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março 13, 2005

O Espectro Neoliberal

Um espectro aterroriza a velha Europa. O espectro do neoliberalismo. Todas as forças políticas se aliaram, mais ou menos declaradamente, contra ele. E todos elas o diabolizam em nome de um alegado humanismo. São os humanismos perversos, como o humanismo comunista, herdeiro do estalinismo; o humanismo radical, herdeiro do maoismo; o humanismo da extrema-direita, herdeiro do fascismo; o humanismo alteromundialista, um heterogéneo herdeiro dos anteriores. São os humanismos convencionais, como o humanismo das religiões reveladas; o humanismo do centro-direita cristão e social; o humanismo socialista e social-democrata do Estado Providência, etc..

Ora o liberalismo baseia-se no princípio fundamental de que, na relação do indivíduo com o Estado, a liberdade do indivíduo é o bem supremo, que, enquanto tal, tem preponderância sobre qualquer outro. Defender o liberalismo, portanto, é defender a liberdade que lhe está na base do nome. É defender o humanismo contra o colectivismo. É esse princípio fundamental que postula que melhor Estado é aquele que tem uma menor intervenção, deixando, portanto, aos indivíduos mais liberdade. O melhor Estado, assim, é o "Estado mínimo", aquele que deixa aos indivíduos o máximo de liberdade compatível com a vida em sociedade. E sublinho, “compatível com a vida em sociedade”.

Foi a perversão da semântica política que tem tentado transfigurar o significado original da palavra liberalismo (que defende a liberdade e que luta contra a opressão) dando-lhe o sentido oposto – conservador e reaccionário. Já alguns, que defendem ou defenderam, consciente ou inconscientemente, doutrinas que floresceram à sombra dos Gulags, profetizam mesmo futuros Gulags neoliberais!! Os que o atacam têm em comum o estarem todos, de crentes a ateus, de comunistas a conservadores, de acordo com a definição da ortodoxia católica: “Sistema que, apoiado numa concepção economicista do homem, considera o lucro e as leis de mercado como parâmetros absolutos em prejuízo da dignidade e do respeito da pessoa e do povo”. Igualmente, muitos dos que o diabolizam têm em comum o facto de, quando estão no poder, serem constrangidos a adoptarem receitas de índole neoliberal para aliviarem a sociedade do peso insustentável do Moloch estatal.

Liberal tem, todavia, desde a sua origem, um significado diferente e antagónico. Durante a longa luta contra o regime feudal e a ideologia das coacções extra-económicas como base do funcionamento da sociedade, o liberal era o amante da liberdade e do fim das corveias, das corporações e dos regulamentos que dificultavam ou impediam a actividade económica. Era ele que lutava contra o absolutismo real que consubstanciava o poder político que mantinha aquelas sujeições.

Os enciclopedistas franceses, o Aufklärung alemão, o iluminismo do século XVIII em geral, cresceram sob o signo do liberalismo. No campo económico, o liberalismo encontrou o seu primeiro alicerce em Bernard de Mandeville e nesse espantoso livro “A Fábula das Abelhas: Ou velhacos transformados em gente honesta” escrito no início do século XVIII, onde se pode ler, logo no prefácio: “O que, no estado da natureza, faz o homem sociável, não é o desejo que tem de estar em companhia, nem a bondade natural, nem a piedade, … . As qualidades mais vis, frequentemente as mais odiosas, são as mais necessárias para torná-lo apto a viver com o maior número. São elas que … mais contribuem para a felicidade e prosperidade das sociedades.” … e, mais adiante: “Grandes multidões pululavam … atropelando-se para satisfazerem mutuamente a luxúria e a vaidade. Consequentemente cada parte estava cheia dos vícios mas, no seu todo, o conjunto era um paraíso

Ou, como Adam Smith, meio século depois, traduziu em termos económicos: “cada indivíduo … ao tentar satisfazer o seu próprio interesse promove, frequentemente, de uma maneira mais eficaz, o interesse da sociedade, do que quando realmente o pretende fazer.” Ou como escreveu Hayek, em meados do século XX, afirmando que as melhores leis não são as que resultam da visão magnífica de “qualquer sábio legislador, mas de um tortuoso e longo processo de ensaios e erros”. Não é ao Estado que o homem deve a sua prosperidade, quando a tem, mas a si próprio, à sua liberdade, à sua capacidade de pensar e agir autónoma e individualmente, à sua persistência no fazer, não receando errar, porquanto sabe que tem capacidade de corrigir o erro. Im Anfang die Tat, como escreveu Goethe. Ao Princípio era a Acção.

O que a Santa Aliança (tal como a enumerei no primeiro parágrafo) teme é o facto de ser impossível lutar contra o liberalismo (ou o neoliberalismo). O liberalismo não é uma partido político, é uma ideia, ou um sistema coerente de ideias. Partidos e facções derrotam-se em eleições, em revoluções ou em contra-revoluções. A ideia da liberdade humana e do primado do homem sobre o Estado é inerente à sua natureza e reaparece sempre. Fecha-se-lhe a porta e ela entra pela janela; fecha-se-lhe a janela e ela entra por qualquer frincha. Só há uma maneira de a liquidar: calafetar a sociedade e o pensamento social, mas isso só é possível asfixiando e liquidando a espécie humana. Muitos o tentaram; a Inquisição, que pretendeu a pureza dos cristãos; o Fascismo, que pretendeu a pureza da raça; o Comunismo, que pretendeu criar o “homem novo”. Mataram dezenas de milhões de seres humanos em nome do seu humanismo perverso, mas perderam.

Aliás, desde sempre, as ideias liberais têm sido utilizadas para curar os desastres provocados pelas experiências colectivistas. Mas quando o paciente apresenta sintomas de melhoras, regressa a vertigem do Moloch estatal, suportado pela sede de sinecuras dos aparelhos partidários e pela crença ilusória que esse dispendioso e insaciável monstro traz segurança. Vem desde as suas origens ... foi o liberalismo que desencadeou a Revolução Francesa e lhe deu a base teórica, mas foi o Terror e a visão estatizante dos jacobinos que liquidaram a revolução e a entregaram ao cesarismo.

O liberalismo não é um dogma nem uma religião. A doutrina liberal alimenta-se, em cada instante, da realidade em que se move e não, como qualquer doutrina política e/ou religiosa, tentando forçar a realidade para a enquadrar no seu dogma. Assim sendo, o liberalismo falha como partido. Na satisfação dos seus próprios interesses, o homem, agindo livremente, conduz ao óptimo social. Mas como enquadrar esses interesses decorrentes do individualismo humano numa estrutura partidária? Ora há que sublinhar que nem só de economia vive o homem. Há os valores da colectividade humana: a cultura, a solidariedade e a coesão social, a religião, a identidade nacional. Neste entendimento, se a economia de mercado é o melhor sistema para desenvolver a riqueza material de uma sociedade, há outros mecanismos que devem ser adicionalmente implementados, embora de forma a não viciar a eficiência económica e a não se comprometer a prosperidade social, para criarem o consenso social necessário. O óptimo social pode não coincidir com o óptimo económico. O conceito de Óptimo de Pareto deve assim ser alargado para conter variáveis, não quantificáveis, que contemplem o equilíbrio e o consenso social. Ora essa compatibilização para passar do Óptimo de Pareto, visto unicamente na vertente económica, a um Óptimo de Pareto Económico e Social, permite uma diversidade de opiniões, dentro da coerência do seu ideário, que são fecundas no funcionamento do sistema democrático e no exercício da cidadania, mas que podem ser um obstáculo para constituir um partido político que aspire à governação. O liberalismo é um sistema coerente de ideias, mas um partido requer um receituário operacional para a conquista e manutenção do poder ao qual o liberalismo é avesso.

O fundamento do liberalismo são a propriedade privada, o primado do indivíduo sobre o Estado, a prevalência da lei e do Direito, uma justiça independente e eficiente, e uma democracia aberta que permita a transparência das instituições e o exercício do espírito crítico. Apenas isso. Por isso mesmo, desde a socialismo e social-democracia até à direita conservadora, todos declaram abominar o neoliberalismo, e todos aplicam as suas receitas, quando tudo o resto falha.


Nota - Sobre este tema ler ainda:
Neoliberalismo e Intelectuais
O Espectro Neoliberal
Duas Mãos Invisíveis

Publicado por Joana às março 13, 2005 10:38 PM

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Lista dos links para blogues que mencionam O Espectro Neoliberal:

» Código da Vinci from Letras Com Garfos III
Este é o placard publicitário que foi proibido de ser colocado em frente do parlamento francês. A ideia da última ceia de Da Vinci no feminino nada tem de negativo ou de mal. Pelo contrário. A ideia parece-me o... [Ler...]

Recebido em março 13, 2005 11:44 PM

Comentários

Muito bem!

Têm aparecido ultimamente vários textos em alguns blogs defendendo que o liberalismo não deve formar partidos (talvez enformá-los um pouco...).

É da ignorância que se servem os propagandistas. Os novos moralistas agora, ao invés de virem buscar o papão das tentações do demónio, acenam com o perigo do neoliberalismo. É preciso desmascarar estes falsos moralistas.

Publicado por: Mario às março 13, 2005 10:21 PM

"São os humanismos convencionais, como o humanismo das religiões reveladas; o humanismo do centro-direita cristão e social" ----
"A system of thought that centers on humans and their values, capacities, and worth. Concern with the interests, needs, and welfare of humans: “the newest flower on the vine of corporate humanism” (Savvy)." (ler em http://www.answers.com/main/ntquery?s=humanism&gwp=11&ver=1.0.2.84&method=2

Não haverá confusão?

Publicado por: Orlando às março 13, 2005 11:01 PM

Não confundir liberalismo económico com libertarismo ideológico-filosófico. Hitler, no seu tempo, foi um libertário, na medida em que colocou em causa padrões filosóficos vigentes. Não confundir "as obras do Mestre Picasso com as picas de aço do mestre de obras". Este tipo de confusões só prejudicam o liberalismo na economia: por parte dos anti-libertários filosófico-morais e por parte dos libertários de circunstância.
O liberalismo na economia não significa decadência civilizacional. Pelo contrário.

Publicado por: Orlando às março 13, 2005 11:08 PM

Não foi minha intenção confundir, nem me parece que tenha confundido.
E quando escrevo "E todos elas [as forças que se opõem ao liberalismo] o diabolizam em nome de um alegado humanismo", julgo ser clara qundo me refiro a esse "alegado" humanismo.
A definição de humanismo é muito abrangente. Quando Hitler pretendeu a pureza da raça, era em nome de um humanismo, perverso, que pretendia o "homem ariano". O mesmo sucedeu com o estalinismo. À sua maneira era um humanismo. Aliás, milhares de intelectuais por essa Europa fora dedicaram elegias a esse humanismo redentor criador do "homem novo", apesar desse humanismo ser um monstro perverso que ceifou muitos milhões de vidas.

Publicado por: Joana às março 13, 2005 11:25 PM

Le discours de Roland Hureaux :

Qu'est-ce que l'idéologie ?

Dans un sens général c'est un système de pensée qu'auront les individus dans leurs prises de position.
Si on cherche à affiner la définition on peut trouver 3 sens plus précis :

celui que lui ont donné les créateurs du mot les idéologues, les héritiers de la philosophie des Lumières, dont la pensé a fleuri sous le Directoire(Destut de Tracy, Cabanis...) et qui prétendaient orienter scientifiquement la société. Ils sont restés dans des académies, surtout celle des Sciences Morales et Politiques que Napoléon a dissoute.
le sens que lui a donné Karl Marx : un système de représentations non scientifique qui est celui d'une classe sociale au pouvoir. L'idéologie sert à cette classe sociale pour assurer sa domination.
celui que lui ont donné les libéraux de la deuxième moitié du XXième siècle, à partir d'une critique du totalitarisme, du communisme. On y retrouve Raymond Aron, Alain Besançon, Annie Kriegel, François Furet, Jean-François Revel, Jean Baechler. On peut citer également Hannah Arendt, Georges Orwell, Karl Popper et Friedrich von Hayek (économistes libéraux de l'Ecole de Vienne), Soljenitsyne, et Dostoïevski qui avait compris l'idéologie bien avant les autres notamment au travers de son ouvrage Les Possédés.
Nous allons développer le sens que les libéraux lui ont donné. Ils ont essayé d'observer l'utilisation de l'idéologie par les régimes totalitaires. Si le nazisme semble lisible dans sa nature ( "ce sont des méchants qui ont l'air de méchants"), le communisme est plus subtil et plus fascinant. Mais derrière son masque il a tout de même fait une centaine de milliers de victimes.

Les penseurs ont essayé de comprendre l'absurde : que leur est-il arrivé ? Qu'est-il arrivé au siècle ? Ils ont essayé de comprendre les ravages que les mauvaises idées pouvaient faire appliquées à la politique. Pour Hannah Arendt les idéologies sont des ismes qui prétendent tout expliquer en partant de plusieurs prémisces. Pour Baechler, c'est la volonté d'organiser l'action sociale jusqu'au bout.

L'idéologie peut être définie selon 24 critères que l'on peut regrouper en 4 parties : le rapport au savoir, au pouvoir, au temps, à la nature.


I. LES CRITERES DE L'IDEOLOGIE

LE SAVOIR

1. Simplification de la réalité : ex : Proudhon "la propriété c'est le vol" ou Marx "l'histoire du monde est la lutte des classes"
2. Approches scientifiques : l'idéologie singe la science
3. Primat du Savoir : héritage de gnoses antiques du Ier et IIème siècle, on obtient le salut par le savoir. Le marxisme est une gnose moderne.
4. Organisation de la société selon ce savoir : ex : Marx, oragnisation de la société selon un savoir sociologique ou Hitler, organisation de la société selon un savoir biologique.
5. Cohérence interne : selon Saint-Thomas, la vérité est la cohérence interne d'un raisonnement. Les idéologies se disent vraies car cohérentes. Quand on poursuit l'idée de racisme jusqu'au bout, on arrive à la schoah. Quand on poursuit l'idée de l'élimination de la bourgeoisie on en arrive aux goulags.
6. Idéologie universelle, c'est à dire qui vaut pour le monde entier. Le national socialisme par exemple, était de moins en moins national : les SS avaient pour consigne d'effacer la notion de nation. Le Salut de l'humanité passait par la promotion des meilleurs. Il fallait donc conquérir le monde.

LE POUVOIR

1. L'idéologie est antidémocratique : certains ont le savoir et d'autres ne l'ont pas, et il y a une haine des ignorants. Par exemple, Lénine dans Que Faire affirme que les syndicats ne sont pas représentants du prolétariat car ils sont réformistes or la classe ouvrière doit faire une révolution et non pas des réformes.
2. L'idéologue est intolérant, il a le refus du débat.
3. L'idéologue ne peut être ni décentralisateur, ni fédéraliste. Ceux qui savent dirigent ceux qui ne savent pas. Don tout est centré sur ceux qui savent.
4. La bureaucratie contrôle car elle concentre ceux qui savent.
5. Pas de pluralité des pouvoirs
6. hostilité aux religions : judaïsme pour le nazisme, christianisme pour le communisme.


LE TEMPS

1. L'histoire a un sens : ce sens de l'histoire dérive de la pensée chrétienne, des millénaristes du Moyen-Age qui attendaient l'avènement du monde parfait.
2. Importance du progrès
3. Promesse de lendemains qui chantent, mais...
4. ...nécessité dans le présent de sacrifices. Il y eut des sacrifices de peuples entiers pour améliorer la période actuelle sur laquelle ils sont très pessimistes.
5. Mouvement perpétuel : on n'atteint jamais le but. Pour Arendt c'est une marche constante de l'homme vers des buts toujours nouveaux.
6. Idéologie irréversible
7. Haine du réel totale : le révolutionnaire a un objectif de perfection.
8. Abolition des différences. Pour le nazisme, abolition des différences biologiques. Pour le marxisme, abolition des classes sociales, des Nations ("L'internationale sera le genre humain") .

LA NATURE

1. L'idologie essaie de modifier la réalité. Par exemple Lyssenko avait une théorie reprise par le régime de Staline, sur l'hérédité des caractères acquis, théorie fausse : Mengel et Morgan ont démontré qu'il y a une très lente évolution des caractères génétiques. Même sur 35 000 ans il y aurait eu très peu d'évolution. Il existe des constantes chez l'homme que l'idéologie nie.
2. L'idéologie s'attaque à la morale, à la culture. Par exemple, les nazis prônaient la cruauté, rejetant la tradition d'humanisme.
3. Si on pousse l'idéologie à son terme on se trouve face à des absurdités. Par exemple un régime où il y a énormément de gaspillages qui ne profitent à personne. On mange très mal partout. Ou par exemple dans le régime nazi où les trains de déportés avaient la priorité sur les trains de ravitaillement.
4. Des effets pervers : l'idéologie n'a pas les résultats escomptés.

II. EST-CE FINI?

On peut tirer la page sur les totalitarismes. Mais peut-on tirer la page sur les idéologies ? Hureaux ne le pense pas. L'idéologie peut être sectorielle.
- Education nationale : idéologie de l'égalitarisme a poussé à vouloir de plus en plus égaliser les chances des enfants. Donc on a mis fin à la diversité des filières. On essaye de faire passer les enfants par le même moule. Mais les inégalités sont de plus en plus grandes, et les enfants en savent de moins en moins. Si certains savent c'est qu'ils apprennent à la maison. Pour les enfants pauvres et sans relations c'est beaucoup plus difficile de réussir dans la vie. On est loin de l'Ecole de la République.
-Le système de santé britanique : on l'a nationalisé après guerre. Ceux qui ont de l'argent vont se faire soigner dans des cliniques spécialisées, ceux qui n'ont pas d'argent sont obligés d'aller dans des hôpitaux qui n'ont pas les moyens de les recevoir convenablement.
-Libéralisme mondialiste : si le marché et le libre-échange sont des choses naturelle, dès qu'on les systénatisent elles deviennent des idéologies. C'est le cas de l'OMC qui n'a aucun sens du compromis, qui imposent sa politique puisqu'elle a le savoir.
-Terrorisme du politiquement correct : diabolisation de ceux qui ne pensent pas comme nous, hostilité aux notions traditionnelles, notamment en matière de justice, contestation d'un certain nombre de normes...
-Construction européenne : Hureaux se réfère ici à l'Ecole de Bruges dans la lignée de la pensée tatchérienne. La liberté collective est la liberté des nations. En abolissant la liberté des nations on risque de tuer la liberté des individus. L'Europe correspond à 22 critères sur 24. Par exemple, elle a une bureaucratie qui a raison quand le peuple a tort. Elle a une mécanique centraliste. Elle bafoue les cultures...

III. QU'EST CE QU'UNE POLITIQUE NON IDEOLOGIQUE ?

C'est une politique où ceux qui dirigent ne se laissent pas diriger par les clercs. Il faut garder comme objectif le bien commun de la société. L'homme politique est plus un être pragmatique qui se méfie de la logique. Il a une capacité d'arbitrage entre différentes politiques. C'est universel, des chefs de tribus aux bons présidents. Quand on n'est pas convaincu d'une vérité on respecte les libertés.

Il faut tout de même gouverner avec des chimères. Sans chimères on ne fait rien, on ne peut entraîner le peuple. Mais les chimères ne sont que mensonges. La politique c'est justement peut-être de mettre les chimères à leur place.

QUELQUES QUESTIONS :

-Le libéralisme n'est-il pas une idéologie ?
-Le libéralisme est né naturellement. Le libéralisme en soi n'est pas une idéologie, l'ultralibéralisme peut âtre par contre considérée comme telle.

-Le nationalisme est-il une idéologie ?
-L'amour de sa société est dans l'ordre de la nature. Le cadre national est une nécessité.

-Est-ce que dans l'évolution, sachant qu'on est passé du clan à la région, de la féodalité à l'Etat, n'est-il pas naturel de passer à l'Europe, puis au monde ?
- La nation est un cadre idéal, du point de vue philosophique, historique, pragmatique (la France est viable en elle-même, et le cadre national est la structure la meilleure pour résoudre les problèmes).

http://cercleraymondaron.free.fr/

Publicado por: Templário às março 13, 2005 11:28 PM

Bem ... se, então, o "socialismo democrático" ou a "social-democracia" ou a "direita conservadora" - uma diversidade de opiniões - constituem afinal a expressão de um «Óptimo de Pareto económico e social», só por absurdo, ou perversão sistémica, poderá existir um «Moloch estatal» ou o designado «Estado Providência».
Só falta dizer :
E todavia existe ...

Publicado por: asdrubal às março 13, 2005 11:34 PM

Afinal O Comunismo Chinês ao aplicar o Liberalismo económico está no bom caminho, é isso ?

Publicado por: Templário às março 13, 2005 11:39 PM

Este texto é bem demonstrativo de como nem é preciso recorrer à realidade para verificar que o liberalismo está cheio de contradições. Por um lado diz-se que numa sociedade liberal são os indivíduos que decidem e actuam livremente, mas por outro defende-se que há uma série de mecanismos impessoais que regulam e determinam a vida em sociedade, e nessa medida o agir humano.
Considera-se, também, que quando os indivíduos procuram satisfazer o seu interesse promovem o interesse da sociedade ( mesmo que esse não seja o seu objectivo ou intenção). E isto porque há uma «mão invisível» que se encarrega de encaminhar os homens na «boa direcção». Assim, pode dizer-se que a mão invisível é uma espécie de espírito absoluto smithiano que se serve dos homens para se materializar no chamado «Estado mínimo». Mas daí que de mínimo esse Estado não tenha nada: o Estado liberal é um Estado máximo, pois expressa e é a objectivação da sociedade que o construiu: é o Estado adequado ao funcionamento da sociedade capitalista, e que é, por isso, o Estado que dá a liberdade compatível com a vida em sociedade capitalista, e mais nenhuma. Assim, tal como a razão hegeliana, também a mão invisível se caracteriza pela astúcia.
Por outro lado, em termos filosóficos aquilo que se opõe à liberdade é a necessidade: por isso para o liberal Kant é-se livre agindo por dever. Mas quais serão os deveres que segue aquele que procura satisfazer o seu interesse egoísta? Quais são as necessidades de que os homens se libertam numa sociedade capitalista?
Enfim, o liberalismo como a palavra indica é um «ismo», é uma ideologia que se quer identificar com a realidade, absolutizando-o. O liberalismo é portanto, para a Joana, um dogma e uma religião. Pode-se dizer que, para ela, todo o real é liberal, e todo o liberal é racional.

Publicado por: Sei lá às março 14, 2005 12:31 AM

Boa resposta aos detractores do neoliberalismo e àqueles que o consideram uma espécie de pecado

Publicado por: David às março 14, 2005 12:32 AM

Joana:
Guantánamo já aí está...

Publicado por: Zé Luiz às março 14, 2005 12:32 AM

"O melhor Estado, assim, é o "Estado mínimo", aquele que deixa aos indivíduos o máximo de liberdade compatível com a vida em sociedade. E sublinho, “compatível com a vida em sociedade”."

Para melhor poder comentar o texto proposto, gostaria que a Joana esclarecesse quais os limites da liberdade necessários a torná-la compatível com a vida em sociedade. E que esclarecesse também o que entende por "vida em sociedade".

Publicado por: Albatroz às março 14, 2005 01:29 AM

O Humanismo, sendo um conceito abrangente, coloca o Homem no centro da atenção. "Humanismo religioso" pode ser, nesta medida, uma contradição. Foi isto que quis dizer.
Em relação a Liberalismo: Os libertários de direita clamam para si o estatuto de Revolucionários de Direita, reclamam que o Estado não se intrometa na sociedade e na economia, (ou o faça minimamente); em suma, reclamam “o direito de fazer tudo o que quiserem, desde que não prejudiquem outrem", e baseiam as regras do jogo em legislação que eles (liberais) estabeleceriam para protecção do seu ideário. A maior parte dos libertários de direita entendem a liberdade “ilimitada” na economia como uma panaceia para os problemas sociais e económicos. A palavra-chave “ilimitada", que implica liberdade absoluta para fazer lucros, sem obrigações morais de alguma espécie, leva-me a olhar o liberalismo como uma espécie de anarco-capitalismo. Para mim, a liberdade sem responsabilidade é imoral.
Hobbes e Locke, entre outros, introduziram e manipularam o conceito do “The Commons” - os dons da natureza que são propriedade comum em partes iguais de todo e qualquer membro de um grupo social. Estes “Commons” deveriam ser protegidos, segundo aqueles, do abuso por parte de qualquer membro da sociedade, evitando-se assim o seu exaurir através da exploração que os danificasse (vamos aportuguesar o palavrão “Commons” para “Comuns"). A destruição dos “Comuns” através da exploração desenfreada, a que os liberais chamam de “liberdade ilimitada", é de facto uma injúria aos interesses comuns de todas as pessoas. Em suma, estamos a falar de conservação - à laia de protecção ambiental - de um património global, para proteger o melhor possível a qualidade de vida e o nosso futuro colectivo.

Um antiquíssimo livro chinês, com o título “I CHING", já nos falava da necessidade da preservação dos “Comuns” como parte essencial de um “Contrato Social". Este livro está na base do Taoísmo e do Confucionismo, e desempenha um papel importante na filosofia do Budismo Zen. “I CHING” significa literalmente “O Livro das Mudanças” e consiste em 64 figuras simbólicas de seis linhas chamadas de “hexagramas", cada um dos quais com um título simbólico, de inspiração poética e a que se lhe deu um significado espiritual. O hexagrama número 48 tem o nome de “O Poço", referindo-se ao tradicional poço comunitário tão presente na China antiga como no Portugal de há 50 anos. “O poço” era essencial para a sobrevivência e qualidade de vida de TODOS. O tema deste poema nº 48 é a necessidade de preservação do “poço” - a aldeia pode mudar, mas “o poço” tem que se manter igual. Em suma: se quiseres viver na aldeia, não cagues no poço!
Sob o ponto de vista moral, os libertários em geral (de esquerda e de direita), advogam a ideia de uma moral para cada um e nenhuma para todos. Para eles, a consciência não é mais do que uma voz interior que os avisa que devem estar atentos ao que se passa ao redor e que alguém os pode estar a observar e a controlar. Ponto final. Querem licença para a apropriação imoral e desenfreada, e justificam o seu egoísmo sob a ideia elaborada do Liberalismo.

Publicado por: Orlando às março 14, 2005 02:59 AM

...E há também aquela grande corrente ideológica chamada Simplismo...

Publicado por: Em tempo às março 14, 2005 05:00 AM

"O fundamento do liberalismo são a propriedade privada" (sic)

Como a Joana certamente reconhece, a propriedade privada não é democrática, uma vez que o povo, base da democracia, não pode fazer o que quer quando a propriedade é pertença apenas de alguns. Surge aqui uma contradição entre liberalismo e democracia.

Já agora, a paavra alemã Aufklaerung é feminina. Deve pois dizer-se "a Aufklaerung".

Publicado por: Luís Lavoura às março 14, 2005 09:50 AM

A liberdade está acima da democracia,

A democracia apenas serve para escolher quem está no poder e não é uma forma mesquinha de todos se meterem na vida de todos. Se tudo fosse decidido democraticamente ainda tinhamos escravatura, as mulheres não votavam, o estado nao se tinha separado da igrja em alguns locais, etc.

Publicado por: Mário às março 14, 2005 10:07 AM

Orlando,

Deve ter andado a ler as edições trincadas do I Ching. O egoismo não precisa de justificação, faz parte da natureza humana.

Não percebo como podem acusar os liberais de egoistas quando são os únicos que abrem a mão do Poder.

Essa da filosofia do Budismo Zen é disparatada. Diga isso a um mestre zen e ele nem sequer lhe dá 10 segundos de atenção.

Publicado por: Mário às março 14, 2005 10:11 AM

Um problema em pôr a propriedade privada como base do liberalismo é que daí decorre que só tem liberdade quem tem propriedade. Pode haver uma certa tendência para, levando as coisas ao extremo, deixar que quem não tem propriedade acabe por não ter também liberdade nenhuma.

Se um homem não tem pão para comer, então é evidente que ele tem muito pouca liberdade.

Embora eu reconheça que a propriedade privada é importante, e que o respeito por ela deve ser em geral assegurado, não concordo em erigi-la a bem mãximo.

Publicado por: Luís Lavoura às março 14, 2005 11:35 AM

A diferença entre o liberalismo de direita e o liberalismo de esquerda (vulgarmente chamado anarquismo) está precisamente no papel atribuído à propriedade privada. No liberalismo de direita a propriedade privada é constituída como base da liberdade; é proibido tirar a um homem a sua propriedade, porque isso é equivalente a privá-lo de parte da sua liberdade; e aceita-se que os homens sem propriedade fiquem também destituídos de liberdade.

No anarquismo, pelo contrário, a propriedade privada de alguns é entendida como limitação básica à liberdade de todos os outros. O anarquismo procura a liberdade como valor máximo, e vê que para atingir tal fim para todos é necessário suprimir a propriedade privada de alguns.

Ou, pelo menos, limitá-la.

Publicado por: Luís Lavoura às março 14, 2005 11:43 AM

Publicado por: Luís Lavoura às março 14, 2005 11:43 AM;

Porque razão não lê os autores liberais? Isso são dúvidas comezinhas que estão explicadas em n locais.

O liberalismo não tem bens máximos, tem opções. Opta pela propriedade privada porque, em comparação com as restantes opções, é a que dá melhores resultados. Não porque se instituiu como dogma ou por birra. O liberalismo não tem romantismos nem ilusões de ser possível criar um mundo perfeito. Não é o romance dos adolescentes iludidos, é o casamento que se leva cada dia, com dificuldades e responsabilidade.

Publicado por: Mário às março 14, 2005 01:18 PM

Joana strikes again!:
"a liberdade do indivíduo é o bem supremo" diz S/Exa!,,, usando o Chavão neoliberal que serve para as Élites acoitadas nos Partidos próLiberalismo surripiarem a nossa propriedade comum (aquilo que é de TODOS!) em beneficio de uns poucos CONSERVADORES (Conservador são aqueles que pretendem conservar HOJE as coisas tal qual como imaginam que elas ERAM!antigamente)
Aqui está uma escandalosa inversão do que é "privado" e do que significa "propriedade", — termo que tanto em português como inglês nasce daquilo que nos é "próprio".
falar de?? "o primado do indivíduo sobre o Estado"?? numa época em que apenas temos direito á Saude e á Educação se as pagarmos 2ª vez,, sim pq a 1ª vez seria suposto que já pagamos esses "direitos" com os nossos impostos

Publicado por: xatoo às março 14, 2005 02:12 PM

para os "fans" têem aqui uma boa definição CONTEMPORÂNEA do que é o Neoliberalismo:

http://web.inter.nl.net/users/Paul.Treanor/neoliberalism.html

cito:
"The neoliberal ideology sees the nation primarily as a business firm"

Publicado por: xatoo às março 14, 2005 02:17 PM

"The neoliberal ideology sees the nation primarly as a business firm"

Era difícil uma frase conter um maior EPP (Erros Por Palavra).

- Liberalismo (que os moralistas gostam de acrescentar neo para aparentar ser coisa do demo...) não é ideologia;

- Sobre a Nação, para os liberiais é um conceito sem grande importância, que preferem ver um mundo sem fronteiras;

- Sobre o "empresa de negócios", é outra atoarda, porque os liberais preferem ver em termos de interacções humanas, sejam elas económicas ou de outro género. Quem insiste na parte do dinheiro são precisamente aqueles que criticam o liberalismo. Fazem lembrar os moralistas de antigamente, que criticavam o sexo porque não conseguiam pensar em outra coisa.

Publicado por: Mário às março 14, 2005 02:30 PM

vidé em www.xatoo.blogspot.com
a melhor defenição PRÁTICA para Neoliberalismo é a "Directiva Bolkenstein"
"relativa aos serviços no mercado interno", adoptada pela comissão Europeia a 13 de Janeiro de 2004, proposta ao Parlamento e Conselho europeus, que é um documento de 87 páginas que tem em vista ABRIR COMPLETAMENTE o "MERCADO DE SERVIÇOS na Europa" segundo os interesses e os desejos de Bush!.A aprovação de tal proposta significaria que sectores essenciais tais como a cultura, educação, cuidados de saúde e todos os serviços relacionados com os sistemas nacionais de segurança social poderiam ser expostos às mesmas formas de competição económica que os bens comerciais.
Esta MERCANTILIZAÇÃO conduziria inevitavelmente à deterioração de sistemas de pensão, segurança social, e cuidados de saúde em favor de seguros privados ao mesmo tempo que poria em causa os direitos dos trabalhadores tais como estes estão estabelecidos pelas leis nacionais dos países da União. Na cultura toda e qualquer excepção teria os dias contados, e no ensino a desregulamentação seria inevitável.
Torna-se, enfim, compreensivel a "tarefa" executada pelo (des)Governo anterior, nomeadamente pelo ministro-pau-mandado Bagão Félix, cujas politicas de continuidade não são postas em causa pelo P"S" de Sócrates, dado que "ambos os dois" (como diz o meu barbeiro) são Neoliberais de boa cepa,,,

Publicado por: xatoo às março 14, 2005 03:07 PM

So a elementar ignorância pode achar que os liberais apreciam as políticas de Bush.

Publicado por: Mário às março 14, 2005 03:38 PM

A conversa do xatoo é uma conversa de cassete. Tenho-a ouvido vezes sem conta. Sempre as mesmas frases vazias.

Publicado por: Diana às março 14, 2005 04:03 PM

"Só a elementar ignorância pode achar que os liberais apreciam as políticas de Bush." (Mário)

Folgo ouvir dizer isto. Sempre achei que uma política de guerra e domínio imperial é tudo menos liberal. A não ser que o liberalismo seja apenas para consumo interno...

Faço notar no entanto que no blogue liberal Blasfémias a generalidade dos comentadores parece muito pró-Bush.

Publicado por: Luís Lavoura às março 14, 2005 05:10 PM

Luis Lavoura,

Engana-se em relação ao Blasfemias. Estão longe de ser pró-Bush.

Mas talvez tenha andado desatento e não tenha percebido que a maior parte das coisas que se disse sobre o Bush são falsas. Mais importante que concordar ou discordar é apurar a verdade.

E se utiliza expressões do tipo "uma política de guerra e domínio imperial" mais não está a fazer do que mexer nas águas para que fiquem turvas.

Publicado por: Mário às março 14, 2005 05:38 PM

Que bonito. Que tocante.
Temos então que o liberalismo é um humanismo.
E mais: não só é um humanismo, como é o único humanismo verdadeiro, já que os demais - e Joana exemplifica com o comunismo, com o radicalismo de esquerda, com o humanismo de extrema-direita (seja lá isso o que for), com o alteromundialismo, com a democracia-cristã e com a social-democracia - são «alegados», ou seja, falsos humanismos.
E porque é que o liberalismo é o único verdadeiro humanismo? Porque é o único, no entender da Joana, que defende a esplêndida vocação de liberdade do «indivíduo» contra a vocação tirânica e colectivista do «Moloch estatal».
Esquece a Joana, muito convenientemente, que as empresas não são indivíduos, são colectivos. Exactamente como os estados, as religiões organizadas, os clubes recreativos, as seitas fundamentalistas, as ONG's, as corporações, os sindicatos, os lobbies, as Carmelitas Descalças, o Greenpeace, a Cruz Vermelha e o F.C. Porto.
E como colectivos que são as empresas exigem aos indivíduos sacrifícios. São elas - não só elas, mas também elas - que nos concedem e outorgam o direito de existir. E isto em troca de um pequeníssimo tributo: as nossas vidas.
«Deuss lhi pagui», como se diz na canção do Chico Buarque.

Publicado por: Zé Luiz às março 14, 2005 05:50 PM

O liberalismo é humanisno ma medida em que não se mete na minha vida. Isso por si só, não é bom nem mau. Não quero que me façam "feliz", não quero um mundo perfeito. Quero ser eu a tomar conta de mim.

Publicado por: Mário às março 14, 2005 06:05 PM

Você nunca toma conta de si, Mário. Você não é independente. Como o Zé Luiz muito bem sugeriu, há neste mundo outros poderes coletivos além dos Estados. Há as empresas, as quais têm muito poder, o qual exercem com não pouca tirania.

Pergunte por exemplo a uma funcionária de uma empresa de limpezas se ela se sente mais oprimida pelo Moloch estatal, ou pelos patrões da empresa em que - para seu infortúnio - trabalha. Ou pergunte a uma funcionária de uma empresa têxtil, dessas que ganham incapacidades motoras de tantas vezes repetirem o mesmo gesto no trabalho.

Publicado por: Luís Lavoura às março 14, 2005 06:22 PM

Luís Lavoura em março 14, 2005 06:22 PM
É por isso que existe a liberdade contratual. Se ela se sente oprimida pode sempre mudar.
As empresas onde há mau ambiente de trabalho têm mais dificuldade em manter os seus empregados, principalmente os mais qualificados. E isso é prejudicial à empresa a prazo.

Publicado por: Hector às março 14, 2005 07:08 PM

ora aqui vai mais uma cassete prá Diana, quela gostaaa!
K7-nº14577sérieIII
A defenição de Neoliberalismo (que diferencia a doutrina em relação ao antigo Liberalismo dos bons velhos tempos) é a de este trata agora da usurpação defenitiva da esfera pública pelo Poder Económico (pelas EMPRESAS) em detrimento do Poder Politico, para cujo exercicio qualquer indigente tipo PSL,MM,JS ou XPTO serviria.
Compete-nos a nós provarmos que não pode ser assim!

Publicado por: xatoo às março 14, 2005 07:15 PM

Hector:
Não há liberdade contratual quando a relação de forças é muito desiquilibrada. A sua lógica do «quem não está bem muda-se» representa o cúmulo do cinismo.
Quem não está bem muda-se, e quem não se pode mudar sujeita-se. Quer convencer alguém que as empresas não tiram todo o partido que podem desta circunstância?

Publicado por: Zé Luiz às março 14, 2005 08:24 PM

Que eu saiba, é permitido o monopólio do lado do trabalho, os sindicatos, enquanto que, do lado dos empregadores normalmente não existe, ou não existe mesmo, se o trabalhador puder mudar de sector. Que eu saiba, os trabalhadores podem fazer greve, mas os empresários não podem fazer lock-out. Será desequilibrada a relação de forças? e para que lado?

Publicado por: Hector às março 14, 2005 08:45 PM

A nível de quadros técnicos é assim que se passa. Quem não está bem, muda-se. É assim que eu tenho feito, É assim que eu vejo fazer. A maioria dos técnicos que mudam de empresa fazem-no por vontade própria. É menos vulgar aqueles que saem por pressão da empresa

Publicado por: Hector às março 14, 2005 09:02 PM

Hector:
Essas mudanças são viáveis quando se tem trinta e poucos anos e ainda se está numa posição de força (conjuntural) em relação à empresa.
Quando se tem 45 ou 50 anos a relação de forças já se inverteu e torna-se impossível para a generalidade das pessoas andar aos saltos de um lado para o outro.

Publicado por: Zé Luiz às março 14, 2005 10:09 PM

Zé Luiz em março 14, 2005 10:09 PM
Isso pode ser válido para gente pouco qualificada, mas não para técnicos com alguma qualificação.
Vou-lhe contar uma história. Um engenheiro meu conhecido, à beira dos 70 anos, estava como gestor de um contrato. A empresa onde ele estava (já trabalhava lá há 40 anos e tinha estado mesmo no CA durante alguns anos) resolveu prescindir os serviços dele, alegando a idade (ele estava a recibo verde, pois já se tinha reformado). Foi a altura em que se discutia com o cliente um aditamento ao contrato, para prosseguir com o trabalho. O cliente estranhou o nome dele já não constar da equipa. O assunto andou a patinar até que o cliente desistiu do aditamento, acabando o contrato.
Depois contratou esse meu amigo, mais dois ou três sujeitos da anterior equipa (que tinham uma relação a título precário com a empresa prestadora de serviço), e continuou o trabalho assim.
Para pessoal qualificado, o problema da idade começa a pôr-se (quando se põe) a partir dos 60 anos.
Mas também há legislação, usual na Europa e nos EUA, que ou dificulta ou obriga a indemnizações dependentes do tempo de serviço.
E isso é justo numa relação contratual. Não obrigar à manutenção de uma relação contra vontade, mas atribuir um custo (ou um preço) à desvinculação.

Publicado por: Hector às março 15, 2005 12:03 AM

Publicado por: Luís Lavoura às março 14, 2005 06:22 PM

Se é um homem de ciência, espera que não usasse argumentos tão rudimentares.

Publicado por: Mário às março 15, 2005 10:06 AM

Luís Lavoura às março 14, 2005 09:50 AM
Tem razão, a palavra alemã Aufklärung é feminina. Aliás, todas as palavras alemãs com aquela terminação são femininas.
Todavia, em Português, Iluminismo é masculino. Portanto ou escrevia o que escrevi, ou então escrevia “die Aufklärung”. Uma solução compósita soa-me mal.

Publicado por: Joana às março 15, 2005 01:58 PM

A lógica leva-me a concordar com o que a Joana escreve. É sensato e óbvio. Ninguém intelectualmente honesto e de bons sentimentos pode estar contra o liberalismo posto nos termos em que a Joana o pôs. Os argumentos contra avançados pelos habituais coloridos opositores permanentes desta tertúlia pecam sempre pela banalidade e generalização forçada de casos muito particulares que nada representam no universo em análise mas somente o fazem para o próprio sofredor.

Publicado por: JMTeles da Silva às março 15, 2005 04:21 PM

Mário....

"O liberalismo não tem bens máximos, tem opções. Opta pela propriedade privada porque, em comparação com as restantes opções, é a que dá melhores resultados."

Está enganado. O Liberalismo opta pela propridade, porque é com ela que pode obter maiores lucros ao transacioná-la.

Ora... como o conceito de propriedade evoluiu, e se considerada propriedade privada a Inteligência, quando manifesta em caertas ideias, que se podem patentear, responda-me se Favor:

Acha aceitável, por exemplo o Bill Gates, neste momento já dominar o mundo, e ter o mundo inteiro a pagar-lhe, só porque ele teve uma bela ideia ?

Não acha demasiado perigoso...haver a possibilidade...liberal... de ficarmos na mão de um só individuo...só porque teve uma boa ideia ?

Publicado por: Templário às março 15, 2005 10:04 PM

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