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dezembro 05, 2005
A Ota novamente
Via Impertinências, li que em entrevista a O Independente, o doutor Vítor Gonçalves Lopes do banco Efisa ... nos revela que o projecto Ota tem previstos para contingências 193 milhões de euros, ou seja uns astronómicos 7 por cento Estas declarações são preocupantes pelo seguinte:
Há critérios que definem as margens de contingência, e que são internacionalmente aceites, embora variando ligeiramente conforme o tipo de projecto. Assim, quando o estudo está na fase de existir apenas um Plot-Plan com um esboço da localização da instalação e dos seus principais componentes, a margem de contingência anda pelos 20% a 25%, ou mesmo mais, o que deve corresponder, mais ou menos, ao nosso Programa base. As estimativas de custos são feitas através da lista provisória de equipamentos, das dimensões muito gerais da parte civil, e baseia-se em rácios. Julgo que é esta a fase em que a Ota está. Depois, à medida que se progride na elaboração dos estudos Estudo prévio, Anteprojecto e Projecto de execução a margem de contingência vai diminuindo até se fixar num número cerca de 5% quando se tem um projecto Bom para Construção, na nomenclatura internacional, e que em teoria deveria corresponder ao nosso Projecto de execução, mas normalmente está mais elaborado, pois tem menos erros e omissões.
Neste entendimento, a margem de 7%, a ser verdade o que vem no Independente, é totalmente insuficiente e pode conduzir a um completo desastre financeiro do projecto, com custos muito avultados para o país. Mais do que andar com discussões frequentemente estéreis, que é o campo onde Mário Lino, um péssimo estratega, mas muito matreiro para a pequena manobra táctica, tem arrastado os que estavam contra a Ota, é este o ponto fulcral a que devemos estar atentos. A questão financeira e a questão dos acessos rápidos a Lisboa deve ser o objectivo dos que querem que Portugal não embarque numa obra faraónica.
Escrevi há dias que «O risco financeiro deste projecto é muito elevado, não apenas pela fiabilidade das previsões de tráfego, mas pelos imprevistos na construção. Portugal tem uma triste experiência nesta matéria e os governos não percebem as causas» Esta é a questão central. Centrar a discussão na localização é um erro porque até agora ninguém apresentou alternativas viáveis e não fazer nada não é alternativa. Centrar a discussão no facto da localização ser na Ota, é fazer o jogo do Mário Lino.
Publicado por Joana às dezembro 5, 2005 07:59 PM
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Comentários
Ainda assim se a coisa estourar apenas em 7% já não seria mau... A Casa da Música, o Metro do Porto, a linha do Cais do Sodré, a Expo, etc. passaram o orçamentado em muito mais de 7%... Veremos se desta vez alguém aprendeu com os erros do passado.
Publicado por: Rui Martins às dezembro 5, 2005 09:09 PM
Joana, fartou-se do sr Macedo? Voltou-se para o sr Lino ! Parece o Ronaldinho a fintar o mesmo defesa 3 e 4 vezes!
O risco financeiro é elevado? e daí? não é a apetência pelo Risco uma qualidade das sociedades liberais? ou estou enganado?
Publicado por: zippiz às dezembro 5, 2005 10:28 PM
Rui Martins às dezembro 5, 2005 09:09 PM: A Margem de Contingência é a margem de erro que se atribui a uma estimativa de custos. Ou seja, você estima que o custo é 3.000, por exemplo, mas admite-se que pode variar entre 3.600 e 2.400 (se a margem for 20%, p.ex.).
O que eu considero errada é haver uma margem tão pequena numa fase tão prematura do projecto. De acordo com o que é usual, a margem nesta fase deveria ser 20% ou mais, visto haver seguramente muitas áreas de indefinição.
Publicado por: Joana às dezembro 5, 2005 10:33 PM
Essa informação é inquietante. Se a margem é tão pequena, a possibilidade de haver uma derrapagem á grande.
Publicado por: Filipa Sequeira às dezembro 5, 2005 11:42 PM
"não é a apetência pelo Risco uma qualidade das sociedades liberais? "
é, mas não é com o dinheiro de terceiros.
Publicado por: HM às dezembro 6, 2005 12:18 AM
Com o dinheiro dos outrso qualquer um corre riscos
Publicado por: bsotto às dezembro 6, 2005 12:45 AM
outros ...
Publicado por: bsotto às dezembro 6, 2005 12:45 AM
"... até agora ninguém apresentou alternativas viáveis"
Não é bem assim !
Onde estão os estudos, pagos pelo Estado, ie, por nós, contribuintes, que contrariam a localização do aeroporto na Ota ? Porque os esconde o Governo ?
Por outro lado, onde estão as análises custo/benefício, ou de impacto económico e social, quer relativas ao projecto da Ota, quer à da respectiva fase de "cruzeiro" ? Será que existem ?
Na Ota não é só a sua exequibilidade, em termos financeiros que está em causa, mas também a sua própria operacionalidade. E são risíveis, por "non sense", os pressupostos e as contradições apresentados nos estudos, e discursos, "oficiais".
Por outro lado, veja-se em www.maquinistas.org várias análises contendo críticas contundentes ao projecto da Ota, e também alternativas quer sobre a questão aeroporto quer sobre uma rede de transportes nacional minimamente pensada e estruturada (o que este Governo nem consegue fazer).
Publicado por: Victor às dezembro 6, 2005 02:44 AM
isto anda mesmo falho de kapikuas...
Publicado por: py às dezembro 6, 2005 07:51 AM
há que aproveitar
Publicado por: py às dezembro 6, 2005 07:52 AM
(JP, se andares por aí manda-me um e-mail para *@hotmail.com - onde está * metes o meu primeiro e último nome, tudo pegado sem acentos em small cases. caso queiras combinare alguma koisa; tal como está previsto 6ª feira ao fim da tarde ando por perto da tua zona e levo-te um dragoeirozito de bronze)
Publicado por: py às dezembro 6, 2005 07:55 AM
portinhol?
...combinar
Publicado por: py às dezembro 6, 2005 07:56 AM
...estive ontem a pensar: estes tipos das finanças, Salazar, Cavaco, Fleite, Bagão, têm tod@s umas caras a puxar para o vampiro, não há dúvida, akilo devem ser espíritos muito apegados...
Publicado por: py às dezembro 6, 2005 08:19 AM
Não concordo com o último parágrafo.
A localização Ota é demonstravelmente má, por diversas razões:
(1) Porque exige um enorme trabalho de construção civil, eliminando um monte existente e canalizando duas ribeiras;
(2) Porque não permite a expansão futura do aeroporto;
(3) Porque tem maus acessos a Lisboa, dado o acidentado do terreno.
As soluções na margem esquerda do Tejo evitam todos estes três inconvenientes, embora tenham, certamente, outros.
Logo, a localização Ota é altamente discutível.
Como eu disse, a eliminação da opção Rio Frio foi feita apenas com base num estudo de incidências ambientais. Isto é incrível, mas verdade: escolhe-se a localização de um aeroporto apenas em função de (algumas) incidências ambientais. (Nem a mim, que sou um ambientalista, tal coisa passaria pela cabeça!) Aliás, nesse estudo de incidências ambientais, o problema crucial dos acessos a Lisboa foi totalmente ignorado, pelo que mesmo esse estudo estava altamente incompleto.
Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 6, 2005 09:58 AM
Publicado por: HM às dezembro 6, 2005 12:18 AM
Publicado por: bsotto às dezembro 6, 2005 12:45 AM
E os "Liberais" investem com capitais próprios! Há muito tempo que não me ria tanto!
Publicado por: zippiz às dezembro 6, 2005 10:37 AM
Publicado por: zippiz às dezembro 6, 2005 10:37 AM
Eu logo vi que o seu problema era falta de humor...
Publicado por: Mário às dezembro 6, 2005 12:04 PM
Finalmente uma confissão pública de que alguém não paga impostos.
Publicado por: Coruja às dezembro 6, 2005 02:17 PM
Não é com o dinheiro do zippiz que o Estado faz investimentos
Publicado por: Coruja às dezembro 6, 2005 02:18 PM
Publicado por: Coruja às dezembro 6, 2005 02:18 PM
Boa,tem razão!
é com o dinheiro de : Mário às dezembro 6, 2005 12:04 PM
Publicado por: zippiz às dezembro 6, 2005 02:33 PM
O Estado investe com o "riso do Mário"?
Talvez tenha valor de uso, mas valor de troca, duvido!
Publicado por: Rui Sá às dezembro 6, 2005 03:00 PM
Julgo que há muita coisa que responder sobre a Ota. Concordo com a Joana que os Anti-Otários andam a atirar ao lado ultimamente.
Publicado por: Adalberto às dezembro 6, 2005 03:59 PM
Aquilo que não percebo é ter-se descartado Rio Frio. Há comentários pontuais mas ninguém, com peso político ou científico, toma o assunto em mãos.
Publicado por: Diana às dezembro 6, 2005 05:57 PM
O problema é esse Diana.
Publicado por: fbmatos às dezembro 7, 2005 12:29 AM
Parece-me que a questão da Ota é um problema complexo, que está a ser usado como arma de arremesso política. Discute-se o supérfluo e não se discute o essencial, o que faz o jogo do governo
Publicado por: Nuno às dezembro 10, 2005 03:13 PM
Em Portugal tudo é usado como arma de arremesso político
Publicado por: vitapis às dezembro 10, 2005 07:29 PM
É por isso que não se sai da cepa torta
Publicado por: vitapis às dezembro 10, 2005 07:31 PM
Estive a contar num mapa espanhol os aeroportos continentais... contei 30 aeroportos, mais 10 em 10 ilhas Espanholas.
Esqueçamos as ilhas espanholas. Com apenas 4 vezes mais população, como é que eles têm 10 vezes mais aeroportos ?
Se discutissem tanto como os Portugas, será que teriam construído tantos aeroportos ?
Há um pelo menos que serve Portugal, é o de Badajoz.
Julgo que o novo aeroporto deveria ser construído entre Viseu e a Guarda.
Tudo o resto é apenas para inglês ver...
Publicado por: Templário às dezembro 12, 2005 03:14 AM
Templário às dezembro 12, 2005 03:14 AM
Aqui há uns anos estive em Espanha em trabalho. Viajei de Barcelona a Granada, ida e volta, de avião. Fiquei espantado. A cidadezinha de Granada, secundaríssima em Espanha, e que deve ter uma população similar, digamos, à de Coimbra, tem um aeroporto!
E o avião que fazia o vôo nem sequer era dos pequeninos, a hélice.
Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 12, 2005 02:44 PM
Pois
Publicado por: Coruja às dezembro 15, 2005 01:07 AM
Pois
Publicado por: Coruja às dezembro 15, 2005 01:08 AM
Pois
Publicado por: Coruja às dezembro 15, 2005 01:08 AM
Pois
Publicado por: Coruja às dezembro 15, 2005 01:08 AM
Pois
Publicado por: Coruja às dezembro 15, 2005 01:08 AM