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novembro 17, 2005

Filáucias

Ou como é fácil em Portugal prever o contrário dos meios de comunicação ... e acertar

1 - Em 02-11-05 escrevi “Die Unordnung herrscht in Berlin” referindo que a decisão da direcção do SPD de eleger Andrea Nahles, uma dirigente da ala esquerdista do SPD, era um tiro no pé, que a vitória de Nahles era uma vitória à Pirro, que seria duvidoso que congresso do SPD de Karlsruhe ratificasse aquela decisão, que Matthias Platzeck seria eleito e que contrariamente ao DN que escrevia “a chanceler indigitada, Angela Merkel, sofre um duplo revés no espaço de 24 horas”, eu tinha a opinião exactamente oposta, que a posição de Angela Merkel sairia reforçada e que a coligação teria mais possibilidades de se fazer. Aliás, a posição do DN era a prevalecente então na imprensa portuguesa.

O congresso de Karlsruhe, que acabou anteontem, escolheu Platzeck com 99,4% dos votos!! No seu discurso de vitória, Platzeck falou no erro cometido pelo SPD e que a correcção desse erro tinha sido importante para o futuro do SPD. Nahles desapareceu de cena.

A “grande coligação” formou-se finalmente e Franz Müntefering do SPD será, como inicialmente previsto, vice-chanceler do governo.

É claro que uma coligação de 2 partidos com opiniões divergentes não será fácil. Como de costume há entendimentos diferentes. Schröder, de saída, fala da «marca social-democrata» do texto de acordo, enquanto Merkel refere a «marca da CDU»!!

A frase de Franz Müntefering «Ousemos em vez de nos suicidar com medo da morte» merece reflexão. Deveria ser tomada como lema dos nossos políticos que não têm coragem de tomar as decisões que se impõem face à nossa situação económica.

Isto parecia evidente em 2-11-05, mesmo para quem não tinha correspondentes na Alemanha, excepto para os meios de comunicação portugueses que preferem prever o que desejam e não o que é provável.

2 – Em 09-11-05 escrevi “Les Arroseurs Arrosés” referindo que “aquilo que começou por ser a grande oportunidade de liquidar Sarkozy como candidato às próximas presidenciais, virou-se contra os que quiseram agarrar essa oportunidade”. Isto numa altura em que todos os meios de comunicação portugueses embandeiravam em arco com a liquidação política de Sarkozy. Dois dias depois, no Eixo do Mal dos Nulos, segundo me contaram, pois eu não vejo essa mixórdia, os Nulos presentes festejaram o fim da carreira política de Sarkozy.

Ontem, numa sondagem para Le Point, Sarkozy aparecia com uma subida de popularidade de 11 pontos em relação a sondagens anteriores. Segundo esta sondagem, 68% dos inquiridos apoiavam a actuação de Sarkozy. Numa sondagem para as presidenciais de 2007, Sarkozy tinha 61% das preferências (entre eleitorado seguro e potencial), à frente de todos os outros candidatos (uma subida de 10% em relação a sondagens anteriores). Segundo uma sondagem, Sarkozy vai mesmo recolher 40% do eleitorado socialista.

Na altura escrevi «Em situações de grandes distúrbios sociais, as populações viram-se para quem mostra firmeza. As ladainhas que tentam desculpabilizar os desordeiros invocando postulados sociológicos não colhem – as populações não querem melopeias estéreis, querem acção, querem firmeza. Sempre foi assim. A seguir ao Maio de 1968, quando os lunáticos do pensamento sociológico pensavam que a França estava ganha para a esquerda, as eleições saldaram-se numa vitória estrondosa da direita».

Portanto tudo isto era previsível e há inúmeros exemplos que mostram que é assim que os acontecimentos se desenrolam. Paradoxalmente esses exemplos têm ainda outra constante: Os “mesmos” enganam-se sempre ... e sempre da mesma maneira!

É óbvio que até às presidenciais muita água irá correr debaixo das pontes e muitos eventos e decisões poderão ocorrer e alterar, eventualmente, a actual popularidade de Sarkozy. Mas isso é futurologia. O que está em causa são os efeitos dos acontecimentos destas últimas 3 semanas na popularidade dos políticos franceses.

Isto parecia evidente em 9-11-05, mesmo para quem não tinha correspondentes em França, excepto para os meios de comunicação portugueses que preferem prever o que desejam e não o que é provável.

Embora eu intitulasse este texto “Filáucias”, não é minha intenção qualquer vanglória. O meu objectivo é de chamar, mais uma vez, a atenção para os enganos que cometem os que tomam os desejos por realidades, os que fazem das suas causas factos incontornáveis.

Publicado por Joana às novembro 17, 2005 07:49 PM

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Comentários

traição: comprei um blusão da Mustang no pressuposto de que podia tirar a marca, coisa em que era especialista. Era. Agora já poem cola por baixo!

Publicado por: py às novembro 17, 2005 08:03 PM

Joana estive a ver. Se fizermos uma analogia meteorológica, nº de comentários= mm de precipitação, foi desde o Duplo Pessimismo que o Semiramis entrou em crise de seca de comentários...(e kapikuas)

Achei que lhe devia dizer. Agora vou imbora

Publicado por: py às novembro 17, 2005 08:40 PM

Temos que ser positivos. Tá bem que para o ano possam haver mais desempregados. Mas temos que lhes dizer que serão felizes.

Publicado por: Positivo às novembro 17, 2005 08:59 PM

Vá lá Joana, confesse: a Joana é um bocadinho vaidosa.
Olhe que não lhe fica mal (nem a vaidade nem o confessar).
Pelo contrário: a uma balzaquiana recomenda-se um pouco de vaidade =:)

Já só lhe falta a serenidade. Lá chegará...

Publicado por: Vítor às novembro 17, 2005 09:13 PM

Vítor às novembro 17, 2005 09:13 PM:
A pergunta que lhe faço é: É ou não verdade o que eu relatei neste post?
E não é verdade o que eu escrevi em "Desemprego no 3º Trimestre"?
E antes em "Pessimismo duplo"?

Publicado por: Joana às novembro 17, 2005 09:33 PM

Quanto à serenidade não tenho problemas. A minha tensão é 9 - 5.

Publicado por: Joana às novembro 17, 2005 09:36 PM

A Joana interpretou mal o meu comentário.
Exceptuando a questão da serenidade, quis fazer um elogio, quase um piropo (bem intencionado).

Pelos vistos as minhas qualidades de sedutor andam pelas ruas da amargura...

Publicado por: Vítor às novembro 17, 2005 09:42 PM

9-5 ? não era suposto ser um pouco mais ... quente?

Publicado por: zippiz às novembro 17, 2005 09:43 PM

O zippiz gosta delas à beira de um ataque de nervos.

Publicado por: David às novembro 17, 2005 09:48 PM

...prever o contrário dos meios de comunicação [portugueses] ... e acertar?

Olha a grande habilidade!
Com a parolice dos editorialistas e a ignorância dos comentadores, não é um feito por aí além.


Publicado por: (M) às novembro 17, 2005 09:54 PM

Vítor às novembro 17, 2005 09:42 PM: Pois, tem que se treinar mais ... vá tentando.

Publicado por: Joana às novembro 17, 2005 09:56 PM

(M) às novembro 17, 2005 09:54 PM: Foi exactamente essa a minha mensagem.

Publicado por: Joana às novembro 17, 2005 09:58 PM

Joana às novembro 17, 2005 09:56 PM

I Will =;)

Publicado por: Vítor às novembro 17, 2005 10:00 PM

A tensão não é medida da serenidade.
Pode-se ter 14-9 e ser sereno.
Também não tem uma incidência directa no...calor, ao contrário do que o Zipiz insinua.

Mas a Joana despertou-me a curiosidade em relação aos seus mecanismos biológicos. Pena não nos ter dito qual é o seu ritmo cardíaco em repouso.

Publicado por: (M) às novembro 17, 2005 10:02 PM

Filáucias - esta palavra talvez ainda figure nalgum catarpácio poeirento e carcomido perdido num qualquer alfarrabista brasileiro.

Publicado por: Senaquerib às novembro 17, 2005 10:04 PM

Vá, meninos.
Juízo. E cabeça fresca...

Publicado por: Vítor às novembro 17, 2005 10:04 PM

Tenho uma proposta. Sempre que a Joana se atreva (e note-se que é preciso ousar) a fazer previsões, poderíamos avaliar, posteriormente, o post em causa em termos de correspondência com os factos.
Qualquer coisa como a "Escala de Bandarra" (ex.º 1 a 5)

Publicado por: Vítor às novembro 17, 2005 10:09 PM

Quem vê agora a Merkel não diz que a senhora pertenceu à juventude comunista da RDA.

Mas quem sabe não pode deixar de notar que ela ainda não esqueceu o que aprendeu...

Publicado por: (M) às novembro 17, 2005 10:10 PM

Ora vejamos:

Julgo que o Post "Desemprego no 3º Trimestre" novembro 16, 2005, atingiu o grau 4 na Escala de Bandarra.

Publicado por: Vítor às novembro 17, 2005 10:11 PM

E na escala de Richter?

Publicado por: Coruja às novembro 17, 2005 10:19 PM

Coruja às novembro 17, 2005 10:19 PM

A Joana tem mais de vulcão do que de terramoto...

Publicado por: (M) às novembro 17, 2005 10:24 PM

O post a que me referia não é "Desemprego no 3º Trimestre" mas sim "Atrás da Cortina das Chamas" de agosto 23, 2005.

Com estas manobras de sedução, desorientei-me...

Publicado por: Vítor às novembro 17, 2005 10:24 PM

Até que enfim pá!
Oh Lino, tava a ver que nunca mais havia novidades.
Isto agora é que vai ser ler.

http://www.naer.pt/NAER/PT/Estudos+Realizados/index-1.htm

Publicado por: Vítor às novembro 17, 2005 11:13 PM

(M): Matthias Platzeck também é da ex-RDA. Aliás é actualmente primeiro-ministro do Brandeburgo.

Publicado por: Joana às novembro 17, 2005 11:22 PM

Portanto a Alemanha vai ter os Consertos Brandeburgueses

Publicado por: Coruja às novembro 17, 2005 11:44 PM

Não me enganei. Era mesmo Consertos que eu queria escrever

Publicado por: Coruja às novembro 17, 2005 11:45 PM

Publicado por: Vítor às novembro 17, 2005 11:13 PM

Pode adiantar trabalho indo ler

http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2005/11/incentivos.html

Publicado por: Pequena ajuda às novembro 18, 2005 12:06 AM

Pequena ajuda às novembro 18, 2005 12:06 AM

Não fui eu quem pediu os estudos.
Nem tão pouco me apetece ler aquelas coisas técnicas. Serve para, quem choramingou pelos estudos, se entreter agora a concluir que a OTA é um má opção. Eu (e desconfio que os decisores) estou-me a borrifar para isso.

Além disso, "queijo limiano" soa-me a produto de terceira categoria.

Publicado por: Vítor às novembro 18, 2005 12:31 AM

Aquilo dos estudos é muito chato

Publicado por: Coruja às novembro 18, 2005 12:36 AM

O melhor é pedir à Joana para ler aquilo e ispilicar à gente

Publicado por: Coruja às novembro 18, 2005 12:37 AM

Fui cheirar os estudos e apontei para um sobre o risco de colisões entre aves e aeronaves em Rio Frio.
É claro que já estava à espera do que fui encontrar: as aves migratórias para aqui, o estuário do Tejo para acolá, três milhões de pombos a dormir na península de Setúbal, etc, etc, etc.
Tudo isso para comparar o risco de Rio Frio com o de Faro.
Até parece que estamos a falar de dois aeroportos separados por um milhar de quilómetros e não, como é o caso de Rio Frio e da Ota, por menos de uma centena.
Agora o que eu acho mais cómico é que venham falar do risco de colisões com aves, quando na área de Rio Frio existem há décadas uma base da Força Aérea (Montijo) e um campo de tiro (Alcochete), sem que tenha havido algum acidente causado por aves.
Lembro que os exercícios de tiro são feitos em voo razante, precisamente a uma distância do solo que comporta o risco maior de colisão com aves. Além disso, os aviões militares sobrevoam a zona a velocidades em roda de Mach 1, o que aumenta várias vezes o risco.
Também para quem não sabe, a maior parte dos grandes aeroportos situados na Europa central tem não só um risco de colisão com aves muito superior ao de Rio Frio, como uma história de colisões reais, sem que disso tenham resultado consequências graves.
Os reactores dos aviões comerciais chamam um figo a qualquer gaivota ou pombo bravo que lhes caia nos dentes. Essa deglutição está a acontecer permanentemente, sem que os passageiros se apercebam. É que não ouvem nem um pio...
A menos que o Tejo passasse a ser povoado por albatrozes, o risco da colisão com aves é mais uma balela para justificar a Ota. Mas o único Albatroz que conheço é o «nosso» e não me parece que ele tenha qualquer intenção de enfiar a cabeça no reactor de um Airbus.
Já aqui chamei a atenção para um risco real e muito grande da Ota: o nevoeiro. E volto a lembrar hoje, dia em que se registou na A1 o maior acidente de viação de sempre em Portugal — precisamente por causa do nevoeiro e precisamente na região da Ota.
A visibilidade era de 20 a 30 metros, dizem os relatos. Excelentes condições, quando comparadas com nevoeiros que já apanhei muitas vezes nas imediações da Ota, em que os faróis traseiros de nevoeiro do carro da frente só eram visíveis a menos de um metro do pára-choques dianteiro do meu carro. Explicando melhor: quando a distância entre os carros era superior a 1 metro, não se via rigorosamente nenhuma luz.

Publicado por: (M) às novembro 18, 2005 01:10 AM

"Ousemos em vez de nos suicidar com medo da morte"

Esta frase fez-me recordar os tempos em que lurdes pintassilgo concorria ás eleições presidenciais..., os tempos de Portugal pré-Cavaco!

Publicado por: diogenes às novembro 18, 2005 07:39 AM

olha uma mesmo a jeito,,, assim começa-se logo bem o dia.

Joana a ver se no fds consigo entender alguma coisa do que é que vocês neoliberais propõem no concreto. Tem para aí alguns posts com medidas propostas por si que me queira referir?

Ontem li que o Mário Soares afirmos que em 1985 quando deixou o geverno deixou as contas nacionais com superavit, ainda antes dos fianaciamentos comunitários. O cavaco herdou não só esse superavit como a injecção dos fundos (1 milhão de contos/dia) e no entanto é ele o pai do deficit.

Publicado por: py às novembro 18, 2005 09:23 AM

pois eu também comecei a ficar escaldado com a Ota quando vi que mais de 5000 meus primos iam à vida.

O Soares também afirmou ontem que tinha algumas dúvidas: ainda bem.

Publicado por: pyrenaica às novembro 18, 2005 09:26 AM

"99,4% dos votos" é uma votação coreana (do Norte).

Mau sinal que uma votação num partido alemão dê tal resultado. Cheira a sebastianismo.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 18, 2005 09:48 AM

O que é isso do Eixo do Mal? Alguém me pode explicar? Não sei, sinceramente, do que se trata.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 18, 2005 09:50 AM

Publicado por: Vítor às novembro 18, 2005 12:31 AM

Respeito todas as opiniões e sigo em frente com a minha.
Faz mal pois é sempre bom ler tudo a que se pode deitar a mão.
Mas aviso-o, se for ler os relatórios prepare-se para um grande susto ao verificar como o seu rico dinheirinho é deitado ás urtigas.

Publicado por: Pobre mas limpinho às novembro 18, 2005 10:00 AM

"com medidas propostas por si que me queira referir", dito assim com esta generalidade parece que não andei a ler nada dos seus posts, o que não é verdade.

Por exemplo eu acho que em vez de se postcipar a reforma para os 65 anos, devia-se antecipar para os 55, facultativa, proporcional à carreira contributiva, como forma de vir a induzir o emprego do pessoal mais jovem. Acho que era saudável para tod@s. Quanto aos reformados precoces fica com eles se querem ser taxistas ou colaborar em actividades cívicas, de que as ONG são exemplos.

Considero esta medida economicamente saudável. Muita da deliquência juvenil vem da falta de horizontes de futuro,,, perdido por 100, perdido por 1000...

Agora vêm-me vocês dizer "que horror, não há dinheiro, agrava o deficit, ..." ou parecido.

Bom isto é um problema à escala europeia, portanto é um problema à escala do euro.

Publicado por: py às novembro 18, 2005 10:11 AM

Luís Lavoura em novembro 18, 2005 09:50 AM:
O Eixo do Mal é um programa que a SIC Notícias transmite ao Sábado ao fim da noite. Os residentes são a Clara Ferreira Alves, Nuno Artur Silva e Daniel Oliveira (ex-Barnabé). Nessa noite também esteve a Ana Gomes (do PS).

Publicado por: soromenho às novembro 18, 2005 10:13 AM

Vítor às novembro 18, 2005 12:31 AM
Você ao dizer que "Respeito todas as opiniões e sigo em frente com a minha" diz com perfeita segurança que embora respeite, não liga às opiniões dos outros.
"Não ligar a" não é uma forma de "não ter respeito por"?

Publicado por: soromenho às novembro 18, 2005 10:16 AM

soromenho às novembro 18, 2005 10:13 AM

Obrigado por me esclarecer.

Eu não tenho TV Cabo (logo não tenho SIC-Notícias), e ao fim da noite já estou, de qualquer forma, a dormir o sono dos justos. É por isso que não sabia.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 18, 2005 10:19 AM

Publicado por: soromenho às novembro 18, 2005 10:16 AM

(iro)Fez bem em chmar-me a atenção.
A partir de agora quando escrever uma suposta irónica frase vou passar a por um sinalzinho que será, vejamos, talvez (iro).

E a proposito de ironia hoje no Público, que alguns julgam a segunda casa de Joana, VPV vêm chamar ignorantes aos portugueses na mesma página onde JMF lhes chama inteligentes.

(iro) Engraçado, não é?

Publicado por: Groucho Marx às novembro 18, 2005 10:22 AM

Estas politiquices, Sarkozy para cima ou Sarkozy para baixo, interessam-me pouco. Mas vi ontem no PÚBLICO um artigo da correspondente em França que me preocupou. Dizia ela que diversos políticos em França, incluindo ao que parece o próprio Sarkozy, atribuem (parte de) a responsabilidade dos recentes distúrbios à... poligamia de alguns imigrantes africanos. Segundo esses políticos, os jovens que provocaram os distúrbios são (maioritariamente) filhos de imigrantes polígamos, e isso explicaria o seu comportamento.

É-me difícil imaginar explicação mais repugnante, preconceituosa, e anti-liberal do que esta. Estes moralismos cristãos de caserna metem profundo asco. E acho inaceitável que políticos responsáveis, incluindo ao que parece Sarkozy, entrem neste jogo.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 18, 2005 10:24 AM

Publicado por: soromenho às novembro 18, 2005 10:16 AM

Conforme poderá verificar na resposta (Groucho Marx às novembro 18, 2005 10:22 AM) enganou-se no autor.
Não fui eu a escrever isso, mas sim um autor com problemas de personalidade (e sentido de humor).

Publicado por: Vítor às novembro 18, 2005 10:35 AM

Luis Lavoura, e se por azar os estudos sobre os delinquentes presos mostrarem uma sobrerepresentação dessa explicação repugnante, preconceituosa e anti-liberal?

Tento tu um fundo científico, o que concluirias então?

Publicado por: Incognitus às novembro 18, 2005 11:07 AM

Incognitus às novembro 18, 2005 11:07 AM

Concluiria que mais estudos eram necessários. Isto porque dificilmente há, em termos lógicos, qualquer relação entre a forma familiar dos pais e o comportamento dos filhos. Será preciso demonstrar pelo menos que (1) que não há um "bias" policial nos jovens que decidem prender, e (2) se os jovens presos são filhos de pais polígamos em maior percentagem do que jovens da mesma etnia que não foram presos.

A poligamia africana é uma forma pelo menos tão estruturada de família como as famílias europeias brancas atuais. Aliás, com a atual taxa de pais separados e mães solteiras nas sociedades europeias brancas, não sei se as famílias polígamas não estarão melhor... Em geral, as famílias polígamas africanas substituem, com vantagem, o arranjo europeu em que o homem tem uma ou mais amantes, as quais têm filhos dele. Um caso bem conhecido era o do ex-presidente francês Miterrand, que não era "oficialmente" polígamo mas tinha pelo menos uma filha ilegítima.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 18, 2005 11:22 AM

O problema é que existe uma correlação entre essa poligamia e a cultura dos filhos (a poligamia faz parte da cultura em questão), e aparentemente pelo menos em parte o problema presente em França é cultural. Ou seja, em parte aquelas culturas não se integraram porque não se querem integrar.

Logo, em último caso pode efectivamente existir a tal correlação repugnante, preconceituosa e anti-liberal...

Publicado por: Incognitus às novembro 18, 2005 11:47 AM

Basta ver que várias comunidades com culturas diferentee, entre as quais a portuguesa, se integraram na sociedade francesa.

Aparentemente, apenas uma ou duas culturas diferentes não se integraram.

Se é assim, o problema pode não estar na sociedade, e sim nas culturas que não se integram.

Publicado por: Incognitus às novembro 18, 2005 11:48 AM

Incognitus às novembro 18, 2005 11:48 AM

Sim, o problema pode estar nas culturas que não se integraram.

Mas as declarações dos políticos franceses sobre a poligamia, e diversos outros sinais, sugerem que boa parte do problema se enconta de facto na cultura francesa e no seu caráter racista, preconceituoso e xenófobo.

Caráter esse que não se manifesta vis à vis outras culturas europeias, mas que se manifesta vis à vis povos africanos.

É preciso notar que o racismo é um preconceito contra raças específicas. O facto de os franceses serem racistas e xenófobos não se manifesta numa rejeição dos portugueses, mas sim numa rejeição dos norte-africanos. Da mesma forma que os portugueses olham com rejeição os imigrantes angolanos, mas acolhem de bom grado imigrantes ucranianos.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 18, 2005 12:06 PM

O Incognitus tem uma carreira promissora em França ao serviço do Le Pen

Publicado por: (M) às novembro 18, 2005 12:10 PM

Já agora... quem é que disse que os portugueses estão integrados na sociedade francesa?

Ou, pondo a questão nos devidos termos, quem é que disse que a sociedade francesa integrou os imigrantes portugueses?

Quem tiver dúvidas que vá perguntar aos portugueses de segunda geração se a sociedade francesa os assimilou. Ou, em alternativa, pergunte a um turista português que tenha sido apanhado numa operação de identificação da polícia francesa se foi tratado como francês ou como árabe...

Publicado por: (M) às novembro 18, 2005 12:15 PM

(M) às novembro 18, 2005 12:10 PM

O que é preocupante não é o Incognitus. O que é preocupante é que parece que há muitos políticos com carreiras promissoras em França que andam muito influenciados por Le Pen. E parece que esses políticos continuam a ser aplaudidos, em França e no estrangeiro, apesar das más influências que manifestamente demonstram.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 18, 2005 12:37 PM

Bem, tendo em conta que eu sou pela imigração sem restrições, dado que ninguém é culpado de onde nasce, é difícil de eu ser um partidário do Le Pen.

Por outro lado, sou também pela expulsão de todos os imigrantes que se portem mal, com um critério bastante mais rígido do que o que seria aplicado aos nativos.

Porquê? Porque os nativos estariam a prescindir da sua capacidade de manter os imigrantes fora para proteger egoisticamente o seu modo de vida. Ao prescindirem disso (coisa que defendo), o mínimo que os imigrantes têm que fazer em troca é portarem-se MELHOR que os nativos.

Publicado por: Incognitus às novembro 18, 2005 12:49 PM

Publicado por: Groucho Marx às novembro 18, 2005 10:22 AM :

(...) Público, que alguns julgam a segunda casa de Joana (...)


ps: (segundo as melhores previsões)
daqui a umas horas Joana vai escrever sobre o militar português morto hoje em Cabul e continuar a bater nos pacifistas...

Publicado por: zippiz às novembro 18, 2005 01:09 PM

Não percebo. Será que alguém defende que a poligamia possa ser aceite, apenas porque alguém é imigrante.
As leis não se aplicam aos imigrantes?

Publicado por: AJ Nunes às novembro 18, 2005 01:12 PM

AJ Nunes às novembro 18, 2005 01:12 PM

Eu sou um liberal, e defendo que a poligamia deve ser aceite, e as leis que a proíbem revogadas.

A poligamia deve ser aceite da mesma forma que se aceita que haja amantes e filhos fora do casamento.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 18, 2005 02:14 PM

ora eu bem avisei que isto ia dar bronca um dia, não é Engº Sócrates?

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=202315

Publicado por: py às novembro 18, 2005 02:18 PM

Acho estranho aparecer gente a defender, indirectamente a poligamia, pelo facto de ser um costume noutras culturas (isto independentemente de haver razões, ou não, que militem a favor da tese de que os adolescentes oriundos de famílias poligâmicas sejam mais vocacionados para a delinquência).
Será que também são a favor da poliandria?

Publicado por: Joana às novembro 18, 2005 02:37 PM

"A poligamia deve ser aceite da mesma forma que se aceita que haja amantes e filhos fora do casamento". São coisas diferentes.

O que há de excitante no(a) amante é exactamente ele(a) não fazer parte do agregado familiar e ter um carácter transitório.

Publicado por: Joana às novembro 18, 2005 02:41 PM

py, estou de acordo!

Publicado por: Coruja às novembro 18, 2005 02:58 PM

Também acho que devia haver uma lei impedindo a malta do exército de se meter em guerras.

Publicado por: Coruja às novembro 18, 2005 03:00 PM

Joana às novembro 18, 2005 02:37 PM

Se numa sociedade há um número substancial de pessoas (quer sejam cidadãs desse país quer imigrantes, não interessa) que querem adoptar uma prática cultural qualquer, e se essa prática não colide com os direitos humanos, então o Estado deve legitimar e, se conveniente, regular essa prática de acordo com a vontade dessas pessoas.

A poligamia é um costume ancestral de muitas culturas. Se pessoas com essas culturas vivem entre nós, então o Estado deve legitimar e, se conveninete, regular essa prática para quem a pretende adoptar.

Quanto à poliandria, não tenho objeções. As leis gerais de Portugal afirmam que não pode haver distinção entre os sexos. Portanto, se a poligamia fôr permitida, tem que o ser a poliandria também.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 18, 2005 03:03 PM

Também penso que não existem argumentos para defender a proibição da poligamia ou poliandria. Só afecta os que voluntariamente nela se envolvem, pelo que o Estado nem deveria ter poder para regular a matéria.

Publicado por: Incognitus às novembro 18, 2005 03:08 PM

No tempo em que os meus pais se casaram quase só havia casamentos com comunhão de bens. Os meus pais casaram-se com separação absoluta de bens, o que, ao tempo, era a modos que uma injúria. Hoje em dia o casamento com separação de bens é vulgar, porquê? Porque há pessoas que se querem casar dessa forma. Hoje em dia aceita-se, e pretende-se regulamentar, a união de facto, porquê? Porque há pessoas que pretendem viver dessa forma (eu, por exemplo).

Se há pessoas que pretendem viver em poligamia, ela deve então, obviamente, ser contemplada na lei. O casamento vulgar, monogâmico, não deixará de existir por esse facto. Apenas se cria uma nova forma de casamento, o poligâmico, que as pessoas poderão adoptar se o desejarem.

Da mesma forma que, no casamento vulgar, se pergunta às pessoas se o querem com ou sem comunhão de bens.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 18, 2005 03:10 PM

Que venha a poliandria já!

Assim haverá uma repartição de custos mais equilibrada.

# : - ))

Publicado por: (M) às novembro 18, 2005 03:13 PM

Luís:

Em teoria estaria completamente de acordo: é uma violação dos direitos civís e da liberdade individual a proibição da poligamia. É um atentado à liberdade tal como a proibição do casamento homosexual (etc...), e as raízes dessa imposição puritana também podem ser as mesmas.

No entanto, até não me custa acreditar que a associação feita entre a poligamia e a delinquência exista. A razão é a seguinte: uma das maiores condicionantes da delinquência juvenil parece-me ser a "atenção" que cada criança recebe dos pais. Assim sendo, famílias com muitos filhos e pouco tempo disponível para os educar têm mais propensão para que os seus descendentes sejam delinquentes do que as outras.

Na minha opinião, muitas das pressões racistas estão relacionadas com questões de natalidade. Em Cabo Verde, a população está em pânico com a emigração de outros países africanos, queixando-se do facto dessas populações terem muitos filhos, que, por falta de atenção dos pais, tendem a tornar-se delinquentes.
Assim sendo, creio que a percepção da natalidade também influencia o "sentimento de ameaça" que algumas populações sentem (por via de maiores dificuldades de integração). Se calhar a diferença entre taxas de natalidade até pode explicar melhor as tensões sociais/migratórias do que a raça.

O "arranjo europeu" apesar dos inúmeros casos de infedilidade e problemas familiares, resulta, como se sabe, numa elevada atenção dada aos filhos (em termos comparativos), e numa reduzida taxa de natalidade.
Assim sendo, é possível identificar uma relação entre a poligamia e a delinquência.

O difícil nesta situação é que a solução para atenuar estas tensões sociais passaria por desincentivar todas as famílias a ter muitos filhos. Isto parecerá incompatível com as políticas natalistas, que se pretendem para as famílias integradas na sociedade.

Na verdade creio que as elevadas taxas de natalidade são uma das grandes causas do subdesenvolvimento de áfrica de muitos outros países. E aí, a poligamia será uma das causas. A influência católica a minar todos os esforços para promover o planeamento familiar será outra.

Publicado por: Alfredo às novembro 18, 2005 03:26 PM

Alfredo,

atenção aos filhos, no "arranjo" europeu? Sabe quantas mães brancas europeias há por aí que educam os filhos sozinhas? Eu só por mim conheço uma data delas.

Hoje em dia, se há coisa vulgar, é filhos que não são educados pelo seu pai e mãe, porque o pai não lhes liga nenhuma e, na melhor das hipóteses, paga à mãe uma "pensão de alimentos".

A poligamia muçulmana é altamente regulada. Nomeadamente, o homem é obrigado a dar a mesma atenção e apoio a todas as suas mulheres e filhos. Não é como o que por aí se observa nas nossas sociedades, em que o homem vive com uma mulher e com os filhos dela, e às outras mulheres e filhos dá uma atenção, na melhor das hipóteses, muito secundária.

Estou de pleno acordo consigo em que muitos dos conflitos pretensamente culturais que por aí há camuflam apenas o ressentimento contra taxas de natalidade superiores, e o consequente medo de uma perda de domínio demográfico. Agora, acusar os polígamos de educar mal os filhos, é de uma total hipocrisia, quando se observa o que por aí à nossa volta é comum da parte de monógamos.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 18, 2005 03:41 PM

zippiz às novembro 18, 2005 01:09 PM

É possível argumentar contra o envolvimento português em acções militares multinacionais por muitas e diferentes razões.
Os pacifistas, por definição, são contra esse envolvimento porque são contra todo o tipo de uso da violência. Mas não são os únicos possíveis opositores.
Há quem se oponha, por exemplo, à participação de militares portugueses em acções no Iraque por se ter tratado de uma agressão, por ter violado grosseiramente o direito internacional e por ter uma estratégia indefinida que serve apenas os interesses dos EUA.
Não é esse o caso do Afeganistão.
Acresce a isto que os contingentes portugueses são hoje constituídos exclusivamente por militares profissionais, que escolheram essa ocupação com plena consciência dos riscos.
Não quero jurar, mas estou convencido de que todos os militares que foram enviados para o Iraque e o Afeganistão se ofereceram para essa missão, com os olhos postos numa remuneração vultosa.
Nestes termos, sabem muito bem ao que vão e ninguém se pode queixar.

Publicado por: (M) às novembro 18, 2005 03:42 PM

Quando uma mulher, num casamento poliândrico, se divorcia, recebe pensão de alimentos de todos os maridos?

Publicado por: Coruja às novembro 18, 2005 03:53 PM

A poligamia é um sistema excelente para alguns homens, não duvido disso, mas é um sistema anti-democrático de funcionamento da sociedade e espanta-me que seja aqui aceite com naturalidade.

1º - a poligamia é um sistema arcaico de organização das sociedades.Só existe em sociedades medievais.
2º - implica que milhares de jovens machos não encontrem parceiro sexual, e que por esse motivo vivam frustrados (imaginando a proporção macho/fêmea na sociedade de 1 para 1).
3º - todas as sociedades polígamas necessitam de um sistema policial formidável para controlar e conter os naturais impulsos dos jovens machos frustrados.
4º - o sistema obriga a que as mulheres sejam meio escravizadas, e serem tratadas como objectos sexuais ou de porcriação, mesmo que estas culturalmente aceitem o seu estado.A liberdade sexual feminina é inexistente, (pela própria definição de poligamia).
5º - o sistema cria pressão cultural nas mães para obrigarem as filhas a casar com machos superiores.

etc etc etc, e há aquem aceite isto como normal? será de novo o famigerado multiculturalismo em acção?

Publicado por: Joao P às novembro 18, 2005 04:41 PM

...«Agora, acusar os polígamos de educar mal os filhos, é de uma total hipocrisia»...

Luís Lavoura às novembro 18, 2005 03:41 PM

A poligamia é uma das características das sociedades muçulmanas. Quem acusa os muçulmanos de educar mal os filhos, ou ignora a realidade e, portanto, devia estar calado, ou conhece essa realidade e, portanto, é um imbecil.

Publicado por: (M) às novembro 18, 2005 05:03 PM

João P, a poligamia que aqui discutimos seria uma voluntária por parte dos seus participantes.

Se um homem quiser ter três mulheres, e essas três mulheres quiserem ter esse homem, o resto da sociedade simplesmente não tem nada a ver com isso.

Publicado por: Incognitus às novembro 18, 2005 05:20 PM

Não me importo de partilhar a Angeline Jolie com o Brad Pitt

Publicado por: Coruja às novembro 18, 2005 05:42 PM

E estará disponível um room-sharing com a cameron Diaz?

Publicado por: Coruja às novembro 18, 2005 05:44 PM

ora que engraçado, uma discussão livre e descomplexada. Eu por cá não sei bem porque as mulheres são muito elaboradas e levam um homem à falência num ápice, mas lá por África onde eu espero aquecer os meus ossos já me lembrei que se fosse para ter filhotes, gostava de ter 3 ao mesmo tempo de mulheres diferentes obviamente. Ficava tão banzado que não dava hipótese de ser pai-galinha, o que era bom.

PS já sei que tenho de tratar da bolsa, ando a ficar atento

Publicado por: py às novembro 18, 2005 05:56 PM

Numa sociedade maioritariamente monógama concordo que um homem possa ter 3 ou 10 mulheres. Não temos nada a ver com isso. MA s isso claro é a teoia porque na realidade i.e. nas sociedades polígamas não é isso que se passa: as mulheres são "obrigadas" culturalmente a aceitar partilhar o marido.

Publicado por: Joao P às novembro 18, 2005 05:56 PM

plim

Publicado por: py às novembro 18, 2005 05:56 PM

O gráfico do artigo da ministra da educação, trazido à estampa no Público de hoje, é aterrador. Não consegui ler o artigo, confesso, mas o lugar altaneiro de Portugal, cruxificado no quadrante superior esquerdo da desgraça, é o reflexo de um falhanço colectivo.

Publicado por: Tristão às novembro 18, 2005 06:20 PM

um primo: JP e Yin-kuo, boas notícias, recebi hoje cópia do parecer muito favorável do técnico à declaração de interesse público aqui dos arvoredos. Mas atenção: nada de foguetes, porque pegam fogo, e além disso até ao lavar dos cestos são vindimas.

Agora vai para Évora...

Publicado por: py às novembro 18, 2005 07:00 PM

py às novembro 18, 2005 07:00 PM

Está bem encaminhado. E Évora é uma cidade de bom augurio.
Os pinheiros já devem estar com "carrasca" de galinha, da emoção...

Publicado por: Vítor às novembro 18, 2005 09:07 PM

(olha cá entre nós, eles parecem é que nem uns pavões todos a fazer oxigénio muito orgulhosos e verdinhos ... mas eu já fui lá dizer que há que aprender também com as videiras (aquele sistema de extracção de água mete respeito a um carvalho), vamos com calma)

Publicado por: py às novembro 18, 2005 09:45 PM

sarmento?

Publicado por: py às novembro 18, 2005 09:53 PM

Publicado por: (M) às novembro 18, 2005 03:42 PM

Registei e no essencial estou de acordo.

Publicado por: zippiz às novembro 18, 2005 10:21 PM

Publicado por: (M) às novembro 18, 2005 03:42 PM

Registei e no essencial estou de acordo.

Publicado por: zippiz às novembro 18, 2005 10:21 PM

Luís:

Na sociedade europeia existem muitas mães solteiras e casos em que os pais se desligam de acompanhar os filhos. É lamentável e muito frequente. MAS, mesmo nesses casos, é dada muita atenção aos filhos (nesse caso, pelas mães).

Porquê?
Porque são poucos.

Nas sociedades polígamas, existe uma muito maior propensão para que a natalidade seja superior, e creio que as estatísticas apoiam este raciocínio.


Será isso razão para proibir a poligamia? Bem... eu gostaria que não fosse necessário. Será que é? Eu sei que gostaria que a sociedade fosse tão desenvolvida e evoluída que esse tipo de questões relativas aos direitos civís fossem consideradas por todos um inadmissível abuso (a proibição da poligamia, e não a sua permissão).

MAS isto é uma questão diferente de compreender que faça sentido associar isso a uma maior criminalidade.


João P:

Por serem menos desenvolvidas, as sociedades polígamas NÃO SÃO, em geral, sociedades livres.
Isso é completamente diferente da sua consideração de que a poligamia é incompatível com a liberdade.
Seria possível uma sociedade ser polígama, para ambos os sexos, e existirem mulheres com vários esposos e homens com várias esposas. Cada casamento ser livre, e dependente da vontade de todos os que o celebram.

nota: pode é dizer-se que por ser um sistema que encoraja maiores taxas de natalidade, também dificulta sociedades desenvolvidas e livres.

Publicado por: Alfredo às novembro 19, 2005 04:16 AM

Mas, obviamente, não impossibilita.
(continuação da nota do comentário anterior)

Publicado por: Alfredo às novembro 19, 2005 04:18 AM

Eu acho que a questão da poligamia, como outras associadas à família como unidade básica da sociedade, tem de ser vista mais do ponto de vista dos direitos dos filhos à melhor forma de se desenvolverem. E não do ponto de vista dos direitos dos adultos a viverem desta ou daquela forma.

Se não fosse pela procriação, o Estado nem tinha que reconhecer ou regulamentar o casamento, pois estaria a meter-se no foro privado de cada um.

A única coisa que justifica a existência de edifícios legais sobre esse assunto é o efeito colateral (ou final...) da procriação. Só em nome dos direitos dos filhos, futuros cidadãos, e da melhoria geral da qualidade de vida deles é que o Estado tem direito a definir os regimes legais do casamento e afins.

Pela mesma razão, nunca concordei com o casamento homossexual. Não por achar que não deva haver protecção legal à situação de vida comum daqueles (e de todos os que vivam em "união de facto"), mas por achar que o casamento que gera novos cidadãos não é a mesma coisa do que a união para a vida de dois adultos (homo ou hetero). Logo, deviam criar duas coisas diferentes e não equiparar casamento (que pode procriar) a "uniões" que nunca irão procriar.

Bem, voltando ao ponto, nestes assuntos do tipo de casamento a permitir, parece-me que alguns esquecem sempre que o objecto da protecção legal são os filhos, não os direitos e preferências dos adultos. Esses são assegurados através da liberdade individual, que só é limitada pelas responsabilidades associadas.

Publicado por: J P Castro às novembro 19, 2005 04:56 AM

Py,

boa ! Depois pode-se pôr uma plaquinha a dizer árvore protegida pelo decreto-lei nº e tal ?

É que parecendo que não, isso dá respeitabilidade às ditas. Olha o que aconteceu ao dragoeiro: desde que lá puseram a placa nunca mais os garotos lhe fizeram as barbaridades que eu e os da minha idade lhe fazíamos. Hoje até me envergonho quando digo que já vi o "sangue do dragão" num concurso infantil de "dardo na àrvore".

Portanto, umas plaquitas a toda e volta dão jeito.

Publicado por: J P Castro às novembro 19, 2005 05:10 AM

toda a volta, claro

(só faltou o plim)

Publicado por: J P Castro às novembro 19, 2005 05:14 AM

J P Castro às novembro 19, 2005 04:56 AM

Boa parte dos casamentos atuais não gera quaisquer filhos. Ou orque os casais são estéreis, ou porque não querem ter filhos. Por outro lado, há atualmente montes de crianças que não provêem de nenhum casamento. Em face destes factos, defender que o arranjo legal do casamento se relaciona com a fecumdidade, é perfeitamente absurdo.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 19, 2005 06:14 PM

Alfredo,

n-ao disponho de nehuma estatística, mas duvido que a poligamis esteja associada a uma maior fecundidade. Pelo contrário, creio que está associada a uma fecundidade MENOR. A fecundidade mede-se em número de filhos POR MULHER. Como é óbvio, uma vez que o poder reprodutor da mulher é muito limitado (uma mulher pode no máximo ter uns 25 filhos), enquanto que o poder reprodutor de um homem é enorme. Num arranjo poligâmico, todos os filhos de diversas mulheres são sustentados e educados por um único homem. Tendencialmente, nesse arranjo, cada uma das diversas esposas de um homem tem poucos filhos. Ou seja, a fecundidade da sociedade é menor. Num arranjo poligâmico, há muitos homens que não têm mulher e não procriam. Num arranjo monogâmico, pelo contrário, todos os homens contribuem para sustentar e educar uma família. Eu diria pois que numa sociedade monogâmica a fecundidade será maior.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 19, 2005 06:18 PM

Perfeitamente absurdo, realmente.

Se o casamento não tem a ver com a possibilidade de procriação porque não aboli-lo já ? Para quê andar a perder tempo a discutir o assunto se afinal todos têm pai e mãe e pouco importa que estejam casados ?

Ah ! Pois, parece que ainda há uns casamentos em que se procria... Bolas, e agora como vamos tratar tais crianças ? Vamos dizer-lhes que o pai e a mãe estão juntos porque querem, mas que não precisavam de estar ?

Sociedades felizes, estas.

Publicado por: J P Castro às novembro 19, 2005 10:08 PM

Qualquer dia já não faz sentido chamar filho da mãe

Publicado por: Coruja às novembro 19, 2005 10:13 PM

Lavoura, agora a sério:

você não entendeu o que eu disse. Eu disse que a ÚNICA justificação para a existência da figura legal do casamento é o facto de nele poderem nascer os novos cidadãos. Como tal, o quadro legal tem por fim a protecção do ambiente em que esses menores são criados. Tudo o resto não interessa, pois já é o Estado a imiscuir-se na vida privada de adultos.

Se não fosse a possibilidade de procriar - nas relações hetero - o casamento não deveria ser mais do que um mero contrato civil entre duas partes. Mas, como existe essa possibilidade, é algo mais e existe todo um quadro legal rígido relacionado com o conceito de família.

Como vê, nunca disse que as pessoas só se devem casar para procriar. Foi ao contrário: porque podem procriar, convêm que haja um quadro legal - o do casamento - que protege desde logo os direitos dos futuros cidadãos na família que assim nasce.

E, repito, discutir o tipo de enquadramento legal do casamento em função dos interesses dos adultos envolvidos é que é um absurdo.

E que também é necessário proteger os direitos dos filhos nascidos fora do casamento, é uma evidência.

Publicado por: J P Castro às novembro 19, 2005 10:24 PM

Coruja, com os avanços da biotecnologia, qualquer dia FAZ sentido chamar filho da mãe a alguém, para o distinguir de um clone... ou outra coisa qualquer.

Publicado por: J P Castro às novembro 19, 2005 10:27 PM

Onde é que a conversa já vai!

Publicado por: liliana às novembro 19, 2005 11:43 PM

Começou no catarpácio

Publicado por: Coruja às novembro 20, 2005 12:29 AM

prenhe de filáucias

Publicado por: Coruja às novembro 20, 2005 12:30 AM

passou pela poligamis

Publicado por: Coruja às novembro 20, 2005 12:31 AM

pelo matrimónio e uniões cruzadas

Publicado por: Coruja às novembro 20, 2005 12:32 AM

uniões de facto e transitórias

Publicado por: Coruja às novembro 20, 2005 12:33 AM

Ainda por cima tem mania

Publicado por: Cisco Kid às novembro 30, 2005 12:34 AM

Ainda por cima tem mania

Publicado por: Cisco Kid às novembro 30, 2005 12:34 AM

Ainda por cima tem mania

Publicado por: Cisco Kid às novembro 30, 2005 12:35 AM

Ainda por cima tem mania

Publicado por: Cisco Kid às novembro 30, 2005 12:35 AM

Ainda por cima tem mania

Publicado por: Cisco Kid às novembro 30, 2005 12:35 AM

Ainda por cima tem mania

Publicado por: Cisco Kid às novembro 30, 2005 12:35 AM

Ainda por cima tem mania

Publicado por: Cisco Kid às novembro 30, 2005 12:36 AM

Ainda por cima tem mania

Publicado por: Cisco Kid às novembro 30, 2005 12:36 AM

Ainda por cima tem mania

Publicado por: Cisco Kid às novembro 30, 2005 12:36 AM

Ainda por cima tem mania

Publicado por: Cisco Kid às novembro 30, 2005 12:36 AM

Ainda por cima tem mania

Publicado por: Cisco Kid às novembro 30, 2005 12:36 AM

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