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novembro 07, 2005

Alguns Números (Act.)

Como a França mostrou mais à evidência, o Estado Social só funciona para os insiders. É tão iníquo como o mercado que premeia os mais aptos (não necessariamente os mais fortes ou mais inteligentes). Pior que iníquo - trava o crescimento. O défice de equidade de uma economia de mercado terá que ser colmatado com transferências sociais, mas cujo único objectivo apenas poderá ser esse – evitar a exclusão social – e nunca uma alternativa que o pretira ao emprego nem implique custos de tal forma avultados que retire competitividade à economia e faça aumentar o desemprego. O desemprego é a forma mais grave de exclusão social e o Estado social europeu está a promover essa exclusão.

Fala-se em que os salários dos mais desfavorecidos são mais baixos nos países onde a flexibilização laboral é maior. Talvez, embora nesses países também exista o salário mínimo. Todavia quando se compara a pobreza, comparam-se coisas diferentes. O limiar da pobreza é definido em percentagem do PIB. Se o PIB (em termos de paridade de poder de compra) dos EUA for superior em 50% ao dos principais países europeus, uma percentagem apreciável dos pobres americanos não seria considerada pobre, quando comparado o seu poder de compra com o dos seus congéneres europeus.

Por exemplo, 41% dos pobres americanos têm casa própria; 69,7% têm, pelo menos, um carro; 27,3% têm 2 ou mais carros; 99,3% têm frigorífico; 60,7% têm máquina de lavar; 66,3% têm ar condicionado em casa; 13,1% têm computador pessoal (embora 97,3% tenham uma ou mais TV a cores); etc., etc. Quando se fala em pobreza americana, tem que se saber sobre o que se fala.

Por isso, sempre que se fala em comparações internacionais, Estados sociais, bem estar, etc., são lançados os mais diversos palpites, de títulos ou leituras mal digeridas, e constroem-se teses magníficas sobre desejos e não sobre factos. Por isso deixo aqui 3 gráficos. Um sobre a evolução do PIB (em termos de paridade de poder de compra); outro sobre a evolução da taxa de desemprego e outro sobre a evolução do défice público.

Neles podem verificar-se algumas coisas. A França e a Alemanha têm perdido terreno em termos de rendimento nacional. A estimativa para o ano de 2005 foi antes da última revisão em baixa (os números são das bases de dados do FMI). Portanto a evolução entre 2004 e 2005 será mais modesta que a indicada no gráfico. Em 1980 o UK estava abaixo daqueles dois países e presentemente está acima. O défice americano é apenas um pouco maior que o da França e da Alemanha e reflecte os acontecimentos posteriores ao 11 de Setembro. O desemprego na França e na Alemanha tem-se vindo progressivamente a agravar e é claramente superior ao dos outros países da amostra.

Uma constatação interessante é que o desemprego nos EUA flutua mais e está claramente ligado às políticas macroeconómicas das sucessivas administrações. O efeito Reagan saldou-se num imediato aumento do desemprego (como é normal numa primeira fase de aplicação de medidas liberalizadoras) mas proporcionou uma melhoria progressiva, que só foi interrompida pela actuação da administração Bush pai. A época Clinton foi uma época de contínua expansão. Quando a administração Bush filho subiu ao poder já se notava a desaceleração do crescimento. Desaceleração que se acentuou com o 11 de Setembro e o aumento dos gastos militares. No último ano houve uma recuperação e as estimativas para 2005 foram agora revistas em alta.

PIBppc5.jpg

Tx_Desemprego.jpg

Defice5.jpg

Nota: No gráfico está referido Défice, mas mais correcto seria Saldo. Neste entendimento os défices correspondem aos valores negativos e os superavits aos valores positivos.

Adenda: Em face de algumas questões levantadas, junto um quadro com indicadores sobre a pobreza americana e respectivas fontes. De notar que as estatísticas referentes a alguns equipamentos são muito antigas, estando por isso desactualizadas (como os computadores pessoais.

EUA_Pobreza.jpg

Publicado por Joana às novembro 7, 2005 11:50 PM

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Comentários

Mais um repeat de Joana para provar que o Deus Económico pode viver sem ... pessoas!

Publicado por: zippiz às novembro 8, 2005 12:16 AM

O defice dos EUA não é de mais de 4% anda á volta dos 3%.

Publicado por: lucklucky às novembro 8, 2005 12:47 AM

Fiquei confuso; o que é um modelo social? O francês? Porquê, porque importam magrebinos para fazer o que eles não querem fazer? Por utilizarem a maioria dos fundos de coesão ao abrigo do desenvolvimento agrícola?
Os teus gráficos excluem países como a Suécia, Finlândia, Dinamarca, esses sim países com modelo social. Seria interessante perceber como evoluem estes indicadores nessas economias.
Falando dos EUA, e do facto dos pobres americanos serem menos pobres do que os europeus, seria igualmente curioso atender a alguns números sobre Portugal para fazer a comparação e perceber que alguns indicadores nada dizem: em Portugal 40% da população tem segunda habitação... por extrapolação devemos ser ricos!
O problema das médiiasm caro zippiz, é que um gajo com a cabeça no forno e os pés num frigorífico está a uma temperatura média agradável.
Rematando; concordo contigo quando sublinhas o problema; que o há, há; discordo, contudo, do diagnóstico e temo que não tenhas prescrição pois a do modelo americano foi chão que já deu uvas, das boas é certo, mas em matéria de direitos e liberdades não nos dão lições, em matéria de solidariedade e riqueza também não. Antes um euro oferecido do que um dólar agradecido!

Publicado por: ugaju às novembro 8, 2005 12:53 AM

O modelo americano continua a dar uvas, pelo menos por enquanto, a avaliar pelas estatísticas.
E já há 40 anos que dizem que vai deixar de dar uvas.

Publicado por: Novais de Paula às novembro 8, 2005 01:14 AM

Por outro lado, os pobres correspondem ao último quintil (os 20% mais pobres) isso confere à afirmação que "em Portugal 40% da população tem segunda habitação" um disparate. Essa 40% não está nos 20% mais pobres.

Publicado por: Novais de Paula às novembro 8, 2005 01:16 AM

Os indicadores nada dizem quando a gente não quer acreditar neles para não pôr em risco as nossas convicções políticas

Publicado por: Novais de Paula às novembro 8, 2005 01:17 AM

Os factos são um empecilho muito chato

Publicado por: AJ Nunes às novembro 8, 2005 01:20 AM

OS números e OS factos:

http://www.usatoday.com/news/washington/2005-08-30-census-poverty_x.htm

É certo que o USA Today é o órgão central do partido comunista americano e que as estatísticas do Bureau do Censo foram manipuladas por um agente chinês (há que estar a la page com Hollywood) infiltrado, mas lá que são NÚMEROS e FACTOS muito interessantes, lá isso são.

Publicado por: (M) às novembro 8, 2005 02:03 AM

Diz a Joana: «41% dos pobres americanos têm casa própria»

Olha que grande coisa! 97,23% dos pobres da Cova da Moura também têm casa própria...

Publicado por: (M) às novembro 8, 2005 02:05 AM

Joana

Importa-se de me informar sobre a fonte daquelas percentagens de carros e outras que os americanos pobres têm?

É só por uma questão de estatística...

Publicado por: (M) às novembro 8, 2005 02:10 AM

Receita NeoLiberal:

La croissance chilienne est stimulée par les réformes menées depuis trente ans
LE MONDE | 07.11.05 | 16h21 • Mis à jour le 07.11.05 | 16h21

Dans un continent économiquement convalescent, le Chili affiche une très belle santé. "Le Chili continue d'enregistrer d'excellents résultats économiques, sous la houlette avisée des autorités, note l'Organisation de coopération et de développement économiques (OCDE) dans une étude publiée vendredi 4 novembre. Cette saine gestion macroéconomique est maintenant confirmée et reconnue, et le Chili est le seul emprunteur souverain en Amérique latine, en dehors du Mexique, à jouir d'une cote de crédit "qualité investissement". Cet aspect ne doit pas être sous-estimé."

Le produit intérieur brut (PIB) devrait croître d'environ 6 % en 2005, après 6,1 % en 2004, ce qui avait constitué la meilleure performance depuis sept ans.

"L'économie chilienne se redresse vigoureusement depuis la fin du ralentissement observé durant la période 1998-2003", observe l'OCDE. Le Chili est en passe de renouer avec l'expansion extrêmement rapide qu'il avait connue lors de "son âge d'or", selon l'expression de l'OCDE. Au cours des vingt-quatre dernières années, le PIB chilien a augmenté de 5,2 % par an, et même de 8,3 % durant la période 1990-1997.

Selon la mission économique du Trésor français au Chili, "ces bons résultats sont largement imputables aux réformes structurelles libérales mises en place à partir des années 1970 : privatisations, dérégulation, modernisation des marchés de capitaux, indépendance de la banque centrale, réforme de la législation du travail et de la prévoyance sociale". Des réformes qui ont permis une grande ouverture de l'économie sur l'extérieur et une spécialisation de la production dans des secteurs où le pays dispose d'avantages comparatifs (cuivre, produits de la mer, vins, etc.).

DES FINANCES PUBLIQUES SAINES

Le dynamisme économique a aussi permis au Chili une élévation rapide du niveau de vie. Le PIB par habitant est passé de 2 340 dollars en 1990 à plus de 5 000 dollars (4 230 euros) en 2004. En dépit de cette progression, "le revenu par habitant corrigé de la parité des pouvoirs d'achat représente actuellement moins de 40 % de la moyenne dans la zone OCDE et moins de 30 % de celui des Etats-Unis, ce qui laisse encore une ample marge de rattrapage du point de vue des niveaux relatifs", soulignent les experts de l'OCDE.

Pour ces derniers, "la gestion macroéconomique est exemplaire", notamment en matière budgétaire : "Les finances publiques sont particulièrement saines, assurant la résistance de l'économie aux chocs."

La politique budgétaire est guidée par la règle de l'excédent structurel qui exige un excédent de 1 % du PIB après correction des effets sur les finances publiques du cycle de l'activité et des fluctuations des prix du cuivre. Après un solde positif de 2,2 % du PIB en 2004, le budget chilien devrait dégager un excédent de l'ordre de 3 % cette année. Résultat : la dette publique nette consolidée est revenue à moins de 6 % du PIB en 2004, contre près de 34 % en 1990.

"La règle de l'excédent n'est pas remise en cause par les trois candidats à l'élection présidentielle", qui se tiendra en décembre note la mission économique du Trésor, même si l'approche du scrutin a "ralenti le rythme des réformes".

Le bilan des réformes effectuées au cours des dernières années est jugé positif, "même si le deuxième volet du programme de modernisation économique 'agenda pro crecimiento' a pris du retard" : recul réel de l'extrême pauvreté (qui touche encore environ 73 000 personnes, soit 4,7 % de la population), développement important des placements étrangers dans les fonds de pension chiliens ­ de 6 milliards de dollars fin 2002 à 16 milliards fin 2004, installation au Chili de plusieurs états-majors régionaux de multinationales (Nestlé, Unilever, Akzo Nobel).

L'élection présidentielle ne devrait pas stopper la tendance à la réforme. "Le consensus de la classe politique dans son ensemble en matière d'orientation économique et fiscale n'est pas surprenant , note la mission. Malgré une distribution encore extrêmement inéquitable des richesses produites et la subsistance d'inégalités préoccupantes, l'option chilienne dans le commerce mondial, la discipline budgétaire et fiscale tout comme la mise en oeuvre de réformes structurelles de fond ont permis d'enregistrer des avancées substantielles, tant sur le plan économique que social."
Pierre-Antoine Delhommais

http://www.lemonde.fr/web/article/
0,1-0@2-3222,36-707296,0.html

Publicado por: lucklucky às novembro 8, 2005 02:21 AM

Eu acho é que devíamos adoptar o modelo económico do vaticano: descobri hoje que o papa usa sapatos "Prada"!! Eis o modelo ideal: mesmo depois de tantas obras de beneficiência, de tantas ajudas aos pobrezinhos, ainda sobra dinheiro para sapatos Prada! E não me parece que a sua situação económica esteja em vias de entrar em declínio... !!!!!!!!!!!!!!!

Publicado por: Prozac às novembro 8, 2005 02:33 AM

Novais de Paula:

O seu "brilhante" argumento deve ter sido usado muitas vezes para adiar a resolução dos problemas da ponte de entre-os-rios.

Imagino mesmo, nos meandros da burocracia, alguém a comentar: "epá, aqueles engenheiros queixam-se daquilo há séculos, e nunca deu problemas".

Antes da crise de 1929, antes de muitas crises que ocorreram, deve ter havido muito quem avisasse.

Os EUA importam muito mais do que exportam, faz MUITOS anos. Não é preciso ser um génio para saber que essa situação não é sustentável. No entanto, quem percebe destas coisas já se entreteve a fazer estudos. Antes sabia-se que a situação não era sutentável, e que se a tendência não fosse invertida, "a bolha havbia de rebentar". Hoje já se sabe que isso vai acontever, que vai ser em breve, e a questão é saber QUANDO.

Recomendo o seguinte texto: "Will the Bretton Woods 2 Regime Unravel Soon? The Risk of a Hard Landing in 2005-2006" autores: Nouriel Roubini Stern School of Business New York University, NBER and CEPR e Brad Setser Research Associate Global Economic Governance Programme, University College, Oxford University.
A tese defendida é que a crise baterá à porta dos EUA em 1, 2 anos.

Publicado por: Alfredo às novembro 8, 2005 03:23 AM

Seria normal que a Joana tivesse razão: afinal, nos EUA existe muito mais petroleo, recursos naturais, espaço físico (muito menos densidade populacional). Além de terem mais recursos, os EUA estão a adiar uma crise demográfica que já se abate sobre a Europa, cuja economia está a sofrer as dores de crescimento de uma metamorfose de uma sociedade que cresce para uma sociedade equilibrada onde a população está estável.

Além disso, os EUA importam muito mais do que exportam devido às políticas do Banco Central Chinês, que prejudicam a Europa, de manter a sua moeda artificilmente baixa face ao dolar para encorajar as exportações chinesas. O Japão faz o mesmo. Esta situação não é sustentável, e quando isto acabar (dentro de 1, 2 anos) os EUA vão sofrer uma crise puxadita. Enquanto tal não se sucede, o seu bem-estar material é mais elevado.

Por isto tudo, seria normal que, nos EUA, os pobres vivesse agora muito melhor que na UE. Pelo menos seria o que se sucederia se os EUA tivesse um modelo de organização social tão bom como o tão criticado "modelo social Europeu". Mas não é isso que se sucede.

Nos EUA a mortalidade infantil é muito maior que na Europa. A quantidade de homicídios é GIGANTESCAMENTE superior. Os problemas de discriminação racial são mais graves, etc...
Não sei se os pobres americanos têm mais frigoríficos que os franceses, os números da Joana não mostram isso. Mas há muitos números que não deixam dúvidas: os pobres vivem melhor na França que nos EUA. Aliás, não só os pobres, mas a população em geral.

Publicado por: Alfredo às novembro 8, 2005 03:33 AM

Bom dia (corujinha afinal onntem só foi mesmo meio, porque fiquei com sentimentos de culpa hepáticos e achei que era melhor não contribuir para corromper a juventude já que temos um PM Sócrates e isto ainda pode virar para a impiedade:::)

"o mercado que premeia os mais aptos (não necessariamente os mais fortes ou mais inteligentes)", Joana acho que está na altura de substituir "aptos" por "adaptados", esse equívoco que tem tido consequências perversas na nossa relação entre pessoas. O "survival of the fittest" Spenciariano e depois adoptado por Darwin, releva de uma dimensão de contexto, em que penso que "adaptado" é a palavra mais próxima.

Por exemplo há 10 anos eu coordenei meia dúzia de EIA sobre florestações com eucalipto. Eram considerados os melhores mas tinham um grave problema: eu não deixava que a % de eucalipto excedesse cerca de 40% por razões justificadas, mas isso fazia com que o cliente (as celuloses) achassem que os meus EIA saíam muito caros, não no preço em si, mas na TIR. Ora era suposto eu atender aos desejos do cliente, só que não me adaptei a essa idéia, quando confrontada com a minha responsabilidade ética face à preservação dos recursos genéticos e paisagísticos. Deixei de ser convidado a coordenar EIAs, e ainda bem.

Sou portanto um menos adaptado.

Mas não sou menos apto porque faço as coisas de outra maneira e arranjo um virote num instante, se me sobe uma coisa vermelha, como aqui na minha terra quando iam deitar abaixo um pinhal manso centenário...

E por outras razões, é claro.

Publicado por: py às novembro 8, 2005 08:28 AM

Publicado por: ugaju às novembro 8, 2005 12:53 AM

Porquê, porque importam magrebinos para fazer o que eles não querem fazer?

Esta é a frase chavão de toda a esquerda, esquecendo que ninguém "importa" ninguém. O que acontece é que milhares de infelizes procuram a todo o custo saírem das suas terras para irem viver para aquilo que eles consideram o paraíso.

Cabe aqui perguntar de quem é a culpa.

De quem os exporta, ou de quem os recebe e que recebendo-os, construindo casas para eles viverem, criando o Rendimento Mínimo, promovendo generosos subsídios e deixando que mantenham todos os seus traços culturais e étnicos os transforma em “jovens” irritados?

Mas compreendo, está é uma questão que não se deve pôr.

Publicado por: Sou novo nisto às novembro 8, 2005 08:53 AM

.. além de que adorei a Marilyn e o Monty nos Inadaptados. E o cavalo. Lá o canastrão do adaptado Clarck Gable é que não.

Publicado por: py às novembro 8, 2005 09:04 AM

Sou novo nisto às novembro 8, 2005 08:53 AM

Deves por sim, para a gente se lembrar...

Se calha os ucranianos ou mesmo os brasileiros se porem a lixar os tugas cá dentro, vão ver o baile dado por um de esquerda politicamente incorrecto.

Publicado por: py às novembro 8, 2005 09:07 AM

Clarck? Acho que isto não está bem... Mas corrijam vocês que a mi no me gusta los canastrones adaptados.

Publicado por: py às novembro 8, 2005 09:08 AM

O défice público tem pouca importância para avaliar o estado de uma economia. Não sei porque é que a Joana o coloca aqui. Muito mais relevante é o défice comercial. Isso é que mostra se a prosperidade de uma economia é genuína, ou se é obtida apenas a crédito.

Sugiro à Joana que acrescente a estes três gráficos um com o défice comercial, como percentagem do PIB, para cada um dos países.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 8, 2005 09:37 AM

O PIB em paridade de poder de compra é uma curiosa invenção que serve para mascarar a falta de competitividade internacional de uma economia. Se uma economia é internacionalmente pouco competitiva, a sua moeda perde valor. Internamente os cidadãos podem continuar a ter grande poder de compra de produtos nacionais, mas internacionalmente perdem poder de compra. É o que se tem passado com os EUA, e é por isso que os economistas que gostam dos EUA apresentam sempre as estatísticas para este país em termos do PIB ppp, e não do PIB simples. Os americanos têm grande poder de compra para os serviços que eles próprios produzem. No entanto, em termos de trocas internacionais de bens industriais, perdem sistematicamente na competição com os outros países. Por isso a sua moeda tem uma tendência de longo prazo para a desvalorização - tendência que mesmo assim é muito atenuada pelo facto de o dólar servir de moeda de refúgio para muitas fortunas, e por isso não perder tanto valor quanto deveria em termos de uma economia puramente clássica.

Sugiro à Joana que acrescente a estes três gráficos um outro com a evolução do PIB per capita dos países, sem o processamento ppp.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 8, 2005 09:43 AM

No Alaska toda a gente tem frigorífico. Por isso os pobres se sentem felizes.
A propósito: como se mede a felicidade dos pobres?

Publicado por: Senaquerib às novembro 8, 2005 09:46 AM

Ora um físico colocou uma questão pertinente, diria mesmo fundamental.

Publicado por: py às novembro 8, 2005 09:58 AM

além de que é preciso não esquecer que a economia dos EUA só se aguenta a fazer guerra no exterior, o que é internalizado no PIB não sei como, mas será nalguma proporção significativa.

Publicado por: py às novembro 8, 2005 10:00 AM

Nota: Dados sobre o PIB para os países da UE e outros países desenvolvidos, ver:
http://semiramis.weblog.com.pt/arquivo/2005/06/sisifo_e_o_esta_1.html

Publicado por: Joana às novembro 8, 2005 10:12 AM

Números relacionando o peso do Estado e o desenvolvimento
http://semiramis.weblog.com.pt/arquivo/2005/06/sisifo_e_o_esta_3.html

e os links indicados neste post

Publicado por: Joana às novembro 8, 2005 10:14 AM

Publicado por: py às novembro 8, 2005 09:07 AM

Não consegui perceber nada do que escreveu.
Não se importa de ser um pouco mais claro.
Não me trate por tu, não sou comunista e só os kamaradas é que usam esses termos.

Publicado por: Sou novo nisto às novembro 8, 2005 10:16 AM

Luís Lavoura às novembro 8, 2005 09:43 AM:
Você, ao falar de coisas das quais não percebe, cheio de pretensões, não tem ideia do sentido do ridículo. O PIB corrigido em termos de paridade de poder de compra é a única forma de comparar o rendimento real, per capita, dos diferentes países.
O PIB a preços constantes não é suficiente, porque o custo de vida varia entre países.
É óbvio que se refere a todos os produtos, nacionais e internacionais, pois o mercado está globalizado.
Tudo o que você escreve é um rosário de palavras insensatas

Publicado por: Joana às novembro 8, 2005 10:19 AM

Sou novo nisto às novembro 8, 2005 10:16 AM

Com certeza. Não o tratarei aliás por nada.

Publicado por: py às novembro 8, 2005 10:24 AM

Joana às novembro 8, 2005 10:19 AM

Agradeço os gentis cumprimentos, aos quais aliás, da sua parte, já estou habituado. Esses cumprimentos, no entanto, em nada acrescentam à produtividade da discussão.

Já tinha percebido que o PIB ppp serve para eliminar as diferenças de preços internos entre os países. Só que, já reparou: se o PIB ppp fosse usado para verificar a prosperidade de Portugal entre 1975 e 1995, todos os efeitos relacionados com a desvalorização da moeda ficavam camuflados. E ficava, em particular, camuflada a falta de competitividade da indústria nacional. Ficava camuflado o facto de um português, quando ia ao estrangeiro, verificar que a sua divisa cada vez valia menos em comparação com as outras.

O PIB ppp contem uma parte da verdade, e é útil. Mas não chega. O PIB em si mesmo também é útil.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 8, 2005 10:25 AM

De qualquer forma, reitero o meu pedido de que acrescente dois gráficos: um com o PIB per capita, e outro com o deficit comercial, dos diferentes países em função do ano. Penso que serão gráficos úteis.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 8, 2005 10:28 AM

Pergunto também à Joana se os economistas, quando analisam a situação económica da Índia, do Burkina Faso, ou da Papua-Nova Guiné, utilizam o PIB ppp, ou utilizam o PIB per capita simples. Eu tenho a impressão de que utilizam sempre o PIB simples.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 8, 2005 10:30 AM

plim

Publicado por: py às novembro 8, 2005 10:42 AM

Numa discussão quando o putativo adversário se vai embora, aproveita e cita Jean de La Fontaine, que ainda por cima está na moda:

"C'est double plaisir de tromper le trompeur"

Publicado por: Agora mais velhinho às novembro 8, 2005 10:49 AM

Não percebo. Então se houver desvalorização da moeda, os preços de todos os produtos importados não aumentam e não há perda de poder de compra?
Se os preços dos bens de invetsimento aumentarem, esse aumento reflecte-se me toda a economia.
Onde é que esses efeitos estão camuflados?

Publicado por: soromenho às novembro 8, 2005 10:50 AM

soromenho às novembro 8, 2005 10:50 AM

Claro que há perda de poder de compra se os preços dos bens importados aumentam. Mas essa perda é marginal se a maior parte daquilo que a população desse país compra são serviços (e não bens industriais) produzidos no próprio país. Ora, a maior parte da economia moderna consiste em serviços.

É para mim claro que o PIB ppp é uma medida melhor do bem-estar económico do que o PIB simples. Mas, não obstante, o PIB simples é útil, na medida em que exibe, por confrontação com o PIB ppp, o estado da competitividade internacional dos bens produzidos num país.

Eu a mim em nada me interessa o preço de um advogado em Los Angeles, de uma radiografia em Cleveland, de um restaurante em Seattle. Interessam-me tanto como os preços desses bens em Mumbai, Hyderabad e Ahmedabad. Interessa-me saber se os produtos da economia americana têm, quando confrontados com produtos idênticos oriundos de outras economias, competitividade.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 8, 2005 11:05 AM

A maior parte da economia moderna consiste em palavriado fútil.
O vento faz o resto.

Publicado por: Senaquerib às novembro 8, 2005 11:31 AM

E realmente não se percebe o que é que haveria a perder se fosse colocado o gráfico do défice comercial.

A não ser colocar em causa algumas conclusões da Joana. Os factos concretos, esses empecilhos...

Publicado por: Alfredo às novembro 8, 2005 11:35 AM

Luís Lavoura às novembro 8, 2005 11:05 AM: Você está completamente a Leste disto.
A compra de um apartamento: A principal componente dos custos do cimento, materiais de barro vermelho, etc., é o fuel e energia, que são importados. Os equipamentos (cuja amortização entra para o custo) são importados, etc., etc.
Automóveis: são importados
Electrodomésticos: são importados;
Radiografias são feitas com equipamentos que são importados.

Por sua vez, mesmo o seu barbeiro, em face do aumento dos preços de todos estes produtos, acaba por lhe aumentar também o preço do corte.

Publicado por: soromenho às novembro 8, 2005 11:40 AM

Joana:

Com todo o respeito, neste seu post fala-se muito em números e em teorias que poucos dominam...apesar de interessantes.

Quando é que a Joana vai falar nos 12 milhões de euros do caso Eurominas?

Será que este número é demasiado pequeno para aqui ser falado? Ou o assunto não interessa...

Publicado por: Cácá às novembro 8, 2005 11:40 AM

Os economistas liberais gostam, com alguma razão, de comparar o Estado a uma família, para explicar que o deficit orçamental do Estado deve ser eliminado ou que, em todo o caso, um Estado não pode viver muitos anos com um elevado deficit orçamental.

No entanto, alguns deles já não gostam de fazer a identificação, talvez muito mais intuitiva, de um país a uma família, para denunciar que um país não pode viver longos anos com um elevado deficit comercial, que um deficit comercial deve ser eliminado.

Isto é curioso. A mim se me disserem que todos os portugueses formam uma grande família, eu acho isso minimamente aceitável, intuitivo. Se me disserem que todos os funcionários do Estado português - médicos, professores, secretárias, motoristas, etc - constituem uma grande família, considero isso ridículo.

Certamente que, para avaliar da sanidade da economia de um determinado país, é muito mais importante estudar o deficit comercial desse país, do que estudar o deficit do subsetor Estado desse país.

Aparentemente, a Joana não pensa o mesmo.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 8, 2005 11:46 AM

Soromenho:

Se fosse dessa forma, pouca diferença existiria entre o PIB per capita simples e o PIB ppp.

E o Luís tem muita razão quando diz que imensas vezes, em termos de comparação, neste blogue e em muitos outros sítios, é usado o PIB per capita simplesmente.

Eu acho que não há nada a perder em pôr ambos os gráficos, mas acho que a falta do gráfico do défice comercial é muito mais gravosa.

Publicado por: Alfredo às novembro 8, 2005 11:49 AM

soromenho às novembro 8, 2005 11:40 AM

Não soromenho, Você é que parece estar completamente a leste da economia real. Se Você tentar por exemplo construir uma moradia, rapidamente perceberá que metade daquilo que gasta é em mão-de-obra. Gasta em mão-de-obra tanto como gasta em tijolos, cimento etc.

Tente fazer qualquer reparação em sua casa (e.g. substituir uma janela de alumínio por uma em PVC, de muito maior qualidade), e verá.

Bom seria, de facto, para o ambiente de todos nós, que o fuel fosse o maior custo de qualquer coisa. Mas não é. O trabalho é, nos países desenvolvidos - certamente nos EUA - o maior custo.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 8, 2005 11:51 AM

O Luís Lavoura está a utilizar uma velha táctica: lançar a confusão indo buscar indicadores que nada têm que ver com o assunto discutido. Que interesse têm comparações de PIB absoluto (sem o purchasing power parity) na comparação dos níveis de riqueza/pobreza das populações? Só para turistas.

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 8, 2005 11:52 AM

Economia dos EUA Vs Alemanha
1990 3.7:1
2005 5 :1


"A quantidade de homicídios é GIGANTESCAMENTE superior."

Gigantescamente não chmaria por que senão não tinhas qualificativos para muitos outros países
A taxa de assassínios é o dobro dos países europeus.
Mas a taxa de crimes roubo, assaltos etc é um pouco menor que a media europeia. Por exemplo Suécia ou Inglaterra.

Não sei se isto quer dizer que os criminosos se matam uns aos outros ou se as pessoas se defendem de roubos a tiro ao contrário da Europa.
A terrível verdade para nós é que a taxa de crimes desde os anos 70 tem vindo a baixar nos EUA
mas na Europa ao contrário, tem vindo a subir desmesuradamente.

Publicado por: lucklucky às novembro 8, 2005 12:56 PM

Acho piada a malta que não concorda com os números (ou não concorda que eles sejam mostrados) depois pedir outros números.

Porque é que não vão à procura deles?

Publicado por: Salema às novembro 8, 2005 01:26 PM

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 8, 2005 11:51 AM

"Tente fazer qualquer reparação em sua casa (e.g. substituir uma janela de alumínio por uma em PVC, de muito maior qualidade), e verá."

Caro Luís Lavoura, alegra-me vê-lo insensível aos slogans da Greenpeace que apelida o PVC de polímero demoníaco. O PVC é quase 50% cloro (em peso), ao contrário de outros polímeros como o PP, PE, PS que são quase 100% petróleo. E o PVC numa janela, é uma excelente opção em termos de ciclo de vida.

(Não se trata de um comentário irónico).

Publicado por: diogenes às novembro 8, 2005 01:50 PM

pois eu acho bem:

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=200529

Publicado por: py às novembro 8, 2005 02:05 PM

Pois eu acho esta (Temos de combater o oportunismo e o chico-espertismo que degradam a nossa oferta e minam a nossa credibilidade. Combater os protagonistas do chamado lucro fácil e imediato») um bocado dura para o Louçã.

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 8, 2005 02:11 PM

:)

Publicado por: py às novembro 8, 2005 02:16 PM

diogenes às novembro 8, 2005 01:50 PM

Não sou insensível aos slogans da Greenpeace. Simplesmente, não conheço caixilharia com melhor performance - em termos de isolamento - que a de PVC. Se conhecesse uma que tivesse performance idêntica ou melhor, e preço não muito mais alto, compraria. Se me souber dar sugestões de caixilharia alternativa (incluindo fornecedores e assentadores de confiança), agradeço.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 8, 2005 02:33 PM

Na Amazónia, todos os pobres têm aquecimento central permanente e à borla, graças à política social.

Publicado por: Senaquerib às novembro 8, 2005 02:35 PM

Em Portugal só os políticos (& amigos) são insiders. Os outros que se amanhem.

Publicado por: Senaquerib às novembro 8, 2005 02:38 PM

la Revolution?

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1238121&idCanal=16

Publicado por: py às novembro 8, 2005 02:48 PM

kapikua

Publicado por: py às novembro 8, 2005 02:49 PM

Publicado por: py às novembro 8, 2005 02:48 PM

Cuidado com o que desejas. Pode ser que aconteça...

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 8, 2005 02:51 PM

Falta saber se eles têm forças e vontade para forçar o recolher obrigatório ou se é só mais uma pretensão
tipica dos Politicos Europeus.

Publicado por: lucklucky às novembro 8, 2005 03:08 PM

Isto não tem muito a ver com este tema mas serve para esclarecer alguns e derrubar alguns mitos.

Dados da Revista Exame:
Orçamento da Presidência da República Portuguesa: * 2004 - 13 050 000 €
* 2005 - 13 325 000 €

orç. Casa Real Espanhola:

Previsto 2006 - 8 048 510 €

Publicado por: Braveman às novembro 8, 2005 03:09 PM

Também gastamos mais com alunos etc etc etc.
Mas cuidado com essa comparações muitas vezes há competencias diferentes.

Publicado por: lucklucky às novembro 8, 2005 03:45 PM

Segundo uma testemunha luso-descendente “a polícia actuou, desde o início, de forma provocatória e a resposta não se fez esperar. Dizia ele que viu a polícia a invadir os bairros, com arrogância, fazendo barulho desmedido, (chegaram, claro, a atacar uma mesquita) o que teve como resposta, após a passagem da polícia, os actos de vandalismo”. Esta lógica de acção/reacção “espontânea” não colhe. A reacção foi instrumentalizada!
Tal como na economia selvagem se conseguem resultados pela aplicação de impulsos de capital em pontos fulcrais, também na manipulação de massas e de grupos sociais a técnica é idêntica – Usa-se hábilmente o vandalismo e a violência para atingir a prossecução de interesses ocultos. No imediato os dividendos vão direitinhos para Sarkozi e para a extrema-direita que pretende retirar “Direitos Humanos” adquiridos a vastas camadas das classes médias, naquilo que é actualmente a politica assumida da Direita Europeia pela tentação autoritária. As próprias populações sentindo-se inseguras virão pedir a ditadura. É dos livros.

Publicado por: xatoo às novembro 8, 2005 04:41 PM

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 8, 2005 11:51 AM

tambem voçe esta enganado , o custo de uma casa é 20% materiais e 80% mão de obra e brucracia .

claro que se preferir torneiras em ouro a inox , granito azul bebe com manchas rosa choque do brasil a granito nacional e outros luxos , consegue facilmente equilibrar o custo , materiais /mao de obra .

Joana , escreva antes sobre as diferenças entre a classe média europeia e a americana . eu sou um egoista que se esta a cagar tanto para ricos como para pobres , o que quero é um governo que defenda a minha classe social , como sabe toda a classe politica portuguesa não quer saber da qualidade de vida da esmagadora maioria da população , a CLASSE MÈDIA . é por isso que lhe pesso por favor , que nos diga qual a classe média que vive melhor , a europeia ou a americana ? não quero saber se os pobres são mais pobres aqui ou lá , se os ricos são mais ricos aqui ou alem , pobres são pobres em todo o lado , mas os ricos em portugal são intocaveis , enquanto que na america volta não volta são julgados e (incrivel ) condenados , isto nunca aconteceu em portugal e dificilmente acontecera , pois todos sabemos como são integros e incorruptiveis os nossos ricos .
Deixe a defesa dos pobres e o ataque aos ricos para a esquerda . é que estou a ficar mesmo muito preocupado com a pobreza da nossa classe media e ninguem fala disso , só falam dos pobres (cada vez são mais) e dos ricos (cada vez mais ricos ) , fds as minorias , bora lá falar da maioria , os pobres teem o rendimento minimo , saude .... os ricos são intocaveis ... e a classe media ? (até parece que não existe ...)

Publicado por: jojo às novembro 8, 2005 04:45 PM

Lucklucky:

"Gigantescamente não chmaria por que senão não tinhas qualificativos para muitos outros países
A taxa de assassínios é o dobro dos países europeus."

Philippines___________1996___________16.20
Taiwan________________1996____________8.12
N._Ireland____________1994____________6.09
United_States_________2000____________6.1_
Argentina_____________1994____________4.51
Hungary_______________1994____________3.53
Finland_______________1994____________3.24
Portugal______________1994____________2.98
Mauritius_____________1993____________2.35
Israel________________1993____________2.32
Scotland______________1994____________2.24
Canada________________1996____________2.1_
Slovenia______________1994____________2.01
Australia_____________1994____________1.86
Singapore_____________1994____________1.71
France________________1998____________1.64
South_Korea___________1994____________1.62
Italy_________________1998____________1.54
Australia_____________1998____________1.5_
New_Zealand___________1993____________1.47
Belgium_______________1990____________1.41
England_and_Wales_____1998____________1.30
Sweden________________1993____________1.30
Denmark_______________1993____________1.21
Germany_______________1998____________1.18
Austria_______________1994____________1.17
Greece________________1994____________1.14
France________________1994____________1.12
Netherlands___________1994____________1.11
Switzerland___________1998____________1.06
Kuwait________________1995____________1.01
Norway________________1993____________0.97"

Enfim... 6.1/1.12 = 5.44 > 2

Os factos, esses empecilhos...

Publicado por: Alfredo às novembro 8, 2005 04:55 PM

A classe média, nos EUA, tem de viver com uma taxa de assassínios um pouco superior à francesa (5 vezes maior...) e à europeia.

Mas têm mais poder de compra.

Eu suponho que, ponderados vários factores, a classe média na Europa vive melhor que a dos EUA. Mas entendo que isso possa depender daquilo que cada pessoa valoriza na vida.
Que importância dão ao lazer, à segurança, à liberdade, ao poder de compra, à saúde, etc...

Publicado por: Alfredo às novembro 8, 2005 05:05 PM

A mensagem anterior é para responder ao jojo.

Publicado por: Alfredo às novembro 8, 2005 05:06 PM

Pedro Oliveira às novembro 8, 2005 02:51 PM

Pedro eu nessa já não caio, desde que aprendi que os deuses quando nos querem castigar concedem-nos os nossos desejos. Claro que isto só se aprende na nossa vida, à nossa custa. Todos os dias treino não-desejar, sobre as coisas importantes, ainda me perdôo os pecadilhos, a não ser um desejo difuso de votos de felicidades para Gaia. O resto sou eu a comentar, mais tipo repórter do mundo, com um niko de grilinho falante, etc.

Publicado por: py às novembro 8, 2005 05:11 PM

Esses números não têm grande significado. Em primeiro lugar referem-se a períodos muito diversos e segundo já li diversas vezes, a criminalidade nos EUA tem diminuido ao contrário da Europa.
Em segundo lugar, quem é a principal vítima da criminalidade são os habitantes das zonas problemáticas e não a classe média.

E 3º lugar esses números devem estar falsificados. Não acredito que a criminalidade em Portugal, em 1994, fosse quase o dobro da da França, Itália, Reino Unido, etc.

Publicado por: Surpreso às novembro 8, 2005 05:13 PM

...onde andará o corujinha?

Publicado por: py às novembro 8, 2005 05:13 PM

Surpreso: Talvez não. Eu abandonei a actividade em 1995.

Publicado por: Coruja às novembro 8, 2005 05:16 PM

A oferta criminal caiu muito depois. Coisas do mercado ...

Publicado por: Coruja às novembro 8, 2005 05:17 PM

Publicado por: Alfredo às novembro 8, 2005 04:55 PM

Isso é a taxa de assassínios ou de criminalidade? E já agora, que tal indicar uma fonte... É habitual, na Internet, quando não se tratam de opiniões.

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 8, 2005 05:24 PM

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 8, 2005 02:33 PM

No inicio dos anos 90 o PVC foi atacado como um produto demoníaco, como as garrafas de água eram de PVC, foi proíbida a venda de garrafas de água de plástico numa série de locais (tudo tinha começado com uma medida proteccionista suiça contra as águas engarrafadas francesas e importado depois como medida amiga do ambiente por quase toda a Europa, um camião que transporta garrafas de plástico com água - transporta em peso 98% de água; um camião que transporta garrafas de vidro com água - transporta em peso 48% de água, isto encarecia o ataque das águas francesas ao mercado suiço) desta guerra o PVC apanhou uma fama negativa que o levou a perder o mercado das águas, dos brinquedos, e muito mais... em alguns casos, infelizmente.

Publicado por: diogenes às novembro 8, 2005 05:53 PM

Data antiquada nos EUA está 5.5 por 100000 e os dados estão de certeza errados para Portugal Vs outros países da Europa
além disso não percebo a tua média Europeia que raio de contas fizeste?
Pena os tipos da Interpol agora terem fechado os dados do crime internacional só para agentes da ordem. Penso que ainda tenho algures um PDF de 2002 ou 2003 com todos vou ver se ainda encontro.

Publicado por: lucklucky às novembro 8, 2005 06:20 PM

Dados para 2000
Data from Table 1.1 of
"International Comparisons of Criminal Justice Statistics 2000."

2000. World
Homicide Rates.
Descending order

50.14 South Africa
21.40 Russia (1999)
10.00 Lithuania
_9.94 Estonia
_6.22 Latvia
_5.64 U.S.A.
_2.94 Spain
_2.86 Finland
_2.84 Northern Ireland
_2.72 Czech Republic
_2.65 Slovakia
_2.58 New Zealand
_2.50 Romania
_2.31 Turkey (1999)
_2.23 Poland
_2.11 Scotland
_2.04 Hungary
_1.97 Sweden
_1.81 Australia
_1.79 France
_1.76 Canada
_1.61 England & Wales
_1.54 Belgium
_1.50 Greece
_1.48 Ireland (Eire)
_1.42 Netherlands
_1.42 Italy
_1.41 Slovenia
_1.24 Portugal
_1.17 Germany
_1.10 Japan
_1.09 Norway
_1.09 Denmark
_1.06 Malta
_1.01 Austria
_0.96 Switzerland
_0.60 Cyprus
_0.23 Luxembourg

http://www.angelfire.com/rnb/y/homicide.htm

onde também tem a estatística que o Alfredo apresentou...

Publicado por: lucklucky às novembro 8, 2005 06:26 PM

Thanks!

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 8, 2005 06:35 PM

Surpreso:

"quem é a principal vítima da criminalidade são os habitantes das zonas problemáticas e não a classe média"

De acordo. Foi nesse contexto que os mostrei.

Mas obviamente que a classe média também é afectada por essa realidade, embora menos.


Quanto à "falsificação" dos dados, por mais estatísticas que se façam, há evidências que não podem ser desmentidas.

O Lucklucky, que não é propriamente o maior defensor do "modelo social europeu" apresentou valores diferentes nos quais novamente se destaca a elevada taxa de assassínios nos EUA.

Publicado por: Alfredo às novembro 8, 2005 06:54 PM

Pedro Oliveira:

Tratava-se da taxa de assassínios.
Estou noutro computador, portanto não tenho aqui a fonte, mas a esse respeito veja os valores do lucklcky que ilustram a mesma realidade, a este respeito.

Publicado por: Alfredo às novembro 8, 2005 06:57 PM

oops

Publicado por: py às novembro 8, 2005 06:58 PM

mais números:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=200590

Publicado por: py às novembro 8, 2005 06:58 PM

Isso é o que o Eugénio Rosas diz...

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 8, 2005 07:05 PM

lucklucky:

Obrigado pelos dados que mostrou. Eles ilustram aquilo que eu afirmava. Quando fiz o quociente comparei com França, já que este artigo considera-o um estado "exempleficativo" do "modelo social europeu".

De qualquer forma, se considerarmos a zona Euro (+ Suécia e Dinamarca), onde existe "modelo social Europeu", então chegamos à conclusão que defendi: as taxas de assassínios são muito menores. Posso fazer uma média ponderada dos países deste grupo que se encontram na sua lista, mas penso que isso é óbvio a olho.

Publicado por: Alfredo às novembro 8, 2005 07:05 PM

Despedir 200,000 funcionário públicos sem indemnização nem subsídios de desemprego (uma proposta demagógica do lado da despesas) equilibrava muito mais as contas públicas que essas propostas demagógicas do lado das receitas...

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 8, 2005 07:07 PM

Pfft
Alfredo berras por que eu disse o dobro
trazes umas estatísticas maradas e fazes umas contas sem nexo e tipicamente nem sequer respondes é interpelação nem reconheces a asneira. Brilhante andámos ás voltas desde que eu disse que a taxa de assassinatos nos EUA era cerca do dobro que na Europa e lá continuamos.

Agora quanto ao crime em geral
tens aqui um estudo de victimização de modo a evitar o problema das diferentes metedologias de estatísticas.

http://ruljis.leidenuniv.nl/group/jfcr/www/icvs/

Publicado por: lucklucky às novembro 8, 2005 07:34 PM

py às novembro 8, 2005 06:58 PM:
Você já leu aqui alegorias à galinha dos ovos de ouro. Há medidas completamente cretinas cujas primeiras vítimas são quem as faz.

E ser cretino é não perceber que ao pretender aplicar certas medidas, os agentes económicos mudam os comportamentos e o resultado é, frequentemente, pior que o anterior.

Quanto à 2ª medida é inconstitucional, a menos que se refira a futuros processos de privatização. Mas aí entra o fenómeno da "galinha dos ovos de ouro", pois o número de pequenos aforristas que irão comprar acções nesses processos descerá drasticamente.

Economia não é só mandar bocas e esperar que os outros não se mexam.

Publicado por: Joana às novembro 8, 2005 07:51 PM

Relativamente às estatísticas de transacções com o exterior, torna-se difícil de as coligir. Será necessário procurá-las individualmente e agregá-las, e não tenho tempo para isso. Ainda demoraria umas horas. Provavelmente algum curioso já o terá feito e haverá na net. Desconheço.

Publicado por: Joana às novembro 8, 2005 07:59 PM

Alfredo às novembro 8, 2005 04:55 PM

hum ... para si não interesa se a maioria da população de um país vive bem ou não , se 20% da população estiver quase na miseria tambem não é grave , o que interesa é a segurança e menos homicidios .... olhe lá , não acha que a miseria acaba por resultar em violencia mais tarde ou mais cedo ?
não acha que um país que transforma a classe media em miseraveis em breve tem problemas sociais bem graves ?
não acha que só com ditaduras como a cubana é que é possivel controlar a violencia de quem não tem nada , não tem poder de compra , não tem prespectivas de futuro , só tem a segurança do estado ?
por ultimo , pensa mesmo que a classe media portuguesa vai aceitar passivamente a perda de poder de compra , até se transformar em miseravel ?

Publicado por: jojo às novembro 8, 2005 08:12 PM

Atenção, vou fazer uma colagem de duas grandes cabeças deste blog:

"Despedir 200,000 funcionário públicos sem indemnização nem subsídios de desemprego (uma proposta demagógica do lado da despesas) equilibrava muito mais as contas públicas que essas propostas demagógicas do lado das receitas...

E ser cretino é não perceber que ao pretender aplicar certas medidas, os agentes económicos mudam os comportamentos e o resultado é, frequentemente, pior que o anterior."

Publicado por: zippiz às novembro 8, 2005 08:47 PM


Há um bocado, o Dr. Louçâ afirmou às televisões, na divulgação do seu manifesto, que é contra a actual política do Governo de baixar os valores das pensões e de aumemntar a idade de reforma. Ora aí temos um defensor do estado-social tal como o conhecemos desde o fim da II Guerra, ou estamos perante mera propaganda eleitoral?

Publicado por: Cácá às novembro 8, 2005 08:50 PM

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=200586

Publicado por: zippiz às novembro 8, 2005 09:05 PM

P.f. não me falem mais em taxas, que eu tenho um problema chato com o fisco.

Publicado por: Senaquerib às novembro 8, 2005 10:02 PM

Publicado por: zippiz às novembro 8, 2005 08:47 PM

Algumas cabeças nunca me desiludem...

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 8, 2005 10:21 PM

É engraçada a frequente coincidência de temas entre o Semiramis e os editoriais do José Manuel Fernandes. Mas, desta vez, houve uma falta de sintonia ainda mais engraçada...

# : - ))


"É mais fácil encontrar alguém sem as mínimas condições de subsistência nos Estados Unidos do que na maior parte dos países da Europa. Em contrapartida, é muito mais fácil encontrar um desempregado na Europa do que nos Estados Unidos"

José Manuel Fernandes, PÚBLICO, 8-11-2005

Publicado por: (M) às novembro 8, 2005 10:33 PM

lucky, já sei que não levas a mal, isto não é chutar para o lado, é para teu bem, todos nós estamos sempre a aprender:

exemplificativo

metodologia


não te preocupes que para ran-tan-plans como eu não são uns pontapés na ortografia que impedem de ler os comentários...e diz lá ao JJ que cada um tem sua cruz...

Publicado por: py às novembro 8, 2005 10:46 PM

Pode haver coincidência mas JMFernandes percebe um bocadinho menos de Economia do que Joana.

Publicado por: zippiz às novembro 8, 2005 10:47 PM

py,
há um post no espessoOline a chegar aos 1111 !

Publicado por: zippiz às novembro 8, 2005 10:50 PM

(Joana estou com a vaga sensação que me chamou cretino indirectamente,,, vou dormir sobre isso... Corujinha a 2ª fase da experiência está concluída, com muita água 7 Fontes ao barulho, até agora dulcemente sobrevivi)

Publicado por: py às novembro 8, 2005 10:51 PM

vá, vamos todos à molhada para o bonzão...

Publicado por: py às novembro 8, 2005 10:54 PM

hihi

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=200604

Publicado por: py às novembro 8, 2005 10:56 PM

zippiz, não me deixes nervoso

Publicado por: py às novembro 8, 2005 10:57 PM

além de que isso faz-me lembrar o José Cid

Publicado por: py às novembro 8, 2005 10:58 PM

meu bonzão

Publicado por: py às novembro 8, 2005 10:59 PM

Não, py, foi ao Rosas

Publicado por: Coruja às novembro 8, 2005 11:01 PM

São Rosas, py, são Rosas

Publicado por: Coruja às novembro 8, 2005 11:02 PM

o milagre das Rosas corujinha? Porque de resto quanto a bonzões não há confusão, e já para já, tudo menos pensar-se que eu chamei bonzão ao Cid, hem? Ai meu Deus ser mal interpretado em política ainda vá, agora noutras coisas...

Publicado por: py às novembro 8, 2005 11:07 PM

Joana chama cretino a todos que têm "números" diferentes dos dela.

Publicado por: zippiz às novembro 8, 2005 11:08 PM

Joana às novembro 8, 2005 10:19 AM

O PIB corrigido em termos de paridade de poder de compra foi inventado para compensar os erros derivados da conversão das moedas nacionais em dólares, moeda de comparação internacional. Como o rendimento dos americanos é dado logo à partida em dólares, não faz sentido fazer a correcção ppc para os Estados Unidos.

Publicado por: Albatroz às novembro 8, 2005 11:44 PM

Obrigado ran-tan-plan sempre serves para alguma coisa preguiçoso! :)

Publicado por: lucklucky às novembro 8, 2005 11:54 PM

Albatroz às novembro 8, 2005 11:44 PM:
Isso não é verdade. Por exemplo, a moeda europeia é o euro, mas isso não invalida que o custo de vida seja diferente entre os países da Eurolândia. Com o PPC ajusta-se os diversos PIB's de forma a ter isso em conta.
É claro que o PIB ppc só serve para comparar o rendimento efectivo per capita entre os diferentes países.

Publicado por: Joana às novembro 9, 2005 12:35 AM

A questão não era dos números mas o que fazer com eles.

Publicado por: Coruja às novembro 9, 2005 01:17 AM

Jojo:

Eu falei em poder de compra, em bem-estar material, em saúde, em esperança média de vida, em mortalidade infantil, em liberdade e direitos civís e em montes de outras coisas. Depois também falei em assassínios.

Como foram estes os dados que contestaram (quando disse que a diferença era GIGANTESCA - e é) foi sobre estes que discuti mais. Não por ser o mais importante, mas por ser o mais contestado.

Por sinal, acho que há coisas muito mais importantes - nunca considerei a segurança a minha primeira prioridade.

Mas quando se diz algo que os outros não concordam, acabamos por ser demonizados por todas as vias, mesmo as mais absurdas.

Publicado por: Alfredo às novembro 9, 2005 02:53 AM

Joana às novembro 9, 2005 12:35 AM

A Joana é que está enganada. Para comparar o PIB per capita dos diversos países é necessário converter tudo em dólares. Para isso é preciso conhecer a taxa real de câmbio, o que se faz comparando cabazes de bens na moeda nacional com o mesmo cabaz de bens em dólares (obviamente no único país onde o dólar é moeda nacional, os EUA). A taxa real de câmbio é dada pela equiparação dos valores, na moeda nacional e em dólares, desse cabaz de bens. É a partir daí que se faz a determinação do PIB ppc. Como o cabaz de bens americano já é avaliado em dólares, não há correcções a fazer e não se pode calcular o PIB ppc americano. É claro que diferentes cabazes de bens e serviços darão factores de correcção diferentes, o que torna o método pouco fiável.

Publicado por: Albatroz às novembro 9, 2005 09:04 AM

eu bem me parecia que ouvia uns resfolegos nocturnos, quando ando para lá com o Morfeu. O Jolly precisava de desabafar...tens-lhe dado aveia suficiente? É que de facto ele é que te carrega e não me perdoa por isso...

Publicado por: py às novembro 9, 2005 09:09 AM

Publicado por: Albatroz às novembro 9, 2005 09:04 AM

Claro que se pode calcular o PIB ppp dos Estados Unidos em dólares. Trata-se apenas de um caso especial em que não existe a necessidade de efectuar grandes cálculos, basta multiplicar os preços por 1.

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 09:13 AM

Tão xato, ando há meses a ver quando é que chegam numeros em que me possa fiar, para finalmente os olhar com atenção e não há maneira.

Quanto às galinhas dos ovos de ouro Joana, se eu apanho uma gripe quero uma canja com os ovinhos todos! Como quando era pequenino,,,Para evitar males maiores, digamos novamente que as galinhas portuguesas estão convocadas para a ribalta, e o mote é: as galinhas portuguesas não são sovinas! Viva o Dragão.

Publicado por: py às novembro 9, 2005 09:17 AM

Albatroz às novembro 9, 2005 09:04 AM:
A taxa de câmbio é fixada pelo mercado internacional e não através de qualquer cabaz de bens. Fundamentalmente é regulada pela capacidade de equilíbrio (mais ou menos) da balança de pagamentos. Os bens que interessam a este equilíbrio são os dos sectores abertos ao exterior.

Publicado por: Joana às novembro 9, 2005 09:17 AM

Quanto ao que escreveu «Como o cabaz de bens americano já é avaliado em dólares, não há correcções a fazer», remeto-o para o que lhe escrevi acima sobre o cálculo das diversas paridades de poder de compra dos países do Euro

Publicado por: Joana às novembro 9, 2005 09:19 AM

Joana às novembro 9, 2005 09:17 AM

"A taxa de câmbio [...] é regulada pela capacidade de equilíbrio (mais ou menos) da balança de pagamentos."

Isto é assim na economia clássica, isto é, na economia do século 18. Hoje em dia, com as grandes transferências internacionais de poupanças, as quais superam em muito os valores transacionados no comércio, isto já não é assim. A taxa de câmbio é regulada pela procura e oferta de uma moeda. Essa procura e oferta depende muito mais de "investimentos" (na verdade, aplicações de poupanças) trans-fronteiriços, do que do comércio internacional.

Por exemplo, se eu decidir aplicar as minhas poupanças na bolsa norte-americana, estarei a comprar dólares e a contribuir (embora negligenciavelmente, dado o fraco valor das minhas poupanças!) para a valorização do dólar.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 9, 2005 09:55 AM

Luís Lavoura às novembro 9, 2005 09:55 AM:
No século XVIII e XIX havia o padrão ouro e as taxas de câmbio mantiveram-se fixas (excepto durante a Revolução Francesa, com os assignats). Você está completamente equivocado.

Se você aplicar as suas poupanças em Wall Street, esse valor é contabilizado na balança de transacções, a que eu chamei pagamentos, uma terminologia em desuso. Portanto está de acordo com o que escrevi.

Publicado por: Joana às novembro 9, 2005 10:03 AM

Luís Lavoura às novembro 9, 2005 09:55 AM
O meu pai tem um amigo que é um físico de nomeada. Foi colega dele no Técnico. O Técnico resolveu apresentar uma equipa a concorrer ao Campeonato Nacional de Xadrez. Eram alunos desconhecidos no meio xadrezístico. Na primeira jornada, derrotaram o Sporting (a mais forte equipa de então, com todos os mestres nacionais) por 4-0. Foi um escândalo. Ele fazia parte dessa equipa. Para se ser um bom xadrezista é necessário saber analisar as variantes adequadas em profundidade. Segundo o meu pai esse sujeito era de uma inteligência abstracta genial, embora com um feitio péssimo. Vi-o, adolescente, numa tarde em que fui com os meus pais à Gulbenkian e o encontrámos. Notei que ele tinha um humor trocista, embora fosse muito vivo.
Você devia aprender com ele. Chama-se Jorge Venceslau de Dias Deus.

Publicado por: Joana às novembro 9, 2005 10:12 AM

Do artigo do USA Today referido acima, por um tal AJ Nunes às novembro 8, 2005 01:20 AM:
"• Poverty. Nearly one in four blacks and more than one in five Hispanics remained in poverty, defined as annual income of less than $19,307 for a family of four. The rate for Asians dropped by 2 percentage points, to fewer than one in 10. The poverty rate for children was 17.8%, up slightly from 17.6% in 2003."

Pois, coitados dos "pobres" deles que tem um rendimento anual de 10000 USD (por cada um de dois trabalhadores numa família com 2 filhos).
Nós, por cá temos um rendimento de salário mínimo de quanto?
Os chilenos, que estão bastante bem, tem um rendimento médio de quanto?
E depois, quase tudo (bens, não serviços) nos USA é muito mais barato do que por cá! O carros e combustíveis, só para exemplo, custam METADE do que custam por cá...

Publicado por: Ming às novembro 9, 2005 11:10 AM

Peço desculpa:
A referencia ao artigo do USA Today parece ter sido Publicada por: (M) às novembro 8, 2005 02:03 AM
(Não pelo AJ Nunes)

Publicado por: Ming às novembro 9, 2005 11:13 AM

Joana às novembro 9, 2005 10:12 AM

Conheço perfeitamente o Jorge Dias de Deus. Ele é professor catedrático de física aqui no Instituto Supeior Técnico. É um físico muito bom. Tem livros publicados, etc.

Mora não muito longe de mim, na região do Campo de Sant'Ana.

Agora, julguei que Você soubesse, já agora, que ele é do Bloco de Esquerda.

Trata-se de um indivíduo muito inteligente, sem dúvida, mas que não é de fiar. Isto é, a moralidade das suas atuações nem sempre é a mais correta. O seu sorriso trocista espelha isso mesmo.

Prescindo de lhe falar, precisamente porque ele já me fez uma.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 9, 2005 11:34 AM

Joana às novembro 9, 2005 10:03 AM

Está bem. O que eu queria dizer é que a taxa de câmbio não depende, essencialmente, do comércio internacional de produtos físicos, mas sim de transações financeiras. Isto porque os fluxos financeiros internacionais superam atualmente, por várias ordens de grandeza, os fluxos associados ao comércio de mercadorias físicas.

Era isto que eu queria salientar.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 9, 2005 11:38 AM

Já agora, gostaria de saber o que é que a Joana quer que eu aprenda com o Jorge Dias de Deus. Física de iões pesados? As virtudes do Bloco de Esquerda? Como se faz o ninho atrás da orelha a um colega? Ou outra coisa qualquer?

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 9, 2005 11:40 AM

Eu escrevi que, segundo o meu pai (e notava-se no pouco tempo que estivemos juntos) que ele tem um feitio péssimo.
Não vou falar do seu percurso político, porque me parece que tem a ver com uma série de vicissitudes, que eu preferia não falar não só porque não assisti a elas pessoalmente mas, principalmente, porque são matérias muito delicadas.

O que eu sugeria foi o que dei como exemplo do xadrez. Só fazer a jogada depois de analisar bam todas as variantes pertinentes (um dos segredos é saber avaliar quais as pertinentes) e em profundidade.

Não fazer a 1ª jogada que vem à mão. O que se designa em xadrez por "empurrar madeira".

Publicado por: Joana às novembro 9, 2005 01:04 PM

Só sei dele o que ouvi contar. O meu pai foi muito amigo dele, mas julgo que a última vez que o viu foi exactamente nesse dia na Gulbenkian.

Não me parece que o meu pai tenha essa ideia dele, a de fazer "o ninho atrás da orelha a um colega". Mas tirando essa vez, julgo que já não se encontram há mais de 35 anos, antes do 25 de Abril.

Publicado por: Joana às novembro 9, 2005 01:09 PM

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 9, 2005 11:38 AM

Os fluxos financeiros internacionais também são comercio, compra e venda de dinheiro, claro. É uma mercadoria como qualquer outra, não sendo significativamente diferente da compra e venda de produtos manufacturados ou matérias primas. Porque é que isto é tão difícil de entender?

Publicado por: Pedro Oliveira às novembro 9, 2005 01:09 PM

Joana às novembro 9, 2005 01:04 PM

Quando era estudante universitário eu também jogava xadrez, bastante razoavelmente bem.

Uma vez, quando já há muitos anos não jogava, na Alemanha comecei a jogar uma partida contra um profissional. A partida já ia avançada, e o tipo fartava-se de pensar à minha frente. Às tantas desabafou com os amigos que observavam, que eu dizia não jogar bem mas que estava a jogar uma variante bastante rebuscada e muito sólida.

Mas agora já não jogo.

Eu estou aqui a comentar num blogue. Não estou num exame nem num campeonato de xadrez. Cometo erros, pois claro. Digo coisas estúpidas, evidentemente. Só gostaria que as pessoas me corrigissem com alguma delicadeza.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 9, 2005 02:41 PM

Joana às novembro 9, 2005 09:17 AM

O que eu disse foi que o PIB ppc se calculava a partir de uma taxa de câmbio real, baseada nos preços - nas duas moedas em questão - dos bens de um certo cabaz. Este método pressupõe um valor real igual para esse cabaz nos dois países (o que não é certo), pelo que a comparação dos respectivos preços, nas duas moedas, permite calcular a respectiva taxa real de câmbio. Isto nada tem a haver com as taxas de câmbio calculadas pelos mercados financeiros.

Quanto às diferenças de poder de compra entre países usando o euro é calculável directamente, comparando os preços nos vários países. Mas, para estabelecer um PIB ppc é preciso primeiro determinar qual dos países serve de referência. De qualquer forma isso nada tem a haver com a cometário que fiz sobre a não aplicação do PIB ppc aos Estados Unidos.

Publicado por: Albatroz às novembro 9, 2005 03:38 PM

Admita Joana, OS EUA não existem... faça lá a vontade aos senhores.

Publicado por: Mário às novembro 9, 2005 06:38 PM

Existem sim. É por isso que há guerra no Iraque e consequências.

Publicado por: py às novembro 9, 2005 07:27 PM

pois...

Publicado por: py às novembro 9, 2005 07:28 PM

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