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setembro 09, 2005
Estado Virtual
O peso insustentável da realidade desanima qualquer, nomeadamente alguém que colocou as suas expectativas numa fasquia elevada, para ele e para aqueles que o rodeiam. Quando a realidade se torna insuportável e os factos empecilhos intransponíveis, criam-se paraísos artificiais, mundos paralelos, onde tudo é cor-de-rosa. Foi esse mundo virtual que Sócrates inaugurou ontem accionando um brinquedo, fingindo que era um detonador, e vangloriando-se, cheio de empáfia, sobre o misterioso crescimento do PIB em 0,5%. Suspeita-se que este brinquedo esteja ainda mais longe do real concreto que o falso detonador.
Este crescimento é incompreensível face aos dados anteriormente divulgados pelo INE sobre a evolução das trocas com o exterior (o saldo da balança comercial no 2º trimestre foi de 8,3% do PIB e as exportações caíram 0,1% do PIB). Adicionalmente verifica-se que o investimento caiu 4,5% no 2º trimestre. Para sustentar aquele crescimento do PIB, o consumo privado deveria ter crescido 3% do PIB em termos homólogos.
Ora não se percebe como a oferta interna e a procura externa líquida pudessem sustentar aquele aumento do consumo privado. Segundo alguns analistas, o aumento do consumo privado deveu-se sobretudo a uma antecipação de aquisição de bens como automóveis e outros, que iriam sofrer um aumento importante da carga fiscal. Mas esse aumento de consumo deveria traduzir-se pela diminuição equivalente da procura externa líquida resultante do aumento das importações de automóveis ou bens similares do ponto de vista da iminência do aumento do ónus fiscal. Sucede todavia, e isto é uma hipótese avançada que o futuro dirá se é confirmável, que os comerciantes daqueles bens, em face do pessimismo dos agentes económicos, não repuseram as existências, no todo ou em parte, ou seja, aquele consumo privado adicional não se traduziu em importações.
Admitindo que aquela hipótese seja verdade (se o não for, houve manipulação das contas nacionais, o que seria impensável se se tratasse do resultado anual, mas que não é de excluir em números trimestrais provisórios), aquele crescimento do PIB é fictício, pois apenas se baseia no aumento do consumo e na diminuição das existências de bens importados. Ou seja, baseia-se na antecipação do consumo por parte das famílias e na falta de confiança dos empresários relativamente à evolução da procura e ao futuro da economia portuguesa.
Sócrates ficou satisfeito com a confiança na economia portuguesa revelada pelo crescimento de 0,5%. Este é o mundo virtual de Sócrates. O mundo real é constituído pela queda do investimento, degradação da competitividade e estagnação ou queda das exportações e falta de confiança dos empresários relativamente à evolução da procura e ao futuro da economia portuguesa que se traduz na não reposição de stocks, realidade maquilhada pontualmente pela antecipação do consumo privado.
Estar satisfeito pela queda do investimento e pela falta de confiança dos empresários é uma atitude completamente anormal de um 1º Ministro que conviva com o mundo real. Só é explicável pelo abandono da realidade por troca com paraísos artificiais.
Esperemos pelos resultados do 3º trimestre. E esperemos que o OE2006, a elaborar no próximo mês, antes daqueles resultados, não tome a nuvem por Juno.
Publicado por Joana às setembro 9, 2005 08:05 PM
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Comentários
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Publicado por: Senaqueribe às setembro 9, 2005 10:19 PM
O que eu percebi que Sócrates quiz fazer (e a Joana também deve ter percebido) foi, partindo de um valor (ridículo, diga-se) inculcar algum clima de optimismo nos portugueses. Não creio que ele esteja satisfeito com a "...queda do investimento e pela falta de confiança dos empresários".
Percebo as reflexões da Joana. Mas julgo que seria contraproducente mais um discurso desmoralizador e que incutisse ainda mais desconfiança nos agentes económicos.
De discursos da tanga e atoleiro que não resolvem nada, e que apenas servem para "sacudir a água do capote", já tivemos o suficiente...
Publicado por: Vítor às setembro 9, 2005 10:22 PM
Senaquerib: isso, além de não fazer sentido, é ilegível, pois está escrito ao contrário.
Publicado por: Joana às setembro 9, 2005 10:44 PM
Vítor em Setembro 9, 2005 10:22 PM,
Quere-se dizer, continuar a mentir para levantar os ânimos ao pagode ...ehehehe !!
Publicado por: asdrubal às setembro 9, 2005 10:45 PM
Vítor: a confiança não se ganha tapando o sol com a peneira. Com a queda do investimento, a degradação da competitividade e a estagnação ou queda das exportações e falta de confiança dos empresários sobre o futuro da economia portuguesa, e com um nº de 0,5% que estou cheia de curiosidade sobre o que virá no 3º trimestre, não convence ninguém.
Aliás, ninguém ficou convencido.
Publicado por: Joana às setembro 9, 2005 10:50 PM
A acrescentar a isso há a cena ridícula do detonador a fingir. Imagine que era o Santana Lopes que fazia isso, diga-me o que é que aconteceria.
Publicado por: Joana às setembro 9, 2005 10:51 PM
A cena do detonador com o ar concentrado de Sócrates está de morte.
Será que ele não suspeitava que isso se vinha a saber?
Publicado por: Diana às setembro 9, 2005 11:37 PM
Entretanto bati uma pestana e agora estou esperto que nem um rato. Raça, o que vale é que amanhã é sábado.
Joana vamos lá conversar. Nós, libertários de esquerda para simplificar, gostamos do seu blog porque aprendemos coisas e dá-nos ponta (eu espero que este nós não seja majestático, mas acho que não). E por isso até temos uma certa ternura por si.
Agora vamos lá desmistificar coisas. O seu lugar aqui tem sido sistematicamente fazer uma oposição cerrada e destrutiva a tudo o que é iniciativa deste governo. Como sabe não há factos puros em política, apenas factos interpretados por um sujeito interpretante, embora quando intersubjectivamente estável essa interpretação torna-se adquirida como da ordem da evidência.
O seu lugar phronetico não é despiciendo, por efeito da multi-dimensionalidade deste blog (e se me pedisse para apontar eu não excluía ninguém) eru tirei conclusões muitas vezes, ainda agora sobre os fogos, embora tenho ficado entalado com o Ota, a pensar: olha eu já me livrei da Portela e moro suficientemente longe de Tires portanto eles que se entendam.
Amanhã ou depois ponho mais um bocadinho do Spinoza.
PS quer acreditem quer não eu não vi a implosão a não ser em fotografias dos jornais. Mas isso é mesmo verdade do detonador a fingir? Mas então ele perdeu a oportunidade de sentir no dedo o bum? Hum. Bom seja como for como tenho uma afinidade olifantina com ele está perdoado mas não percebo, anda aqui uma pessoa a caçar capicuas...
Publicado por: pyrenaica às setembro 9, 2005 11:48 PM
1º - Sócrates não é economista, é só um falso engenheiro.
2º - No estado em que estamos temos de nos deixar de optimismos idiotas. O equilíbrio das contas nacionais vai ter de passar por uma quebra do PIB, por uma quebra do poder de compra, e por um aumento do desemprego, já que deixámos de ter moeda própria e de poder recorrer à desvalorização cambial. Só quando a procura interna for igual à oferta interna, ou seja, só quando voltarmos a viver dentro dos nossos meios, poderemos começar a pensar em crescer de uma forma sustentável.
Publicado por: Albatroz às setembro 9, 2005 11:57 PM
Albatroz não acho inevitável esse cenário de compressão. Há, de facto, contas históricas que estão pendentes, com a Inglaterra em particular, com a Alemanha bué, e com a Espanha também, e mesmo que não estejam visíveis estão pendentes na ordem karmica, se prefere chame-lhe subliminar, ou ainda no tal espaço 10-dimensional.
Eu não tenho vergonha nenhuma de reclamar as compensações devidas.
Agora também acho que devemos aproveitar a crise para nos tornarmos mais sensatos e mais inteligentes, depois do terrível disparate que o neoliberalismo cavaquista introduziu na cabeça das pessoas: que só não se aproveita quem é parvo. O culto da inveja e da mesquinhez, compensada na arrogância do chico-esperto.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 12:05 AM
Joana: leia o que escrevi. Parece-me abusivo remeter para o estfado "tapar o sol com uma peneira".
Já agora: se ninguém ficou convencido, então não vem mal nenhum ao mundo.
Publicado por: Vítor às setembro 10, 2005 12:07 AM
pyrenaica às setembro 9, 2005 11:48 PM:
Vejamos:
1 - Sobre a Ota, desde sempre neste blog (e fora dele) fui contra a Ota, qualquer que fosse o governo (consulte o blog, sff)
3 - Sobre os incêndios sempre escrevi a mesma coisa desde 2003, qq que fosse o governo (consulte o blog, sff)
2 - Sobre a Manuea Ferreira Leite, sempre contestei a política dela (não na questão do combate ao défice, mas por não começar a reformar a administração pública. (consulte o blog, sff).
3 - Critiquei os socialistas porque, com a MFL, propunham uma política despesista e agora estão metidos numa camisa de onze varas.
4 - O meu interesse é que o país saia da crise em que está, e a minha preocupação é que ninguém tem a coragem de tomar as medidas adequadas.
Publicado por: Joana às setembro 10, 2005 12:08 AM
Quanto a imaginar que era o Dr. Santana Lopes, o ridículo seria o mesmo.
Francamente, não percebo o que se pretende alegar com os sucessivos "imaginem que era com o Santana Lopes". Esse argumento já começa a ganhar ranço.
Pretenderão culpar a comunicação social por inventar "tropeções" do governo anterior?
Se for isso, vou passar a culpar a comunicação social por construir uma imagem negativa de Sócrates. A começar pelo ridículo do detonador e da figura que, lá ao fundo, mimou o que Sócrates, ridiculamente, imitou...
Publicado por: Vítor às setembro 10, 2005 12:14 AM
Em relação ao ponto 4 estamos de acordo e se calhar em todos os outros, afinal, excvepto acho eu na administração pública que vocês diabolizaram, o que me parce ter contornos psicanalíticos, ligados ao trauma da propriedade. Insisto uma e mais uma vez: eu que fui ilegalmente despedido do Estado e que devia vociferar imenso conheci muitos e muitos funcionérios públicos que davam o seu melhor no meio de ambientes pesadíssimos.
Mas para mim o que mais me preocupa é a atitude mental. desculpe lá mas não basta criticar é preciso propôr coisas concretas. Por outras palavras é necessário alimentar a esperança. Spes.
Qual é a sua opinião sobre um investimento estratégico numa parceria luso-brasileira para construção de carros a bioetanol mediterrânico para exportar para a Europa?
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 12:18 AM
O cheirar a ranço depende do olfacto de cada um. Andaram a troçar do PSL anos a fio e certamente aqueles que agora acham que falar das trapalhadas do Sócrates cheira a ranço, na altura não sentiam esse cheiro.
Mudam-se os tempos, mudam-se os narizes.
Publicado por: Hector às setembro 10, 2005 12:22 AM
o governo deve usar esta tanga do crescimento economico para aumentar os impostos aos empresarios , tou feito agora é que acaba , é o fim ... (: (
Publicado por: jojo às setembro 10, 2005 12:23 AM
Publicado por: Joana às setembro 9, 2005 10:51 PM
Joana a perder qualidades.
A propósito gostaria de saber qual seria o seu comentário se em vez de crescimento de 0,5pts tivesse existido uma quebra de 0,5.
A ideia que dá é que está feliz com a desgraça do país. Uma especie de Bin Saudita quando se congratula pelas desgraças nos Estados Unidos da América.
Publicado por: zippiz às setembro 10, 2005 12:23 AM
Bom, exportar para a Europa e para o mercado interno, obviamente, é a maior cretinice de sempre, mais uma vez induzido pelos BMW cavaquistas, tudo o que se gastou em carros e gasolina nestes anos todos. Por isso quase não ando de carro. Foi por aí que a Europa nos caçou. Mas desculpe isso são componentes do neoliberalismo, o consumismo como felicidade, endividar o futuro e logo se vê, o que é importante é estar na maior agopra, etc.
O que vale é que é tempo de levantar contas históricas pendentes e, por coincidência (causal?) os portugueses ocupam lugares cada vez mais importantes no mundo, hoje.
Depois há a dimensão da lusofonia, que essa então...
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 12:27 AM
zippiz às setembro 10, 2005 12:23 AM:
Repare que o problema não está nos 0,5%, mas no que está por detrás desse número, que é garve para todos nós.
Isto admitindo que esteja certo. A GLQL acha que há manipulação de números. e é o blog onde o Medina Carreira costuma escrever. Vão muito mais longe que a Joana
Publicado por: Hector às setembro 10, 2005 12:29 AM
Hector às setembro 10, 2005 12:22 AM
Tenho que ir descansar. Mas não vou sem lhe dizer que, por motivos pessoais, até nutro alguma simpatia pelo Dr. Santana Lopes. E não vejo as coisas a preto e branco. Critico Sócrates e louvo Santana Lopes quando achar que o devo fazer. Não tenho, como as bestas, uns "óculos de cabedal" que me impeçam de olhar para o lado.
Também não disse que "falar das trapalhadas do Sócrates cheira a ranço". Disse que o argumento "imaginem que era com o Santana Lopes" cheira a ranço. Mas digo mais: é um argumento com o seu quê de infantil.
Publicado por: Vítor às setembro 10, 2005 12:29 AM
Durmam bem.
Publicado por: Vítor às setembro 10, 2005 12:31 AM
pyrenaica às setembro 10, 2005 12:27 AM: o consumismo como felicidade e endividar o futuro, foi o que o governo do Guterres andou a fazer (não foram esses malvados dos neoliberais).
A herança dele foi de tal forma pesada que nem DB, nem PSL, nem agora Sócrates a conseguem resolver. Deixou contas por pagar a 20 anos (as SCUTs, p.ex.)
Publicado por: Hector às setembro 10, 2005 12:33 AM
Não falem do Guterres, coitado, que foi exilado para o Darfur, para saber o que são as necessidades
Publicado por: Coruja às setembro 10, 2005 12:36 AM
Desculpe Hector mas isso começou no cavaquismo com o yuppismo dominante, muito agressivo, que eu lembro-me muito bem. Com o guterrismo continuou, numa versão mais soft mas ainda perniciosa.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 12:38 AM
Está em tal estado de fraqueza que, quando olha para Angelina Jolie, só vê as fatias de carne que poderia tirar dos seios dela.
Baba-se todo
Publicado por: Coruja às setembro 10, 2005 12:38 AM
Bem, também tive um bocejo, já posso dormir mais contente afinal já se produzem milhões de litros de bioetanol por ano.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 12:43 AM
pyrenaica às setembro 10, 2005 12:38 AM:
Quem endividou o país foi o Guterres. Quem deixou dívidas por pagar a prazo de 20 anos, foi o Guterres (As SCUTS são cerca de 700 milhões de euros por ano).
Você pode não ter gostado do ambiente do Cavaquismo, mas quem andou a vender ilusões que depois nos sairam caras foi o Guterres.
Publicado por: Hector às setembro 10, 2005 12:44 AM
e a propósito gostaria de ler algum comentário da Joana ou de outros "filhos de Bush", acerca do que disse Colin Power quanto ao tema da sua intervenção na ONU sobre a guerra no Iraque e pretensas armas de destruição massiva.
Publicado por: zippiz às setembro 10, 2005 12:46 AM
Vocês estão a ser injustos para o Sócrates. Ele teve uma infância difícil. Não lhe davam brinquedos. Aquela caixinha a imitar um detonador foi o primeiro brinquedo de jeito que ele recebeu.
Estava tão satisfeito!
Publicado por: Coruja às setembro 10, 2005 01:01 AM
Hector afinal ainda cá estou. Eu denunciei o guterrismo num artigo de jornal que veio a ser premonitório sobre a sua queda e a ilusão da potência retórica. Quando caiu a ponte de Entre-os-Rios começou a queda abrupta da credibilidade da política do diálogo permanente.
Agora não branqueie o cavaquismo.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 01:05 AM
Não digo que seja agora mas isto merece alguma atenção:
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1232451&idCanal=63
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 01:11 AM
mauzinho ;) olha o karma pá
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 01:15 AM
minha?
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 01:17 AM
A queda da ponte de Entre-Rios foi um acidente cujas causas não podem ser apenas assacadas ao governo de Guterres. Já vinha de trás.
A ruína do país é que lhe deve ser assacada
Publicado por: Solitario às setembro 10, 2005 09:23 AM
Ao que um primeiro chega.
Publicado por: ermita às setembro 10, 2005 09:52 AM
Até o Ruben:
"O mais elementar bom senso teria aconselhado a que José Sócrates não se prestasse à caricata situação de coiote do divertido bip bip, agarrando-se à alavanca de um explosor para demolir os prédios do eng. Belmiro. Um primeiro- -ministro a fazer uma demolição não parece uma imagem especialmente estimulante...
Mas, para que a semelhança com as desventuras do coiote fosse maior, igualmente a ministerial e explosiva experiência resultou em desastre para o eng. Sócrates é completamente inconcebível que uma alta figura do Estado se sujeite a ser o caricato figurante de uma encenação, uma vez que nenhuma relação houve entre o seu infantil gozo de carregar numa coisa que provocaria um grande buum e o buum propriamente dito! Do ponto de vista do "espectáculo" foi tudo trabalho de amadores o eng. Belmiro contratou um técnico para tratar de tudo, incluindo provocar a famosa implosão, e arranjou um figurante para carregar no botão! Aliás, uma companhia de figurantes, pois o eng. Sócrates levou o ministério todo atrás para dar pompa e circunstância ao buum."
Publicado por: Sa Chico às setembro 10, 2005 10:06 AM
Solitario às setembro 10, 2005 09:23 AM
Com certeza só que eu acredito no significado simbólico das coisas, que antecipam o desenrolar do real.
Quanto às responsabilidades efectivas de quem fez o quê nas contas nacionais espero ficar mais esclarecido nas campanha das presidênciais.
Olhe sei por exemplo que Cavaco governou sistematicamente com deficits superiores a 7% - incluindo no tempo da F leite como SE do Orçamento - que tiveram de ser compensados de alguma forma.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 10:32 AM
pyrenaica às setembro 10, 2005 10:32 AM:
A adesão ao euro fez com que as nossas taxas de juro se alinhassem com as dós países principais do euro e passassem, em menos de dois anos de 7% para 2%.
Isso diminui muito os encargos com a dívida pública o que fez diminuir o défice.
Publicado por: Hector às setembro 10, 2005 10:49 AM
Além disso, os anos de 1992-4 foram de recessão económica na Europa, enquanto 1995-2001 foram de expansão. Isso também ajudou.
Neste blog, já não sei onde, a Joana apresentou a evolução do défice corrigido das influências pró-ciclicas. Veja esse gráfico.
Publicado por: Hector às setembro 10, 2005 10:52 AM
Joana ajude-me a localizar esse gráfico, sff.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 11:32 AM
Bem, lá vai a minha contribuição para a phronesis.
Spinoza:
Incipiamus itaque a prima parte Methodi, quae est, uti diximus, distinguere, & separare ideam veram a caeteris perceptionibus, & cohibere mentem, ne falsas, fictas, & dubias cum veris confundat
tradução Herman De Dijn (pp:92-93):
Let us begin, therefore, from the first part of the Method, which is, as we have said, to distinguish and separate true ideas from all other perceptions, and to restrain the mind from confusing false, fictitious, and doubtful ideas with true ones.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 11:48 AM
E aproveito para dizer que acho que o grande equívoco em que andamos metidos vem de Malthus para cá, generalizado por Darwin ao conjunto da Natureza como ele próprio afirmou, ao reduzir a existência ao struggle for existence malthusiano.
O "struggle for existence" existe poder-se-à dizer que é uma das dimensões da existência. mas não é a única. Quem já teve cão ou e/ou gato, etc., sabe que existe uma interacção que se coloca fora dessa dimensão e que à falta de melhor eu chamei um dia biophilia, um amor entre o que é vivo - as plantas verdes estão aí de dia a produzir oxigénio gratuitamente.
O modelo mínimo da existência com que me defronto comporta então duas dimensões ortogonais, a dimensão agonística da struggle for existence e a da biophilia.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 12:01 PM
Sa Chico às setembro 10, 2005 10:06 AM
"...é completamente inconcebível que uma alta figura do Estado se sujeite a ser o caricato figurante de uma encenação"
Não estará a exagerar. Lembre-se do acto simbólico da colocação da primeira pedra, a que tanto políticos, incluindo PM's se têm sujeitado. Este acto também não passa, vulgarmente, de uma encenação, com capacete e tudo. No plano do simbólico, Sócrates optou por, em vez de colocar a primeira pedra, não deixar pedra sobre pedra...
Publicado por: Vítor às setembro 10, 2005 12:03 PM
Esse plano da existência esteve retratado no Blade Runner, por exemplo.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 12:04 PM
Pelo contrário a barbarazinha ao falar na limpeza inevitável de indigentes em NO (por selecção natural...) nem sabe o que lhe vai acontecer ao penteado. E eu também não.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 12:10 PM
Quanto a isto dos suspensórios Lee é assim: muito folgados dá para brincar de fisga.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 12:11 PM
A política tornou-se uma espécie de mundo virtual e mediático onde os políticos são sobretudo actores orientados por técnicos de marketing político. Sócrates recebeu obviamente conselhos de alguém para desempenhar aquele papel, sem pensar que se saberia mais cedo ou mais tarde da fantochada da detonação.
Cego pelo suposto capital mediático que recolheria ignorou o rídiculo em que agora chafurda. Mais um "santanismo", depois da incapaz gestão dos Fogos e da Fuga para o Quénia.
Publicado por: Rui Martins às setembro 10, 2005 12:32 PM
S´´ocrates, quanto a trapalhadas, mete o Santana num chinelo. A safa dele é a comunicação social fechar os olhos, ou pelo menos não fazer a campanha bota-abaixo que fez com o Santana. Se o fizesse, o Sócrates estava feito.
Publicado por: VSousa às setembro 10, 2005 12:56 PM
pyrenaica às setembro 10, 2005 11:32 AM:
O link é:
http://semiramis.weblog.com.pt/arquivo/2005/07/plano_faraonico_1.html
A Joana deve andar a gozar o fds
Publicado por: Hector às setembro 10, 2005 01:03 PM
Obrigado Hector, já imprimi. Mas portanto conforme se vê os valores mais altos quer do défice nominal quer do ajustado foram no período 1990-1994.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 01:24 PM
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1232482&idCanal=21
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 01:36 PM
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=191604
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 01:46 PM
pyrenaica às setembro 10, 2005 01:24 PM:
Como eu lhe disse, foi na altura em que os encargos com a dívida pública eram muito superiores, pois as taxas de juro era cerca de 5 vezes superiores.
Com o processo de adesão ao euro, as nossas taxas alinharam-se automaticamente com as da zona euro (foi um processo automático independente da política do governo)
Publicado por: Hector às setembro 10, 2005 01:59 PM
Se agora abandonassemos o euro, as nossas taxas de juro elevar-se-iam rapidamente. Provavelmente chegariam aos 7% ou 8%, e o défice passaria para os 9% ou mais.
Publicado por: Hector às setembro 10, 2005 02:01 PM
Obrigado Hector já percebi. Mas então agora estamos dentro do euro, creio que pesamos 1% no PIB da Europa, não é? E temos um capital simbólico do catano portanto valemos muito mais. Não tenho problemas nenhuns em que a Europa ampare o seu maior macho reproductivo per capita base 1500 AD, que é um bocado maluco pois claro ou não teria feito o que fez.
Hoje fiquei a saber que afinal nas estradas de Espanha a mortandade ainda é pior do que cá. Então é um fenómeno ibérico e a monarquia também não resolve isso. Eu acho que andamos muito apertados por cá, é melhor uns tantos voltarem para África ou outros sítios.
Agora acho é que devemos ter projectos simultaneamente ambiciosos e sensatos.
Agoar eu falo do bioetanol com carros e quem sabe aviões, numa parceria luso-brasileira, e nada.
Uma coisa que me irrita é que ainda na sequelas do chico-espertismo muitos portugueses não querem comprometer-se com idéias concretas porque são muito "espertos", assim ninguém os pode criticar e podem continuar a criticar tudo e tod@s. Continuem lá com essa prática onanista que eu gosto mais doutras.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 02:13 PM
ok, não?
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=191622
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 03:13 PM
Bom a boca lá detrás é um desabafo não é dirigida a ninguém em particular. Mas acho que é verdade.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 03:14 PM
Nós não conseguimos descer o défice com aumento de impostos. Com aumento de impostos, aumentamos o défice, pois levamos mais empresas à falência ou a irem-se embora.
Publicado por: soromenho às setembro 10, 2005 04:03 PM
É preciso cortes muito fortes do lado da despesa, mas isso põe muita malta a miar. Até os tropas!
Publicado por: soromenho às setembro 10, 2005 04:05 PM
Mas o que eu falo é de aumentar a receita no curto prazo, e para isso é preciso investimento. Se a Europa for inteligente saberá que o seu futuro passa novamente por África e pela Am´rica Latina. Ora nada como os portugueses e os espanhóis para animarem estes campos de interacção.
Quanto aos cortes na despesa, claro que sim, por exemplo os 50 milhões de contos que foram pagos o ano passado a amigos do governo, para assessoria técnica e jurídica, que podiam ter sido feitos pelos quadros superiores do Estado.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 04:35 PM
elipse: em pareceres e estudos técnicos que...
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 04:38 PM
Hum
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1232503&idCanal=90
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 04:41 PM
Joana,
Tenho a impressão que Cavaco Silva, como Primeiro-Ministro, nunca pressionaria um brinquedo detonador. Claro que esta especulação pouco vale.
Publicado por: Fernando às setembro 10, 2005 04:46 PM
Cavaco Silva desmaiou, se bem lembro, na posse do novo governo que lhe sucedeu!
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 05:16 PM
ou seja vendo bem as coisas: implodiu! :)))
Lembram-se da cara de Cunha Rodrigues e daqueles figurões todos a olharem para baixo? Eheh, já não me lembrava! Mas enfim tambémn não desejo mal ao professor e espero que já tenha relido a Utopia até porque eu não consigo dar com o meu exemplar.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 05:29 PM
pyrenaica às setembro 10, 2005 05:16 PM:
E Santana teve que passar páginas para a frente, para não lhe suceder o mesmo porque começou a ficar indisposto
Publicado por: Viegas às setembro 10, 2005 05:29 PM
Mas atenção é diferente: um foi na sua posse, outro foi na posse de outrém.
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 05:31 PM
Na tomada de posse do Santana houve alguém que desmaiou.
É uma sala que, no Verão, não tem condições, com o calor próprio e das maquinetas dos jornalistas, torna-se um inferno.
Publicado por: Viegas às setembro 10, 2005 05:31 PM
O problema é a gravata, aquilo estrafega nas posses! Os meus suspensórios Lee são porreiros, nisso e em muitas outras coisas, obrigado aos americanos. Agora vê lá se mete esperto na cabeça, pá!
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 05:33 PM
E sai do Iraque, pá!
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 05:35 PM
Hi,hi,hi, viram aquele homo biophillicus a chorar bueréré porque tinha encontrado os canitos?
Publicado por: pyrenaica às setembro 10, 2005 08:17 PM
Agora vai ser o martírio de evacuar os "pets"
Publicado por: hanibal às setembro 10, 2005 09:41 PM
E as associações de defesa dos animais vão começar a protestar contra o martírio da bicharada
Publicado por: beto às setembro 10, 2005 11:19 PM
Aproveito o vazio da sala (terão sido acometidos por uma "saturday night fever"?) para dizer meia dúzia de banalidades (peço a intervenção dos economistas, se estiver a dizer alguma asneira):
Muito se tem falado no défice, e na necessidade de o puxar para baixo da linha dos 3% do PIB.
O défice (ou deficit), em valor absoluto, constitui a diferença entre as receitas e as despesas. O PIB traduz o valor de todos os bens e serviços produzidos a nível interno.
A primeira coisa que nos deveria fazer pensar é: porque raio existe um défice e não um superavit. Porque teimamos nós em gastar mais do que a receita que conseguimos?
Quando se aborda este problema do défice, com menor frequência do que seria desejável se refere a necessidade de, para atingir a meta dos 3%, "mexer" nas 3 variáveis: aumentar a receita, diminuir a despesa e aumentar o PIB.
Isto não está fácil:
- a despesa sofre de rigor post mortem (embora exista ainda larga margem de manobra, nomeadamente ao nível da gestão dos serviços públicos e, eventualmente, da possibilidade de privatização de muitas das tarefas exercidas pelo Estado);
- o aumento da receita não deve ser feito de forma directa (aumento de impostos) porque o ricochete pode deixar a economia insconsciente;
- o aumento do PIB é o busílis da questão. Numa economia como a nossa, obsoleta, pouco orientada para a diferenciação do produto, pouco orientada para a exportação, diariamente derrotada nos braços de ferro com chineses, espanhóis e países de Leste, a mudança será lenta e dolorosa. E tem de ser suportada e participada por todos. Ao Governo exige-se que crie as condições para que isso aconteça, em particular ao nível da reforma fiscal (menos impostos e maior eficiência na sua cobrança), da reforma da justiça (é incomportável o tempo e o dinheiro gastos pelo Estado, empresas e particulares, para proceder, por ex.º, a uma simples cobrança) e do sistema educativo (parece existir uma relação inversamente proporcional entre o dinheiro gasto na educação e os resultados conseguidos).
Mas a mudança será sempre o resultado de uma mobilização colectiva. Cada um de nós deve, diariamente, dar o seu contributo.
Por isso tenho aqui referido que, sem prejuízo de se poder (e dever) criticar os problemas da acção governativa, devemos adoptar uma atitude mais pró-activa, a começar pela nossa atitude no trabalho e como consumidores.
Invocar o caos não adianta...
Publicado por: Vítor às setembro 10, 2005 11:26 PM
Desculpe perturbar o silência da noite, mas isso não é, resumidamente, o que a Joana e alguns comentadores têm aqui escrito e o Vítor aparece sempre a contestar?
Publicado por: David às setembro 10, 2005 11:41 PM
O problema do caos não é ser invocado, é ser o resultado de não se fazer essas reformas.
Publicado por: David às setembro 10, 2005 11:42 PM
No passado Sábado tive um vislumbre do abismo que nos separa de Espanha. Já o havia sentido há doze anos atrás, quando vivi na Catalunha (embora em plena crise de "paro"), e agora, revivi essa sensação na Galiza (aqui tão perto).
Por motivos profissionais, percorri durante dias os viveiros do norte do país, para tentar arranjar plantas para instalação de um jardim. Fui atendido por funcionários e gerentes incompetentes, antipáticos ou, simplesmente, ignorantes (a honrosa excepção foi um viveiro em Guimarães). Poucos sabem o que é usar o e-mail. Nenhum se dá ao trabalho de perder algum tempo a ouvir o cliente. E chega-se ao ridículo de ter que ensinar o nome das plantas aos funcionários dos viveiros.
E, quando pedimos uma determinada cultivar, remetem-nos para a espécie. Enfim...
Lá rumei á Galiza e, aí, fui esmagado pelo profissionalismo dominante. Sabem do que falam, fornecem-nos as tabelas de preços, dispõem do seu tempo para nos levar a fazer uma visita guiada pelas instalações. E isto apesar de, titubeante, haver referido que o valor da encomenda não ultrapassava 2 ou 3 mil euros.
Mais: sabem o que é uma cultivar. E, se não a tiverem, mandam vir da Itália ou da Holanda.
Se os empresários que visitei em Portugal não aprenderem "a bem" vão, seguramente, aprender da pior forma.
Publicado por: Vítor às setembro 10, 2005 11:43 PM
David às setembro 10, 2005 11:41 PM
O David anda chato :)
Eu não apareço "sempre a contestar". Contesto quando não concordo. Geralmente porque a Joana (e outros) se colocam sempre de um lado da barricada e disparam, indiscriminadamente, para o outro. Admito até que me incomoda mais a forma que o conteúdo.
E aborrecem-me determinadas ressonâncias políticas no discurso.
Já tenho idade suficiente para perceber que a culpa e a razão nunca estão só de um lado.
É apenas isto.
Publicado por: Vítor às setembro 10, 2005 11:50 PM
David às setembro 10, 2005 11:42 PM
Passar a vida a invocar o caos pode ser um problema, nomeadamente se não fizermos mais que isso.
Não é o tipo que grita "fogo, fogo" que o apaga. É o que, às vezes silenciosamente, lhe deita água para cima. E, por vezes, ainda tem que pregar um estalo na histeria do outro.
Publicado por: Vítor às setembro 10, 2005 11:53 PM
Vítor às setembro 10, 2005 11:26 PM
Contabilisticamente nunca há deficite orçamental. As despesas são sempre iguais às receitas. O deficite orçamental não é um excedente das despesas sobre as receitas, é o recurso ao crédito público para cobrir despesas ditas ordinárias. O Estado tem despesas habituais, repetitivas (como os salários dos funcionários públicos), e tem receitas igualmente habituais (como os impostos). Só se fala de deficite orçamental quando essas receitas ordinárias não chegam para cobrir as despesas ordinárias, e o Estado tem de recorrer à dívida pública para obter essa cobertura. O único problema do deficite orçamental é o de aumentar a dívida pública e o montante de juros relacionados com essa dívida.
Publicado por: Albatroz às setembro 11, 2005 01:31 AM
O único deficite que interessa agora - até por que afecta 6MM de pessoas - é o atraso de 8 pontos do slb !
Publicado por: zippiz às setembro 11, 2005 01:48 AM
Já agora mais uma dos di´srios de Pyrenaica Jones, sobre a biophilia.
Estava eu no safari nocturno no Krueger e aquilo é assim: estamos com lanternas com focos muito poderosos a varrer a paisagem e quando refulgem umas coisas que parecem pedras preciosas são olhos - dos herbívoros são sobretudo reflexos verdes ou azulados e dos carnívoros sobretudo laranja ou vermelho (disse o guia que cá para mim eram todos azul, verde, laranja e vermelho ao mesmo tempo).
Às tantas desembocámos num sítio com tantos reflexos que pareciam iluminações de Natal. Eram gazelas, kudus, girafas, zebras e gnus, tudo junto e misturado. Contou o guia que embora sendo todos herbívoros e portanto em primeira aproximação espécies competitivas, tal não é verdade porque comem a vegetação em níveis diferenciados (e portanto acabem por ter nichos ecológicos diferentes) e à noite juntam-se porque uns ouvem melhor, outros cheiram melhor, outros vêm melhor, e então conjugam os sentidos para se protegerem mutuamente das incursões das grandes feras.
Uma lógica cooperativa, proto-simbiótica, entre espécies do mesmo nível trófico. Uma lógica de inclusão e não de exclusão.
Mais à frente apareceu um belo rinoceronte branco solitário, uma bizarma.
Também fiquei a saber que existem 4 espécies de paquidermes: rinoceronte branco e negro, elefante e hipopótamo e que paquiderme quer dizer paquiderme, pele espessa.
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 08:47 AM
Claro que no exemplo de cima a dimensão biofílica está presente em simultaneo com a struggle for existence, ou a luta pela sobrevivência, como é traduzido em português.
Mas atenção nos casos limite têm a cadela Baku no zoo de Xangai, especialista em amamentar crias de tigres rejeitadas pelas mães.
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 08:50 AM
em cima eu queria escrever paquiderme=paqui+derme
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 08:51 AM
Agora uma que já não percebi, foi ver um monte de gazelas muito lindas umas de pé outras deitadas, mesmo ao pé de duas hienas que estavam enroscadas uma na outra a dormir!
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 08:58 AM
Agora uma que já não percebi, foi ver um monte de gazelas muito lindas umas de pé outras deitadas, mesmo ao pé de duas hienas que estavam enroscadas uma na outra a dormir!
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 08:58 AM
Albatroz, e essa coisa da dívida pública é os certificados de aforro, etc,? Nunca percebi bem isso e se imbrinca na dívida externa e como.
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 09:04 AM
Então hoje de manhã deu-me para um domingo naturalista. Muito engraçado são os hipópotamos. Umas bizarmas que andam lá com uns olhinhos de sono naqueles blindados. Então temos hippo+potamos, cavalo do rio, e acontece que esse herbívoro bonacheirão tem o guiness de ser o bicho que mais mata humanos e outros!
Então em 1º lugar eu tinha a imagem do hipo com aquelees dois dentinhos redondos, vocês também?Bem, a verdade é que aquilo são duas naifas com mais de 30 cm, os dentinhos redondos é porque aquilo foi cortado!
E fiquei a saber que o hipo até mata crocodilos quando se zanga, embora obviamente não os coma. Verdade, mesmo.
Quanto a matar humanos é sobretudo por atropelamento, quando os humanos se interpoem entre o bicho que estava a comer em terra e o rio, onde ele gosta de se ir esconder. Vai a correr para o rio e pelo caminho aproveita para brincar de bowling.
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 09:29 AM
hipopótamos
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 09:30 AM
Em cima onde está gazelas, é melhor dizer Impalas.
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 09:38 AM
Acho bem que seja com a TAP, olha a parceria:
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/
Como é que se vai chamar? Lusofona airlines?
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 09:46 AM
VARIG quer dizer Viação Aérea (do) Rio Grande (do Sul) imaginem.
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 09:48 AM
Bom, vamos lá ao exerciciozinho matinal de latim-inglês/Spinoza:
Denique Perceptio est, ubi res percipitur per solam suam essentiam, vel per cognitionem suae proximae causae
Finally, there is the Perception we have when a thing is perceived through its essence alone, or through knowledge of its proximate cause.
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 09:57 AM
Então deixo esta concluão para phroneticarem, if you wish...
Temos vivido sob o paradigma dominante da struggle for existence e não sob o da biofilia.
As duas dimensões existem, o problema é o da dominância.
O neoliberalismo apoia-se sobretudo na struggle for existence: o comentátio de barbara sobre as vítimas de NO serem indigentes é a expressão prática desse conteúdo.
Malthus e Darwin eram homens amargos, apesar do grande contributo teórico que deram para a compreensão das coisas. Foi com Darwin que o inglês passou a começar a dominar na literatura científica substituindo o latim. No entanto este persistiu até hoje na classificação das espécies aristotélica-lineana. A sistemática é em latim.
Malthus andou cheio de dúvidas se havia de reproduzir-se, lá teve 3 filhos a partir dos trinta e tal, mas nenhum lhe deu netos. Darwin comentou na cama, antes de morrer, que não via sentido nenhum nisto tudo a não ser o vento do acaso.
Spinoza era muito mais bem disposto, fumava cachimbo, recebia os amigos e também os visitava, e polia lentes em que era o melhor artífice do seu tempo, naquelas vizinhanças.
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 10:22 AM
Vítor às setembro 10, 2005 11:43 PM
Veja o post de Medeiros Ferreira, a 8 de Setembro, "Transcrever Cavaco Silva" em http://bichos-carpinteiros.blogspot.com/
Primeiro o condicionamento industrial, depois a protecção alfandegária, depois a desvalorização sucessiva do escudo, criaram sucessivas gerações de empresários e de empresas, que não estão preparados para competir no mundo globalizado. Hão-de fechar todas e quanto menos apoios estatais melhor, o encerramento será mais rápido. Para que novas gerações possam avançar para a criação de empresas viradas para o cliente e para as suas necessidades. Há um empresário dos antigos, na zona norte que quando lhe falamos em servir o cliente, disse "Os clientes são como os peidos, uns vão, outros hão-de vir" (sic).
Só tenho pena é de quem é obrigado, pelas necessidades da vida, a trabalhar para eles. Muitos deles nem são exploradores (porque realmente não ganham dinheiro para eles - já foi tempo) são é ignorantes, são como frangos sem cabeça que não vão, vão indo, sem direcção, sem rumo.
E este é o grande problema do Portugal privado!
Publicado por: diogenes às setembro 11, 2005 10:42 AM
Agora uma coisa curiosa. O museu de história Natural de Maputo é magnífico, feito pelos portugueses e muito estimado pelos moçambicanos, uma obra de arte, dou fotografias a quem quiser, desde que não me f. o computador com brincadeiras, com cenas de reconstituição de habitat onde avultam as cenas de predação. Quase tudo com animais embalsamados. Não há nem uma cena de reprodução, nem um acto sexual! Não se mostram as vergonhas...
Ora eu já phronetiquei como será aquilo com os hipopótamos (acho que só pode ser dentro de água senão escorrega). As girafas deve ser belo. Mas também concluí que se calhar os bichos não se mostram a fazer essas coisas senão a alguns? Como eu vejo pouca tv não sei se a National Geographic já está nessa.
Mas é curioso.
Por falar nisso vi um macaquinho babuíno bem novinho de pau feito a fazer das suas.
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 10:44 AM
Vítor às setembro 10, 2005 11:43 PM
Já agora, por causa de jardins, já imaginou o que é pedir ao pessoal (mão de obra barata, sem formação, temporária) das grandes superficies do "faça você mesmo" da secção jardins, como é que funciona um sistema de rega gota-a-gota... nem sei porque é que ocupam o espaço de prateleira com artigos que não sabem vender, é um desperdício.
Publicado por: diogenes às setembro 11, 2005 10:52 AM
Yin-Kuo aquilo da cana-do-açúcar a arder parecem fósforos, pá! O milho também é C4 não é? E o bambú? Tem cara... Tenho que fazer uma pesquisa sobre isso. Lá há muitas casuarinas e nos cemitérios em vez de ciprestes são araucarias columniformes (não sei se se escreve assim), aquelas que costumam ter escoliose, perdem o gomo apical às tantas mas retomam o controlo com um lateral. Bué de auxinas.
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 10:58 AM
Tlim. Sininho onde andas?
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 11:01 AM
Calhou passar por aqui
Publicado por: Coruja às setembro 11, 2005 11:10 AM
Em boa hora
Publicado por: Coruja às setembro 11, 2005 11:10 AM
"Para fazer coisas horriveis de forma organizada e sistemática é necessário apoiar-se na normalização"
escreveu o autor de "The Banality of Evil"
A Era dos falsos detonadores, é preciso não esquecer, foi inaugurada pelo Perú de Plástico do Dia de Acção de Graças comemorado no Iraque.
A partir dai a banalização da Mentira é recorrente e aceite sem grandes contestações, minimizada brejeiramente pelos comentadores oficiais. Normal portanto.
Publicado por: xatoo às setembro 11, 2005 01:23 PM
Uma coisa é enganar-se no prato, outra é montar toda aquela encenação, franzir o sobrolho com ar de atenção e carregar no detonador.
É grotesco.
Publicado por: Surpreso às setembro 11, 2005 04:36 PM
Pyrenaica (a qualquer hora)
Você está com o gás todo. O que é que tem andado a fumar ultimamente?
# : - ))
Para isso da permuta de fotos o melhor é criar um site no My Places da Microsoft.
Põe lá as fotos que quiser e o pessoal limita-se a ver ou, se o entender, a fazer o download.
Tudo isto sem atentar contra o pudor do seu computador...
Publicado por: (M) às setembro 11, 2005 06:49 PM
;-))
Meu caro adormecer às 22h30 e levantar às 7h30 dá vontade de fazer logo uma capicua pela manhã.
Publicado por: pyrenaica às setembro 11, 2005 07:54 PM
meu caro Surpreso às setembro 11, 2005 04:36 PM
Vc é dos patuscos com argumentação mais consistente que me tem sido dado ver,,,
"Bush enganou-se no prato" do Perú, sem sequer franzir o sobrolho,,,
eheheh
Publicado por: xatoo às setembro 11, 2005 09:42 PM
Os patetas continuam a acreditar nos boatos...
O perú não era de plástico(embora fosse de decoração) e o Bush serviu os soldados.
Publicado por: lucklucky às setembro 12, 2005 07:41 AM
Só espero
Publicado por: pyrenaica às setembro 12, 2005 09:43 AM
que quem eu cá sei
Publicado por: pyrenaica às setembro 12, 2005 09:44 AM
esteja distraído
Publicado por: pyrenaica às setembro 12, 2005 09:45 AM
Será?
Publicado por: pyrenaica às setembro 12, 2005 09:45 AM
pequeno almoço! Hummm
Publicado por: pyrenaica às setembro 12, 2005 09:46 AM
"o Bush serviu os soldados", eh pá, deve ter ficado todo arrebentado!
Publicado por: pyrenaica às setembro 12, 2005 09:48 AM
Pronto. Dou de barato que o Sócrates é tão cretino como o Bush.
Publicado por: lopes às setembro 13, 2005 10:04 PM
Pois eu então gosto do Sócrates, pelo menos até ver.
Publicado por: pyrenaica às setembro 15, 2005 01:18 PM
Excelente
Publicado por: beto às setembro 16, 2005 03:40 AM