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outubro 26, 2005

Ranking das Escolas 2005

Foi divulgada a lista ordenada das escolas secundárias com base nas notas dos exames nacionais do 12º ano, referentes a 2005. Quando se lêem opiniões nos jornais, verifica-se que a maioria das pessoas, principalmente os pais, é a favor da sua divulgação e os professores estão contra. Não me parece que seja de tomar como amostra muito significativa as opiniões que os professores enviam para os jornais: normalmente os que se pronunciam, são os que estão contra. Eu acho importante que estes valores sejam divulgados publicamente. Mas é igualmente importante que as análises dos resultados sejam feitas com objectividade evitando considerar os números como um valor absoluto em si. É importante, por exemplo, cotejarem-se os números com o meio social onde a escola se insere, ver se o número de alunos que prestaram provas é significativo, analisar os valores referentes a vários anos, e não apenas ao ano em curso, etc.

O número de alunos que prestaram provas é relevante. Deixa-me indiferente saber que o Colégio Mira Rio teve a média mais alta, sabendo que apenas 5 alunas (20 provas) foram avaliadas. A comparação só tem significado se uma escola apresentar no mínimo 150 a 200 provas. É importante, como referi acima ter uma série anual dos resultados da escola, mas pode não ser possível extrair daí a conclusão sobre se essa escola está a melhorar ou a piorar. As descidas e subidas de determinadas escolas têm um significado muito relativo. Há turmas excepcionais que enviesam os resultados de um ano e que só se repetem alguns anos depois. Portanto, o facto de uma dada escola estar, num ano, em 10º lugar e, no outro ano, em 20º lugar, pode ter um significado muito relativo. Todavia tem significado o facto de uma escola estar sempre entre as melhores (por ex., as 20 ou 30 primeiras). O resto, depende da “colheita” do ano.

A questão da extracção social tem obviamente influência no aproveitamento médio dos alunos, mas não é determinante. Sucede mesmo, com alguma frequência, que são os mais desfavorecidos que mais se empenham e melhores resultados conseguem. Depende muito da forma como são educados em casa e pouco do nível do rendimento dos pais. O que sucede, algumas vezes, é que o baixo nível de rendimento dos pais está associado a comportamentos familiares pouco adequados a uma educação correcta.

Os maus resultados de muitas escolas do interior ou de zonas economicamente mais carenciadas devem-se sobretudo à má qualidade do corpo docente, normalmente flutuante, que aspira a transferir-se na primeira oportunidade, pouco empenhado, pouco assíduo, etc.. É claro que essa “má qualidade” docente tem a ver com a localização da escola, mas está nas mãos do ME corrigir esta situação. O ME deve assegurar a estabilidade do corpo docente. Não a estabilidade do “asilo”, mas a estabilidade da competência. Para tal a escola deve ter autonomia e responsabilidade. Mas para isso deve pôr-se um travão à “chamada” “gestão democrática” que tem sido uma das responsáveis pela degradação do ensino público nos últimos 30 anos. A escola, a nível administrativo e de gestão de recursos humanos, principalmente dos professores, tem que ter um "patrão" não eleito pelos seus pares, pois senão aquele pode tornar-se apenas o intérprete dos interesses corporativos dos professores dessa escola.

A mania que as condições sociais determinam o comportamento das pessoas é uma herança da liofilização do marxismo. Obviamente que têm alguma influência, mas as pessoas têm capacidade de as superar. Por exemplo, os meus avós paternos eram gente modesta e o meu pai formou-se porque teve sempre bolsas de estudo (e isenção de propinas, que naquela época eram elevadas) e obtinha rendimentos das explicações que dava. Sem isso não teria sido possível custear-lhe os estudos. Todavia era (e é) gente com elevado sentido do que é a vida familiar e das obrigações, direitos e deveres de cada um. Essa educação acabou por ter reflexo, indirecto, na educação dos netos. Apesar dos nossos pais serem pessoas abastadas, sempre tivemos apenas o mínimo indispensável para fazermos face àquilo que os nossos pais entendiam como o consumo diário. Nem mais um tostão. Isso causava-nos alguma perplexidade, quando víamos os nossos colegas meterem a mão ao bolso e tilintarem as moedas. Consumirem coisas que a nós estavam vedadas, porque só levávamos o dinheiro para o indispensável. Nem todos nós reagimos da mesma maneira. Nem todos nós adquirimos o mesmo sentido do valor do dinheiro e da falta de sentido do consumo supérfluo. Mas certamente estamos todos acima da média nesse capítulo.

A minha ex-escola tem, ainda que residualmente, alunos oriundos do Bairro da Boavista. Portanto não será das escolas mais “favorecidas” no que concerne à origem social dos alunos. O que a distingue é que tem um Director que, comparado com directores de outras escolas, deve estar muitos furos acima, e um núcleo duro do corpo docente competente, que sabe o que quer, que sabe que a escola se destina a servir os alunos e não os professores, e que acaba por servir de orientação e de enquadramento ao restante corpo docente. Talvez por isso tive a satisfação de verificar que continua no topo, apesar de pública, apesar de ter tido mais de 500 provas ... Este ano foi mesmo a primeira escola pública de Lisboa, no ranking das escolas.

Finalmente continua a verificar-se uma progressão do ensino privado, relativamente ao público. Isso não tem a ver com classes sociais. Em primeiro lugar não sei se o rendimento médio dos pais dos alunos das escolas públicas nas zonas centrais dos grandes centros urbanos é significativamente inferior (ou mesmo inferior) ao dos pais dos alunos das escolas privadas. Em segundo lugar, o ambiente familiar não depende do nível do rendimento, mas da formação cívica e cultural dos pais.

O que me parece, é que a divulgação do ranking das escolas, a partir das notas dos exames nacionais do 12º ano, tem incentivado as escolas privadas a melhorarem o seu desempenho com o intuito óbvio de aumentarem a sua procura (e eventualmente as propinas mensais), o que é menos visível com as escolas públicas. A diferença é que o ensino privado trabalha para o mercado e tem que apresentar resultados, enquanto o ensino público está dependente do brio profissional do corpo docente. As escolas públicas em que esse brio é prevalecente, apresentam bons resultados, talvez não tão bons como algumas privadas, mas temos que dar algum desconto porquanto a sua margem de manobra para escolher os alunos é menor. Se este processo de diferenciação dos resultados entre ensino público e privado se acentuar podemos correr o risco de ver o ensino público a degradar-se de forma cada vez mais rápida face ao privado.

Como ideia geral continuo convencida que, por enquanto, nas escolas mais centrais dos grandes centros urbanos, com corpo docente mais consolidado, a qualificação do corpo docente público (nomeadamente o que designei por núcleo duro) é superior, em média, ao privado. Em contrapartida, no ensino privado há mais apoio aos alunos que se atrasam nos estudos e necessitam recuperar. Também há mais apoio e diversidade a nível de actividades lúdicas e desportivas e na integração dos alunos no todo do corpo discente. Os alunos do ensino público estão mais entregues a si próprios, mas isso não constitui apenas desvantagens, pois torna-os mais responsáveis e capazes de autonomia de decisão.

Todavia esta situação pode mudar radicalmente. O “corpo docente mais consolidado” e os núcleos duros que sustentam os bons resultados de muitas escolas públicas, reformar-se-ão certamente durante os próximos 10 anos. Os mais jovens são de uma geração que já foi educada no laxismo e na ausência do sentido do dever e do brio profissional no exercício da função docente. Ora o brio profissional é a “mão invisível”, que substitui o mercado, no funcionamento das escolas públicas. Se não houver uma mudança profunda na política educativa, na parte relativa ao corpo docente e à organização das escolas, o futuro do ensino público pode ser catastrófico.

Publicado por Joana às outubro 26, 2005 08:59 PM

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Comentários

Conclusão: As más moedas que tilintam nos bolsos expulsam as boas notas que não tilintam nas carteiras das aulas.
Ou é ao contrário?
(estou baralhado...)

Publicado por: Senaquerib às outubro 26, 2005 09:23 PM

É salutar haver sempre dois pontos de vista.
Um está aqui.
O outro seria o meu se conseguisse ser tão brilhante como a dona do blogue.
Como não o sou, e aliás a minha simples presença serviria para baixar o ranking de qualquer escola socorro-me de:

Mais rankings de escolas, mais demagogia
Pelo quinto ano consecutivo, alguns órgãos de comunicação social presentearam-nos com listagens ordenadas de escolas, em função dos resultados dos alunos nos exames nacionais do 12º ano.
Claro que há quem ande distraído e pense que estes rankings têm uma importância muito relativa, já que apenas se limitam a constatar que num determinado ano um determinado número de alunos, que frequentou uma determinada escola, obteve determinada média no conjunto das provas de exame, ponto final. Para estes, alguns títulos apressam-se a esclarecer que, afinal, os rankings têm uma enorme importância, porque são, nem mais nem menos, do que "a avaliação das escolas secundárias", informam sobre "a qualidade de ensino", dão a "conhecer a educação" e as "melhores" e "piores" escolas do país, enfim, como escreveu em tempos o director do PÚBLICO, a divulgação dos rankings representa "um salto civilizacional".
Eu sei que não adianta, porque o pior cego é o que não quer ver, mas não consigo deixar de lembrar, como cidadã e como professora, que não é possível avaliar escolas tendo apenas em conta os resultados dos alunos em exames e não é legítimo comparar escolas cujas realidades educativas são diversas. Para além disso, é o próprio direito à informação que é posto em causa, quando se confunde a opinião pública com listagens das "melhores" e "piores" escolas com dados descontextualizados.
Como é que se pode pôr em pé de igualdade, em termos de resultados esperados, uma escola privada frequentada por alunos criteriosamente seleccionados, provenientes de meios social e culturalmente favorecidos, com expectativas de ingresso no ensino superior, com uma escola pública do interior centro, em que a maioria dos alunos sai de casa de madrugada e chega muitas vezes já de noite, ainda vai ajudar a família nas tarefas agrícolas, não dispõe de explicadores ou de outros recursos educativos e, como se não bastasse, ainda tem que se inscrever obrigatoriamente na única área que a escola oferece, a socioeconómica, independentemente da sua apetência (ou mesmo talento) para as humanidades, as ciências, as artes?
Diriam alguns: "Não fossem calaceiros, os seus professores irresponsáveis e a sua escola mal gerida e teriam certamente seguido o exemplo dos melhores..." Não fosse o desconforto sentido pelas famílias que vêem os seus filhos a frequentar "a pior escola do país" e o desânimo de quem lá estuda e trabalha e, de tão caricato, daria para rir.
Sejamos claros: os rankings não existem para avaliar escolas. Existem para promover uma lógica de mercado na educação, num processo que acaba, inevitavelmente, por favorecer o ensino privado. Que democracia é esta, em que o paradigma de escola de qualidade é uma escola privada cujas condições de acesso e frequência só são acessíveis a uma minoria?
Manuela Mendonça
Porto

in Público de hoje

Publicado por: Outras vidas às outubro 26, 2005 10:10 PM

1 – Há insuficiências num ranking em que se olha apenas para os resultados em bruto e não se coteja com outros factores. Todavia é preferível haver uma indicação sobre os resultados das escolas que não haver nada. É um dever de transparência informar. O que os professores devem fazer não é meter a cabeça debaixo da areia, protestando contra o facto dos resultados serem tornados públicos, mas interpretá-los. Por exemplo, como eu fiz, não sendo embora professora.

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 10:46 PM

2 Não é verdade que uma “escola privada seja frequentada por alunos criteriosamente seleccionados, provenientes de meios social e culturalmente favorecidos”. A escola não vai pôr um aluno na rua por ele ter notas fracas. E se há selecção, é por via do rendimento e não por via cultural. Ora esta vertente é muito mais importante.
Por outro lado, as escolas públicas mais bem situadas também têm os seus métodos para se livrar dos alunos que as “incomodam”. Se for professora numa escola dessas certamente já se deu conta. Inclusivamente chega a haver conflitos entre escolas da mesma área por andarem a empurrar alunos umas para as outras.

Isso acontece com a minha ex-escola. Os alunos do Bairro da Boavista vão para lá. Todavia só uma minoria é que lá chega. Os outros são centrifugados no 2º e 3º ciclos. Outros já não se podem matricular no 10º ano normal, porque excederam o limite de idade. Portanto, do Bairro da Boavista, só lá chegam os “bem sucedidos”. Por isso é que escrevi que era um nº residual. Muitos nem sequer chegarão ao 12º ano e às provas nacionais.

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 10:48 PM

3 Esse ambiente rural que é descrito acontece com uma minoria que, estatisticamente é pouco significativa. O problema pior das escolas do interior foi aquele que eu assinalei no texto

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 10:50 PM

4 Sejamos claros. Não falemos da lógica de mercado. Falemos antes do facto de Portugal ser o 2º país da UE onde se gasta mais em educação, em termos do PIB, e onde o nível da educação é igual ao México e à Turquia. Aquela professora deveria preocupar-se com isso, em vez de tagarelar sobre a lógica do mercado, que não passa de um chavão que já não convence ninguém. Saberá ela por acaso que um aluno no ensino pública sai mais caro que uma aluno do ensino privado?
Com a diferença que o primeiro é pago pelo contribuinte, e o segundo pelos pais.

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 10:50 PM

Não usemos o chavão da lógica de mercado para camuflar o facto de termos o ensino público mais caro e pior da Europa.

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 10:52 PM

E depois há os papás a meterem cunha para o filho ficar na escola X.
às vezes dá uma morada falsa.

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 26, 2005 11:00 PM

Pelas paletes de respostas de Joana conclui-se que o artigo de Manuela Mendonça in Público, mexeu com alguns dogmas liberais.

E essa afirmação de que o ensino privado é pago (só) pelos pais dos alunos não é verdade. Directa ou indirectamente os impostos dos contribuintes ajudam e não é pouco.

Publicado por: zippiz às outubro 26, 2005 11:09 PM

Porque estão contra?... Será que é pq são os maiores responsáveis pelos maus resultados dos seus alunos?... Mea Culpa? Pq existem tantas disparidades de resultados entre escolas públicas se o sistema é o mesmo? Porque muda a qualidade dos professores (formação, vocação e preparação), das salas e dos meios? Então não será então nestes aspectos que se deve concentrar o esforço?

Publicado por: Rui às outubro 26, 2005 11:15 PM

Pelo comentário do zippiz conclui-se que os meus comentários ao artigo de Manuela Mendonça in Público, mexeu com alguns dogmas estatizantes

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 11:20 PM

Só o ensino profissional era subsidiado pelo Estado. Mas actualmente julgo que nem isso.
Aliás, até se dão ao luxo de recusar alunos.

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 11:21 PM

Aliás, nem era o Estado que subsidiava, parcialmente, o ensino profissional, era o PRODEP.

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 11:24 PM

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 11:20 PM

Eu estou de acordo com algumas questões do seu post mas contam-se pelos dedos das duas mãos as pessoas que defendem aquele ranking do jornal Público ( que Vc odeia, apesar de ser da Sonae !) - tirando esse mestre do jornalismo chamado JMFernandes.

Publicado por: zippiz às outubro 26, 2005 11:32 PM

Zippiz: nem pense nisso. Os pais estão todos interessados no ranking. Apenas os professores (alguns) e os sindicatos não estão.
Aliás, os pais inventam as artimanhas mais inconcebíveis (os que podem, claro) para inscrever os filhotes na escola pública que acham melhor.
Você deve ter feito essa recolha de opiniões entre os seus amigos que comungam das suas opiniões.

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 26, 2005 11:40 PM

Publicado por: zippiz às outubro 26, 2005 11:09 PM

Não é um artigo.
É uma carta ao director (link não disponível)
Nenhum colunista do Público escreveria, ou poderia escrever aquilo.

Publicado por: Esclarecimento às outubro 26, 2005 11:45 PM

Concordo com a análise da Joana.
É importante a divulgação destes resultados.
É claro, e já foi dito no post, que este ranking vale o que vale. É de um indicador que se trata e é evidente que não será a partir destes resultados que se vai revolucionar a política educativa. Mas também me parece exagerado criticar a sua divulgação simplesmente porque se corre o risco de alguém inferir o que não deve.

Publicado por: Vítor às outubro 26, 2005 11:47 PM

Mas alguem pode dar crédito cientfico a um ranking em que a escola melhor classificada, que não dúvido que tenha qualidade, teve 5 alunas avaliadas ?

(...) Deixa-me indiferente saber que o Colégio Mira Rio teve a média mais alta, sabendo que apenas 5 alunas (20 provas) foram avaliadas(...)Joana dixit

Publicado por: zippiz às outubro 26, 2005 11:48 PM

zippiz: os resultados são apresentados. Cabe às pessoas lê-los. No jornal estão indicadas as provas que cada escola teve. Portanto as pessoas podem concluir que esse colégio pode não ser significativo. Foi o que a Joana fez.

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 26, 2005 11:58 PM

Há um risco, mas que se tem que correr, e que a Joana não referiu. Na escolha da escola pública, os pais olham fundamentalmente para os resultados. Não lhes interessa saber se a escola X está num meio mais problemático que a Y.
No fundo eles querem uma escola que ensine e também um bom ambiente para os filhos.
Todavia as hipóteses dos pais conseguirem pôr os filhos em escolas diferentes da sua zona é muito limitada.
E depois ainda há a hipótese das próprias escolas públicas empurraem os miúdos que não lhes convêm para outras escolas.
Isso é fácil em escolas públicas com muita procura.

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 27, 2005 12:03 AM

Fui sempre um aluno conscencioso

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:06 AM

Nunca atirei papel mastigado e cuspido às costas das professoras.

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:07 AM

Quer dizer, atirava, mas nunca acertei. Tenho uma pontaria péssima.
Fui um aluno exemplar

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:08 AM

Ranking deste post:

1 - Joana.............. 7 comentários
2 - Filipa Sequeira.... 3 "
3 - Zippiz............. 3 "

Os outros não atingiram os mínimos para se qualificarem.

Publicado por: (M) às outubro 27, 2005 12:14 AM

Coruja

Estragaste-me a estatística

Publicado por: (M) às outubro 27, 2005 12:15 AM

Nisto de resultados, não será importante saber-se qual o ponto de partida?

Pergunto-me eu:
.....será melhor uma escola que arranca com um lote de alunos de 15 e acaba com alunos de 18....

....ou uma escola que arranca com alunos de 10 e acaba com alunos de 15?

Publicado por: (M) às outubro 27, 2005 12:18 AM

Já havia reparado que a Joana tinha muito a objectar a este post

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:19 AM

Fui eu que li mal ou a Joana desconhece que há escolas privadas que rejeitam a inscrição de alunos que não satisfaçam determinados critérios?

Experimentem tentar inscrever um filho na escola da FLA

Publicado por: (M) às outubro 27, 2005 12:20 AM

E ainda há as escolas que transformam marginais em alunos brilhantes e vice-versa.

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:21 AM

(M) às outubro 27, 2005 12:18 AM:
Isso é impossível de determinar. Todavia se se tiver uma série temporal com meia dúzia de anos podemos tirar conclusões.
Que escola é essa da FLA?
As escolas religiosas que estão no topo - Doroteias, Coração de Maria, etc., não fazem discriminação. Passam à frente aqueles que vêm desde o 1º ciclo, quanto aos outros depende do volume da procura.

Publicado por: V Forte às outubro 27, 2005 12:26 AM

A propósito:
qual é a mission e o objectivo de uma escola privada ?

Publicado por: zippiz às outubro 27, 2005 12:30 AM

A missão e o objectivo de uma escola privada é ensinar os alunos de acordo com os currículos aprovados e prepará-los para os exames finais e admissão à universidade.

E quais saõ os objectivos das escolas públicas? E quem valida se esses objectivos foram atingidos

Publicado por: L M às outubro 27, 2005 12:42 AM

boa noite a todos,

passei aqui por acaso e não podia deixar de reparar.

esta historia de estado versus privado na area de educação, é uma falacia. dizer que é pelo facto de ser estatal que é mais ou menos é absurdo.
o ensino estatal funciona em muitos outros paises e com provas dadas.

por outro lado esta questão dos rankings pode induzir em erro, isto é não é tão linear quanto parece. tive uma discussão com uma pessoa que percebe de estatistica e ele alertou-me para isto.

não podemos negar o obvio de que quem frequenta o ensino privado provém de um ambiente (por vezes, radicalmente) diferente dos que frequentam a escola publica.

em relação ao assunto do PIB, bem... a conversa já é outra. toda a gente sabe dos empresarios incapazes, do esbanjamento de dinheiro da UE a torto e a direito, etc etc os governos tambem ajudaram a festa.

atenção que não estou a fazer uma protecção do estado, alias vai contra a minha metodologia a existencia do mesmo.

finalmente, e para concluir, em vez de andar a empurrar os miudos para escolas que acham melhor ou pior (seja em ambiente, seja em educadores), as pessoas deviam agir activamente para a resolução desses e doutros problemas, meter a cabeça debaixo da areia não é o meio para a resolução de nada...

ideias não faltam, mas lá está só se queixam quando as coisas já estão feitas.

Publicado por: agitador às outubro 27, 2005 12:44 AM

Vocês têm ideias estereotipadas sobre o ensino privado. Faz aflição. Eu conto uma história. Os meus filhos mais velhos (um casal) do 1ºcasamento foram matriculados no Sagrado Coração de Maria, a pedido da mãe.
Havia um óbice - não eram baptizados. Eu não os baptizara por convicção.
Ninguém deu por nada. Fizeram lá a primária e já no fim do preparatório, descobriram que eles não eram baptizados (devem ter sido os miúdos a dizerem. Aliás nunca lhes disse para mentirem sobre isso). Fui lá chamado.
Disseram-me que era um colégio religioso, que tinham uma enorme lista de espera e que era embaraçoso terem lá crianças não baptizadas.
Eu disse-lhes que apreciava muito a abertura e modernismo do colégio (e não estava a mentir) mas que relativamente ao baptismo lembrava que os primitivos cristãos achavam que os miúdos só se deveriam baptizar depois de atingir a idade da razão, falei em Santo Agostinho etc., etc. que não tinha nada contra o baptismo, mas que gostaria de esperar que eles atingissem a idade da razão. A Irmã foi extremamente acessível e continuou tudo na mesma.
Mais tarde, já com 18 anos, já tinham abandonado o Colégio e estavam na Universidade, quiseram baptizar-se e foram falar com as irmãs do colégio que trataram de tudo.
E assim. os meus filhos mais velhos estiveram mais de 11 anos num dos principais colégios religiosos do país, sem serem baptizados

Publicado por: L M às outubro 27, 2005 12:54 AM

Publicado por: L M às outubro 27, 2005 12:42 AM

Grande confusão que por aqui vai!
Ensinar e preparar para acesso à universidade ... até pode ser uma escola pública!

Então e a remuneração dos capitais investidos?

É isso que diferencia o público do privado.
Não é por acaso que é voz corrente que em certas escolas se "compra" a nota/curso.

Publicado por: zippiz às outubro 27, 2005 01:00 AM

Já agora: No casamento da miúda que andou no Sagrado Coração de Maria, apareceram lá 2 ou 3 irmãs, entre as quais julgo que a directora. Eu aproveitei para a felicitar, pois o Colégia estava em 1º lugar no ranking. Isto foi há uns 4 anos. Ela dise-me que estava muito satisfeita, mas que tinha sido uma circunstância excepcional, pois tratava-se de uma ou duas turmas fora de série. Ela não acreditava que no ano seguinte pudessem reeditar a proeza.
De facto a classificação tem variado (este ano foi o 7º), mas o que foi importante foi a abertura daquela gente. Para um ateu "praticante" fugiu muito ao estereotipo que eu tinha de colégios religiosos.

Publicado por: L M às outubro 27, 2005 01:06 AM

zippiz: a confusão é sua, que pensa que os dinheiros públicos não devem ter retorno.
Foi com essas ideias que chegámos a situação em que estamos.
E não aprendemos.
Para si o Estado pode esbanjar dinheiro à vontade sem cuidar de saber se ele é bem aproveitado ou não. E isso é com contas, não é com bocas.

Publicado por: L M às outubro 27, 2005 01:09 AM

Se alguém está aqui confuso não sou eu; e não é com demagogia, para não falar em k7's (...)Para si o Estado pode esbanjar dinheiro (...) que convence alguém.
O sr é que escreveu que "A missão e o objectivo de uma escola privada é ensinar os alunos de acordo com os currículos aprovados e prepará-los para os exames finais e admissão à universidade".
Eu só disse que essa missão e objectivo podiam ser de uma escola pública...porque uma privada ( católica ou não ) tem como objecyivo o LUCRO. O resto é folclore.

Publicado por: zippiz às outubro 27, 2005 01:22 AM

O problema é que a escola pública não cumpre essa missão. Ou você não lê os reslatórios da OCDE sobre a situação do ensino em Portugal e a sua comparação com outros países? Será que isso não o preocupa?
Será que só lhe interessa repetir sempre o mesmo sermão?
Para que é que lhe servem esses relatórioa e estatísticas? Você repete sempre a mesma ladainha.

Ainda é mais impenetrável à razão que as freiras. Essas consegui convencer, com argumentos das minhas razões para não baptizar os putos. Você apenas repete o sermão que ouviu. Parece um monge medieval

Publicado por: L M às outubro 27, 2005 01:40 AM

Não percebo. É folclore trabalhar para que os alunos tenham boas notas nas provas nacionais?

Há uma grande preversão em algumas mentalidades.

Publicado por: soromenho às outubro 27, 2005 01:48 AM

As escolas que não cumprem a sua missão de prepara os alunos bem são elogiadas, e aquelas que conseguem que eles vençam, não passa de um equívoco, porque afinal p pbjectivo era o lucro e tudo não passa de folclore.
É uma desgraça.

Publicado por: soromenho às outubro 27, 2005 01:51 AM

Isto é de tal forma obtuso que eu não acredito que o zippiz, no fundo, pense assim. Ele limita-se apenas a repetir o que ouve na sede do partido sem se aperceber que o que diz não faz sentido (e isto é ter boa vontade)

Publicado por: soromenho às outubro 27, 2005 01:54 AM

1. O futuro do ensino (público) em Portugal estaria melhor assegurado se a carreira e remuneração dos professores fosse parcialmente dependente dos resultados dos seus alunos, avaliados em provas nacionais.

2. Se considerarmos o ensino privado superior veremos que os problemas aí são superiores aos do ensino público. A recusa de constituir um quadro docente estabilizado é a principal ameaça ao ensino superior privado. Professores que dependem financeiramente das suas aulas, e que recebem em função estricta das horas leccionadas, estão a ter cada vez menos horas de aulas enquanto há um batalhão de professores ocasionais (inclusive professores do ensino público) que, dando apenas três ou quatro horas semanais, e não precisando desse complemento de vencimento para nada (têm outras profissões, nomeadamente na esfera política), acabam por impedir que os profissionais ganhem a sua vida. O que os obriga a procurar fontes complementares de rendimento e, consequentemente, a diminuir a sua dedicação ao ensino. Ou seja, a táctica capitalista de fragilizar os "trabalhadores" (aqui, os professores) para melhor os controlar, vai acabar por tornar pior a qualidade do ensino nas universidades privadas. Os professores das privadas não têm condições nem psicológicas nem materiais para fazer investigação, dedicam menos horas à preparação das aulas porque têm de ganhar a vida, e vão acabar por tornar as universidades privadas cientifica e pedagogicamente indesejáveis. Tudo pela ganância dos "cooperantes", que apenas querem maximizar os seus rendimentos, e vão acabar por matar a galinha dos ovos de ouro. É um bom exemplo de como a iniciativa privada, na prática, acaba por gerar má qualidade.

Publicado por: Albatroz às outubro 27, 2005 09:23 AM

Albatroz:
As universidades privadas sempre podem vender licenciaturas, mestrados e doutoramentos feitos em 3 meses.

Publicado por: Senaquerib às outubro 27, 2005 09:55 AM

A emergência das universidades privadas foi o resultado da explosão escolar e dos ministros (entre eles a Ana Benavente) andarem a distribyir alvarás a torto e a direito, alguns a instituições a que estavam eles próprios ligados.
A diminuiçõa da população escolar vai levar muitas dessas universidades à falência.
É preciso distinguir o trigo do joio. Há universidades privadas com um corpo docente de nível e que funcionam melhor que as privadas (p.ex., a Católica) e há algumas que foram criadas por espertos para aproveitar a maré, que não têm nível nenhum.
Mas estas vão falir com o tempo.

Publicado por: Hector às outubro 27, 2005 10:20 AM

E a rebaldaria que o Albatroz refere passa-se em algumas universidades públicas e muitos politécnicos do interior.
Docentes contratados ou a recibo, que não têm nível nenhum e que moram a 200km de distância ou mais, má gestão, péssimo ensino, etc.

Aliás estou convencido que muitos politécnicos vão fechar nos próximos anos.

Publicado por: Hector às outubro 27, 2005 10:24 AM

Joana,

A sua análise dos "rankings" das escolas secundárias parece-me muito equilibrada. A boa qualidade do ambiente doméstico e a boa qualidade do corpo docente e da organização da escola traduzem-se, em média, em melhores resultados escolares. Mas as suas palavras finais são algo catastróficas, ou encerram os cenários mais negros. Como se pode fugir a isso?

A "mão invisível" é o brio profissional. Concordo! Como deveremos colectivamente nos organizar para que essa mão fique cada vez mais forte e não desfaleça com tendinites?

Quando comecei a ler o seu post pensei logo, "lá vai a Joana acenar-nos com os "vouchers" para o ensino secundário!" Mas afinal enganei-me redondamente.

Claro que há sempre um cenário para recuperar os "vouchers"... As famílias recebem esses cheques, algumas usam-nos para escolher escolas privadas, o emprego docente público contrai-se, e os professores (os tais professores novos, mais precarizados, que vão tomando o lugar dos mais velhos briosos que entram agora na reforma), sentem uma "braço invisível" que os empurram para o brio, de forma a defender o seu emprego...

Publicado por: João MNO às outubro 27, 2005 10:28 AM

Mais uma opinião de um que trabalha lá:

A propósito do (excelente) texto de Carlos Reis (25-10-2005), gostaria de relembrar a aberração que é o currículo do ensino básico, nomeadamente dos 7.º, 8.º e 9.º anos que bem conheço. Gastam-se cinco tempos lectivos semanais (isto é, um dia inteiro de aulas!) com aberrações designadas por "estudo acompanhado", "formação cívica" e "área de projecto".
Se pensamos no modo como o currículo foi alterado (sem um debate público minimamente sério onde se ponderassem os prós e o contras), por quem foi alterado (teóricos, demagogos e "especialistas" sem experiência séria e continuada de sala de aula e sem qualquer evidência empírica minimamente credível) e o que daí resulta (essas designadas "áreas curriculares não disciplinares" não resolvem, mas potenciam problemas como a indisciplina, a desmotivação de alunos e professores, o desrespeito pela dignidade da sala de aula que deveria estar associada ao trabalho de saberes minimamente estruturados), percebemos algumas das razões estruturais da crise de saberes científicos e humanistas que nos faz e fará a todos pagar um preço social demasiado elevado.
As disciplinas em causa, é preciso que se diga, existem porque foram sacrificados (ou não reforçados) tempos lectivos de disciplinas como História, Geografia ou Ciências, para já não falar da tradicional miopia de querer concentrar tudo no Português e na Matemática.
Temos todos responsabilidades por termos deixado que estas experiências curriculares avançassem e, incrivelmente, continuamos a conter a indignação quando toda uma sociedade está a ser usada como cobaia. Entre os professores, os que se indignaram e indignam não têm tido eco suficiente.
A comunicação social parece que ainda não entendeu os efeitos gravemente perniciosos dessas mexidas curriculares. Ao nível do poder político é, no mínimo, incrível que não tenham existido opiniões pluralistas sobre essa e muitas outras matérias do ensino. Alguém se lembra de uma força política, da extrema-direita à extrema-esquerda (ou vice-versa), que tenha votado contra ou que se tenha oposto a essas mexidas curriculares levianas? Onde pára a democracia no ensino?
Gabriel Mithá Ribeiro
Almada

in Público de hoje (cartas ao director)

Publicado por: serviço público às outubro 27, 2005 10:36 AM

Uma das leituras interessantes deste ranking foi apresentada pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (ver a tabela das escolas em apfn.pt). O que eles fizeram foi cotejar a nota interna com a nota dos exames e ver qual era o "handicap" ou o "bónus" dos alunos que se apresentaram a exame.

E aqui noto que algumas escolas com fama de "severas" como a D.Pedro V e o Pedro Nunes em Lisboa (são exemplos que conheço) vêem justificada a sua "ética": os alunos quase não descem em exames nacionais.

Infelizmente, as minhas ex-escolas estão na zona laranja de risco: 2,7 valores de descida em exames para uma amostra conjunta de 360 provas (cerca de 90 alunos).

Esta leitura é independente do rendimento das famílias, da região da escola e remete directamente para a identificação com os programas do Ministério e para a honestidade nas avaliações internas. Portanto, é uma questão de “brio”, “exigência”, como refere a Joana, e "ética".

Um exemplo curioso é dado pelo cotejo do Colégio Militar (descida de 0,8 valores em 96 provas de exame nacionais) com os Pupilos do Exército (descida de 3,0 valores em 57 provas de exame nacionais). E aqui não questões de retorno do capital.

Publicado por: João GM às outubro 27, 2005 10:54 AM

Neste post a Joana fala por duas vezes das "zonas centrais dos grandes centros urbanos", parecendo pensar que são regiões afluentes e privilegiadas. Eu não sei a que "zonas centrais" se refere a Joana. Benfica, onde a Joana vive, não é certamente uma zona central de Lisboa. Eu vivo numa zona bastante central de Lisboa, e posso asseverar que é tudo menos uma zona privilegiada. Há muito poucas crianças (mas há muitos idosos), e grande parte delas é de um nível social bastante baixo. Um número razoável das crianças são de origem estrangeira - chinesa, indiana. A generalidade das famílias tem baixos rendimentos.

Isto é a realidade da zona central de Lisboa em que vivo. A realidade das zonas periféricas de Lisboa é, penso, bem mais risonha.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 27, 2005 11:03 AM

Lisboa tem várias centralidades: Areeiro-Av Roma, Av Novas, Campo Grande-Lumiar, Benfica, Olivais, a nova zona da Expo, Belém-Restelo, Estrela-Lapa, etc.
O casco histórico só é central geograficamente. Está degradado, envelhecido e é periférico no sentido do pulsar da cidade.
E há uma outra centralidade, onde ninguém vive: a Baixa

Publicado por: Rui Sá às outubro 27, 2005 11:16 AM

Continuo a achar extraordinária a história que o LM contou (L M às outubro 27, 2005 12:54 AM).
Ele deve ter uma capacidade de argumentação fabulosa!!!
E as freiras também, pois os miúdos, já depois de terem saido, resolveram baptizar-se

Publicado por: Rui Sá às outubro 27, 2005 11:19 AM

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 27, 2005 11:03 AM

Já sabemos que vai a pé de casa para o Técnico o que representa uma mais valia.
Também me parece que já disse por aí que nunca foi ao Colombo.
Já são dois porque o Senhor Anastácio Cordeiro da Gestosa Cavadinha ao pé de Santa Comba Dão e que trata das minhas quintas (pequenas courelas) lá na região, também não.

Apanhe o metro, junte-lhe um dia de bola na Catedral, vá almoçar Á Travessa depois dê uma volta pela Estrada de Benfica, aproveitando para usando umas das três pontes aéreas dar um salto a Monsanto.
Termine com um lanche entre as apinocadas do Califa e refaça as suas ideias sobre Lisboa.

Publicado por: Comixão Pupular para Divulgar Benfica às outubro 27, 2005 11:35 AM

Rui Sá às outubro 27, 2005 11:16 AM

Chego portanto à conclusão que as zonas centrais de Lisboa são relativamente afluentes porque se escolhe, de entre todos os bairros de Lisboa, aqueles que são afluentes e se define esses bairros como sendo "centrais". A Lapa, o Restelo e o Lumiar são centrais, por definição. A Madragoa, a Graça e a colina de Sant'Ana, embora estando no centro de Lisboa, não são centrais.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 27, 2005 11:51 AM

pimba!

Publicado por: py às outubro 27, 2005 12:13 PM

Concordo em geral com o post, que me parece uma análise equilibrada e imparcial.

A divulgação dos rankings - que são rankings de notas, e não rankings de escolas - pode ter efeitos perversos, como tem sido feito notar por diversas pessoas. Mas isso não é razão para não os divulgar - a informação recolhida deve, por princípio, ser pública. Quem quiser pode fazer com essa informação o que entender, por sua conta e risco.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 27, 2005 12:26 PM

py, ficaste com a mesma ideia da excelência dos docentes públicos que o Albatroz?

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:30 PM

não li com atenção. Em todo o lado há bom e mau.

Publicado por: py às outubro 27, 2005 12:50 PM

Do que tenho lido sobre este assunto, este post parece-me o mais equilibrado e judicioso. Parabéns

Publicado por: Fernando às outubro 27, 2005 01:32 PM

Há bom e há o mau

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 01:50 PM

E há os que não conseguem ser nem uma coisa, nem a outra

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 01:51 PM

Com o crescimento das cidades geraram-se novas centralidades, ou seja zonas com vida própria, autosuficientes do ponto de vista do abastecimento doméstico, uma espécie de pequenas cidades dentro da grande cidade.
Em alguns casos tornaram-se um pólo de atracção (do ponto de vista do comércio) para outras zonas da cidade.
A sua localização não tem a ver com o epíteto de "centralidade", que é um termo urbanístico

Publicado por: Joana às outubro 27, 2005 02:16 PM

Em Portugal, com a degradação dos centros históricos, pela acção das leis do arrendamento, esses centros esvaziaram-se, ou tornaram-se a morada de gente envelhecida, economicamente muito desfavorecida. Perderam a centralidade.
A única zona que se mantém como centralidade é a Baixa, mas a Baixa é desabitada, só vive durante o horário comercial, apesar de ter um hinterland com algum bulício e que se manteve sem se degradar muito, que é o Bairro Alto.

Publicado por: Joana às outubro 27, 2005 02:21 PM

Arrebenta:
Não sei como é que com esse teu vernáculo consegues mamar um folhado de lebre lá na Travessa.
a minha alma tá parva.

Publicado por: xatoo às outubro 27, 2005 02:43 PM

Joana, que em urbanismo existe um termo "centralidade", já eu sabia. Fala-se de "novas centralidades", etc. Sem dúvida que Benfica, Alvalade, Olivais, etc são centralidades importantes em Lisboa. Só que, no seu post a Joana não falou em centralidades, nem nas novas nem nas antigas. Falou nas "zonas centrais dos grandes centros urbanos". Ora, central é aquilo que está no centro geográfico. Portanto, há uma imprecisão no seu post. Só isso.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 27, 2005 02:48 PM

Não são lebres. São gatos apanhados nos telhados.
É um serviço de higiene pública e de gastronomia.

Publicado por: Rudy às outubro 27, 2005 03:24 PM

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 27, 2005 02:48 PM

Por amor de Deus, pegue num mapa de Lisboa coloque o seu dedinho em cima do Bairro Alto olhe para o Marquê de Pombal, olhe para o Campo Pequeno, olhe para Sete Rios e veja lá as "centralidades".

Olhe o Ruben da Fonseca andava lá na FNAC-Colombo (A Centralidade Inc) com um ar bem aborrecido e forreta não comprou nada e até havia lá o novo livro do irmãos do Anacleto

Publicado por: Banfica Capital do Reyno às outubro 27, 2005 05:28 PM

Publicado por: soromenho às outubro 27, 2005 01:54 AM
Publicado por: L M às outubro 27, 2005 01:40 AM

Para os meus parceiros de debate de ontem à noite, sem rancores pelos estereótipos que revelam quando alguém não partilha as suas ideias neoliberias acerca da Educação:


(...) os rankings não existem para avaliar escolas. Existem para promover uma lógica de mercado na educação, num processo que acaba, inevitavelmente, por favorecer o ensino privado. Que democracia é esta, em que o paradigma de escola de qualidade é uma escola privada cujas condições de acesso e frequência só são acessíveis a uma minoria? (...)
Manuela Mendonça
Porto, in Público


Publicado por: zippiz às outubro 27, 2005 05:59 PM

E quem tem culpa que «o paradigma de escola de qualidade é uma escola privada cujas condições de acesso e frequência só são acessíveis a uma minoria»?
Não são os rankings. É a degradação do serviço público. Os ramkings apenas desvendam isso.

Essa senhora "professora" não protesta contra o mau serviço que presta, mas contra o facto desse mau serviço ser tornado público.

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 27, 2005 06:22 PM

zippiz às outubro 27, 2005 05:59 PM

Concordo consigo em que "os rankings não existem para avaliar escolas". Mas existem, porque alguém decide processar a informação existente (sobre as notas dos alunos) de uma determinada forma - agrupando os alunos por escola, em vez de os agrupar, digamos, por nacionalidade, ou por nome próprio, ou pela cor dos olhos. Essa informação, processada dessa forma, existe. E, pelos vistos, algumas pessoas têm interesse nela. Portanto, publica-se nos jornais. Quem quiser lê e acha importante, quem não quiser não lê e ri-se daquilo.

É isto a liberdade. Cada um tem a liberdade de processar a informação como entende, e cada um tem o direito de achar determinada informação importante, ou não. E as pessoas têm o direito de debater entre si se uma determinada informação, processada de uma determinada forma, é importante ou não.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 27, 2005 06:29 PM

Também se poderia, por exemplo, fazer um ranking de nacionalidades. Seria até, em minha opinião, um exercício bem interessante. Agrupavam-se os alunos (que estudam em Portugal, claro) por nacionalidades, e encontrava-se a nota média dos alunos de cada nacionalidade. Provavelmente poder-se-ia demonstrar dessa forma que uma boa forma de fazer os nossos filhos progredir na escola seria mudar-lhes a nacionalidade. Aposto que os chineses, alemães e ucranianos que estudam nas nossas escolas têm, em média, melhores notas que os portugueses!

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 27, 2005 06:33 PM

Houve muita pressão para haver rankings contra os professores , sindicatos e gente dentro do Ministério e muito bem mas deviamos avançar e haver pressão para estender a aferição.

O sistema deve forçar as escolas a fazerem publicidade dos seus feitos: pode ser uma que subiu alunos pobres de 5 para 13 mesmo que não seja a melhor escola ou aquela que tem 18 de media na área de ensino respectivo.

Para isso é essencial os vouchers e a competição pelos alunos e publicidade.

Assim também o sucesso profissional dos alunos seria relevante. Isso faria com que as escolas se interessassem pelo futuro dos seus alunos em vez do corte que hoje existe que não permite que haja feedback da parte destes e perceber o que falhou ou o que teve sucesso.

Uma empresa verifica o sucesso ou não dos seus produtos no mercado. As escolas e o ministério não o fazem , por isso funcionam mal e fazem más decisões.


Publicado por: lucklucky às outubro 27, 2005 07:45 PM

E não o fazem porque não precisam...

Publicado por: lucklucky às outubro 27, 2005 07:49 PM

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 27, 2005 06:22 PM

Uma vez que conhece a professora e sabe que ela é má professora diga-nos qual a escola para fugirmos dela a sete pés.
Obrigado.

Publicado por: Ingénuo às outubro 27, 2005 07:54 PM

O centro de Lisboa situa-se no Mar da Palha.

Publicado por: Senaquerib às outubro 27, 2005 08:45 PM

Luís Lavoura às outubro 27, 2005 02:48 PM

Acho que as «centralidades» estão relacionadas com os «malls».

Temos, assim, as centralidades com centro no Centro das Amoreiras, no Centro Colombo, no Centro Fonte Nova, no Centro Vasco da Gama, etc.

Publicado por: (M) às outubro 27, 2005 08:53 PM

O Colombo e o Fonte Nova estão a 500m de distância.
É o eixo do mall

Publicado por: Joana às outubro 27, 2005 09:00 PM

Ingénuo às outubro 27, 2005 07:54 PM:
Deduzi que era professora pelo tipo de discurso, que é iual ao dos professores (e FENPROF) que estão contra.
Quando falei do mau serviço, não me referia a ela especificamente, mas à classe que ela representava.

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 27, 2005 09:33 PM

Se a deriva do público face ao privado continuar, qualquer dia o ensino público está muito reduzido.
E depois, para que é que pagamos os impostos?

Publicado por: Valente às outubro 27, 2005 10:49 PM

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 27, 2005 09:33 PM

Releia o que escreveu da primeira vez, e para a próxima antes de insultar, pense.

Publicado por: Era ingénuo, agora já não às outubro 27, 2005 10:56 PM

Testemunho verdadeiro da exemplar educação publica: a minha escola era muita porreira e lembro-me do numero dela porque era o numero da porta do meu namorado e era qualquer coisa de C mais S. Os meus professores tambem eram muito porreiros porque haviam muitos furos e eles não queriam saber de nós e deixavam-nos em paz. Também é verdade que nunca falei com nenhum professor tirando uma que me deu uma morada para fazer um pircing no umbigo que ficou igual ao dela, uma coisa mesmo porreira, não me lembro do nome de nenhum deles. Como eu andava um bocado na vadiagem em vez de ir às aulas, e as continas disseram à minha mãe que se quisesse ter mão e mim que contratasse um segurança que elas não eram pagas para olhar por mim na escola arranjei um filho do meu namorado e tive de ir trabalhar porque ele me abandonou. Ontem fui à Camara inscrever-me para uma casa, mas a senhora disse-me que para já não há dinheiro para casas e para me inscrever no rendimento social apesar da minha patroa que ia comigo lhe ter dito que eu tinha emprego em casa dela.

Publicado por: Joao P às outubro 27, 2005 11:09 PM

Joana às outubro 27, 2005 09:00 PM

Boa!!!

ROFL...

# : - )))

Publicado por: (M) às outubro 28, 2005 12:19 AM

Publicado por: Joao P às outubro 27, 2005 11:09 PM

João, pega no filho e no namorado pai dele, vai ao Correio da Manhã vende a história e fica milionário.
Leva cassetes para gravares tudo.

Publicado por: És pouco burro às outubro 28, 2005 08:49 AM

há demasiadas com piercings no umbigo, na vadiagem e que engravidam em adolescentes, para que a história tenha procura. Há demasiada oferta.

Publicado por: Sa Chico às outubro 28, 2005 03:52 PM

Publicado por: Sa Chico às outubro 28, 2005 03:52 PM

Note os géneros, a crer na história.
São dois "homens"

Publicado por: A ler devagar às outubro 28, 2005 05:55 PM

o meu problema é que se eu quiser experimentar ter uma relação de facto com uma Impala cá, mesmo admitindo que é difícil, por razões meteorológicas, acho legítimo descontar com uma dependente no IRS..., despesas de saúde incluídas.

Publicado por: pyrenaica às outubro 29, 2005 09:22 PM

ora isto

Publicado por: py às outubro 29, 2005 09:23 PM

é um problema de escolaridade

Publicado por: py às outubro 29, 2005 09:24 PM

Impalas na ADSE, ainda não vi

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 09:35 PM

Mas aquelas galinhas que agora são a coqueluche das TêVês devem estar lá todas.

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 09:37 PM

Recebem as baixas, fazem-lhes TAC's, medem-lhes a tensão ...

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 09:40 PM

é mesmo as galinhas passam a vida nas consultas, etc. Acho que é assim que descarregam o stress e sempre se entretêm e também animam a economia nacional, não? A productividade clínica das galinhas portuguesas é muito elevada. Mas acho que só lhes dá isso a partir dos 35 anos, algumas antes. Olha lá isto das namoriscadas sai mesmo caro, acho que é por causa das beijokas.

Publicado por: py às outubro 29, 2005 09:48 PM

As galinhas saiem mais baratas. E quando começam a cacarejar de mais

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 09:53 PM

fazemos uma cabidela.

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 09:54 PM

E antes disso podemos receber o cachet da TVI

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 09:55 PM

Tá bem visto, eu gosto muito de cabidela sobretudo se estou gripado.

Publicado por: py às outubro 29, 2005 10:05 PM

agora tenho de ver a TVI para ver como é que param as modas... Orienta-me lá nisso, amanhã é bom?

Publicado por: py às outubro 29, 2005 10:07 PM

ui

Publicado por: py às outubro 29, 2005 10:13 PM

OK

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 10:16 PM

centenário

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 10:18 PM

Pôr vinagre e mexer o sangue, para não coagular

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 10:19 PM

Pimba, corujinha! olha que muito poucos se podem orgulhar disso... agora vou morfar

Publicado por: py às outubro 29, 2005 10:20 PM

Dá para cabidela e argumento de thriller

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 10:20 PM

... bem que o xatoo me tinha avisado...

Publicado por: py às outubro 29, 2005 10:23 PM

Sobre o Privado/Público, urge dizer o seguinte.

O Privado, em termos de ensino, tenderá a ser melhor que o Público.

A razão é simples. No Privado, no mercado, em concorrência, existem essencialmente 2 formas de entrar no mercado:

1) Ou se faz melhor;

2) Ou se faz mais barato.

Ora, como o Ensino Privado concorre com um Ensino Público GRÁTIS, obviamente só sobra um caminho para o Ensino Privado conseguir entrar no mercado ... FAZER MELHOR (senão, quem pagaria para estar lá?).

Penso que isto resolve a questão.

Publicado por: Incognitus às outubro 29, 2005 11:00 PM

Não é assim tão simples Incognitus. Em Timor-Leste estive com colegas professores do secundário que tinham migrado da pública para a privada no Porto, pela razão muito simples de que na privada as notas eram mais latas e o que conta para os concursos é a nota final de curso. Nas privadas, como regra, as notas pagam-se.

Publicado por: pyrenaica às outubro 29, 2005 11:09 PM

altas

Publicado por: py às outubro 29, 2005 11:09 PM

e agora

Publicado por: py às outubro 29, 2005 11:11 PM

vou

Publicado por: py às outubro 29, 2005 11:12 PM

mesmo

Publicado por: py às outubro 29, 2005 11:13 PM

morfar

Publicado por: py às outubro 29, 2005 11:13 PM

Essa lógica não faz sentido quando as notas que contam são de exames nacionais, não?

(se bem que já há anos que não olho para os critérios de admissão)

Publicado por: Incognitus às outubro 29, 2005 11:15 PM

Deskulpa lá Incognitus, estava a pensar em termos de ensino universitário, nota final de curso. Despistei-me.

Publicado por: py às outubro 30, 2005 10:02 AM

""A mania que as condições sociais determinam o comportamento das pessoas é uma herança da liofilização do marxismo. Obviamente que têm alguma influência, mas as pessoas têm capacidade de as superar....."""

Palavras para quê ....

Há pessoas como a joana que adoram escrever no molhado, e a sua convicção é de tal maneira patética que poderemos concluir o seguinte:
- em África, não são as condições sociais que fazem a fome, a miséria e a guerra. Aliás eles conseguem mesmo superar facilmente o seu principal problema de milhões de mortes em idade infantil...como ? fazendo mais filhos...incrível a capacidade humana de análise, sobretudo quem é cego de raciocínio....

Publicado por: Templário às outubro 30, 2005 08:19 PM

Depois, apresenta como exemplo...o exemplo da sua família (desconhecida).
Quando temos o Grande exemplo do Inesquecível Prof. Dr. Salazar, que superando tudo e todos, provou a Portugal e ao Mundo o que a vontade de um só homem pode fazer.

Publicado por: Templário às outubro 30, 2005 08:24 PM

Os prfessores continuam a protestar contra isto. Não querem que se avalie o desempenho ou, pelo menos, os resultados das escolas

Publicado por: Carlos às novembro 1, 2005 09:52 PM

E vão fazer uma greve. Deixem-me adivinhar ... é à 6ª feira, pois claro

Publicado por: Carlos às novembro 1, 2005 09:54 PM

4

Publicado por: Coruja às novembro 1, 2005 11:47 PM

3

Publicado por: Coruja às novembro 1, 2005 11:47 PM

2

Publicado por: Coruja às novembro 1, 2005 11:47 PM

1

Publicado por: Coruja às novembro 1, 2005 11:48 PM

oi


Publicado por: gustavo às novembro 28, 2005 09:44 PM

oi


Publicado por: gustavo às novembro 28, 2005 09:44 PM

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