de 2ºclasse...

Publicado por: lucklucky às junho 30, 2005 07:19 AM

A complacência da comunicação social com este governo é um espanto.

Publicado por: Filipa Sequeira às junho 30, 2005 10:24 AM

Estes erros, do OR e do Constâncio, ,ostra que isto é um país do 3º mundo, mas com peneiras.

Publicado por: Valente às julho 3, 2005 02:19 PM

Um projecto no valor de uma centena de milhões de contos??.
E conseguiu revelo em apenas o resto do dia e a noite??
Foi a primeira e a ultima...!
Por mim estamos conversados.
Nunca mais cá volto!

Publicado por: Custodio às julho 26, 2005 08:08 PM

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