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janeiro 04, 2005

Desenvolvimento e Fiscalidade

Medina Carreira, em declarações à Rádio Renascença, afirmou que: “Não suponho que seja útil continuar com esta retórica do pacto de regime porque, enquanto a sociedade portuguesa não souber que nós temos uma economia que cresce a um ritmo que é insustentável para manter as finanças públicas, não há pacto de regime que salve nada. O problema é criar as condições de base para que a economia cresça”. O diagnóstico de Medina Carreira parece-me correcto, atendendo a muitos dos comentários que tenho lido. A sociedade portuguesa ainda não se apercebeu da crise económica e financeira em que vive.

Mas como criar condições de base para um crescimento da economia? Não pode ser através do aumento da despesa e da procura interna induzida artificialmente pois a oferta interna não consegue satisfazer a procura, verificando-se uma escalada das importações e uma deterioração das contas com o exterior. Há que aumentar a competitividade das empresas existentes e atrair investimento estrangeiro em áreas de alto valor acrescentado. A economia tem que ser dinamizada pelo lado do produto, das receitas, e apostar preferencialmente na procura externa.

Mas para tornar o país atractivo do ponto de vista do investimento há que desburocratizar a administração pública, nomeadamente a justiça, e agilizar todos os processos ligados ao funcionamento da actividade económica.

No que toca às receitas é ilusório e contraproducente apostar no aumento das receitas fiscais em termos de percentagem do PIB. A carga fiscal é muito elevada em Portugal, principalmente a que se refere à carga fiscal sobre as empresas e actividade económica em geral. A evasão fiscal é um mito que é utilizado por aqueles que querem um álibi para manter níveis absurdos de despesa pública. Há evasão fiscal em Portugal, mas os estudos mostram que ela não é significativamente diferente dos restantes países da UE15.

Temos sim um peso da economia paralela superior ao do resto da UE15, embora similar aos países da Europa mediterrânica, que, segundo estimativas, ronda o quinto do PIB. Mas a incidência da economia paralela tem a ver com o grau de desenvolvimento económico e da qualidade da administração pública de cada país. Não é uma doença, mas um sintoma. As complicações burocráticas e legislações confusas e contraditórias incentivam a ficar fora do sistema.

A ineficiência da justiça também não é atractiva para a economia paralela. Uma sociedade baseada na economia de mercado, para funcionar adequadamente, tem que ter um sistema judicial que assegure o cumprimento dos contratos. Se a nossa justiça não conseguir esse desiderato, se um acordo verbal não tem um valor significativamente inferior ao de um contrato escrito e registado, então tanto faz uma unidade económica laborar na legalidade ou não, desde que a sua dimensão seja pequena.

Além do mais, todos colaboramos na economia paralela. Quando fazemos obras em casa, exigir factura equivale a pagar mais 19% de IVA. Quem é o abnegado combatente da evasão fiscal que exige factura? E que garantia teríamos, nesse caso, que o “mestre de obras” declarasse aquele valor?

O combate à evasão fiscal deve ser feito, e com vigor, em nome da justiça e da ética fiscais e não na esperança de sustentar os níveis absurdos de despesa pública a que chegámos. Deve ser feito para diminuir a carga fiscal das empresas, aumentar a sua competitividade e atrair investimento estrangeiro, e não para deitar dinheiro à rua. Quanto à economia paralela, poderemos diminuir o seu nível se simplificarmos os procedimentos administrativos e legais, eliminarmos os entraves burocráticos e agilizarmos a justiça. E simultaneamente criarmos incentivos para que os clientes finais exijam facturas dos serviços que lhes prestam. O Estado foge a esses incentivos porque pretende ganhar em todos os tabuleiros. No saldo final acaba por perder.

Vejamos os números apresentados recentemente por Medina Carreira no seu artigo do “Titanic”(*), já citado noutro local:

DespesaReceita0.jpg

As colunas 2 e 4 representam o “peso” percentual da despesa em termos das receitas fiscais.

O ritmo anual médio do crescimento daquelas rubricas, durante o período de 1980-2004 foi, segundo cálculos meus:

DespesaReceita1.jpg

Se o elevado crescimento dos custos da segurança social pode ser explicado pelo envelhecimento da população, o mesmo não acontece com as despesas de educação e da saúde, atendendo à péssima qualidade dos serviços prestados. As colunas 2 e 4 mostram a progressiva incapacidade fiscal para o financiamento da despesa pública. Em 1980 a despesa era 28% superior à receita fiscal e em 2004, 38%. O Estado tem sustentado este défice estrutural com receitas extraordinárias, desde as privatizações, até aos malabarismos destes dois últimos anos.

A situação agravou-se durante os governos de Guterres. A despesa pública total subiu de 42% (1990) para 46 % do PIB (2002). Todavia o aumento, expurgado dos juros da dívida pública, foi muito maior: de 33,5% para 43,1%, porquanto o peso dos encargos com a dívida pública caiu de 8,5% para 2,9% (cerca de 5,6% do PIB!). E aquele pesado aumento não inclui os custos gerados naquele período, mas que ficaram para ser pagos nos anos vindouros, como as SCUTs, que durante aquele período foram receitas fiscais (IVA, IRS, IRC, etc.) e, a partir deste ano, pagamentos a inscrever como custos orçamentais. A diminuição dos juros (pela adesão ao euro) e a obras no sistema “faça agora e pague depois” maquilharam uma situação absolutamente desastrada.

Numa entrevista a A Capital, Medina Carreira afirmou que Portugal é o 17.º país da UE25 a “produzir” riqueza e o 3.º a pagar ao “pessoal público”. É uma situação que não se poderá manter.

Esta situação acima sumarizada conduziu a que a economia portuguesa entrasse em derrapagem em 1999, estagnação que se agravou com a recessão da Zona Euro e com as medidas restritivas que o governo de Durão Barroso tomou para conter o descalabro das contas públicas. Todavia, esta contenção é difícil, porque implica contenção com as despesas do pessoal e com as despesas sociais, o que é altamente impopular.

Neste entendimento é fácil perceber que o próximo governo, qualquer que ele seja, terá uma tarefa complicada e os concorrentes às eleições terão que iludir os portugueses durante a campanha eleitoral, se quiserem conquistar o poder. Neste contexto percebe-se a polémica de hoje sobre se o PS aumenta ou não o IVA para 20%, com Miguel Frasquilho a garantir, talvez com excessivo optimismo, que “quaisquer alterações na carga fiscal de um governo liderado pelo PSD no futuro serão no sentido da diminuição e não do aumento das taxas de imposto”, enquanto Sócrates prometeu ontem "mexer" nos impostos, apenas não explicando qual o sentido da “mexida”.

Em qualquer dos casos é provável que seja o PS mais pressionado a aumentar os impostos que o PSD, visto a sua base eleitoral não aceitar cortes na despesa pública. Quanto a medidas estruturais que permitam à economia portuguesa aumentar a produtividade e a competitividade internacional, mesmo que sejam tomadas, só sortirão efeito algum tempo depois. Além do que essas medidas estruturais irão bulir com interesses corporativos, nomeadamente os lobbies sindicais, o que também será uma dor de cabeça para Sócrates.

(*) Quadro extraido do blogue "Grande Loja do Queijo Limiano"

Nota:
Ler igualmente

Haverá vida para além do Pacto?
O Manto Habitual da Hipocrisia

Publicado por Joana às janeiro 4, 2005 10:17 PM

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Comentários

Este conjunto de posts são de muito interesse e esclarecedores.
O problema, Joana, é que só alguns querem ser esclarecidos. A totalidade da malta que anda na net procura opiniões que dêem força àquilo em que acreditam. Portanto, uns olham para isto com desprezo e outros com admiração.

Publicado por: Hector às janeiro 4, 2005 11:30 PM

Já reparou que poucas vezes criticam a essência do que escreve, apenas coisas formais ou parvoíces.

Publicado por: Hector às janeiro 4, 2005 11:33 PM

Subscrevo "ipsis verbis" o texto de Hector. Acrescentaria apenas que a minha opinião pessoal é a de que vamos «ter» as duas coisas por doses diferenciadas :
Aumento dos impostos e cortes nas despesas primárias. É o destino !

Publicado por: asdrubal às janeiro 4, 2005 11:36 PM

http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1212297&idCanal=26

e alguém acredita que o país se iria/vai desenvolver com estes "comandantes" ?

Publicado por: zippizz às janeiro 4, 2005 11:42 PM

É mais fácil o aumento de impostos que o corte nas despesas. Apesar de tudo a contestação é maior. O vespeiro maior está na função pública. Mexer aí tem os sindicatos à perna. São os únicos que fazem greves.
No resto do país ninguém liga aos sindicatos.

Publicado por: Diana às janeiro 4, 2005 11:52 PM

O zippiz tá todo excitado com as coisas do futebol

Publicado por: Coruja às janeiro 5, 2005 12:04 AM

O zippiz tá todo excitado com as coisas do futebol

Publicado por: Coruja às janeiro 5, 2005 12:04 AM

...nomeadamente os 500.000 desempregados, que não têm 10 euros para pagar uma quota de sindicalização .

Publicado por: zippiz às janeiro 5, 2005 12:10 AM

Afixado por Coruja em janeiro 5, 2005 12:04 AM

por acaso tenho tanto em conta alguns dirigentes da bola como os dirigentes do ppd...psd !

Publicado por: zippiz às janeiro 5, 2005 12:17 AM

zippiz, os desempregados não fazem greves, por definição

Publicado por: David às janeiro 5, 2005 12:20 AM

Afixado por David em janeiro 5, 2005 12:20 AM

sim, claro ; para além de não fazerem greve, por definição, vão a Fátima rezar pela saúde dos patrões !

Publicado por: zippiz às janeiro 5, 2005 12:34 AM

Patrões? Mas se eles estão desempregados não têm patrões.

Publicado por: David às janeiro 5, 2005 12:36 AM

david , meu caro
Vc tem mais sentido de humor do que o Coruja !!!

Publicado por: zippiz às janeiro 5, 2005 12:41 AM

Este post está muito bem feito e esclarecedor.
Parabéns

Publicado por: Jarod às janeiro 5, 2005 12:45 AM

Você pôs o problema como ele deve ser posto. Infelizmente os nossos políticos mastigam e não passam da cepa torta.
Bem, eles têm que ganhar eleições e você não precisa dos votos para nada.

Publicado por: VSousa às janeiro 5, 2005 12:51 AM

Bom diagnóstico. Rigor e clareza. Parabéns

Publicado por: Sa Chico às janeiro 5, 2005 09:51 AM

Tanto elogio a coisas escritas para justificar deitar os trabalhadores abaixo. São só reaças

Publicado por: Cisco Kid às janeiro 5, 2005 09:58 AM

Nem todos, Cisco

Publicado por: vitapis às janeiro 5, 2005 10:11 AM

A situação financeira não está boa e tem que ser resolvida. Não podemos fechar os olhos a isso.
Mas estes dois governos não a resolveram eo Santana disse mesmo que o período de apertar o cinto já tinha acabado. Ora isso não está de acordo com os números que a Joana apresenta

Publicado por: c seixas às janeiro 5, 2005 10:34 AM

Gosto de a ler, embora esteja em desacordo consigo e seja de outra área política, porque põe os problemas com rigor e frontalidade. Se não compartilho de muitas das suas conclusões é outra coisa.
E não ligue a parvoíces "colaterais".

Publicado por: c seixas às janeiro 5, 2005 10:40 AM

Desenvolvimento e Fiscalidade
Medina Carreira, em declarações à Rádio Renascença, afirmou que: “Não suponho que seja útil continuar com esta retórica do pacto de regime porque, enquanto a sociedade portuguesa não souber que nós temos uma economia que cresce a um ritmo que é insustentável para manter as finanças públicas, não há pacto de regime que salve nada. O problema é criar as condições de base para que a economia cresça”. O diagnóstico de Medina Carreira parece-me correcto, atendendo a muitos dos comentários que tenho lido. A sociedade portuguesa ainda não se apercebeu da crise económica e financeira em que vive.PORTANTO ONTEM QUERIAS PACTO DE REGIME, HOJE JÁ CONCORDAS COM O MEDINA.

Mas como criar condições de base para um crescimento da economia? Não pode ser através do aumento da despesa e da procura interna induzida artificialmente pois a oferta interna não consegue satisfazer a procura, verificando-se uma escalada das importações PODEM SEMPRE SER CONVDICIONADAS e uma deterioração das contas com o exterior. Há que aumentar a competitividade das empresas existentes SÓ A MANECAS FORRETA FECHOU MILHARES e atrair COMO? INCENTTIVOS FISCAIS DA TRETA? OU MUDAR O CÓDIGO DO TRABALHO PERMITINDO DESPEDIMENTOS?investimento estrangeiro em áreas de alto valor acrescentado ORA DIZ LÁ DUAZINHAS. A economia tem que ser dinamizada pelo lado do produto, das receitas, e apostar preferencialmente na procura externa.

Mas para tornar o país atractivo do ponto de vista do investimento há que desburocratizar a administração pública, nomeadamente a justiça, e agilizar todos os processos ligados ao funcionamento da actividade económica ESTÁ NAS MÃOS DO ESTADO, SE NÃO FEZ FOI PORQUE NÃO QUIS. HÁ EXCELENTES QUADROS A BENEFICIAREM DO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO QUE PODERIAM ESTAR A ENSINAR A AP A TRABALHAR COMO DEVE SER, MAS COM ORDENADOS DECENTES.

No que toca às receitas é ilusório e contraproducente apostar no aumento das receitas fiscais em termos de percentagem do PIB. A carga fiscal é muito elevada em Portugal, principalmente a que se refere à carga fiscal sobre as empresas SOBRE AS EMPRESAS? TÁS A GOZAR, NÃO? BANCOS, TALVEZ...e actividade económica em geral. A evasão fiscal é um mito que é utilizado por aqueles que querem um álibi para manter níveis absurdos de despesa pública. Há evasão fiscal em Portugal E MUITÍSSIMA, mas os estudos mostram que ela não é significativamente diferente dos restantes países da UE15 E MESMO QUE ASSIM SEJA O QUE GANHAMOS NÓS COM ISSO? NÃO DEVEMOS SER MELHORES? SE EM INGLATERRA ASSASSINAREM 5.000 PESSOAS POR ANO E CÁ SÓ 230 ESTAMOS NA MAIOR, NÃO? ESPIRITOZINHO BACOCO DAS COMPARAÇÕES IDIOTAS COM A EUROPA..E NÃO SE FAZ NADA PARA COMBATER A EVASÃO OU CONSEGUIR MAIORES RECITAS PARA O ESTADO COM OUTRAS FONTES. OLHA, NA ALEMANHA SE FORES APANHADA EM EXCESSO DE VELOCIDADE PAGAS A MULTA DE ACORDO COM OS TEUS RENDIMENTOS. MAS ISSO É PARA PAÍSES SÉRIOS, ONDE NÃO HÁ ESPERTEZA SALOIA E FALTA DE IMAGINAÇÃO.

Temos sim um peso da economia paralela superior ao do resto da UE15, embora similar aos países da Europa mediterrânica, que, segundo estimativas, ronda o quinto do PIB. Mas a incidência da economia paralela tem a ver com o grau de desenvolvimento económico e da qualidade da administração pública de cada país. Não é uma doença, mas um sintoma. As complicações burocráticas e legislações confusas e contraditórias incentivam a ficar fora do sistema.PRINCIPALMENTE QUANDO NÃO HÁ FISCALIZAÇÃO, FILHA. ISTO É UMA QUINTA, UM PAÍS TÃO PEQUENO QUE DÁ PARA ALCATIFAR. SE NÃO FAZEM É PORQUE NÃO QUEREM OU NÃO SABEM.

A ineficiência da justiça também não é atractiva para a economia paralela. Uma sociedade baseada na economia de mercado, para funcionar adequadamente, tem que ter um sistema judicial que assegure o cumprimento dos contratos. Se a nossa justiça não conseguir esse desiderato, se um acordo verbal não tem um valor significativamente inferior ao de um contrato escrito e registado, então tanto faz uma unidade económica laborar na legalidade ou não, desde que a sua dimensão seja pequena.

Além do mais, todos colaboramos na economia paralela. Quando fazemos obras em casa, exigir factura equivale a pagar mais 19% de IVA. Quem é o abnegado combatente da evasão fiscal que exige factura? E que garantia teríamos, nesse caso, que o “mestre de obras” declarasse aquele valor?SIM, MAS SEMPRE PORQUE NÃO HÁ FISCALIZAÇÃO. É O MESMO COOM OS MÉDICOS, OS ENGENHEIROS, ETC., DEIXA-TE DE TRETAS.

O combate à evasão fiscal deve ser feito, e com vigor, em nome da justiça e da ética fiscais e não na esperança de sustentar os níveis absurdos de despesa pública a que chegámos. Deve ser feito para diminuir a carga fiscal das empresas, aumentar a sua competitividade e atrair investimento estrangeiro, e não para deitar dinheiro à rua. Quanto à economia paralela, poderemos diminuir o seu nível se simplificarmos os procedimentos administrativos e legais, eliminarmos os entraves burocráticos e agilizarmos a justiça. E simultaneamente criarmos incentivos para que os clientes finais exijam facturas dos serviços que lhes prestam. O Estado foge a esses incentivos porque pretende ganhar em todos os tabuleiros. No saldo final acaba por Vejamos os números apresentados recentemente por perder.

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Se o elevado crescimento dos custos da segurança social pode ser explicado pelo envelhecimento da população, o mesmo não acontece com as despesas de educação e da saúde, atendendo à péssima qualidade dos serviços prestados. As colunas 2 e 4 mostram a progressiva incapacidade fiscal para o financiamento da despesa pública. Em 1980 a despesa era 28% superior à receita fiscal e em 2004, 38%. O Estado tem sustentado este défice estrutural com receitas extraordinárias, desde as privatizações, até aos malabarismos destes dois últimos anos.SÓ O SANTANA AUMENTOU OS GASTOS DO GOVERNO EM NÚMEROS ABSOLUTAMENTE INCRÍVEIS

A situação agravou-se durante os governos de Guterres. A despesa pública total subiu de 42% (1990) para 46 % do PIB (2002). Todavia o aumento, expurgado dos juros da dívida pública, foi muito maior: de 33,5% para 43,1%, porquanto o peso dos encargos com a dívida pública caiu de 8,5% para 2,9% (cerca de 5,6% do PIB!). E aquele pesado aumento não inclui os custos gerados naquele período, mas que ficaram para ser pagos nos anos vindouros, como as SCUTs, que durante aquele período foram receitas fiscais (IVA, IRS, IRC, etc.) e, a partir deste ano, pagamentos a inscrever como custos orçamentais. A diminuição dos juros (pela adesão ao euro) e a obras no sistema “faça agora e pague depois” maquilharam uma situação absolutamente desastrada.POIS, OS ROSINHAS AJUDARAM BEM À FESTA, MAS É PRECISO OLHAR PARA A FRENTE E DIZER COMO SE VAI FAZER, MAS DE MODO CONVINCENTE.
Numa entrevista a A Capital, Medina Carreira afirmou que Portugal é o 17.º país da UE25 a “produzir” riqueza e o 3.º a pagar ao “pessoal público”. É uma situação que não se poderá manter.ORA O QUE SIGNIFICA QUE A RECEITA NÃO CHEGA, OU SERÁ QUE A DESPESA É QUE É MUITO GRANDE?QUEM CONTRATOU OS FP? OU FORAM OBRIGADOS A IR TRABALHAR PARA O ESTADO?

Esta situação acima sumarizada conduziu a que a economia portuguesa entrasse em derrapagem em 1999, estagnação que se agravou com a recessão da Zona Euro e com as medidas restritivas que o governo de Durão Barroso tomou para conter o descalabro das contas públicas.VÁ LÁ, LÁ DESTE UMA PALMADINHA NO DURÃO Todavia, esta contenção é difícil, porque implica contenção com as despesas do pessoal e com as despesas sociais, o que é altamente impopular E CRIMINOSO!

Neste entendimento é fácil perceber que o próximo governo, qualquer que ele seja, terá uma tarefa complicada e os concorrentes às eleições terão que iludir os portugueses durante a campanha eleitoral, se quiserem conquistar o poder. Neste contexto percebe-se a polémica de hoje sobre se o PS aumenta ou não o IVA para 20%, com Miguel Frasquilho OUTRO PIPI COMO TU QUE TEM A MANIA QUE SABE TUDO a garantir, talvez com excessivo optimismo, que “quaisquer alterações na carga fiscal de um governo liderado pelo PSD no futuro serão no sentido da diminuição e não do aumento das taxas de imposto”, enquanto Sócrates prometeu ontem "mexer" nos impostos, apenas não explicando qual o sentido da “mexida” SE É FEITA POR ELE É MÁ CONCERTEZA.

Em qualquer dos casos é provável que seja o PS mais pressionado a aumentar os impostos que o PSD, visto a sua base eleitoral não aceitar cortes na despesa pública. Quanto a medidas estruturais que permitam à economia portuguesa aumentar a produtividade e a competitividade internacional, mesmo que sejam tomadas, só sortirão efeito algum tempo depois. Além do que essas medidas estruturais irão bulir com interesses corporativos, nomeadamente os lobbies sindicais, o que também será uma dor de cabeça para Sócrates.

PORTANTO, DÁS A VITÓRIA DO PS COMO CERTA. SÓ ESPERO QUE NÃO TENHAM MAIORIA ABSOLUTA SENÃO ESTAMOS TRAMADOS. E COMO MEDIDAS INTELIGENTES PROPÕES RASPAS, COMO ALIÁS É COSTUME. BOCAS SOBRE COISAS QUE TODA A GENTE SABE E DEPOIS O DESERTO.OLHA, FILHA, SÓ HÁ UMA SOLUÇÃO PARA BAIXAR OS CUSTOS DA FP. O ESTADO RESERVA UNS MILHÕES DE EUROS PARA FAZER RESCISÕES E REFORMAS ANTECIPADAS NUM ANO QUALQUER, NO QUAL FICAMOS A VER PASSAR OS NAVIOS, MAS NÃO FAZ MAL PORQUUE FICAMOS SEMPRE. DEPOIS, COM A CARGA ALIGEIRADA, COMEÇA A FUNCIONAR COMO DEVE SER, COM PROFISSIONAIS E NÃO COM PALHAÇOS. MAS NINGUÉM ENTRA NESTA PORQUE O CONTRATO É SÓ POR 4 ANOS, ISTO SE O SAMPAIO NÃO ACORDAR COM VONTADES DISSOLUTÓRIAS. PORTANTO, RESUMINDO, TAMOS TRAMADOS.

Publicado por: Átila às janeiro 5, 2005 12:24 PM

Finalmente o "Átila" começa a atilar.
Será que a país é viável ? Será que uma democracia é viável em Portugal. Lembrem-se como acabou a 1ª república...

Publicado por: observador às janeiro 6, 2005 11:31 AM

Ó Observador, dispenso os teus comentários.
A democracia é para os países ricos.

Publicado por: Átila às janeiro 6, 2005 11:28 PM

Joana continua na mesma, vc até escreve uma coisas engraçadas, mas tal como os nossos dirigentes, falam uma línguagem que ninguém pecebe, conergências, conjunturas etc etc.

- Numa pequena frase:
- Portugueses Portugal está falido !
assim, 10 milhões de portugueses percebem logo.

quando algum pedir explicações do tipo:
- Mas é o Estado que está falido ou também são as empresas ?

resposta simples: - o Estado tá mesmo Falido
- As empresas também estão todas falidas !
Excepto aquelas que podem roubar à vontade, e que infelizmente são poucas: EDP, PT, Cimpor, Brisa e os Bancos

- eo a Sonae e o Belmiro
Esse também coitado, pois as suas dívidas à banca, são como o nosso orçamento de estado, não páram de crescer.

Assim, o Povo Heróico de Portugal, ao saber que até aqueles que eles julgavam ricos, estão na miséria, toma realmente consciência e em apenas meia dúzia de anos, porá este País ao nível da Europa.

Quanto à sua errada análise da economia paralela, e sua solução de repressão fiscal ( tinha que ser ) fique ciente, que qualquer dia, terá um movimento de cidadãos junto ás finanças a pedirem que os prendam !!! e olhe que podem ser muitos milhares e milhares!

Já agora falando de economia paralela, muito em breve, passaremos a comprar o tabaco nos semáforos, devido ao escandaloso aumento de preço/imposto, aliás é o que se passa em Espanha, força aumentem o tabaco, que aumentará mais a economia paralela.

Em resumo, qual é a Real preocupação de alguns senhores?
- É que o povinho Português, está cada vez mais esperto, e ninguém já paga impostos, para os srs. levarem grandes ordenadões e benesses. Ao saberem disto os kridos t~em pouca saída:
1- repressão ? mas eles até já se oferecem para serem presos....
2- Pensem...com a massa cinzenta e não com os pés !!! Irra que é demais esta gentalha da direita !!

Publicado por: Templário às janeiro 7, 2005 12:01 AM

Oh Átila pela hora do teu comentário pareces o Lucky Luke

Publicado por: Observador às janeiro 7, 2005 06:16 PM

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