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setembro 27, 2005

Escolhas Simples

Não há escolhas múltiplas na política portuguesa: Socialistas e conservadores revelam-se estatizantes convictos, na oposição, e liberais à força e envergonhados, no Governo. Há diferenças: entre os socialistas o liberalismo é diabolizado, sempre, enquanto o socialismo é metido na gaveta durante a governação; entre os conservadores o liberalismo faz parte do seu inventário (pelo menos em algumas áreas), mas está prudentemente fechado na gaveta, com receio de causar alarido público. Marques Mendes está a fazer uma campanha eleitoral clamando por investimento público e exigindo saber, antes das eleições autárquicas, os números do OE2006, para criticar os eventuais cortes na despesa pública. Marques Mendes meteu o liberalismo na gaveta, se é que alguma vez o tirou de lá.

As próximas eleições destinam-se às autarquias. É evidente que o OE2006 condicionará a despesa autárquica, mas esse condicionamento não será afectado (ou pelo menos não o deveria ser) pelo resultado das eleições, porquanto estas não irão afectar a composição da AR. O Governo actual sabe que terá de fazer um OE de contenção e todos os que desejam o melhor para o país esperam que essa contenção se faça unicamente do lado da despesa. Tentar que haja interacção entre os resultados das autárquicas e o OE2006 é uma forma perversa de encarar a democracia. Sou favorável a que se cumpram as legislaturas. Sempre fui. Esse cumprimento implica que os resultados das outras eleições – autárquicas, europeias e presidenciais – não condicionem, nem sejam usados para condicionar a política do governo. Aliás, sobre esta matéria, Marques Mendes não pode mudar de parecer, consoante está no Governo ou na oposição.

Este Governo tem gerido uma política de eliminação de alguns privilégios com incidência na despesa, temperando-a com demagogia. O caso mais típico foi o da redução das férias judiciais, criando na opinião pública a ilusão que eram as férias judiciais as responsáveis pelos atrasos dos processos, quando a questão da reforma da justiça em Portugal passa, em primeiro lugar, pela acção governamental na reforma dos procedimentos judiciais e, em segundo lugar, pela reforma da organização judicial, também da responsabilidade do Governo em conjunto com todo o pessoal da justiça.

Todavia, esse tempo está-se a esgotar. O Governo tem, obrigatoriamente, que passar a acções mais enérgicas e profundas de reestruturação do sector público. O Governo tem que diminuir a despesa pública, mas não pode fazer cortes às cegas. Os cortes terão que ser feitos em simultâneo com a reestruturação dos procedimentos e orgânicas internas. Sem isso, os únicos cortes que o Governo pode fazer é o congelamento dos salários e do investimento público. Simplesmente mesmo estas medidas têm limites. Não há organização que consiga funcionar, tendo os seus efectivos os salários congelados, independentemente do mérito de cada um. E há um investimento mínimo para a conservação da operacionalidade dos activos públicos.

Ou seja, deve ser dado ao Governo um prazo de 4 anos para ser julgado pela sua política (a menos que se tenha caído numa situação de ingovernabilidade evidente). Em contrapartida a oposição deve usar esse período para construir alternativas credíveis e viáveis que serão também objecto de julgamento no fim da legislatura. Neste entendimento, não me parece que Marques Mendes esteja a construir uma alternativa credível, ao ter contestado, e bem, durante a discussão do OE Rectificativo, que o principal esforço fosse do lado das receitas (aumento dos impostos) e não do lado da despesa, e agora, poucos meses volvidos, vir clamar pelo aumento da despesa pública, porque julga que isso lhe poderá trazer dividendos eleitorais, certamente efémeros.

Nem pode agora reclamar investimento público e, daqui a 3 semanas, debater o OE2006 exigindo a contenção da despesa. Um político credível não deve ter uma política nos dias pares e outra nos dias ímpares. O PS pode, na oposição, exigir mais despesa. Faz parte da lógica socialista malbaratar o dinheiro dos contribuintes. Não julgo prudente que Marques Mendes tente pescar nas águas ideológicas socialistas e faça, na oposição, o que o PS andou a fazer enquanto lá esteve. Não ganha nada com isso e só se descredibiliza.

Publicado por Joana às setembro 27, 2005 07:51 PM

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Comentários

Joana, 2 perguntas:

- não acha natural que no esatdo com fronteiras mais antigas da Europa haja uma tradição estatizante?

- o que vocês propoem foi o que ficou agora à vista com o katrina (+ Ritinha)?

Publicado por: pyrenaica às setembro 27, 2005 09:13 PM

Estado

Publicado por: pyrenaica às setembro 27, 2005 09:14 PM

Não julgo prudente que Marques Mendes tente pescar nas águas ideológicas socialistas e faça, na oposição, o que o PS andou a fazer enquanto lá esteve. Não ganha nada com isso e só se descredibiliza.

É verdade, mas não me parece que Marques Mendes se preocupe muito com isso.

Publicado por: Pedro Oliveira às setembro 27, 2005 09:14 PM

Como diria VPV, «o petiz não está à altura».

Publicado por: asdrubal às setembro 27, 2005 09:49 PM

Marques Mendes... Marques Mendes... não estou a ver!...
Eu conheço?

Publicado por: Senaqueribe às setembro 27, 2005 09:50 PM

Sócrates é um social democrata do falhado modelo escandinavo dos anos setenta, é triste, mas Marques Mendes é um social democrata do falhado modelo franco-alemão dos anos oitenta, o que é lamentavel.

O mal de Portugal chama-se socialismo, e dessa doença padece a maioria dos portugueses, que pensam que a escolha está entre a maçã podre e a podre maçã.

Publicado por: o mal de Portugal chama-se socialismo às setembro 27, 2005 09:52 PM

Quem lhe tira o par (liberal?) Portas-Santana, tira-lhe tudo. Ou será Borges ?

Publicado por: zippiz às setembro 27, 2005 09:55 PM

Eu não vejo um grande futuro ao Marques Mendes como líder. Será um bom ajudante de campo, mas nunca um líder

Publicado por: David às setembro 27, 2005 10:11 PM

Não tem estatura ... duplamente

Publicado por: David às setembro 27, 2005 10:13 PM

Publicado por: pyrenaica às setembro 27, 2005 09:13 PM

Então, então, então...
Já devias ter tomado o Lexotan!
Já te disse um zilião de vezes que não te podes deitar tão tarde.
Cascais & Bichas precisam de ti!

Publicado por: Prof. Doutor Vaz às setembro 27, 2005 10:34 PM

Ó Vaz ainda aí estás?

Vai lá bater uma à memória do teu querido Salazar e cama que se faz tarde...

Publicado por: Esquerdalhaço às setembro 27, 2005 11:07 PM

Não creio que haja grande diferença entre Marques Mendes e Sócrates.
O que os nossos políticos têm em falta é coragem para implementar reformas que possam, verdadeiramente, mudar o nosso marasmo.
Não é ao eleger os funcionários públicos como alvo a abater e culpados da situação que vai mudar o que quer que seja.
Não vi qualquer político até hoje, mexer nas isenções fiscais, benefícios e mais alcavalas de que muitos "lobbies" e interesses instalados beneficiam.É que caso isso aconteça, poderá não haver prateleira dourada quando o mandato terminar.

Publicado por: quimanel às setembro 27, 2005 11:08 PM

Ó Vaz: o neurónio está a sair-te pela fissura anal.

Publicado por: Esquerdalhaço às setembro 27, 2005 11:09 PM

Cara Joana,
primeiro aviso à navegação: sou militante do PSD.
pronto, assim já podem dar o desconto no que vou dizer a seguir: o problema de Portugal não está (só...) no cortar na despesa. Está, essencialmente, no controle da qualidade da despesa. Isto é... algo que pode ser feito por 100, acaba por custar 125 (TC oblige..!) mas com qualidade associada a um custo de 78! Aqui é que está o busílis da questão. E nem o PSD, muito menos o PS, estão minimamente interessados em alterar este estado de coisas, já que a diferença entre os 78 e os 125 (+ uns pós...) dá para dar de comer a muito marmanjo!
Atebção: cuidado com os "pós..."!

Publicado por: jdoutelcoroado às setembro 27, 2005 11:10 PM

Pois é ... não há solução

Publicado por: lopes às setembro 28, 2005 12:21 AM

Publicado por: Esquerdalhaço-Louça

Ai, ai, ai e ainda ai.
Assim não nos entendemos.
Então o Anacleto nos vos ensinou que a classe operária deve ser sempre considerada.
Eu sou um operários, seus manganões de Cascais, eu sou um marinheiro ali no Sodré, eu sou um oprimido suas bichonas!.

Preciso que a Ana, a Joana e vós ó xatoo’s, victor’s, py’s, pyrenaica’s, corujas’s me libertem, esta potência que eu tenho qual SCUD pronto a explodir.

Já, já, já todos de joelhos e boquitas abertas.
É pela pátria kamaradas.

Publicado por: Prof. Doutor Vaz às setembro 28, 2005 12:22 AM

Não há uma política liberal no nosso país. Mesmo assim, o que se saiu melhor foi o Cavaco que liberalizou alguns sectores. Se não fossem essas medidas, não sei como estariamos hoje

Publicado por: AJ Nunes às setembro 28, 2005 12:26 AM

Prof. Doutor Vaz às setembro 28, 2005 12:22 AM

Caro amigo libertador dos panascas de direita. Prá outra vez, quando pagar o desmancho à puta da tua mãe, dou-lhe mais 100 euros pra ir a espanha. Assim não corre o risco de cagar outro aborto mal feito como tu.

Publicado por: Esquerdalhaço às setembro 28, 2005 12:33 AM

Joana, o que é que eu lhe disse?

Chegámos ou não às Galinheiras?

Publicado por: (M) às setembro 28, 2005 12:39 AM

É estranho. No princípio deste blog escreviam ordinarices à Joana. Agora escrevem ordinarices uns aos outros.

Publicado por: David às setembro 28, 2005 12:46 AM

Isto foi do Benfica ter perdido

Publicado por: Coruja às setembro 28, 2005 12:48 AM

(M): isto mostra a utilidade deste blog. Se não fosse ele, esta malta estaria a bater nas mulheres e nos filhos.

Publicado por: Coruja às setembro 28, 2005 12:49 AM

Publicado por: Esquerdalhaço - Anacleto

Suas malucas!
Ate pareceis aqueles operários, camponeses e soldados do MFA, antigamente.
Que falta de educação.
E eu a pensar que agora o Anacleto já vos tinha ensinado boas maneiras.
Olhai para a Joaninha e a Anita tão lindas lá nas Modas & Bordados e na Flama a ensinarem o ponto de cruz, e o ponto de joelhos.
Vá tende juízo e ide lavar os dentes antes de irdes para o ó-ó.

Publicado por: Prof. Doutor Vaz às setembro 28, 2005 01:22 AM

Joana, por favor, não se pode fazer uma pequena limpeza?... Para se ser democrata não é preciso conviver com o esterco, pois não?...

Publicado por: Albatroz às setembro 28, 2005 08:44 AM

Ponto de Ordem:
As ordinarices desta noite representam uma grande falta de respeito para o blog e para a comunidade de comentadores.
Eu não tenho por hábito banir IP's, mas posso fazê-lo se esta situação persistir. Alguns dos nicks que mais se esmeraram na ordinarice correspondem a comentadores que, com o nick usual, têm um comportamento normal. Não é alguém que apareceu de novo. É gente que frequenta o blog há bastante tempo.
Espero que não volte a acontecer.

Não vou apagar, pelo menos os desta noite, embora não garanta que o não faça de futuro. Acho preferível, pelo menos neste caso, que estas coisas fiquem para memória.

Publicado por: Joana às setembro 28, 2005 09:20 AM

Marques Mendes é um líder a prazo. Foi fazer um serviço que ninguém queria fazer

Publicado por: Rui Sá às setembro 28, 2005 10:23 AM

Isso não invalida que ele não devesse ter uma política coerente. Esta forma errática que a Joana assinalou, não me parece que lhe traga dividendos

Publicado por: Rui Sá às setembro 28, 2005 10:24 AM

"julga que isso lhe poderá trazer dividendos eleitorais, certamente efémeros"

Não tão efémeros quanto pensa, Joana. As autarquias têm um papel importante no financiamento dos partidos políticos. Veja o caso da Fátima Felgueiras, por exemplo: aquilo de que ela é acusada é, basicamente, de ter feito um contrato fictício com uma empresa para desviar dinheiro da autarquia para o PS. Outros autarcas devem, de uma forma ou de outra, contribuir para financiar o seu partido. E estes financiamentos são sobremaneira importantes quando o partido está na oposição, como no caso do PSD, pois então não tem acesso às sinecuras governamentais.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 28, 2005 10:27 AM

Bom dia Portugal, ehehehe :

http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=175843&idselect=90&idCanal=90&p=94

Publicado por: asdrubal às setembro 28, 2005 10:31 AM

Há comentadores (felizmente poucos) que usam uma linguagem imprópria, a raiar a boçalidade, e isso é intolerável.
Não percebo o que ganham com tal atitude. Um bocadinho de ética e de contenção seriam aconselháveis.

Publicado por: Senaqueribe às setembro 28, 2005 10:38 AM

É verdade que Marques Mendes está a tomar posições inadmissíveis, neste caso do OE2006 e também com o barulho contra a compra da TVI pela PRISA. Mas não sejamos demasiado críticos com ele. Devemos a Marques Mendes o facto de ter expurgado o partido de dois barões (Valentim Loureiro e Isaltino Morais), e de ter posto na linha um outro barão (Luís Filipe Menezes). Já são três grandes realizações de Marques Mendes. E, com exceção destes dois deslizes (OE2006 e PRISA), ele até está a tentar fazer uma oposição credível.

É de certeza bem melhor líder do PSD do que o foram o ex-maoista e o homem das discotecas. Incomparavelmente melhor e mais sério do que eles, sem sombra de dúvidas.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 28, 2005 10:42 AM

asdrubal às setembro 28, 2005 10:31 AM

Afinal, a reforma do Estado está a ser feita.

Publicado por: Senaqueribe às setembro 28, 2005 10:56 AM

Antes de sair de casa ouvi Sócrates a discursar. Disse para mim mesmo que ele, como político é mau, mas mesmo muito mau. Trata-se de mediocridade em bruto, temperada com uma boa imagem pública e discurso fácil.

Já Marques Mendes não é medíocre, é apenas um político vulgar com apurado sentido de auto-preservação, que sabe que mesmo as espécies mais rudimentares têm também que se adaptar às características do ecossistema onde se inserem.

Publicado por: Mário às setembro 28, 2005 10:57 AM

Luís Lavoura às setembro 28, 2005 10:42 AM

Esses barões (já) não precisam do partido para nada.
Eles é que expurgaram o partido, não o contrário.
Aliás, como faz o AJJ quando e como lhe convém.

Publicado por: Senaqueribe às setembro 28, 2005 11:04 AM

Mário em setembro 28, 2005 10:57 AM:
É um discurso fácil, mas muito repetitivo e sempre com os mesmos gestos. Parece um boneco com pilhas que se compra aos ciganos nas feiras.

Publicado por: Sa Chico às setembro 28, 2005 12:40 PM

Parece um boneco com pilhas que se compra aos ciganos nas feiras.

Nisso não se diferencia nada da generalidade da classe política portuguesa. Para já não falar nos media que a condicionam...

Publicado por: Pedro Oliveira às setembro 28, 2005 01:25 PM

Estou a ver que ainda temos de fazer uma estátua ao coelho da Duracell...

Publicado por: Mário às setembro 28, 2005 01:38 PM

O mesmo discurso mas durante muito mais tempo?... Esse já tem uma estátua em Santa Comba - Dão.

Publicado por: Pedro Oliveira às setembro 28, 2005 01:53 PM

O investimento público como motor da economia que o pequeno lider do PSD pretende, está de momento esgotado por processos desviantes (ihihih)
Se o capitalismo não é outra coisa senão a incessante "valorização do valor", aparecendo como um fim-em-si-mesmo de transformar dinheiro em mais dinheiro, é com esta "massa" ficticia que temos de ficcionar uma solução.
Cada um, à sua maneira, do PS ao PSD, ambos neoliberais fará, estou certa, o que puder.
A bem da Nação (que somos nós- ihihih)

Publicado por: Fátima Felgueiras às setembro 28, 2005 01:57 PM

Esta Fátima Felgueiras faz juz ao seu nome.

Publicado por: Mário às setembro 28, 2005 02:03 PM

Luís Lavoura às setembro 28, 2005 10:27 AM
"aquilo de que ela é acusada é, basicamente, de ter feito um contrato fictício com uma empresa para desviar dinheiro da autarquia para o PS"
exactamente Luis,
ainda hoje vem no Público, na página 2 que "o esquema do saco azul do PS-Felgueiras foi usado em vários outros municipios". Leia.
É um oproblema de Regime!, e por isso é que eu me recusei a ir de cana sózinha!
O Regime que vá preso!, ora essa!

Publicado por: Fátima Felgueiras às setembro 28, 2005 02:05 PM

Sobre sacos azuis, tenho a dizer o seguinte.
No começo da minha vida profissional (pós-universidade) estive ligada a um grande empreendimento promovido por uma empresa inter-municipal. As câmaras eram umas do PS e outras do PSD (na altura o PS tinha mais câmaras).
Não acompanhei o início do processo que meteu tribunais, etc., só a parte final. Na altura em que o BEI estava a estudar a outorga do empréstimo, enviou a Portugal alguns técnicos especialistas naquelas instalações.
Falámos várias vezes sobre o assunto (inclusivamente 2 dos directores do BEI que lideravam o processo de financiamento eram portugueses) e a conclusão deles era simples: entre 500 mil e 1 milhão de contos deveriam ter andado "por debaixo da mesa". Não havia provas factuais, apenas o conhecimento dos preços de mercado e o feeling para situações do género.
Não notei qualquer diferença significativa de comportamento dos autarcas devido à sua cor política.
Havia um consenso total.

Publicado por: Joana às setembro 28, 2005 02:32 PM

Joana às setembro 28, 2005 02:32 PM

Se a Joana tivesse soprado essa sugestão para os jornais, podia ter a certeza de apanhar com um processo por difamação em cima.

Neste país quem quer que sugira - com bom fundamento, mas sem apresentar TODAS AS PROVAS - que alguém de importante fez algo de mal, apanha logo com um processo em cima.

É para isso que servem as leis de proteção ao bom-nome. Para proteger os poderosos e cercear a liberdade de expressão e de informação.

E para entupir os tribunais.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 28, 2005 03:01 PM

Parece-me um princípio de elementar bom senso e uma garantia dos direitos individuais que ninguém possa ser acusado sem provas.
Quando se tem provas não é preciso «sugerir» — afirma-se.
E ninguém apanha com um processo por dizer a verdade.
Os tribunais são um instrumento de classe, é certo, mas não podem ignorar as provas. Assim como também não podem condenar sem provas.
O que é que esse pessoal que condena a Fátima Felgueiras todos os dias irá dizer, se ela, eventualmente, sair do tribunal absolvida?

Publicado por: (M) às setembro 28, 2005 03:14 PM

O problema é que o que há, na maioria dos casos, existem apenas suspeitas, que não podem dar origem a um processo.

Publicado por: Sa Chico às setembro 28, 2005 03:33 PM

Pode-se argumentar que as pessoas que têm suspeitas deveriam apresentar denúncias.
Porém, na maioria dos casos, são pessoas envolvidas no processo, cuja vida profissional poderá ficar comprometida sem que isso traga qualquer vantagem.

Publicado por: Sa Chico às setembro 28, 2005 03:36 PM

(M) às setembro 28, 2005 03:14 PM

"que ninguém possa ser acusado sem provas"

Um cidadão não tem a obrigação, nem a capacidade, de procurar todas as provas de um delito do qual suspeita. Por exemplo, a Joana suspeitou de que algum dinheiro foi desviado. Mas não tinha a capacidade de investigar.

Quando um cidadão suspeita de um delito, quando tem todas as razões para acreditar que um delito terá sido cometido, tem o direito, tem até a obrigação, de o denunciar. Pode denunciar o caso à PJ e esperar que ela investigue - o que certamente ela não fará, se a tal não fôr pressionada. Mas, se o delito fôr grave e a inoperacionalidade de polícia fôr evidente, tem o direito e o dever de denunciar publicamente o que se passa.

Pretender que um cidadão só possa denunciar um crime quando dispuser de todas as provas, é garantir a impunidade do crime, e é pôr uma conveniente mordaça no cidadão.

Repare: "bom nome" é uma coisa que apenas os poderosos, os privilegiados, têm. Eu, por exemplo, não tenho bom nome: qualquer pessoa pode acusar-me seja do que fôr, que eu não porei processo nenhum em tribunal. Só os poderosos e privilegiados é que usam essas leis celeradas - as leis de proteção do "bom nome" e de repressão à "difamação" - para se proteger. Usam isso para calar a voz do povo, que os acusa, frequentemente, de serem trafulhas.

Como o Nuno da Câmara Pereira quando disse aquilo que é evidente, para quem quer que tenha olhos na cara: que a Edite Estrela à frente da Câmara de Sintra foi muito corrompida. Disse o que é evidente e o que a PJ há muito deveria ter investigado. A Edite saltou-lhe logo com um processo em cima, para proteger o seu "bom nome".

Leis celeradas de repressão ao povo, que constituem uma importante limitação à liberdade de informação e de expressão.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 28, 2005 03:37 PM

Pois, essa coisa das "provas" é que é um sarilho.
O que é que se entende por provas?
Como é que se obtêm?
Cada um de nós tem de saber investigar para obter provas?
Para que serve então a polícia de investigação criminal?
Etc.,
Etc.

Bem... o melhor é ficar calado e deixar os criminosos à solta.

Publicado por: Senaqueribe às setembro 28, 2005 04:03 PM

Joana às setembro 28, 2005 02:32 PM

Pois é, o mal disto é que todos colaboram no esquema e lá no seu intimo acham mal, mas depois para fora não se assumem e tiram dividendos pessoais lucrando com as situações. Ora se tivesse havido quem se assumisse em seu devido tempo, eu nem sequer me passaria pela cabeça ter andado a fazer estas figuras, já era independente há mais tempo e desde há muito que teria mandado lixar o partido e os barões instalados.Porque lá boa trabalhadeira sou eu! Com evidentes beneficios para os fundos públicos.
Olari-lolé!
Dá cá uma beijoca, filha!
Está a chegar a camioneta com as bandeiras. Chau.

Publicado por: Fátima Felgueiras às setembro 28, 2005 04:18 PM

Só se pode denunciar situações com conhecimento de factos. Não por ouvir dizer.
Ouvir dizer estamos nós fartos

Publicado por: AJ Nunes às setembro 28, 2005 05:43 PM

AJ Nunes às setembro 28, 2005 05:43 PM

Aquilo que a Joana poderia ter dito são factos:

"A associação de municípios X pagou 100.000 contos por um equipamento. O preço de mercado (normal) desee equipamento é de 90.000 contos."

Isto são factos, facilmente comprováveis. Basta encontrar a fatura passada pela empresa à associação de municípios, e pedir a essa empresa ou a uma sua concorrente, independentemente, um orçamento para o mesmo serviço.

A acusação "10.000 contos devem ter sido desviados para algum lado" é que já não é sustentada por provas. Isso é que a PJ tem que investigar.

Uma vez aconteceu uma coisa dessas numa associação com a qual colaborei. A associação fez publicar um encarte num jornal, e pagou pela impressão desse encarte um certo preço. Uma colaboradora minha desconfiou do preço. Utilizando o seu apelido de solteira, para não ser facilmente identificada, pediu à tipografia um orçamento para um trabalho idêntico, e obteve como resposta um orçamento substancialmente inferior ao valor que a associação tinha pagado. Conclusão óbvia, embora não comprovada: a associação desviara algum do dinheiro daquele trabalho para algum outro fim.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 28, 2005 05:59 PM

Em primeiro lugar, tratou-se, da minha parte, de "ouvir dizer". Segundo opiniões que eu julgo fiáveis, haveria diferenças cuja explicação mais "lógica" seria tratar-se de "dinheiro por fora".

Em segundo lugar não é possível provar, neste caso, que se "A associação de municípios X pagou 100.000 contos por um equipamento e se o preço de mercado (normal) desse equipamento é de 90.000 contos." então há marosca.

Não se trata de equipamentos que se vendam em hipermercado, com o preço tabelado. São instalações feitas de propósito, que incluem diversos equipamentos e mão de obra de assemblagem, instalação local, ensaios e comissionamento.

Os técnicos devem ter concluído isso pela sua experiência longa e diversificada. Era o "feeling" que eles tinham (aliás a aprovação demorou alguns meses e devem tê-la dado a contragosto, penso eu).

Se eles acabaram por aprovar, é porque acharam que não conseguiam sustentar a tese contrária de forma sólida. Aliás, se o fizessem poderiam provocar uma situação delicada, em que, provavelmente, ninguém estaria interessado.

Se numa operação de aprovação, eles não tiveram argumentos suficientemente sólidos para a recusarem, que haveria a esperar dos tribunais?

Publicado por: Joana às setembro 28, 2005 07:04 PM

Publicado por: pyrenaica às setembro 28, 2005 07:29 PM

para

Publicado por: pyrenaica às setembro 28, 2005 07:30 PM

rematar

Publicado por: py às setembro 28, 2005 07:31 PM

Factos são uma coisa, provas são outra.
Mesmo conhecendo os factos, pode não ser possível apresentar provas.
Uma factura pode ser facilmente escamoteada, etc, etc.
Só pessoas especialmente preparadas e treinadas estão em condições de investigar e encontrar provas.
O cidadão comum, mesmo sendo testemunha e estando convicto do crime, está desprotegido.

Publicado por: Senaqueribe às setembro 28, 2005 10:12 PM

Estamos feitos. Só espero que o céu não nos caia sobre a cabeça.

Publicado por: Tavares às setembro 29, 2005 12:39 AM

Entretanto, hoje tivemos mais uma exibição dos fins para que servem as leis anti-difamação.

Ontem, um jovem afirmou no tribunal sobre o processo Casa Pia ter visto Ferro Rodrigues na célebre casa de Elvas. Já hoje, o advogado de Ferro Rodrigues (este pessoal tem sempre um advogado avençado, e dinheiro para o pagar) afirmou à rádio que iria imediatamente processar o jovem por ter dito tal coisa, no tribunal. Já, imediatamente. E enfatizou, que qualquer "difamação" de Ferro Rodrigues, por quem quer que fosse, seria imediatamente contrariada com um processo em tribunal.

Por este andar, todas as testemunhas de acusação de todos os processos judiciais poderiam ser processadas por difamação.

Para estes efeitos perversos é que estas leis celeradas, de proteção aos poderosos, servem.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 29, 2005 12:04 PM

L Lavoura: Isso é conversa. Ferro Rodrigues está a ameaçar há dois anos tudo e todos com processos. Mas nunca avança. Ferro não foi pronunciado porque os actos haviam prescrito. Segundo consta, ele só assistia.

Ferro não se vai arriscar a trazer a roupa suja para a praça pública. Uma coisa é os crimes haverem prescrito, outra é eles terem existido. Se ele avançar com processos, vai desencadear uma situação que só lhe é prejudicial.

Segundo parece, há um outro dirigente do PS, actualmente a exercer funções importantes (mas não no Governo), que também consta dos autos, mas que não foi acusado por causa de haver prescrito.

Publicado por: Viegas às setembro 29, 2005 12:13 PM

É inegável que as armas nas mãos de quem lança a calúnia são mais fortes que as armas (processos por difamação incluídos) de quem procura defender-se.

Viegas, no comentário anterior, usa a expressão "segundo parece". Todos nós usamos esta expressão quando nos referimos aos mais diferentes boatos.
Essa expressão precede, com frequência, a divulgação contagiosa do boato.

Publicado por: Vítor às setembro 29, 2005 12:23 PM

Não me referi a boatos. Referi-ma a algo que me foi dito por quem tem acesso ao processo.

E não estou a "difamar" ninguém. Nem sequer referi nomes.

Publicado por: Viegas às setembro 29, 2005 12:59 PM

A ânsia de defender o clube leva a que a clareza do julgamento se perca.

Publicado por: Viegas às setembro 29, 2005 01:00 PM

Viegas às setembro 29, 2005 01:00 PM

"A ânsia de defender o clube leva a que a clareza do julgamento se perca."

Veja lá se essa máxima se aplica a si:
- não o acusei de difamação;
- não me excluí do uso da expressão. Escrevi "Todos nós usamos esta expressão...";
- não pertenço a nenhum clube;
- estou-me a borrifar para o nome e cor política dos implicados. Espero que os culpados sejam punidos e os inocentes (réus e vítimas) recuperem um pouco da dignidade do seu nome.

Publicado por: Vítor às setembro 29, 2005 01:34 PM

A que propósito alguém que tem acesso ao processo lhe transmite esse tipo de informações?
E a que propósito vem V. divugá-las num fórum em que desconhece os seus interlocutores?

Se não percebe a gravidade disso, a n/ conversa fica por aqui.

Publicado por: Vítor às setembro 29, 2005 01:40 PM

Vítor: Essas suas perguntas são completamente destituídas de senso. Você assiste, há mais de 3 anos, a que conteúdos dos processos venham para a praça pública e agora arma-se em vingador sobre informações que são do domínio público (caso do FR) ou de quem nem sequer foi dito o nome?

Publicado por: soromenho às setembro 29, 2005 02:22 PM

Porquê essa sanha acusatória sobre um nick desconhecido, quando nos jornais você encontra, escrito ou nas entrelinhas, tudo aquilo?

Publicado por: soromenho às setembro 29, 2005 02:23 PM

soromenho às setembro 29, 2005 02:23 PM

Mais umas perguntas destituídas de senso:

Acaso leu o meu primeiro comentário? E se leu, acha razoável que alguém, com base nesses comentários, me acuse de estar a defender um "clube" e a perder clareza de julgamento?

Não acha razoável que eu questione por que carga de água, alguém com acesso ao processo, divulga informações do mesmo?

Não acha razoável que eu refira a gravidade de o Viegas vir referir esse facto (que alguém com acesso ao processo lhe revelou informações?

V. pode achar que a resposta a qualquer destas questões é um rotundo não.
Mas dizer que me estou a armar em vingador ou que pratico uma sanha acusatória, parece-me lata a mais...

Publicado por: Vítor às setembro 29, 2005 03:17 PM

O problema do Vítor não é a existência das coisas. É que se fale sobre elas. O problema do Vítor não é que Paulo Pedroso possa ou não ter abusado dos niúdos, é que alguém fale nisso.

Publicado por: Viegas às setembro 29, 2005 03:35 PM

O problema do Vítor não é que um jogador do seu clube tenha metido a mão à bola na grande área. É que a Televisão tenha transmitido a coisa de diversos ângulos

Publicado por: Viegas às setembro 29, 2005 03:37 PM

Viegas às setembro 29, 2005 03:35 PM
Viegas às setembro 29, 2005 03:37 PM

Pois: é isso mesmo. Está V.exa carregado de razão. Tem música (como na Cornélia)...

Se, em vez de rotular, V. fosse capaz de manter uma discussão sem baixar o nível argumentativo e começar a falar do "problema do Vítor", talvez resolvesse o seu problema...

Publicado por: Vítor às setembro 29, 2005 03:45 PM

Oh Viegas, olhe, eu não sou do PS, e julgo que já aqui dei abundantes provas desse facto, mas aquilo que você está a dizer, e a maneira como o diz, é efetivamente grave!

Primeiro diz que "segundo parece" há um certo dirigente do PS que é pedófilo. Depois, apertado, confessa que afinal não "parece" coisa nenhuma: foi uma pessoa que tem acesso ao processo quem lhe contou isso.

Assim só agravou a coisa. O "segundo parece" introduz um boato: a gente encolha os ombros e não liga. Mas, se você diz que foi uma pessoa ligada ao processo que lhe disse, então já não é um boato, é uma coisa muito mais grave: é uma fuga ao segredo de justiça, utilizada por você para difamar - não uma pessoa concreta, mas um partido político.

Viegas, isso é uma pouca-vergonha.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 29, 2005 03:52 PM

E o que V. escreve nos comentários acima (Viegas às setembro 29, 2005 03:35 PM
Viegas às setembro 29, 2005 03:37 PM) revelam com clareza que V. ainda não percebeu ao que me estou a referir.

E sabe que mais: nem me vou dar ao trabalho de lhe explicar.

Publicado por: Vítor às setembro 29, 2005 03:58 PM

"Primeiro diz que "segundo parece" há um certo dirigente do PS que é pedófilo. Depois, apertado, confessa que afinal não "parece" coisa nenhuma: foi uma pessoa que tem acesso ao processo quem lhe contou isso."

Parece-me que há pessoas que não compreendem português. Eu escrevi "segundo parece" exactamente porque se tratava de algo que me fora dito por alguém ligado ao processo e não visto directamente por mim. Senão teria dito "é".


Publicado por: Viegas às setembro 29, 2005 04:17 PM

E que é isso de "depois apertado, confessa". Você não deve estar bom da cabeça. Como é que na caixa de comentários de um blog se pode "apertar" alguém?

Há apenas uma pessoa aqui que tem uma reputação a defender: a Joana, o pelo menos o blog dela. Os outros são comentaristas anónimos.

Publicado por: Viegas às setembro 29, 2005 04:22 PM

Este debate é completamente insensato sabendo das fugas de informação que há e da facilidade com que magistrados, funcionários judiciais dão à língua perante pessoas que às vezes conhecem mal.

Publicado por: Joana às setembro 29, 2005 07:56 PM

Eu sempre gostei de ...

Publicado por: Coruja às setembro 29, 2005 10:30 PM

coisas simples

Publicado por: Coruja às setembro 29, 2005 10:31 PM

Joana às setembro 29, 2005 07:56 PM

Os procedimentos errados e imorais de outras pessoas não podem servir de justificação para mais procedimentos errados e imorais.

Isso parece-me óbvio.

Se para si não fôr, leia Kant, por exemplo.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 30, 2005 09:38 AM

Pois eu então descobri que existe muito mais abuso sexual dentro das famílias do que eu imaginava. Esse é muito mais difícil, parece-me.

Quanto ao Ferro e já que isto é por ouvir dizer a alguém que "sabe", eu digo que um ex-prostituto que me disse conhecer o bas-fond daquilo me afirmou que o Ferro não estava metido nisso.

É muito fácil difamar alguém, ou será que há por aqui alguma virgem que não acredite que se comprem testemunhos falsos a jovens prostitutos?

O que é facto é que o caso Casa Pia foi a única coisa de que se falou durante nuito tempo em Portugal, e isso foi terrivelmente doentio. Correspondeu ao período da governação da direita.

Os principais actores da fuga de informações foram aquele que foi nomeado pela Cardona como chefe da PJ e mais uns...

Ao mesmo tempo que se sabe que PP é gay. Mas não assume. Pois...

Publicado por: pyrenaica às outubro 1, 2005 08:48 PM

Eu estou muito agradecido que um secretário-geral de um grande partido tenha dito para sempre: "estou-me a cagar para o segredo de justiça".

Publicado por: pyrenaica às outubro 1, 2005 08:49 PM

Alguns comentários são do estilo: não podemos matar o facto, mata-se o mensageiro

Publicado por: Silva às outubro 1, 2005 09:17 PM

Era costume nas ditaduras orientais

Publicado por: Silva às outubro 1, 2005 09:18 PM

O PP é gay? Pois pyrenaica, «já que isto é por ouvir dizer a alguém que "sabe", eu digo que um ex-prostituto que me disse conhecer o bas-fond daquilo me afirmou que o PP não estava metido nisso de gays»

Publicado por: Nereu às outubro 1, 2005 11:18 PM

O PP é gay? Pois pyrenaica, «já que isto é por ouvir dizer a alguém que "sabe", eu digo que um ex-prostituto que me disse conhecer o bas-fond daquilo me afirmou que o PP não estava metido nisso de gays»

Publicado por: Nereu às outubro 1, 2005 11:19 PM

Olhe que o PPortas é gay eu sei, porque conheço gente que o acompanhou de perto nos tempos em que era director do Independente e antes, como estudante de Direito. Até era um malucão.

Também me disseram que aquilo em S. Julião da Barra era divertido...e muito enérgico.

Agora isso tudo bem, entre quem gosta. Mas dar cabo de um adversário político com um caso construído à medida do "grotesco" no imaginário colectivo é que não.

Publicado por: pyrenaica às outubro 2, 2005 08:33 AM

Não percebo. Há coisas que não se podem dizer porque são boatos, mesmo que nos tenham sido ditas por pessoas fiáveis.
Outras são um insulto tremendo e quem o disse devia estar calado.
Qual a diferença?
Quando é alguém da direita pode boatar-se à vontade. Quando é alguém de esquerda, isso é um crime horrível.

Publicado por: Valente às outubro 2, 2005 12:14 PM

O importante é a diferença

Publicado por: Coruja às outubro 2, 2005 12:15 PM

Os bons são bons e os maus são sempre maus

Publicado por: Coruja às outubro 2, 2005 12:16 PM

Os bons são bons e os maus são sempre maus

Publicado por: Coruja às outubro 2, 2005 12:16 PM

Viró disco e toca o mesmo, é assim a política

Publicado por: didi às outubro 2, 2005 06:31 PM

Vou pregar uma partida ao py

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 12:28 AM

Vou pregar uma partida ao py

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 12:28 AM

Vou pregar uma partida ao py

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 12:28 AM

Vou pregar uma partida ao py

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 12:28 AM

Vou pregar uma partida ao py

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 12:29 AM

Vou pregar uma partida ao py

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 12:29 AM

Vou pregar uma partida ao py

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 12:29 AM

Vou pregar uma partida ao py

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 12:29 AM

Vou pregar uma partida ao py

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 12:29 AM

Vou pregar uma partida ao py

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 12:30 AM

2 capicuas e 1 centenário

Publicado por: Coruja às outubro 6, 2005 12:30 AM

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