« O Espectro Neoliberal | Entrada | O Espectro Neoliberal 2 »
março 13, 2005
As Fêmeas do Parque Jurássico
Mário Mesquita e Ana Sá Lopes dedicaram-se hoje, no Público, a formar um «contra-governo feminino, com o declarado objectivo provocatório, de contrapor à misógina constituição do XVII Executivo Constitucional uma alternativa imaginária, embora dotada de credibilidade suficiente».
Ora este exercício foi uma ofensa pública e indelével à mulher portuguesa, ou a qualquer mulher, em qualquer latitude ou longitude. Francamente nós não merecíamos isso! Estão lá todas. Toda a tralha guterrista do Segundo Sexo. Todas aquelas que se guindaram à política ou a instituições corporativas não pela sua competência, mas apenas por serem mulheres, foram criteriosamente escolhidas pelo guru Mesquita e pela sua ex-aluna.
À medida que aqueles nomes ... Elisa Ferreira (como primeira-ministra!!), Maria de Belém, Edite Estrela (!!!),Helena Roseta, Maria Carrilho, Ana Gomes (!!), Ana Benavente(!!), Leonor Coutinho, ... se perfilavam ante os meus olhos, eu fui-me apercebendo da diversidade e da vetustez das espécies femininas que povoam o Parque Jurássico socialista.
Apenas um último aceno de simpatia para 2 ou 3 dos nomes citados no artigo, que não mereciam terem sido capturadas pelos articulistas para figurar naquele Parque. Isto se estivessem, como calculo, entre aquelas que o guru e a sua aluna julgam que recusariam, por motivos políticos ou profissionais.
E o que é mais espantoso é o guru e a aluna escreverem que aquela equipa era «dotada de credibilidade suficiente». Eles lá sabem ... de há tanto viverem naquele Parque, saberão certamente as espécies mais credíveis que por lá habitam.
O Blasfémias comenta que se trata certamente de uma espécie de filme de terror com que os autores quiseram justificar a composição do actual Governo e a sua falta de alternativa em razão do género. É uma interpretação plausível ...
Publicado por Joana às março 13, 2005 11:47 PM
Trackback pings
TrackBack URL para esta entrada:
http://semiramis.weblog.com.pt/privado/trac.cgi/74140
Comentários
De facto aqueles nomes são do piorio.
Mais valia que estivessem quietos
Publicado por: David às março 14, 2005 12:31 AM
O texto do MM e da pupila é uma brincadeira pegada, um «requiem prás viúvas namoradeiras do PS».
Publicado por: asdrubal às março 14, 2005 12:37 AM
Neste governo só de mulheres falta lá a Joana eh eh eh :)
Bem, os nomes Maria de Belem, Edite Estrela, Helena Roseta, Ana Gomes... deviam constar de uma lista de pessoas a nunca incluir em nenhum governo. Esta última gaja então, só de ouvir o nome dela até fico mal disposto.
Publicado por: TheStudio às março 14, 2005 03:13 AM
Realmente, parece que se anda a mendigar a inclusão de ministras para o governo, à custa do politicamente correcto.
Não é fácil de prever que daqui a alguns anos (10, 15), se comece a fazer sentir o efeito das mulheres serem a grande maioria dos universitários. E como tal, será natural que a maioria dos ministeriáveis sejam mulheres. Será que nessa situação vai-se pedir para incluir uns quantos ministros do sexo masculino para satisfazer a igualdade entre os sexos?
Publicado por: Mário às março 14, 2005 10:22 AM
Deixando de parte o exercício um tanto esforçado e ridículo do Mário Mesquita e da Ana Sá Lopes, não acha a Joana que é um tanto peculiar que, havendo hoje em dia tantas mulheres de elevada competência profissional e elevada capacidade diretiva, se forme um governo em que há 7 vezes mais ministros do que ministras, e 8 vezes mais secretários de Estado do que secretárias? Não acha que os elevados critérios de "competência" de Sócrates dificilmente podem explicar, por si sós, um resultado tão distorcido?
Publicado por: Luís Lavoura às março 14, 2005 12:16 PM
Acho ... mas aquelas??
Em qualquer dos casos, se o guru e a sua aluna fizessem a escolha de um governo de "machos" obteriam resultado idêntico, quanto à qualidade, apenas diferente, quanto ao género.
Publicado por: Joana às março 14, 2005 01:11 PM
E quantos há do terceiro género?
Vamos lá, há mais ou menos que no governo anterior?
Aposto, Joana, que se trouxer à luz do dia essa estatística terá mais comentários do que os que está a conseguir com este post. Assim é bater em mortos...
Publicado por: Estatística às março 14, 2005 04:34 PM
Em mortas ... bater em mortas
Publicado por: cepedes às março 14, 2005 05:51 PM
Provoquemos até ao fim Vasco Pulido Valente: "Sem dramatizar, duas conclusões se podem extrair do que precede. Primeira, que no PS não há muitas mulheres, facto que depõe vigorosamente a favor das mulheres. Segunda, que, para Sócrates, as mulheres do PS não se distinguem em geral pela competência, uma opinião que Edite Estrela, Ana Benavente e Ana Gomes não permitem liminarmente pôr de parte."
Publicado por: AA às março 14, 2005 05:51 PM
Os partidos políticos têm nas suas secções de trabalho, para cada 10 homens 1 mulher, se nas bases elas não participam como querem que no topo elas apareçam?
Publicado por: Gato Fedorento às março 14, 2005 10:49 PM
Está óptimo. Aquelas gajas que a Joana citou seriam a desgraça nacional. Há certamente mulheres muito mais competentes que aquelas
Publicado por: Coruja às março 15, 2005 01:23 AM
É mesmo um filme de terror
Publicado por: Coruja às março 15, 2005 01:24 AM
Se o ridículo matasse, Mário Mesquita e a Ana S Lopes não teriam sobrevivido
Publicado por: Sa Chico às março 15, 2005 04:00 PM
Eu acho que, a bem do decoro, este assunto fosse considerado um non-issue. Se fosse ao MM e à Ana Gomes eu não aprofundaria muito as razões pelas quais não foram chamadas mais mulheres para o governo do Eng. Sócrates...
Publicado por: JMTeles da Silva às março 15, 2005 04:31 PM
Sou da mesma opinião
Publicado por: Rui Sá às março 15, 2005 04:35 PM
Está perfeito. Aquelas gajas ou senhoras gajas são do pior que há ca´.
Publicado por: Gros às março 19, 2005 12:26 AM
Eheheheheh, do Blafémias:
Ironia involuntária
O contragoverno de Ana Sá Lopes e Mário Mesquita a ser um caso de ironia, é um caso de ironia involuntária.É que o objectivo declarado por Ana Sá Lopes e Mário Mesquita, mostrar que existem mulheres próximas do PS suficientemente competentes para formar governo, coincide com o objectivo real. Os autores acreditam mesmo que existem. A ironia é involuntária porque o contragoverno mostra precisamente o contrário daquilo que os autores pretendiam mostrar. Poucos se poderiam lembrar de meter Ana Gomes, Ana Benavente, Edite Estrela e Maria de Belém no mesmo governo. Tem montes de piada. Aliás, trata-se de um caso de ironia involuntária tão boa que nem o Inimigo Público conseguiu fazer melhor.
Publicado por: Rave às março 20, 2005 11:47 PM
Joana: Quer a questão das declarações do Cavaco, que o Público veio pedir desculpas e inclusivamente lhe enviou um mail, quer esta questão das "As Fêmeas do Parque Jurássico", mostra que já não há monopólio da comunicação social. Aqueles que estão enquistados na comunicação social começam a ver que têm concorrência escrita com influência. Já não têm uma cátedra só para eles. E isso é bom
Parabéns e continue.
Publicado por: Hector às março 21, 2005 11:51 AM