« Consenso Orçamental | Entrada | Ranking das Escolas 2005 »

outubro 25, 2005

A Tranquilidade de Não ter Blog

Medina Carreira é um homem tranquilo. Tem aquilo que me escasseia (talento) e não tem aquilo que o exporia (um blog). O que ele escreveu hoje no Público já o tenho escrito aqui por diversas vezes, em diversos tons, e tem gerado clamores de indignação. Nem são coisas hermeticamente técnicas. São factos e conceitos de senso comum. Não é preciso ser-se economista para os entender; basta ter senso e ter a mente liberta de preconceitos e de chavões; basta não ter o intelecto obliterado por opções partidárias; basta pensar pela própria cabeça. Nada mais.

O que Medina Carreira escreve, a certa altura, no Público de hoje, resume a nossa situação actual: «A crise económica e crise financeira do Estado, em especial, determinam a pouco referida crise da social-democracia/socialismo democrático. De facto, sem perspectivas favoráveis, no curto e no médio prazo, a economia portuguesa já não suporta, e não suportará, uma política redistributiva do rendimento e da riqueza; nem aproximará a taxa de ocupação da mão-de-obra do pleno emprego; nem assegurará, responsavelmente, o futuro de um Estado Social que pretenda garantir tudo a todos; nem um sindicalismo actuante porque, "contra" os privados, teme as falências e as "deslocalizações", e "contra" o Estado ataca verdadeiramente os contribuintes, que são as únicas vítimas do "Partido do Estado". Além da medíocre economia que temos, o Estado português, na zona euro, não pode ser intervencionista: sem moeda, já não tem política monetária, nem cambial próprias; não tem fronteiras nem alfândegas; não tem autonomia orçamental; e não pode controlar a circulação dos capitais. Neste contexto, as políticas e os objectivos da social-democracia/socialismo democrático, que a grande maioria dos portugueses prefere, caminham para o esgotamento».

Tudo isto tem sido aqui escrito, de uma ou outra maneira, mas muitos continuam a não querer (ou a fingir que não querem) acreditar.

O quadro que transcrevo no fim, igualmente retirado do mesmo artigo do Público, é elucidativo. Portugal tem o sistema fiscal mais iníquo da UE e aquele cujas receitas mais têm aumentado. O nosso aumento da Despesa Pública entre 1986 e 2001, não tem paralelo com os outros países da UE. Estamos à frente em tudo o que é nocivo e em penúltimo (agora em último, porque os números do PIB referem-se 2001) no que seria importante.

Com esta política de crescimento do sector público e da fiscalidade, degradámos a competitividade do sector privado, aumentámos o nosso défice com o exterior e chegámos ao novo milénio com a economia em declínio e, o que é mais grave, de uma forma sustentada. Se não invertermos drasticamente o caminho que as contas do Estado têm tomado, continuaremos neste projecto de empobrecimento colectivo sustentado por ilusões baseadas na ignorância, em não querer ver a realidade e em mitos ultrapassados.

Relativamente ao quadro em anexo fiz uma análise de regressão entre o PIB 2001 (Y) e o aumento da carga fiscal 1986-2001 (X). O resultado foi o seguinte:

(1) Y = 20,25 - 0,784 X
Sendo o coeficiente de correlação de -0,74.

Ou seja, o PIB 2001 é uma função decrescente da carga fiscal, com um coeficiente de correlação de 74%.

Com os números que possuía sobre a evolução do PIB ppc e que já foram transcritos mais que uma vez neste blog, fiz uma análise de regressão entre a variação do PIB (de 1986 a 2005) (Y) e o aumento da carga fiscal 1986-2001 (X). O resultado foi o seguinte:

(2) Y = 2,64 - 0,059 X
Sendo o coeficiente de correlação de -0,42.

Em ambos os casos o aumento da carga fiscal age negativamente, quer sobre o PIB, quer sobre o seu crescimento.

Finalmente pus a hipótese do valor do PIB influenciar a própria variação do PIB (os países mais pobres terem tendência a crescer mais, por efeito de convergência) e o resultado que obtive da regressão múltipla foi:

(3) VarPIB = 4,04 - 0,099 VarFiscal -0,051 PIB2001
Sendo o coeficiente de regressão múltipla de 0,49.

A variação do PIB é fortemente influenciada pela variação da carga fiscal. Ao introduzir a nova variável PIB 2001, o peso negativo do aumento fiscal na variação do PIB acentuou-se. Ou seja, na equação (2), parte do peso da variação das receitas fiscais continha o efeito do montante do PIB.

Não me parece que os valores dos coeficientes tenham uma importância relevante. O que tem significado é o facto do aumento da carga fiscal ter uma influência negativa no crescimento económico e os países mais ricos crescerem tendencialmente (e ceteris paribus) menos que os mais pobres. Isso aconteceu em todas as comparações.
PIB_DP_MC.jpg
Ou seja, Portugal tem que atacar o défice pelo lado da Despesa mas não apenas para reduzir o défice, porque é vital que se vá mais longe de forma a fazer diminuir o ónus fiscal. Portugal não tem apenas que reduzir a Despesa Pública, tem igualmente que reduzir as Receitas do Estado.

Mas o problema fiscal não se reduz às taxas. É mais lato. O nosso sistema fiscal é iníquo e arbitrário. Ele terá que ser muito simplificado e melhorado, do ponto de vista da sua eficiência na actividade económica.

Sem isso, nada feito. Por isso, o OE 2006 poderá ser o “orçamento possível” neste ano, mas também poderá ser apenas uma tentativa de iludir o caminho inexorável para o abismo. Dentro de alguns meses se saberá.

Publicado por Joana às outubro 25, 2005 07:59 PM

Trackback pings

TrackBack URL para esta entrada:
http://semiramis.weblog.com.pt/privado/trac.cgi/109976

Comentários

E a agora cada vez mais falada "taxa única" de IRC? Não permitir repôr alguma justiça sobre a tributação às empresas e reduzir essa parcela da economia que o Estado devora?

Mas gastar melhor não será mais importante que gastar menos? Isto é, em países como a Suécia e a Holanda os impostos também são muito pesados, mas a contestação é reduzida porque o Estado funciona bem, será que a raíz do problema não está antes na fraca eficiência do Estado e menos no nível de impostos que pagamos?

Publicado por: Rui às outubro 25, 2005 07:38 PM

Rui: no nosso campeonato, todos têm um peso fiscal menor (Espanha, Grécia, sem falar dos países de Leste)
É um erro compararmos Portugal com os países nórdicos. Não estamos nquele nível, nem temos a tecnologia deles.

Publicado por: Joana às outubro 25, 2005 07:43 PM

tem piada, a taxa única foi uma medida importada do Leste dito comunista

Publicado por: xatoo às outubro 25, 2005 08:10 PM

A flat tax não foi importada do Leste. Foi proposta pelos economistas da Escola de Chicago há bastantes anos e tem sido aplicada em alguns países do Leste

Publicado por: Rui Sá às outubro 25, 2005 08:35 PM

Cada vez que vem à baila Medina Carreira ( um dos ídolos de Joana ) faço a pergunta :
Não teve MC responsabilidades política/económicas em algum momento, nestes últimos 30 anos ?

Publicado por: zippiz às outubro 25, 2005 08:52 PM

responsabilidades vagas e há 25 anos.
Muito menores que os revolucionários do PREC

Publicado por: soromenho às outubro 25, 2005 08:58 PM

Pois é ... estamos feitos. Mas o pessoal não quer acreditar. Uns, porque se acreditassem, tinham que mudar de partido. Outros porque têm medo da própria sombra

Publicado por: Surpreso às outubro 25, 2005 09:00 PM

oh! oh ! e o gonçalvismo que não viesse à colação !

Publicado por: zippiz às outubro 25, 2005 09:02 PM

Joana vou reler o seu post e pronunciar-me com mais propriedade. Li hoje o artigo do Medina Carreira no combóio e há várias coisas no quadro que não percebo: o que quer dizer ppPIB?

Por outro lado "coeficiente de correlação de -0,74." quer dizer que há uma tendência decrescente na recta, sem dúvida, mas importa mais reter a significancia da coisa dada pelo coeficiente de determinação, r^2, que no caso dá 0.74*0.74=0.55, ou seja só cerca de 55% da variação da variável-resposta (y) é explicada pelo modelo linear; 45% fica por explicar. Mesmo assim tem alguma relevância como é óbvio.

Já sobre esta outra "coeficiente de correlação de -0,42" significa que o coeficiente de determinação vale 0,42*0,42, pouco mais de 16%; ou seja cerca de 84% da variabilidade da variável-resposta (y) fica por explicar, este modelo não vale quase nada.É mais o ruído do que a informação.

Publicado por: py às outubro 25, 2005 09:22 PM

quando falar em coeficiente de correlação, um número compreendido entre -1 e 1, não use percentagens. Já no coeficiente de determinação, o anterior ao quadrado, um número entre 0 e 1, pode usar porque há uma correspondência bijectiva com uma percentagem.

Publicado por: py às outubro 25, 2005 09:27 PM

Em econometria é difícil encontrar coeficientes de correlação (e r^2) elevados. Há muitos factores.
Todavia, neste caso, com maior ou menor significado, apontam todos no mesmo sentido. E isso tem significado.

PIB ppc é o PIB nominal corrigido em termos das variações do custo de vida entre países. Em termos de défice, de Despesa, etc. o que vale é o PIB nominal, que os estatísticos calculam. O PIB ppc serve para comparar países, em termos de bem estar relativo.

Publicado por: Joana às outubro 25, 2005 09:37 PM

Surpreso às outubro 25, 2005 09:00 PM

Estou convertido. Digam lá qual é o partido para onde tenho de mudar que eu assino a ficha em branco :)

Publicado por: Vítor às outubro 25, 2005 09:44 PM

Não é verdade que o Medina Carreira não colabore em blogues:
http://www.supercavaco.blogspot.com/

Publicado por: xatoo às outubro 25, 2005 09:45 PM

Eu li o artigo do Público, como já havia lido aquele célebre artigo sobre o Titanic (Portugal).
Nunca vi ninguém contestar o que ele escreve. Apenas ninguém tem coragem de fazer o que e´preciso

Publicado por: Vasco Forte às outubro 25, 2005 09:47 PM

Medina Carreira é um dos apóstolos do catastrofismo.

Ressabiado contra Gueterres por este não ter seguido as suas sugestões , sobre a reforma da economia, passou a dizer mal, de tudo o que viesse desses lados, e a pactuar com todas as divagações ultra-liberais, mal aprendidas pelos economistas de direita da nossa praça.

Apoiando o PSD e agora Cavaco, defendendo por vezes soluções que qualquer ultra conservador europeu não desdenharia, Medina Carreira é o tipico personagem , que se julgando acima dos outros cidadãos, e não vendo reconhecidas essas excelsas qualidades, com por exemplo um cargozinho de ministro,se bandeia com armmas e bagagens para o lado oposto da sua linha politica, como qualquer bom arrivista.

E é com gente desta que Cavaco nos quer convencer que vai mudar o país...

Tenham dó....

Publicado por: espectro às outubro 25, 2005 09:48 PM

As coisas que o xatoo anda a ler

Publicado por: Coruja às outubro 25, 2005 09:50 PM

Estou devastado

Publicado por: Coruja às outubro 25, 2005 09:50 PM

espectro: tirando a má língua, não leio aí argumento nenhum contra o que escreve Medina Carreira

Publicado por: Vasco Forte às outubro 25, 2005 09:54 PM

Joana: imho, tem mais talento (pelo menos para a escrita politico-económica) que Medina. Mas adiante. A Questão política portuguesa não é ter razão na análise. É ter competência política para a aplicar. E quem Medina apoia é um dos principais, se não mesmo o principal, responsável político pelo quadro descrito por... Medina. Logo, não me merece a mínina credibilidade.

Publicado por: Paulo às outubro 25, 2005 09:54 PM

mas então o valor para a Itália por exemplo, nas Despesa Corrente, no período 1986-2002, quer dizer que a Itália baixou a despesa corrente nesse período em relação ao PIB corrigido, ou lá o que é? E o que é NF? Desculpe lá mas não há como ser honestinho.

Publicado por: py às outubro 25, 2005 09:54 PM

Publicado por: py às outubro 25, 2005 09:27 PM

eu sinceramente fico sempre de pé atrás quando Joana vem com quadros e análises com muita palha ; desde uma vez que teimou acerca de querer fazer crescimentos percentuais ... de percentagens!

Publicado por: zippiz às outubro 25, 2005 10:02 PM

NF é Nível de Fiscalidade (presumo)

Publicado por: Joana às outubro 25, 2005 10:10 PM

pp.PIB significa que é em termos de percentagem do PIB (mas atenção o PIB utilizado para calcular essas percentagens tem que ser o nominal, pois senão não faz sentido)

Publicado por: Joana às outubro 25, 2005 10:19 PM

Para animar o serão, vou-vos contar uma história, cujo interesse é mostrar como as coisas acontecem no nosso país e com a peculiaridade de se passar com a pessoa que foi anunciada como director de campanha de Manuel Alegre.

Essa pessoa, que tem um currículo invejável como gestor hospitalar (CUF, Império, etc.), que é muito simpático e que é amigo do meu pai há mais de 30 anos, pelo menos, apareceu um dia como tendo sido eleito Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo.

Para quem não o conhece pessoalmente, ele é um sujeito pequenino e sem qualquer perfil de atleta. Os amigos, no almoço seguinte a esta notícia, estavam espantados. Nem queriam acreditar. Então ele explicou:

«Eu tenho por hábito ir aos domingos de manhã, ao Estádio Nacional, ver as provas que lá se disputam, os treinos, etc. Não sei se vocês sabem, aquilo no Inverno é frio, há um vento gelado, e as pessoas começaram a juntar-se todas no mesmo canto. Quanto mais frio fazia, mais a gente se encostava uns aos outros.
Começámos a falar, a trocar impressões sobre as provas, a dizer coisas, e um dia, um tal X abeirou-se de mim e perguntou se eu me queria candidatar a Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo. E eu aceitei!
»

Julgo que reproduzi, mais ou menos, aquilo que o meu pai nos contou. Foi a época em que havia um enredo qualquer com a Rosa Mota e outro(a)s atletas por causa das disputas dos campeonatos internacionais.

Publicado por: Joana às outubro 25, 2005 10:22 PM

Tem piada!
Mas o interesse da estória tem que ver com o facto de se tratar do "director de campanha de Manuel Alegre" ou com o facto de fazer muito frio ... no inverno ?!

Publicado por: zippiz às outubro 25, 2005 10:31 PM

Tem piada!
Mas o interesse da estória tem que ver com o facto de se tratar do "director de campanha de Manuel Alegre" ou com o facto de fazer muito frio ... no inverno ?!

Publicado por: zippiz às outubro 25, 2005 10:32 PM

"pp.PIB significa que é em termos de percentagem do PIB (mas atenção o PIB utilizado para calcular essas percentagens tem que ser o nominal, pois senão não faz sentido)".

Pronto, por esta desisto. Passo a bola ao Cravinho e ao Hasse Ferreira que são supostos poder controlar esses números, para rebaterem, ou não, e logo vejo.

Eu nem sei o que é o PIB nominal. Isso opõe-se a quê? PIB real?

Eu vou mas é para o meu Morfeu, que não me chateia com essas coisas, com um queijinho de Nisa para roer (mandei o emmental à fava durante uns tempos por causa da competitividade nacional...)

Publicado por: py às outubro 25, 2005 10:34 PM

http://www.grandtimes.com/rosa.html

é bom recordar !

Publicado por: zippiz às outubro 25, 2005 10:42 PM

PIB nominal é o que é medido. Para termos o PIB real, arranjamos um ano de referência, um deflactor (que mede a perda do valor real do dinheiro por causa da inflação) e transformamos os PIBs nominais dos outros anos com esse deflactor, para podermos comparar.

Publicado por: Joana às outubro 25, 2005 11:05 PM

Acho a história gira, em si, e um paradigma da forma como as coisas acontecem no nosso país. Aliás, conheço muitas mais.

Contei-a porque ele se tornou agora uma figura pública (ou quase).

Publicado por: Joana às outubro 25, 2005 11:08 PM

Uma evidência que me salta à vista do quadro é que a diferença da %PIB em Despesa Corrente Primária para os outros países é comparativamente maior do que a mesma diferença em termos de Despesa com Protecção social ou Pensões.

Isto é assim, Joana, ou há uma razão estatística para aquele número ?

É que se for, então confirma-se que o problema maior não é tanto o excesso de protecção social mas acima de tudo as despesas do Estado com o monstro da Função Pública que construiu (e isso começou com Cavaco !).

Estou errado ?

Publicado por: J P Castro às outubro 25, 2005 11:17 PM

Claro que os outros (todos) os excessos de despesa também são maus...

Mas há ou não uma diferença ?

Publicado por: J P Castro às outubro 25, 2005 11:19 PM

A vida é feita de acasos. Esse é um desses. Mas na verdade esse tipo de acasos só poderia acontecer cá. E farta-se de acontecer.

Publicado por: lopes às outubro 25, 2005 11:19 PM

Não está. Há uns iluminados que dizem defender o Estado Social, mas apenas defendem o Moloch que come tudo, e pouco deixa para as pensões..
Mas atenção, se foi Cavaco que começou, quem o acelerou foi Guterres. E numa situação em que se estava já a ver que se caminhava para o abismo.
E do governo de Guterres faziam parte quase todos os que estão no actual governo. Inclusivamente o Ministro das Finanças.

Publicado por: Joana às outubro 25, 2005 11:23 PM

Orçamento impede apoio aos antigos combatentes
Pensão especial só para mil ... ExpressoOnline


2 leituras:
- a demagogia dos votos do Paulinho das Feiras não o impediu de prometer tudo

- o Estado como o contrário de uma pessoa de bem, ao não cumprir as leis que aprova

Publicado por: zippiz às outubro 25, 2005 11:34 PM

Sim, eu também entendo as peculiaridades do ciclo económico.

Cavaco abriu a porta dos diques no Verão, na seca/recessão de (90-95). Guterres decidiu abri-la mais ainda durante o Inverno, na abundância pluvial de (95-2001), esvaziando a albufeira. Ferreira Leite teve a ingrata tarefa de fechar as portas em início de Verão, com a albufeira vazia.

Mas o contexto do início do monstro foi a tentativa de Cavaco para ganhar a reeleição em 91. Claro que ele fez isso por necessidade política e a contragosto. Só que a seguir veio a recessão...

Já Guterres foi por convicção e "diálogo": o homem ainda hoje se gaba de ter melhorado os indíces sociais do País, sem mostrar que tenha entendido a insustentabilidade do método nem o custo futuro.

Mas continuo a dizer que Cavaco começou... A tal "resignação" face aos apetites do próprio partido.

Publicado por: J P Castro às outubro 25, 2005 11:46 PM

Aliás, Cavaco sempre se afirmou keynesiano.

E Guterres sempre se afirmou socialista.

Os meus bolsos de contribuinte é que doem cada vez mais...

Publicado por: J P Castro às outubro 25, 2005 11:52 PM

Seria interessante calcular a correlação entre os "factores tecnológicos" e o PIB. Quantificar uma série de indicadores (percentagem do PIB gasta em I&D, número de patentes registadas por cada 1000 habitantes, número de engenheiros por 1000 habitantes, escolaridade média, etc...) e comparar com o PIB para encontrar a correlação.

Tanto o FMI como a OCDE, em classificações que faziam da competitividade, faziam valer os factores micro-económicos 1/3 da ponderação, os factores-macro-económicos 1/3 da ponderação e os factores tecnológicos 1/3 da ponderação. Isto para os países tecnologicamente mais atrasados. Para os 30 tecnologicamente mais avançados, a ponderação era de 50% para os factores tecnológicos e 25% para os factores micro-económicos e outro tanto para os macroeconómicos.

Ou seja: a legislação laboral, a dívida externa, o peso do estado na economia(!!!) não eram mais importantes que o dinheiro gasto em I&D, o número de engenheiros, a escolaridade.

A Joana diz que a correlação que encontrou entre o peso do estado na economia e o crescimento é mais significativa que qualquer outro factor. Assumindo que tem razão, parece haver aqui uma contradição qualquer.

Quando pensei sobre o assunto, partindo da opinião que o peso do estado na economia podia ser inibidor do crescimento, dependendo da sua ineficiência, mas que apenas um estado muito mais ineficiente que os privados seria MUITO inibidor (razão pela qual estava tentado a dar mais crédito ao FMI - com todos os seus falhanços indesculpáveis - e ao OCDE do que à Joana), acabei por imaginar uma forma de conciliar ambos os dados.

A Joana apenas calculou essas correlações, tanto quanto me lembro, para os países da OCDE. Por um lado, faz o seu sentido - são os dados mais fíáveis. Por outro, pode ser um erro - generalizar um contexto particular.

Imaginos que o peso do estado tinha um efeito ligeiramente inibidor, mas fortemente estabilizador. Assim sendo, funcionava como fazer um seguro: o valor esperado dos nosso lucros diminui, mas evitamos perdas muito consideráveis.
Nesse caso, o peso do estado impediria um crescimento tão acelerado, mas impediria também crises devastadoras na economia.
E, realmente, se analisarmos o que se tem sucedido por esse mundo fora, as crises que se seguiram ao seguimento das recomendações do FMI (ver o caso da Rússia!!! Ver o caso dos "tigres asiáticos"! Ver o caso dos países da américa do sul!) isso tende a confirmar esta tese.

O peso do estado na economia não é o alfa e ómega das desgraças, como a Joana defende.
Na Europa, em geral, o estado tem um grande peso, e a Europa é o continente com melhor qualidade de vida do mundo. Além de que, ao contrário dos EUA, tem uma situação financeira e económica muito mais sustentável.
Em Portugal pode ser recomendável diminuir ligieiramente o peso do estado, não muito. É muito mais importante aumentar a sua eficiência. Aí é que está o segredo do nosso sucesso.

Publicado por: Alfredo às outubro 25, 2005 11:54 PM

Cavaco seria de esquerda moderada em qualquer democracia do mundo. Só em Portugal é que é de direita, porque na verdade, pesem embora as demagogias populistas de Paulo Portas e Manuel Monteiro, não existe direita partidária no nosso país.

Isso não obsta a que exista uma direita sociológica que vota resignadamente - quando vota - no menor dos males (para a tal direita sociológica): o partido de esquerda mais à direita que é o PSD. E quando não vota, o PSD leva um banho. São as longas sombras politico-sociais do PREC.

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 26, 2005 12:12 AM

O Facto de Medina Carreira apoiar um dos candidatos não retira credibilidade ao que ele escreve. O que ele escreve vale por si. Não podemos fulanizar as questões

Publicado por: Vasco Forte às outubro 26, 2005 12:35 AM

Devemos discutir as ideias. Dizer que elas não têm credibilidade porque X é do Benfica ou do Sporting é um disparate

Publicado por: Vasco Forte às outubro 26, 2005 12:36 AM

Pedro Oliveira às outubro 26, 2005 12:12 AM:
O que não existe em Portugal é um partido com um programa liberal. Todos os nossos partidos se desenvolveram com o PREC e beberam a sua base ideológica no estatismo advogado nessa época.

Publicado por: Vasco Forte às outubro 26, 2005 12:38 AM

Até o CDS.

Publicado por: Vasco Forte às outubro 26, 2005 12:39 AM

O que Medina Carreira escreve não é mais que o elementar bom-senso. Sem ovos não se fazem omoletas. A política redistributiva só é possível se existir riqueza para redistribuir. E para existir riqueza esta terá que ser estimulada. Não é seguramente com políticas sociais descabeladas que se promove o bem-estar, a riqueza e uma maior justiça social. Nisso, estamos de acordo.

Contudo, julgo que quando Medina Carreira fala de Estado Social e de Social Democracia/Socialismo Democrático (esta barra tem muito que se lhe diga) como responsáveis pelo estado das finanças públicas, está a fazer uma simplificação que corresponde mais aos seus recalcamentos que à realidade política do nosso país.

A Joana já por diversas vezes aqui abordou os problemas referidos por M. Carreira. Algumas vezes de uma forma muito correcta. Aliás, o que me leva a discordar das teses dos liberais deste blogue não é, na maioria dos casos, o diagnóstico (com os quais geralmente concordo). É, isso sim, a identificação dos responsáveis e o tratamento. É juntar todos os partidos democráticos no saco do marxismo, é confundir a crise originada por governos medíocres e sem ideologia definida com o esgotamento definitivo da social-democracia, é recomendar o 8 por oposição ao 80.

Publicado por: Vítor às outubro 26, 2005 12:40 AM

Vasco Forte às outubro 26, 2005 12:35 AM

É isso mesmo. Tal como a Joana fez ao contar a história do director de campanha do Manuel Alegre. A história é sobre o fulano director de campanha. Mas o nome que aparece na história é o do Manuel Alegre.
Quer melhor?

Publicado por: Vítor às outubro 26, 2005 12:43 AM

Vítor: a Joana deve ter referido o sujeito da história que contou como Director da Campanha de Manuel Alegre, porque se dissesse o nome dele ninguém, ou pouca gente, saberia quem ele era. Uma coisa é contar uma história sobre um desconhecido outra é contar uma história sobre alguém conhecido, ainda que indirectamente.

Publicado por: soromenho às outubro 26, 2005 12:49 AM

Por sua vez é uma história com piada, não prejudica a imagem do sujeito, antes pelo contrário, e não tem nada a ver com o Alegre, nem prejudica este.

Publicado por: soromenho às outubro 26, 2005 12:51 AM

Eu acho a história deliciosa porque já vi coisas idênticas, embora não tão evidentes como aquela.

Publicado por: soromenho às outubro 26, 2005 12:55 AM

A estória da Joana tem a "...peculiaridade de se passar com a pessoa que foi anunciada como director de campanha de Manuel Alegre."

Não critico a história da Joana. Apenas questiono a veracidade do intuito: "animar o serão"?
Give me a break...

Publicado por: Vítor às outubro 26, 2005 12:56 AM

soromenho às outubro 26, 2005 12:51 AM

Do meu ponto de vista não prejudica. Assumo que o Manuel Alegre não saiba da história.
Mas, eu não quereria um director de campanha que aceita cargos de responsabilidade como quem aceita um charuto.

Boa Noite

Publicado por: Vítor às outubro 26, 2005 01:00 AM

Desculpe lá, ó Vítor, aquela história tem algo de mau para a imagem do sujeito?
Você não está a alinhar na teoria da conspiração?

Publicado por: soromenho às outubro 26, 2005 01:02 AM

Vítor em Outubro 26, 2005 12:40 AM

«é confundir a crise originada por governos medíocres e sem ideologia definida com o esgotamento definitivo da social-democracia».

Mas por onde tem andado afinal a social-democracia/socialismo democrático senão, e desde há trinta anos de governos, nos ... governos ?
Naturalmente o PSD é social-democrata cá, e Partido Popular na UE, o que aliás junta ao anedotário eleitoral nacional e à «pureza» ideológica dos «catch all parties». Mas porventura imputa-se-lhe o exclusivo dos «governos medíocres» ? O Sr PM, no interior das facções do PS, não esgota a social-democracia ? O que diabo afinal é a social-democracia que está em todo o lado, e que afinal nunca esteve em lado nenhum ?
Aí está um fenómeno que muito gostava de preceber, como quando, enfim, a maioria que elege o Presidente da República se «dissolve», como por milagre, na noite das eleições.

Publicado por: asdrubal às outubro 26, 2005 01:13 AM

Adoro blogues.
São muito instrutivos.
Hoje, mal acorde, vou direitinho ao Mistério das Finanças, conto uma patranha ao segurança e subo para um andar onde veja um grupo de gente engravatada.
Junto-me bem juntinho e fico caladinho.
Pode ser que dê.

Publicado por: Esperançoso num lugar público (bem pago) às outubro 26, 2005 03:14 AM

Publicado por: Vítor às outubro 26, 2005 12:40 AM


"O que Medina Carreira escreve não é mais que o elementar bom-senso. Sem ovos não se fazem omoletas. A política redistributiva só é possível se existir riqueza para redistribuir. E para existir riqueza esta terá que ser estimulada. Não é seguramente com políticas sociais descabeladas que se promove o bem-estar, a riqueza e uma maior justiça social."

Mas se estamos de acordo nisto, podemos não ter receitas únicas para o sucesso (nem acredito que existam delineadas pelo poder político, tem de ser a capacidade empreendedora das pessoas a agir na microeconomia) mas sabemos o que não funciona, e isso os políticos podem fazer, eliminar as restrições à livre iniciativa, reduzir a carga fiscal, desburocratizar...

Publicado por: diogenes às outubro 26, 2005 07:56 AM

olha o pequeno-almoço à espera...

Publicado por: py às outubro 26, 2005 08:33 AM

Acho que a reacção do Vítor dobre a história que contei acerca do Henrique é completamente abstrusa. A única entidade que pode ficar mal na fotografia é a F.P. Atletismo de então, que devia estar na maior das confusões, onde ninguém se deveria entender, nem conseguiam ter mau nos atletas primas donas, ao ponto de irem buscar alguém de fora, que não tinha nada a ver com o meio, para ver se resolvia os assuntos.

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 09:27 AM

Eu gosto é da Rosa Mota, Rosinha pra sempre.

Publicado por: py às outubro 26, 2005 09:30 AM

Aleluia, aleluia, aleluia!!!

Já temos Deus, é EPC, que hoje exercendo a sua magnifíca influência, opera um milagre:

""E que o nosso cinema, com um produtor fora de série, Paulo Branco, tem cineastas como o famoso Manoel de Oliveira e João César Monteiro."""

No Público (pois onde havia de ser)

Publicado por: Eu às outubro 26, 2005 09:44 AM

Li o artigo do Medina Carreira antes de ver este post, e a verdade é que Medina Carreira diz nele coisas de alcance bem mais amplo do que o aspeto peculiar em que a Joana se fixa.

O que Medina Carreira diz é que Potugal está num buraco porque está dependente de quem lhe empreste dinheiro. Isto deve-se, não ao deficit orçamental do Estado português, mas sim ao deficit das transações externas. Ou seja, os portugueses consomem mais produtos importados do que aquilo que podem pagar. E por isso Portugal precisa continuamente de quem lhe empreste dinheiro, e esse alguém começa a escassear, segundo sugere Medina Carreira.

Medina Carreira sugere que Portugal não tem forma fácil de sair deste buraco, porque não depende só de si. Depende, segundo ele, de quem lhe empreste dinheiro, e do preço do petróleo.

No artigo de Medina Carreira o deficit orçamental do Estado é um ponto de relativamente somenos importância. E de forma nenhuma ele embarca nos messianismos redentores típicos da Joana (não neste post concreto, mas noutros), que gosta de sugerir que, uma vez diminuido o tamanho do Estado, Portugal entrará automaticamente numa senda de progresso.

O que Medina Carreira sugere é, bem pelo contrário, que, com Estado gordo ou magro, Portugal tem boas hipóteses de estar metido numa grande alhada.

E eu concordo com ele.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 26, 2005 09:52 AM

Citando Medina Careira:

"hoje a [...] evolução [do produto interno bruto português]está muito condicionada pelo volume do crédito externo que formos obtendo"

"No curto e no médio prazo teremos uma economia rastejante e, em boa medida, nas mãos dos financiadores internacionais."

"a nossa economia, no longo prazo, apresenta um inexorável declínio; [...] no médio prazo, tenderá a manter-se esta mediocridade, nomeadamente, devido: ao nosso endividamento e à dependência financeira externa; [...] aos custos elevados do petróleo; [...] à penetração dos produtos chineses; à estagnação das principais economias europeias"

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 26, 2005 10:01 AM

bem me queria parecer, voltando lá em cima à primeira linha do post

a Joana mente intencionalmente para "vender" prosa:

o Medina Carreira escreve, não apenas no blogue do cavaco - como ainda e mais regularmente neste
http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/
com nome bem expresso na coluna dos colaboradores.
E tem graça, que o seu ultimo post é decalcado a 100% deste da Joana ou versa-vice - trata-se de pai e filha?

Publicado por: xatoo às outubro 26, 2005 10:15 AM

Luís Lavoura às outubro 26, 2005 09:52 AM:
Você não está a ver o problema na sua dimensão total. O défice comercial acumulado, a nossa dependência financeira para financiar os nossos saldos negativos, etc., não aparecem por geração expontânea. Derivam da nossa falta de competitividade e essa falta de competitividade deriva dos custos elevados do trabalho.
E os custos do trabalho são os salários, mais as alcavalas todas que as empresas têm que pagar sobre os salários

Publicado por: Rui Sá às outubro 26, 2005 10:44 AM

Isto para não falar nos impostos sobre empresas. As empresas não pagam impostos sobre empresas. Quem os paga são os trabalhadores ou os consumidores.
E empresa é apenas uma intermediário quanto a impostos.

Publicado por: Rui Sá às outubro 26, 2005 10:47 AM

Rui Sá às outubro 26, 2005 10:44 AM

Nunca ninguém vê nenhum problema na sua totalidade.

O nosso deficit externo, o corrente e o acumulado, não decorrem apenas de uma falta de competitividade, mas de um consumo excessivo. São formas opostas de ver as coisas: uns dizem que se produz de menos, outros que se consome de mais. No entanto, nos tempos atuais, caraterizados pelo progressivo esgotamento do manancial que sustenta a nossa civilização - o petróleo - é mais correto dizer que o problema real é o consumo excessivo. Ou seja, por mais que a nossa competitividade possa aumentar, teremos que reduzir o nosso consumo.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 26, 2005 10:52 AM

Só para lembrar que, creio que no princípio do século XVI, tal era o montante em dívida por causa do financiamento dos descobrimentos e etc. junto dos credores, o Dragão mandou tudo para o c*ra*lh*, declarou "falência", parece que foi mais uma vez inovador, a Espanha apanhou a idéia e fê-lo pouco depois, lá faliram uns tantos credores os Fugger e outros, e recomeçou, ou melhor continuou a ser potência. Claro que mais à frente veio Alcácer-Quibir, mas não sei se podemos fazer esso nexo de causalidade.

Publicado por: py às outubro 26, 2005 10:57 AM

Luís Lavoura às outubro 26, 2005 10:52 AM:
Você continua a ver as coisas ao contrário. Se o consumo é excessivo, é porque o rendimento distribuído às famílias é superior à produtividade. Ou seja o país não produz o suficiente para sustentar a procura alimentada por um rendimento excessivo.

Vai tudo dar no mesmo. Temos uma produtividade (e portanto uma competitividade) baixa.
Esse é o cerne da questão.

Publicado por: Rui Sá às outubro 26, 2005 11:05 AM

Rui Sá às outubro 26, 2005 11:05 AM

Mau. Dantes Você acusava-me de não estar a ver as coisa na sua totalidade. Agora já me acusa de as estar a ver ao contrário.

"Vai tudo dar no mesmo. Temos uma produtividade baixa. Esse é o cerne da questão."

Agora sou eu que o acuso de não estar a ver o problema na sua totalidade. Há, para além do problema que Você vê, um problema de esgotamento de recursos, nomeadamente do recurso crucial que é o petróleo. Toda a nossa vida depende do petróleo, incluindo os materiais com que construímos as nossas casas (plásticos, tintas, vernizes) e a comida que comemos (fertilizantes, bombas de irrigação, transportes). A partir do momento em que o petróleo começa a não ser suficiente para a procura - seja porque os indianos e os chineses também querem a sua quota-parte, seja porque os poços já não dão mais - o nosso consumo tem necessariamente que decrescer, por mais alta que a nossa produtividade possa ser.

Esta é uma parte crucial do problema, que é preciso também ver.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 26, 2005 11:21 AM

Desculpe lá, Lavoura: além de não ver na totalidade, também as vê ao contrário.
O problema do petróleo afecta todos os não produtores e não apenas Portugal. Afecta por exemplo os países relativamente aos quais Portugal tem perdido competitividade.

Publicado por: Rui Sá às outubro 26, 2005 11:30 AM

Do DN:
Relatório da competitividade propõe redução do IRC

Reduzir a taxa de IRC e determinar a evolução salarial em função da produtividade são duas das medidas propostas para aumentar a competitividade de Portugal, apresentadas hoje no relatório anual da competitividade.

O documento - elaborado pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), Associação Industrial Portuguesa (AIP) e Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) - propõe a adopção de novas estratégias empresariais e faz uma análise da situação do País relativa a vários indicadores.

No que diz respeito aos custos unitários do trabalho, o relatório revela que o seu ritmo de crescimento "tem vindo a desacelerar desde 2001, continuando, no entanto, a crescer acima da generalidade dos países da zona euro". Apenas a Grécia e a Espanha registaram um crescimento anual superior ao de Portugal

Publicado por: ardina às outubro 26, 2005 11:31 AM

O problema é que a produtividade não acompanhou esta subida nos salários e como os aumentos nos restantes países foram inferiores, "conduzem à deterioração da capacidade concorrencial baseada nos preços, dos bens e serviços portugueses".

Deste modo, as três associações apontam como objectivos um aumento dos custos unitários do trabalho inferiores aos dos principais parceiros e uma evolução salarial determinada pelo ritmo de crescimento da produtividade.

Outro dos pontos em análise incide sobre a taxa nominal de imposto sobre o rendimento das empresas (IRC), onde Portugal apresenta valores superiores a países como a Finlândia, República Checa, Irlanda e Áustria. O objectivo é, portanto, reduzir esta taxa e esbater as diferenças significativas existentes entre os vários países. A disparidade dos números é visível da Alemanha (38,9%) para a Irlanda (12,5%).

O aumento da competitividade do País passa também pela educação. Combater o abandono escolar precoce, ter uma maior percentagem de jovens com o 12.º ano de escolaridade completo e aumentar a aprendizagem ao longo da vida são metas estabelecidas no relatório.

Publicado por: ardina às outubro 26, 2005 11:31 AM

é só para lembrar que já há 30 anos que o meu pai (que era economista) me dizia que o modelo concorrencial de Portugal se baseava nos baixos salários (baixo custo unitário do trabalho) e nas remessas de emigrantes, que eram variáveis conjunturais e frágeis. Que se devia era apostar na qualificação e na inovação.

Publicado por: py às outubro 26, 2005 11:42 AM

No entanto, nos tempos atuais, caraterizados pelo progressivo esgotamento do manancial que sustenta a nossa civilização - o petróleo - é mais correto dizer que o problema real é o consumo excessivo. Ou seja, por mais que a nossa competitividade possa aumentar, teremos que reduzir o nosso consumo.

O discurso de um ambientalista. Até parece que estou a ouvir o porta-voz do Greenpeace. Quem é que está disposto a morrer pelo 'desenvolvimento sustentado'? O discurso ambientalista não passa de bucolismo saudosista do ancién régime com um verniz de modernidade.

Já agora, Luís, o consumo a reduzir é o público ou o privado?

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 26, 2005 12:17 PM

Para quem gosta de ver o Bush aos tombos:
http://www.planetdan.net/pics/misc/georgerag.swf

Publicado por: c seixas às outubro 26, 2005 12:35 PM

py às outubro 26, 2005 11:42 AM: Há muitas décadas que muitos dizem que «Que se devia era apostar na qualificação e na inovação»
O problema é que o sujeito dessa oração é impessoal. Ninguém sabe quem é.
É um problema gramatical.

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 26, 2005 12:38 PM

O petroleo é um recurso finito, e a tendência que se vai seguir para o aumento do seu preço vai ser um problema que se vai abater principalmente por todos os países ocidentais.

A economia americana está muito mais dependente de um petroleo barato do que a europeia. No entanto, Portugal tem uma dependência do petroleo enorme, muito maior que maioria dos países da UE. Assim sendo, os problemas que vamos ter não são tão grandes como os dos EUA, mas serão maiores que os do resto da UE.

Nesta fase, em que a produção de petroleo aumenta de ano para ano (embora já não seja capaz de acompanhar a procura), dever-se-ia canalizar as receitas fiscais para taxar o petroleo (por exemplo diminuindo o IRC, IRS e IVA e aumentar o imposto sobre o automóvel e a gasolina por forma a manter as receitas). A partir do momento em que o preço do petroleo começar REALMENTE a escalar (daqui a poucos anos, quando a produção for diminuindo de ano para ano), o estado deverá canalizar toda a diminuição de despezas (que TERÃO de ocorrer) para diminuír o ónus fiscal do petroleo. Assim, a economia vai-se adaptando lentamente a uma dependência cada vez menor do petroleo, e pode ser que a coisa não dê (tanto) para o torto.

Pelo menos pode ser que se aguente até à fusão :) (cerca de 50 penosos anos!).

Ignorar o problema, como fazem os EUA, é a solução para crescimentos económicos razoáveis agora, e uma crise que vbai parecer 1929 parecer uma brincadeira. A isto se acrescente que os EUA estão com uma dívida externa e uma balança comercial que fazem a situação Portuguesa não parecer lá muito catastrófica...

Publicado por: Alfredo às outubro 26, 2005 01:06 PM

Filipa:
Existem vários sectores que poderiam "cumprir a sua parte".
O estado deve apostar em dar boas condições às Universidades, em particular às de engenharia. Deve apostar em dar bolsas de doutoramento e mestrado, em particular nas áreas de engenharia. Deve apostar em ter uma investigação sólida.
As empresas devem ter visão, e apostar em I&D. As que o fazem são, em geral recompensadas. As empresas não têm de ser instituições de caridade: elas gastam em I&D muito menos do que o que lhes convém, por mera falta de visão. Está relacionado com a falta de formação académica do nosso tecido empresarial (nos EUA ou na Alemanha 90% dos empresários tem formação superior; em Portugal a percentagem é de cerca de 10% - contando com as PMEs obviamente).

Publicado por: Alfredo às outubro 26, 2005 01:12 PM

Filipa Sequeira às outubro 26, 2005 12:38 PM

Somos todos nós, o sujeito dos verbos. Eu faço o meu bocadinho, a Filipa o seu, e lá vamos. Agora o maior entrave a isto é o discurso pessimista e uma coisa terrível que ficou instalada entre os portugueses que é que os "espertos" são os que não se comprometem com nada e criticam todos.

Publicado por: py às outubro 26, 2005 01:12 PM

Publicado por: Alfredo às outubro 26, 2005 01:06 PM

Existem outros hidrocarbonetos utilizáveis para produção de produtos refinados (petróleos pesados). Com o preço do petróleo aos níveis actuais começa a tornar-se interessante construir refinarias com capacidade para os tratar. Para além disso, ainda existe o carvão mineral (que, lembre-se, é a maior fonte de energia primária mundial), e claro, a bête noire dos ambientalistas: a energia nuclear de fissão...

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 26, 2005 01:19 PM

Pois, pois ... com a histório do sujeito incógnito é que a Filipa nos tramou.

Publicado por: Sa Chico às outubro 26, 2005 01:24 PM

péssimo:

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=198722

Estes lá costumam levar com terramotos, não é?

Publicado por: py às outubro 26, 2005 01:33 PM

Nota: O preço ex-works dos refinados nos EUA é mais baixo que na Europa, porque as refinarias americanas, em média, são mais modernas que as europeias, o que lhes permite refinar crude de qualidade inferior e portanto mais barato.

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 01:34 PM

Nota sobre o blogue: estou a reformular o arquivo e a estabelecer um arquivo por categorias. Está tudo (julgo) revisto até Maio último. Quando acabar de reformular a secção "a Reler" desaparecerá.
Julgo que assim facilita a consulta.

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 01:37 PM

A Joana parece não perceber que nunca irá convencer os seus críticos do costume porque estes não se movem no plano racional. Isto da política é a coisa mais emocional que há, um óptimo substituto do psicólogo.

O que me desilude com a postura da Joana é que ela parece falar apenas para quem não a respeita e esquece quem a lê com prazer e de forma justa.

Publicado por: Mário às outubro 26, 2005 02:17 PM

Joana, você tem que dar mais atenção ao Mário. Ele precisa, e merece.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 26, 2005 02:22 PM

Diz Alfredo:

"[O Estado] deve apostar em dar bolsas de doutoramento e mestrado, em particular nas áreas de engenharia."

Isto parece muito bem. Mas é preciso saber o que é que os recipientes dessas bolsas de mestrado e doutoramento vão depois fazer com elas. Muitas vezes acabam por ir trabalhar para o estrangeiro, e Portugal acaba por não lucrar nada com o ter-lhes pagado os estudos.

Ao longo dos últimos anos Portugal pagou muitas bolsas de mestrado e doutoramento a muito boa gente. (Em muitos casos essas bolsas foram chorudas e permitiram aos seus recipientes enriquecer.) Foi concedido privilégio (bolsas de valor mais elevado) a mestrados e doutoramentos realizados no estrangeiro. O resultado é que a investigação efetuada por esses bolseiros beneficiou os países onde eles estagiavam. Os bolseiros, expostos às condições internacionais, têm acabado em muitos casos por decidir-se ficar pelo estrangeiro. Tanto mais que, frequentemente, em Portugal não há grandes hipóteses de um posto de trabalho nas áreas em que eles investigam.

O que eu quero dizer é que a política recomendada pelo Alfredo tem de facto sido seguida, mas não é certo que não constitua, em grande parte, um sorvedouro de dinheiro sem retorno.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 26, 2005 02:32 PM

Não Luís Lavoura,

Você é que tem demonstrado precisar...

Publicado por: Mário às outubro 26, 2005 02:37 PM

Diz Alfredo:

"os EUA estão com uma dívida externa e uma balança comercial que fazem a situação Portuguesa não parecer lá muito catastrófica"

Isto não é verdade. Os EUA têm uma balança comercial com um deficit da ordem dos 6% do PIB; o deficit da balança comercial portuguesa é da ordem dos 8% do PIB, bastante pior. Em matéria de dívida externa, os EUA não estão muito mal: aproximadamente 30% do PIB. A dívida externa portuguesa deve ser muito superior (não tenho dados sobre ela; alguém tem?).

O problema com o deficit comercial dos EUA é o tamanho gigantesco da economia americana. O deficit comercial dos EUA (6% do PIB, como eu disse) faz com que 80% das poupanças mundiais que não são aplicadas no próprio país sejam canalizadas para os EUA. É uma brutalidade, que o mundo dificilmente poderá suportar durante muito tempo. Tanto mais que os EUA parecem estar perfeitamente despreocupados em relação ao assunto: não tem havido qualquer política do governo dos EUA no sentido de fazer diminuir esse deficit. E tanto mais que o deficit comercial americano, os tais 6% do PIB, continua com tendência crescente. O que faz com que cada vez mais poupanças mundiais tenham que ser drenadas dos sesu países para ir alimentar esse colosso sobre-consumidor.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 26, 2005 02:38 PM

E não é possível impedir isso?

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 02:52 PM

Acho que o Soares tem opiniões sólidas sobre isso

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 02:53 PM

O Soares?

Publicado por: fbmatos às outubro 26, 2005 03:33 PM

Nunca vi o Soares com opiniões sólidas sobre coisa alguma

Publicado por: fbmatos às outubro 26, 2005 03:33 PM

E tanto mais que o deficit comercial americano, os tais 6% do PIB, continua com tendência crescente. O que faz com que cada vez mais poupanças mundiais tenham que ser drenadas dos sesu países para ir alimentar esse colosso sobre-consumidor.

Esqueces-te que também é esse deficit comercial que faz crescer as economias que exportam para os Estados Unidos. O que acontece é que de alguma forma, os Estados Unidos servem de mediador/investidor entre as poupanças das economias menos competitivas e as das mais competitivas, retoamndo um pouco um tema que já aqui foi discutido...

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 26, 2005 03:34 PM

A quantidade de gente que se preocupa com o estado da economia americana, é um espanto.
E normalmente com previsões pessimistas. Desde o fim da guerra que a economia americana caminha para o abismo.

Publicado por: AJ Nunes às outubro 26, 2005 04:05 PM

Mário às outubro 26, 2005 02:17 PM

Oh Mário! V. ainda não aprendeu uma regra básica das relações humanas.
Então a Joana ia perder tempo com quem passa a vida a concordar com tudo o que ela escreve.
Então V. não sabe que o bandido é mais estimulante que o tótó?

Publicado por: Vítor às outubro 26, 2005 04:13 PM

Pedro Oliveira às outubro 26, 2005 03:34 PM

É claro que os EUA têm um papel positivo na economia mundial: através do seu sobre-consumo, impedem que muitos outros países, que têm um sub-consumo, caiam na recessão.

O problema é que esse papel dificilmente poderá durar muito tempo e, quando acabar, o "crash" resultante poderá ser doloroso, com uma recessão mundial bastante dura. Muitos países e empresas, que estão viciados na exportação para o mercado americano, ver-se-ão à rasca.

Quem financia os EUA - através da compra maciça de dólares - são maioritariamente os bancos centrais da China e do Japão (e também de Hong-Kong, Coreia, Singapura e outros países asiáticos menores). Esses bancos centrais não são, ao contrário do Banco Central Europeu, independentes das autoridades políticas dos respetivos países. Eles financiam os EUA às ordens dos governos dos sesu respetivos países. O facto de os EUA serem maioritariamente financiados por bancos centrais, e não por particulares, reflete o facto de esse financiamento ser muito arriscado, pouco atraente em termos meramente económicos. Há um risco grande de um dia o sistema desabar, o dólar se desvalorizar fortemente, e todos aqueles que tiverem investido em dólares perderem boa parte do seu dinheiro. É por isso que os particulares se recusam a investir fortemente nos EUA. Têm que ser os bancos centrais asiáticos a fazê-lo, por motivos políticos. Mas também eles sabem que estão a incorrer num risco substancial.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 26, 2005 04:19 PM

a Joana segundo o
Mário às outubro 26, 2005 02:17 PM
"esquece quem a lê com prazer"
Joana, é melhor tratar de arranjar um violino e uma mini-saia
para o desprazer não ser tão grande para os restantes, e poder dedicar-se de corpo inteiro aos carentes

Publicado por: xatoo às outubro 26, 2005 04:35 PM

Vítor: às vezes o bandido não é estimulante. É apenas ordinário.

Publicado por: Um Amigo do Mario às outubro 26, 2005 04:43 PM

Esta troupe do Project Finance é do piorio para avacalhar a forma de encarar a vida das sociedades. Do alto das suas rebuscadas continhas pseudo-eruditas, fazem esquecer ao comum dos mortais que não são os números que devem prevalecer nas decisões - as pessoas estão em primeiro lugar - ou deveriam estar!, bem assim como o que elas decidissem democráticamente! e não por delegação nestes biltres. Medinas Carreiras,Salgados,Ulrichs - não há cão nem gato que não amande bitáites sobre os governos ou as politicas que devem ser seguidas. Quem mandatou esta tropa?

Publicado por: xatoo às outubro 26, 2005 04:45 PM

Pois eu então ando a ler o que vocês dizem e a pensar. A economia é toda feita, expressa e tacitamente, pelos homens, como um contrato fiduciário. Pode ser refeita...

Então os bancos japoneses é que têm isto na mão? E como é que isso joga com a maior dívida externa do mundo ou lá o que é? O Albatroz é que sabia disto.

Publicado por: py às outubro 26, 2005 04:47 PM

ui,ui

Publicado por: py às outubro 26, 2005 04:49 PM

glup

Publicado por: py às outubro 26, 2005 04:50 PM


no total- os patrões que não entregam ao Estado as somas que correspondem aos descontos de parte do salário dos trabalhadores - a dívida já ascende a 2,9% do PIB!!!

e esta gente ainda tema distinta lata de fazer este dramalhão de fancaria à roda do "défice".
Deve ser assunto para a PJ, se,,,
se,

Publicado por: xatoo às outubro 26, 2005 04:51 PM

Nada a fazer

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 04:51 PM

(agora vou à sesta)

Publicado por: py às outubro 26, 2005 04:52 PM

Um Amigo do Mario às outubro 26, 2005 04:43 PM

(Tchhh! Onde está a capacidade de encaixe?)

Question já a fugir para o brejeiro:
E quando o ordinário é estimulante?

Publicado por: Vítor às outubro 26, 2005 04:53 PM

py às outubro 26, 2005 04:47 PM
já tás como o outro - "eu não ser japonêsle, ser chinêsle"
á a China. (o Japão derrocou em 1994)

Publicado por: xatoo às outubro 26, 2005 04:54 PM

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 26, 2005 04:19 PM

Não só os bancos centrais investem fortemente nos Estados Unidos. Aliás, o volume de investimento estrangeiro é insignificante face ao dos fundos de pensões americanos e até europeus. Esses investimentos também são políticos?

Publicado por: xatoo às outubro 26, 2005 04:45 PM

Agora é preciso ser mandatado por alguém para exprimir opiniões? Será que a maioria decide, e a minoria cala o bico? Ai, estes desvios pelo centralismo democrático...

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 26, 2005 04:56 PM

Publicado por: Rui Sá às outubro 26, 2005 10:44 AM

Caro Rui:

Não se esqueça de acrescentar à lista de ataques à produtividade da economia portuguesa, o gestor típico português. O gerente/administrador típico, é uma emanação directa da sociedade em que está inserido, não planeia o futuro, não é proactivo, não viaja a procura de mercados, aprendeu a ganhar produtividade à custa de decretos lei que estipulavam a cotação do escudo, não é assertivo, não tem uma visão para o futuro do negócio, não tem um modelo que justifique a sustentabilidade do negócio, acredita que o estado há-de lhe dar uns subsidios, ou umas encomendas.
Ainda há tempos recordei no segundo livro da bibliografia de Cavaco Silva a passagem em que Cavaco discorre sobre a qualidade dos empresários portugueses, tinha acabado de ser "massacrado" por um grupo deles que protestava (em 1992/93) contra o fim da desvalorização progressiva do escudo.

Por outro lado, o meu sogro contou-me há dias que em 1965, quando se casou, ganhava 750 escudos e o casaco que comprou custava quase tanto quanto o salário de um mês, contou-me que uma mobilia de sala, ou de quarto custava vários meses de salário... hoje um funcionário da camara do Porto pode com um mês de salário comprar vários casacos, pode comprar várias mobilias de sala/quarto... dá que pensar, algures o aumento do poder de compra foi superior ao da produtividade

Publicado por: diogenes às outubro 26, 2005 05:04 PM

Diógenes dixit:

"o gerente/administrador típico [português] é uma emanação directa da sociedade em que está inserido"

Esta faz-me lembrar aquela que se dizia nos tempos do PREC: "o soldado é filho do Povo".

Mais verdade é que "o político é filho do povo". Os nossos políticos têm, em geral, os mesmos defeitos que o povo do qual provêem. Por isso não podemos esperar muito deles.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 26, 2005 05:15 PM

Acho que a Joana percebeu o que eu quis dizer, se por acaso leu.

Vejo alguns dos melhores bloggers perderem tempos sem fim argumentando com quem não tem quaisquer argumentos válidos, o que acaba por tornar tudo numa discussão estéril.

As discussões são niveladas pelos mais obtusos, que persistentemente insistem em debater as mesmas falácias, em atirar areia para os olhos.

Não vale a pena, porque a sociedade portuguesa, analfabeta, ignorante, salarazarista/socialista, já está muito à frente destas discussões. Chegamos ao ponto em que qualquer grunho tem mais noção da realidade que o intelectual situacionista, que se perde em mil e um pormenores para esconder as suas fragilidades argumentativas.

As falácias esqueritas/estatistas/socialistas/direitistas/conservadoras devem ser combatidas. Mas entrar no jogo destas pessoas é um tiro no pé.

Publicado por: Mário às outubro 26, 2005 05:15 PM

Libertem-se, está quase na hora de sair.
Vão a:

http://ablasfemia.blogspot.com/2005/10/os-candidatos-e-o-seu-paradigma.html

e depois um bom Martini para abrir o apetite.

Publicado por: Relógio de ponto às outubro 26, 2005 05:36 PM

plim

Publicado por: xatoo às outubro 26, 2005 05:37 PM

plof

Publicado por: Contador Sec XIV às outubro 26, 2005 05:39 PM

Cumpre-me informar-vos o seguinte:

A Johannes é a minha amada esposa.
Eu sou o seu amantissimo marido.
Juntos, os dois, fazemos um par exemplar.

Concentrem-se no acessório e deixem o essencial para nós.

Gratos.

A Bem da Nação.

Publicado por: É mentira, mas era bom ser verdade! às outubro 26, 2005 05:44 PM

amen

Publicado por: Mafarrico às outubro 26, 2005 05:50 PM

É mentira, mas era bom ser verdade!:
Você está em vias de casar com um travesti

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 06:06 PM

Johannes = João
Joahanna = Joana

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 06:08 PM

Aviso-o antes que seja tarde

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 06:11 PM

A menos que eu esteja a ser inoportuno.
Nesse caso as minhas desculpas

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 06:13 PM

Muito obrigado(a) mas aqui é como na "La Paparrucha" Rua D. Pedro V 18/20 Lisbonne, come-se de tudo!

Publicado por: Jorge Gabriel, Cantinho da publicidade Lda. às outubro 26, 2005 06:29 PM

"Concentrem-se no acessório e deixem o essencial para nós."

Vá lá, vá lá! Não é egoísta de todo. Alguns nem o acessório largam...

Publicado por: Minudências às outubro 26, 2005 07:12 PM

plim

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 07:13 PM

Mário: só agora abri o blog (normalmente nunca o abro no trabalho, não só por falta de tempo, como por questão de exemplo). Relativamente à sua questão tenho a dizer o seguinte:

O que me move é exprimir a minha opinião. Depois, é desmontar as falácias e os erros das opiniões contrárias. Eventualmente tornar mais consistente os meus conceitos. Aprende-se com todos, mesmo com gente que mostra uma ignorância notável. Mas às vezes, mesmo entre os comentários mais abstrusos, há um pormenor, aqui e ali, que se revela útil.

O meu intuito não é convencer os que se me opõem aqui. Tento convencer aqueles que lêem o que eu escrevo, e o que os que me contrariam escrevem, mas que não comentam. Julgo que sejam a maioria, de longe. É a esses que eu me dirijo. É para esses que o debate é útil. É esses que importa convencer.

Os outros não. Normalmente é gente arregimentada política ou ideologicamente. Mudar de clube é a última coisa que alguém faz. Implica desdizer-se de tudo o que andou a dizer.

Na net não é difícil ... é só mudar de nick.

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 07:14 PM

E agora vou ver se rabisco qq coisa para a "crónica diária"

Publicado por: Joana às outubro 26, 2005 07:15 PM

e crónina diária não é sobre economia !

Publicado por: zippiz às outubro 26, 2005 07:27 PM

Pode até ser sobre Astrologia

Publicado por: Sa Chico às outubro 26, 2005 07:52 PM

De facto deve ser cansativo ter um blog.

Publicado por: Diana às outubro 26, 2005 09:41 PM

E ainda por cima com qualidade, esteja-se ou não de acordo.

Publicado por: Diana às outubro 26, 2005 09:42 PM

E o pior são os comentários.

Publicado por: Ant Curzio às outubro 26, 2005 10:55 PM

Serão? Duvido que ela os leia. Deve dar uma leitura muito em diagonal.
Era humanamente impossível

Publicado por: Ant Curzio às outubro 26, 2005 10:56 PM

A mim não me custa nada. Já está.

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 11:02 PM

Quando eu for grande hei-de ter um blog

Publicado por: ruizinho às outubro 26, 2005 11:30 PM

Medina Carreira, Silva Lopes, Nogueira Leite têm opiniões muito correctas. É pena terem saído dos governos.

Publicado por: David às outubro 27, 2005 12:11 AM

Bem, Medina Carreira saíu há uns 25 anos. Nogueira Leite esteve lá uns meses e assim que viu quem era Guterres pôs-se em fuga.
Silva Lopes ainda fez uns fretes, colaborou na campanha de ferro Rodrigues, mas depois viu que ia por muito mau caminho a arrepiou.

Publicado por: David às outubro 27, 2005 12:13 AM

ruizinho às outubro 26, 2005 11:30 PM: Para que queres um blog? Para fazer brrrrrr?

Publicado por: vitapis às outubro 27, 2005 12:15 AM

"As falácias esquerditas/estatistas/socialistas/direitistas/conservadoras devem ser combatidas. Mas entrar no jogo destas pessoas é um tiro no pé".

Mário às outubro 26, 2005 05:15 PM
Você andou a ler Niels Bhor?

Publicado por: xatoo às outubro 27, 2005 01:13 AM

no mínimo tem que se rematar isto com um primo!

Estou contente: vamos fazer uma campanha de educação ambiental sobre o lixo e outra campanha de educação ambiental sobre a ornitofauna aqui do sítio - identificação visual, trinados e habitat -, desde os dinossauros usanso a filogenia (nesta vou ser aluno). Detesto é reuniões à noite.

Publicado por: py às outubro 27, 2005 10:40 AM

Publicado por: xatoo às outubro 27, 2005 01:13 AM

Se sabe algo de mecânica quântica então saberá que a realidade está muito para além de qualquer ficção.

Publicado por: Mário às outubro 27, 2005 11:45 AM

Mário: é um equívoco. Ele nem sabe escrever o nome de Niels Bohr.

Publicado por: Amigo do Niels às outubro 27, 2005 11:51 AM

o princípio da complementaridade, o Yin-Yang revisitado.

Publicado por: py às outubro 27, 2005 12:16 PM

corujinha distraído! E eu aqui a segurar-me durante meia hora. Mas agora tenho de basar...

Publicado por: py às outubro 27, 2005 12:51 PM

'Tou a perder qualidades

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 01:27 PM

Além do que tinha ido debicar o almoço

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 01:28 PM

Coruja:
para papar um almocinho ficticio quis debicar uma particula real
mas ela transformou-se em onda e nicles
what a fuck of "nouvelle cuisine"
Py:
eu adoro é a Fanny Ardant

Publicado por: xatoo às outubro 27, 2005 02:33 PM

Mário às outubro 27, 2005 11:45 AM
"a realidade está para alem" e está para aquem.
Não é uma qualquer vida que organiza a matéria, mas sim a própria matéria que se organiza a si mesma

Publicado por: xatoo às outubro 27, 2005 02:37 PM

É a seguir aos almoços bem regados

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 03:04 PM

Que aparecem as grandes teorias filosóficas

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 03:05 PM

Publicado por: xatoo às outubro 27, 2005 02:37 PM

Parabéns. Vejo que já começa a adoptar os princípios liberais.

Publicado por: Mário às outubro 27, 2005 04:20 PM

Há muitos liberais. O problema é que alguns estão inscritos em clubes anti-liberais e têm que despejar o fel encomendado

Publicado por: saavedra às outubro 27, 2005 05:29 PM

Não é liberal quem quer, é quem pode...

Já ser anti-liberal é muito fácil daí existirem tantos...

Publicado por: Mário às outubro 27, 2005 05:36 PM

Não tomaram a pílula

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 06:17 PM

Mário às outubro 27, 2005 05:36 PM

Oh Mário, V. por vezes sai-se com cada uma...
Diga-me então o que é necessário então para se poder atingir esse estatuto de liberal?

Publicado por: Vítor às outubro 27, 2005 07:24 PM

Vítor, em verdade vos digo: é mais difícil um funcionário público passa para o estatuto de liberal

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 07:51 PM

que um camelo passar pelo buraco de uma agulha

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 07:52 PM

Ou vice-versa

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 07:53 PM

Que desilusão Coruja.
Eu que tanto ansiava ser alguma coisa.
Nem a liberal posso aspirar.

Resta-me a consolação de, como funcionário público, facilmente passar por camelo...

Publicado por: Vítor às outubro 27, 2005 08:27 PM

Publicado por: Vítor às outubro 27, 2005 08:27 PM

Se você perguntasse seriamente, respondia-lhe a sério...

Publicado por: Mario às outubro 27, 2005 09:12 PM

Mario às outubro 27, 2005 09:12 PM

Não estou interessado em saber. Por isso não perguntei a sério.
Estava de facto a provocá-lo.
Mas espero que não fique ofendido.

Publicado por: Vítor às outubro 27, 2005 09:27 PM

xatoo às outubro 27, 2005 02:33 PM

já pecebi: gostas de sardas. Eu também acho graça.

Publicado por: py às outubro 27, 2005 09:55 PM

Mário às outubro 27, 2005 04:20 PM
deixe-se de oportunismos baratos:
eu tinha falado falado em "auto-organização" em termos de estrutura que se constrói por si própria,,, dito de outro modo - que se constrói pela interacção entre os seus constituintes.
Não venha dizer que eu referi o "liberalismo" que é uma outra coisa - uma rebaldaria anárquica e selvagem e claro "livre" em que cada predador consegue extorquir o que lhe der na real gana sem obsrvar os interesses do Todo. Consegue ver a diferença?
É porque se não perceber, pode p/e começar por ir à procura do que é um macro-conceito na teoria de Emilio Ciurana.
Pode, depois, seguir para outros desenvolvimentos, mas não sei se valerá a pena, o certo é que se conseguir pelos circuitos das pastelarias do largo do Caldas, absorver o conceito - vai parar ao mesmo,,, ao Império do mal
mas aí já não convém que se saiba, não é Mário?

Publicado por: xatoo às outubro 27, 2005 09:58 PM

py às outubro 27, 2005 09:55

há mais vida para alem da sarda

Publicado por: xatoo às outubro 27, 2005 10:15 PM

bjokas xatoo, vou morfar

Publicado por: py às outubro 27, 2005 10:21 PM

Lá vai o py deitar-se c'as galinhas

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 10:47 PM


Publicado por: py às outubro 27, 2005 10:40 AM

Essa do estudo da ornitofauna aí do sítio faz-me lembrar um dia em que estava na varanda e vejo um tipo de caçadeira na zona ao lado do ribeiro. Olhava ansiosamente para a copa das àrvores. Eu fui para dentro. Passado um bocado, tinha um estranho buraquito na parede da varanda.

Ainda hoje não percebi a relação causa-efeito. É que não ouvi ruído nenhum... Fiquei a pensar se o buraco já estava lá ou não.

Felizmente, não voltei a ver caçadeiras naquela zona. Só mesmo um caçador urbano para fazer aquilo.

Em compensação, por aqui, já fui regar as laranjeiras em dia de caça e eles alegremente a caçarem no mato da propriedade. E nem bom dia quando passam por mim. Parece que a zona foi "incluída" numa reserva associativa.

O que deve explicar alguns dos buracos nos vidros das janelas...

E será verdade aquela do Senhor Coelho que foi abatido por um caçador que disparou a menos de 100m da sua casa ?

Ah, e as reuniões à noite continuam a terminar para lá da tua hora de deitar, suponho...Às vezes, o melhor era ainda se ouvir as rãs a essa hora, no regresso...

Publicado por: J P Castro às outubro 27, 2005 11:31 PM


ouvirem, claro

Publicado por: J P Castro às outubro 27, 2005 11:34 PM

JP eu tive de desligar o gravador de chamadas por causa de umas coisas, depois andei para aí com um vizinho aos tiros, mas só muito mais tarde é que realizei que podiam ser para mim... E continuei nas tintas. è nas zonas de risco que se vivem as melhores histórias de amor... e disso eu gosto bué!

Olha lá isso aí no teu sítio ardeu muito?

PS parece que, depois dos promotores imobiliários o meu inimigo próximo é caçadores+madeireiros; tá bem.

Publicado por: py às outubro 28, 2005 10:01 AM

Esses caçadores desajeitados metem medo

Publicado por: Coruja às outubro 28, 2005 10:18 AM

a eles próprios, não?

Publicado por: py às outubro 28, 2005 01:03 PM

O Medina Carreira é o pavor dos defensores do Estado. Não discutem os argumentos e números dele. Atacam-no pessoalmente.

Publicado por: Sa Chico às outubro 28, 2005 01:03 PM

Eu tentei discutir os números dele, mas vieram-me com um Pib nominal deflaccionado (total ou per capita)...

Quem é que me atesta a veracidade desses números? É que deflactores há muitos e gostaria de conhecê-los...

Por outro lado no Pib os fogos florestais são riqueza: o fluxo de madeiras escoadas é contabilizado positivamente, mas não é descontado nem a perda de biodiversidade, nem o CO2 que se acrescentou, nem o oxigénio que vai deixar de ser produzido durante uns tempinhos, embora aí graças à pujança da vegetação mediterrânica o problema fique resolvido a breve trecho.

Esse estatuto de objectividade forte dos números em Economia, como se estivéssemos na Física, tem que ser denunciado.

Publicado por: py às outubro 28, 2005 01:18 PM

Publicado por: xatoo às outubro 27, 2005 09:58 PM

Aqui está a prova provada do que não é liberal quem quer mas quem pode. Você seria completamente incapaz de ser liberal. Mais que isso, nunca irá perceber porquê. É um pouco dramático perceber que você levasse mesmo a sério...

Publicado por: Mário às outubro 28, 2005 01:30 PM

py em outubro 28, 2005 01:18 PM
"deflactores há muitos e gostaria de conhecê-los".

May I introduce myself?

Publicado por: Deflactor às outubro 28, 2005 01:41 PM

Mário às outubro 28, 2005 01:30 PM:
É esperar que ele cresça. Ou que arranje um emprego (desde que não seja de funcionário público ou camarário)

Publicado por: AJ Nunes às outubro 28, 2005 01:43 PM

Mário às outubro 28, 2005 01:30 PM
tambem é igualmente dramático que vc possa ser tão parvo
e incapaz de falar sobre coisas sérias sem ser por palpites; coisas de liberal mesmo,,,

Publicado por: xatoo às outubro 28, 2005 03:34 PM

Publicado por: xatoo às outubro 28, 2005 03:34 PM

Parvo, eu? A seguir vai esticar a língua e chamar-me mais nomes feios? Acha que eu vou chorar?

Se você não estivesse aqui tão cheio de si, e se levasse um debate intelectual minimamente a sério era capaz de ter mais prazer nisto. Acredite, há algo de bom dentro de você, acredite mais em si mesmo. A sua vida não está condenada a ser sempre essa roda de sofrimento sem fim e sem esperança.

Está a ver? Você provoca-me com uma atitude de infantil e eu respondo-lhe com estilo Paulo Coelho. Acha ainda que sou liberal?

Publicado por: Mário às outubro 28, 2005 04:17 PM

Debate intelectual minimamente sério? Isso nem nos debates políticos. Não sejamos exigentes.

Publicado por: Surpreso às outubro 28, 2005 04:38 PM

"Não sejamos exigentes."

Essa parece ter sido a máxima nacional desde sempre...

Publicado por: Mário às outubro 28, 2005 05:30 PM

Publicado por: py às outubro 28, 2005 10:01 AM

um pequeno milagre. Agosto. Fogo enorme em volta, todo o mato ardido. O meu ficou intacto, graças a uns vizinhos simpáticos que cultivam uma faixa de, no mínimo, 30 metros em volta.

Mas ainda hoje não acredito como as faúlhas não transportaram o fogo. Até porque houve zonas lavradas afectadas pelo fogo circundante...

Como castigo, a preservação do meu mato fez todos os caçadores terem uma preferência por caçar nele, em busca da fauna que se salvou.

Publicado por: J P Castro às outubro 28, 2005 11:58 PM

py? e esta?

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 06:11 PM

py? e esta?

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 06:11 PM

py? e esta?

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 06:11 PM

linda corujinha: capicua e primo! Mas olha lá com esta tranquilidade de não ter blog que é o meu caso não queres ir brincar até aos...

Publicado por: py às outubro 29, 2005 07:17 PM

Eu não brinco

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 07:36 PM

Levo muito a sério capicuas, primos e outros números notáveis

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 07:37 PM

Sou o último dos pitagóricos

Publicado por: Coruja às outubro 29, 2005 07:38 PM

Welcome to tha pleasure Dome...

Publicado por: py às outubro 29, 2005 07:51 PM

the

relax..

Hoje tou malukão corujinha

Publicado por: py às outubro 29, 2005 08:12 PM

!

Publicado por: py às outubro 29, 2005 08:16 PM

este não é primo

Publicado por: py às outubro 29, 2005 08:29 PM

um par nunca é primo

Publicado por: py às outubro 29, 2005 09:12 PM

tamos quites, corujinha

Publicado por: py às outubro 29, 2005 09:13 PM

Geralmente é anti-liberal, e acusa os liberais de não "pensarem no todo", quem está na parte do "todo" que recebe.

E é liberal, quem está na parte do "todo" que paga.

Publicado por: Incognitus às outubro 30, 2005 12:22 AM

Incognitus: depois de ler atentamente durante 2 minutos, acho que está muito certo.

Publicado por: Sa Chico às outubro 30, 2005 12:37 AM

E isto :
Bastaria ver o rosto religioso da «jovem» Joana Amaral Dias perante o discurso da «Irreverência Juvenil» de Soares, para perceber a estrutura feminina, tumescente, dessa saborosa tragédia Grega.

Publicado por: asdrubal às outubro 30, 2005 02:31 AM

Mas o Incognitus, se o liberal "paga" é porque recebeu. Olhe, para dar um exemplo, tenho na mão um estudo encomendado após os incêndios de 2003 que custou a módica quantia de 1 milhão de euros, ao que me disseram, também já ouvi 625 000 euros, transaccionado nos tempos recentes do lobby PSD.

Publicado por: py às outubro 30, 2005 11:02 AM

py em outubro 30, 2005 11:02 AM: Não sei se esse estudo foi feito por liberais ou conversadores, perdão, conservadores. Há uma coisa que lhe digo, com um preço desses esse estudo só podia ser adjudicado após concurso público.

Publicado por: Hector às outubro 30, 2005 11:38 AM

Não sei que qualidade e âmbito tem esse estudo, mas as tarifas médias das firmas de estudos e projectos vão desde os 100€/h (seniores)até aos 15€/h (estagiários). Um estudo desses é capaz de envolver muito pessoal de campo, deslocações, estadias, inquéritos, etc. Isso sai muito caro.

Normalmente, em inquéritos, usam-se estudantes a recibo verde, ou às vezes pagos contra documentos de despesa.

Publicado por: Hector às outubro 30, 2005 11:43 AM

Esta questão dos estudantes não quererem passar recibo resulta dos pais não quererem que o que eles recebem se some aos seus rendimentos, o que leva, muitas vezes, para uma taxa marginal de 40%. Ou seja, esses estudantes, além de pagarem uma pipa de massa para a Previdência, ainda pagam 40% (eles ou os pais) sobre o que ganham para o IRS.

Por isso há uma solução que é eles arranjaram documentos de despesa - material de escritório, refeições, gasolina, etc.. Isto tem limites, porque acima de uma certa percentagem de despesas de estadia, o fisco pode investigar.

Publicado por: Hector às outubro 30, 2005 11:49 AM

Obrigado Hector por me ter feito compreender melhor essa mecânica, mas não é minha intenção mover-me por circuitos persecutórios, e espero que os deuses a tal me poupem, importa-me mais é o objecto do estudo, e o estudo parece que está bem feito, embora já tenha umas objecções, por causa do valor económico dos arvoredos e dos espaços silvestres, precisamente.

Publicado por: py às outubro 30, 2005 12:23 PM

olha este não sei se é plim ou tlim

Publicado por: py às outubro 30, 2005 12:38 PM

É plim

Publicado por: Coruja às outubro 30, 2005 01:18 PM

É plim

Publicado por: Coruja às outubro 30, 2005 01:18 PM

Para quem quiser um bom antídoto contra o pensamento único, ler:

A verdade e a mentira sobre as despesas da administração pública em Portugal e na União Europeia
http://infoalternativa.fateback.com/autores/eugrosa/eugrosa061.htm

Talvez então percebam que pessoas como Medina Carreira não estão a dizer toda a verdade

Publicado por: Informação Alternativa às outubro 30, 2005 04:56 PM

Pois, a verdade.
A verdade é que Durão Barroso fez o «discurso da tanga» e que este Sócrates a veste que nem uma luva. Fora o que falta ver.

Publicado por: asdrubal às outubro 30, 2005 08:03 PM

Não seja modesta

Publicado por: Critico às novembro 2, 2005 12:33 AM

Alguns adoptaram por essa tranquilidae. O BdE, por exemplo.

Publicado por: didi às novembro 2, 2005 02:43 PM

6

Publicado por: Coruja às novembro 3, 2005 12:35 AM

5

Publicado por: Coruja às novembro 3, 2005 12:35 AM

4

Publicado por: Coruja às novembro 3, 2005 12:36 AM

3

Publicado por: Coruja às novembro 3, 2005 12:36 AM

2

Publicado por: Coruja às novembro 3, 2005 12:36 AM

1

Publicado por: Coruja às novembro 3, 2005 12:37 AM

COnfesso que tenho alguma dificuldade em concordar com a questão do talento, Joana. Acho que é mais uma questão de "exposição" e de "oportunidades". Aprecio o Medina Carreira mas acho que o poder de análise dele - e a abrangência dos temas - está longe do que a Joana aqui nos proporciona. Não estou a exagerar.

Publicado por: Tiago Mendes às novembro 5, 2005 07:19 PM

Comente




Recordar-me?

(pode usar HTML tags)