janeiro 23, 2005

Governo Sampaísta

Rodrigues Sampaio, como mestre escola, sob o olhar vigilante de Fontes, dando aula ao ministério. Os alunos, da esquerda para a direita:
Sanches de Castro (Guerra), virado de lado, Lopo Vaz de Sampaio e Melo (Fazenda), Júlio Vilhena (Marinha e Colónias), Hintze Ribeiro (Estrangeiros, acumulando com as Obras Públicas) e Barros e Sá (Justiça e Cultos), que está ajoelhado de castigo.
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Sampodaceos

Como Bordalo, que morreu há exactamente 100 anos, os via:

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Fontes Pereira de Melo, por interposto Presidente do Conselho de Ministros, Rodrigues Sampaio, apresenta o novo governo ao rei, ao lado do qual, refastelado, estava o representante de Sua Majestade Britânica. Esta gravura apareceu no Antonio Maria de 7/4/1881.
Da direita para a esquerda: Barros e Sá (Justiça e Cultos); Júlio Vilhena (Marinha e Colónias); Hintze Ribeiro (Estrangeiros, acumulando com as Obras Públicas); Lopo Vaz de Sampaio e Melo (Fazenda) e Sanches de Castro (Guerra).
Rodrigues Sampaio acumulava a pasta de Ministro do Reino.

As albardas, sobre as costas do Zé Povinho, correspondem ao Ministério Regenerador, presidido por Fontes (onde Sampaio tinha tido a pasta do Reino), que se iniciara de 29/1/1878; ao Ministério ProgressistaGranja”, devido ao Pacto da Granja, firmado a 7 de Setembro de 1876, que selou a unificação dos históricos e dos reformistas, formando o partido progressista), presidido por Anselmo Braancamp, que se iniciara a 1/7/1879 e que caíra na sequência dos tumultos contra o Tratado de Lourenço Marques entre Portugal e a Grã-Bretanha, onde Portugal se obrigava a não vender armas aos Zulus, então em guerra com os britânicos; ao Ministério “Sampodoceo”, dos Regeneradores, mas onde Fontes, o seu líder, achou por bem não estar presente, e que iniciou a sua actividade em 25/3/1881.

E efectivamente, em 16/9/1881, menos de 6 meses depois, este ministério foi substituído por outro, igualmente regenerador, chefiado por Fontes Pereira de Melo.

Foi nesta época que começou o chamado rotativismo monárquico, entre os dois grandes partidos: regeneradores e progressistas (estes apoiados no 1º ministério, 1879-81, pelos avilistas – partidários do Duque de Ávila, então presidente da câmara dos pares – que desapareceram politicamente após a morte deste em Maio de 1881)

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janeiro 17, 2005

Todos pela mesma Cartilha

Caricatura sobre o facto de todos dizerem coisas diferentes, mas fazerem o mesmo. À frente Fontes, Barros Gomes e o “sumido” Braamcamp. Atrás, olhando por cima, com o seu lorgnon, o Duque de Ávila, então Presidente da Câmara dos Pares.
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Publicado por Joana às 07:49 PM | Comentários (10) | TrackBack

O Estado do Estado

O rei, na figura de Laoconte, enredado, com os filhos, Fontes e Braamcamp, nas complicações da época – Tratado de Lourenço Marques, a questão do caminho de ferro de Aveiro (Porto) para Salamanca, mais a Carta, o acto Adicional e a Hidra da Anarquia.
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janeiro 16, 2005

Maquinismo Governativo

Basta mudarem-se as cabeças, que o corpo é o mesmo!
Na prateleira de cima: Braamcamp, o Bispo de Viseu, Fontes e Sampaio

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janeiro 15, 2005

Barómetro Político

O Duque de Ávila, então Presidente da Câmara dos Pares e apoiante dos Progressistas, embora não muito fiável, com Braamcamp e Mariano de Carvalho, dos Progressistas, a puxarem-lhe o cache-nez, para chamarem a atenção e obterem apoio.
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Os 2 Partidos e os Impostos

O Zé Povinho amarrado à coluna dos impostos pelo défice. Do lado esquerdo Braamcamp e Barros Gomes (Finanças), com a lança do Imposto do Selo, e do lado direito Fontes e Rodrigues Sampaio, então na oposição.
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Publicado por Joana às 07:39 PM | Comentários (5) | TrackBack

O Rei na Barriga

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Fontes Pereira de Melo no auge. O rei está no interior de Fontes; o forro do manto está cheio de efígies do banqueiro Henri Burnay; à direita Hintze olha-o invejoso, na expectativa de ser o herdeiro; à esquerda Mariano de Carvalho pede em surdina: larga-a!

Publicado por Joana às 07:19 PM | Comentários (3) | TrackBack

janeiro 14, 2005

Queda do Governo

Após a queda do governo Progressista, Mariano de Carvalho entrega a “pesada herança” ao chefe dos Regeneradores, Fontes Pereira de Melo. Essa pesada herança são os empréstimos, donde a caricatura do banqueiro Henri Burnay, em cima da bandeja.
Mariano de Carvalho, Director do Diário Popular, era o poder oculto, pois não havia sido membro do governo de Braamcamp, mas era tido como um dos principais mentores dos progressistas.
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Publicado por Joana às 07:45 PM | Comentários (5) | TrackBack

Dia de Eleições

No dia dos votos são só promessas:

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à direita Rodrigues Sampaio, Fontes e Barros e Sá, dos Regeneradores. À esquerda, Mariano de Carvalho e Anselmo Braancamp.

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No dia seguinte, os vencedores ...

Publicado por Joana às 07:17 PM | Comentários (7) | TrackBack

janeiro 13, 2005

Sistema Bicamaral

Como Bordalo o via em 1881

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Esta caricatura, publicada no António Maria em 17-Fevereiro-1881, pouco tempo antes do governo cair, retrata a guerrilha entre a Câmara dos Pares e o Ministério, que tinha o apoio da Câmara Baixa.

Da esquerda para a direita, Fontes rapa os queixos a Braancamp, Presidente do Ministério; Vaz Preto a Luciano de Castro; o Visconde de Chanceleiros a Saraiva de Carvalho; alguém que não identifico a Adriano Machado; seguem-se dois que também não identifico; finalmente, na ponta direita, Barros e Sá rapa os queixos a Barros Gomes.

Atrás, à direita, o Duque d’Ávila, presidente da Câmara dos Pares, rapa os queixos a alguém que não identifico.

Quem souber a quem correspondem as caricaturas que não identifiquei, esteja à vontade para me esclarecer, a mim e a quem leia este blog.

Publicado por Joana às 07:02 PM | Comentários (9) | TrackBack

janeiro 12, 2005

Transfiguração

... segundo Bordalo

A maioria das personagens já foi identificada em posts anteriores. A figura bojuda que aponta para Fontes, é o Conselheiro Arrobas, ao tempo Governador Civil de Lisboa. Junto dele, sentado, está Rodrigues Sampaio, agarrando o Espectro, o jornal que ele escreveu e editou durante a Patuleia, conforme referi num post anterior
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Publicado por Joana às 08:09 PM | Comentários (6) | TrackBack

janeiro 11, 2005

Boi Ápis

... de Bordalo Pinheiro

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Rodrigues Sampaio, Barros e Sá e Hintze Ribeiro sustentam o andor do Boi Ápis com a face de Fontes. A personagem que está por baixo do andor, julgo que pretende ser o rei D. Luís.

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janeiro 10, 2005

Bordalo e o Fontismo

Esta é, na minha opinião, a gravura mais genial de Bordalo sobre o fontismo.

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Desde o alabardeiro, passando pelo rei, nobreza, clero, políticos, até pela mosca (à direita) todos têm caricaturado o rosto do Fontes. A mensagem de Bordalo era clara: toda a política portuguesa estava nas mãos de Fontes Pereira de Melo.

O fontismo traduziu-se numa enorme transformação social e económica de Portugal: a modificação das eleições indirectas em eleições directas, a reorganização administrativa e financeira do país, a eliminação de impostos anacrónicos e a modernização fiscal, caminhos de ferro, estradas, um forte investimento de capitais europeus, industrialização, modernização do armamento e organização do exército, etc..

Os dois grandes vultos da modernização social e económica do país no século XIX foram Mouzinho, na sequência do triunfo liberal, e Fontes. Todavia, se Mouzinho foi muito reverenciado pela esquerda, o mesmo não aconteceu a Fontes, muito maltratado, não só por Bordalo, como por Oliveira Martins, embora este tivesse acabado por reconhecer a importância de Fontes no aggiornamento económico do país. A sua morte, em 1887, fechou um ciclo. A partir daí o rotativismo monárquico, sem ideias e sem diferenças substanciais entre os dois partidos, arrastou-se penosamente até à revolução de 1910.

Publicado por Joana às 08:57 PM | Comentários (24) | TrackBack

janeiro 09, 2005

Programas dos Candidatos

Pelo lado dos Regeneradores, o Conselheiro Arrobas, Governador Civil de Lisboa, apresenta o programa. Pelo lado dos Progressistas, Mariano de Carvalho

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Publicado por Joana às 12:02 AM | Comentários (21) | TrackBack

janeiro 08, 2005

Dia do Juízo Final

Em adenda ao meu post anterior, eis como Bordalo via o comportamento do eleitor português em Outubro de 1879.

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Publicado por Joana às 12:25 AM | Comentários (12) | TrackBack

O 4º Poder

Em 1880

Anselmo Braancamp, o Presidente do Conselho de Ministros, caricaturado com uma toilette política notável (!!) entra pelo braço de Mariano de Carvalho, Director do Diário Popular, e um dos esteios do governo. Atrás, Barros Gomes, ministro das Finanças, igualmente vestido a rigor!
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Publicado por Joana às 12:05 AM | Comentários (15) | TrackBack

janeiro 07, 2005

Tiro na Constituição

Em 1879!

Não é de agora que se sabe que a Constituição é um empecilho!
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A legenda em baixo diz (a gravura foi muito reduzida):
- Vês como lhe atiro e não lhe faço mal?
- Pois sim! No meu tempo também fiz o mesmo, mas não lhe atirava de costas ... atirava-lhe do telhado.

Mariano de Carvalho (de pé) era Director do Diário Popular, jornal da oposição até às eleições de Julho de 1879. Mariano de Carvalho notabilizou-se pela violência das controvérsias em que se envolveu. Tornou-se membro do Partido Progressista, quando este foi criado pelo pacto da Granja, pela união dos Históricos e dos Reformistas (onde M.C. militava). Quando esta gravura foi publicada, no Antonio Maria, 9 de Outubro, o Partido Progressista estava no governo, e Mariano de Carvalho era pró-governamental.

Rodrigues Sampaio, então na oposição, está sentado em cima do Revolução de Setembro, jornal que publicou, até passar à clandestinidade, durante a revolta da Maria da Fonte. Publicou depois o Eco de Santarém e a seguir, sempre durante a Patuleia, o célebre Espectro (a partir de Dezembro de 1846), o jornal mais procurado do país. Rodrigues Sampaio todos os dias mudava o seu artesanal equipamento de impressão de um local para o outro. O Espectro era distribuído clandestinamente e aparecia, inclusive, em cima das secretárias de políticos e membros do governo.

À frente da Constituição está a figura do Rei D. Luís.

Nota: A identificação dos políticos caricaturados por Bordalo é de responsabilidade caseira. Se alguém discordar das identificações que faço, quer das anteriores, quer de outras que irei colocando aqui de vez em quando, que o diga. Se, quem quer que me leia, identificar alguns personagens caricaturados, cujo nome eu tenha omitido, que o escreva, que é bem vindo.

Publicado por Joana às 10:29 PM | Comentários (16) | TrackBack

janeiro 06, 2005

Campanha Eleitoral 1879 (2)

O governo ... entretanto tornado oposição:

À frente, tocando pandeireta, Rodrigues Sampaio. Atrás dele, o mais alto é Fontes Pereira de Melo.

Julgo que quem está sentado à porta seja o líder da oposição, Anselmo Braancamp, entretanto tornado 1º Ministro pelas eleições de 1 de Julho de 1879. Pelo menos parece-me a caricatura que habitualmente Bordalo usa para ele:
Sem_AM 10-Jul-79.jpg
Penso que esta caricatura já devia estar feita antes das eleições, mas este número do António Maria só saíu a 10 de Julho. Bordalo deve ter alterado apenas a legenda.

Fontes era anteriormente 1º Ministro e Ministro da Guerra, enquanto Rodrigues Sampaio era Ministro do Reino.

Publicado por Joana às 10:06 PM | Comentários (15) | TrackBack

Campanha Eleitoral 1879 (1)

Como, actualmente, as contradanças eleitorais estão pouco estimulantes, deitemos um olhar para Junho de 1879:

A Oposição:
Anselmo Braancamp distribuindo panfletos, seguido de Luciano de Castro:

Sem_AM_19-Jun-79.jpg

Daí a 2 semanas, Anselmo Braancamp seria 1º Ministro e Ministro dos Estrangeiros, enquanto Luciano de Castro seria Ministro do Reino (equivalente hoje, grosso-modo, à Administração Interna)

Publicado por Joana às 09:58 PM | Comentários (9) | TrackBack

O Fantasma do Défice...1879

Como Bordalo Pinheiro o via:

Ajoelhados, à direita, estão Fontes Pereira de Melo e Rodrigues Sampaio, do Partido Regenerador, então no governo. À esquerda com velas, Anselmo Braancamp e Luciano de Castro (ao que julgo), ambos ajoelhados, e Saraiva de Carvalho em pé. Estes, do Partido Progressista, estavam então na oposição.
No canto superior direito, num nicho, a imagem do Rei D. Luís.

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Reparem que uma das faces da luminária é a caricatura do Fontes.

Nota: Após as eleições de 1 de Julho de 1879, as posições dos 2 partidos inverter-se-iam.

Publicado por Joana às 07:22 PM | Comentários (14) | TrackBack

janeiro 05, 2005

Receita para fazer deputados

... de recheio

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Publicado por Joana às 11:43 PM | Comentários (19) | TrackBack