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outubro 05, 2005

5 de Outubro

Hoje a república faz 95 anos. A história não tem um julgamento consensual sobre a 1ª República. O regime caiu em 1926, na lama mais abjecta, odiado por quase toda a sociedade. Todavia, a luta ideológica contra a ditadura salazarista levou à falsificação da história, na tentativa de branquear aquele regime cuja pretensa ética (??) e democracia (??) serviriam de contraponto ao regime salazarista. O actual distanciamento permite uma visão mais equilibrada dos acontecimentos. Quem estiver interessado pode ler os meus posts:
5 de Outubro – As Origens
5 de Outubro – O Ultimato
5 de Outubro de 1910
5 de Outubro – Monarquia sem monárquicos

Publicado por Joana às outubro 5, 2005 12:56 PM

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Comentários

A Democracia actual morreu. É de facto uma "partidocracia" com laivos de plutocracia onde os mais poderosos influem e detêm directa ou indirectamente todos os meios de comunicação. Assim se assegura a eternização dos mesmos nomes no Poder.

Jardim tem razão quando pede uma nova República (e Alegre também).

Mas uma República menos partidária e muito mais participativa... Alguém se lembra das propostas de Ross Perot para uma Infodemocracia?

Publicado por: Rui Martins às outubro 5, 2005 01:08 PM

Todos, mas TODOS, os períodos históricos de TODOS os países têm zonas claras, zonas escuras e zonas cinzentas.
Há quem prefira ver só as zonas claras ou só as zonas escuras do passado.
Não vou envolver-me nesta polémica, porque prefiro recordar todos os tons do passado e discutir o futuro.

Publicado por: (M) às outubro 5, 2005 01:11 PM

Hoje o 25 de Abril faz 31 anos, 5 meses e 10 dias. A história não tem um julgamento consensual sobre a ditadura salazarista. O regime caiu em 1974, na lama mais abjecta, odiado por quase toda a sociedade. Todavia, a luta ideológica contra a revolução de Abril levou à falsificação da história, na tentativa de branquear aquele regime cuja pretensa ética (??) e __________* (??) serviriam de contraponto ao regime pós-salazarista. O actual distanciamento (ainda não) permite uma visão mais equilibrada dos acontecimentos. Quem estiver interessado pode ler os postsda Joana.
________________________

(*) - Campo a preencher de acordo com as preferências do leitor.

Publicado por: (M) às outubro 5, 2005 01:24 PM

A implantação da República foi apenas mais um passo na consolidação do poder oligárquico. Com todas as suas limitações e defeitos, os Reis eram um obstáculo a essa consolidação. Como poder fora do controlo dos grupos de interesses, o Rei podia, a qualquer momento, pôr-se do lado da nação contra os seus exploradores, o que era altamente inconveniente. Por isso primeiro mata-se o Rei e o Príncipe Real, e depois afasta-se o seu fraco sucessor. Se a Monarquia não tivesse sido derrubada, alguém pensa que teríamos tido necessidade do Estado Novo? E do subsequente 25 de Abril? Ou da exemplaríssima descolonização?...

Publicado por: Albatroz às outubro 5, 2005 01:35 PM

(M) às outubro 5, 2005 01:24 PM
A partir dos fins da década de 50 devem ter-se publicado centenas de livros sobre a 1ª República que eram mais panegíricos que obras históricas. Que eu saiba não se têm publicado obras laudatórias do regime salazarista.

Publicado por: Joana às outubro 5, 2005 01:44 PM

Joana:

O primeiro artigo refere a muito pouca adesão popular à república.
O quarto artigo parece defender a tese contrária.

Da leitura de ambos fico com a impressão que a república teria mais apoio popular que eleitoral (pelas diferentes razões que são explicadas no quarto artigo). Faz sentido?

Publicado por: Alfredo às outubro 5, 2005 01:59 PM

O regime pós-25 de Abril também já está esgotado.
O grande problema é que o país perdeu até a capacidade de se auto-regenerar.
A solução tem de vir de fora. Por exemplo, talvez a Espanha queira trocar a Catalunha por Portugal.
Não seria má ideia...

Publicado por: Senaqueribe às outubro 5, 2005 02:24 PM

Hoje o 25 de Abril faz 31 anos, 5 meses e 10 dias.
Sendo assim já podia ter um bocadinho de juízo.
Não foi para isto que "trabalhamos"

Publicado por: General (na reserva) Lourenco, V. às outubro 5, 2005 02:33 PM

O país há-de encontrar a capacidade de se auto-regenerar. Não tem alternativa.

Publicado por: AJ Nunes às outubro 5, 2005 04:28 PM

A República está fraca. Os ideais repúblicanos de Igualdade, fraternidade, liberdade floresceram e hoje o que vemos são as monarquias a serem os embaixadores destes ideais.

Muitos esquecem que A ascenção Repúblicana se deve ao facto de Portugal ser um pais livre na altura, em que repúblicanos mentiram, atacaram sem razão o poder Real.

Hoje vemos a falência das Repúblicas, sendo as monarquias os países mais desenvolvidos, socialmente mais justos, mais livres e mais democráticos.

Os Portugueses confundem monarquia com poder absoluto.

Hoje vivemos no corporativismo, o sistema politico vive em entropia, trabalhando para o estatismo, e afastando a sociedade civil do poder.

Só uma Monarquia pode combater a falsidade que se tornou a República. Apenas um Rei é representativo do Povo, porque está fora do sistema, porque, porque está fora do jogo de interesses.

Como o digo, a República trouxe a destruição de 700 anos de história. 100 anos de República destruiram Portugal e reduziram-nos a um país de terceiro mundo.

A Democracia é instável por natureza. E ainda bem, mas na verdade a figura Real é a estabilidade na instabilidade e o único que promove a evolução.

Para quem discorda do que digo, dou casos prácticos. Comparemos Portugal e Espanha e veremos cabalmente a diferença entre Repúblicas e Monarquias.

Publicado por: Braveman às outubro 5, 2005 04:57 PM

Portanto, a 1ª República foi uma reinação.

Publicado por: Coruja às outubro 5, 2005 05:58 PM

quase

Publicado por: Braveman às outubro 5, 2005 06:04 PM

O Presidente podia aproveitar o dia de hoje para encerrar a República. Mas não.
Prefere falar na crise de valores, no salário de Victor Constâncio, e na «ética republicana». São as palas.

Publicado por: asdrubal às outubro 5, 2005 07:07 PM

Braveman às outubro 5, 2005 04:57 PM

Podemos até estar a atravessar uma grave crise económica. Pode o país estar endividado e deprimido como não se via há largos anos.
Mas dizer que a república destruiu 700 anos de história, destruiu Portugal e nos reduziu a um país do terceiro mundo, parece-me pouco menos que ridículo.

A verdade é que nunca, na longa história de Portugal, se viveu um bem estar tão generalizado como nas últimas décadas do Séc. XX.

Acresce que, nos países monárquicos desenvolvidos, o papel do monarca está muito limitado. Por vezes é meramente figurativo.
Sim, veja-se o caso de Espanha: o passo de gigante que a Espanha deu após a entrada na então CEE quase nada tem que ver com a existência de um D. Juan Carlos.

Publicado por: Vítor às outubro 5, 2005 10:24 PM

Braveman em outubro 5, 2005 04:57 PM
Na minha opinião está a trocar a causa com o efeito. Sucede que os povos do centro e norte da Europa construíram, ao longo de séculos, sociedades mais equilibradas, com maior espírito cívico, com mais cidadania. Foi isso que permitiu que mantivessem o sistema monárquico. Houve apenas a excepção da Alemanha, mas isso decorreu da própria forma como se estabeleceu o império e do facto deste estar ligado ao desencadear da guerra e à derrota.
Não somos vítimas da república, como não o fomos da monarquia. As nossas instituições é que são vítimas do nosso atraso, falta de civismo e de espírito de cidadania.

Publicado por: Joana às outubro 5, 2005 10:38 PM

"A verdade é que nunca, na longa história de Portugal, se viveu um bem estar tão generalizado como nas últimas décadas do Séc. XX"
Vítor: várias vezes você se referiu aqui a situações que têm a ver com a evolução geral da humanidade como conquistas nossas das últimas décadas. Se exceptuarmos alguns países africanos o que escreveu é verdade para todos e, em muitos dos casos, mais "verdade" que no nosso caso.

Publicado por: Joana às outubro 5, 2005 10:42 PM

Joana às outubro 5, 2005 10:42 PM

Joana: várias vezes você se referiu a aspectos positivos da nossa evolução recente como país, atribuindo-lhes um espécie de origem simpática, um efeito de arrastamento pelo feliz devir da humanidade. Como se o bem-estar se propagasse pelo vento.
Curiosamente, já não segue a mesma linha de raciocínio no que respeita ao que correu pior.

Acresce que não atribuí à República qualquer responsabilidade pelo nosso bem-estar nas últimas décadas. Referi-me a esse bem-estar apenas para refutar a tese do Braveman. Tive, assim, alguma dificuldade em contextualizar as suas observações à minha frase.

Publicado por: Vítor às outubro 5, 2005 11:19 PM

A Índia, e outros países asiáticos, tinha um PIB muito inferior a alguns Estados afrcanos em meados da década de 60, a segir à descolonização. Costa do Marfim, Ghana, Tanzânia, Congo, etc., tinham um PIB muito superior.
Esses países regrediram de uma forma abissal. Julgo que a substituição da burguesia colonial pela burguesia nativa, de espírito tribal, ajudou a essa liquidação.

Publicado por: Gpinto às outubro 6, 2005 12:24 AM

A África está cheia de ditadores corruptos e não há opinião pública que os trave

Publicado por: fbmatos às outubro 6, 2005 12:33 AM

Publicado por: Vítor às outubro 5, 2005 10:24 PM

Quando falo que se destruiram 700 anos de história não falo obviamente num sentido literal da coisa.
Quando hoje se fala em crise de valores, falta de auto-estima, falta de sentido nacional, obviamente que tem causas. Uma dessas causas, se não a principal, foi em larga medida a demonização da nossa cultura e do nosso passado, além das instituições que representavam em larga medida o ser português.

Foram dois os momentos essenciais, o 5 de outubro e o 25 de Abril. Se 25 de Abril era necessário o mesmo não se passou no 5 de outubro onde um grupo de auto-proclamados iluminados julgaram ser necessário instruir o país.

2: Claro que vivemos melhor do que há 100 anos e do que há 200. O mundo evoluiu. É normal e natural. E o Republicanismo cumpriu uma função. Abriu caminhos ao bom senso. O que penso é que actualmente o modelo está esgotado. E Reforço o actualmente.

3: Claro que o papel do Rei é limitado. É isso que é uma monarquia constitucional e parlamentar. Já não vivemos na época do absolutismo. O Papel de um Rei hoje é exactamente e acima de tudo um símbolo, um representante da Nação e dos Portugueses, com pouco poder executivo, o qual deverá ser deixado aos órgãos rotativos eleitos pelo povo.

4: Está muito enganado no facto de Espanha ter dado um salto apenas por causa da CEE. Portugal entrou ao mesmo tempo, recebeu os mesmos apoios e compare.

5: quanto ao facto de sermos do terceiro mundo avalie por si. Instituições caducas, sem confiaça do povo, justiça que empastela todo o sistema, justiça que parece ser feita à medida de quem mais dinheiro tem. Níveis de corrupção ao nível dos países da américa latina, mercados paralelos "idem", fuga aos impostos "ibidem". Cada vez maior o fosso entre ricos e pobres (América Latina). e muitas mais coisas. Agora diga lá se não estamos na América Latina.

Publicado por: Braveman às outubro 6, 2005 12:40 AM

Publicado por: Joana às outubro 5, 2005 10:38 PM

Há algo que nunca referi como regra ou lei, é que ser monarquia é condição essencial ou suficiente para ser um país desenvolvido.

O que afirmo é que ajuda e bastante.

Porquê, por inúmeras razões que nos meus posts acerca da monarquia já referi. Estabilidade, credibilidade das instituições, referência de um projecto para um país, figura acima do jogo político etc, etc. etc.

O que podemos depreender é que na sua opinião os sistemas auto-reproduzem-se, logo, país desenvolvido e cívico só pode ser monarquia e país menos desenvolvido=a república.

Não sei se assim será, porque o sistema não é estanque.

Não gosto muito de relações causa efeito, porque acredito que os sistemas são dinâmicos. Como o sistema monárquico funciona melhor ACTUALMENTE, tanto o regime se alimenta da sociedade civilizada, como a sociedade se alimenta do regime.

"Não somos vítimas da república, como não o fomos da monarquia. As nossas instituições é que são vítimas do nosso atraso, falta de civismo e de espírito de cidadania."

1: Civismo e cidadania são examente exemplos dos valores mais promovidos pelas monarquias actuais.

2: Mas se não somos vítimas da república somos vítimas do quê?
Não é o regime que promove evolução, não é o regime que promove a vida pública. não é o regime que promove o desenvolvimento. Não é o regime que forma as pessoas.
Que eu saiba o saber não vem da geração espontânea

Publicado por: Braveman às outubro 6, 2005 12:53 AM

Braveman às outubro 6, 2005 12:40 AM

Pelos vistos estamos em desacordo em muitos aspectos.

Eu não quis dizer (nem disse, de facto) que o salto de gigante da Espanha foi consequência da adesão à CEE; quis dizer (e disse) que foi depois da adesão. Nesse particular, porque me referi ao momento temporal e não a nenhuma relação causal, julgo que não me enganei.

Quanto à questão do terceiro-mundo, trata-se, obviamente, de um opinião sua, da qual discordo (tenho uma opinião diferente: estamos mal mas não melhoramos dizendo que estamos pior ainda).

Publicado por: Vítor às outubro 6, 2005 12:58 AM

Não há paciência!!

Por amor de Deus, digam ao cretino (só me ocorre esta palavra) do Presidente da Caixa Geral de Depósitos que o banco é português e não espanhol.
Não se admite que, na apresentação de novos investimentos que há poucos dias fez, falasse em portunhol, em plena Capital do País.
Para mais, deu privilégios aos jornalistas espanhóis que cobriram o acontecimento, em detrimento dos portugueses, nacionais do País a que pertence o maior banco português, que tiveram que esperar um dia para divulgar a notícia.
Vão-se tramar. Cambada de chupistas.

Comendador Castro

Publicado por: Braveman às outubro 6, 2005 01:10 AM

Verifica-se por vezes neste blogue, e amiúde nalguma comunicação social, a procura um contínuo ajuste de contas com a história:
é o Salazarismo, é o PREC, é a descolonização, é o liberalismo do Séc. XIX, é a regeneração, é a república, é a monarquia, etc.
Ora, ao contrário do que pedia o António Mourão (?) o tempo não volta p'ra trás. E, para um ajustar de contas consequente, era preciso que ele voltasse: para o fazer cara-a-cara com os protagonistas dos factos e, sobretudo, para perceber o contexto no qual esses factos ocorreram.
E é, em particular, do contexto (embora por vezes também dos factos) que as pessoas se esquecem. Deviam ler mais antes de vir referir os factos isoladamente, como li, por exemplo, relativamente a algumas críticas à revolução do 5 de Outubro.

Publicado por: Vítor às outubro 6, 2005 01:19 AM

Agora está na moda falar de fim de regime, da falência da República. A coisa oscila entre a histeria folclórica do A. J. Jardim e a pseudo-intelectualidade gástrica do Pulido Valente.
Não há paciência para os profetas da desgraça. Não é sequer uma questão de querer "matar o mensageiro". É a constatação da proliferação de especialistas em diagnóstico (que, depois, não mexem um dedo para salvar o doente) e défice de cirurgiões e enfermeiros.

Publicado por: Vítor às outubro 6, 2005 01:21 AM

O grande problema é a entropia do sistema e a sua auto reprodução. Luhman falava disto. As oposições não existem e não são coerentes. não existem projectos nem visões, e tudo faz parte da mesma "cambada".

Os políticos estão fechados na sua concha regorgitando legislação para eles próprios.

Não sei se está na moda falar em fim de regime, na verdade a história serve para alguma coisa, e os acontecimentos repetem-se.

vejo-me obrigado a concordar consigo na questão dos especialistas em diagnósticos, provavelmente até dirá o mesmo de mim.

Não me vejo forçado a explicar que não sou especialista de nada e proponho soluções.

Publicado por: Braveman às outubro 6, 2005 02:52 AM

Depois de ter lido uma cronologia dos primeiros 40 anos do Século XIX em Portugal, e de constactar estupefacto que o sítio sobreviveu, acho que esta República transborda em saúde e vai ter um grande futuro por este XXI afóra.

Publicado por: asdrubal às outubro 6, 2005 12:38 PM

Nos primeiros 40 anos do séc. XIX houve uma coisa chamada invasões francesas e um senhor chamado napoleão a quem os espanhóes se aliaram para conquistar cá o burgo

Publicado por: Braveman às outubro 6, 2005 02:22 PM

Alguém, por favor, tenha a caridade de explicar ao Braveman que o desenvolvimento da Espanha se deve ao Franco, que não tinha sangue azul, e não ao Juan Carlos, cuja única actividade conhecida é deitar-se em camas onde não está a sra. d. Sofia.

Publicado por: (M) às outubro 6, 2005 02:23 PM

Vítor às outubro 6, 2005 01:19 AM

Tem o Vitor alguma razão quando critica a tentativa repetida de alguns em "procurar um contínuo ajuste de contas com a história". Mas, sabendo nós agora o que sabemos, só podemos concluir que a República foi um claro retrocesso - com excepção do que se refere à educação - relativamente à Monarquia, por muito fraquinha que esta fosse em finais do século XIX. Reforçou-se o carácter oligárquico da governação, aumentou a intolerância, foi-se perdendo o sentido do bem comum. Se a Monarquia não tivesse sido derrubada não teríamos tido a desordem da I República, nem o 28 de Maio, nem o Estado Novo, nem Salazar, nem o 25 de Abril com a sua magnífica descolonização. Estaríamos provavelmente mais desenvolvidos e mais prósperos. Criticar a implantação da República é criticar a forma anti-democrática como ela foi feita, mas é também lamentar tudo aquilo a que ela deu origem e que acima referi. Não se pode voltar atrás, mas poder-se-ia tentar recuperar o que a Monarquia tem de muito melhor que a República. Nomeadamente um Chefe de Estado que não alinha com seitas nem com grupos de interesses. Coisa que nenhum Presidente da República conseguiu em quase cem anos de regime.

Publicado por: Albatroz às outubro 6, 2005 07:19 PM

O desenvolvimento de Espanha - para fugir a um simples lugar-comum - deve-se aos espanhóis. Mas depois deve-se à estabilidade do Regime de Espanha que, ao contrário dos 17 governos da República portuguesa, no mesmo espaço de tempo, teve apenas 4 ou 5 governos. Só na área da Educação e na estabilidade tranquila do sistema educativo, é com certeza inimaginável o que um Regime que soube sempre distinguir o essencial, proporcionou às nações ibéricas espanholas.
Quantos Parlamentos dissolveu o Rei ?
A quantos Governos deu posse ? Que interesses o incomodam directa ou indirectamente ? Que partidos o elegeram ? E outros étecetras que não vale a pena desbobinar porque provocam azia.
Estamos assim. Agora é o Cavaco. Vão tê-lo por tudo que é orifício, e com alegria.

Publicado por: asdrubal às outubro 6, 2005 07:41 PM

Fácil, elege-se o Cavaco e prclama-se Rei

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 07:57 PM

Tem que escolher um nome. Aníbal enche-me de suores frios, porque me faz lembrar o filme.

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 07:59 PM

Publicado por: (M) às outubro 6, 2005 02:23 PM

Tem muita razão no que diz. Aliás foi um dos maiores erros de salazar.

Ao contrário de de Franco, Mussolini ou Hitler, e não estamos a falar de atrocidades mas simplesmente de economia, Salazar apostou na continuação do país Bucólico, e atrasado industrialmente.

Os outros apostaram no investimento estatal, na industrialização massiva etc.

Realmente tem muita razão quando afirma quando Franco é responsável pelo desenvolvimento espanhol.

e continuando faço minhas as Palavras de Asdrubal (Publicado por: asdrubal às outubro 6, 2005 07:41 PM). Foi também Franco que percebeu que para a estabilidade era necessária a monarquia (outro erro de Salazar) e impôs Juan Carlos. O Papel de Juan Carlos é esse o de manter a estabilidade e de coesão, e respeito pelas instituições. O seu papel tem sido cumprido integralmente.

Eu simplesmente estou-me marimbando para sangues azuis ou roxos ou amarelos.

Do que falo é de uma questão de regime.

penso que é de alguma desonestidade intelectual que não tente compreender o papel que tenho referido a Juan Carlos no desenvolvimento espanhol. Tanto que ele não possui poderes executivos na plenitude. Quem Governa é o parlamento e o governo.

O que digo e repito, Juan Carlos tem cumprido o seu papel contribuindo decisivamente para o desenvolvimento espanhol.

E espero que ainda discordando de mim, não me falte ao respeito que nunca lhe faltei e tenha honestidade intelectual de não deturpar as minhas palavras.

Publicado por: Braveman às outubro 7, 2005 03:15 PM

A controvérsia entre Rei e Presidente é um atestado de incompetência aos portugueses. Se se verificar que é preferível alguem que não temos possibilidade de escolher a um sujeito que temos a possibilidade de escolher de 4 em 4 anos, é porque somos muito maus.

Publicado por: lopes às outubro 7, 2005 03:34 PM

Pensando melhor, julgo que somos mesmo muito maus. Temos a possibilidade de escolha, escolhemos, sai-nos uma desgraça e acusamos quem escolhemos.

Publicado por: lopes às outubro 7, 2005 03:36 PM

Publicado por: lopes às outubro 7, 2005 03:34 PM

Pelos vistos parece que o senhor julga que espanhóis, suecos, dinamarqueses, ingleses, holandeses, belgas etc, etc, são incompetentes.

Penso que os números falam por si. estes são apenas os países mais desenvolvidos do mundo.

Publicado por: Braveman às outubro 7, 2005 03:50 PM

Publicado por: lopes às outubro 7, 2005 03:34 PM

não é de 4 em 4 anos é de 5 em 5

Publicado por: Braveman às outubro 7, 2005 03:53 PM

Este conjunto de textos sobre o 5 de Outubro é importante porque dá uma visão diversa da que nos havituaram

Publicado por: didi às outubro 7, 2005 10:47 PM

Braveman: Dá-me ideia que você interpretou o que o lopes quis dizer, ao contrário.

Publicado por: didi às outubro 7, 2005 10:49 PM

Pois foi

Publicado por: Coruja às outubro 7, 2005 11:26 PM

Pois foi

Publicado por: Coruja às outubro 7, 2005 11:26 PM

Pois foi

Publicado por: Coruja às outubro 7, 2005 11:26 PM

Pois foi

Publicado por: Coruja às outubro 7, 2005 11:27 PM

"Se se verificar que é preferível alguem que não temos possibilidade de escolher a um sujeito que temos a possibilidade de escolher de 4 em 4 anos, é porque somos muito maus."

Os portugueses, na sua infinita sabedoria, decidiram que a escolha para Chefe de Estado devia recair entre o Mário Soares, o Cavaco Silva, o Manuel Alegre, O Francisco Louçã, o Jerónimo de Sousa e o advogado do Bibi... De facto esta escolha só pode ser melhor do que ter um Rei...

Publicado por: Albatroz às outubro 7, 2005 11:38 PM


Eu continuo a achar que a possibilidade de escolher é boa quando a média das pessoas que escolhem é boa e a escolha não está condicionada.

Actualmente, não sei se o sorteio não resulta melhor.

Mas o que me faz confusão mesmo é: porque diabo ninguém reclama dos pais que lhes calharam na rifa, nem do País que lhe calhou na rifa mas acha indecente não poder escolher um Chefe de Estado ?

Porque razão as pessoas acham decente ter como Chefe de Estado uma pessoa que ambiciona esse cargo (como todos os candidatos a Presidente) e indecente ter alguém que nem escolheu nascer Rei ?

Acima de tudo, porque diabo as pessoas acham que escolhem o Presidente, quando não escolheram os candidatos ? Quando os candidatos só têm hipótese de serem eleitos após um rigoroso condicionamento partidário, político e mediático ?

Escolhem ? Ou caucionam a escolha de outros ?

Publicado por: J P Castro às outubro 8, 2005 02:42 AM

J P Castro : Mas isso tanto válido é para a escolha do PR como para a escolha dos deputados e da maioria dos autarcas. São os partidos que fazem a escolha prévia

Publicado por: Sa Chico às outubro 8, 2005 09:59 AM

J P Castro às outubro 8, 2005 02:42 AM

Podemos discordar quanto à Doutrina Social da Igreja, mas aqui estou 100% consigo. É por isso que sou monárquico (de tendência anarco-miguelista...) e considero os partidos políticos como a origem de quase todos os males de qualquer sistema político.

Publicado por: Albatroz às outubro 8, 2005 11:01 AM

Eu não conheço nenhuma experiência histórica moderna ou contemporânea, em que um Regime sem partidos políticos, pudesse consensualmente considerar-se democrático.
Outra coisa é contestar frontalmente a democracia política remetendo-a para a indissociável economia de mercado, ou «social» de mercado, a burguesia e o capitalismo, e propondo em alternativa uma «ditadura do bem-comum» cuja arquitectura e dinâmica todos desconhecemos, ou então julgamos conhecer demasiado bem.
Porque, exceptuando o fascismo e o comunismo ou ainda os seus híbridos sucedâneos, que deixaram marcas indeléveis na Europa e no Mundo, há ainda o horror do vazio, do caos absoluto, ou da guerra.

Publicado por: asdrubal às outubro 8, 2005 07:06 PM

... o Dr Rui Machete escreve (DN de hoje) :

«(...) Existe porém uma outra perspectiva que vale a pena ponderar. É preciso reflectir sobre se a situação política portuguesa, com a crise financeira presente e a necessidade de impor a redução do papel do estado, o combate à corrupção e a própria revisão do comportamento e funções dos próprios partidos políticos, não aconselha modificações nos actuais poderes do Presidente da República conferidos pela Constituição (...)».

Publicado por: asdrubal às outubro 8, 2005 07:57 PM

"Eu não conheço nenhuma experiência histórica moderna ou contemporânea, em que um Regime sem partidos políticos, pudesse consensualmente considerar-se democrático."

Pois, caro Asdrubal. Mas isso não significa que não seja possível e que não fosse altamente desejável. Os partidos são a porta de entrada da oligarquia na democracia, pelo que só teremos democracia se fecharmos essa porta. Nem vejo porque razão não seria possível fazer escolhas livres sem o espartilho partidário. Diria ainda mais: não vejo como é possível fazer escolhas livres com o espartilho partidário... Por exemplo, num sistema de círculos uninominais é perfeitamente possível ter democracia com um sistema de candidaturas plurais mas independentes. Ou será que os eleitores só sabem se um candidato é bom ou mau em função da canga partidária que ele usar?

Publicado por: Albatroz às outubro 8, 2005 08:31 PM

O 5 de Outubro já não é mais que um feriado. Ninguém lhe liga nenhuma.

Publicado por: Rave às outubro 8, 2005 09:07 PM

Albatroz em Outubro 8, 2005 08:31 PM,

Pois eu bem sei que uma boa metade da Liberdade e das liberdades deste Regime é uma pura ficção que se calhar integra a parte da sua própria utopia. Eu não sei.
O problema é que para quaisquer outros sonhos que já não tivessem demonstrado a sua tragédia, não há um laboratório, caro Albatroz, isolado da carne e do sangue e da vida - e sobretudo do mundo exterior próximo em que vivemos - onde fosse possível produzir a experiência com a chance aleatória de alargá-la, depois, com êxito (como bem previnem os responsáveis pelo exemplo de Mondrágon ...) a toda uma Nação.
Nesta perpectiva, Antero, um Homem abastado e profundamente religioso, genuíno Patriota, filósofo e Poeta, também podia reclamar-se, se bem o entendêssemos, do «anarco-miguelismo» ... fê-lo talvez Oliveira Martins com a «cara a duas bandas», o seu maior amigo, e precursor do Integralismo. Por estas e por outras me vou convencendo que Portugal ainda não se reencontrou com a sua História.

Publicado por: asdrubal às outubro 9, 2005 12:52 AM

Antero era proudhoniano

Publicado por: Coruja às outubro 9, 2005 01:28 AM

Antero era proudhoniano

Publicado por: Coruja às outubro 9, 2005 01:28 AM


Sa Chico às outubro 8, 2005 09:59 AM

"Mas isso tanto válido é para a escolha do PR como para a escolha dos deputados e da maioria dos autarcas. São os partidos que fazem a escolha prévia."

Há uma diferença. Estamos a falar do Chefe de Estado (que deveria controlar os desmandos da classe partidária e regular o funcionamento das instituições). Em república, provém dos partidos. Em Monarquia, por ex., o único partido possível é o País. O Rei deve e tem de ser o contraponto à classe política.

Esse efeito de contraponto, aliás, não é assegurado só pelo facto de o Chefe de Estado não ser escolhido mas especialmente com o facto de não poder ser substituído e ter mandato com duração indeterminada.

Em república, os partidos fazem contas à duração dos mandatos, à renovação dos mesmos e à estratégia política para controlar quem acede à Presidência. O episódio Alegre/Soares é um exemplo claríssimo disso.

Por isso, eu defendo há muito um progressivo alargamento dos mandatos da Presidência e na sua conversão em mandatos únicos - para assegurar a independência do PR desde o início, libertando-o dessa "chatice" que é a reeleição.

No fundo, é uma aproximação do modelo da República ao da monarquia, no que diz respeito ao Chefe de Estado.

A seguir, é só pegar nessa figura caricata da República - a primeira-dama - e buscar entre os seus rebentos o candidato natural à Presidência seguinte. Et voilá, república evolui para monarquia.

Ups, eu disse "evolui" ?
;)

Publicado por: J P Castro às outubro 9, 2005 02:44 AM

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