« Katrina – Do Evento à Sequela | Entrada | Alocação de Recursos »

setembro 15, 2005

Os intelectuais e o socialismo

Hoje resolvi dar-me férias, mas não a vocês. O texto que se segue, e com o qual eu concordo em absoluto, contém muitos conceitos que eu já desenvolvi aqui, mas sem o talento e o conhecimento de causa de quem viveu estes assuntos por dentro. Critiquem-no como se fosse eu que o tivesse escrito, porque me revejo inteiramente nele. E é exactamente por isso que, contra o que é usual neste blog, eu o transcrevo na íntegra:

Os intelectuais e o socialismo: Visto de um País Post-Comunista situado numa Europa Predominantemente Post-Democrática.

1. Parto do princípio que esta audiência conhece o levemente provocativo (porque generalizador sem piedade) mas muito poderoso e importante artigo com 56 anos de idade “ Os Intelectuais e o Socialismo “. Esta audiência também sabe certamente que o referido artigo foi escrito por F. von Hayek, e que foi publicado na confusa era pró-socialista que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, quando a crença nos benefícios da engenharia social e planeamento económico, e a descrença na liberdade do mercado estavam no seu apogeu.

Penso que muitos de nós se lembrarão da definição que Hayek fez de um intelectual (hoje em dia diríamos até intelectual público), como sendo os “negociantes de ideias em segunda mão”, que tem orgulho em não “possuir nenhum conhecimento especializado em particular”, que não tem “responsabilidade directa em assuntos de carácter prático”, e que não precisam mesmo de ser “particularmente inteligentes”, para executarem a sua “missão”. Hayek sustentou que essas pessoas se satisfazem com “serem intermediários no espalhar das ideias” dos pensadores originais para as pessoas comuns, que eles acham não serem seus iguais.

Hayek estava ciente - há mais de meio século atrás, o que significa antes da prevalência dos meios de comunicação electrónicos - do enorme poder dos intelectuais em moldar a opinião publica, e avisou-nos que “será apenas uma questão de tempo até que as opiniões dos intelectuais, se tornem uma força de governo na política”. Isto é tão válido hoje como no dia em que ele escreveu.

A questão é de saber quais são as ideias que são mais favorecidas pela escolha dos intelectuais. A questão é de saber se os intelectuais são neutros na escolha das ideias com que tem de lidar. Hayek argumentou que não são. Os intelectuais não se interessam nem tratam de espalhar todas as ideias. Têm muito claras, e de algum modo muito compreensíveis preferências em relação a algumas ideias. Preferem ideias que lhes dão empregos e dinheiro e que melhoram o seu poder e prestígio.

Desse modo procuram ideias com características específicas. Procuram ideias que ampliam o papel do estado porque é o estado o seu maior empregador, padrinho ou dador. E isto não é tudo. Segundo Hayek “o poder das ideias cresce em proporção da sua generalização, abstracção e mesmo carácter vago”.

Daí que não seja surpreendente que os intelectuais estejam prioritariamente interessados em ideias abstractas e não em ideias directamente implementáveis. Também é nesse modo de pensar que eles apresentam vantagens comparativas. Não são bons nos detalhes. Não tem a ambição de resolver um problema. Não estão interessados em lidar com os assuntos de todos os dias de um cidadão normal. Hayek disse-o claramente: “o intelectual pela sua disposição não está interessado em detalhes técnicos ou dificuldades praticas”. Está interessado em visões ou utopias e porque “o pensamento socialista deve o seu atractivo ao seu carácter visionário” (e eu acrescentaria falta de realismo e natureza utópica), o intelectual tende a tornar-se um socialista.

De um modo semelhante Raymond Aron no seu famoso ensaio “ O Ópio dos Intelectuais”, analisou a bem conhecida diferença entre a maneira de pensar revolucionária e reformista, mas também - e isto é mais relevante neste contexto - a diferença entre “prosaico” e “poético”. Enquanto “ao modo de pensar prosaico lhe falta a grandeza da utopia” (Roger Kimball), a visão socialista é - nas palavras de Aron - baseada “na poesia do desconhecido, do futuro, do absoluto”. Tal como eu o entendo é este o mundo dos intelectuais. Alguns de nós gostariam de acrescentar que “a poesia do absoluto é uma poesia inumana”.

2. Como eu disse antes, o que os intelectuais querem é fazer crescer o seu prestígio e poder. Quando nós nos países comunistas encontrámos as ideias de Hayek ou Aron, nunca tivemos problemas de entender a sua importância. Deram-nos a muito necessitada explicação da peculiar proeminência dos intelectuais na nossa própria sociedade nesse tempo. Claro que os nossos intelectuais não gostavam de ouvir isso, e não queriam reconhecê-lo porquanto a sua peculiar proeminência coexistia com a debilitante ausência de liberdade intelectual, que os intelectuais muito valorizam. Esse não era todavia o único argumento. Os políticos comunistas precisavam dos seus companheiros de caminho intelectuais. Precisavam dos seu “baralhar de ideias” do seu “formar a opinião pública”, da sua apologia de um regime inumano, irracional e ineficiente. Precisavam da sua habilidade de fornecer ideias gerais, abstractas e utópicas. Precisavam especialmente da sua aceitação em lidar com futuros hipotéticos, em vez da crítica à realidade muito menos cor de rosa.

Os intelectuais desse tempo, e já nem me refiro aos anos do terror de Estaline, não eram felizes. Estavam profundamente desapontados com o seu próprio bem estar económico. Estavam frustrados pelas inúmeras dificuldades que tinham de enfrentar e de seguir. Todavia a sua posição na sociedade comunista era relativamente elevada e, paradoxalmente, muito prestigiada (tenho em mente claramente a sua posição relativa). Os dirigentes comunistas, no seu modo arbitrário e voluntarista de lidar com as pessoas, usavam e desusavam os intelectuais como queriam. Isto pôs os intelectuais numa posição periclitante. Não eram valorizados (ou avaliados) pela mão invisível do mercado, mas pela muito visível mão dos dirigentes da sociedade. Para minha muita pena muitos intelectuais não foram capazes (ou não quiseram) entender as implicações perigosas deste arranjo.

Como resultado disto tudo, e uma vez mais isto nem foi surpresa para mim, quando o comunismo caiu, na nossa sociedade subitamente livre, quando quase todos , ou todos, os empecilhos ruíram do dia para a noite, o primeiro grupo de frustrados e abertamente protestatários foi o dos intelectuais – “jornalistas, professores, publicistas, comentadores de rádio, escritores de ficção, e artistas” (parafraseando Hayek). Estavam a protestar contra as desagradáveis dificuldades criadas pelo mercado. Descobriram muito rapidamente que as sociedades livres (e os mercados livres), podiam não precisar tanto dos seus serviços como no passado. Perceberam especialmente que a sua avaliação pelas forças impessoais da oferta e da procura, podiam ser mais desfavoráveis não só do que a sua própria auto-avaliação, (e Robert Nozick tem razão quando afirma que “os intelectuais se acham as pessoas de maior valor”), mas ainda mais desfavoráveis do que a dos políticos e burocratas do regime anterior. Tornaram-se assim os primeiros críticos visíveis e barulhentos da nossa nova sociedade livre com que andávamos a sonhar há décadas.

Na sua crítica elitista do mercado, das pouco “humanas” leis da oferta, da procura, e dos preços, que são o fruto da deliberação explícita de ninguém, eles tiveram - tenho que admitir - um sucesso relativo. Devia esclarecer que - especialmente ao princípio, mas julgo que não mudou muito agora – se tornaram mais críticos da economia de mercado (e da falta de distribuição a seu favor), do que o resto da sociedade porque - para grande surpresa deles - o nível de vida das pessoas comuns subiu, pelo menos relativamente, mais do que o deles próprios. Schumpeter tinha razão quando já em 1942 no seu livro “Capitalismo, Socialismo e Democracia”, escreveu o aforismo hoje bem conhecido que “as conquistas do capitalismo não dão apenas mais meias de seda às rainhas, mas tornam-nas acessíveis às empregadas das fábricas, em retorno de um esforço cada vez menor”. Esta simples verdade é algo que os intelectuais não tem aceite.

Nós, os que estamos hoje aqui, sabemos que o mercado livre não recompensa “nem os melhores nem os mais inteligentes” ( John K. Williams), mas aqueles que - de qualquer maneira ou forma - satisfazem os gostos e preferências de outros. Concordamos com Hayek que “ninguém pode saber, sem ser através do mercado, qual o contributo de cada individuo para o produto final”. E sabemos que o sistema de mercado livre não recompensa aqueles que - nos seu próprio entender - são os mais meritórios. E porque os intelectuais se julgam a si próprios muito alto, desdenham o mercado. Os mercados avaliam-nos de um modo diferente do dos seus próprios olhos, e ainda por cima, funciona bem sem a sua supervisão. Como resultado disto os intelectuais suspeitam dos mercados livres e preferem receber do estado. Esta é mais uma razão porque estão a favor do socialismo.
Estes argumentos não são novos, mas a nossa experiência no seguimento da chamada Revolução de Veludo, foi a esse respeito mais do que instrutiva. O que aconteceu na realidade foi mais aquilo que vem nos livros, do que aquilo que esperávamos.

3. Na primeira década do século XXI não nos deveríamos concentrar exclusivamente no socialismo. Há um velho ditado que diz que não devemos lutar contra batalhas antigas que já acabaram. Acho este ponto importante embora eu não queira dizer que o socialismo está definitivamente acabado. Há pelo menos dois argumentos que nos justificam olhar para outras ideologias. O primeiro é a diferença entre a versão dura e versão macia do socialismo, e o segundo a emergência de novos “ismos” baseados em versões iliberais ou antiliberais.

No que respeita ao primeiro problema podemos provavelmente afirmar com confiança que a versão dura do socialismo, - o comunismo - acabou. Foi uma grande vitória para nós, mas essa vitória não nos devia desmotivar porque a queda do comunismo não nos dá automaticamente o sistema que gostaríamos de ter e viver. Não representa uma vitória das ideias do liberalismo clássico (ou Europeu). Tenho receio que quinze anos depois do colapso do comunismo, tenha chegado a sua versão macia (ou fraca), o social-democratismo, que se tornou - sob vários nomes como por exemplo o Estado Social ou a Soziale Marktwirtschaft – o modelo dominante do sistema económico e social da actual civilização ocidental. Este sistema está baseado num governo grande e paternalista, regulamentação extensa da actividade humana, e redistribuição da riqueza em larga escala.

Como já vimos anteriormente, tanto na Europa como na América os intelectuais adoram este sistema. Dá-lhes dinheiro e vida fácil. Dá-lhes a oportunidade de influenciar e serem ouvidos. O mundo ocidental é por enquanto ainda suficientemente rico para suportar e financiar as suas orientações impraticáveis e sem finalidade. Pode-se dar ao luxo de empregar hordas de intelectuais que usam “a poesia” para louvar os sistemas actuais, que vendem o conceito de direitos de discriminação positiva, que advogam o construtivismo da natureza humana (em vez da acção humana espontânea), para promoverem outros valores que não a liberdade.

Temos de entender esta versão contemporânea do socialismo à escala mundial, porque os nossos velhos conceitos podem até omitir algumas das características do que está à nossa volta agora. Podemos até descobrir que o uso continuado do termo socialismo pode ser enganador.

4. Isto traz-me para outro problema. Depois do descrédito completo do comunismo, e no meio de uma crise indesmentível do social-democratismo europeu, o socialismo explícito tornou-se insuficientemente atractivo para a maioria dos intelectuais. Hoje em dia é difícil encontrar - no Ocidente - um intelectual que queira estar “in” e ter influência, que se chame a si próprio um socialista. O socialismo explícito perdeu o seu atractivo e não aparece com rival das nossas ideias de hoje.

As ideias iliberais são formuladas, espalhadas e pregadas sob o nome de ideologias ou “ismos” que não tem nada que ver - pelo menos formalmente e nominalmente - com o velho socialismo explícito. Essas ideias são contudo, muito parecidas com ele. Há sempre um qualquer limitar ou constringir da liberdade humana, há sempre uma ambiciosa engenharia social, há sempre um imodesto “promover o bem à força” praticado por aqueles que foram escolhidos (T. Sowell), contra a vontade dos outros, há sempre o fugir aos meios democráticos, para procedimentos políticos alternativos, e há sempre o sentimento da superioridade dos intelectuais e das suas ambições.

Penso no ambientalismo (com o seu princípio de Primeiro a Terra, e não Primeiro a Liberdade), no humanitarismo radical (baseado - como diz de Jasey) na não distinção entre os direitos e o que está certo, a ideologia da sociedade civil (ou comunitarismo), que não é mais do que uma versão de colectivismo post-marxista, que quer privilégios para os grupos organizados e consequentemente a re-feudalização da sociedade. Também penso no multiculturalismo, feminismo, e tecnocratismo apolítico (baseado no ressentimento contra os políticos e a política), o internacionalismo (e especialmente a sua variante europeia chamada de Europeísmo) e um fenómeno de crescimento rápido chamado ONGismo.

Todos estes representam ideologias substitutas do socialismo. Todas elas dão aos intelectuais novas possibilidades, novos espaços para as suas actividades, novos nichos no mercado das ideias. Enfrentar estes novos “ismos”, revelar a sua verdadeira natureza, e ser capaz de os eliminar, pode ser mais difícil agora que no passado. Poderá ser mais complicado do que lutar contra o velho socialismo explícito. Todas a pessoas querem um ambiente saudável, todas as pessoas querem ultrapassar a solidão da fragmentada sociedade post-moderna, e participar nas actividades dos vários clubes, associações, fundações e organizações de caridade; quase todos são contra qualquer descriminação baseada na raça, religião ou sexo; muitos de nós estão contra os extensos poderes do estado, etc. Demonstrar o perigo dessas aproximações poderá ser soprar contra o vento.

5. Estas ideologias alternativas, pela sua pouco clara, instável, e ainda mal descritas sinergias, tem um sucesso especial onde não existe suficiente resistência, onde encontram solo fértil para fortalecer, onde encontram um país (ou um continente inteiro) onde a liberdade (e os mercados livres) foram prejudicados por duradouros sonhos e experiências colectivistas, e onde os intelectuais tiveram sucesso em manter uma voz e um estatuto social fortes. Claro que estou mais a pensar na Europa que na América. É na Europa que estamos a assistir à substituição da democracia pela post-democracia, onde o domínio da Comunidade Europeia substitui arranjos democráticos nos países membros, onde o “para-governo” de Hayek ligado aos interesses organizados (porque organizáveis), tem tido sucesso em conduzir a política, e onde mesmo alguns dos liberais - na sua justificável crítica do estado – não vêem os perigos do Europeísmo vazio, e de uma profunda (cada vez mais) unificação burocrática do continente europeu. Aplaudem a crescente abertura formal do continente, mas não vêem que a eliminação de algumas fronteiras sem a liberalização das actividades humanas “apenas” empurra os governos para cima, ou seja para o nível onde não há mais controlo democrático, e onde as decisões são tomadas por políticos nomeados por políticos, e não por cidadãos em eleições livres.

A Constituição Europeia foi uma tentativa de montar e consolidar esse sistema de uma forma legal. Foi uma tentativa de o constituir. É por isso importante que os referendos francês e holandês lhe tenham posto fim, que tenham interrompido o cada vez mais irreversível movimento para “uma Europa mais unida” e que tenham iniciado uma discussão que se deseja séria - na novilíngua europeia chamada de “período de reflexão”. Não estou a assumir que esta reflexão organizada de cima para baixo, vá suficientemente longe para nos revelar as causas profundas dos problemas que afligem a Europa. No entanto foi aberta uma porta. Devíamos usar essa oportunidade para lembrar aos nossos concidadãos o que é que faz a nossa sociedade ser livre, democrática e próspera.

É um sistema político que não deve ser destruído por uma interpretação post-modernista dos direitos humanos (com a sua ênfase na descriminação positiva, com a dominação dos direitos adquiridos no grupo sobre as responsabilidades e direitos individuais, e com a desnacionalização da cidadania), pelo enfraquecimento das instituições democráticas, que tem as suas raízes insubstituíveis exclusivamente no território dos estados, pelo “multiculturalismo” causador da perca da coerência necessária entre as várias entidades sociais, e pela procura em todo o continente europeu de se viver das rendas (tornada possível quando a tomada de decisão é feita a um nível muito longe dos cidadãos e onde os votos dispersos se encontram ainda mais dispersos do que nos países soberanos).

É um sistema económico, que não deverá ser estragado pela excessiva regulamentação governamental, por deficits fiscais, por controle burocrático pesado, por tentativas de aperfeiçoar os mercados com a construção de estruturas de mercado “optimizadas”, por grandes subsídios a industrias privilegiadas ou protegidas, pela rigidez do mercado de trabalho, etc.

É um sistema social, que não deve ser afundado por todos os desincentivos imagináveis, benefícios sociais mais do que generosos, redistribuição da riqueza em grande escala, e pelas muitas formas de paternalismo governamental.

É um sistema de ideias que será baseada na liberdade, responsabilidade pessoal, individualismo, preocupação natural para com os outros, e conduta de vida moral.

É um sistema de relações e relacionamento individual entre os países, que não deverá ser baseado em falso internacionalismo, organizações supranacionais, e numa errada interpretação sobre a globalização e factores externos, mas que será baseado na boa vizinhança entre nações livres e soberanas, e em pactos e tratados internacionais.

Os fundadores da mount Pelerin Society, Hayek e Friedman, como tantos outros, sempre insistiram em lutar pelo que parecia politicamente impossível. Devíamos continuar a fazer o mesmo.

Vaclav Klaus no Encontro Regional da Mount Pelerin Society, em Reykjavik, Islândia em 22 de Agosto de 2005.


Nota: Esta tradução portuguesa foi-me enviada por um leitor, a quem aproveito para agradecer aqui.

A versão inglesa, que eu já conhecia, está aqui.

Aí poderão encontrar a bibliografia, que eu não coloquei aqui porque o texto é muito longo.

Adenda: Vaclav Klaus, para quem o desconhecer, é o Presidente da República Checa.

Publicado por Joana às setembro 15, 2005 11:24 PM

Trackback pings

TrackBack URL para esta entrada:
http://semiramis.weblog.com.pt/privado/trac.cgi/103964

Comentários

Uau! Massive attack! Mezzanine

Mas então concluo que o autor não é um intelectual! Paradoxo? E a Joana? Les vacances ma chérie...

Publicado por: pyrenaica às setembro 15, 2005 11:51 PM

E depois quanto a isso da liberdade vejamos. A Joana já ouviu falar do ADN? Transcreve-se em RNA mensageiro vai lá parar aos ribossomas e organiza uma cadeia de aminoácidos em proteínas, nas quais se incluem as proteínas estruturais como a queratina do cabelo e todas as enzimas que estão a actuar agora, em si.

Sabe que todos os domingos resmungo porque as minhas unhas crescem mais do que eu queria... isso faz-me lembrar que crescem fora do meu controlo, depois lembro-me que o meu coração também bate fora da minha vontade consciente, etc.

Ou seja faz-me lembrar que estou, numa medida que não conheço, programado.

E portanto se a Joana está programada para pensar que é livre, ou eu, pensamos que somos e no entanto não somos. Erigir a liberdade como valor absoluto tem este ligeiro óbice.

Publicado por: pyrenaica às setembro 15, 2005 11:59 PM

pyrenaica: O autor é o Presidente da Republica Checa. Não é um "intelectual".

Publicado por: Joana às setembro 16, 2005 12:06 AM

Joana, o autor coloca-se na posição de quem sabe avaliar o que é um intelectual, portanto deduz-se que tem conhecimento de causa... Além disso há um problemazinho adicional: é desonestidade intelectual pretender que se fala a partir do lugar original, como se outros já não tivessem pensado e dito coisas semelhantes, e como tal devem ser citados, para memória futura. É por isso que eu cito tanto os autores, para não me apropriar indevidamente do seu lugar.

Deixo o enunciado sobre a (sua) liberdade supra à (sua) reflexão.

A mim chega-me a ilusão da liberdade e uso um critério de harmonia para tentar discernir as coisas. Como, programados ou não, se sabe que acedemos à conclusão matemática de que existem infinitos tipos de infinito, haveria lugar para todos e mais alguns num espaço ideal. Cá em baixo era preciso mais cuidado. É por isso que acho que este mundo está o máximo! Pena é o bum!

PS mas acho que África e a lusofonia se vão safar.

Publicado por: pyrenaica às setembro 16, 2005 12:24 AM

Comecei a ler direitinho e depois fartei-me e li na diagonal. Mas apetece-me fazer três perguntas:

1. Seria Hayek um intelectual? Se não era, o que seria?
2. Não haverá uma diferença entre um intelectual e um pretenso intelectual?
3. Em que categoria se colocam aqueles que criticam os intelectuais?

Depois, parece-me que um intelectual é alguém que usa o seu intelecto, ou seja, a sua inteligência, a sua capacidade de reflexão. Como é que se pode criticar um intelectual pelo facto de o ser? Significa isso que se não deve pensar? Que se não deve usar a inteligência? Só um mentecapto pode criticar os intelectuais pelo facto de o serem. Agora pode-se certamente criticar ideias, propostas, raciocínios de intelectuais. Mas só outro intelectual o poderá fazer com um mínimo de probabilidades de ser relevante na sua crítica. No campo das ideias só tem direito de cidadania quem souber pensar. E quem sabe pensar é, por definição, um intelectual. Se a Joana perfilha o chorrilho de disparates que citou é porque não se considera uma intelectual. O que será então?

Publicado por: Albatroz às setembro 16, 2005 12:49 AM

Ainda por cima o homem provou que era um intelectual nos termos em que ele próprio o define: tornou-se Presidente da República! Lindo.

PS como conclusão do raciocínio anterior se calhar estou programado para reavêr o Português. Não anda mais ninguém programado por aí, não? É que se estivesse cá o (M) eu diria que me apetecia variar de ser o Blake&Mortimer 2 em 1.

Publicado por: pyrenaica às setembro 16, 2005 12:58 AM

Também podemos brincar de Corto Maltese. A Joana é a Venexiana Stevenson?

Publicado por: pyrenaica às setembro 16, 2005 01:08 AM

Puf, eu que já estava com bocejos até me assanhei. Bom mas o soninho já está a vir outra vez e queria dizer já não sei o quê...

Me gusta los aviones...

Ah já lembrei: concordo que deve ser muito mais divertido ser um otolemur do que um intelectual. Até já tentei meter uma cunha para a próxima..Té

Publicado por: pyrenaica às setembro 16, 2005 01:24 AM

Desculpem.
Amanhã vou tentar ler o escrito outra vez.
Hoje, não percebi nada. O texto tem a sonoridade do «Zé Cabra».
«No campo das ideias só tem direito de cidadania quem souber pensar». Aí está um Cristão de bater no peito até furar a alma ...

Publicado por: asdrubal às setembro 16, 2005 01:27 AM

Não li mas achei magistral.
Nada a acrescentar e assim faço minhas as palavras de EPC

"Nestas circunstâncias verificamos que aquilo em que consistia a grande experiência estética (invasão vertical da imanência pela transcendência, presença do Outro como absoluto) tende a desaparecer por uma modalidade de interacção branda entre sujeito e objecto.""

in Público de ontem

Publicado por: carlos alberto às setembro 16, 2005 01:44 AM

Os intelectuais a que se refere o Presidente da R Checa são «os intelectuais prioritariamente interessados em ideias abstractas e não em ideias directamente implementáveis. Também é nesse modo de pensar que eles apresentam vantagens comparativas. Não são bons nos detalhes. Não tem a ambição de resolver um problema. Não estão interessados em lidar com os assuntos de todos os dias de um cidadão normal.»
Ou seja. Não são os "trabalhadores intelectuais": engenheiros, economistas, arquitectos, etc.. São os intelectuais que "fornecem ideias" em 2ª mão.

Publicado por: Hector às setembro 16, 2005 01:46 AM

Estilo Prado Coelho, Santos Silva, Pedro Mexia e outros

Publicado por: Hector às setembro 16, 2005 01:47 AM

Hector às setembro 16, 2005 01:46 AM

Que direito tem alguém de limitar o conceito de intelectual a essas caricaturas? Alguém acharia normal que se criticassem os médicos por serem uma categoria profissional que só pensa em dinheiro e se está nas tintas para os doentes? Ou que se criticassem os advogados por serem um bando de aldrabões que são os únicos que ganham com os processos? Ou os funcionários públicos por serem todos uns preguiçosos inúteis? A generalização da crítica aos intelectuais seria uma imbecilidade do mesmo tipo.

Publicado por: Albatroz às setembro 16, 2005 01:53 AM

Eu percebi tudo. Este gajo não vai dar subsídios aos tipos que fazem aqueles filmes q'a malta não percebe, que estão 2 dias em exibição, com 8 espectadores.

Publicado por: Coruja às setembro 16, 2005 01:56 AM

Pois a mim lembra-me o Carrilho.

Publicado por: xxx às setembro 16, 2005 03:28 AM

pelos vistos já somos dois que concordamos com o texto na íntegra. percebi bem porque o colocou aqui.

também acho piada a quem não lê o texto e se põe a fazer perguntas completamente desviadas do assunto, mas esses, provavelmente, não estão interessados em fundamentar opiniões...

Publicado por: Salvador às setembro 16, 2005 03:47 AM

Já agora, para que se fique a conhecer quem é o bicho, sugiro a leitura desta rigorosa biografia patente na Wikipedia:

http://en.wikipedia.org/wiki/Vaclav_Klaus

De beneficiário do aparelho comunista checoslovaco a líder da direita mais extrema no pós comunismo, passando pela corrupção do governo que chefiou... está lá quase tudo.

Os «arrependidos» e os cristãos novos sempre se caracterizaram pelos excessos da contrição.
Por isso a diatribe antisocialista (superficial que baste) não surpreende, como não surpreende
a pronta adesão de Joana ao sumo do discurso. Temos de levar isso à conta de penitência de quem quer lavar do passado um devaneio ideológico.

Quanto aos disparates sobre os intelectuais, prefiro o Luis Pereira de Sousa. Esse, ao menos, fazia-me rir e não era intelectual.

PS - George W.Bush veio reconhecer publicamente as culpas do seu governo na tragédia de New Orleans e pôr a ridículo todos os que andaram por aí a defender a inocência da administração americana. Donde se conclui que o próamericanismo primário tem muito a ganhar se mantiver a boca fechada.

Publicado por: (M) às setembro 16, 2005 07:37 AM

Na República Checa há numerosas anedotas sobre o ilustre pensador Vaclav, sinal de que lá não o tomam a sério.

Uma para o caminho:
Qual é a diferença entre Deus e Vaclav Klaus?... Deus não pensa que é Vaclav Klaus...

Estou certo de que todos saberão a resposta, se eu perguntar qual é a semelhança entre Joana e Vaclav Klaus...

# : - ))

Publicado por: (M) às setembro 16, 2005 08:00 AM

Tudo isto é mera competicao entre intelectuais, como entre detergentes. Publicidade para nos convencerem de quem lava mais branco. Diz-se no texto " [Os intelectuais] Na sua crítica elitista do mercado, das pouco “humanas” leis da oferta, da procura, e dos preços, que são o fruto da deliberação explícita de ninguém, eles tiveram - tenho que admitir - um sucesso relativo. ". Muitos dos intelectuais perderam portanto o seu tacho e a competicao é rude. Dizer-se que nao se é um intelectual como os outros, que lavamos mais branco é uma estratégia que pode funcionar. Se alem disso pudermos apontar defeitos crediveis aos outros detergentes, ainda aumentamos mais as nossas hipoteses de sermos os novos eleitos.
Ed.

Publicado por: Ed às setembro 16, 2005 08:37 AM

Bem Ed, uns realmente lavam mais branco que os outros.
Olhe por exemplo VPV hoje:

"Resta evidentemente o espectro de um Cavaco autoritário e "gaullista", pronto a subverter a República e a varrer a politicagem. Há, no entanto, um perigo nisso: e se o país gosta da ideia?""

Entretanto Nuno Pacheco (este é necessário por o nome, pois ninguém o conheceria pelas iniciais) está preocupadissímo porque meia dúzia de latagões vão ao Parque Eduardo VII ( uma simbologia diria EPC) protestar contra os "gays".

Não vê aqui um caso de 2+2-=4?

Publicado por: carlos alberto às setembro 16, 2005 09:25 AM

ui,ui

Publicado por: pyrenaica às setembro 16, 2005 09:53 AM

Tlim!

Publicado por: pyrenaica às setembro 16, 2005 09:54 AM

Agora como intelectual que me prezo, vou furar lixo:))

Publicado por: pyrenaica às setembro 16, 2005 09:55 AM

Esse comentário de mau gosto que Nuno Pacheco escreveu hoje no Público demonstra bem certas concepções de liberdade: todos são livres de concordar comigo. A típica concepção de liberdade do politicamente correcto.

Pessoalmente, gostei do texto. Parabéns, Joana.

Acrescentaria que nos dias que correm, como Mark Stein sublinhou, o verdadeiro frisson para os intelectuais já não é tolerar a tolerância, mas sim tolerar a intolerância. Isso, sim, é que demonstra a sua verdadeira superioridade moral...

Publicado por: Pedro Oliveira às setembro 16, 2005 09:56 AM

A Joana, e Václav Klaus, são claramente "negociantes de ideias em segunda mão”, portanto satisfazem o primeiro critério para serem considerados intelectuais.

O que Hayek escreveu sobre os intelectuais foi também amplamente glosado por Noam Chomsky, por exemplo no seu notável ensaio de 1968 "Objectivity and Liberal Scholarship", que começa assim:

"If it is plausible that ideology will in general serve as a mask for self-interest, then it is a natural presumption that intellectuals, in interpreting history or formulating policy, will tend to adopt an elitist position, condemning popular movements and mass participation in decision-making, and emphasizing rather the necessity for supervision by those who possess the knowledge and understanding that is required (so they claim) [..]"

Esta citação de Chomsky aplica-se à Joana que nem uma luva.

Já agora: é Václav, com um acento no primeiro a. O acento, em checo, prolonga o som. Lê-se Vaatslav.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 16, 2005 10:03 AM

Václav Klaus, antes de ser presidente da Chéquia, foi seu primeiro-ministro. Foi nessa altura que a Chéquia, antes muito mais avançada do que a Eslováquia, se deixou ultrapassar por esta. A Chéquia, com a velha tradição industrial da Boémia, com a proximidade da Saxónia, e com o seu grande avanço e reformas pós-comunistas, era considerado um dos países da linha da frente na adesão à UE. Mas durante o tempo de Klaus como primeiro-ministro derrapou imensamente, e passou a ser considerada um "aluno" de segunda categoria. Foi ultrapassada pela Hungria E Eslovénia, e até mesmo pela Eslováquia, que estão a ter muito mais sucesso económico.

Ou seja, Klaus, além de ser um divulgador de ideias em segunda ou terceira mão (as suas ideias sobre os intelectuais já são tão velhas quanto Bakunine, na sua crítica ao marxismo, no século 19), não parece ter-se preocupado o suficiente com os detalhes práticos.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 16, 2005 10:10 AM

É sempre perigoso tecer comentários às ideias expressas num só texto. Mais perigoso ainda se este for uma tradução de tradução.
Mas, no texto que a Joana nos mostra, julgo que o discurso de Klaus é um pouco radical: refere-se a todos os que estão à esquerda do liberalismo como filhos do comunismo. E isto, está bem de ver, só podia sair da cabeça de um liberal com discurso inflamado.

Publicado por: Vítor às setembro 16, 2005 10:12 AM

Onde é que a Rep. Checa foi ultrapassada pela Eslováquia?
A Rep. Checa está praticamente ao nível de Portugal (em termos de PIB, porque quanto a educação e qualificação está muit à frente) e a Eslováquia está ainda bastante atrás, mas com enorme progresso.
O liberalismo na Eslováquia está mais avançado que na Rep. Checa. Até ao fim da década esses 2 países passam à nossa frente.

Publicado por: David às setembro 16, 2005 10:42 AM

E nós, saloios, a discutirmos o sexo dos anjos, enquanto somos passados por todos, sem perceber que os outros é que têm razão

Publicado por: David às setembro 16, 2005 10:44 AM

Ainda bem que existe o liberalismo. É a nossa salvação.
Eu quero votar nos políticos que podem colocar Portugal nos carris do futuro. Peço é o favor, aos liberais deste blogue, de me indicarem qual o partido que representa as V. ideias liberais.
Agradecido.

PS: Ao contrário do que por vezes sucede, não estou a ser sarcástico.

Publicado por: Vítor às setembro 16, 2005 10:53 AM

Os intelectuais e socialismo:Visto de um País Post-"Comunista" situado numa Europa Predominantemente Post-Democrática.

Pós-modernismo = cultura neoliberal

Publicado por: xatoo às setembro 16, 2005 10:56 AM

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 16, 2005 10:03 AM

Esta citação de Chomsky aplica-se à Joana que nem uma luva.

Também se aplica ao Chomsky que nem uma luva, ou a ti, Luís...

Publicado por: Pedro Oliveira às setembro 16, 2005 10:59 AM

Á boa maneira intelectual portuguesa muitos comentadores criticam a forma (o Vacla Klaus foi/é isto e aquilo, a rep. Checa é isto e mais aquilo) e "esquecem" a substancia do que é escrito, ou porque não leram tudo (dá trabalho), ou porque não está de acordo com o inprint que tem na cabeça, e que claramente não corresponde à história de milhões de concidadãos europeus que viveram o "sonho socialista" na pele. É pena.

Publicado por: Joao P às setembro 16, 2005 11:04 AM

Vítor às setembro 16, 2005 10:53 AM

Esse partido não existe mas está espero, em formação. Existe um Movimento Liberal Social que tem a pretensão de passar a partido. A sua segunda assembleia-geral é neste fim-de-semana em Cascais, e quaisquer simpatizantes, mesmo que não filiados, podem assistir.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 16, 2005 11:08 AM

Vítor em setembro 16, 2005 10:53 AM:
"Ainda bem que existe o liberalismo". É a salvação dos que lhs aplicaram as receitas e a desgraça dos que o vêem como Satanás, como nós, em Portugal.

Publicado por: Rui Sá às setembro 16, 2005 11:10 AM

Eu sou um intelectual frustrado.

Publicado por: Coruja às setembro 16, 2005 11:40 AM

O mercado não me compra e o Ministério da Cultura não me subsidia

Publicado por: Coruja às setembro 16, 2005 11:41 AM

A Barbara conseguiu 10 mil contas de subsídio e um bónus de casamento com o prof que lhe dera o subsídio.

Publicado por: Coruja às setembro 16, 2005 11:42 AM

E eu nada. Eu que nem sequer tenho que desfazer um casamento nas Caraíbas para casar com a Ministra da Cóltura.

Publicado por: Coruja às setembro 16, 2005 11:44 AM

Basta-me tomar uma caixa de Lexotan por dia para conviver com ela.
O Lexotan é comparticipado?

Publicado por: Coruja às setembro 16, 2005 11:45 AM

Este texto é muito fracturante e irrita muita gente.
O sujeito chama os bois pelos nomes.

Publicado por: Sa Chico às setembro 16, 2005 11:56 AM

Ponto de ordem. Para evitar que se digam coisas inexactas, porque alguns gostariam que elas fossem assim, aqui vão os PIBs de alguns países da UE (Portugal e novos), em termos de Paridade de Poder de Compra (Fonte FMI

........................2003........2004.........2005
Czech Republic ..17.367,0 ...18.356,7 ...19.474,6
Hungary ...........14.602,4 ...15.546,1 ...16.627,5
Poland .............11.314,8 ...12.244,3 ...13.275,3
Portugal............18.362,4 ...19.038,4 ...19.949,4
Slovak Republic .14.061,1 ...15.065,8 ...16.110,2
Slovenia ...........19.094,5 ...20.306,0 ...21.695,0

Publicado por: Joana às setembro 16, 2005 12:46 PM

Fracturante é uma palavra que começa a estar na moda. Aparece com frequência associada a textos que, de “fracturante” não têm nada. Há séculos que andamos a ouvir esta lenga-lenga.
Quem tanto critica a esquerda nostálgica, vem agora defender as mezinhas de uma direita que elege a competição e liberdade como valores absolutos?
Desmascara-se a hipocrisia da esquerda radical para depois defender um texto com argumentos idiotas que sacraliza a economia e a liberdade em prejuízo do ambiente, da intelectualidade, do multiculturalismo, do feminismo, etc (valores que, pelo simples facto de serem defendidos também por utópicos de esquerda, não significa que não sejam importantes)?

Publicado por: Vítor às setembro 16, 2005 12:51 PM

Quanto ao crescimento anual do PIB, foi de:
.....................2003 2004 2005
Czech Republic 3,7....4....4
Hungary.......... 3,0....4,0....3,7
Poland............ 3,8....5,3....3,5
Portugal......... -1,2....1,0....1,8
Slovak Republic 4,5....5,5....4,8
Slovenia.......... 2,5....4,4....4

Publicado por: Joana às setembro 16, 2005 12:53 PM

Vítor: Você toma os seus mitos por realidades. Onde leu "argumentos idiotas que sacraliza a economia e a liberdade em prejuízo do ambiente"?

Não demonstrei, posts atrás, que foi a economia neoclássica que construiu modelos para providenciar políticas ambientais equilibradas e científicas?

Aliás, você repete sempre a mesma ladainha.

Publicado por: Joana às setembro 16, 2005 01:00 PM

Além do mais, torna-se evidente que não percebeu o que o autor pretendia quando referiu o "ntelectualidade, do multiculturalismo, do feminismo" e o "ONGismo"

Publicado por: Joana às setembro 16, 2005 01:01 PM

Num post anterior, "A Perversão da Iconolatria":
http://semiramis.weblog.com.pt/arquivo/2005/06/a_perversao_da.html
escrevi:
"os intelectuais (políticos, jornalistas e agentes culturais) sempre tiveram um fascínio intenso pelo totalitarismo ideológico, principalmente o de esquerda. Os intelectuais desconfiam da «ordem espontânea» dos regimes liberais e compreendem melhor uma ordem «construída». Uma teoria social tipo “chave na mão” fundamentada num corpo “sólido” e atractivo de doutrina sobre a necessidade e o determinismo históricos. Tudo muito bem explicado, com as peças bem encaixadas umas nas outras, e que sirva de modelo explicativo que nos tranquilize sobre o passado e nos arrebate sobre o futuro.

Publicado por: Joana às setembro 16, 2005 01:04 PM

E escrevi ainda:
"Os intelectuais menosprezam a «ordem espontânea» do mercado, porque esta oferece ao público o que este deseja, enquanto que eles pregam ao público o que ele deve e não deve desejar. O mercado opera dentro de um sistema de preferências e de juízos de valor desinteressante para o intelectual. Por isso, não custa muito compreender que muitos intelectuais confiem mais no Estado do que no mercado. O Estado não funciona por uma «ordem espontânea», mas primordialmente sob a influência de lobbies políticos e sociais, e aqui, os intelectuais (políticos, jornalistas e agentes culturais) movimentam-se bem e têm uma enorme capacidade de angariar subsídios e favores."

Publicado por: Joana às setembro 16, 2005 01:06 PM

Este tema, embora de forma menos evidente, foi também abordado em diversos posts.
Como se pode ver, tem muita semelhança com a opinião do Vaclav.

E terminei:
«a religião é o ópio do povo e a iconolatria ideológica é o ópio dos intelectuais»

Publicado por: Joana às setembro 16, 2005 01:08 PM

Polegar ao alto para o autor e a divulgadora.

Publicado por: diogenes às setembro 16, 2005 01:21 PM

Joana às setembro 16, 2005 01:00 PM

Resposta por ordem inversa:

"Aliás, você repete sempre a mesma ladainha." Vinda esta frase de quem vem, deixou-me muito bem disposto. Aprecio sempre o seu humor refinado.

"Não demonstrei, posts atrás, que foi a economia neoclássica que construiu modelos para providenciar políticas ambientais equilibradas e científicas?"
Não. Não demonstrou! O que ficou demonstrado foi que a economia neo-clássica, como não podia deixar de ser, construiu modelos que permitem integrar o valor do ambiente nas políticas económicas. O que é diferente de conferir prioridade às preocupações de ordem ambiental. O caso paradigmático dos EUA está aí para o demonstrar.

E talvez eu não tenha redigido da melhor forma: quando escrevi "argumentos idiotas" quis referir-me aos do texto. Não aos argumentos dos seus defensores. Em diversos trechos do texto o autor, implícita ou explicitamente, defende o primado da liberdade e da economia. Seria fastidioso enumerar esses trechos.
Quanto ao "prejuízo do ambiente" é o próprio autor que se encarrega de o dizer: "Penso no ambientalismo (com o seu princípio de Primeiro a Terra, e não Primeiro a Liberdade),..".
Eu discordo - defendo primeiro a Terra e só depois a Liberdade. Se a isto quiserem chamar ambientalismo, é convosco.

Publicado por: Vítor às setembro 16, 2005 02:02 PM

Justificar a posição dos "intelectuais de esquerda" com uma busca de salário garantido para si mesmos é uma perfeita imbecilidade...Desse grupo a que gostam de intitular, agora até prejurativamente!, de intelectuais desconfio que serão os de esquerda os menos preocupados com os seus ganhos pessoais, ao contrário desse "intelectual de direita" que pelos vistos não olha a meios para atingir os seus interesses pessoais!

Publicado por: luis às setembro 16, 2005 02:22 PM

Qual foi o "O caso paradigmático dos EUA está aí para o demonstrar"?

Publicado por: Surpreso às setembro 16, 2005 02:27 PM

Joana às setembro 16, 2005 01:01 PM

O texto não tem nada de prolixo. Ou terá sido complicado para si e assume, do alto da sua superioridade intelectual, que também o é para os outros?

Percebi que o autor se refere a uma intelectualidade hipócrita e paternal que está por detrás desses "ismos". Mas, embora esta estratégia lhe sirva (a ele) às mil maravilhas para defender o Liberal"ismo" e atacar o socialismo, não pode esquecer-se que o ambientalismo, feminismo, multiculturalismo e ONGismo têm dado um contributo notável para o progresso da sociedade e são defendidos, maioritariamente, por pessoas que não estão enfeudadas em preconceitos ideológicos.
Acresce que, em matéria de intelectualidades "eleitas" por detrás dos "ismos", o liberalismo não faz melhor figura que qualquer outra das correntes ideológicas referidas.

Publicado por: Vítor às setembro 16, 2005 02:28 PM

Surpreso às setembro 16, 2005 02:27 PM

Não foi, é!
Leia o clássico "De como a economia neo-clássica se preocupa com os valores ambientais e depois não liga puto a isso, para não prejudicar a economia."

Ah! Já me esquecia. Para estas coisas, a economia americana não é liberal...

Publicado por: Vítor às setembro 16, 2005 02:32 PM

tlim

Publicado por: Coruja às setembro 16, 2005 02:32 PM

Vítor: Que clássico escreveu isso? O Homero ou o Hamurábi?

Publicado por: Coruja às setembro 16, 2005 02:34 PM

Coruja às setembro 16, 2005 02:34 PM

Esse tlim lembra-me a fada Sininho. Porquê? Onde andará o Gancho?

Quanto ao autor: não sei. Limito-me a ler posts, não os perceber, e criticá-los num tom perjorativo. Pelo menos é o que me dizem. E, salvo raras excepções (caso da Coruja diurna), é o que vejo fazer por aqui...

Publicado por: Vítor às setembro 16, 2005 02:42 PM

Em dois comentários da Joana, vemos escritas estas duas frases, obviamente contraditórias entre si:

-- [Václav Klaus] é o Presidente da Republica Checa. Não é um "intelectual".

-- os intelectuais (políticos, jornalistas e agentes culturais)

Joana, decida-se. Os políticos cabem ou não cabem na categoria maldita dos "intelectuais"? Ou alguns políticos são intelectuais e outros não são? Ou será que Václav Klaus não é político? E, já agora, os jornalistas: também são todos intelectuais, ou há alguns que escapam???

Estas contradições da Joana deixam-me muito confuso...

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 16, 2005 02:43 PM

Quando eu disse que "a Chéquia se deixou ultrapassar pela Hungria e pela Eslováquia" não me referia, obviamente, ao PIB. Uma vez que o PIB da Chéquia começou muito mais elevado do que o da Hungria e da Eslováquia, era difícil que tivesse sido ultrapassada. Referia-me ao ambiente geral da economia, ao sucesso das reformas económicas pós-comunismo, e à taxa de crescimento do PIB. E referia-me àquilo que vi escrito em diversas revistas e notícias de jornal, não propriamente ao resultado dos meus estudos pessoais. Logo a seguir à queda do comunismo (1990), a Chéquia progediu muito, enquanto que a Eslováquia enfrentou muitas dificuldades. A Chéquia fez muitas reformas e muito rápidas, e era amplamente glosado que rapidamente poderia entrar na UE, ao contrário da Eslováquia, que estaria condenada a apenas entrar mais tarde. O que acontece é que durante o tempo de Klaus como primeiro-ministro a Chéquia começou a derrapar e a ser abundantemente criticada nos meios de comunicação ocidentais, enquanto que a Eslováquia progredia sm cessar. Acabaram por entrar ao mesmo tempo na UE, como se sabe.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 16, 2005 02:52 PM

Quem foi o ranhoso que escreveu o texto abjecto que encima este ecrã?
O CADA-BOSTA* está convocado para hoje à noite para discussão do problema e adopção de medidas adequadas.


*Comité de Análise aos Desvios Anormais - Bureau Ordinário dos Sovietes Tchecos Anciãos

Publicado por: Esquerdalhaço às setembro 16, 2005 02:56 PM

Vítor às setembro 16, 2005 02:02 PM

Meu caro Vítor, a "Terra" e a "Liberdade", no discurso do autor, são meros símbolos. O que está por detrás desses conceitos (tão abstractos, aliás, que permitem qualquer leitura) é a antinomia entre o colectivo e o individual.
Por outras palavras, há os que, como você, entendem que partilhamos um destino comum num sistema que deve ser mantido em equilíbrio para o bem de todos, e os vaclav deste mundo, para os quais os outros não contam (ou vêm em secundaríssimo lugar) e o que importa é abrir caminho ao individualismo desbragado.
Vaclav é contra a União Europeia, mas o que ele de facto combate é a unidade europeia. Se alguém quiser encontrar as raizes dessa estratégia, não terá muito trabalho a encontrá-las.
Aquilo a que eu acho mais graça, no meio disto tudo, é verificar a coincidência do fio condutor desta argumentação anti-intelectuais com a de um sector do pensamento comunista que deu origem ao princípio inquebrável da «maioria operária» nos comités centrais.
Outro aspecto interessante — na medida em que nos dá uma ideia do rigor dos argumentos e da consistência do pensamento — é verificar o conceito de «intelectual» na cabeça da Joana. Para ela, intelectuais são «os políticos, os jornalistas e os agentes culturais».
Deixando de lado a definição de «agentes culturais» (Um bailarino ou um trapezista serão «agentes culturais»? O dono de uma galeria de arte será um «agente cultural»?), ficamos a saber que, para a Joana, os economistas, por exemplo, não são intelectuais.
Excepto se forem deputados, ministros ou presidentes de câmara, claro. Nessa altura, por serem «políticos», passam automaticamente à categoria de «intelectuais».
Esta interpretação é revolucionária e vai deixar os partidos comunistas sem palavras — como é que eles irão explicar aos seus deputados operários e camponeses que, pelo simples facto de serem deputados, passaram à categoria de «intelectuais»?
Adieu vaches, adieu laches... como dizia o outro...

Publicado por: (M) às setembro 16, 2005 03:00 PM

De repente, pensei no «intelectual» George W.Bush e ainda não consegui parar de rir...

Publicado por: (M) às setembro 16, 2005 03:06 PM

Joana: os " intelectuais que menosprezam a «ordem espontânea» do mercado livre",,,
estão cheios de razão, esta ideia sempre foi uma construção fraudulenta:
ora leia Immanuel Wallerstein (in "Após o Liberalismo") que lhe explica:~

"Quais são os serviços que o capitalista necessita do Estado? O primeiro e maior serviço que exigem é protecção contra o mercado livre. O mercado livre é o inimigo mortal da acumulação de capital. O mercado livre hipotético, tão caro às elucubrações de economistas, constituído de múltiplos vendedores e compradores, todos compartilhando perfeita informação, seria com certeza um desastre capitalista. Quem conseguiria ganhar algum dinheiro num mercado assim? O capitalista seria reduzido à renda do proletário hipotético do século XIX, vivendo do que se poderia chamar de ‘a lei de ferro dos lucros num mercado livre’, apenas o suficiente para sobreviver, e mal. Nós sabemos que não é assim que funciona, pois o mercado real nada tem de livre"

Publicado por: xatoo às setembro 16, 2005 03:13 PM

Publicado por: diogenes às setembro 16, 2005 01:21 PM
"Polegar ao alto para o autor e a divulgadora"

conta-se que Alexandre encontrou Diógenes na rua e lhe disse: “Eu sou Alexandre, o grande rei”. Ao que Diógenes lhe respondeu: “E eu sou Diógenes, o cão”.
efect/Diógenes era conhecido por morder as canelas ao Poder!
agora tu! "amostra de Diógenes",escolhe, se vens para aqui adular o Poder, o teu fim é,,, ou seres enxotado, ou mudares de nick

Publicado por: xatoo às setembro 16, 2005 03:27 PM

Admiro a força das convicções da Joana. Mas talvez eu ainda não tenha atingido esse patamar de segurança ideológica (ou, quem sabe, terei passado por ele na adolescência).
Temo que, no dia em que a dúvida se instalar nas suas convicções, a Joana, qual Bukharine da direita, esteja disposta a renegar a dúvida para se manter fiel à chama da causa que agora defende.

Publicado por: Vítor às setembro 16, 2005 03:31 PM

Obrigada, vôvô

Publicado por: Joana às setembro 16, 2005 03:49 PM

O xatoo está a ser vítima da obesidade informativa do fast-net. Os níveis de colesterol devem ser preocupantes o que lhe arruina o fígado e lhe diminui dramaticamente a irrigação do cérebro.

Publicado por: Joana às setembro 16, 2005 03:54 PM

Vítor às setembro 16, 2005 03:31 PM

"Admiro a força das convicções da Joana. Mas talvez eu ainda não tenha atingido esse patamar de segurança ideológica (ou, quem sabe, terei passado por ele na adolescência)."

Eu não admiro a força das convicções da Joana, nem de ninguém. Aliás, tenho medo de pessoas com convicções muito fortes. Se há coisa que me separa da Joana é, de facto, a força e o radicalismo das suas convicções (embora a Joana ache certamente que há muito mais a separar-me dela: é próprio dos radicais com convicções fortes constituirem-se em seitas de "puros", mais ou menos como o fazem os partidos de extrema-esquerda). Convicções muito fortes são, de facto, coisa de adolescentes.

O budismo diz que devemos afastar a dúvida. Segundo ele, a dúvida é inimiga do conhecimento, é inimiga do progresso. Eu, como cientista, tendo, pelo contrário, a tudo pôr em dúvida. Tanto as teorias da Joana, como as minhas próprias.

"Onde há dois judeus, há três opiniões" (dito judeu).

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 16, 2005 04:05 PM

you're welcome.
I'm serious!

Publicado por: Vítor às setembro 16, 2005 04:09 PM

Admiro o Lavoura pela convicção muito forte que tem de, como cientista, pôr tudo em dúvida.

Publicado por: Coruja às setembro 16, 2005 04:13 PM

Se tivessemos um candidato a Presidente da (nossa)Republica (das bananas)que aceitasse como boas metade das ideias avançadas pelo senhor Klaus neste discurso, podiamos ter a esperança de ver o nosso país a sair da mediocridade e descrença que nos perseguem.
Verifico que a nossa recente experiência de sociedade afinal não foi tão forte que nos motivasse para sair da bosta em que rebolamos há mais de cem anos, e em que pelos vistos vivemos bem felizes, discutindo os conceitos de direita e esquerda de meados do século passado como se fossem de actualidade.
Os nossos herois de hoje são no resto do mundo já cadaveres (Jerónimo de Sousa) ou velhos de ideias (Rosas, Louçã & Cia). (Até o Mario Soares tirou o socialismo da gaveta - só até às eleições claro). Achamos graça ao super corrupto Lula, ao Chavismo, não nos incomodam os regimes do Saddam, Kim il Sung, Castro ou Mugabe, que são TODOS ELES frutos da doença de que padecemos.
Será que estou a ficar velho e pessimista?

Publicado por: Joao P às setembro 16, 2005 04:30 PM

Na generalidade tenho de concordar com a análise feita que reflecte perfeitamente o típico pseudo intelectual de esquerda, que vive da subsidio dependência e na teta do estado. (em muitos pontos discordo da posição ultra liberal)

Contudo nem todos são assim (mas a maioria sim).

Têm que existir pensadores, veiculadores, e gente terra a terra.

Têm que existir pessoas que desafiem a imaginação, que desbravem caminhos. O mercado na maioria das vezes não abraça esta visão.

Mas como diz um amigo meu, a título de exemplo, o cinema português não é rentável porque o realizador português trabalha para o umbigo.

O parágrafo que mais me chamou a atenção e que corresponde inteiramente à minha visão é aquele que se debruça sobre a União Europeia.

"É na Europa que estamos a assistir à substituição da democracia pela post-democracia, onde o domínio da Comunidade Europeia substitui arranjos democráticos nos países membros, onde o “para-governo” de Hayek ligado aos interesses organizados (porque organizáveis), tem tido sucesso em conduzir a política, e onde mesmo alguns dos liberais - na sua justificável crítica do estado – não vêem os perigos do Europeísmo vazio, e de uma profunda (cada vez mais) unificação burocrática do continente europeu. Aplaudem a crescente abertura formal do continente, mas não vêem que a eliminação de algumas fronteiras sem a liberalização das actividades humanas “apenas” empurra os governos para cima, ou seja para o nível onde não há mais controlo democrático, e onde as decisões são tomadas por políticos nomeados por políticos, e não por cidadãos em eleições livres."

Publicado por: Braveman às setembro 16, 2005 04:49 PM

Este texto do Vaclav Havel é dinamite

Publicado por: bsotto às setembro 16, 2005 05:44 PM

Perdão, do Vaclav Klaus. Estes nomes eslavos.

Publicado por: bsotto às setembro 16, 2005 05:45 PM

xatoo às setembro 16, 2005 03:27 PM

Não se amofine que não vale a pena!!!!!!!!!

Mais poderoso que o poder dos eleitos, é o poder dos não eleitos.

Passe bem...

Publicado por: diogenes às setembro 16, 2005 05:59 PM

Que será feito do pyrenaica?

Publicado por: Coruja às setembro 16, 2005 06:05 PM

Se um Presidente de Portugal escrevesse isto os jornais caiam-lhe todos em cima.

Publicado por: Valente às setembro 16, 2005 06:57 PM

Talvez por isso é que o Sampaio só diz futilidades.

Publicado por: Valente às setembro 16, 2005 06:58 PM

Oi corujinha tou todo esfalfado, fartei-me de furar latas, embalagens, garrafas, maços de cigarros, papéis e plásticos e as deliciosas embalagens de iogurtes líquidos que as lindinhas muito worried com os seus corpinhos gostam de deitar para o chão. de manhã estive com uma namoriscada e à tarde com outra mas olha junto já me devem as duas 500 contos. Vá lá que dão miminhos e massagens mas tenho que tomar cuidado com as histórias... Hoje vou dormir bem cedinho.

Publicado por: pyrenaica às setembro 16, 2005 07:18 PM

do melhor que tenho lido sobre o estado do ocidente . o pior é esta "tese" ser um retrato da nossa situação ; somos governados por intelectuais , eles dominam a cultura , a informação e mesmo os partidos , foi isso que nos arrastou para esta situação , não foram os empresarios que destruiram a economia portuguesa , foram as politicas intelectuais . os empresarios portuguses são iguais aos americanos ou aos angolanos , são as politicas dos governos que fazem crescer ou falir as empresas , criar mais emprego e mais bem pago ou o contrario . claro que o liberalismo é o inimigo dos intelectuais , imaginem os intelectuais a venderem o "peixe" deles .... só mesmo o estado a pagar , ninguem compra utopias , uma empresa não compra um manual de nada produzir . já agora como alguem lançou a duvida sobre quem são os intelectuais , isso é facil , um dos candidatos á presidencia é UM INTELECTUAL DE ESQUERDA ele está farto de o afirmar publicamente , um candidato á camara de LX leva a demagogia mais alem e assume-se como filosofo ....

Publicado por: jojo às setembro 16, 2005 07:29 PM

Puf! Já para já lembram-se dos intelectuais de direita a quem foram pagos o ano passado (e este é apenas o declarado) 50 milhões de contos de dinheiro dos contribuintes portugueses, para assessoria jurídica e técnica dos processos de privatização, que aliás deram em nada. Não há paciência! Quanto ao fundo da questão remeto para os meus comentários iniciais.

Publicado por: pyrenaica às setembro 16, 2005 07:56 PM

pyrenaica às setembro 16, 2005 07:56 PM:
Há uma certa confusão com a palavra intelectuais. Técnicos )engenheiros, economistas, advogados, etc,) que não sejam trbalhadores manuais, são trabalhadores intelectuais.
Mas o Vaclav referia-se ao intelectuais em strictu sensu - escritores, cinestas, filósofos, etc.

Publicado por: David às setembro 16, 2005 08:12 PM

David não estou a querer guerrear mas conforme afirmei no início o percurso do Vaclav é então a prova provada do "sucesso" dos intelectuais que ele próprio diaboliza. Além disso não percebo a v. sanha, que parece uma revanche psicanalítica.

Publicado por: pyrenaica às setembro 16, 2005 08:25 PM

Coruja às setembro 16, 2005 04:13 PM
LL, "como cientista, pôe tudo em dúvida"
A Ciência é isso - um método racional de experimentação, que descobre as estruturas da realidade.
É portanto muito diferente dos processos da Joana, que esgrime meia dúzia de fast-dicas de forma irracional. Isso não é nem um método, nem é racional. É um processo para criar falsas impressões (um "método" tendende p/e no campo profissional a levar os investidores a arriscarem a guita). É um jogo.
e yo no me le gusta batota,,,

Publicado por: xatoo às setembro 16, 2005 08:38 PM

óh, pra isto:
Publicado por: Joana às setembro 16, 2005 03:54 PM
"O xatoo está a ser vítima da obesidade informativa do fast-net. Os níveis de colesterol devem ser preocupantes o que lhe arruina o fígado e lhe diminui dramaticamente a irrigação do cérebro"
ex. de intelectual de ciências (para)médicas
seria médicas, não fosse o "fast"

Publicado por: xatoo às setembro 16, 2005 08:48 PM

Xatoo, acho que tens razão no xatoo às setembro 16, 2005 03:13 PM.

Tou mesmo a baquear mas queria dizer que a questão principal foi para mim colocada pelo Yin-Kuo vai-se o equilíbrio dinâmico da Terra e o que resta da vossa (nossa) liberdade? Té

Publicado por: pyrenaica às setembro 16, 2005 08:48 PM

óh, pra isto:
Publicado por: Joana às setembro 16, 2005 03:54 PM
"O xatoo está a ser vítima da obesidade informativa do fast-net. Os níveis de colesterol devem ser preocupantes o que lhe arruina o fígado e lhe diminui dramaticamente a irrigação do cérebro"
ex. de intelectual de ciências (para)médicas
seria médicas, se não fosse o "fast"

Publicado por: xatoo às setembro 16, 2005 08:48 PM

xatoo! também já me comeste uma capicua! Hoje não brinco mais. Fico sem saber se estou programado para fazer capicuas...

Publicado por: pyrenaica às setembro 16, 2005 08:51 PM

Tem graça que Hayek tem «qualquer coisa» do Dr Bagão Félix :
http://www.mises.org/content/hayekbio.asp

Publicado por: asdrubal às setembro 16, 2005 09:09 PM

Eu então sou intelectual e socialista.

Publicado por: pyrenaica às setembro 17, 2005 10:35 AM

Se calhar já estava programado para o ser...:)

Publicado por: pyrenaica às setembro 17, 2005 11:20 AM

NAPOLEÃO BONAPARTE USAVA CAMISAS VERMELHAS PARA CASO FOSSE ATINGIDO, SUAS TROPAS NÃO FICASSEM DESMORALIZADAS, E CONTINUASSEM A LUTAR NO CAMPO DE BATALHA.
NAPOLEÃO ERA UM DIGNO ESTADISTA........

PASSADOS 200 ANOS..........

NOSSO PRIMEIRO MINISTRO ZEZINHO SÓCRATES USA CALÇAS CASTANHAS...........


HA HA HA HA HA HA HA HA

Publicado por: O VINGADOR às setembro 17, 2005 03:24 PM

Eh pá estás mesmo a precisar! Não te esqueças: contra a ira, paciência.

Publicado por: pyrenaica às setembro 17, 2005 03:40 PM

Soares falha entrega de declaração de rendimentos, diz jornal

A declaração de rendimentos de Mário Soares referente às funções de deputado ao Parlamento Europeu (PE) não foi entregue no Tribunal Constitucional (TC) quando regressou a Portugal, em Junho de 2004, noticia o Correio da Manhã na edição de sábado.


De acordo com o diário, a última declaração entregue é de 1999, quando Mário Soares, antigo PR e actual candidato às próximas presidenciais, foi eleito eurodeputado.

O jornal explica que o assessor de Soares confirmou a situação, classificando-a «lapso», e adiantou que tudo «estará regularizado no início da próxima semana».

17-09-2005 11:12:03

Publicado por: EhEhEh às setembro 17, 2005 04:04 PM

anda alguém muito contente por aqui...

Publicado por: pyrenaica às setembro 17, 2005 05:09 PM

Um lapso com mais de um ano, é demais.

Publicado por: Sa Chico às setembro 17, 2005 05:22 PM

Pois é

Publicado por: Coruja às setembro 17, 2005 05:26 PM

mesmo demais

Publicado por: Coruja às setembro 17, 2005 05:26 PM

É um exagero

Publicado por: Coruja às setembro 17, 2005 05:27 PM

Cuidado que noutro dia fiquei com indigestão ;-)

Publicado por: pyrenaica às setembro 17, 2005 05:48 PM

Chamar as coisas pelos nomes é algo a que não estamos habituados. Daí a irritação por este texto magnífico.

Publicado por: Filipa Sequeira às setembro 18, 2005 10:03 AM

Filipa Sequeira às setembro 18, 2005 10:03 AM

Já agora contribua para a discussão:

a) Para si, o que é um intelectual?
b) Por que razão é que a acção dos intelectuais é perversa? E é sempre perversa, ou é só às vezes?

Publicado por: Albatroz às setembro 18, 2005 10:55 AM

Comente




Recordar-me?

(pode usar HTML tags)