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outubro 14, 2005

As Bodas Fiscais de Caná

Ou o Milagre da Multiplicação dos Euros

Era uma vez uma empresa em regime simplificado, cuja sede social, inactiva, se situa bastante longe de Lisboa. As receitas dessa empresa (umas rendas de uns imóveis degradados) são inferiores ao rendimento colectável mínimo fixado pelo Fisco para aquele regime. Ou seja, a empresa paga impostos um pouco superiores aos que pagaria se estivesse no regime geral. Em contrapartida o regime simplificado assegura-lhe uma relação tranquila com o Fisco. Isto era o que Pina Moura dizia. Vejamos a realidade.

Num dos pagamentos por conta referente ao exercício de 2002, a empresa em questão cometeu a imprudência de pagar no mês anterior ao que é prescrito (pagou em Junho em vez de Julho). Quando recebeu a nota de liquidação relativa àquele exercício, verificou que não havia sido considerado um dos pagamentos por conta. Por isso perdeu direito a um reembolso que tinha a haver.

O gerente da empresa perdeu um dia da semana para se deslocar à localidade onde era a Repartição de Finanças e após várias idas e voltas entre a Repartição e a Direcção de Finanças, concluíram que, como o pagamento havia sido efectuado em Junho, tinha sido tomado pelo Fisco como “pagamento especial por conta” e não como “pagamento por conta” (na altura não havia distinção nas guias de pagamento), não tendo sido incluído na nota de liquidação. É estranho que o Fisco receba dinheiro de uma empresa e não reconheça isso nas notas de liquidação. Nem que fosse como doação! Em qualquer contabilidade de empresa há a regra das partidas dobradas. Se entra dinheiro com suporte documental há um débito e um crédito. O Fisco ignora isso. Entrou … é meu! E ninguém tem nada com isso!

O gerente fez uma reclamação, o pessoal com quem falou foi muito simpático, meses depois veio o deferimento e, na nota de liquidação de 2003, o assunto foi regularizado. Foi? Isso era o que o nosso ingénuo gerente pensava.

Este ano começou a receber notas de liquidação adicionais e notas de discriminação de juros de mora que foram tomando proporções assustadoras. Aquele pagamento “antes do tempo” era cerca de 200€ e, de acordo com as últimas notas, o valor em dívida já ia a caminho dos mil euros! À medida que iam surgindo as notas de liquidação o nosso pequeno empresário ia enviando cartas registadas, com aviso de recepção, primeiro para a Repartição de Finanças e depois para o Departamento de Cobranças em Lisboa. No site das Finanças na net, onde já havia referência à dívida no contencioso, o nosso gerente enviava mails, primeiro em tom cordato e depois engrossando a voz e referindo o Estado de direito, a responsabilidade dos agentes administrativos pelos actos que praticam, etc., etc.. Debalde.

Até que há semanas teve que ir à terra em dia útil, passou pelas finanças e, em pouco tempo, descobriu-se o seguinte:

1 – O valor de 200€ continuava na base de dados, pretensamente em dívida, mas a Repartição de Finanças não podia mexer na base de dados, pois competia a outros serviços. Mas o assunto estava resolvido. Estaria?

2 – Descobriu-se que as liquidações adicionais resultavam do facto do Fisco, quando refez a nota de liquidação de 2002, se ter enganado na taxa de IRC que era aplicável àquele regime, aplicando a taxa geral, o que subiu bastante o imposto (e a derrama). Como os factos se reportavam a 2002, toca a aplicar custas, juros de mora, etc.. O valor em dívida já se aproximava dos 1.000€. Aparentemente os funcionários da Repartição ficaram de volta do computador a emendar aquilo e garantiram que o assunto estava esclarecido.

3 – Quanto às cartas registadas com aviso de recepção e perante o sorriso cúmplice do funcionário, o nosso “empresário” concluiu que, após assinar o registo, as cartas são arquivadas no ecoponto mais próximo.

Dada a simpatia com que foi acolhido, o nosso “empresário” está convencido, não sei se ingenuamente, que o assunto está resolvido. O tempo o dirá. O rolo compressor do Fisco é difícil de ser sustido porque é cego, surdo, pesado e só caminha numa direcção.

Resumindo, temos uma situação em que sucessivos enganos do Fisco criaram uma dívida fictícia de perto de 200€ e ampliaram-na para perto de 1.000€. Em todo este processo, sempre que instados pessoalmente, os funcionários revelaram uma simpatia extrema. Deferiram as reclamações. Tudo perfeito. Todavia, em paralelo, a máquina fiscal foi criando um monstro.

Objectivamente, olhando apenas às comunicações escritas, poderíamos concluir que estávamos perante uma tentativa de extorsão, contumaz e eventualmente dolosa. Falando com os funcionários, trata-se apenas de erros infelizes que eles assumem, embora não sejam directamente responsáveis por eles, e que prometem resolver.

Presumo, pelo que tenho visto, que uma parte não despicienda dos muitos milhões que o Fisco anuncia diariamente nos órgãos de comunicação, se baseia em erros, omissões, desleixos, arquivamento precipitado de cartas registadas nos ecopontos mais próximos, etc.. Neste entendimento, certamente que alguns (ou muitos) daqueles milhões só existem no ciberespaço, sem qualquer suporte real e desaparecerão à medida que os contribuintes fizerem as reclamações e lhes for dado provimento.

Mas entretanto gastou-se muito tempo e perderam-se muitas energias a notificar, reclamar, deferir, renotificar, notificar (porque se errou ao digitar), reclamar, deferir, re-renotificar, notificar (porque se voltou a errar ao digitar), etc., etc..

Os agentes administrativos são, ao que julgo, responsáveis pelos actos administrativos que praticam, quer por acção, quer por omissão. Os contribuintes serão as primeiras vítimas desta situação. Mas os agentes administrativos poderão ser as próximas, quando alguns contribuintes, com apoios jurídicos mais sólidos, começarem a ficar exasperados.

Publicado por Joana às outubro 14, 2005 06:56 PM

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Comentários

Cara Joana,
o seu artigo «5 de Outubro-As Origens» é criticado num artigo que eu publiquei hoje no Diário Ateísta (www.ateismo.net/diario/).
Aviso porque acho que é da mais elementar decência avisar quando se interpela alguém...

Cumprimentos.

Publicado por: Ricardo Alves às outubro 14, 2005 07:20 PM

Simplesmente arrepiante! Sobretudo por se saber que é uma história verídica!

Publicado por: Rui Martins às outubro 14, 2005 07:57 PM

Não há dúvida: no Burundi passam-se coisas de espantar.

Publicado por: Senaqueribe às outubro 14, 2005 08:05 PM

Imaginemos que esses 2 números eram multiplicados por cem! ou por mil!

Publicado por: saavedra às outubro 14, 2005 08:53 PM

Há uns anos passei por uma aventura semelhante:
- Um funcionário dos CTT que creditou um pagamento de IVA a outro contribuinte;
- Um carteiro dos tempos modernos que, não me conhecendo (morava num local sem números de polícia) fazia desaparecer a correspondência (nunca foi devolvida nenhuma notificação para a Repartição de Finanças).
E a 1.ª notificação que me chegou às mãos era já para penhora de bens.

Resultado: salvo pela cópia do cheque e extracto bancário, apesar de 3 dias perdidos num desespero de semanas.

Mas de facto, apesar de a nível da repartição o problema ter ficado resolvido de uma forma expedita, a máquina dos serviços centrais do IVA continuou a rolar com uma inércia assustadora.

Publicado por: Vítor às outubro 14, 2005 09:08 PM

De facto, passam-se coisas misteriosas na Suazilândia.

Publicado por: Senaqueribe às outubro 14, 2005 10:09 PM


Caro Senaqueribe,

por respeito para com os países que mencionou, seria melhor não os insultar... :)

Publicado por: J P Castro às outubro 14, 2005 10:21 PM

Nem é preciso a inversão do ónus da prova.
Ela faz-se a si própria.

Publicado por: Sa Chico às outubro 14, 2005 10:29 PM

Todos os sistemas que funcionam mal e pesadamente, deixam fugir muitos infractores e vingam-se sendo autoritários para os desgraçados que calha cair no anzol.

Publicado por: Rui Sá às outubro 14, 2005 10:48 PM

Por isso é que quando falam em dar mais poder às Finanças, fico a tremer. As Finanças não precisam de ter mais poder. As Finanças precisam de funcionar melhor.

Publicado por: Rui Sá às outubro 14, 2005 10:50 PM

Sou contra o fim do sigilo bancário.

Publicado por: Coruja às outubro 14, 2005 10:54 PM

Quando se souber o dinheiro que lá tenho é uma vergonha.

Publicado por: Coruja às outubro 14, 2005 10:55 PM

Nunca tinha visto o problema por esse ângulo, ó coruja. Saberem que somos uns pindéricos ainda é pior que saberem que temos algum.

Publicado por: hanibal às outubro 14, 2005 11:33 PM

As Finanças são um monstro cego. Dar-lhe mais poder porque há gente que foge ao fisco não resolve o problema dos que fogem e criam problemas aos que cumprem.

Publicado por: AJ Nunes às outubro 14, 2005 11:53 PM

Ouvi há bocado na SIC notícias um expert a referir-se ao cambalacho das farmacêuticas como um exemplo da economia paralela.
Aquele cretino não sabe o que é a economia paralela. As farmacêuticas elevaram os preços mas passaram facturas desses valores. Os preços podem ser excessivos, mas são da economia real, documentada.
Economia paralela é a dos ciganos, dos biscateiros e de outros que não passam facturas ou recibos.
Pode-lhe chamar um roubo, mas economia paralela é que nunca.
Como é possível ser-se tão ignorante!

Publicado por: soromenho às outubro 14, 2005 11:59 PM

O problema que a Joana relata agravou-se porque a Repartição de Finanças é longe da residência do gerente, é uma micro-empresa e saía caro andar cá e lá. O gerente optou por mandar cartas registadas.
Não percebeu que as Finanças não lêem as cartas. Aquilo só funciona com o contribuinte lá em cima a mostrar a papelada.
E mesmo assim nem sempre, porque depois esquecem-se de mudar nas bases de dados informáticas..
Com o papel ainda tinhamos a certeza que os documentos estavam lá. Com a informática temos um sistema a debitar toneladas de notas de liquidação sem saber o que está a fazer.
É sinistro.

Publicado por: Hector às outubro 15, 2005 12:13 AM

Fiquei banzado com tanta ignorância. Não era um pivot. era alguém que estava a falar sobre aquela peça.

Publicado por: soromenho às outubro 15, 2005 12:30 AM

Há muitos enganos, são difíceis de corrigir e somos sempre olhados como potenciais infractores.

Publicado por: AJ Nunes às outubro 15, 2005 12:34 AM

Sinistro é de facto a palavra exacta.

Publicado por: lopes às outubro 15, 2005 12:43 AM

Palavras para quê...são artistas portuguerses, e é Portugal no seu melhor.

Publicado por: Cácá às outubro 15, 2005 01:06 AM

Conspurcar a república ?!
Essa agora !
Não é preciso. Ela não faz outra coisa senão tratar do assunto com um desvelo apaixonado.

Publicado por: asdrubal às outubro 15, 2005 02:59 AM

Bom dia. Tinha deixado duas coisinhas para o fds e vou despachar para meter os jornais no lixo:

1. no dia 13 no Público vinha um artigo de Pedro Ribeiro onde se afirma que os impostos em Portugal cresceram de 20.8% (peso das receitas fiscais no PIB) em 1975 para 37.1% em 2003, e vê-se no gráfico que Portugal embora convergindo lentamente, esteve´sempre abaixo da média da UE. Dir-se-ia portanto que esta lengalenga sobre os impostos em Portugal estarem muito altos, etc., não é verdade.

2. Como sabem é raro ver tv porque gosto demasiado de mim para gostar de ficar mal disposto. E portanto desde o dia das eleições que não vejo a caixona. mas li no Público que o meu camarada coordenador FL avançou intempestivo, e quando instado a dizer se desistiria além de falar em nome próprio e dizer que não conhecia a palavra desistência (ignorância?) resolveu enunciar "os candidatos do Bloco nunca nunca nunca desistem". Ora eu já fui candidato do Bloco e até nem desisti, mas quando as sondagens chegaram aos 5% tive uma trabalheira enorme para dizer às pessoas que não queria ser eleito, só me faltava ser eleito e invadido por um mar de papéis... A minha tentativa foi outra e bem sucedida: avancei com três ou quatro boas idéias que o Dr. Capucho resolveu copiar para o seu manifesto eleitoral e eu não reclamei. Depois cobrei. Assim nasceu um Provedor Municipal, um Centro de Saúde aqui no meu sítio, vai vir um ecoparque, o hospital projectado mudou de sítio e conseguiu-se salvar uma grande mancha de RAN...

Agora fique a saber o meu tovaritch coordenadora@ FL que se eu voltasse a ser candidato numa coisa qualquer do Bloco:

a. obviamente que conheço a palavra desistência, embora não costume aplicá-la na minha existência a propósito de coisas que acho importantes: é que como caranguejo sou tenaz

b. poderia aplicá-la sempre a propósito de um bem maior do que a minha eventual presença, ou apenas porque me apeteceria partir a loiça toda.

Publicado por: pyrenaica às outubro 15, 2005 08:30 AM

Já agora um primo: eu fui candidato mas foi há 4 anos e quero deixar esclarecido que me dou bem com o Dr. Capucho, gostamos muito de História, entendemo-nos por aí, e de vez em quando rimos a bandeiras despregadas... Eu gosto muito disso. Agora também já o deixei muito vermelho uma vez ou outra, devo ter feito uma inconveniência qualquer...

Publicado por: pyrenaica às outubro 15, 2005 09:01 AM

pyrenaica em outubro 15, 2005 08:30 AM: Essa média inclui os países do norte da Europa (onde o Estado Social funciona).
Todos os países com o nível de desenvolvimento próximo do de Portugal têm carga fiscal menosr - Espanha , Grécia e todos os novos países.
Ou seja, os nossos concorrentes têm carga fiscal menor

Publicado por: David às outubro 15, 2005 09:30 AM

O país com percentagem maior (à volta dos 50%) é a Suécia e tem a economia estagnada há muitos anos. Era o país mais rico da Europa em 1960 e hoje está pouco acima da Espanha.

Publicado por: David às outubro 15, 2005 09:49 AM

Esta história é horr´vel. E pensar que pouco podemos fazer

Publicado por: Diana às outubro 15, 2005 05:06 PM

No fundo isto significa que já há inversão do ónus da prova

Publicado por: Diana às outubro 15, 2005 05:06 PM

Diana às outubro 15, 2005 05:06 PM: Acertou em cheio. É isso realmente o que acontece

Publicado por: v Forte às outubro 15, 2005 05:14 PM

Vivemos no despotismo "iluminado" fiscal.
Não é ilumunado mas sim tenebroso

Publicado por: v Forte às outubro 15, 2005 05:15 PM

Situações deste tipo deviam ser denunciadas. O Fisco, para combater a evasão fiscal, tem que agir com competência, não sacar dinheiro de qualquer maneira.

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 15, 2005 05:43 PM

Imagine-se um polícia que, para fazer cumprir a lei, ia para a rua e atirava indiscriminadamente, sobre tudo o que se mexia.
Isso é cumprir a lei?

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 15, 2005 05:45 PM

Guardadas as proporções, Filipa, é isso que me parece que está a contecer.

Publicado por: alberto às outubro 15, 2005 06:01 PM

(oops não dá para resistir a esta)

Publicado por: pyrenaica às outubro 15, 2005 06:03 PM

Mesmo do Dragão??

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 06:09 PM

(já cá tou, o Dragão era no Museu Militar não era o do PCosta, mas tenho que ir fazer aquela sesta a desoras)

Publicado por: py às outubro 15, 2005 06:20 PM

No Museu Militar há Dragões, Hussardos, e outros animais antediluvianos

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 06:28 PM

(E uma colecção de peças de artilharia fabulosas, portuguesas (os espalhafatos da fortaleza de Diu, por exemplo) e estrangeiras. Gosto muito de ver a simbólica das armas representada nos canhões. Agora falta-me rever o da Marinha, e acho que acabo o backup dos museus de Lisboa. Ah, e o planetário. O último planetário que estive foi em Las Vilette já lá vão 10 anos, para aí.)

Publicado por: py às outubro 15, 2005 08:05 PM

(Oh Joana desculpe lá esta aparente desconstrução dos seus posts à la post-Derrida, mas não é intencional, e entretanto comigo e sobretudo com o corujinha, deve estar a ficar com o único blog do mundo todo rematadinho em capicuas e primos... vai ver que terá um grande valor acrescentado?)

Publicado por: py às outubro 15, 2005 08:16 PM

Valor Acrescentado é o que a Economia portuguesa precisa

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 08:46 PM

E isto é um espaço de Cóltura

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 08:47 PM

Deprimente

Publicado por: Salema às outubro 15, 2005 08:49 PM

...é o que dá ter problemas nas finanças

Publicado por: pyrenaica às outubro 15, 2005 08:53 PM

Pois

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 08:59 PM

Deprimente era a história do post e não os vossos comentários

Publicado por: Salema às outubro 15, 2005 09:01 PM

plim

Publicado por: py às outubro 15, 2005 09:01 PM

Boa Salema, fizeste tu a a capicua! Bem vindo

Publicado por: py às outubro 15, 2005 09:04 PM

Deprimente foi o Salema ter feito o py falhar por centésimas de segundo.

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 09:04 PM

... a não ser que a Joana faça uma metacapicua, que às vezes eu não percebo o que acontece

Publicado por: py às outubro 15, 2005 09:05 PM

olhem lá, ali na morfina está quase a chegar a lotaria com o bonzão no meio; não querem ir lá todos à fuçanga ver o que é que dá?

Publicado por: py às outubro 15, 2005 09:08 PM

E que me dizem do prémio Nobel da Literatura atribuído ao Harold Pinter?
Anda uma grande polémica na blogosfera.

Publicado por: soromenho às outubro 15, 2005 09:40 PM

Até agora só tenho visto discutirem as opiniões políticas do sujeito.

Publicado por: soromenho às outubro 15, 2005 09:41 PM

Sabe-se lá se isso não foi o mais importante!

Publicado por: Rave às outubro 15, 2005 10:27 PM

Nunca li nada dele

Publicado por: Diana às outubro 15, 2005 10:44 PM

Li algures que era "pintaresco"

Publicado por: bsotto às outubro 15, 2005 10:46 PM

Não seria antes pintérico

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 10:47 PM

Agora já não. Com a massa que ganhou.

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 10:48 PM

Ainda há propriedades para venda em Lanzarote?

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 10:49 PM

Pelo que li, é o melhor escrevinhador de teatro depois de Beckett. Por isso lá merecerá o Nobel. Tal como Saramago, que muito aprecio ler. Relativamente às suas opiniões políticas, tal como as de Saramago, dava-lhes o prémio Julio de Matos.

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 15, 2005 10:50 PM

O Prémio Nobel do ano passado foi dado a uma austriaca que não tinha qualquer valimento. Um dos membros da Academia Sueca demitiu-se na sequência da decisão e afirmou que a decisão era uma manobra política e vergonhosa dada a má qualidade da sujeita.
No entanto Harold Pinter é um dramaturgo conhecido e com qualidade. Não sei se merece o Nobel, mas comparado com os Nobeis dos últimos anos, é capaz de merecer mais que muitos deles.

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 15, 2005 11:22 PM

O sujeito que se demitiu afirmou que os colegas não tinham lido absolutamente nada dela e ninguém o desmetiu.

Publicado por: Filipa Sequeira às outubro 15, 2005 11:27 PM

Eu gosto do Harold Pinter, com dramaturgo. E também como argumentista.

Publicado por: v Forte às outubro 16, 2005 01:05 AM

As opiniões políticas dele á que ainda são mais fundamentalistas que as do Fernando Rosas

Publicado por: v Forte às outubro 16, 2005 01:06 AM

Resta saber o que é que a Academia Sueca premiou.

Publicado por: v Forte às outubro 16, 2005 01:07 AM

Acho o Pinter um chato. Mas como também acho o Saramago um chato, devo ser eu que estiu errado

Publicado por: R de Carvalho às outubro 16, 2005 01:11 AM

Não é chato. Pinter tenta exprimir o vazio da vida moderna, o mal estar. Isso pode tornar a peça chata para alguns

Publicado por: Susana às outubro 16, 2005 01:14 AM

66 é um nº perfeito

Publicado por: Coruja às outubro 16, 2005 01:16 AM

O próprio Pinter reconheceu em entrevista que a "política poderia ter ajudado muito à decisão.

Publicado por: Sampaio às outubro 16, 2005 01:34 AM

Não sou eu que o vou desmentir

Publicado por: Sampaio às outubro 16, 2005 01:35 AM

aproveitar este primo: isto é divertido

http://dn.sapo.pt/2005/10/16/nacional/eleicoes_abrem_guerra_cds.html

Publicado por: pyrenaica às outubro 16, 2005 07:59 AM

boa:

http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?id_news=58161

Publicado por: pyrenaica às outubro 16, 2005 08:07 AM

Lendo este post, não percebo que seja necessária a inversão do ónus da prova. Tudo o que se passou mostra que tem que ser o contribuinte a resolver os erros do Fisco

Publicado por: J Correia às outubro 16, 2005 11:58 AM

Cabe ao contribuinte provar que o Fisco inventou tudo!

Publicado por: J Correia às outubro 16, 2005 12:03 PM

J Correia às outubro 16, 2005 12:03 PM: Tem toda a razão. Quanto mais incompetente é a administração pública mais é o cidadão que tem que pagar as custas dessa incompetência

Publicado por: Rui Lopes às outubro 16, 2005 02:02 PM

É kafkiano, tudo isto

Publicado por: curioso às outubro 16, 2005 07:24 PM

kafkiano, orwelliano...

Publicado por: py às outubro 16, 2005 08:30 PM

a pedir uma

Publicado por: py às outubro 16, 2005 08:31 PM

bela capicua

Publicado por: py às outubro 16, 2005 08:31 PM

py,

base de lâmpada?

Isso já faz mais sentido... ;)

Publicado por: J P Castro às outubro 17, 2005 07:05 PM

menino, que prático! Queria agradecer-te ia escrever-te uma carta, mas assim escrevo já, pela tua confiança, etc. , tendo pago as quotizações. Isto aqui está benzinho, só que o Centro de Saúde saiu enorme, maior que o Hospital de Cascais, quase. Agora estou preocupado com as sirenes, tem que se fazer um curso sobre poluição sonora ou coisa assim, ah mas ainda não começaram, isto sou eu a antecipar... Entretanto não vens para cá? É que a AMQC já está saneada financeiramente, já está com a situação jurídica toda regularizada, o PP vai ficar bonzinho, os arvoredos classificados, o coro é o 2ª melhor do concelho, agora somos uma CCD com número e tudo do INATEL e a nossa equipa de basket ficou em 2º lugar no campeonato... e eu quero ir para Moçambique!

Publicado por: py às outubro 17, 2005 07:47 PM

É o país que temos.

Publicado por: Tavares às outubro 17, 2005 07:55 PM

O sistema fiscal português é aberrante e autoritário. Casos desses são prova disso.
Ainda querem inverter o ónus da prova

Publicado por: Carlos às outubro 18, 2005 01:26 AM

Aliás, como muito bem disse alguém acima, o ónus da prova já foi invertido. O Fisco inventa coisas e depois é o contribuinte que tem que andar a demonstrar que aquilo é tudo um disparate

Publicado por: Carlos às outubro 18, 2005 01:29 AM


py,

nunca imaginei que por trás das capicuas estavas tu. Pois, é, eu cá continuo na terrinha a tratar do meu bébé de 90 anos. Imensas peripécias. Já passei para lá do limite que todos (inclusivé eu) achavam que aguentava.

Desde que Barroso terminou as suas primeiras férias como PM, só fui um dia aí, há três meses, já ele era da Comissão. Mas em relação à nossa comissão, sempre apanhei o prospecto com o projecto aprovado para o sítio. Gostei. Ainda bem que vais conversando com o Capucho, porque afinal parece que o homem tem nível.

Entretanto, cá na terra, ganhei (sim, afinal é um concurso...) este ano um horário incompleto a ensinar informática a futuros terroristas (vulgo alunos) e a aprender os meandros da ineficiência do sistema de educação. A da função pública, já a conheci nos anos anteriores entre Finanças, Conservatórias, etc. O que vai valendo é a terra ser pequena e os funcionários conhecerem a pessoa do outro lado, o que os faz entender o ridículo de certas situações. Se fosse noutro lado, estaria perdido.

Mas como vês, o regresso está distante.

E agora, a pergunta: Moçambique porquê ? Precisas de mais verde ?

Publicado por: J P Castro às outubro 18, 2005 11:19 AM


E já agora uma pergunta prática:

não pode haver um endereço formal para a AMQC ? É que tive de entregar a carta em mão, com um carteiro familiar...

Publicado por: J P Castro às outubro 18, 2005 11:28 AM

olá. Eu então já me tinha lembrado que podias ser tu, mas não queria intrometer-me na privacidade até que a tua carta tornou inevitável... Já foi aprovado um orçamento em reunião de direcção para a construção de um site com endereço electrónico.

Endereço formal existe, já foi escriturado este Verão: é AMQC, R. Mariano C. de Carvalho (posto do consumidor), S. João do Estoril, 2765 Estoril.

Moçambique porque são muito simpáticos e preciso de mais verde sim, e olifantes. É engraçado encontrarmo-nos aqui. Desejo-te boa sorte por aí.

Publicado por: py às outubro 18, 2005 11:53 AM

mas já agora aquilo que tu viste apresentado pelo António Capucho (que connosco tem sido um cavalheiro) ainda não é o PP, mas a base que nós aprovámos para elaboração do PP. O PP ainda vai ser melhor, com menos construção e um híbrido entre ecoparque e parque urbano.

Publicado por: py às outubro 18, 2005 12:41 PM

oops, sorry

Publicado por: py às outubro 18, 2005 12:42 PM

uma, antes de basar

Publicado por: py às outubro 18, 2005 12:42 PM


Eu ainda não consegui descobrir a lógica por trás das capicuas. Não digas. É um exercício matemático interessante descobrir a regra. Vou passar a estar atento e talvez tenha tempo entre a preparação de aulas e reuniões e mudanças de fraldas...

Quanto ao projecto: ainda vai haver menos construção ? Podes achar que não sou um crente (como tu sempre foste...) na natureza humana, mas conseguir a densidade que estava na proposta já me pareceu um sonho. O promotor já não quer ganhar dinheiro ? Ou ganhou um estranho amor ao "verde" ?

Quanto à ideia de ser mais ecoparque e menos parque urbano, acho bem. A única coisa que eu não gostava no projecto era eliminarem o caracter rústico e transformarem aquilo num parque para passear cães e namorar ao sol. Que preservem ao menos as àrvores grandes que já lá estão.

Publicado por: J P Castro às outubro 18, 2005 02:13 PM

É uma lógica relativista

Publicado por: Coruja às outubro 18, 2005 02:20 PM

Eu explico: Há comentários que ainda têm menos lógica que o "plim".

Publicado por: Coruja às outubro 18, 2005 02:22 PM

O "plim" é neutro. É incontest´vel.

Publicado por: Sa Chico às outubro 18, 2005 04:35 PM

Espero que o sistema fiscal melhore. Como está é jogar à roleta russa.

Publicado por: Rave às outubro 18, 2005 07:15 PM

E a pistola está apontada à testa do contribuinte.

Publicado por: Rave às outubro 18, 2005 07:16 PM

Pistolas?

Publicado por: Coruja às outubro 19, 2005 12:28 AM

Pistolas?

Publicado por: Coruja às outubro 19, 2005 12:29 AM

O Fisco já usa pistolas

Publicado por: Coruja às outubro 19, 2005 12:29 AM

E tem pistoleiros?

Publicado por: Coruja às outubro 19, 2005 12:31 AM

E acertam no alvo?

Publicado por: Coruja às outubro 19, 2005 12:31 AM

Ou num contribuinte ao lado?

Publicado por: Coruja às outubro 19, 2005 12:32 AM

Ou num contribuinte que ia a sair do saloon?

Publicado por: Coruja às outubro 19, 2005 12:32 AM

JP, a lógica das capicuas é como diz o corujinha, completamente relativista, ou seja quando aparece uma à vista pomo-nos a brincar, para papá-la. Coisa de machitos.

Quanto ao PP repara que as condições subjectivas foram muito favoráveis, o Capucho mora perto, a nossa urbanização espera há 30 anos por infraestruturas que estavam prometidas no alvará de loteamento, e nós aqui tivemos um postura pró-activa ou seja contratámos 2 arquitectas paisagistas que esquiçaram estudos prévios para a zona do tanque e para a praceta Gil Vicente e para o ecoparque foram 3 arquitectos + 1 engº silvicultor. Ou seja apresentámos estudos prévioa à CMC e esta respondeu integrando-os parcialmente. Houve várias assembleias de moradores, portanto foi um processo de democracia participativa e ainda não terminou, agora brevemente é que vai chegar o PP propriamente dito, para consulta pública. Mas ainda vai demorar 1 ou 2 meses.

Entretanto não sei se o sr Pimenta ou o sr. Rendeiro morreu-lhe o primogénito ele ficou muito abalado e parece que resolveu ficar mais mecénico...

Prometo ir-te contando o andar da carruagem. Mas entretanto daqui a um ano o C Saúde já deve estar mesmo a funcionar, tem pré-internamentos e imensas valências, pode ser que dê jeito quando o teu bébé de 90 anos entrar na rampa final, não sei.

Eu entretanto fiquei orfão. Depois do desgosto é óptimo, finalmente sou completamente livre. Amanhã vou basar durante 4 dias e não vòu à internet, nem ao e-mail muito menos bloggar.

Publicado por: py às outubro 19, 2005 08:03 AM

ah, mas imagina, finalmente está feito o diagnóstico ambiental da ribeira, com análises clínicas e tudo, já entreguei ao António Capucho, e então não é que aqui mesmo na Q.ta da C. há esgotos a dar lá? Parece que o problema será garagens convertidas clandestinamente em habitação com wcs que descarregam no sistema pluvial de escoamentos. Enfim, lá tive que pedir uma vistoria, porque é obrigaçao de ONGA!

Publicado por: py às outubro 19, 2005 09:37 AM


py,

essa das garagens convertidas em habitação eu já suspeitava (acho que há várias ao pé do liceu, se não estou errado). Nunca imaginei é que não se pudessem ligar à rede do próprio prédio.

Quanto ao espírito mecénico do Sr P&R (um deles), é verdade que a morte de primogénitos faz os poderosos pensar duas vezes. Acho que no livro do Êxodo já se fala disso, não é ? No entanto, a minha pergunta é a do eterno desconfiado da natureza humana. Mesmo sabendo que o Capucho mora perto e tem uma ligação de infância às memórias da zona, duvido que os gestores da P&R (ou o P. ou o R. a quem não morreu ninguém) sejam tão beneméritos. Não há um 'catch' algures ? Sei lá, uma contrapartidazinha noutra parte do concelho, um desbloqueamento de dificuldades processuais num projecto qualquer, enfim, acho que me entendes...

Só para saber se a bonança é uma borboleta a bater asas para o caos de outra parte... ou não.

Por fim, quanto à rampa final do meu bébé, já lha diagnosticaram três vezes. Das três vezes recuperou e curou. Ninguém faz mais diagnósticos. A médica diz que não conhece caso de maior resistência e só espera não morrer antes... A médica tem quarenta e tais...

Fate is a tricky path.

Publicado por: J P Castro às outubro 20, 2005 11:04 PM


Claro que reconheço que a AMQC não lhes deu muita margem de manobra para poderem agir no vazio de participação democrática a que estão habituados.

A prova disso é o pedido de vistoria: será que uma Câmara devia entregar parte dos impostos a uma ONGA por esta cumprir a função daquela ?

Just a thought...

Publicado por: J P Castro às outubro 20, 2005 11:10 PM

E ainda querem a inversão do ónus da prova?

Publicado por: Luis Silva às outubro 22, 2005 08:51 PM

Multiplicação?

Publicado por: Coruja às outubro 22, 2005 11:15 PM

É isto

Publicado por: Coruja às outubro 22, 2005 11:16 PM

É isto

Publicado por: Coruja às outubro 22, 2005 11:16 PM

É isto

Publicado por: Coruja às outubro 22, 2005 11:16 PM

É isto

Publicado por: Coruja às outubro 22, 2005 11:16 PM

Para que foi esse flooding?

Publicado por: lopo dias às outubro 26, 2005 08:34 PM

Para encerrar o post?

Publicado por: lopo dias às outubro 26, 2005 08:34 PM

Chegou a hora

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:58 AM

Lá tenho que encerrar outravez

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:58 AM

Lá tenho que encerrar outravez

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:58 AM

Será a ultima?

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:58 AM

devagarinho

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:58 AM

devagar

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:59 AM

com cuidado

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:59 AM

com muito cuidado

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:59 AM

É a última?

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:59 AM

Parece que me excedi

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 12:59 AM

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