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dezembro 04, 2005

As Carpideiras

Várias páginas do Público de hoje são dedicadas ao desemprego: Muitos diagnósticos, e nós nem somos maus nos diagnósticos, apenas nunca conseguimos distinguir o essencial do acessório, o que facilita que nunca se passe à fase da cura; muitos relatos de casos individuais dramáticos ... muita parra e pouca uva. Sabe-se muita coisa: sabe-se que a nossa mão de obra é pouco qualificada; sabe-se que o nosso empresariado é pouco qualificado; sabe-se que o Estado gere pessimamente as empresas que tutela; sabe-se que a administração pública central e local é extraordinariamente ineficiente. Depois olhamos uns para os outros, apresentamos mutuamente os nossos pêsames, e carpimos as nossas desgraças. E carpimos tanto mais alto, quanto menos capazes nos sentimos de resolver este problema.

A nossa taxa de desemprego é de 7,7%, no fim do 3º trimestre. Segundo o jornal, o desemprego cresce ao ritmo médio diário de 330 pessoas. Se continuar assim, e admitindo que são dias úteis a base de cálculo, a taxa de desemprego no fim do ano será de 8% a 8,1%, exactamente o que eu havia escrito aqui há duas semanas e meia(Quanto ao futuro, em face das novas previsões sobre o PIB para 2005, não custa a admitir que, no fim deste ano, haverá 8% a 8,1% de desempregados.). Esta coincidência indicia que, provavelmente, será esta a taxa de desemprego com que teremos de conviver no fim deste ano.

Todavia, esta taxa de desemprego contabiliza como desempregado aquele que está activamente à procura de emprego. Ora sucede que, em épocas de crise, há uma população potencialmente activa, não empregada e que desistiu de procurar emprego. Oficialmente, essa população inactiva não está desempregada, e isso sucede em Portugal e nos outros países da UE. Portanto, em tempos de crise, o número de desempregados reais é superior àquele que é dado pela taxa de desemprego. Em contrapartida, em épocas de boom, muitos dos que haviam desistido de procurar emprego regressam à procura activa de emprego, e a diminuição da taxa de desemprego não dá totalmente conta da melhoria do nível de emprego.

Este é um fenómeno a ter em conta e é importante para compreender as estatísticas regionais. A taxa de desemprego na região de Lisboa é superior à da região Norte. Ora a região Norte tem sido fustigada por elevado desemprego resultante da falência ou deslocalização das empresas de baixo índice de qualificação. Aparentemente deveria haver lá maior desemprego. E provavelmente há, mas está obscurecido pelo fenómeno explicado atrás. É provável que o regime de propriedade do Norte favoreça uma situação em que parte daqueles que têm caído no desemprego não procurem activamente o emprego.

Regressando à questão central, não é possível resolver a questão do desemprego num futuro próximo, quer se tomem as medidas adequadas ou não. Em face do impasse da situação interna, face ao peso da baixa qualificação, quer entre os empregados, quer entre os empregadores, as medidas de combate ao desemprego passam por criar um bom ambiente às empresas existentes de elevada qualificação e atrair investimento estrangeiro dirigido para as qualificações elevadas ou, no mínimo, acima da média. A instalação em Portugal de empresas de elevada qualificação e métodos de gestão modernos, além de induzir emprego noutras empresas, existentes ou a criar, serve de estímulo para que em Portugal a classe empresarial ganhe mais qualificação quer a que exista, quer a que venha a aparecer. Ou seja, ao promover o investimento estrangeiro qualificado, promove-se a qualificação nacional, quer entre empregados, quer entre empregadores.

Sempre fui adepta que é na água que se aprende a nadar. Há certamente aspectos da qualificação laboral que exigem cursos específicos. Mas a requalificação permanente faz-se no trabalho, em interacção com os colegas, solucionando os problemas. Esta qualificação é a mais importante, depois das habilitações académicas. Basta ver que a maioria dos informáticos de sucesso aprendeu por si própria. Uma parte substancial da inovação e qualificação laborais resultam dos estímulos dos próprios. Se as pessoas se deixam cristalizar, não há cursos que resolvam a sua baixa qualificação. Um curso de formação apenas abre pistas e dá, se for bem apreendido, a base. É apenas o pontapé de saída. A partir daí a continuação da formação é com o próprio.

Portanto, é preciso: 1) criar um ambiente propício ao aparecimento de novas empresas, principalmente empresas estrangeiras de elevada qualificação; 2) fazer com que os trabalhadores se sintam na necessidade de se requalificarem permanentemente.

Ora para resolver a questão (1) há que reformar completamente a administração pública, pôr a justiça a funcionar, simplificar e desburocratizar os procedimentos administrativos e diminuir a carga fiscal sobre as empresas e sobre o trabalho. A diminuição da carga fiscal só é possível com a diminuição do peso da Despesa Pública e para diminuir este ónus há que reestruturar todo o funcionamento do sector público de forma a diminuir os seus efectivos e os gastos desnecessários com consumíveis, materiais, equipamentos, etc. No fundo, o que se faz quando se reestrutura e saneia uma empresa privada. Ora esta política, numa primeira fase vai promover mais desemprego (público) que só pouco a pouco vai ser contrabalançado pelo aumento do emprego no sector privado. Numa primeira fase, e há vários exemplos lá fora, a velocidade de destruição de emprego (público) é superior à velocidade de criação de emprego (privado).

Para resolver a questão (2) há que flexibilizar o mercado de emprego, flexibilização que também é necessária, aliás, para atrair investimento estrangeiro. Com empregos para toda a vida, pese embora haver sempre gente com curiosidade ou brio para aprender, não é possível haver inovação como regra geral.

Portanto, a questão do emprego passa prioritariamente pela reforma drástica do sector público. Sem essa reforma, tudo o resto não passa de paliativos que poderão ter efeitos pontuais, aqui e ali, mas que não resolvem o problema.

Assim sendo haverá sempre, num futuro próximo, um aumento da taxa de desemprego, quer se tomem as medidas adequadas ou não.

Todavia há destruição de emprego que é criativa – ao diminuir o peso do sector público desonera-se a actividade económica e criam-se incentivos ao aumento do emprego privado. Há manutenção de emprego que é destrutiva – ao manter os níveis de emprego público e a ineficiência dos serviços, onera-se a actividade dos agentes económicos, faz-se com que o produto estagne, ou mesmo diminua, aumenta-se o desemprego privado, diminui-se a base da incidência fiscal, aumentam-se os impostos para pagar o sector público e entra-se numa espiral de regressão que conduz a maior desemprego, à miséria e à falência do Estado, se ninguém conseguir inverter esta marcha para o abismo.

E perante o medo em tomar medidas, face aos interesses instalados que vivem na ilusão que conseguem manter esse estatuto à custa de um país cada vez mais exangue, resta-nos ver políticos e jornais a carpirem as mágoas pela situação actual.

A escolha é entre carpir o nosso destino fatal, ou tomar o destino nas nossas mãos e tirar o país do atoleiro em que está.

Publicado por Joana às dezembro 4, 2005 11:40 PM

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Comentários

Como é que a Joana faz quando o seu jipe fica atolado ?

É que para tirar o País do atoleiro em que está, é preciso alguém que não tenha medo de sujar as botas... Ups, eu disse botas ?

Publicado por: J P Castro às dezembro 5, 2005 12:17 AM

ritmo médio diário de 330 pessoas no desemprego?

deve haver poucas com ligação à net a comentar aqui no blog da Joana.

Publicado por: zippiz às dezembro 5, 2005 12:45 AM

Porquê, zippiz, a joana tem alguma agência de empregos?

Publicado por: Sa Chico às dezembro 5, 2005 01:02 AM

Tem, mas só para dizer mal do Sócrates

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 5, 2005 01:26 AM

Discordo do seu ponto de vista. A minha resposta não cabe num comentário. Por isso, vide aqui.

Publicado por: TNT às dezembro 5, 2005 05:58 AM

Há um aspecto da psicologia dos portugueses que não é normalmente levada em conta. Ou seja, nós não gostamos de trabalhar. Fazêmo-lo porque não temos alternativa, mas nunca por gosto. E se pudermos estar no emprego sem fazer nada, será essa a nossa opção. Seja no sector público ou no sector privado. Entre as minhas actividades também dou aulas em cursos técnico-profissionais da área financeira, onde os formandos fazem estágios de quatro meses em empresas do ramo, no último ano do seu curso. Várias vezes fui confrontado com relatos de como alguns formandos eram admoestados pelos "trabalhadores" das empresas onde estavam, por serem demasiado diligentes. Ou seja, por trabalharem muito, o que deixava mal os seus colegas trabalhadores, habituados a poupar esforços e a fazer de conta que eram tão diligentes quanto possível. Podem imaginar como é que os formandos se irão comportar, uma vez admitidos numa empresa. É por isso que não me repugnaria aceitar alguma precariedade nos vínculos laborais, desde que tal não fosse utilizado pelos patrões para explorar os trabalhadores. Alguma insegurança no emprego - e digo ALGUMA - talvez não fizesse mal, desde que isso não constituísse mais uma forma de promover o compadrio à portuguesa, ou de esmagar os salários. Voltamos à questão da falta de ética portuguesa, quer dos trabalhadores, quer dos patrões. O que constitui uma das razões básicas para o nosso insucesso. Talvez por isso não estejamos ainda prontos para viver sem um ditador. O que não somos capazes de fazer por imperativo de consciência, tem de nos ser imposto, se quisermos ser mais ou menos bem sucedidos. O que é um estado de coisas francamente lamentável.

Publicado por: Albatroz às dezembro 5, 2005 09:07 AM

não sei bem se o problema é assim ou se é nós não goistamos de trabalhar DeMais. O "trabalho" como redentor do pekado original vem dos protestantes que vieram de sítios muito mais frios do que ká e portanto precisam de trabalhar para aquecer...

...ora o problema é que essa mentalidade dominou o mundo...

do lado da Igreja Católika e não falando dos pekados, havia, e sempre houve mais festa, aliás gostamos sempre de estar a fazer últimas ceias repetidas, etc.

... e depois o padre perdoava tudo... com pai-nossos e avé-marias e outras koisinhas, etc

Mas foi Portugal na Europa que aboliu primeiro a pena de morte civil.

PS quanto ao estado de koisas em que estamos lembrem-se do kavaco da Isabel Mota, foi-se lá negociar 1 milhão de kontos por dia para comprar os carros deles, claro (BMW, Audis, Fiat, Citroen...) e pagar a gasolina que não temos...

Só é compreensível porque Portugal é dragão e precisa de muita combustão... ando a tentar convencer o dragão das virtudes do caminho do meio...

Publicado por: py às dezembro 5, 2005 09:23 AM

(mas é preciso uma paciência de carvalho,,, não é por mal, é o feitio dele: dei-lhe um raspanso por causa dos fogos nestes últimos anos, mandou-me logo uma labareda que me ardeu a kopa, mas como depois rebentei outra vez viçoso, ele fikou espantado e resolveu ouvir-me: koitado, lá foi de orelhas baixas para a caverna a pensar, depois resolveu morfar, e lá veio a chuva toda, felizmente, para quebrar essa cretina visão de que Portugal estava a desertificar e portanto era melhor aproveitar já, o mais depressa possível, tudo...)

Publicado por: pyrenaica às dezembro 5, 2005 09:49 AM

Este post tem diversos pontos curiosos.

Primeiro a autora diz que a "coincidência" entre a previsão (palpite) dela, sobre o desemprego no fim do ano, e os números fornecidos pelo PÚBLICO, justifica que ambos estejam corretos. É realmente preciso ter muita lata para se vir dizer que o nosso palpite pessoal tem tanta importância como os números forncecidos por um jornal, e que ambos juntos formam uma "coincidência" premonitória.

Depois a Joana pretende que a taxa de desemprego real é superior à declarada. O raciocínio que ela apresenta a favor desta tese terá alguma validade, mas a Joana sabe também que Portugal tem uma ampla economia paralela, e já por diversas vezes denunciou aqui pessoas que formalmente estão no desemprego mas na realidade rejeitam o trabalho que lhes é oferecido. Ou seja, pode-se supôr, em contraposição ao raciocínio da Joana, que o desemprego real é inferior ao declarado, na medida em que há muitos "desempregados" que, ou não querem de facto arranjar emprego, ou estão empregados na economia paralela.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 5, 2005 09:59 AM

Em terceiro lugar, a Joana diz que na sua opinião é na água que se aprende a nadar. Eu concordo com ela, mas faço notar que é também na água que a maior parte das pessoas se afoga. Nada nos garante que, postos perante uma "invasão" súbita de empresas estrangeiras de alta tecnologia, os empresários e trabalhadores portugueses sejam capazes, ou tenham vontade, de se qualificar. Muitos dados objetivos sugerem-nos até o contrário. O Alentejo está a ser invadido por modernos empresários agrícolas espanhóis, e esse facto não parece conseguir espevitar os alentejanos a aumentar o seu nível de qualificação e o nível das suas empresas agrícolas. O baixo nível de escolaridade e a fraca aptidão para o raciocínio demonstrados por muitos portugueses (tanto trabalhadores como empresários) sugerem que, postos perante a concorrência de modernos empresários estrangeiros, muitos trabalhadores e muitos empresários portugueses pura e simplesmente não estarão à altura e afundar-se-ão.

É preciso lembrar, mais uma vez, o exemplo irlandês. A Irlanda "convidou" multinacionais norte-americanas a instalar-se no país, mas dispunha já de uma mão-de-obra qualificada e educada, pronta a encontrar trabalho nessas multinacionais. Portugal não dispõe de tal mão-de-obra.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 5, 2005 10:06 AM

O Alentejo é um caso perdido, pelo menos para parte importante da população. Quando se fazem lá obras, a mão de obra tem que ser toda importada, pois localmente ninguém quer trabalhar sob os mais diversos pretextos. Só com sangue novo se muda aquilo.

Publicado por: hanibal às dezembro 5, 2005 10:45 AM

É vender isto enquanto é tempo...

Publicado por: Xiko às dezembro 5, 2005 11:12 AM

Ou seja, nós não gostamos de trabalhar.

Claro que não, excepto eu próprio, moi, myself.
Mesmo no estrangeiro é dificil encontrar alguém que goste de trabalhar.
É humano!

Publicado por: Psicólogo (desempregado) às dezembro 5, 2005 11:20 AM

Mas para um desempregado há sempre dez ou vinte que trabalham a todo o vapor.

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1240978&idCanal=63

Publicado por: Consultor (muito bem empregado) às dezembro 5, 2005 11:22 AM

Mas sejamos justo para um empregado há sempre alguém a tentar colocar milhares no desemprego

http://dn.sapo.pt/2005/12/05/suplemento_negocios/permanencia_autoeuropa_posta_causa_p.html

Publicado por: Sindicalista ( de férias num Palop) às dezembro 5, 2005 11:25 AM

Repare-se na contradição contida nesta frase:

"Em face do [...] peso da baixa qualificação, [...] as medidas de combate ao desemprego passam por [...] atrair investimento estrangeiro dirigido para as qualificações elevadas"

Ou seja, o povo português tem baixa qualificação, portanto para o empregar deve-se atrair empresas que requeiram altas qaulificações!

É claro que, do ponto de vista pessoal da Joana, é positiva a instalação em Portugal de muitas empresas estrangeiras que requeiram qualificações elevadas. Com boa preparação cultural, poliglota e inteligente, a Joana está apta a prosperar num meio competitivo.

Não é certo, no entanto, que aquilo que seria vantajoso para a Joana também o fosse para a maioria dos portugueses.

Possivelmente, num tal quadro muitos portugueses ficariam totalmente marginalizados pelas suas baixas qualificações e inaptidão, até intelectual, para se modernizarem, e acabariam mais miseráveis e desesperados do que hoje em dia se encontram.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 5, 2005 11:35 AM

Tocou bem na ferida ao afirmar que a taxa de desemprego é superior, pois existem smepre pessoas que desistem de procurar emprego. Adicionalmente, por incrível que pareça, há pessoas desempregadas que nãos e inscrevem nos centros de emprego por terem a noção (e com razão) de que é uma medida ineficaz.

Excelente post. :)

Publicado por: JLFA às dezembro 5, 2005 11:35 AM

"Ou seja, o povo português tem baixa qualificação, portanto para o empregar deve-se atrair empresas que requeiram altas qualificações!"

Tem toda a pertinência este comentário de Luis Lavoura, embora o principal problema não seja a baixa qualificação dos trabalhadores, mas a incompetência da maioria dos candidatos a gestores. O investimento com maiores retornos em Portugal seria o envio de jovens gestores para o estrangeiro, durante um ou dois anos, para aprenderem como se gere uma empresa e depois voltarem para as nossas empresas. Supondo-se que essas empresas depois estariam dispostas a aceitar os métodos aprendidos no estrangeiro por esses gestores. O que, infelizmente, não seria de forma alguma certo...

Publicado por: Albatroz às dezembro 5, 2005 11:53 AM

O vosso problema, Lavoura e Albatroz, é que se ficam pelas leituras formais. As empresas de maior tecnologia admitem gente que sentem que têm potencialidades em se qualificarem. Isso tem sucedido em diversas indústrias. A maioria dos trabalhadores da AutoEuropa, apenas para citar este exemplo, tem agora uma qualificação muito superior à que tinha quando foi admitida.
E o mesmo sucede com a Siemens, a Borealis, etc.
Perceberam?

Publicado por: Joana às dezembro 5, 2005 01:10 PM

Querida Joana, eu, para perceber qualquer coisa, tem de ser muito bem explicadinho que eu sou um bocado burro... A Auto Europa, por exemplo, veio para Portugal por causa dos benefícios fiscais. Depois teve de contratar pessoas. E depois teve de as qualificar, servindo-se de gestores estrangeiros muito competentes. Sem o incentivo fiscal inicial, nunca teria vindo para Portugal. Logo, a questão fulcral é a dos incentivos fiscais e, como sabe, a nossa querida União Europeia acabou por inviabilizar esse instrumento, ao abrigo das regras de defesa da concorrência. Percebeu?...

Publicado por: Albatroz às dezembro 5, 2005 01:56 PM

E provavelmente o meu querido Albatroz também deve ter percebido que uma das condições que eu tinha recomendado no post era a de desonerar o peso fiscal. Não incentivos específicos, mas um sistema fiscal mais leve, mais simplificado e menos arbitrário.

Publicado por: Joana às dezembro 5, 2005 02:15 PM

Não me parece que a Siemens e a Borealis tenham recebido grandes incentivos fiscais

Publicado por: Rui Sá às dezembro 5, 2005 02:33 PM

Uma vez mais parabens pelo post, correctissímo!

Não posso aceitar a afirmação do Albatroz de que os portugueses não gostam de trabalhar quando todos reconhecem que os portugueses no estrangeiro (Europa e Américas) são um exemplo dos mais trabalhadores e cumpridores entre todos.

O problema uma vez mais reside nas POLITICAS locais do mercado de trabalho e não dos portugueses.

Um exemplo e uma interrogação:
o Boletim Estatístico da Direcção Geral de Estudos, Estatística e Planeamento do Ministério do Trabalho e da Segurança Social,(uf!...) de Setembro de 2005, refere que em Agosto de 2004 havia 37.751 beneficiários do Rendimento Social de Inserção, e que UM ANO DEPOIS JÁ HAVIA 145.283 beneficiários, uma progressão muito mais acelerada que a do desemprego, (resultado de uma hipotética quota a atingir?). Pergunto se esta gente adicional vai voltar a procurar emprego ou vai ficar na cama a viver do RSI.

Nós todos sabemos bem que isto é o resultado de políticas socializantes dos ultimos trinta anos, mal copiadas do "exemplo" europeu. E também sabemos qual é a alternativa (o amargo remédio), só que nos falta coragem como povo para o tomar, tanto mais que os responsáveis se encontram ainda entre nós, com poder de decisão, e não lhes convem mudar a situação de que tanto beneficiam.

Publicado por: Joao P às dezembro 5, 2005 03:33 PM

Uma certa taxa de desemprego é muito útil para o poder político e empresarial porque ajuda a manter a desejada paz social (não confundir com bem estar social).
Qual o valor ideal? Talvez algures entre 7 e 20%, não?
É que se for pequena, há o perigo de os trabalhadores fazerem exigências inconvenientes.
Se for demasiada corre-se o risco de insurreição.
Em ambos os casos o perigo é real.
Safa!

Publicado por: Senaquerib às dezembro 5, 2005 04:17 PM

Joao P às dezembro 5, 2005 03:33 PM

Os portugueses no estrangeiro trabalham mais e melhor por duas razões:

1ª - Só emigra quem quer trabalhar e não está satisfeito onde está.
2ª - O enquadramento empresarial no estrangeiro não tolera baldas. Os portugueses já sabem que se não trabalharem tanto ou mais do que os nacionais, estão tramados. Vão logo para a rua.

Publicado por: Albatroz às dezembro 5, 2005 05:43 PM

Mas pelo que tem escrito aqui, o Albatroz não acaha que isso deva acontecer em Portugal.

Publicado por: David às dezembro 6, 2005 12:03 AM

A Joana anda a pregar no deserto. Ela até tem razão, acho eu, mas o país ainda não está no ponto!

Publicado por: VSousa às dezembro 6, 2005 01:17 AM

Quando julgarem que está no ponto, verifica-se que está queimado.

Publicado por: Cerejo às dezembro 6, 2005 06:45 PM

Os diagnósticos são bons. Ninguém quer levar mão às obra

Publicado por: Barroso às dezembro 7, 2005 09:51 AM

Ahh leão ! Que inveja ...

«A fortuna de Mourinho ascende a mais de 29,5 milhões de euros». (DD)

Publicado por: asdrubal às dezembro 7, 2005 04:14 PM

E vai subir

Publicado por: Coruja às dezembro 7, 2005 10:21 PM

Não o invejo

Publicado por: Coruja às dezembro 7, 2005 10:22 PM

Só os impostos que deve pagar

Publicado por: Coruja às dezembro 7, 2005 10:23 PM

Cabra

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 17, 2005 12:52 AM

Cabra

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 17, 2005 12:52 AM

Cabra

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Cabra

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Cabra

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Cabra

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Cabra

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 17, 2005 12:53 AM

Cabra

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Cabra

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Cabra

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Cabra

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Cabra

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Cabra

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 17, 2005 12:54 AM

Cabra

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