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novembro 08, 2005

Desemprego e Exclusão

Verifico que muita gente não se apercebe da importância do nível de emprego no bem-estar social de uma sociedade e na sua sustentabilidade. Argumentar que a percentagem dos que trabalham e estão abaixo do limiar de pobreza é superior nos EUA à da UE, não colhe. Por um lado, como se viu no post anterior, a relação entre a pobreza nos EUA e na UE muda radicalmente quando se passa da análise da pobreza relativa (em percentagem dos respectivos PIB’s) para a pobreza absoluta. Por outro lado, uma taxa elevada de desemprego (haverá sempre um desemprego friccional) corrói toda a estrutura económica e social de um país

O subsídio de desemprego é uma forma economicamente nociva de substituir um emprego, mesmo que seja menos bem remunerado. Enquanto um trabalhador empregado produz riqueza, um desempregado subsidiado consome riqueza. Aumentar as transferências sociais para pagar o aumento dos subsídios só pode ser feita, quer diminuindo os restantes gastos do Estado, quer aumentando as receitas fiscais – em qualquer dos casos, aumentando o ónus fiscal. O aumento das receitas fiscais faz diminuir a poupança privada e, portanto, o investimento produtivo. Ou seja, substituir um emprego menos bem remunerado pelo subsídio de desemprego reduz as possibilidades de criação de novos empregos, diminui a competitividade da economia e trava o crescimento.

A existência de um volume elevado de desemprego aumenta a concorrência entre os trabalhadores na busca de um emprego, nomeadamente nas profissões menos qualificadas. A probabilidade que um trabalhador venha a perder o emprego é mais elevada e a probabilidade de um desempregado encontrar um emprego é menor. Ou seja, a tendência é para um aumento cada vez maior da duração do desemprego. Quando a taxa de desemprego é baixa, um trabalhador tem capacidade de obter uma maior remuneração. Se a taxa é elevada, a sua capacidade negocial é nula. Uma elevada taxa de desemprego prejudica todos os trabalhadores, porque lhes diminui as perspectivas.

A UE criou um modelo social que incentiva os seus cidadãos a trabalharem menos, ao facilitar a redistribuição da riqueza através de subsídios, em vez de os incentivar a contribuírem com o seu trabalho para a criação de riqueza. A consequência desta política social é que é retirado tanto aos pobres como aos ricos o incentivo para trabalhar, ou para trabalhar mais. Os pobres porque preferem os subsídios e o lazer ao trabalho; os ricos porque deixam de ter incentivo a investirem e a produzir riqueza e mais empregos.

Todavia, este modelo social está condenado. Cedo ou tarde, as contribuições para a segurança social e os impostos deixarão de conseguir mantê-lo. O sistema de segurança social da UE tornar-se-á insustentável e arrastará toda a economia para a descida do Maelstrom, à medida que a subida dos encargos com quotizações e impostos for impelindo os agentes económicos para fora da base contributiva (para a economia paralela, para o desemprego ou para a emigração).

A diferenciação salarial é menor na Europa. Mas isso traduz-se no facto dos trabalhadores menos qualificados serem mais bem pagos do que seriam sem essa diferenciação salarial menor. Este caso é especialmente evidente no sector público português. O problema é que este nível aparentemente mais elevado de equidade social é conseguido à custa dos que ficam sem emprego e da perda do dinamismo económico.

Os factores acima enunciados são meramente económicos. Para além destes há os factores sociais. O desemprego de longa duração (preponderante na Europa) conduz ao aviltamento das capacidades de trabalho e à perda progressiva da qualificação, por muito exígua que seja. As relações sociais degradam-se. Sobrevém a marginalização e a exclusão social. Um trabalhador, por muito pouco qualificado que seja o seu emprego, pode sempre acalentar a esperança que o seu desempenho o faça progredir ou encontrar uma alternativa melhor. Um desempregado está excluído dessa possibilidade de ascensão social. Nomeadamente se nunca teve sequer acesso ao primeiro emprego e vive de subsídios para sobreviver. Pode subsistir, mas é uma subsistência sem esperança.

O darwinismo social americano tem-se revelado economicamente mais dinâmico e menos castrador das capacidades humanas que o Estado social europeu. A Europa construiu um modelo social que protegesse e desse segurança ao emprego – promoveu o desemprego. A Europa construiu um modelo social para promover a equidade – promoveu a exclusão social. Não são paradoxos – é excesso de regulamentação. A economia é avessa ao excesso de regulamentações e retalia contra os que a espartilham. Sempre foi assim. Sempre será assim.

Publicado por Joana às novembro 8, 2005 11:58 PM

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Comentários

«Os portugueses não devem acreditar naqueles que dizem que o Estado Social vai falir, pelo que tudo deve ser privado, na segurança social e na saúde».
(...)
«Quando ouvirem dizer isso é importante que saibam que é mentira».
(Mário Soares, em Braga)

Tudo isto é fantástico.

Publicado por: asdrubal às novembro 9, 2005 12:47 AM

Esse tipo está ché-ché

Publicado por: Salema às novembro 9, 2005 01:15 AM

E a Joana Amaral Dias parece uma Barbie

Publicado por: Salema às novembro 9, 2005 01:16 AM

...«A consequência desta política social é que é retirado tanto aos pobres como aos ricos o incentivo para trabalhar, ou para trabalhar mais. Os pobres porque preferem os subsídios e o lazer ao trabalho; os ricos porque deixam de ter incentivo a investirem e a produzir riqueza e mais empregos»...

Não gosto de adjectivar opiniões ou comportamentos quando há constrangimentos que me obrigam a ficar a meio caminho. Por isso não qualifico aquela sua frase.

Escrever isso é insultar os milhares de desempregados e respectivas famílias que se vêem obrigados a meter na gaveta a dignidade e a aceitar a ajuda da família e amigos para não morrerem à fome. Da família e dos amigos, não do Estado.

Deixar passar essa frase sem um comentário seria uma cumplicidade vergonhosa.

Publicado por: (M) às novembro 9, 2005 01:35 AM

Publicado por: (M) às novembro 9, 2005 01:35 AM

Porquê? Também estás desempregado?

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 01:57 AM

«Os portugueses não devem acreditar naqueles que dizem que o Estado Social vai falir, pelo que tudo deve ser privado, na segurança social e na saúde».
(...)
«Quando ouvirem dizer isso é importante que saibam que é mentira».
(Mário Soares, em Braga)

De facto, o que é que interessam esses pormenores financeiros sórdidos quando quem vem atrás fechará a porta?

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 01:59 AM

Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 01:57 AM

Os sujeitos como o senhor, que não admitem qualquer atitude que não seja motivada pelo interesse pessoal, causam-me alguma pena. Não excessiva, diga-se, porque pertence ao lote dos bem-aventurados dos quais será o reino dos Céus.

Desejo que um dia, se possível não muito longínquo, o senhor venha a ficar desempregado.

Publicado por: (M) às novembro 9, 2005 05:27 AM

(M) às novembro 9, 2005 01:35 AM:
Em vez de se pôr com essas tiradas pseudo-moralistas, deveria inteirar-se dos motivos que levam parte significativa do pessoal que está no desemprego, quando vai às entrevistas nas empresas que pedem trabalhadores, o faça apenas para pedir uma carta que ateste que eles estiveram lá e não reuniam as condições necessárias.
Porque é que julga que o governo está a restringir a capacidade de recusar emprego?
Tem sido um escândalo este tipo de comportamento.

É evidente que não são todos. Provavelmente será uma minoria (mas elevada, pelo que me têm contado). Mas em economia trabalha-se com tendências e não fulanizando as questões.

Publicado por: Joana às novembro 9, 2005 09:06 AM

Publicado por: (M) às novembro 9, 2005 05:27 AM

Já me aconteceu. Quanto ao resto, pelo menos não escondo interesses pessoais atrás de proclamações vazias de solidariedade.

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 09:07 AM

A questão é a do montante do subsídio e da sua duração. Um subsídio de desemprego mais o valor da utilidade atribuida ao lazer deve ser suficientemente inferior ao valor que o desempregado obteria para a qualificação que tem (em princípio regulada pelo valor do último ordenado)

Publicado por: Joana às novembro 9, 2005 09:11 AM

Os trabalhadores não são ícones sagrados.
Isso é o que pensam os intelectuais com a nostalgia do proletariado

Publicado por: Joana às novembro 9, 2005 09:13 AM

"Enquanto um trabalhador empregado produz riqueza..."

Era bom que isso fosse sempre assim, era...

"O aumento das receitas fiscais faz diminuir a poupança privada e, portanto, o investimento produtivo"

Não necessariamente. Pode fazer diminuir o consumo.

"A existência de um volume elevado de desemprego aumenta a concorrência entre os trabalhadores na busca de um emprego, nomeadamente nas profissões menos qualificadas. A probabilidade que um trabalhador venha a perder o emprego é mais elevada e a probabilidade de um desempregado encontrar um emprego é menor. Ou seja, a tendência é para um aumento cada vez maior da duração do desemprego"

Se o nível de desemprego, ainda que elevado, for estável, não há razão para que haja um aumento na duração do desemprego.

Eu também acho que o modelo social europeu está recheado de erros e de vícios, mas antes que a Joana possa desenvolver esta sua nova preocupação com os pobres deveria rever a justeza económica de algumas das suas concepções de base. Não basta fazer algumas afirmações categóricas para que elas se tornem verdade...

Publicado por: Albatroz às novembro 9, 2005 09:26 AM

Se o nível de desemprego, ainda que elevado, for estável, não há razão para que haja um aumento na duração do desemprego.

Essa é tão profunda que não significa nada. Também pode querer dizer que o mercado do trabalho se encontra bloqueado - uma situação comum nos regimes mais proteccionistas tipo França, Alemanha, etc - e que, na verdade, a grande maioria dos desempregados são de longa duração.

Esta situação foi correctamente diagnosticada e descrita sob a designação genérica de Conspiração Grisalha por Fernando Rui Mendes.

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 09:42 AM

"Não necessariamente. Pode fazer diminuir o consumo"
Pois pode. Diminui o consumo e a poupança. A poupança reflecte-se na diminuição do investimento, e o consumo na menor dinamização da actividade económica.

Publicado por: Rui Sá às novembro 9, 2005 09:55 AM

"O darwinismo social americano"

Esta expressão é extremamente infeliz. O darwinismo é a sobrevivência e progresso dos mais aptos. Isso nada tem a ver, em larga medida, com o que se passa nos EUA. Os critérios de sobrevivência e progressão nos EUA estão por vezes relacionados com a sua aptidão, mas frequentemente não estão. Há muitas pessoas de grande mérito, e trabalho esforçado, nos EUA que não conseguem subir na vida. E também há muitos com grande sucesso, o qual não é justificado por qualquer forma de mérito. O presidente dos EUA é o caso mais flagrante desta última espécie.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 9, 2005 10:06 AM

Então porque é que os dinossauros, com o mérito que tinham e o esforço que desenvolveram, se extinguiram?

Publicado por: AJ Nunes às novembro 9, 2005 10:17 AM

Se eles progrediram, é porque são os mais aptos. Você pode não concordar com as circunstâncias que possibilitaram isso. Eu também não. Mas lá que eram os mais aptos, não há dúvida.
No post anterior a Joana escreveu «os mais aptos (não necessariamente os mais fortes ou mais inteligentes)»
É disso que se trata.

Publicado por: AJ Nunes às novembro 9, 2005 10:20 AM

Luis, o facto de existirem exemplos contrários não elimina a média. As coisas não têm que ser perfeitas, nem socialmente alguma vez o são.

É fácil de ver que o darwinismo funcionará bastante pior na Europa do que nos EUA.

Publicado por: Incognitus às novembro 9, 2005 10:21 AM

Uma coisa que tenho notado, quando ando pelas ruas de Lisboa, é a abundância de lojas que têm anúncios "Precisa-se empregada".

(Muitas destas são lojas chinesas, mas não só.)

Até já pensei em entrar numa destas lojas e perguntar que condições (salário, horário) oferecem. Só por interesse.

Não duvido que o salário oferecido seja muito baixo. Mas pergunto-me porque é que estas ofertas de emprego não encontram candidatos.

Uma razão, sem dúvida, é que os subsídios de desemprego, tal como as reformas, se encontram indexados àquilo que o ex-trabalhador auferia antes de ficar desempregado ou se reformar. Esse valor é frequentemente muito superior aos 70 contos que as lojas, suponho, oferecerão.

As pessoas habituaram-se a certas expetativas e a certos níveis, e não estão dispostas a prescindir deles.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 9, 2005 10:36 AM

Todo o politicamente correcto que se preze tem grandes dificuldades em aceitar o darwinismo, seja ele social ou biológico (a propósito deste último, basta ler as criticas inflamadas à tese de Dawkins, que até é politicamente de esquerda, exposta no The selfish gene, por parte dos adeptos da politicamente correcta teoria da selecção de grupo). Até porque dissecando qualquer politicamento correcto, encontramos sempre um imobilista optimista, intimamente convicto de que tudo (sociedade, ambiente, economia, etc) é passível de 'congelamento' após os ajustes necessários à sua 'optimização'. Quando na verdade, a única característica que é constante, é a mudança - já assim era no século XVI, dizia o poeta.

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 11:08 AM

resumindo: na actual ascenção do dinheiro (sem trabalho) aos Céus!, não haverá Paz para os ricos enquanto não houver Justiça para os pobres,,,

Publicado por: xatoo às novembro 9, 2005 11:39 AM

desemprego e exclusão - os dois patinhos feios
22 - capicua

Publicado por: xatoo às novembro 9, 2005 11:40 AM

Publicado por: xatoo às novembro 9, 2005 11:40 AM

Mas os xatoos mantêm sempre a esperança que se transformem em belos cisnes...

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 11:45 AM

"a única característica que é constante, é a mudança", Pedro Oliveira dixit.

A mudança principal, na atualidade, é de uma sociedade que tem que cuidar de crianças para uma sociedade que tem que cuidar de idosos (e também de deficientes). Na nossa sociedade há cada vez menos crianças, mas cada vez mais idosos e mais deficientes. Penso que o Estado tem que se adaptar (mudar) nesse sentido. Os esquemas de apoio do Estado têm que se modificar. Serão precisos cada vez menos professores. Os apoios à educação de crianças e jovens terão que diminuir, uma vez que eles beneficiam uma fatia sempre decrescente da população, e portanto tornam-se progressivamente menos sustentáveis politicamente. Em compensação, o Estado terá progressivamente que apoiar mais os idosos. Por exemplo, o Estado, em vez de criar e sustentar escolas e universidades, terá que criar e sustentar asilos e lares de terceira idade. E também variadas instituições para deficientes. Estes apoios serão necessários para uma fatia cada vez maior da população.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 9, 2005 12:05 PM

Penso que seria uma boa ideia que o subsídio de desemprego fosse decrescendo em função do tempo que se está desempregado. Por exemplo, o valor do subsídio de desemprego seria o atual nos primeiros 6 meses do desemprego, depois decresceria para 75% do valor atual, e passados mais 6 meses decresceria para 50% do valor atual. Neste quadro, a extensão temporal do subsídio de desemprego poderia até ser alargada para 2 anos em vez de 1 ano e meio, sem acréscimo do esforço financeiro do Estado. Um esquema destes encorajaria as pessoas a procurar emprego, mesmo que num ramo diferente e com um salário inferior.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 9, 2005 12:11 PM

Luís Lavoura às novembro 9, 2005 12:11 PM -- isso seria uma ideia interessante.

Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 11:08 AM -- o que há de bom em Dawkins é que ele faz uma análise "analítica" (passo a redundância): descreve o mundo como é, e não como lhe daria jeito que fosse devido a este ou aquele pressuposto ideológico.
Infelizmente, nas ciências sociais é muito mais difícil que os cientistas não sofram preconceitos ideológicos. Muitos sociólogos à esquerda, muitos economistas à direita. Bom, bom era que houvesse uma abertura de espírito e uma postura analítica, um espírito crítico, uma postura mais científica.

Publicado por: Alfredo às novembro 9, 2005 12:27 PM

"Bom, bom era que houvesse uma abertura de espírito e uma postura analítica, um espírito crítico, uma postura mais científica."

Publicado por: Alfredo às novembro 9, 2005 12:27 PM

Onde escrevi isto deveria ter escrito uma MAIOR etc...
Apesar de tudo, a Economia e a Sociologia são ciências jovens, ainda têm um longo caminho a percorrer, mas apesar de tudo encontram-se pessoas com um espírito bem científico lá pelo meio. Pena ainda não serem todos...


Publicado por: Alfredo às novembro 9, 2005 12:29 PM

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 9, 2005 12:05 PM

Bom projecto para uma sociedade moribunda...

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 12:37 PM

Cada vez que leio Pedro Oliveira lembro-me do jovem turco presidente da bancada do cds/pp.

Publicado por: zippiz às novembro 9, 2005 12:37 PM

Publicado por: Alfredo às novembro 9, 2005 12:29 PM

Economia e sociologia são, no máximo, saberes. Nunca ciências. Física é ciência, matemática é técnica, mas as 'ciências' humanas não passam de saberes.

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 12:40 PM

Luís Lavoura às novembro 9, 2005 12:11 PM: Subsídio decrescente é o que existe nos EUA. Mesmo cá há limites no tempo.
O problema dos subsídos é que não existe só o de desemprego. Há também o de reinserção social, o da habitação, etc.

Publicado por: lopes às novembro 9, 2005 12:55 PM

Luis, a ideia de reduzir progressivamente o subsídio de desemprego não funcionaria.

As pessoas adaptam-se a alterações progressivas, da mesma forma que um sapo se adapta a água progressivamente mais quente.

Aliás, é por isso que a nossa sociedade ainda não estoirou apesar do crescente peso do Estado: porque a alteração tem sido gradual.

Publicado por: Incognitus às novembro 9, 2005 12:58 PM

Cada vez que leio o zippiz lembro-me do jovem turco presidente da bancada do pcp...

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 01:00 PM

Lê mal! Eu sou mais anarca - e "jovens turcos" são mais associados a personagens liberal-radicais!

Publicado por: zippiz às novembro 9, 2005 01:08 PM

zippiz, o que há de mau em querer que cada um possa fazer o que quiser, por oposição a cada um fazer o que algum iluminado entende que ele pode fazer? (fazer o que quiser desde que não interfira com terceiros, entenda-se)

Eu custa-me um bocado a entender o que faz de alguém um "não-liberal", e como é que esse "não-liberal" pensa que irá impor a sua opinião sobre a dos outros, excluindo o uso da força.

Publicado por: Incognitus às novembro 9, 2005 01:19 PM

Publicado por: zippiz às novembro 9, 2005 01:08 PM

Anarca estatista? De facto, era o que me faltava ver...

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 01:32 PM

"A existência de um volume elevado de desemprego aumenta a concorrência entre os trabalhadores na busca de um emprego, nomeadamente nas profissões menos qualificadas."

Isto apraz aos patrões tacanhos e aos políticos de vistas curtas. E como tais pestilências abundam cá no país, não há esperança de a questão vir a ser resolvida em tempo útil.

Publicado por: Senaquerib às novembro 9, 2005 01:41 PM

Joana às novembro 9, 2005 09:06 AM

Já devia saber que as suas tiradas enfatuadas não me aquecem nem arrefecem.

Eu não estava à espera que você entendesse minimamente o que é a solidariedade ou a imperiosidade moral de nos preocuparmos com os mais desfavorecidos. E no entanto você diz que é católica e vai à missa.

Os liberais são assim: cada um por si e quem quiser o pão de cada dia que o pague.

Por acaso até é isso que eu faço. Como pertenço à espúria categoria dos empresários em nome individual, desconto como toda a gente, mas não tenho direito a subsídio de desemprego, nem sequer de doença. Sou apenas um pagante.

O seu postulado seguinte («Os trabalhadores não são ícones sagrados. Isso é o que pensam os intelectuais com a nostalgia do proletariado») é mais um hino ao preconceito.

Primeiro porque o objecto do comentário não foram «os trabalhadores», mas sim os «pobres e desempregados».
Segundo porque o termo «proletariado» nunca fez parte do meu vocabulário (nem sequer a composta expressão "ditadura do proletariado", veja lá como você paira longe da realidade).

Quanto aos ícones, também sou capaz de descobrir alguns meus. Só que não pertencem ao universo em que você pretende, à viva força, encerrar-me. Nisto de ícones, cada um come do que gosta: os seus serão o dólar e o cartão de crédito, ou o sr. Milton Friedman, quiçá, mas não me verá
perder um segundo com isso.

O que está aqui em causa, uma vez mais, não são os meus ou os seus ícones, mas a sua irreprimível tendência para generalizar o que não é generalizável.

Você parte do conhecimento de que há um certo número (que nem sequer quantifica, apesar de reconhecer que é uma minoria) de oportunistas ou vigaristas que serão «profissionais do subsídio de desemprego» para uma generalização (que eu continuo a não qualificar) de que, e cito-a, «os pobres preferem os subsídios e o lazer ao trabalho». OS pobres?

Já viu algum pobre recusar trabalho?

Diz você que em economia trabalha-se com tendências. Será que na matemática da sua economia as tendências são definidas pelas minorias marginais? Se aplicássemos o seu método estatístico às eleições presidenciais lá teríamos que escrever: «OS portugueses preferem o dr. Louçã».

É óbvio que você desconhece a vida dos desempregados deste país, mas também não sou eu quem tem que lhe dar explicações ou conselhos. Deixo essa tarefa para os émulos de António Boto, que neste site encontrariam algum público potencial.

Se há «profissionais do subsídio» nos centros de emprego das grandes zonas urbanas e se assim são identificados, não se compreende por que motivo os serviços não actuam.

Poderemos, eventualmente, encontrar causas e paralelos nos «profissionais dos cursos de formação», que chegavam a frequentar dois ou três cursos ao mesmo tempo só para receber o subsídio. Consequência imediata: privavam do curso muitos jovens que estavam genuinamente interessados em receber a formação.

Essa vigarice existiu e perdurou porque havia quem beneficiasse muito mais que os expeditos jovens — precisamente as empresas que prestavam a suposta «formação» e às quais convinha que a massa de formandos não contestasse a inexistente qualidade da pretensa «formação».

Na generalidade dos comentários aqui deixados, nesta e noutras ocasiões, perpassa a ideia de que o subsídio de desemprego é uma esmola a alguém que tenta, por todos os meios, não trabalhar. Esquece-se que o cidadão que perdeu o emprego por razões alheias à sua vontade (só esses têm direito ao subsídio) descontou, enquanto trabalhou, para muitas coisas, entre elas para garantir o subsídio de desemprego.

Ao ler as suas «teorias» sobre o significado, a formação e o valor do subsídio de desemprego verifico (mais uma vez) que você deixa cair o modelo dos Estados Unidos sempre que lhe convem. Explique lá aqui no blogue o que é que se passa com o subsídio de desemprego nos EUA e se esse modelo deve ou não ser aplicado em Portugal.

Depois podemos falar de flores.

Publicado por: (M) às novembro 9, 2005 01:55 PM

O subsídio de desemprego poderia ser substituído por um seguro de desemprego que os empregadores seriam obrigados a financiar num montante mínimo (correspondente à situação actual), e que os trabalhadores poderiam complementar se achassem necessário.

Terminava todo o problema relacionado com esta questão, e deixava de ser o Estado a gerir a coisa, o que inevitavelmente a melhorava e diminuía os abusos. Além de se manterem os direitos.

Publicado por: Incognitus às novembro 9, 2005 02:14 PM

Mimetando alguns comentários aos posts da Joana, direi do comentário de (M) às novembro 9, 2005 01:55 PM (embora me pareça que (M) dispensa este tipo de manifestações):
- Muito bem. Estou de acordo.

Publicado por: Vítor às novembro 9, 2005 02:18 PM

(M) às novembro 9, 2005 01:55 PM

A Joana não diz que é católica e que vai à missa. Ela já aqui escreveu que não é católica. Salvo erro num comentário ao post "Habetis papam".

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 9, 2005 02:19 PM

(M) às novembro 9, 2005 01:55 PM:
Você tem sempre o "direito à indignação". Para além de o ter expresso, não li nada, de factual, que estivesse em desacordo com o que escrevi no post ou nos comentários.
Quanto a não saber quantos são os que se baldam ao aceitar emprego, sucede comigo, sucede com o governo português e deve suceder com quase todos os governos europeus. Apenas calculo que sejam muitos, a avaliar pela minha experiência (indirecta) e pelo que me têm contado.

Publicado por: Joana às novembro 9, 2005 02:44 PM

As funções da economia baseiam-se em curvas de preferências. Se todas as pessoas se comportassem sempre da mesma maneira, teria que se substituir a actual teoria económica por outra ciência baseada em conceitos completamente diferentes.

Por isso a sua homilia sai um pouco desfocada.

Publicado por: Joana às novembro 9, 2005 02:48 PM

Onde é que a Joana diz que é católica e que vai à missa?

Publicado por: Senaquerib às novembro 9, 2005 02:51 PM

Publicado por: Senaquerib às novembro 9, 2005 02:51 PM

Que me lembre, em lado nenhum, mas dá jeito para a linha de argumentação do (M), portanto este tratou de criar um 'facto' à Michael Moore...

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 02:56 PM

Publicado por: (M) às novembro 9, 2005 01:55 PM

este seu comentário não é só dedicado a Joana; certos Pavlopoulos não devem ter gostado muito!

Publicado por: zippiz às novembro 9, 2005 03:09 PM

Sobre o darwinismo desencantem-se aqueles que acham que é uma leitura suficientemente abrangente para dar conta de La Nature. Conforme o próprio Darwin afirma no cap. 3 da Origem das Espécies, o seu desenvolvimento limitou-se a aplicar o programa de Malthus à natureza. A tradução do "survival of the fittest" de Spencer que Darwin adoptou não se traduz pela sobrevivência do mais apto, mas sim do mais adaptado.

Nas sociedades humanas contemporâneas o mais adaptado é o politicamente correcto que sabe negociar, por cima e por debaixo da mesa.

Mas isto é assim por causa de um equívoco ético. Que será resolvido a seu tempo.

Publicado por: py às novembro 9, 2005 03:10 PM

Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 09:42 AM

Confesso que não percebi onde queria chegar com o seu comentário, mas a culpa deve ser minha. Eu apenas comentei a afirmação da Joana de que um elevado nível de desemprego redundaria numa maior duração do desemprego. Ora não vejo qual a relação entre essas duas coisas.

Publicado por: Albatroz às novembro 9, 2005 03:55 PM

Bem, um elevado nível de desemprego resulta numa maior duração do mesmo face a um nível de desemprego mais baixo, quanto mais não seja porque a economia não cria empregos instantaneamente, pelo que quantos mais desempregados existirem, mais tempo vão passar em média no desemprego.

Publicado por: Incognitus às novembro 9, 2005 03:58 PM

Rui Sá às novembro 9, 2005 09:55 AM

"Diminui o consumo e a poupança."

Pode ser que sim, pode ser que não...

"A poupança reflecte-se na diminuição do investimento, e o consumo na menor dinamização da actividade económica."

Pode ser que sim, pode ser que não... Por exemplo, uma diminuição do consumo pode reflectir-se numa redução das importações e num maior equilíbrio das contas externas...

Generalizações em economia? Parece-me melhor não...

Publicado por: Albatroz às novembro 9, 2005 04:00 PM

Incognitus às novembro 9, 2005 03:58 PM

A nossa vizinha Espanha teve durante muitos anos um nível de desemprego bastante elevado (entre 15 e 20%). Seria interessante investigar se, nessa altura, o desemprego de longa duração era proporcionalmente mais elevado. Se era, estou pronto a admitir que há uma relação entre esses dois factores.

Publicado por: Albatroz às novembro 9, 2005 04:10 PM

Albatroz, tal como disseste (não verifiquei)

"A nossa vizinha Espanha teve durante muitos anos ..."

Bem, a menos que estivesses disposto a acreditar numa rotação elevada dos desempregados, então por definição já respondeste à tua própria pergunta.

A relação é inevitável mesmo que existam excepções.

O que nos leva a outra coisa. Dizes ...

"Generalizações em Economia? Parece-me melhor não..."

Sem generalizações, reduzes-te aos casos particulares, e se tal acontece, deixas de poder falar de "Economia" ou de outra ciência qualquer.

Publicado por: Incognitus às novembro 9, 2005 04:14 PM

Para quem tenha estudado os conceitos económicos é fácil de se perceber que quanto maior for a taxa de desemprego, maior é a concorrência para arranjar emprego e maior será o tempo de espera, visto que a dificuldade é maior. Nem podia ser de outra maneira.

Também é fácil de perceber que o trabalhador tem menos poder de regatear o salário (a menos que haja acordo colectivo).

Tenho de memória que o período médio de desemprego na UE é cerca de 3 vezes maior que nos USA.

Publicado por: Rui Sá às novembro 9, 2005 04:40 PM

py em novembro 9, 2005 03:10 PM:
Apto para um dado objectivo ou adaptado, têm o mesmo significado. Nomeadamente quando se sublinha que não significa nem mais forte, nem mais inteligente.

Apto poderá ter um significado mais abrangente, mas com aquele sublinhado, temos o mesmo significado.

Publicado por: David às novembro 9, 2005 04:56 PM

Fiquei na dúvida se serei inadaptado ou inapto

Publicado por: Coruja às novembro 9, 2005 05:11 PM

Ou simplesmente inepto

Publicado por: Coruja às novembro 9, 2005 05:14 PM

Acho piada a este blog. Caracteriza as situações que os factos depois se encarregam de comprovar. E a malta que vem aqui, tenazmente, tentar mostrar que o branco é preto, sempre, apesar dos factos mostrarem que não tem razão.

Publicado por: soromenho às novembro 9, 2005 05:43 PM

Que estou eu a dizer? Os factos são vistos com lentes mais finas ou mais grossas, consoante a ideologia de cada

Publicado por: soromenho às novembro 9, 2005 05:45 PM

Tarde ou cedo um esquerdista mostra a sua verdadeira face.

Claro que não se pode esperar que um discípulo de Stalin possa ter comiseração cristã.
Mas aqui em Portugal, só por terem ideias diferentes desejar que o inferno lhes caia em cima?

Publicado por: Ingénuo às novembro 9, 2005 06:29 PM

Desculpem, era assim que devia ser.

Tarde ou cedo um esquerdista mostra a sua verdadeira face.
Desejo que um dia, se possível não muito longínquo, o senhor venha a ficar desempregado
Claro que não se pode esperar que um discípulo de Stalin possa ter comiseração cristã.
Mas aqui em Portugal, só por terem ideias diferentes desejar que o inferno lhes caia em cima?

Publicado por: Ingénuo e se calhar um pouco azelha às novembro 9, 2005 06:33 PM

Não se preocupe Ingénuo, os "maus" mesmo não dizem essas coisas, fazem-nas pela calada.

Por falar nisso: um mau que me fez isso, é o catedrático de Ecofisiologia e Presidente do Conselho Científico da minha escola, e agora neste novo trabalho que tenho em mãos, tropecei numa referência internacional imprescindível de 2002, em que o cavalheiro é Leading Author, que apresenta uma carta que é fisicamente impossível de várias maneiras (chumbava um aluno de licenciatura) mas acontece que coincidiu em larga medida com os grandes fogos de 2002 e 2003. Um oráculo? Ou outra coisa?

Publicado por: py às novembro 9, 2005 07:23 PM

peço desculpa: os grandes fogos de 2003 e 2004. A carta foi publicada em 2002...kapikua...

PS: e portanto acho que já descobri porque é que me quiseram cortar a cabeça, e cortaram,,, só que eu rebento de toiça...

Publicado por: pyrenaica às novembro 9, 2005 07:26 PM

py, queixas-te da Mão Invisível, mas na prática tens tido problemas é com a Mão Visível do Estado - universidade, etc.
Ou percebi mal?

Publicado por: Coruja às novembro 9, 2005 07:28 PM

Eu também me queixo da Merche Romero (não vejo como a sacar) mas na prática tenho tido problemas com a Francisca aqui do prédio que só me arrnja problemas

Publicado por: Coruja às novembro 9, 2005 07:31 PM

não corujinha, aquilo meteu uma mão invisível também, negócios que nem sei, mas já imagino, jogadas que só soube depois, tudo pela calada... Para mim só ficou visível depois, e ainda está a revelar-se aliás...

Vou jantar fora, mas depois venho ver o que disseste.

(PS mas tudo junto não me queixo nada, passei de uma rotina chata para uma grande aventura)

Publicado por: py às novembro 9, 2005 07:31 PM

olha uma

Publicado por: xatoo às novembro 9, 2005 08:17 PM

mais um lençol...

BY JOEL KOTKIN
Tuesday, November 8, 2005 12:01 a.m. EST

The French political response to the continuing riots has focused most on the need for more multicultural "understanding" of, and public spending on, the disenchanted mass in the country's grim banlieues (suburbs). What has been largely ignored has been the role of France's economic system in contributing to the current crisis. State-directed capitalism may seem ideal for American admirers such as Jeremy Rifkin, author of "The European Dream," and others on the left. Yet it is precisely this highly structured and increasingly infracted economic system that has so limited opportunities for immigrants and their children. In a country where short workweeks and early retirement are sacred, there is little emphasis on creating new jobs and even less on grass-roots entrepreneurial activity.

Since the '70s, America has created 57 million new jobs, compared with just four million in Europe (with most of those jobs in government). In France and much of Western Europe, the economic system is weighted toward the already employed (the overwhelming majority native-born whites) and the growing mass of retirees. Those ensconced in state and corporate employment enjoy short weeks, early and well-funded retirement and first dibs on the public purse. So although the retirement of large numbers of workers should be opening up new job opportunities, unemployment among the young has been rising: In France, joblessness among workers in their 20s exceeds 20%, twice the overall national rate. In immigrant banlieues, where the population is much younger, average unemployment reaches 40%, and higher among the young.

To make matters worse, the elaborate French welfare state--government spending accounts for roughly half of GDP compared with 36% in the U.S.--also forces high tax burdens on younger workers lucky enough to have a job, largely to pay for an escalating number of pensioners and benefit recipients. In this system, the incentives are to take it easy, live well and then retire. The bloat of privileged aging blocks out opportunity for the young.

Luckily, better-educated young Frenchmen and other Continental Europeans can opt out of the system by emigrating to more open economies in Ireland, the U.K. and, particularly, the U.S. This is clearly true in technological fields, where Europe's best brains leave in droves. Some 400,000 European Union science graduates currently reside in the U.S. Barely one in seven, according to a recent poll, intends to return. Driven by the ambitious young, European immigration to the U.S. jumped by 16% during the '90s. Visa applications dropped after 9/11, but then increased last year by 10%. The total number of Europe-born immigrants increased by roughly 700,000 during the last three years, with a heavy inflow from the former Soviet Union, the former Yugoslavia, and Romania--as well as France. These new immigrants have been particularly drawn to the metropolitan centers of California, Florida and New York.

The Big Apple offers a lesson for France. An analysis of recent census numbers indicates that immigrants to New York are the biggest contributors to the net growth of educated young people in the city. Without the disproportionate contributions of young European immigrants, New York would have suffered a net outflow of educated people under 35 in the late '90s. Overall, there are now 500,000 New York residents who were born in Europe (not to mention the numerous non-European immigrants who live, and prosper, in the city).

Contrast this with Paris, where the central city is largely off-limits to immigrants, in some ways due to the dirigiste planning that so many professional American urbanists find appealing. Since Napoleon III rebuilt Paris, uprooting many existing working-class communities, the intention of the French elites has been to preserve the central parts of the city--often with massive public investment--for the affluent. This has consigned the proletariat, first white and now increasingly Muslim, to the proximate suburbs--into what some French sociologists call "territorial stigma." In these communities, immigrants are effectively isolated from the overpriced, elegant central core and the ever-expanding outer suburban grand couronne. The outer suburbs, usually not on the maps of tourists and new urbanist sojourners, now are home to a growing percentage of French middle-class families, and are the locale for many high-tech companies and business service firms.

The contrast with America's immigrants, including those from developing countries, could not be more dramatic, both in geographic and economic terms. The U.S. still faces great problems with a portion of blacks and American Indians. But for the most part immigrants, white and nonwhite, have been making considerable progress. Particularly telling, immigrant business ownership has been surging far faster than among native-born Americans. Ironically, some of the highest rates for ethnic entrepreneurship in the U.S. belong to Muslim immigrants, along with Russians, Indians, Israelis and Koreans.

Perhaps nothing confirms immigrant upward mobility more than the fact that the majority have joined the white middle class in the suburbs--a geography properly associated here mostly with upward mobility. These newcomers and their businesses have carved out a powerful presence in suburban areas that now count among the nation's most diverse regions. Prime examples include what demographer Bill Frey calls "melting pot suburbs": the San Gabriel Valley east of Los Angeles; Arlington County, Va.; Essex County, N.J.; and Fort Bend County in suburban Houston. The connection between this spreading geography and immigrant opportunity is not coincidental. Like other Americans, immigrants often dramatically improve their quality of life and economic prospects by moving out to less dense, faster growing areas. They can also take advantage of more business-friendly government. Perhaps the most extreme case is Houston, a low-cost, low-tax haven where immigrant entrepreneurship has exploded in recent decades. Much of this has taken place in the city itself. Looser regulations and a lack of zoning lower land and rental costs, providing opportunities to build businesses and acquire property.

It is almost inconceivable to see such flowerings of ethnic entrepreneurship in Continental Europe. Economic and regulatory policy plays a central role in stifling enterprise. Heavy-handed central planning tends to make property markets expensive and difficult to penetrate. Add to this an overall regulatory regime that makes it hard for small business to start or expand, and you have a recipe for economic stagnation and social turmoil. What would help France most now would be to stimulate economic growth and lessen onerous regulation. Most critically, this would also open up entrepreneurial and employment opportunity for those now suffering more of a nightmare of closed options than anything resembling a European dream.

Mr. Kotkin, Irvine Senior Fellow at the New America Foundation, is the author of "The City: A Global History" (Modern Library, 2005)

http://www.opinionjournal.com/editorial/
feature.html?id=110007519

Publicado por: lucklucky às novembro 9, 2005 09:10 PM

Atão e isto?

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=200802

Publicado por: py às novembro 9, 2005 09:49 PM

Já que, ao que parece, o lucklucky tem sentido de humor, aproveito para colocar a questão:
- Já alguém leu algum dos seus extensos lençóis? Ou seguem directamente para o comentário seguinte?

Publicado por: Vítor às novembro 9, 2005 10:02 PM

Este blogue já parece uma cama, com os lençois que o lucklucly lhe põe.
Safa! Já estou com sono... vou dormir...

Publicado por: Senaquerib às novembro 9, 2005 10:07 PM

Eu li até «Some 400,000 European Union science graduates currently reside in the U.S. Barely one in seven, according to a recent poll, intends to return»

Publicado por: Coruja às novembro 9, 2005 10:16 PM

Já sei por que é que as lojas que colocam anúncios a dizer "Precisam-se empregadas" não as conseguem.
Pois se elas já estão empregadas...
Conseguiriam se pusessem "Precisam-se desempregadas para as empregarmos na nossa loja". Assim, sim.
Bem, agora vou mesmo dormir.

Publicado por: Senaquerib às novembro 9, 2005 10:16 PM

Depois fui ao Consulado americano pedir um visto para ir para os States.

Publicado por: Coruja às novembro 9, 2005 10:22 PM

O lucklucky tem sentido de humor?
Bem, essa é que é de dormir a rir.

Publicado por: Senaquerib às novembro 9, 2005 10:22 PM

Desde que os marcianos não apareceram estás um bocado irritado Senaquerib...

Vitor só lê quem quer... :)

Publicado por: lucklucky às novembro 9, 2005 10:43 PM

Informações sobre oportunidades de trabalho são sempre úteis.

Publicado por: Coruja às novembro 9, 2005 11:02 PM

Sou muito esquisito: só gosto de ser explorado por gente da minha cor política.

Publicado por: Coruja às novembro 9, 2005 11:12 PM

Isso é bom, porque se criam amizades no sofrimento

Publicado por: Valente às novembro 10, 2005 12:35 AM

Eu sou frontalmente contra subsidiar o desemprego. Aconteceu-me ha uns anos, por motivos que agora não importam aqui serem trazidos, ter de despedir uma funcionária duma sociedade que herdei. Abri um processo de extinção do posto de trabalho (verdadeiro, não contratei ninguém para a substituir passados uns tempos)e paguei-lhe TUDO o que a lei me obrigava e o Tribunal de Trabalho decretou que eu lhe deveria pagar(uma indemnização a roçar o milionária, mas o tipo de questões que motivaram o seu despedimento eram de tal ordem que tive de "esquecer" essa questão). Pois a Srª inscreveu-se no Centro de Emprego e foi-lhe atribuído um subsídio de desemprego, mesmo com um processo em Tribunal de Trabalho donde constava o valor milionário que tinha recebido da empresa. Ou seja, paga o patrão e paga o Estado, porque a srª tá sem emprego... Creio que o ministro Bagão Félix fez qq coisa a este respeito (não sei se em vigor ou não), mas durante anos a fio este foi um cenário muito comum no nosso país...

Publicado por: Xiko às novembro 10, 2005 10:18 AM

O nosso problema é menos os subsídios e mais a incapacidade de fiscalizar. No caso dos ciganos é impossível. As assistentes sociais só lá vão escoltadas por polícias e não se atrevem a criar problemas aos "subsidiados"

Publicado por: Filipa Sequeira às novembro 11, 2005 01:00 PM

Achei muito interessante este post

Publicado por: Domino às novembro 20, 2005 03:33 PM

Vocês vão mas é todos LEVAR NO CÚ!!! SÓ PANELEIROS E PUTAS AQUI!!! VÃO TRABALHAR CALÕES. JOANA ÉS UMA GRANDESSÍSSIMA PUTA DO CARALHO!!!

Publicado por: EnKrEnKa às dezembro 13, 2005 12:01 AM

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