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agosto 10, 2005

Sócrates nos Himalaias

Tem-se criticado a ausência de Sócrates, alegadamente num safari no Quénia, numa altura em que os incêndios fustigam o país de norte a sul. É uma crítica injusta e mesquinha. Sócrates não está no Quénia. Semiramis teve garantias disso através de diversos testemunhos: Elefantes, rinocerontes e girafas, principalmente estas, cuja visão, perscrutando através da savana africana, devassa vários quilómetros ao derredor. Semiramis está aliás em condições de garantir, em primeira mão, que Sócrates está nos Himalaias, nos vales gélidos de Sagarmatha, consultando um respeitável guru sobre o futuro do país.

Sócrates viajou apenas acompanhado por um reduzido número de assessores, o seu núcleo duro. Nem os ministros, nem o aparelho partidário, nem o próprio Jorge Coelho foram informados da inexplicável peregrinação. Sócrates foi admitido sozinho à presença do venerável ancião. Era um fim de tarde gélido, apesar do Verão e do aquecimento global. Cá fora farrapos de neve caíam sobre os assessores, enregelados e tiritando de frio e de emoção – o guru iria pronunciar-se sobre o futuro do país. Naquela tenda modesta, perdida na imensidão gelada, no tecto do Mundo, jogavam-se os destinos da pátria.

Sócrates permaneceu silencioso enquanto o Guru discreteava sobre a lei do karma e como a sua vivência garante uma sabedoria crescente, ao longo das nossas vidas. O Guru fez questão de sublinhar, como explicação introdutória, que o acumular de experiências e acções positivas compensa, e o acumular das negativas causa sofrimento, o que, sendo Sócrates o condutor de um povo, esse sofrimento se derrama por todo esse desgraçado povo.

Apercebendo-se da impaciência ocidental de Sócrates, o Guru resolveu passar de imediato às questões mais práticas e falou assim:

- Meu filho, o teu país está numa situação desesperada. Se não seguires estes preceitos, à risca, Portugal falirá dentro de 2 anos. Portanto tens que fazer o seguinte:

1 – Nunca mentir. Quando prometes uma coisa, tens que a cumprir. É um preceito que faz parte das “Oito Virtudes”;

2 – Deves distribuir os cargos públicos de acordo com as competências e nunca por pertencerem apenas ao teu círculo político. A honestidade na distribuição dos cargos do serviço público é um dos "Cinco Preceitos";

3 – Tens que diminuir a despesa do Estado. O povo sofre miseravelmente a pagar um Estado que depois pouco lhe dá em troca. Alivia os impostos a esse desgraçado povo que, por via deles, está numa penúria crescente e cada vez mais sem trabalho;

4 – Põe a Justiça a funcionar com rapidez e discernimento. O povo clama por justiça, e um povo injustiçado é um povo sem esperança no futuro;

5 – Liberaliza o mercado de trabalho, privado e público. A liberdade é a base da felicidade. Que cada um procure o trabalho para que se sente mais vocacionado. Deixa que mil flores desabrochem. Olha para mim, que exerço uma profissão liberal, neste vale longe de tudo e de todos, e consigo garantir o meu sustento e da minha numerosa prole.

6 – Dá a fazer aos outros aquilo que não sabes fazer. Se o Estado executa uma tarefa mal e cara, então concessiona-a a outros que tenham vontade de a fazer e se interessem por ela. Todos ganharão com isso;

7 – Não te metas a fazer obras faraónicas, que já passaram de moda há mais de 40 séculos. Apenas servem para dar emprego aos felás durante a construção, pois depois sobrevém a miséria e a ruína. A menos que seja para encerrar o Jorge Coelho na Câmara de Horus, de modo a só ser descoberto daqui a 40 séculos, quando a sua nocividade se tiver desvanecido;

8 – Age de acordo com os interesses gerais do país e não com os interesses deste ou daquele grupo, por muito ruído que façam. Sobretudo não ajas de acordo com os interesses do teu aparelho partidário e do seu chefe, Jorge Coelho, que terá que passar por uma sucessão de 15 ou 20 reencarnações para se tornar potável.

Sócrates ouviu circunspecto estes conselhos do sábio ancião. Nem um músculo pulsou na sua face fechada. Agradeceu e saiu.

Cá fora, os seus assessores enregelados e impacientes, rodearam-no interrogativos:

- Que disse o Santo Homem? Qual o nosso futuro?

Sócrates permaneceu meditativo alguns instantes e depois respondeu, de sobrolho franzido e martelando as palavras:

- O Santo Guru disse que Portugal falirá dentro de 2 anos.

Publicado por Joana às agosto 10, 2005 07:55 PM

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Comentários

Mas que eu saiba lá para o princípio ou meados do século XVI Portugal decretou a falência ou coisa (a)parecida assim se escusando a pagar aos credores. Pôs o contador a zero e manteve as reservas.

A Espanha fez o mesmo quando a dívida aos Fugger ficou intolerável, e seguiu caminho. Quem foi à falência foi os Fugger. Ai Jacob o Velho deve ter dado uma volta no túmulo...

Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 08:01 PM

Será que o guru sabia desta história?

Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 08:02 PM

Estou chocado. O neoliberalismo já chegou aos Himalaias.

Publicado por: Mario às agosto 10, 2005 08:37 PM

O Guru também foi muito exigente. Pedir a um político que não minta.

Publicado por: Coruja às agosto 10, 2005 08:45 PM

Tá com piada!

Publicado por: Diana às agosto 10, 2005 08:50 PM

Era um fardo muito pesado para o Sócrates.

Publicado por: AJ Nunes às agosto 10, 2005 10:20 PM

Coitado do Sócrates. Ir deste Jardim de Dante aos Himalaias para se aconselhar com este Gurú, fiel discípulo da Musa. Bastava que o Sócrates visitasse este Blogue e poupava a viagem aos Himalaias onde, para além de não aprender nada, ainda tem de respirar ar rarefeito.

Publicado por: elmano às agosto 10, 2005 11:05 PM

As pessoas devem compreender que Sócrates precisa, de vez em quando, de estar em sítio onde ninguém (ou quase) o possa ver... Sejam lá compreensivos...

Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 11:07 PM

O final tá com piada, quer achemos que o guru é ou não adepto da musa

Publicado por: Rui Sá às agosto 10, 2005 11:22 PM

Vítor está em condições de garantir que a visita de Sócrates e seus pares aos Himalaias, constituiu uma manobra de diversão engendrada por Jorge Coelho, com o beneplácito enfadado de Soares Pai.
O velho guru, alegadamente consultado, limitou-se a mexer os lábios enquanto Pedro Silva Pereira dava à manivela numa velha grafonola. E, nos vales gélidos de Sagarmatha, o que se ouviu foi um excerto do discurso gravado no Oráculo de Dódona. (Exacto: foi uma espécie de “play back”)

E o que andou Sócrates a fazer no bosque de Dódona? Foi, obviamente, ouvir, no rumorejar das folhas dos carvalhos sagrados, os sábios conselhos para a governação adequada da Lusitânia. Que passo a transcrever:
1 –Quando prometes uma coisa, não te preocupes em cumprir. Serás criticado quer cumpras quer não cumpras. E como eu já vi escrito: cabe aos políticos construírem um véu da ignorância, ou, …, um véu de mentiras, para assegurarem o apoio eleitoral;
2 – Deves distribuir os cargos públicos de acordo com as competências e deixar que o círculo político da oposição decida quem é competente;
3 – Tens que diminuir a despesa do Estado. O povo sofre miseravelmente a pagar um Estado que depois pouco lhe dá em troca. Alivia os impostos a esse desgraçado povo e deixa que ele sofra miseravelmente às nossas mãos;
4 – O i o ai, nós queremos é justiça
o i o ai, e dinheiro para o bife
o i o ai e não esta coboiada
em que é tudo do sherife (aqui as folhas passaram-se)
5 – Liberaliza o mercado de trabalho, privado e público. A liberdade é a base da felicidade. Que cada um procure o trabalho para que se sente mais vocacionado… (E perderam-se (as folhas) em lucubrações sobre amanhãs que cantam virtudes privadas…)
6 – Dá a fazer aos outros aquilo que não sabes fazer (escolher gravatas, por exemplo). Se o Estado executa uma tarefa mal e cara, então concessiona-a a outros que tenham vontade de a fazer e se interessem por ela, fazendo-a da mesma forma e mais cara, (embora a pagar a 40 anos). Ah, e, embora não sirva para nada, cria mais uma Entidade Reguladora. Todos nós ganharemos com isso…
7 – Não te metas a fazer obras faraónicas, que já passaram de moda há mais de 40 séculos. Exemplifico: modernizar as vias ferroviárias do séc. XIX (está tão na moda, o Séc. XIX). Deixa estar assim. Dão um ar “romântico-kitsch” ao país. Além disso, podes sempre esperar mais 50 anos e depois logo se vê. Se calhar já vamos ter tele-transporte…
8 – Age de acordo com os interesses gerais do país e não com os interesses deste ou daquele grupo, por muito ruído que façam. Sobretudo não ajas de acordo com os interesses dos que são do teu grupo. Ouvi dizer que ganharam as eleições com maioria absoluta, mas não te iludas. Os “idos de Março” é que sabem.

Claro que Sócrates prefere uma partida de bridge com Guilherme Silva (arrghhh) a confessar o que acabei de vos contar.
E quem era a sacerdotisa através da qual Zeus acedeu a vaticinar o futuro de Portugal? Adivinharam: A nossa querida...

Publicado por: Vítor às agosto 10, 2005 11:23 PM

“Foram de Emanuel remunerados,
Por que com mais amor se apercebessem,
E com palavras altas animados
Pera quantos trabalhos sucedessem.
Assi foram os Mínias ajuntados,
Pera que o Véu dourado combatessem,
Na fatídica nau, que ousou primeira
Tentar o mar Euxínio, aventureira.”
Os Lusíadas
Luís de Camões

Ao que parece, a proa da referida nau (Argo) foi feita a partir de madeira de carvalho de Dodona.

Já agora. O nosso pyrenaica, de seu nome Quercus, não estará implicado?

Publicado por: Vítor às agosto 10, 2005 11:24 PM

Aprendi nestes últimos dias que Eça de Queirós, pouco antes de falecer em Paris, se dizia «vagamente anarquista e entristecido».
Por finais da década de 90, também confrontado com os círculos republicanos em ascensão, que conhecia, não acreditava em ninguém em Portugal.
Parece que algumas pessoas fisicamente doentes adquirem uma lucidez arrepiante ...

Publicado por: asdrubal às agosto 10, 2005 11:35 PM

Sempre temos a França para nos refugiarmos, esse paraíso do estatismo.

Publicado por: Mario às agosto 10, 2005 11:55 PM

.....Sócrates tem que arranjar 1 novo guru

Publicado por: Jeremias às agosto 10, 2005 11:56 PM

Mas Sócrates não se confessa às escondidas com o Padre Louçã?

Publicado por: Mario às agosto 11, 2005 12:06 AM

Tou convencido q o padre do engº (de quê e como?)Sócrates é outro...bendita univ. internacional ou será q era independente?

Publicado por: Jeremias às agosto 11, 2005 12:10 AM

A propósito de ausentes : o que é feito do vosso amigo PPortas ! Andar-se-á a confessar aos padres de Boston ? Mario às agosto 11, 2005 12:06 AM deve ter notícias !

Publicado por: zippiz às agosto 11, 2005 12:22 AM

Se um episódio «à Argentina» acontecesse em Portugal, estou convencido que começaria um «limpar de sebo» a muito boa gente.

Publicado por: asdrubal às agosto 11, 2005 01:58 AM

Não, asdrubal, isto é um país de brandos costumes.

Publicado por: fbmatos às agosto 11, 2005 02:05 AM

Os padres de Boston preferem gente muito mais nova.

Publicado por: fbmatos às agosto 11, 2005 02:06 AM

Tem piada

Publicado por: Nereu às agosto 11, 2005 02:30 AM

O Guru do Guterres não era o Padre Melícias? Não lhe serviu de nada.

Publicado por: bsotto às agosto 11, 2005 09:13 AM

Gingko, te garanto que o pinhal manso centenário que temos por aqui, com 30 pés, vai sair todo classificadinho de interesse público em Setembro. E os caminhos das oliveiras também, ou não me chame eu pyrenaica.

Foi por causa desse pinhal manso, junto com muitas outras coisas que o Judas caiu.

Já para já, outro tema fracturante: Judas amava Jesus?

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 09:41 AM

Publicado por: fbmatos às agosto 11, 2005 02:05 AM

País de brandos costumes? Só depois da anestesia salazarista. Durante a 1ª República António Costa e sus muchachos certamente meteram os brandos costumes na gaveta.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 09:52 AM

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 09:41 AM

Qual vai ser o teu próximo non de guerre? Edelweiss?

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 09:53 AM

Joana e Vítor,

para obter presságios certeiros sobre o futuro do país não é preciso ir aos Himalaias nem a Delfos. Leiam os jornais de distribuição gratuita no metro: há em Portugal inúmeros professores africanos, estilo "Professor Karamba", que fornecem visões infalíveis do futuro e ajudam o cliente a resolver todos os seus problemas, desde a impotência sexual até às dificuldades financeiras.

É a um desses que Sócrates se deveria dirigir.

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 09:58 AM

olhem como eles comunicavam naquele tempo:

"...esguardariam que o princepe ou ssenhor, pera conquitar rregnos estranhos, de necessareo ha mester poder com que se faça ssenhor dos campos, pera os liuremente correr e se aproueytar das preas e despoios delles. E com pequeno poder nom se deue fiar em pallanques nem artellarias, que conuem mais pera segurança dos conquistados, que pera honrra nem proueeyto dos conquistadores"

Isto é um trecho do parecer de D. Pedro, irmão de D. Henrique, na versão de Rui de Pina da Crónica de D. Duarte, para dizer que era contra a ideia do Infante de se meter por Marrocos a dentro. Ceuta já era dele, mas o danado queria continuar...ainda não sei o que aconteceu, mas se não me engano acaba com o cativeiro do irmão (D. Fernando).

D. Henrique até conseguiu obter uma bula papal a dizer que as Canárias eram dele, mas deu um sururu tal num concílio, que foi revogada.

Muito engraçado são os pareceres que a cúria encomendou para emitir juízo sobre a cruzada de D. Henrique por terras marroquinas. Eram os 2 contra, dizendo que, maxime, uma nação cristã só poderia reclamar terras que se provasse terem sido outrora sua pertença. E reconhecendo o direito dos povos infiéis a nelas habitar.

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:05 AM

O que tem piada na história é o desfecho. A conclusão de Sócrates.

Publicado por: Rave às agosto 11, 2005 10:06 AM

Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 09:53 AM

Nunca mudei de nome, escolhi este para sempre, acho eu (?).

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:09 AM

Censura prévia?

Publicado por: Jeremias às agosto 11, 2005 10:10 AM

Uma historieta bem esgalhada e com um final hilariante (embora para nós seja de arrepelarmos os cabelos)

Publicado por: Gros às agosto 11, 2005 10:12 AM

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:09 AM

A pergunta era só por causa desta afirmação máscula e cabeluda (passo a citar):

Gingko, te garanto que o pinhal manso centenário que temos por aqui, com 30 pés, vai sair todo classificadinho de interesse público em Setembro. E os caminhos das oliveiras também, ou não me chame eu pyrenaica. Fim de citação.

Quanto à falência do país em dois anos, parece-me algo exagerada.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 10:16 AM

Publicado por: zippiz às agosto 11, 2005 12:22 AM

Já alguma vez viu-me a elogiar Paulo Portas?

A simpatia política e pessoal que tenho pelo Paulo Portas é muito semelhante à que tenho por Francisco Louçã. Esclarecido?

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 10:21 AM

Quem vai à falência dentro de 2 anos é o país, note-se bem. Não é o Estado, é o país. Vai à falência porque está super-endividado. Os portugueses andaram a comprar casas, carros, e carburante para os carros com dinheiro emprestado pelos bancos estrangeiros. Não tinham com que pagar, nunca tiveram, mas nem por isso deixaram de comprar mais casas (cada vez mais longe das cidades), mais carros (cada vez mais pesados e potentes), e mais carburante. Dentro de 2 anos os bancos estrangeiros vão-se fartar de emprestar a um povo tão estouvado e tão gastador, e vão começar a exigir o seu dinheiro de volta.

O mal do país é que, como depois do 25 de Abril, consome de mais para aquilo que produz. E em resposta a este problema a direita liberal só sabe retorquir que o remédio é exportar mais. Não percebe que o remédio é mesmo consumir menos.

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 10:24 AM

È necessário começar a fazer governos baseados na competência e não em votos.
Assim deve-se recrutar os melhores entre os melhores.
Proponho a abertura de concurso internacional para ministros como segue:

Transportes (abrir concurso só na Suiça)
Dinheiro (um norueguês)
Turismo (um espanhol)
Comércio (um inglês)
Justiça (uma sueca)
Agricultura (uma francesa – tem que ser especialista em pedinchar)
Saúde (o CEO da Cuf-Descobertas)

Mandar para o desemprego toda a Assembleia da República.
Quem passava a mandar era o Presidente da República que passava a ser escolhido por uma votação em que só podiam participar os eleitores que tivessem o “Equador” devidamente autografado.

Depois penso no resto.

Publicado por: carlos alberto às agosto 11, 2005 10:30 AM

Acrescento que o diamante famoso chamado (o 1º) Espelho de Portugal foi apropriado ilicitamente por Isabel I ao D. António I, com a promessa de uma esquadra capitaneada pelo Drake vir repor o domínio do soberano. A esquadra veio, capitaneada por Drake, chegou às portas do Tejo e ficou-se uns dias e voltou: estava muito mau tempo.

Estou-me nas tintas para os diamantes famosos, excepto no sentido em que marcam muito bem a História e são fáceis de seguir.

Eu acho que o guru disse ao Sócrates: vê lá bem as contas com a GB....

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:34 AM

Luís Lavoura em agosto 11, 2005 10:24 AM:
Para consumir menos, só reduzindo os salários significativamente.
Você aceita?

Publicado por: David às agosto 11, 2005 10:36 AM

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 10:24 AM

Continuo a pensar que é um exagero. De qualquer modo, como todos sabemos, quando se deve dinheiro, é melhor dever muito que pouco. Quando se deve muito, quer o devedor quer o credor estão no mesmo barco.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 10:40 AM

A febre de condenar o consumismo é a herdeira directa do moralismo que condenava a sexualidade.

Os novos moralistas, que no fundo são os novos conservadores, são os anti-capitalsitas, anti-globalização. Limitar o consumismo de cada um é limitar a liberdade individual. Cada um deve ser livre de poder estragar a sua vida, da mesma forma que cada um deve pode ter a sexualidade que quiser se não abusar de menores ou não violar a liberdade de outros.

Estes novos moralistas deviam perceber que colocando um anátema sobre o consumismo apenas estão a criar um novo fruto proibido.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 10:42 AM

Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 10:16 AM

É porque é mesmo assim, é preciso aproveitar as autárquicas para deixar os candidatos comprometidos, e eu quero ficar descansado com isso. Eu cheira-me é que de repente ainda vou descobrir que tenho é um neto!

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:43 AM

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 10:24 AM

Aparentemente o lema Pobrezinhos mas honrados não é só da - defunda - direita salazarista: hoje foi retomado pela pseudo-sofisticada esquerda urbana que reverencia Francisco Louçã e Ana Drago. Sem dúvida que os extremos se tocam.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 10:45 AM

Mário às agosto 11, 2005 10:42 AM

Subscrevo inteiramente. Em termos práticos a melhor solução metodológica que conheço é o chamado "caminho do meio" budista.

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:45 AM

Pode-se acrescentar probrete mas alegrete... Onde é que já li isto?...

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 10:48 AM

pyrenaica às agosto 11, 2005 10:34 AM:
Você só pensa nos ingleses. Acaso sabe os roubos que os franceses fizeram durante as invasões francesas?
Para não ir mais longe, em casa dos meus pais, no Ribatejo, há lá duas arcas com um pequeno remendo trapezoidal cada uma, devido aos soldados franceses que furavam as arcas à baioneta, para ver o que estava lá dentro.
Os remendos estão muito bem executados (mal se notam) e as arcas são belíssimas, o que deve ter despertado a cobiça dessa tropa de gangsters.
E na zona de Pombal e Leiria, onde as depredações foram maiores, o que terá acontecido ...

Publicado por: Joana às agosto 11, 2005 10:49 AM

Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 10:40 AM

Olha essa eu já não me lembrava...

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:50 AM

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:45 AM

O "caminho do meio" é a melhor solução mas também a mais difícil...

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 10:51 AM

Ah Joana aqui está o fundo do nosso desentendimento, será? You prefer the english language que le français?

Bom isso é verdade aliás deixei ontem escrito que o 2º Espelho de Portugal foi parar às jóias da Coroa de França, mais precisamente ao centro do diadema da Maria Louise, mãe do Rei de Roma.

Mas viu a baixela do Wellington, oferecida pelo D. João VI? essa é a parte oficial da História mas disseram-me que a baixela de ouro do Buckingham foi feita com ouro de Portugal (versão soft) ou era a baixela de ouro da coroa de Portugal (versão hard).

PS a de prata ainda cá está, a Germain.

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:56 AM

Mário às agosto 11, 2005 10:51 AM

Mas é a única engraçada.

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:57 AM

Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 10:45 AM


Eu não reverencio Francisco Louçã nem, muito menos, Ana Drago. Mas gosto da Joana Amaral Dias. Sem a reverenciar, claro está.

Quanto a ser "pseudo-sofisticado": não sou nada. Venho todos os dias a pé para o trabalho com o meu filho pela mão, e trabalho num gabinete sozinho. Vou ao cinema uma vez por ano, quando muito. O meu carro é um utilitário vulgaríssimo. Ninguém pode pretender que sou sofisticado, ou que finjo sê-lo.

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 11:05 AM

pyrenaica em agosto 11, 2005 10:56 AM:
E os tumulos de D. Pedro e D Inês?

Publicado por: Fernando às agosto 11, 2005 11:09 AM

Publicado por: Joana às agosto 11, 2005 10:49 AM

No Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça ambos os túmulos de Pedro e Inês foram violados e para surpresa minha retocados com uma argamassa qualquer (pois seria difícil a sua reconstrução) e não há uma plaquinha que indique porque é que lá está o remendo.

Entretanto o IPPAR tão preocupado com o "túnel" deixou enterrar parte da escadaria principal.

Publicado por: carlos alberto às agosto 11, 2005 11:15 AM

Note-se, aliás, que a democracia faz com que mesmo a direita, antes retrógrada e conservadora, se pelintrize e vulgarize.

A seguir ao 25 de Abril (eu já era consciente nessa altura) a direita criticou, e com razão, a degradação do sistema educativo e o endividamento do país. A direita argumentou, e com razão, que no tempo de Salazar o sistema educativo era sério e exigente, e o país vivia estritamente dentro das suas possibilidades.

Hoje a direita é pelintra, populista. Participa alegremente, através das univesidades privadas, na degradação do sistema de ensino. E acha muito bem que o país viva acima das suas possibilidades - indo até buscar argumentos do tipo "não se pode coartar a liberdade de consumir", "consumo é liberdade é felicidade", mais próprios da população exaltada do período do PREC.

Enfim. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Muda-se a gente, muda-se a confiança.

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 11:21 AM

Mas existe direita em Portugal?

O PSD é um partido de esquerda.

O PP foi um partido de uma pessoa.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 11:24 AM

O grande drama deste país é nas próximas eleições presidenciais só ter para escolher dois candidatos de esquerda e com grande pendor estatista.

Temos alternância partidária mas não alternância de ideias.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 11:26 AM

A um tipo de pensamento que me parece completamente disparatado e irresponsável.

Por um lado acha-se que se deve limitar a liberdade de consumo de cada um, alegando razões de estabilidade económica.

Contudo, essas mesmas pessoas são muitas vezes passivas sobre os gastos do estado. Aí raraemtne se importam que o Estado viva acima das suas possibilidades e chegam mesmo a defender a cosntrução de elefantes brancos.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 11:35 AM

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 11:24 AM

Não existe direita liberal organizada em Portugal. Infelizmente, ou talvez não.

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 11:21 AM

Note-se, aliás, que a democracia faz com que mesmo a direita, antes retrógrada e conservadora, se pelintrize e vulgarize.

Como o Mário sublinhou, não existe direita organizada no nosso país, embora existam muitas pessoas de direita. Muitas que até nem o sabem. Mas é natural que a direita tenha abandonado as suas posições mais retrógradas e conservadoras, já que estas foram integralmente assumidas pela esquerda radical.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 11:36 AM

Mário às agosto 11, 2005 10:42 AM

"Limitar o consumismo de cada um é limitar a liberdade individual. Cada um deve ser livre de poder estragar a sua vida..."

Pois. O problema está em que o consumismo de alguns (muitos) estraga a vida de todos. Um consumismo que se traduz num deficite externo catastrófico (9% do PIB) penaliza-nos a todos, mesmo os que, como eu, só recorre ao crédito para comprar carro, não gasto mais do que ganho e faço uma opção consciente por produtos nacionais, quando existem. É como fumar. Estou-me nas tintas se alguém se quer candidatar a um cancro do pulmão ou a um acidente cardiovascular. Mas não tolero que me façam inspirar o seu fumo, nem aceito que me façam comparticipar nas despesas do IPO para tratar essa gente. Isto não é moralismo, é direito à sobrevivência.

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 11:37 AM

Vâ as coisas pelo lado positivo, vamos ter um debate ideológico interessante e finalmente vamos perceber a história da evolução da dívida externa e dívida pública, etc, além de que o resultado poderá ser transiente. Vai ser um bom ponto de situação, creio.

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 11:38 AM

Parece-me existir aqui uma tremenda confusão entre a esfera privada e a pública.

Se eu achar que cada um deve consumir como quiser, não quero com isto dizer que o consumismo é bom, muito menos encorajá-lo.

Os portugueses gastam muito dinheiro em coisas supérfluas, não planeiam nada de forma correcta e acabam por se meter em sarilhos. Não o deviam fazer, mas em termos políticos não me compete a mim nem a ninguém aconselhar as pessoas a mudarem os seus hábitos.

Isto parecem-me coisas elementares e não percebo a razão de pessoas inteligentes insistirem em confundi-las.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 11:40 AM

Mário:Mas existe direita em Portugal?
O drama é esse. É que só existe direita em Portugal. A Esquerda está agonizante e reduzida ao PCP e BE.
O drama é que PS, PSD e CDS tem programas coincidentes. Defendem todos as mesmas idéias e soluções. Se O PSD defende menos Estado o PS reduz o Estado a cacos, roubando-lhe todas as fontes de receita. Em conjunto reconstruíram os grandes impérios de meia dúzia de famílias que foram o sustentáculo do antigo regime.
Transformaram-no num Estado Proxeneta. Que só vive de impostos. Pagos pelos mesmos de sempre - os que não podem fugir, porque descontam sobre o salário e nem vêm o dinheiro. Venderam os Anéis. Todo o Património.. e deixaram as sangessugas. Veja lá se privatizaram a Força Aérea, ou a Guarda Republicana? Privatizaram integralmente o que podia dar dividendos. Puseram o Estado a Pão e Laranjas. Sem receitas alternativas aos impostos. O que falta em Portugal é uma esquerda forte. Capaz de proporcionar um confronto de idéias e de alternativas "fracturantes". Que não nos tente vender gato por lebre. Que mete o Socialismo na gaveta, tranca a gaveta e direita a chave para o lixo. Que acabe com esta paz podre. Dois candidados de esquerda? Estarei de acordo se difinirmos primeiro os referenciais. Se aceitar Salazar como referência então estou integralmente de acordo. Estão à esquerda do dito. E à direita de tudo o resto incluindo Freitas do Amaral e Adriano Moreira.

Publicado por: elmano às agosto 11, 2005 11:45 AM

Albatroz às agosto 11, 2005 11:37 AM

Exatamente. Quando os bancos estrangeiros cortarem o crédito a Portugal, vamos ficar sem dinheiro para pagar os combustíveis. E nessa altura tanto vão sofrer os que gastam pouco, como os que gastam muito.

Os bancos estrangeiros não vão fazer destrinças entre os consumidores estouvados e os poupados, os que vivem a crédito e os que não vivem, os que andam de carro 30.000 km por ano e os que andam 5.000. Vão cortar a eles. Para eles, não existem consumidores portugueses individuais. Existe o país, os portugueses. E eles vão dizer, "não vamos emprestar mais dinheiro a estes gajos, eles são uns estouvados esbanjadores, não conseguem moderar o seu consumo". E pagará o justo pelo pecador.

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 11:55 AM

Luís Lavoura às agosto 11, 2005 11:21 AM

"Hoje a direita é pelintra, populista. Participa alegremente, através das univesidades privadas, na degradação do sistema de ensino."

Primeiro erro: as universidades privadas não são uma reserva da direita. Naquela onde dou aulas o Francisco Louçã foi o primeiro responsável pelo departamento de economia. E tem inúmeros professores que são militantes, deputados e dirigentes do PCP.

Segundo erro: tenho experiência tanto do sistema público como do sistema privado universitário, e não vejo que haja menos rigor, menos empenho e menor capacidade de ensino nas universidades privadas. O drama é a total falta de preparação com que os estudantes chegam ao ensino superior, mas a culpa disso não é das universidades privadas. Na minha universidade já se teve de recorrer à criação de cadeiras especiais de matemática, no 1º ano dos cursos de economia e gestão, para ensinar a matemática que se devia ter aprendido no secundário. É isto contribuir para a degradação do ensino?

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 11:57 AM

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 11:37 AM

O exemplo de fumar não tem qualquer sentido ser inserido neste contexto. O fumador passivo é directamente prejudicado pelo fumador activo, que lhe limita a liberdade.

"O problema está em que o consumismo de alguns (muitos) estraga a vida de todos."

Este "problema" é mais delicado, mas a sua formulação está eivada de uma série de ilusões. O consumismo excessivo começa logo por prejudicar quem consome. A economia de mercado, com o seu sistema de vasos comunicantes, pode de facto levar a que os problemas de uns sejam levados a outros.

A questão é, será que interferindo nessa liberdade se conseguem melhores resultados. Vejo duas formas de interferir:

- Acabar com a economia de mercado. Esta "solução" iria eliminar as desvantagem do mercado, mas também as suas enormes vantagens. Esquecemo-nos semre de olhar o outro lado da moeda. O balanço final seria muito negativo e hoje em dia apenas os mais utópicos e radicais ainda acreditam neste tipo de possibilidades.

- Regular e interferir nos mercados. A ideia pode parecer inicialmente boa, mas a experiência diz que os resultados da interferência não condizem com as intenções. Querer controlar algo que em grande parte se desconhece é meio caminho andado para a catástrofe.

A ecologia já descobriu que tentar mexer no equilibrio dos ecossistems é abrir uma caixa de Pandora, na qual não se conseguirá ter mais mão. Apesar de algumas pessoas individualmente poderem ter hábitos de consumo errados, o sistema como um todo tem um funcionamento dinâmico muito mais elaborado e imprevisto. Quem acha que as pessoas são assim tão estúpidas que lhes deviamos dizer como consumir, deviamos ser coerentes e também lhes condicionar o direito de voto. Mas se acreditamos que as pessoas não são assim tão parvas, devemos ter mais confiança nelas também.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 12:02 PM

elmano às agosto 11, 2005 11:45 AM

"O que falta em Portugal é uma esquerda forte."

Totalmente de acordo. E eu sou monárquico, embora anarco-miguelista... O problema é criar essa esquerda. O PCP há muito que não tem projecto. O BE é uma coligação de interesses minoritários sem projecto para a maioria. Era preciso começar pela identificação dos problemas fundamentais da nossa sociedade, depois passar à elaboração de vias alternativas para os resolver, e finalmente à organização de uma força política para promover essas soluções alternativas. As duas primeiras etapas até não seriam dificeis de executar. Não há voluntários para arrancar com esse projecto? Que até podia começar pela apresentação de textos de reflexão aqui na internet, embora sem abusar da hospitalidade da Joana. Teria de se criar um outro site para esse fim. Se desse esforço de reflexão surgisse matéria suficiente para se avançar, avançava-se.

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 12:12 PM

Mário às agosto 11, 2005 12:02 PM

A seguir ao 25 de Abril, duante algum tempo, foi imposto o racionamento da gasolina. Cada carro tinha direito apenas a um certo número de litros por mês.

Não creio que fosse uma solução descabida, na atual conjuntura. Note-se que 40% da energia consumida em Portugal o é no setor dos transportes.

As interferências no mercado não são necessariamente controles dos preços. Podem também ser senhas de racionamento.

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 12:14 PM

Gingko, hoje à tarde parece que vou conseguir caçar o decreto de 1932. Vai discutindo com @ liriodendrum se querem sair classificadinh@s de interesse público, em Diário da República. A partir desse momento só vos podem mexer com autorização de um técnico superior da DGRF. Ah, parece que as câmaras se costumam esquecer disto.

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 12:16 PM

Tenho só apenas alguns pontos a referir.

A civilização está a atingir um ponto de viragem, como foi a revolução industrial.

Toda a nossa sociedade é suportada pelos hidrocarbonetos, que estão a acabar. já vi estimativas de acabarem em 2045.

Se definitivamente se avançar com novas tecnologias para os automóveis ( a que me parece mais possível são as células de hidrogénio). Logo aqui se libertavam muitos recursos.

Portugal precisa rapidamente de uma politica energética diferente. Consta-me que 50% da energia é produzida a partir dos hidrocarbonetos. Obviamente que estamos lixados sempre o petroleo aumenta


As energias renováveis são para apostar, mas não são a solução. São inconstantes, caras e não suprem as necessidades.

O único argumento que não aceito é o de que são perigosas por causa dos acidentes.

Espanha tem centrais coladas à fronteira. No entanto já li acima bons pontos a favor e contra.
Ainda não disponho de todos os elementos para me decidir.

Onde deveriamos apostar definitivamente era na energia da ondas. Existem sempre ondas, por mais pequenas que sejam. Temos um recurso disponivel e não o aproveitamos.

Investigação é o que se pede.

quanto ao mundo só podemos calcular o pós petroleo. vão ser tempos conturbados


Publicado por: Braveman às agosto 11, 2005 12:19 PM

Mário às agosto 11, 2005 12:02 PM

Tradicionalmente a maneira de reduzir o consumo é aumentar as taxas de juros. Poder-se-á dizer que os juros já não dependem de nós, desde que aderimos ao euro. Mas isso não é absolutamente verdade. O governo podia impor aos bancos a aplicação de taxas de juro mais elevadas para o crédito ao consumo. Recorrer a bancos no estrangeiro para rodear essa imposição não seria praticável. O pior é que os governos não querem prescindir do consumo, mesmo excessivo, para fingir que a economia está a crescer. Nem querem ser confrontados com quebras no PIB (recessão) derivadas de reduções no consumo. Mas o problema é que não será possível reequilibrar a economia nacional sem uma quebra no PIB e sem um aumento do desemprego. A mais longo prazo o equilíbrio pode obter-se por um aumento das exportações, mas isso não se consegue no curto prazo. Ou seja, a solução económica está em conflito com os interesses partidários. Já podem imaginar quem é que vai ganhar...

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 12:23 PM

Publicado por: elmano às agosto 11, 2005 11:45 AM

"O PSD defende menos Estado (...)"

Defende? No tempo de Cavaco aumentou-o. O PSD poderá na oposição defender a diminuição do Estado, mas fá-lo de forma errática. Porque poucos dias depois defende medidas que implicam o reforço do peso do Estado.

Além disso, qualquer membro do PSD (tal como os dp PS) só se afiliou ao partido com a esperança de conseguir algum tacho no Estado. Por isso, os primeiros opositores à restrição do peso do estado são os próprios membros do partido.

O que não percebo são aquelas pessoas bem intencionadas que defendem posições estatistas e não se apercebem que, na práctica, aquilo que defendem apenas benificia uns quantos parasitas partidários incompetentes.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 12:25 PM

Energia das ondas: 20 valores! E deve dar para por Portugal a surfar. Agora vou embora.

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 12:25 PM

Braveman às agosto 11, 2005 12:19 PM

"Onde deveriamos apostar definitivamente era na energia da ondas"

Julgo que há um projecto em curso no norte de Portugal, com tecnologia inglesa. Os chineses estão também a desenvolver tecnologias nessa área. Mas pode ter a certeza de que será a longo prazo que isso pode fazer uma diferença.

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 12:26 PM

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 12:14 PM

Está a falar de situações limite.

Imagine o pânico que se causaria no país se Sócrates falasse aos portugueses de senhas de racionamento? Todo o discurso de confiança iria por água abaixo.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 12:29 PM

No afã de contrariar os argumentos dos outros, andamos a confundir tudo. Os pretensos representantes da direita exaltam a liberdade ao ponto de achar, como li hoje, que os políticos não devem sequer arrogar-se o direito de aconselhar o consumidor a ser mais moderado. Chegam ao ponto de considerar que isso só pode ser feito interferindo ou regulando a economia.
A liberdade, a todos os níveis, tornou-se um dogma?
Eu diria que, coisas como as campanhas de sensibilização, políticas adequadas de ordenamento urbanístico e de transportes, de acesso ao crédito ao consumo e, para dar um exemplo concreto, os escalões de consumo da água da rede pública, são exemplos de como o consumismo, a todos os níveis, pode ser “debelado”.

É óbvio que a liberdade é um bem inestimável e eu não quero viver numa sociedade em que a política faça a modulação das minhas vontades.
Mas a educação para a cidadania e a tentativa de inculcar nas pessoas a consciência de que vivemos num país (e num planeta) com recursos limitados são também variáveis a considerar para que se construa uma sociedade mais justa, próspera e livre.
E não me parece que isto interfira com a liberdade de ninguém.

Só é irónico que tenha que ser alguém de esquerda a dizer-vos isto…

Publicado por: Vítor às agosto 11, 2005 12:30 PM

E Será que não existem o raio deuma unicversidade portuguesa que faça investigação nessa área

Ou será o estado que não aplica, o aplica mal fundos para investigação

tenho a sensação que para este governo choque tecnológico não passa de comprar computadores para os miúdos do infantário

Publicado por: Braveman às agosto 11, 2005 12:38 PM

Não tinha pensado na alternativa das senhas de racionamento, mas não sou contra. Antes isso do que continuar a ver o país a esvair-se.

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 12:38 PM

pyrenaica às agosto 11, 2005 12:16 PM

O endereço para tratar de iniciar o processo de "Classificação de Árvores como sendo de Interesse Público" é extenso, mas fica aqui para não nos chamarem loucos (nem egoistas):

http://www.portaldocidadao.pt/PORTAL/pt/cidadao/areas+interesse/ambiente+ordenamento+do+territorio+e+mundo+rural/conservacao+da+natureza/SER_classificacao+de+arvores+como+sendo+de+interesse+publico.htm

E no que respeita ao "casalinho" vou ainda indagar se alguém já classificou o interesse que, obviamente, possuem.

Publicado por: Vítor às agosto 11, 2005 12:47 PM

Patético! Cubanos no seu melhor, senhas de racionamento! Com que então vossas excelências acham-se no direito de dizer o que devo fazer com o meu dinheiro...

Publicado por: lucklucky às agosto 11, 2005 12:49 PM

A energia das ondas é uma coisa que ainda está num estado de investigação muito incipiente.

Portugal tem um grupo a investigar na matéria. Querem construir uma ou duas instalações-piloto. Sendo uma coisa muito nova, Portugal pode ganhar avanço tecnológico nela. Ou seja, potencialmente Portugal pode chegar a soluções viáveis nesse campo antes de outros países. E então fazer ao contrário da energia eólica, em que a tecnologia é toda importada da Dinamarca, Espanha ou Alemanha (os países que mais cedo investiram na investigação dela).

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 01:06 PM

Para aqueles que gostam de dar o exemplo dos EUA como um caso de sucesso das políticas neo-liberais, aqui vai um textozinho para reflectir:

"The media gives a bare bones jobs report that is misleading. The public heard that 207,000 jobs were created in July. If not a reassuring figure, at least it is not a disturbing one. On the surface things look to be pretty much OK. It is when you look into the composition of these jobs that the concern arises.

Of the new jobs, 26,000 (about 13%) are tax-supported government jobs. That leaves 181,000 private sector jobs. Of these private sector jobs, 177,000, or 98%, are in the domestic service sector.

Here is the breakdown of the major categories:

• 30,000 food servers and bar tenders;
• 28,000 health care and social assistance:
• 12,000 real estate;
• 6,000 credit intermediation;
• 8,000 transit and ground passenger transportation;
• 50,000 retail trade; and
• 8,000 wholesale trade.

(There were 7,000 construction jobs, most of which were filled by Mexicans immigrants.)

Not a single one of these jobs produces a tradable good or service that can be exported or serve as an import substitute to help reduce the massive and growing US trade deficit. The US economy is employing people to sell things, to move people around, and to serve them fast food and alcoholic beverages. The items may have an American brand name, but they are mainly made off shore. For example, 70% of Wal-Mart’s goods are made in China.

Where are the jobs for the 65,000 engineers the US graduates each year? Where are the jobs for the physics, chemistry, and math majors? Who needs a university degree to wait tables and serve drinks, to build houses, to work as hospital orderlies, bus drivers, and sales clerks?

In the 21st century job growth in the US economy has consistently reflected that of a Third World country--low productivity domestic services jobs. This goes on month after month and no one catches on--least of all the economists and the policymakers."

Viva o liberalismo?...

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 01:08 PM

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 12:23 PM

Não seja cruel :)

Fala em subir as taxas de juro e isso penalizaria que hábitos de consumo? Essencialmente a compra de carro e de casa, porque são aqules que necessitam irremediavelmente de empréstimo. Quer ainda penalizar mais estas compras?

O preço das casas é exorbitante, em parte devido à inexistência de um mercado de arrendamente (culpa do Estado), mas também da acção desastrosa das autarquias na elaboração de PDM e, sobretudo, de autorizar a construção sem nexo, porque essa é uma importante fonte de receitas e não só... O preço dos carros e a sua utilização também já são muito penalizados. Tanto o imposto automóvel como o imposto sobre os combustíveis são fortes penalizações.

Resumindo, a vida das pessoa já é difícil e você sugere torná-la ainda pior. Você aumenta os encargos aumentando as taxas de juro, mas os salários não aumentarão por milagre e bem sabemos até que ponto é baixo o salário médio português.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 01:24 PM

Mário às agosto 11, 2005 01:24 PM

A compra de casa própria não é um consumo, é um investimento, logo não seria afectada.

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 01:26 PM

Ninguém reagiu ao meu post das 12.12:

"O que falta em Portugal é uma esquerda forte."

"Totalmente de acordo. E eu sou monárquico, embora anarco-miguelista... O problema é criar essa esquerda. O PCP há muito que não tem projecto. O BE é uma coligação de interesses minoritários sem projecto para a maioria. Era preciso começar pela identificação dos problemas fundamentais da nossa sociedade, depois passar à elaboração de vias alternativas para os resolver, e finalmente à organização de uma força política para promover essas soluções alternativas. As duas primeiras etapas até não seriam dificeis de executar. Não há voluntários para arrancar com esse projecto? Que até podia começar pela apresentação de textos de reflexão aqui na internet, embora sem abusar da hospitalidade da Joana. Teria de se criar um outro site para esse fim. Se desse esforço de reflexão surgisse matéria suficiente para se avançar, avançava-se. "

O que é que se passa? Falta de militância?...

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 01:33 PM

Publicado por: Vítor às agosto 11, 2005 12:30 PM

Fazem-se campanhas de prevenção contra a má condução, contra o tabagismo, contra o álcool, contra tudo e mais alguma coisa e os resultados são quase nulos.

Você acha que as teria algum resultado as tentativas de sensibilização dos políticos sobre os hábitos de consumo? Acha que os políticos gozam assim de tanta credibilidade?

Acho também curioso você falar que os recursos são escassos. Imagino que o sejam excepto para o Estado, esse sim deve agir como se os recursos fossem ilimitados. É essa imagem que a esquerda tenta passar e de facto passa de forma muito eficaz.

Tente dizer a um cidadão comum que os recursos são excassos. Ele olhará para si com cara de parvo? Sabe porquê? Porque melhor que ninguém, o cidadão comum temq ue viver com recursos excassos em grande parte devido aos imposto que os Estado lhe retirá sem dar em troca contrapardidas à altura.

Não pense que digo estas coisas só para o contrariar. Mas tomar certas medidas apenas proque pareçam justas sem avaliar as consequências pode ser desastroso.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 01:33 PM

O problema da esquerda não é ser forte ou fraca, é de outra ordem.

Os projectos da esquerda, mais moderados ou mais radicais, têm falhado um pouco por todo o mundo. A esquerda de sucesso é a que põe o socialismo na gaveta.

A esquerda vai ficar caracterizada em grande parte pela tentativa de oposição cega ao projecto dos outros. Os altos valores que apregoam não vão ecoar nas páginas da História.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 01:41 PM

Resta à esquerda o mesmo fim que à direita. A direita acabou e a esquerda só lhe resta terminar também.

A introdução de conceitos como direita e esquerda foi tão útil à humanidade como a astrologia ou a advinhação do futuro a partir das borras do café no fundo das chávenas.

São invenções para intreter o espírito. A política continuará.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 01:44 PM

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 01:26 PM

A sua frase denota que não tem que viver com recusos excassos. Imagine que é um casal que em conjunto ganha 1/3 do seu ordenado e depois veja se encara a compra de habitação como uma questão de investimento.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 01:47 PM

O Luis Lavoura está a sonhar quando pensa que os bancos estrangeiros cortam o crédito a Portugal. O mais que pode acontecer é o dinheiro ficar mais caro (taxas de juro mais altas). De qualquer modo o estado não tem nada que ver com isso.

Quanto à energia das ondas, é uma possibilidade. Já agora, numa de energias alternativas, que tal aproveitar as diferenças de temperatura entre a superfície do oceano e uma profundidade de, por exemplo, 50m? É capaz de ser mais simples que aproveitar a energia das ondas.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 01:49 PM

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 01:47 PM

Sem dúvida. Hoje as pessoas compram casas porque as boas intenções - rendas congeladas e por aí fora - destruiram completamente o mercado de arrendamento. Pesa menos no orçamento familiar comprar habitação a crédito e pagar o empréstimo ao banco que alugar uma casa semelhante.

Faz pouco tempo mudei de casa, e quando vendi a anterior ainda pensei em alugar outra. Mas descobri que era mais barato pagar outro empréstimo (mais de 200€ de diferença para uma casa de 4 assoalhadas em Lisboa).

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 01:56 PM

Mário às agosto 11, 2005 01:33 PM

Eu escrevi:
"Eu diria que, coisas como as campanhas de sensibilização, políticas adequadas de ordenamento urbanístico e de transportes, de acesso ao crédito ao consumo e, para dar um exemplo concreto, os escalões de consumo da água da rede pública, são exemplos de como o consumismo, a todos os níveis, pode ser “debelado”."

V. acha que um dos aspectos referidos (campanhas de sensibilização) não colhe e passa ao lado do resto, não se debruçando sobre a questão de fundo.
Eu lembro-lhe a questão de fundo: na minha opinião, em qualquer sociedade evoluída existem mecanismos, explícitos ou implícitos, de restrição ao consumo de recursos escassos (ponto final, digo eu).
Mais fundo ainda: a liberdade é um conceito indissociável da responsabilidade.
E ainda mais fundo: qualquer pessoa de bom-senso, de esquerda ou de direita, sabe disto.

Publicado por: Vítor às agosto 11, 2005 02:03 PM

Venho de almoço, e claro que não apetece ler cento e tal intervenções.

Presumindo que a Joana de vez em quando dê por aqui um saltito, o que aliás nem parece ser necessário para garantir o sucesso do blog, uma vez que basta lançar um tema e deixar os cometadores comentarem-se entre si, bem como eu dizendo será que a Jona poderá estudar qual o efeito dos blogues (via comentários) na produtividade nacional?

Publicado por: carlos alberto às agosto 11, 2005 02:05 PM

Publicado por: Vítor às agosto 11, 2005 02:03 PM

O crédito ao consumo já tem taxas de juro muito mais altas que por exemplo, o crédito à habitação. O mecanismo de limitação de consumo, tão defendido, já existe: é o mercado.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 02:06 PM

Albatroz:O que é que se passa? Falta de militância?...
Valorizo a sua proposta. Acredito noutras alternativas. Mesmo com utopia à mistura. Estou disposto a lutar por elas. Lembra-se que já aqui propus que passássemos de meros bloguistas a produtores de bioetanol?

Publicado por: elmano às agosto 11, 2005 02:07 PM

Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 02:06 PM

"O crédito ao consumo já tem taxas de juro muito mais altas que por exemplo, o crédito à habitação".

Pois é: ainda bem!
O mercado reagiu. Vê como funciona...

Publicado por: Vítor às agosto 11, 2005 02:13 PM

O crédito ao consumo sempre teve taxas de juro muito mais altas que o crédito à habitação.

Pensa só nos juros do cartão de crédito (caso não pagues a totalidade do saldo, que é o que eu faço sempre).

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 02:18 PM

Publicado por: Vítor às agosto 11, 2005 02:03 PM

Concordo inteiramente com o que disse. Por isso recomendo-lhe que leia com atenção o que disse o Pedro Oliveira.

Você pode não gostar do mercado, eu também não gosto. Mas é a solução mais eficaz e justa.

Muitos dos nossos problemas seriam resolvidos se, ao invés de dispensamos energias sem fim ao pensar nas soluções perfeitas, nos concentrássemos apenas na realidade.

Mas percebo que isto seja complicado porque ainda tem remanescentes religiosos que não são muito aparentes.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 02:19 PM

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 02:19 PM

Eu diria, que em vez de soluções perfeitas, à la Luis Lavoura, soluções exequíveis.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 02:50 PM

Vítor às agosto 11, 2005 02:13 PM

O crédito ao consumo tem SEMPRE taxas mais altas do que o crédito à habitação. Tem a haver com o risco. A garantia (para o credor) constituida pela habitação é sempre superior à garantia constituida por qualquer bem de consumo, mesmo durável.

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 03:34 PM

E se os pagamentos do crédito ao consumo começarem a falhar o que acontece é que as respectivas taxas de juro sobem, para reflectir o risco acrescido. O Luis Lavoura não necessita de se preocupar. Os bancos portugueses, apesar da sua pequena dimensão conhecem tão bem os meandros da gestão de risco como qualquer banco europeu, americano ou japonês.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 03:41 PM

O problema é o dos justos terem de pagar pelos pecadores. A indisciplina, a ganância, a falta de escrúpulos de alguns vai fazer com que todos paguemos a crise que vai eclodir. Se as pessoas se mantivessem dentro das suas possibilidades financeiras, se o Estado resistisse a fazer flores com dinheiro que não tem, e se os políticos não fossem corruptos, a nossa situação económica colectiva seria muito melhor. Eu, que não sou culpado de nenhuma imprudência ou desonestidade, vou ter de pagar a crise causada pelos imprudentes e desonestos. Havendo até uma boa probabilidade dos culpados não pagarem nada...

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 03:49 PM

Gostaria que alguém me provasse, por A + B, que aqueles que consomem desregradamente sem utilizar meios alheios prejudicam os outros.

Não basta dar exemplos a vulso que podem ser rebatidos com uns exemplos contrários. Gostaria de ver provada a inevitabilidade dos acontecimentos.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 03:55 PM

Os problemas do país dependerão também muito do que acontecer ao Euro. Aconselho a se ter um pequeno pé de meia fora da influência directa do Euro.


Hihi Albatroz só podes estar a gozar, os EUA estão com 5% de taxa de desemprego mesmo quando a sua população tem aumentado.
Podes ver aqui que o desmprego na Industria diminuiu.

http://www.bls.gov/news.release/empsit.t11.htm

Não deixa de ser estranho ver alguém de esquerda a denegrir os trabalhadores que não trabalham na industria. E essa coisa aberrante de só a industria exportar...

Publicado por: lucklucky às agosto 11, 2005 04:00 PM

Isto está um bazar.

Publicado por: David às agosto 11, 2005 04:08 PM

O rigor da União Económica e Monetária bem nos podia obrigar a ser cuidadosos com as finanças, levando-nos a tirar o máximo benefício dos recursos que possuímos. Mas em vez disso o governo quer apascentar a alta velocidade elefantes na orta.

Publicado por: Flávio Ramiro às agosto 11, 2005 04:17 PM

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 03:49 PM

Se, se, se... ...e se a minha avó não tivesse morrido ainda hoje estava viva.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 04:17 PM

lucklucky às agosto 11, 2005 04:00 PM

Aparentemente há uma grande diferença entre "ler" e "compreender". Ficar-se-ia satisfeito se a criação de emprego em Portugal, prometida por Sócrates, fosse 90% na construção civil, em lugares de ajudantes de pedreiro e semelhantes, preenchidos em grande parte por emigrantes? Será que os milhares de licenciados saídos das nossa universidades beneficiariam de uma criação de emprego desse tipo? Era disso que se tratava no artigo americano que citei.

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 04:21 PM

Quem acredita num Primeiro Ministro que promete a criação de emprego também deve ter acreditado até muito tarde no Pai Natal.

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 04:25 PM

Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 04:17 PM

Significa isso que, perante a realidade descrita, nos devemos limitar a encolher os ombros?...

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 04:25 PM

Que grau de escolaridade é necessário, que nível de QI é preciso, para saber fazer a distinção entre "alhos" e "bugalhos"?...

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 04:28 PM

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 04:25 PM

Não, devemos apenas planear de acordo com as contingências que prevemos para minimizar os nossos próprios riscos.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 11, 2005 04:37 PM

Isto começa a chegar ao nível da paranóia argumentativa.

Escreve o Mário (02:19 PM): "Você pode não gostar do mercado..."
Mas onde é que eu escrevi ou sugeri isso??

E depois o Albatroz (03:34 PM) disserta sobre a indexação da taxa de juro dos créditos ao risco que lhe está associado.

Retiram conclusões preconceituosas, perdem-se em minudências estapafúrdias e discorrem sobre evidências, quando, aquilo que se procura transmitir é, tão somente: "em qualquer sociedade evoluída existem mecanismos, explícitos ou implícitos, de restrição ao consumo de recursos escassos".

E tudo isto por causa da polémica que se gerou entre os que acham que, para resolver alguns dos problemas do país, a solução está em exportar mais e os que acham que, não senhor, devemos é consumir menos.
Eu, modestamente, acho que devemos fazer as duas coisas. Devo estar a delirar...

Mas, enfim, neste blogue, proliferam as cabeças que nunca poderão estar de acordo, ainda que parcialmente.
Tivemos o "Sítio do Não". Este começa a ser o "Sítio do Jamais"

Começo a perceber alguns comentários que, neste blogue, se queixam da discussão circular e vazia a que estamos a chegar.

Publicado por: Vítor às agosto 11, 2005 04:41 PM

Vítor às agosto 11, 2005 04:41 PM

"E tudo isto por causa da polémica que se gerou entre os que acham que, para resolver alguns dos problemas do país, a solução está em exportar mais e os que acham que, não senhor, devemos é consumir menos.
Eu, modestamente, acho que devemos fazer as duas coisas."

Eu também. Poderemos agora passar a chamar a este sítio, o "Sítio às vezes do Sim, às vezes do Não"?...

Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 04:49 PM

Albatroz às agosto 11, 2005 04:49 PM

Aleluia!
Vamos lá beber qualquer coisa para celebrar...

Publicado por: Vítor às agosto 11, 2005 04:56 PM

Publicado por: Vítor às agosto 11, 2005 04:41 PM

Afinal gosta do mercado? Olhe que os seus companheiros de esquerda nunca lhe perdoarão :)

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 05:00 PM

O artigo que citou refere-se a um país onde não há práticamente desemprego. Além disso é pouco informado porque assume que só a manufactura industrial exporta.

Publicado por: lucklucky às agosto 11, 2005 05:09 PM

Quem é de verdadeiramente de esquerda não abomina o mercado. Tal como, quem é realmente de direita, não abomina o Estado.
Isso foi uma mistificação que se criou e que afectou o raciocínio de muito boa gente.

Enfim, prefiro os idealistas pragmáticos...

Publicado por: Vítor às agosto 11, 2005 05:11 PM

A economia dos EUA é cada vez mais uma economia terceiro-mundista. Totalmente de acordo com o paradigma clássico, os EUA exportam aquilo em que têm indubitáveis vantagens comparativas: madeira (predominantemente não processada) das suas extensas florestas, produtos agrícolas (predominantemente não processados) dos seus excelentes solos, e as suas inigualáveis paisagens, para os turistas.

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 05:14 PM

... também começo a perceber o Albatroz :
O País é que é anarco-miguelista.
O ífen simboliza o tempo de vida útil das oligarquias partidárias. Isto vai dar para o torto. A Joana já comprou o seu camuflado para daqui a dois anos ?

Publicado por: asdrubal às agosto 11, 2005 05:27 PM

lucklucky às agosto 11, 2005 05:09 PM

Nos EUA praticamente não há desemprego. Tal como no Portugal de Guterres. O problema que se estava a focar não era o facto de nos EUA haver ou não muito emprego. Era o facto de os EUA terem uma balança de pagamentos fortemente deficitária (deficit entre 6% e 7% do PIB).

Não é, de facto, só o setor industrial que exporta. Grande parte das exportações dos EUA são dos setores primário (produtos agrícolas e madeiras) e terciário (turismo). Trata-se de produtos em que os EUA têm indestrutíveis vantagens comparativas, e que conseguiriam exportar ainda que fossem um país muito pobre e atrasado. Afora isso, os EUA exportam bastantes serviços de educação e alguns serviços de saúde. E pouco mais. Têm deficit na balança de pagamentos no seu comércio com praticamente todos os países do mundo. Até a Ucrânia exporta mais para os EUA do que aquilo que deles importa!

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 11, 2005 05:43 PM

carlos alberto às agosto 11, 2005 02:05 PM:
Hoje, deve ter sido catastrófica

Vítor às agosto 11, 2005 04:41 PM:
Qualquer debate que se prolonga, pode começar pelos conceitos (quando começa bem), mas acaba quase sempre na semântica;

Luís Lavoura às agosto 11, 2005 05:43 PM: Se se continuar a esforçar, como até agora, verá que acaba por não conseguir distinguir a economia dos EUA da do Burkina Faso.

Publicado por: Joana às agosto 11, 2005 06:34 PM

O que é que eu posso dizer mais...

HS Total All Merchandise - Exports to World in thousands ($ US) 2004

84--NUCLEAR REACTORS, BOILERS, MACHINERY ETC.; PARTS 149,068,073
85--ELECTRIC MACHINERY ETC; SOUND EQUIP; TV EQUIP; PTS 124,803,540
87--VEHICLES, EXCEPT RAILWAY OR TRAMWAY, AND PARTS ETC 73,308,998
90--OPTIC, PHOTO ETC, MEDIC OR SURGICAL INSTRMENTS ETC 51,160,176
88--AIRCRAFT, SPACECRAFT, AND PARTS THEREOF 42,122,384
39--PLASTICS AND ARTICLES THEREOF 33,705,055
29--ORGANIC CHEMICALS 30,367,713
98--SPECIAL CLASSIFICATION PROVISIONS, NESOI 24,644,628
30--PHARMACEUTICAL PRODUCTS 19,506,790
27--MINERAL FUEL, OIL ETC.; BITUMIN SUBST; MINERAL WAX 18,954,856
71--NAT ETC PEARLS, PREC ETC STONES, PR MET ETC; COIN 18,092,726
10--CEREALS 13,136,432
38--MISCELLANEOUS CHEMICAL PRODUCTS 12,553,018
48--PAPER & PAPERBOARD & ARTICLES (INC PAPR PULP ARTL) 11,482,739
73--ARTICLES OF IRON OR STEEL 9,419,097
72--IRON AND STEEL 8,917,444
12--OIL SEEDS ETC.; MISC GRAIN, SEED, FRUIT, PLANT ETC 8,682,108
40--RUBBER AND ARTICLES THEREOF 7,600,858
28--INORG CHEM; PREC & RARE-EARTH MET & RADIOACT COMPD 6,846,871
52--COTTON, INCLUDING YARN AND WOVEN FABRIC THEREOF 6,371,180
94--FURNITURE; BEDDING ETC; LAMPS NESOI ETC; PREFAB BD 6,255,272
76--ALUMINUM AND ARTICLES THEREOF 5,977,893
44--WOOD AND ARTICLES OF WOOD; WOOD CHARCOAL 5,867,086
33--ESSENTIAL OILS ETC; PERFUMERY, COSMETIC ETC PREPS 5,516,433
08--EDIBLE FRUIT & NUTS; CITRUS FRUIT OR MELON PEEL 5,368,753
02--MEAT AND EDIBLE MEAT OFFAL 4,771,190
32--TANNING & DYE EXT ETC; DYE, PAINT, PUTTY ETC; INKS 4,756,548
49--PRINTED BOOKS, NEWSPAPERS ETC; MANUSCRIPTS ETC 4,667,938
47--WOOD PULP ETC; RECOVD (WASTE & SCRAP) PPR & PPRBD 4,621,798
95--TOYS, GAMES & SPORT EQUIPMENT; PARTS & ACCESSORIES 4,225,899
70--GLASS AND GLASSWARE 3,879,154
97--WORKS OF ART, COLLECTORS' PIECES AND ANTIQUES 3,514,577
23--FOOD INDUSTRY RESIDUES & WASTE; PREP ANIMAL FEED 3,473,421
74--COPPER AND ARTICLES THEREOF 3,435,914
21--MISCELLANEOUS EDIBLE PREPARATIONS 3,428,131
03--FISH, CRUSTACEANS & AQUATIC INVERTEBRATES 3,307,478
83--MISCELLANEOUS ARTICLES OF BASE METAL 3,258,373
34--SOAP ETC; WAXES, POLISH ETC; CANDLES; DENTAL PREPS 3,231,441
82--TOOLS, CUTLERY ETC. OF BASE METAL & PARTS THEREOF 3,201,629
37--PHOTOGRAPHIC OR CINEMATOGRAPHIC GOODS 2,889,897
31--FERTILIZERS 2,846,078
41--RAW HIDES AND SKINS (NO FURSKINS) AND LEATHER 2,785,891
61--APPAREL ARTICLES AND ACCESSORIES, KNIT OR CROCHET 2,698,879
24--TOBACCO AND MANUFACTURED TOBACCO SUBSTITUTES 2,654,865
93--ARMS AND AMMUNITION; PARTS AND ACCESSORIES THEREOF 2,309,864
22--BEVERAGES, SPIRITS AND VINEGAR 2,258,501
20--PREP VEGETABLES, FRUIT, NUTS OR OTHER PLANT PARTS 2,202,464
07--EDIBLE VEGETABLES & CERTAIN ROOTS & TUBERS 2,151,307
15--ANIMAL OR VEGETABLE FATS, OILS ETC. & WAXES 2,023,416
62--APPAREL ARTICLES AND ACCESSORIES, NOT KNIT ETC. 1,877,031
54--MANMADE FILAMENTS, INCLUDING YARNS & WOVEN FABRICS 1,866,493
26--ORES, SLAG AND ASH 1,790,251
89--SHIPS, BOATS AND FLOATING STRUCTURES 1,784,073
86--RAILWAY OR TRAMWAY STOCK ETC; TRAFFIC SIGNAL EQUIP 1,762,987
19--PREP CEREAL, FLOUR, STARCH OR MILK; BAKERS WARES 1,758,481
55--MANMADE STAPLE FIBERS, INCL YARNS & WOVEN FABRICS 1,719,271
25--SALT; SULFUR; EARTH & STONE; LIME & CEMENT PLASTER 1,677,795
68--ART OF STONE, PLASTER, CEMENT, ASBESTOS, MICA ETC. 1,659,470
60--KNITTED OR CROCHETED FABRICS 1,658,579
35--ALBUMINOIDAL SUBST; MODIFIED STARCH; GLUE; ENZYMES 1,653,820
59--IMPREGNATED ETC TEXT FABRICS; TEX ART FOR INDUSTRY 1,462,902
56--WADDING, FELT ETC; SP YARN; TWINE, ROPES ETC. 1,430,737
81--BASE METALS NESOI; CERMETS; ARTICLES THEREOF 1,325,320
04--DAIRY PRODS; BIRDS EGGS; HONEY; ED ANIMAL PR NESOI 1,181,479
96--MISCELLANEOUS MANUFACTURED ARTICLES 1,179,260
63--TEXTILE ART NESOI; NEEDLECRAFT SETS; WORN TEXT ART 1,052,147
69--CERAMIC PRODUCTS 982,572
16--EDIBLE PREPARATIONS OF MEAT, FISH, CRUSTACEANS ETC 931,432
58--SPEC WOV FABRICS; TUFTED FAB; LACE; TAPESTRIES ETC 844,956
42--LEATHER ART; SADDLERY ETC; HANDBAGS ETC; GUT ART 819,736
57--CARPETS AND OTHER TEXTILE FLOOR COVERINGS 806,862
18--COCOA AND COCOA PREPARATIONS 790,877
17--SUGARS AND SUGAR CONFECTIONARY 733,966
75--NICKEL AND ARTICLES THEREOF 725,392
11--MILLING PRODUCTS; MALT; STARCH; INULIN; WHT GLUTEN 685,244
64--FOOTWEAR, GAITERS ETC. AND PARTS THEREOF 650,867
05--PRODUCTS OF ANIMAL ORIGIN, NESOI 565,973
91--CLOCKS AND WATCHES AND PARTS THEREOF 557,827
92--MUSICAL INSTRUMENTS; PARTS AND ACCESSORIES THEREOF 532,967
01--LIVE ANIMALS 518,768
36--EXPLOSIVES; PYROTECHNICS; MATCHES; PYRO ALLOYS ETC 494,190
09--COFFEE, TEA, MATE & SPICES 458,086
13--LAC; GUMS, RESINS & OTHER VEGETABLE SAP & EXTRACT 326,753
06--LIVE TREES, PLANTS, BULBS ETC.; CUT FLOWERS ETC. 312,344
43--FURSKINS AND ARTIFICIAL FUR; MANUFACTURES THEREOF 215,408
79--ZINC AND ARTICLES THEREOF 154,705
65--HEADGEAR AND PARTS THEREOF 128,351
78--LEAD AND ARTICLES THEREOF 109,426
51--WOOL & ANIMAL HAIR, INCLUDING YARN & WOVEN FABRIC 108,348
80--TIN AND ARTICLES THEREOF 85,959
67--PREP FEATHERS, DOWN ETC; ARTIF FLOWERS; H HAIR ART 52,794
45--CORK AND ARTICLES OF CORK 45,143
14--VEGETABLE PLAITING MATERIALS & PRODUCTS NESOI 37,146
50--SILK, INCLUDING YARNS AND WOVEN FABRIC THEREOF 29,843
53--VEG TEXT FIB NESOI; VEG FIB & PAPER YNS & WOV FAB 27,408
46--MFR OF STRAW, ESPARTO ETC.; BASKETWARE & WICKERWRK 25,604
66--UMBRELLAS, WALKING-STICKS, RIDING-CROPS ETC, PARTS 12,031

Fonte http://tse.export.gov/


Labor force - by occupation:
Definition Field Listing
farming, forestry, and fishing 0.7%, manufacturing, extraction, transportation, and crafts 22.7%, managerial, professional, and technical 34.9%, sales and office 25.5%, other services 16.3%
note: figures exclude the unemployed (2004)


GDP - composition by sector:
Definition Field Listing
agriculture: 0.9%
industry: 19.7%
services: 79.4% (2004 est.)


Fontes CIA factbook

Publicado por: lucklucky às agosto 11, 2005 07:18 PM

Ginkgo (de Yin-kuo, abricot d'argent), já viste, vai um velho carvalho lusitano esticar as raízes até Lisboa (de kimboio, que o pópó é só para brincar...)e andou aqui um sururu, que acabou no factbook da CIA.

Bom já tenho o decreto. Amanhã articulo-te a coisa e "ataco" o Dr. Capucho. Mas entretanto já vi que não há como conversar com o amigo de uma gimnosperma fóssil que vem do jurássico médio (150 milhões de anos), e que vai logo direito ao endereço do sítio...

Lucky, eu até achava isso tudo interessante, excepto que os EUA precisam de estar a fazer uma guerra no exterior para fazer a economia crescer bem. Tira-lhes a guerra e vem tudo abaixo. É muito fácil seguir a cronosérie do Dow Jones e ver o paralelo das guerras. A mi no me gusta. Me gusta Mano Chau.

PS: finalmente eu sou bloquista embora do contra, acho que a economia sem mercado é uma tristeza que me repugna (e que combaterei)mas acho que a regulação e a coordenação passam pelo Estado, pela Comunicação Social e hoje em dia pela Blogosfera. Viva a Revolução Digital!

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 08:55 PM

biloba? Parece que não é nada preciso a anuência do proprietário, embora tenha de ser ouvido...Já vou mandar um mail ao D-G a pedir-lhe que preveja uma linha de produção de declarações de interesse público, cheira-me que vão chover.

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 09:19 PM

Joana, se calhar está a lamber-se para fazer a demonstração colando extractos meus de como um bloquista usa uma lei de Salazar para proteger o bem comum. I'm sorry minha cara, conforme lhe mostrarei amanhã, tudo começou em 1914, na terrível 1ª República, depois é claro veio a guerra e a seguir o enorme chulanço que a mamã GB resolveu fazer ao filhote.

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 09:22 PM

Hehe :)

Entretanto no Brazil...

Bolsa cai, dólar sobe
De Paula Dias em O Globo Online:

"A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) inverteu a tendência de alta com que vinha operando e agora opera em terreno negativo. Às 15h18m, o Índice Bovespa tinha 26.582 pontos, com queda de 1,96%. Os negócios somavam R$ 1,213 bilhão. O dólar à vista, que já operava em forte alta, agora dispara 3,24% e é negociado por R$ 2,352 na compra e R$ 2,354 na venda, na máxima do dia.
(...)
- O fato de Mendonça ter admitido receber por seus serviços no exterior aumentou as especulações sobre origem dos recursos e pessoas envolvidas no caso. Novamente, o mercado volta a temer que a crise chegue ao Planalto - disse um profissional de uma corretora paulista."

~------------------------------
Deputados do PT choram no plenário da Câmara

De Isabel Braga em O Globo Online:
"Pelo menos quinze deputados do bloco de esquerda do PT fizeram discursos emocionados no plenário da Câmara na tarde desta quinta-feira. Alguns deles não resistiram e caíram no choro, como os deputados Orlando Desconsi (RS) e Walter Pinheiro (BA).
Eles cobraram explicações da direção do partido e leram uma nota em que expressam "seu veemente repúdio ao criminoso esquema de financiamento de campanha progressivamente revelado após sucessivos depoimentos nas CPIs, sobretudo nessa data. (...)
-------------------------
"O governo Lula acabou oficialmente hoje"

De Roseane Silveira na Folha Online:

"O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), avaliou nesta quinta-feira que o "governo Lula acabou oficialmente hoje." Arthur Virgílio deu esta declaração ao comentar as revelações feitas pelo publicitário Duda Mendonça em seu depoimento na CPI dos Correios.
Enquanto Duda depõe na CPI dos Correios, na CPI do Mensalão, o senador Amir Lando (PMDB-RO), presidente dessa comissão, acabou de receber o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, que pediu a prisão do publicitário.
Além de confirmar que recebeu do publicitário Marcos Valério a orientação para abrir uma conta bancária nas Bahamas para receber o dinheiro que lhe era devido pelo PT, Duda em seu depoimento confirmou saber que recebia dinheiro de "caixa dois".
"Toda aquela tese de que era apenas 'caixa dois', o que já é grave, veio por terra. Na verdade viu-se agora pelas declarações do Duda que é sonegação fiscal, é lavagem de dinheiro, é abertura ilegal de contas no exterior, evasão de divisas, é envolvimento muito forte com a figura jurídica do Banco Rural lá fora. É a torpe parceria entre o Marcos Valério e o PT e este governo. Não tem mais clima. Não tem mais como este governo providenciar qualquer coisa para este país agora", disse Virgílio.
O líder tucano disse que será difícil o governo Lula se arrastar até 31 de dezembro do ano que vem, após as revelações de Duda Mendonça. (...)


oficialmente deve ter outro sentido para os nossos amigos brazucas...mas mostra o ton de como as coisas estão.

Publicado por: lucklucky às agosto 11, 2005 09:37 PM

Eu passei o Carnaval em Fortaleza. Já sabia que isto ia acontecer. A diferença é que quando a esquerda está no poder isto sabe-se logo, quando é a direita, como no caso Pinochet, é só 30 anos depois. A mulher e o filho foram hoje presos.

:))))))

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 09:44 PM

Pinochet era um ditador não compares com uma democracia com liberdade de informação e economia de mercado. Em que o poder é por isso mais difuso apesar das tentativas do PT controlar tudo e todos.

Nos foruns Brazileiros já se vê gente a pedir a privatização das "estatais" que estão nos vários esquemas, e de como os nomeados por cartão partidário usam o dinheiro de todos.

Publicado por: lucklucky às agosto 11, 2005 10:09 PM

Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 10:21 AM

Não sei se ainda vou a tempo mas só para dizer que não coloquei em causa o nível de "simpatia política e pessoal" que tem por PPortas e FLouçã. Já o mesmo não posso dizer acerca do nível de Insulto; aí o sr escolhe sempre FLouçã. É a sua liberdade de escolha.

Publicado por: zippiz às agosto 11, 2005 10:15 PM

Pois, por isso é que eu digo Viva a Revolução Digital! Sobre a guerra não me respondes, claro, é mesmo verdade.

Quanto ao resto á assim, isto com o aquecimento global vai dar muito estrilho, basta aumentar a energia cinética disponível...

A minha esperança é que os portugueses consigam dar uma lição de civilidade ao mundo, já que nisso fomos pioneiros em tantas águas...

O 5º Império é a lusofonia, embora i sso o Padre António Vieira não previu, comporta ao mesmo tempo a negação de império.

E agora, conseguimos estar todos mais ou menos juntos por Portugal? Ou não?

Deve ser uma utopia, mas eu gosto de utopias, até gosto de hipertopias. Mas sou realista, atenção.

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:16 PM

E quanto ao FL é assim: deve ser difícil encontrar quem tenha andado mais à porrada verbal com ele do que eu; ainda ontem fui visitá-lo no Público ;-)

Mas, o seu a seu dono: foi ele e o Bloco que trouxeram para a ribalta coisas que estavam secretas, como a quase ausência de tributação dos bancos, a questão do aborto, os direitos das minorias, etc, e com isso conseguiram catalisar o parlamento e a vida pública nacional de modo a que muita coisa hoje está em discussão porque as portas foram abertas.

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:24 PM

Finalmente e boa noite:

http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:28 PM

Ups! não sei se o Padre Vieira, não previu, aliás ele foi inovador, 1º claro era mestiço, coisa de português com índio, português é danado meu deus, mesmo só de férias tem que levar un recuerdo...

Conseguiu, no tempo de D. João IV e sobretudo de D. Luísa de Guzman que fosse aprovada legislação sobre os direitos dos gentios.

Aproveito para louvar o meu professor de Filosofia, Floriano de Carvalho, que me fez ler textos do Padre Vieira, que eu achei uma seca, mas,..., muitos anos depois...

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:47 PM

Publicado por: zippiz às agosto 11, 2005 10:15 PM

Durma bem :)

Não tenho nenhum assunto pendente consigo.

Não se esforce por criar conflitos. A conversa que aqui se troca é menos que nada.

Publicado por: Mario às agosto 11, 2005 10:47 PM

Convoca-se um concílio de fundacionistas:
1- o Padre Vieira foi o nosso Hari Seldom?
2- esta não posso fazer

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 10:49 PM

Publicado por: Mario às agosto 11, 2005 10:47 PM

Também não deixo pendente o insulto gratuito.

Publicado por: zippiz às agosto 11, 2005 11:07 PM

Olha lá biloba, já ia a caminho do Infante D. Henrique, quando me lembrei de uma coisa: se tu és dióica e anda aí sózinha a fazer fruto, ou é partenogenético ou andas a brincar com o tulipifera, ou quem mais? Árvore fóssil, hem?

Publicado por: pyrenaica às agosto 11, 2005 11:14 PM

Este post teve muito êxito. Não o post em si, mas o facto de estar cá um post

Publicado por: Ricardo às agosto 11, 2005 11:53 PM

Eu não respondo a todas as provocações de vossa excelência anarco-miguelista, não por qualquer desrespeito a sua pessoa mas simplesmente porque não me restaria mais tempo. Como prova de consideração e devido á sua insistencia direi o óbvio : Nos idos tempos do consulado de Tio Bill que a bem da verdade se deve também referir um congresso republicano os indicadores também sugestionavam boa governança. :o)

Publicado por: lucklucky às agosto 12, 2005 09:05 AM

pyrenaica às agosto 11, 2005 11:14 PM

Vale tudo porque:

"Polen is in the air
ev'rywhere i look around..."

Aldrabado de um original de John Paul Young

Publicado por: Vítor às agosto 12, 2005 10:11 AM

Publicado por: zippiz às agosto 11, 2005 11:07 PM

Não me está a confundir com outra pessoa qualquer?

Publicado por: Mário às agosto 12, 2005 10:12 AM

Como nos outros não me apetece mexer, vim parar aos Himalaias. E que tal partirmos para os Andes? Aqui há 2 ou 3 anos li num jornal que os arqueólogos talvez tivessem descoberto a cidade do El Dorado (isto é só para os que gostam de BD), já não me lembro do nome, ficava a dez dias de marcha de Cuzco, conforme dizia a lenda, e estaria construída sob um lago. Ora então estava-se muito próximo de Tintin e o Templo do Sol. Alguém ouviu alguma coisa disto?

Publicado por: pyrenaica às agosto 12, 2005 09:42 PM

acho que já me lembrei do nome: Paititi

Publicado por: pyrenaica às agosto 12, 2005 10:18 PM

biloba mandou uma inspiração e aí está, ainda nem li:

http://www.paititi.com/

Publicado por: pyrenaica às agosto 13, 2005 02:48 PM

Este é mais giro:

http://www.machupicchu.com.br/noticias/arqueologia/250220022020.htm

Publicado por: pyrenaica às agosto 15, 2005 09:01 PM

Sorry, mas 144 sempre é 12 ao quadrado e não há nenhuma capicua à vista.

Publicado por: pyrenaica às agosto 18, 2005 11:12 PM

.

Publicado por: sisifo às agosto 25, 2005 07:17 PM

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