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agosto 09, 2005
O Muro de Berlim cai sobre Lisboa
Segundo o INE, a taxa de cobertura das importações pelas exportações, no primeiro semestre de 2005 face a igual período de 2004, caiu 7,5 pontos percentuais, não ultrapassando os 51% (!!). O défice da balança comercial portuguesa com países de fora da União Europeia aumentou 36,1%. Nesse período as exportações subiram 0,5% mas as importações dos países exteriores à União Europeia cresceram 15,2%. A fatia maior deste acréscimo corresponde, obviamente, às importações de crude. A factura petrolífera é grave, mas o que é calamitoso é o comportamento do nosso sector exportador.
Portugal tem sido muito mal gerido nas últimas décadas. Após o fim da autarcia salazarista baseada em baixos salários e preços agrícolas artificialmente baixos, a liberdade não correspondeu ao que se poderia esperar dela. Em primeiro lugar viveu-se a utopia socialista que liquidou o grande capital português, criou empresas públicas que se tornaram um sorvedouro inexaurível de dinheiro, mantendo a baixa produtividade e uma estrutura produtiva antiquada, conciliando-a com aumentos salariais altos e salários reais baixos. A elevada inflação e desvalorizações sucessivas mantiveram a ilusão monetária.
A liberdade substituiu o aparelho político salazarista pelo aparelho político partidário actual que se arroga, como o anterior, da exclusiva representatividade do povo. O compadrio e a satisfação de interesses particulares mantiveram-se, só que a uma escala mais vasta. Foram esses critérios políticos que levaram à aposta na política de betão e à disseminação de infra-estruturas, cuja única racionalidade era a satisfação das clientelas locais, e ao aumento das remunerações e regalias nos sectores abrigados da concorrência (o sector público, por exemplo), cuja única racionalidade era a obtenção de votos do eleitorado.
A integração na UE funcionou como ilusão política e económica. Enquanto o muro de Berlim se manteve firme, Portugal, apesar dos erros cometidos e da estrutura política, económica e social cheia de vícios, conseguiu manter algumas vantagens comparativas e capacidade de atracção do investimento estrangeiro, visto haver uma forte capacidade internacional de financiamento e escassez de locais para a aplicar. Investimento dirigido sobretudo para mão-de-obra barata e pouco qualificada. Assim, numa conjuntura que seria indicada para promover e incentivar uma nova ordem económica interna, aproveitou-se as benesses e as oportunidades concedidas para malbaratar dinheiros em obras de rendibilidade duvidosa, que se tornaram num desastre público por serem feitas sem planeamento e controlo de custos adequados. O país e as famílias endividaram-se para satisfação do consumo público e privado. Não para aplicarem na sua requalificação e na melhoria do sistema produtivo.
Não foram imediatos os efeitos da queda do muro de Berlim. Os países do Leste demoraram algum tempo a encontrarem a via do desenvolvimento. Mas aos poucos estão a encontrá-la. Portugal, apesar dos seus vícios políticos, sociais e económicos era atractivo porque não existiam alternativas. Essas alternativas foram-se construindo nos últimos 15 anos. Construídas por povos que foram vacinados contra as utopias socialistas e igualitárias e contra a submissão aos interesses corporativos e ao Estado patrão. Povos que foram curados dos vícios que bloqueiam o nosso progresso.
Ficámos reféns do nosso atraso e, pior que isso, dos nossos vícios, que não conseguimos ultrapassar e que são o obstáculo mais incontornável ao nosso progresso. Mantivemos um sector produtivo que já não consegue concorrer com países que partiram de situações mais desfavoráveis que a nossa. Criámos um sector público pesado e ineficiente cuja relação benefício-custo é baixíssima e que sufoca a nossa economia.
O Muro caiu em Berlim, mas o seu desmoronamento atingiu-nos pesadamente.
Publicado por Joana às agosto 9, 2005 07:38 PM
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Comentários
Já se percebeu que, em Portugal, a Constituição devia prever uma Nova Constituinte num lapso de tempo não superior a 25 anos. Quando não, é este empastelamento e esta lenta agonia ...
Publicado por: asdrubal às agosto 9, 2005 08:51 PM
asdrubal em agosto 9, 2005 08:51 PM:
Lenta agonia? Não. De há meses para cá está a tornar-se mais rápida.
Tenhamos esperanças!
Publicado por: AJ Nunes às agosto 9, 2005 08:58 PM
Finalmente alguém prevê que uma coisa aconteça em Portugal com rapidez
Publicado por: Coruja às agosto 9, 2005 09:22 PM
Houston, we have a problem James Lovell
Na minha modesta opinião a Joana cometeu o mesmo erro que se vê por todo o lado e especialmente naqueles programas de debate.
Apontou os problemas, que mais ou menos todos sabemos.
Mas não apontou as soluções.
Publicado por: carlos alberto às agosto 9, 2005 09:45 PM
A questão da queda da nossa balança comercial é dramática. Como a Joana diz, não é apenas coisa do petróleo, é muito mais fundo e grave.
Publicado por: Sa Chico às agosto 9, 2005 09:49 PM
Eu continuo a dizer que a culpa do nosso atraso só pode ser do preâmbulo da Constituição !
Publicado por: zippiz às agosto 9, 2005 09:54 PM
A culpa do nosso atraso é preocuparmo-nos com os nossos filhos mas não com os nossos netos.
Imediatistas, táctica em vez de estratégia.
Publicado por: lucklucky às agosto 9, 2005 10:20 PM
carlos alberto às agosto 9, 2005 09:45 PM:
Em linhas gerais, tenho apontado aqui as soluções:
1 Redução drástica da Despesa Pública, para o nível de 30% a 35% do PIB. Para isso seria necessário uma reforma profunda do sector público e diminuição dos seus efectivos;
2 Reforma e simplificação dos procedimentos judiciais de forma a agilizar a justiça;
3 Desenvolver o ensino tecnológico e profissional em vez de manter cursos universitários em áreas onde não existe procura;
4 Diminuir o IRS e o IRC;
5 Privatizar os serviços que o Estado presta de forma deficiente e cara.
6 Flexibilizar a legislação de forma a aumentar a mobilidade do trabalho que é um incentivo à qualificação do próprio.
Reconheço que na prática é difícil (por enquanto) fazer isto por que há muitos interesses instalados e algumas dessas medidas exigem elevada competência de quem as implementa.
Publicado por: Joana às agosto 9, 2005 10:23 PM
É claro que algumas dessas medidas pressupõe a alteração de alto a baixo da Constituição. E reduzir esse documento palavroso a 15% do tamanho.
Publicado por: Joana às agosto 9, 2005 10:29 PM
zippiz em Agosto 9, 2005 09:54 PM,
Os dizeres do preâmbulo desta Constituição que ainda vigora, caro Zippiz, deviam apenas indicar o peso máximo permitido, em kilos, do resto daquele «pathos» nacional ...
Publicado por: asdrubal às agosto 9, 2005 10:31 PM
Somos um povo que gosta de sofrer. Estamos apenas a preparar o destino trágico que Deus reservou para nós.
Que se lixem as soluções. É muito melhor viver num desespero controlado.
Publicado por: Mario às agosto 9, 2005 10:33 PM
O Sócrates fez 0,5% disso e tem levantado uma gritaria enorme.
Publicado por: Gros às agosto 9, 2005 10:49 PM
Publicado por: Joana às agosto 9, 2005 10:29 PM
Voltamos à vaca fria constitucional ... É a actual Constituição que tem impedido a Banca, Seguros, PT, Sonae, Galp...etc... de remunerar convenientemente os seus accionistas ? Fico a aguardar uma resposta dos liberais anti-Constituição, excluindo respeitosamente os monarquicos.
Publicado por: zippiz às agosto 9, 2005 10:54 PM
A Constituição, esse bode sagrado, nasceu dos cérebros iluminados do MFA que na constituinte eram representados pelo PCP.
Era o socialismo.
Claro que aquele senhor que é chamado o pai da constituição, e de que não me lembro o nome, conseguiu com extrema facilidade construir frases que podem ter três análises: sim, não e talvez, sendo que qualquer bom advogado pode defender qualquer delas, dependendo de quem lhe encomenda o serviço.
São ás centenas as intenções de que ninguém faz caso nenhum e tome-se por exemplo esta:
Artigo 65.º (Habitação e urbanismo)
Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.
Imagine-se que os milhares de campónios que vegetam por esse interior se lembravam de invocar este artigo.
A Joana elenca seis pontos todos eles de consenso.
O único problema reside no primeiro.
Como é que se manda para o desemprego trezentas mil pessoas com agregados familiares que chegarão com facilidade ao meio milhão.
É aqui que está o nó gordio.
O problema é que, palpita-me, é mais difícil de desatar que o original a não ser que se use o mesmo método.
Publicado por: carlos alberto às agosto 9, 2005 10:55 PM
carlos alberto às agosto 9, 2005 10:55 PM:
Serão entre 200 e 250 mil. Mas esta quantidade é a que ocorrerá, no sector privado, nos próximos 2 anos, se a economia continuar pela via que vai actualmente.
Com a diferença que são estes que ajudam a pagar o sector público. Quanto mais desempregados houver no sector privado, mais difícil é sustentar o sector público.
Publicado por: Joana às agosto 9, 2005 11:17 PM
A Irlanda seguiu uma política destas. Inicialmente o desemprego aumentou bastante, mas depois a economia entrou em expansão.
Publicado por: Joana às agosto 9, 2005 11:18 PM
Ainda bem que a Joana descobriu finalmente o deficite externo. Mas é pena que continue a considerar o Estado como o principal culpado desta situação ("Criámos um sector público pesado e ineficiente cuja relação benefício-custo é baixíssima e que sufoca a nossa economia"). É evidente que o Estado tem culpas - mais pelas omissões do que pelas acções - mas a principal culpa é do sector privado - que não consegue ser competitivo, graças à profunda incompetência da maioria dos gestores - e nossa, que nos endividamos estupidamente para fingirmos que somos ricos. Depois a culpa é também de uma União Europeia que só serve os interesses dos mais competitivos. A total falta de solidariedade dentro da UE faz com que os mais fracos definhem, enquanto os mais fortes nos venham sugar o pouco que ainda temos. Mais tarde ou mais cedo ter-se-á de reconhecer a todos os países o direito à economia, o que significa que os países devem poder introduzir medidas de protecção às actividades económicas nacionais sempre que haja um deficite externo superior a 1 ou 2% do PIB. Não é do interesse de ninguém que haja países na UE como nós, a caminho de uma crise catastrófica. Pôr os dogmas do neo-liberalismo acima do interesse dos povos é de um fundamentalismo tão estúpido como qualquer fundamentalismo religioso. É bom que acordemos bem depressa para estas realidades.
Publicado por: Albatroz às agosto 9, 2005 11:19 PM
Gros às agosto 9, 2005 10:49 PM:
O PS mantém-se nos 43%, apesar disso e de todas as trapalhadas que tem havido. Essa gritaria é da minoria sindical. É evidente que há muita gente aborrecida. A minha mãe pensava ter este ano lectivo o chamado ano zero e, em vez disso, tem um ano normal e trabalha mais 6 meses. Ficou aborrecida, do ponto de vista pessoal, embora concorde que teria que haver igualização das situações. Só que preferiria que esperassem mais um ano (para ela não ser atingida!)
Publicado por: Joana às agosto 9, 2005 11:24 PM
Albatroz às agosto 9, 2005 11:19 PM:
Tem uma solução para esse seu problema: despeça os empresários, devido "à profunda incompetência" e ponha gestores públicos a gerir.
Publicado por: Joana às agosto 9, 2005 11:26 PM
Joana às agosto 9, 2005 10:23 PM
Peço desculpa pela agressividade, mas as medidas indicadas pela Joana são, no curto prazo e nas condições em que estamos, um profundo disparate.
"1 Redução drástica da Despesa Pública, para o nível de 30% a 35% do PIB. Para isso seria necessário uma reforma profunda do sector público e diminuição dos seus efectivos;"
Esta brilhante medida, para além de agravar os problemas dos mais pobres, iria apenas transferir dinheiro do Estado para o consumo de bens importados. Não pense a Joana que os nossos ineptos empresários iriam investir mais um cêntimo que fosse.
"2 Reforma e simplificação dos procedimentos judiciais de forma a agilizar a justiça;"
Esta, evidentemente, é de aplicar em qualquer país e em qualquer situação.
"3 Desenvolver o ensino tecnológico e profissional em vez de manter cursos universitários em áreas onde não existe procura;"
Aqui a liberal Joana quer impedir as pessoas de tirarem os cursos que quiserem, negando os princípios do mercado. Sou todo a favor do ensino técnico e profissional, mas esse deve ser uma opção e não um substituto.
"4 Diminuir o IRS e o IRC;"
Só vai beneficiar os mais ricos e incentivar o consumo de bens importados. Nas actuais condições não faria nada pela nossa economia.
"5 Privatizar os serviços que o Estado presta de forma deficiente e cara."
Quais?
"6 Flexibilizar a legislação de forma a aumentar a mobilidade do trabalho que é um incentivo à qualificação do próprio."
Ou seja, facilitar os despedimentos, eliminar os contratos colectivos de trabalho, aumentar as horas de trabalho, reduzir os salários... Ou seja, canalizar meios dos bolsos dos que têm pouco para os bolsos dos que têm muito, aumentando as desigualdades e reduzindo a procura agregada... E depois, como é que o aumento da "mobilidade do trabalho" incentiva à qualificação do próprio? O trabalhador pouco qualificado, de 55 anos de idade, que é despedido, vai requalificar-se como e em quê?...
Considero a Joana uma pessoa inteligente, mas é preciso que solte a sua inteligência e deixe de repetir as cassetes neo-liberais que já não convencem ninguém.
Publicado por: Albatroz às agosto 9, 2005 11:38 PM
paira no ar uma "profunda arrogância" dos prémios Nobel de economia lusitana ; nem sei como não damos por eles, tamanho é o sucesso das soluçãoes aplicadas à economia deste cantinho à beira-mar plantado.
Publicado por: zippiz às agosto 9, 2005 11:43 PM
"despeça os empresários, devido "à profunda incompetência" e ponha gestores públicos a gerir."
A incompetência dos gestores é tão grande no sector público como no sector privado. O que é preciso é qualificar gestores, o que se pode fazer mandando gestores estagiar no estrangeiro e convidar gestores estrangeiros para vir para Portugal ensinar como se faz.
Publicado por: Albatroz às agosto 9, 2005 11:49 PM
1 "Esta brilhante medida, para além de agravar os problemas dos mais pobres, iria apenas transferir dinheiro do Estado para o consumo de bens importados". O que escreve não faz qualquer sentido.
"Não pense a Joana que os nossos ineptos empresários iriam investir mais um cêntimo que fosse".
Se os empresários são ineptos só tem 2 soluções: ou fecha já o país, ou nacionaliza as empresas e adia o fecho por 2 ou 3 anos.
Publicado por: Joana às agosto 9, 2005 11:59 PM
3 Desenvolver o ensino tecnológico e profissional em vez de manter cursos universitários em áreas onde não existe procura;"
"Aqui a liberal Joana quer impedir as pessoas de tirarem os cursos que quiserem, negando os princípios do mercado. Sou todo a favor do ensino técnico e profissional, mas esse deve ser uma opção e não um substituto."
Você não faz a mínima ideia do que se passa. Quem fixa os numerus clausus são os reitores sob caução do ME. O ensino profissional e tecnológico é principalmente privado e subsiste, mal, com comparticipações. Não pode pôr a competir ensino gratuito com outro, em pequena quantidade e mais caro.
O mercado já está distorcido pela intervenção estatal.
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 12:03 AM
"4 Diminuir o IRS e o IRC;"
"Só vai beneficiar os mais ricos e incentivar o consumo de bens importados. Nas actuais condições não faria nada pela nossa economia".
Não sei onde você estudou Economia, mas é um dado adquirido que a propensão marginal ao consumo é muito mais elevada entre os pobres que os ricos.
São os ricos que investem e criam empregos, desde que tenham ambiente económico e social para isso.
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 12:06 AM
"5 Privatizar os serviços que o Estado presta de forma deficiente e cara."
Quais?:
De repente:
Parte da Saúde, com a possibilidade de livre escolha e comparticipação nas despesas (como a ADSE).
Parte da Educação, com a comparticipação através de vouchers.
E alienar as participações que o Estado detém em empresas, que só servem de empregos políticos e cujo comportamento distorce os mercados (PT, EDP, GALP, ... CGD)
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 12:10 AM
"6 Flexibilizar a legislação de forma a aumentar a mobilidade do trabalho que é um incentivo à qualificação do próprio."
"Ou seja, facilitar os despedimentos, eliminar os contratos colectivos de trabalho, aumentar as horas de trabalho, reduzir os salários... Ou seja, canalizar meios dos bolsos dos que têm pouco para os bolsos dos que têm muito, aumentando as desigualdades e reduzindo a procura agregada... E depois, como é que o aumento da "mobilidade do trabalho" incentiva à qualificação do próprio? O trabalhador pouco qualificado, de 55 anos de idade, que é despedido, vai requalificar-se como e em quê?..."
Você tem a certeza que não estudou Economia em Cuba?
Nota: Os trabalhadores a partir dos 55 anos que não fosse possível requalificar para qualquer função (e não acredito que sejam muitos) teria uma reforma antecipada com as penalizações correspondentes.
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 12:12 AM
Isto funciona como um relógio. E os portugueses titanicam privadamente, públicamente, inconscientemente. Mariosoaresmente.
Publicado por: asdrubal às agosto 10, 2005 12:24 AM
Isto está mau. Acham que coneguem resolver o problema do país enquanto o Sócrates anda pelo Quénia?
Publicado por: lopes às agosto 10, 2005 12:26 AM
E depois leio coisas que me deixam abismada: "canalizar meios dos bolsos dos que têm pouco para os bolsos dos que têm muito, aumentando as desigualdades e reduzindo a procura agregada". Isto não faz sentido. Se tivesse acabado a frase em desigualdades ... ainda vá ... mas procura agregada?!
Valha-o Deus!!
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 12:30 AM
Só a talhe de foice, para não fatigar os outros participantes:
- Reduzir a despesa pública significa deixar mais meios nas mãos dos particulares e das empresas. Na minha opinião o grosso desses meios seria utilizado no consumo e não no investimento. E como a capacidade produtiva nacional é modesta, seriam essencialmente bens importados que iriam ser adquiridos, tornando ainda pior o deficite externo. Porque é que isto não faz sentido?
- Quem é que lhe disse que eu achava que o ensino técnico e profissional não podia ser público? O que eu disse é que a oferta nesse campo não devia ser feita à custa da oferta de cursos universitários. Estes poderiam ser reduzidos se a procura diminuisse, mas não se pode obrigar as pessoas a ir para o ensino técnico-profissional por via de uma redução administrativa da oferta de cursos universitários.
- É verdade que a PMC é maior nos rendimentos mais baixos, mas uma redução no IRS e no IRC não deixaria de fomentar sobretudo o consumo (pelas razões já apontadas, de bens importados). Em Portugal não é a falta de meios nas empresas que impede o investimento, é a falta de mercado interno e a falta de vontade de se esforçarem para exportar.
- Concordo com parte das privatizações que indica, com a condição de as pessoas com menores rendimentos continuarem a ter acesso gratuito ou quase a todos os níveis de educação e aos cuidados de saúde.
- "Os trabalhadores a partir dos 55 anos que não fosse possível requalificar para qualquer função (e não acredito que sejam muitos) teriam uma reforma antecipada com as penalizações correspondentes." Acho delicioso o pormenor da reforma antecipada com as penalizações correspondentes. Ou seja, esses trabalhadores seriam duplamente penalizados, em nome do santo liberalismo! A Joana teria adorado viver no século XIX, à vista daqueles ambientes tão bem descritos por Charles Dickens...
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 12:50 AM
"E depois leio coisas que me deixam abismada: "canalizar meios dos bolsos dos que têm pouco para os bolsos dos que têm muito, aumentando as desigualdades e reduzindo a procura agregada". Isto não faz sentido. Se tivesse acabado a frase em desigualdades ... ainda vá ... mas procura agregada?!"
Como a Joana disse, a PMC dos mais pobres é superior à dos mais ricos. A diminuição dos rendimentos dos mais pobres iria assim repercutir-se numa contracção da procura agregada... Ou será que o argumento da PMC é válida para si mas já não é para mim?...
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 12:53 AM
Alguém tem que dar o pontapé de arranque.
E assim hoje, logo que calhar, vou montar uma singela banca no jardim em frente a Belém, mais ou menos no sítio onde se realizou a manifestação que rogava a Sexa para mandar para a reforma o Santa Ana Lopes, para recolher assinaturas pedindo uma medalha para este blogue.
Porquê?
Primeiro porque não é preciso razão nenhuma.
Segundo porque entretêm os portugueses sem lhes levar dinheiro para isso.
Terceiro porque é preciso esgotar o stock para o mesmo não se desvalorizar (deve haver para aí uma qualquer lei económica que explique isto).
Não faltem.
Há sandes, coiratos, bandeiras da república e artigos regionais das Caldas.
As Doces já confirmaram a presença.
Entradas grátis e no fim uma surpresa que pode ser Ela Mesmo
Publicado por: carlos alberto às agosto 10, 2005 03:26 AM
Chegamos à conclusão que para o Albatroz o ideal é manter tudo como está.
Afinal, o imobilismo é a profissão mais antiga do mundo.
Publicado por: Mário às agosto 10, 2005 09:05 AM
Albatroz às agosto 10, 2005 12:50 AM
- Reduzir a despesa pública significa deixar mais meios nas mãos dos particulares e das empresas. Na minha opinião o grosso desses meios seria utilizado no consumo e não no investimento. E como a capacidade produtiva nacional é modesta, seriam essencialmente bens importados que iriam ser adquiridos, tornando ainda pior o deficite externo. Porque é que isto não faz sentido?
Não faz sentido porque você não percebe que na Despesa pública já há consumo (consumo das famílias remuneradas pelo sector público e consumo do Estado de bens importados) enquanto que transferir parte do PIB para o sector produtivo equivaleria a dotar o sector produtivo de capacidade de investimento. Ou seja parte do actual consumo, passaria a investimento privado.
O seu raciocínio é completamente inconsequente. Se fosse válido, porque é que andariam os economistas, Bruxelas, o governo, etc. , preocupados com o volume da Despesa Pública?
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 09:26 AM
Albatroz às agosto 10, 2005 12:50 AM
- Quem é que lhe disse que eu achava que o ensino técnico e profissional não podia ser público? O que eu disse é que a oferta nesse campo não devia ser feita à custa da oferta de cursos universitários. Estes poderiam ser reduzidos se a procura diminuisse, mas não se pode obrigar as pessoas a ir para o ensino técnico-profissional por via de uma redução administrativa da oferta de cursos universitários.
A oferta dos cursos universitários é fixada pelo numerus clausus e não pelo mercado. Há décadas, que os alunos são encaminhados a escolherem determinadas vias, por causa dos numerus clausus e dos cursos que têm à disposição. Só agora se preocupou com isso?
Além do que eu não falei em obrigar. Falei em acabar com as distorções introduzidas pelo Estado no sentido de facilitar alguns cursos universitários sem saídas, em contrapartida do ensino profissional e tecnológico.
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 09:29 AM
Albatroz às agosto 10, 2005 12:50 AM
É verdade que a PMC é maior nos rendimentos mais baixos, mas uma redução no IRS e no IRC não deixaria de fomentar sobretudo o consumo (pelas razões já apontadas, de bens importados). Em Portugal não é a falta de meios nas empresas que impede o investimento, é a falta de mercado interno e a falta de vontade de se esforçarem para exportar.
Se a redução do IRS for nos escalões marginais mais elevados, estimula-se a poupança. Com a redução do IRC estimula-se o investimento das empresas. No conjunto estimula-se o crescimento (parto do princípio que outras acções visando melhoria do ambiente económico sejam igualmente tomadas, como a agilização da justiça).
Com a redução do ónus fiscal, está-se a transferir, parcialmente, consumo público (improdutivo e parcialmente importado) para investimento privado.
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 09:32 AM
Albatroz às agosto 10, 2005 12:50 AM
No tempo daqueles ambientes tão bem descritos por Charles Dickens não havia reformas, nem subsídios de desemprego, nem semana de 40 horas, nem baixas com subsídio de doença. Não me venha com mitos, nem com gravuras desbotadas pelo tempo.
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 09:34 AM
Albatroz às agosto 9, 2005 11:38 PM
A sua sentença: "Ou seja, facilitar os despedimentos, eliminar os contratos colectivos de trabalho, aumentar as horas de trabalho, reduzir os salários... é de um sindicalista e não de um economista. A liberdade contratual faz com que os salários se situem ao nível da produtividade marginal e melhore a competitividade das empresas. Ou você quer, pela força, que os salários sejam superiores à produtividade? Um economista tem obrigação de saber a que isso conduz. Aquela frase são os fantasmas que os sindicalistas vendem nos seus discursos.
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 09:36 AM
Albatroz às agosto 10, 2005 12:50 AM
Como a Joana disse, a PMC dos mais pobres é superior à dos mais ricos. A diminuição dos rendimentos dos mais pobres iria assim repercutir-se numa contracção da procura agregada... Ou será que o argumento da PMC é válida para si mas já não é para mim?.
1 Fui eu que lhe lembrei isso anteriormente.
2 Não é líquido que haja diminuição da procura interna. Você esquece que ao estimular a economia aumenta o nível de emprego e aumenta a oferta (contrariamente à sua visão de sindicalista). Provavelmente haveria aumento da procura interna. Mas seria um aumento saudável, numa economia em expansão igualmente vocacionada para a procura externa e não um aumento de procura numa economia estagnada que só poderia ser satisfeita pela importação.
Estar preocupado com uma alegada diminuição procura agregada numa economia estagnada é perverso, pois equivale a achar que a economia pode crescer (ou sobreviver) à custa de importações para satisfazer a procura.
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 09:39 AM
A Joana tem algum insight correto, mas depois não segue esse insight, e dirige-se diretamente para as suas "soluções" preferidas.
O insight correto da Joana é
1) O descalabro na balança de pagamentos deve-se essencialmente ao preço do petróleo. Daqui decorre que é preciso diminuir a importação de petróleo. Mas a Joana não diz uma palavra sbre o assunto. Não fala da necessária diminuição do consumo e do desperdício de energia - consumo e desperdício que são, em grande medida, culpa dos particulares, e não do Estado. Por exemplo, a Joana e o seu marido usam, para se deslocar na cidade de Lisboa, um jipe que deve "comer" uns bons 10 litros de gasóleo aos 100 - em vez de andarem de transportes coletivos, como seria imperativo se quiséssemos de facto reduzir a nossa fatura petrolífera.
2) A culpa do estado do país é dos nossos vícios, diz a Joana. Pois é. Daqui decorre que é esses vícios que temos que enfrentar. Daqui decorre que a culpa é de todos nós, da nossa ineficiência, das nossas preferências erradas. Não e do Estado. O Estado, mau, é apenas o reflexo do mau povo. O mau político é filho do mau povo.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 09:50 AM
Eu desloco-me na cidade e arredores no carro da empresa. O jipe é para férias e fds, que só gostamos de andar na estrada artilhados contra os loucos que conduzem por aí. O jipe gasta 8 litros aos 100. Como sabe o motor Diesel é muito mais eficiente que o motor de gasolina.
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 10:00 AM
Diminuir importações de petróleo é uma estratégia a vários anos, que implica investimento em energias renováveis e mudanças de hábitos, acções de sensibilização.
Tudo isso não se muda radicalmente com tiradas moralistas.
Publicado por: Joana às agosto 10, 2005 10:02 AM
Joana às agosto 10, 2005 10:00 AM
É irrelevante se o carro é da empresa ou não. Aliás, a diminuição das importações de petróleo passa também por as empresas deixarem de oferecer carburante aos seus funcionários (lá que forneçam o carro, vá que não vá).
Entre as "preferências erradas" que eu referi no meu comentário, encontra-se a preferência por andar na estada "artilhado" com um jipe.
Entre as ações de sensibilização que a Joana referiu no seu comentário, conta-se aquilo que eu aqui escrevo.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 10:13 AM
Joana às agosto 10, 2005 10:02 AM
Diminuir importações de petróleo não é "uma estratégia" nem se faz "com ações de sensibilização". A Joana, pretensamente uma liberal, está a falar como se a diminuição das importações de petróleo fosse uma responsabilidade do Estado, e não do povo. Como se o Estado tivesse primeiro que elaborar uma estratégia, e depois sensibilizar o povo. Ora, a diminuição das importações de petróleo é nossa responsabilidade. Se o país vai ao fundo porque não tem dinheiro para pagar o petróleo, isso é nossa culpa, não é culpa do Estado. É culpa de quem opta por ter uma casa longe da cidade e de usar diariamente um carro para vir para o trabalho, ou mesmo para se deslocar de um lado para o outro durante o dia. É culpa de quem constrói más casas e depois usa ar condicionado. É culpa de quem usa ar condicionado ao mesmo tempo que mantem portas ou janelas abertas. E assim por diante.
Poupar petróleo é nossa responsabilidade. Somos nós que temos que atuar. Não é o Estado que tem que nos sensibilizar (= lavar o cérebro) ou que nos elaborar uma estratégia (= criar uma comissão).
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 10:21 AM
Pelo que me apercebi do post, o que a Joana considera mais grave é a situação das nossas exportações. As importações do crude podem ser um fenómeno transitório, por reajustamnto dos preços e/ou por diminuição de consumo de combustíveis.
A estagnação das exportações é um fenómeno grave da nossa economia, que mostra que ela perdeu competitividade.
Publicado por: Hector às agosto 10, 2005 10:21 AM
Eu já faço a minha parte par reduzir o défice externo, não carregando tanto no acelerador. Comprei também um carro a diesel com um motor de última geração, muito económico e que cumpre as legislações sobre poluição ambiental mais restritivas. Sinto-me feliz por isso porque ajudo a salvar o país.
Falando mais a sério, a mentalidade portuguesa é mesmo pequenina. Estamos sempre preocupados com aquilo que entra mas não mexemos uma palha para tentar exportar mais. Um povo que não acredita em si obviamente achará que não tem nada de bom para vender aos outros. Contentamo-nos a exportar futebolistas e vinho do Porto.
E sim, o Estado é o culpado disto tudo.
Publicado por: Mário às agosto 10, 2005 10:47 AM
Hector às agosto 10, 2005 10:21 AM
As exportações portuguesas não estagnaram. Aumentaram 0,5%, o que é certamente pouco, mas está de acordo com os crescimentos típicos dos nossos principais mercados (a UE).
Mas o mais grave no seu comentário é considerar que o aumento do custo do crude é um fenómeno temporário. Qualquer pessoa que estude - com olhos de ver, e não alimentado pela fé - a produção e a procura de petróleo, sabe que é inescapável o aumento progressivo do preço deste ao longo dos próximos anos e decénios. Porque a proucra está a subir, alimentada pelo crescimento dos países asiáticos, e porque a oferta dificilmente poderá subir muito mais por muito mais tempo - e em breve começará certamente a estagnar.
Logo, se o Hector, ou a Joana, pensam que a chave para os nossos problemas de balança de pagamentos está num aumento das exportações, estão enganados. A chave está, crucialmente, em reduzir as importações de energia. O que só pode ser alcançado através de uma redução - ou, pelo menos, estabilização - do nosso consumo energético, o qual tem vindo a aumentar de uma forma louca ao longo dos anos.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 10:48 AM
"Se a redução do IRS for nos escalões marginais mais elevados, estimula-se a poupança. Com a redução do IRC estimula-se o investimento das empresas. No conjunto estimula-se o crescimento (parto do princípio que outras acções visando melhoria do ambiente económico sejam igualmente tomadas, como a agilização da justiça).
Com a redução do ónus fiscal, está-se a transferir, parcialmente, consumo público (improdutivo e parcialmente importado) para investimento privado."
A Joana é uma lírica que acredita piamente que a falta de investimento em Portugal é devida a falta de meios. Não é. Nenhuma empresa deixa de investir se achar que esse investimento lhe trará retornos positivos. Não é por retirar dinheiro ao sector público e o entregar ao sector privado que vai garantir esse aumento do investimento. No caso português isso iria traduzir-se, de facto, num aumento do consumo. E se houvesse aumento de investimento seria fora do país, onde os resultados para a economia portuguesa seriam muito esbatidos.
A frase acima citada é a demonstração clara de que para a Joana economia é a economia dos manuais. Tudo tirado da página x do livro y do autor z.
"O seu raciocínio é completamente inconsequente. Se fosse válido, porque é que andariam os economistas, Bruxelas, o governo, etc. , preocupados com o volume da Despesa Pública?"
Mesmo aceitando que as preocupações de Bruxelas são bondosas, a Joana propõe uma diminuição das despesas públicas de cerca de 50% do PIB para 30 ou 35%. Aceito que há despesa pública a mais, sobretudo devido a ineficiência. Mas a redução que o controlo dessa ineficiência permitiria nunca seria de 15 a 20% do PIB. Basta ver o que se passa na maioria dos nossos pareceiros da UE para ver que, com excepção da Irlanda e do RU, a despesa pública não é muito diferente da nossa, em % do PIB.
"A liberdade contratual faz com que os salários se situem ao nível da produtividade marginal e melhore a competitividade das empresas."
Só que a produtividade marginal, em termos monetários, depende do valor dos bens produzidos, que depende do preço de mercado, que depende da concorrência externa. Por isso é que eu digo que, sem proteccionismo à escala continental, os salários na Europa tenderão para o nivel dos salários chineses. A Joana ficaria com isso feliz, já que era a tradução das sagradas leis da economia liberal. Eu não.
"Você esquece que ao estimular a economia aumenta o nível de emprego e aumenta a oferta (contrariamente à sua visão de sindicalista). Provavelmente haveria aumento da procura interna. Mas seria um aumento saudável, numa economia em expansão igualmente vocacionada para a procura externa e não um aumento de procura numa economia estagnada que só poderia ser satisfeita pela importação."
Cá estamos novamente num mundo de fantasia. É claro que estimular a economia é bom, desde que se traduza no estímulo da produção. Se se traduzir apenas no estímulo do consumo - como já ficou demonstrado que acontece em Portugal - isso só vai piorar a situação a médio e longo prazo, por via do deficite externo e do endividamento. A Joana toma por realidades os seus desejos. Era bom que um aumento de meios no sector privado fosse canalizado para a produção, para a satisfação da procura interna e para a exportação. Pois era. Mas para conseguir isso tem de agir sobre muitas mais variáveis, uma das quais é a competência dos gestores e empresários. E a criação de uma mentalidade produtiva em vez de uma mentalidade mercantil. Sem isso as "soluções" da Joana seriam desastrosas.
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 10:58 AM
Mário às agosto 10, 2005 10:47 AM
Comprar um carro a diesel, como Você fez, é certamente bom do ponto de vista da poupança de carburante, mas muito mau do ponto de vista da saúde pública. Porque os motores diesel expelem grande quantidade de partículas, um poluente perigosíssimo e que é o principal responsável pela péssima qualidade do ar nas cidades portuguesas - Lisboa tem níveis de partículas no ar muitas vezes acima do permitido pela legislação europeia, e muitas vezes acima dos valores típicos em qualquer outra cidade europeia. O problema é agravado pelo nosso clima, em que a escassez e irregularidade da chuva faz com que o ar não seja limpo dessas partículas. Por isso, usar um carro a diesel, embora bom do ponto de vista do carburante - e do dinheiro do condutor, graças ao generoso benefício fiscal que o Estado concede ao gasóleo, coisa da qual os liberais preferem não falar - é atirar com uma boa data de externalidades para cima dos outros.
Acho bem que Você carregue pouco no acelerador. Mas seria ainda muito melhor se prescindisse do carro algumas vezes.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 11:02 AM
No que diz respeito à energia - e Luis Lavoura tem muita razão nos comentários que faz - não vamos poder escapar à alternativa nuclear. As centrais nucleares de quarta geração - que já foram referidas por outros participantes - podiam ajudar a resolver este problema com riscos muito menores. Também aqui teremos de tirar a cabeça da areia...
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 11:05 AM
A receita da Joana, diminuição do IRS e do IRC, foi aplicada nos EUA por George Bush no princípio do seu mandato, há 4 anos atrás. Os resultados estão à vista: o deficit externo americano tem vindo a subir sem parar. Pior. os EUA registam deficits não só nem principalmente com os países produtores de petróleo - os EUA têm deficits nas suas trocas comerciais com praticamente todos os países do mundo.
Que se passa? É bem sabido: o nível de poupança é nos EUA extremamente reduzido, e o nível de consumo é extremamente alto. A descida do IRS e do IRC em nada melhorou este panorama. Pelo contrário: as famílias americanas, com mais dinheiro disponível, passaram a consumir de forma ainda mais estouvada.
A receita da Joana, de que uma descida do IRS e do IRC se traduz em mais poupança e em mais investimento no tecido produtivo nacional - e não em instrumentos especulativos, nem no tecido produtivo estrangeiro - é claramente errada no caso dos EUA. E, suspeito eu, também o seria no caso português.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 11:11 AM
Luis Lavoura isso só é garantido se não se desenvolver novas tecnologias, quer de extracção quer novos combustíveis , reaproveitamento de energia(travões/gravidade). E novas refinarias.
É também bizarro que se diga que o estado vai á bancarrota com o consumo de combustivel quando são os privados que a pagam.
Ainda por cima menos consumo de energia implica menos receitas do estado.
E não há coisa mais sobrevalorizada do que transportes publicos que estão a caminhar para o fim da sua existencia quando o valor mais importante no mundo é o tempo(time). Claro se os transportes publicos fossem liberalizados (nunca percebi a aberração da diferença entre taxis e transportes colectivos - porque raio qualquer um que cumpra as regras não pode fornecer um serviço de transporte?) talvez ainda funcionassem durante mais algum tempo.
Publicado por: lucklucky às agosto 10, 2005 11:19 AM
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 11:02 AM
O diesel não é subsidiado, é apenas menos penalizado que a gasolina. Gostaria de ver era preços como nos EUA. Além do mais, o que me garantiram é que este motor a diesel não é poluente da mesma forma que os anteriores modelos.
E fique descansado que apesar de trabalhar em Liboa não trago o meu carro para cá. Sou utilizador de transportes públicos.
Publicado por: Mário às agosto 10, 2005 11:22 AM
Luís Lavoura em agosto 10, 2005 11:11 AM:
Que é que tem uma coisa a ver com a outra?
O défice externo americano resulta do excesso de despesas militares e do número elevadíssimo de militares americanos no estrangeiro, em diversos países.
Publicado por: David às agosto 10, 2005 11:22 AM
Os transportes públicos estão sub-aproveitados porque estão mal organizados. Os transportes de superfície deveriam ser privatizados. Como estão, o serviço é concebido segundo interesses próprios, ou ao calhas, e não conforme os interesses dos utentes.
Publicado por: David às agosto 10, 2005 11:25 AM
David às agosto 10, 2005 11:22 AM
Você está a confundir deficit externo (do país) com deficit orçamental (do Estado).
O deficit orçamental do Estado norte-americano resulta, entre outras coisas, das despesas militares - mas também da baixa de impostos implementada por Bush, contra o conselho de muitos economistas, no princípio do seu mandato.
O deficit externo dos EUA tem a ver com as trocas comerciais, do país, e não com as receitas e despesas governamentais. Tem a ver com o facto de o povo americano consumir muitos mais produtos importados do que os produtos de exportação que consegue produzir. Tem a ver, em boa parte, com a reconhecida má qualidade de muitos produtos americanos - que eu tive ocasião de experimentar pessoalmente enquanto vivi nos EUA - que faz com que os consumidores americanos prefiram produtos importados, e os consumidores estrangeiros prefiram não comprar americano.
Males que, ao fim e ao cabo, também nos afligem.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 11:29 AM
Olá. Albatroz, gosto mesmo de te ler, não percebo alguns conceitos, mas aquilo soa sempre a claro. Se quiseres brincar com aquele exercício que me propuseste, diz e já para já lembra-me onde está, mas as conclusões tenho que te mandar por mail, provavelmente, porque devo precisar de um editor de matemática. Mas isso já terá sido feito por outros devo dizer-te e com grande probabilidade ao não estabeleceres a forma funcional de f e g (satisfação, não é? Eu nem vou ligar à semântica)o mais provável é que a conclusão é uma trivialidade que já sabias antes.
Quanto aos nossos problemas finanaceiros espero que depois da demonstração que fiz, que a GB andou a comer desavergonhadamente um aliado, do mesmo clube dos vencedores embora mais fraco, de tal forma que conseguiu recuperar o padrão-ouro para o esterlino (depois de ter abandonado em 1914 devido ao esforço de guerra), por as reservas do Banco de Inglaterra se considerarem suficientes em meados da década de 20, depois de Portugal lhe ter "vendido" as reservas de prata em 1924 para estabilizar a hiperinflacção, aparecendo curiosamente o Português no mercado internacional em 1924, etc., peço aos deuses que inspirem um hacker infinitamente mais esperto do que eu, que depois de calculado o montante da dívida da GB a nós, com juros, vá lá repor a justiça da história.
Claro que o Alves Reis safou-nos historicamente da humilhação calculada a que fomos votados, mas pagou-o com 20 anos de cadeia. Viva Alves Reis!
(PS: e concluí que o homem era um Homem mesmo, não deixou comprometido o nome do Estado, sacou a responsabilidade toda para si, só que atenção ele tinha 27 anos, se tivesse para aí 35 ou 42 ninguém tinha dado por nada, assim não doseou bem a entrada do dinheiro em circulação)
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 11:30 AM
"porque raio qualquer um que cumpra as regras não pode fornecer um serviço de transporte?"
Essa é a política, que já aqui foi por mim referida, em alguns estados da Índia, por exemplo em Goa. Quem quiser pode comprar um só autocarro, ou dois ou três, e pô-lo a circular num trajeto qualquer, a quaisquer horas.
No nosso país isto não é assim porque se entende que, se o fôsse, haveria uma data de lugares que não seriam servidos de transporte coletivo, por serem pouco rentáveis. As pessoas poriam autocarros a circular em trajetos e horários em que há muita procura, e negligenciariam os restantes. Prefere-se portanto uma contratualização (concessão) do serviço a empresas, em que estas ficam obrigadas a explorar carreiras deficitárias em troca de terem um monopólio nas carreiras lucrativas.
Se esta é uma boa solução, é discutível.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 11:57 AM
Os transportes publicos só têm alguma hipótese de sobreviverem com mais frequência de passagem mas a tendência tem sido precisamente o contrário. Não admira que tenham perdido milhares de utilizadores .
O défice orçamental americanos deve ficar próximo dos 2,5% (bem dentro dos "terríveis" critérios da PEC) este ano cerca de 3 anos antes das promessas de Bush (faz sempre promessas conservadoras). As receitas dos impostos devido ao corte destes ("paradoxo" que a Joana já explicou noutros posts) aumentaram para os valores mais altos de sempre quer das empresas quer nos particulares. Os economistas e estás a falar de Krugman & Co. parece que estavam errados...
Publicado por: lucklucky às agosto 10, 2005 12:31 PM
lucklucky às agosto 10, 2005 12:31 PM
Segundo creio ter lido, o deficit orçamental americano está previsto atingir cerca de 4% do PIB este ano, e não 2,5%.
De qualquer forma, esse deficit não me preocupa, nem preocupa a maior parte dos economistas mundiais. Aquilo que nos preocupa é o deficit da balança de pagamentos dos EUA, que este ano será da ordem de 6,5% do PIB, salvo erro.
A chave para a rentabilidade dos transportes coletivos não é o aumento da sua frequência, mas sim o aumento da sua utilização. Quando uma grande parte da população rejeita a priori utilizar os transportes coletivos, preferindo sempre o carro, não há hipóteses de ter transportes coletivos rentáveis, porque o número de passageiros é sempre insuficiente.
Para que os tansportes coletivos sejam viáveis é tambem imprescindível que a população viva e trabalhe em sítios concentrados (cidades), invertendo a tendência para a suburbanização, em que tanto as residências como os locais de trabalho se encontram muito desconcentrados, em subúrbios de baixa densidade e muito espaçados entre si. Por exemplo, tradicionalmente toda a população da linha de Cascais vivia em vilas, num raio de 1 km de cada estação do caminho-de-ferro; hoje em dia essa população vive em urbanizações cada vez mais longe da linha, e mais afastadas entre si.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 12:42 PM
O problema dos transportes de Lisboa é a desorganização deles, excepto o caminho de ferro e o metro. Mas para estes funcionarem melhor tem que haver uma ligção mais perfeita com os transportes rodoviários e estes são uma desgraça.
Publicado por: Rave às agosto 10, 2005 12:46 PM
Não entendo os comentários do Luis Lavoura sobre as importações de petróleo. O que é que isso tem que ver com o estado? Ou será que o estado subsidia os preços dos combustíveis? Ou da electricidade?
Se alguns consomem uma maior quantidade de combustíveis também pagam por isso uma factura maior.
O que nos preparamos para ver é o estado a subsidiar formas anti-económicas de produção de energia electrica, apenas para satisfazer o lobby dos ambientalistas.
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 12:59 PM
anti-económicas???
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 01:01 PM
Formas de produção de energia que necessitam de subsídios estatais são, obviamente, anti-económicas.
Para Portugal, as únicas formas de produção de energia electrica viáveis, são, na minha humilde opinião, hidro (não poluente, mas os ambientalistas não gostam porque perturba os habitats), nuclear (um palavrão para os ambientalistas, apesar de também não poluente), para além dos óbvios combustíveis fosseis (carvão e petróleo, com todos os seus inconvenientes ambientais). Resta ainda mencionar, embora sem a fiabilidade das outras fontes, a éolica (que desagrada também aos ambientalistas porque tem impacto nos hábitos das aves - para além de as cortar às fatias).
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 01:07 PM
São anti-económicas em termos imediatos, porque se tiverem sido bem pensadas obviamente que são económicas se introduzirmos o médio prazo porque nos permitem contrariar a importação de petróleo e de energia electrica, etc. É uma questão de maior autonomia nacional e um campo onde os portugueses podem ser inventores, acho eu.
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 01:13 PM
Não é por o petróleo ser importado que se torna mais caro que outras fontes de energia primária. O problema não é a dependencia de fontes externas. O problema da balança comercial nacional é a baixa quantidade de exportações. Não a importação de bens que são a solução mais económica.
Na produção de energia primária (qualquer que seja a fonte) os custos repartem-se em custos de capital, e custos de exploração. As energias hidrica, eólica e nuclear têm custos de capital elevados e custos de exploração baixos ou virtualmente nulos. A queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) têm os custos muito mais repartidos, mas mesmo assim aguentam perfeitamente a competição com as outras fontes.
Quanto a inventar, podiamos investigar a fusão nuclear ;-)...
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 01:42 PM
Discordo de si. Há 20 anos que devíamos ter começado a explorar e inventar a propósito das energias alternativas. Está mais do que na altura de fazermos disso um desafio nacional, com tanto mar e tanto sol e ainta tanto vento nalguns sítios e a possibilidade do bioetanol. Discordamos, paciência.
Quanto ao nuclear cá por mim podem brincar mas se aquilo der um grande BUM vou aparecer-vos dentro da cabeça a dar um raspanço que não vos digo nada!
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 01:54 PM
Luis Lavoura
Note-se que o "record level" que os medias falam é em valores absolutos não em percentagem do PIB que foi de 3,5%.
Bush's Budget Update May Show Deficit Goal Being Reached Early
July 11 (Bloomberg) -- President George W. Bush's administration will report this week that surging tax revenue is shrinking this year's budget deficit from the record 2004 level, possibly by as much as $90 billion, giving him a shot at fulfilling his deficit reduction promise three years early.
With tax revenue running $1 billion a day ahead of the 2004 pace in late April and May, the deficit will likely decline to about $325 billion from $412 billion last year, according to the Congressional Budget Office and private forecasters such as Stephen Stanley, chief economist at RBS Greenwich Capital in Greenwich, Connecticut.
``An expanding economy, creating more receipts, is putting us on a very good path to deal with our deficit,'' Treasury Secretary John Snow said at a press conference in Calgary on July 8. ``It's pretty clear now the path we are on will take us below the president's initial target.''
Bush promised during his election campaign last year that he would pare the annual deficit to about 2.25 percent of the nation's gross domestic product by 2009.
As recently as February, the government was projecting the deficit would rise this year to $427 billion, or about 3.5 percent of the nation's gross domestic product. Some economists, including Mike Englund of Boulder, Colorado, research firm Action Economics LLC, now predict the shortfall will drop to 2.5 percent of GDP this year and as low as 2.0 percent next year. That would mean a deficit next year as low as about $250 billion.
Revised Estimate
Joshua Bolten, director of the White House Office of Management and Budget, will release the government's revised estimate for the fiscal 2005 budget deficit on July 13. The Bush administration's estimate likely won't be any lower than the $325 billion forecast by CBO, said Pete Davis of Davis Capital Investments. Bush's administration has a record of overestimating deficits ``and I don't see any particular reason that he would deviate from that practice,'' Davis said.
``CBO always is more accurate, both short term and long term,'' said Stanley Collender, managing director in Washington of Financial Dynamics, a business-consulting firm. ``OMB doesn't get credit for being right. Their job is to show the president in the best possible light.''
In the first eight months of the fiscal year the deficit was $272.2 billion, down from $346.3 billion at the same time last year, the Treasury said in a June 10 report. The monthly deficit fell to $35.3 billion in May, a bigger improvement than economists expected and the smallest gap for the month since 2001. Revenue rose 32 percent, with tax receipts from individuals surging 88 percent from May 2004, the biggest jump in five years. Spending increased 5.7 percent.
``Given the pace of income, wage and salary growth, there'll be plenty of money in the coffers,'' said Rich Yamarone, director of research at Argus Research Corp. in New York. ``I wouldn't be surprised with a $100 billion narrowing.''
Deficits Since 2002
The U.S. has run deficits each fiscal year since 2002 amid increased defense spending after the September 2001 terror attacks, tax cuts and rising costs for social services such as Medicare. The government reported annual budget surpluses from 1998 to 2001.
Bush and his Republican allies can claim bragging rights for bringing the budget down in time for midterm elections, said Michael T. Darda, chief economist at MKM Partners LLC in Greenwich, Connecticut. Darda credits economic growth brought on partly by the 2003 tax cuts, which reduced the tax rate on capital gains to 15 percent from 20 percent and cut the rate on corporate dividends to 15 percent from 38.6 percent.
After the 2003 tax cuts, ``that's when the economy really kicked into high gear,'' he said. The White House, he said, is ``definitely entitled to crow a little bit. You'd think they'd do a victory lap.''
Not Assured
A huge decline in the deficit next year isn't assured. One reason for the surge in tax revenue this year was a 10 percent increase in compensation in last year's fourth quarter because of large year-end bonuses, which probably won't be repeated this year, Lehman's Harris said.
There is a danger that a shrinking deficit may lessen the resolve in Congress to restrain spending, or that expenditures required by law will erase any gains. Defense spending is up because of the wars in Iraq and Afghanistan, and another supplemental war spending request is expected later this year. Congress is considering an extra $1 billion for veterans health care, Medicare expenses are rising because of an aging population, and interest rate increases are raising the government's debt costs.
Government spending rose 9.2 percent in June compared with the same month a year ago, the Congressional Budget Office said July 7.
To contact the reporter on this story:
Alison Fitzgerald in Washington at afitzgerald2@loomberg.net.
http://www.bloomberg.com/apps/news
?pid=10000103&sid=aZgwyLsWjDDc
"A chave para a rentabilidade dos transportes coletivos não é o aumento da sua frequência, mas sim o aumento da sua utilização"
O aumento da sua frequência é a chave para a sua escolha livre.
Suburbios de baixa densidade é onde se tem qualidade de vida...
Publicado por: lucklucky às agosto 10, 2005 02:14 PM
Entretanto a notação da dívida italiana baixa... Euro para onde vais?...
Publicado por: lucklucky às agosto 10, 2005 02:16 PM
Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 01:42 PM
No que respeita à balança comercial, é óbvio que devemos reforçar as exportações. Mas, também me parece óbvio que devemos procurar diminuir a dependência externa. Não é preciso ser economista para chegar a esta conclusão...
No que respeita ao problema energético, o raciocínio deve ter em conta o horizonte temporal. É evidente que não podemos esperar até que os combustíveis fósseis se tornem mais caros que as outras fontes de energia. É preciso investir já para que, daqui a 20 anos, tenhamos aperfeiçoado a tecnologia e esteja implementado um "cluster" de energias alternativas.
Acresce que, hoje em dia, a escolha deve ter em consideração, entre outros factores, aquilo que, para muitos, parece uma aberração: o já aqui falado valor económico do ambiente. Decidir entre combustíveis fósseis e energias alternativas não é apenas uma questão de custo de produção do kW.
Publicado por: Vítor às agosto 10, 2005 02:32 PM
O que 'deviamos' ter feito 20 anos atrás é irrelevante. Não existem máquinas de viajar no tempo.
Bioetanol? Essa é uma das formas mais rápidas de desperdiçar terreno com aptidão agricola. Está bem para países que ao contrário de Portugal têm grandes àreas. Para além de que já tenho lido estudos que mostram que a quantidade de energia utilizada para produzir combustíveis a partir de plantas é superior à que estes fornecem.
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 02:36 PM
Estes intelectualóides não poderiam sobreviver sem este blogue.
Estão quase todos à espera do último artigo da Musa, todos de língua de fora, AhAhAhAh... Pobre País que tal intelectualidade tem.
O próximo post da Joana deveria ser realmente fracturante para ver se estes intelectualóides vão às nuvens. Para atingirem o orgasmo ou para se continuarem a masturbar.
Proponho um tema: Porque é que a galinha leva no cú?
Publicado por: elmano às agosto 10, 2005 02:36 PM
Publicado por: Vítor às agosto 10, 2005 02:32 PM
Ora define lá 'energias alternativas'. Ou são apenas as alternativas às fósseis? De qualquer modo as actuais centrais de produção de electricidade a carvão e fuel devem continuar a ser utilizadas até que o seu período de vida útil (que desconheço) se esgote. Até porque o investimento de capital tem que ser amortizado no maior período possível.
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 02:39 PM
E, já agora:
Alguns comentadores, mais à direita, andam a ficar parecidos com aquela esquerda mitómana e delirante:
Falam do lobby dos ambientalistas em Portugal??? Logo no país:
- com mais construção clandestina;
- com menor taxa de recurso a energias alternativas;
- onde se procede, diária e impunemente, a descargas poluentes em lagoas, rios e ribeiros;
- etc. (e o etc é o mais importante...)
Francamente...
Publicado por: Vítor às agosto 10, 2005 02:40 PM
Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 02:39 PM
"Ora define lá 'energias alternativas'"
Quando se chega a esta fase de discussão, vale mais ir beber uma "sagrada"...
Publicado por: Vítor às agosto 10, 2005 02:47 PM
elmano às agosto 10, 2005 02:36 PM
O menino ainda não viu que é uma cloaca, não um cú.
E a resposta é: porque correm menos que tu...
Publicado por: Intelectualóide às agosto 10, 2005 02:50 PM
Pedro Oliveira, se Você considerar que a energia nuclear deixa resíduos - entre os quais a prórpia central, que não pode ser totalmente desmantelada por conter no seu interior uma alta taxa de radioatividade - que precisam de ser guardados por centenas de milhar de anos, exigindo uma vigilância contínua, não vejo como pode argumentar que essa forma de energia é economicamente competitiva. Se Você imputar a essa forma de energia os custos com a vigilância e guada dos resíduos, certamente que concluirá que ela necessita de muitos mais subsídios estatais do que a energia eólica, por exemplo.
Aliás, é revelador que nenhum empresário privado se disponha a construir centrais nucleares sem ter o apoio, na retaguarda e para limpar o lixo remanescente, do Estado.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 02:59 PM
Publicado por: Vítor às agosto 10, 2005 02:40 PM
Quem é que manifesta cada vez que a EDP se propõe a construir mais uma barragem? Devem ser os comentadores da direita.
Quem é que defende que os parques éolicos não devem ser contruidos em áreas protegidas? Sem dúvida que são os comentadores da direita.
Quem ataca a construção de centrais nucleares em Portugal como impensável? Comentadores da direita?... Adivinharam!
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 03:00 PM
Intelectualóide:
Gosto muito de "cloaca". Mas não de galinha!!!
Prefiro cloaca de "franguinha"
Publicado por: elmano às agosto 10, 2005 03:00 PM
Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 03:00 PM
Eu não disse? (Vítor às agosto 10, 2005 02:40 PM)
Publicado por: Vítor às agosto 10, 2005 03:12 PM
Enfim, ó, o braço da «Discovery» possui uma «caixinha electrónica» made in Universidade de Coimbra. De caixinha em caixinha ...
Publicado por: asdrubal às agosto 10, 2005 03:16 PM
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 02:59 PM
Peço desculpa, mas os números que vi (Science & Vie hors série 225 - Le Siécle du Nucleaire) incluiam os custos de armazenagem dos resíduos de vida curta (centenas de anos)e o desmantelamento (que pode ser completo, sim). O tempo de vida das cubas das centrais acrescido (~50 anos em vez dos ~30 anos originalmente estimados) significam que o custo por kW/h é apenas ligeiramente superior ao de centrais térmicas clássicas (carvão e petróleo) e muito inferior ao das 'energias alternativas'.
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 03:17 PM
Publicado por: Vítor às agosto 10, 2005 03:12 PM
Esses ignoram-se. Fazem ruido de fundo, como a musica de elevador.
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 03:18 PM
Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 03:17 PM
A Science et Vie é uma revista francesa. O Estado francês subsidia generosamente muitas coisas, entre as quais a energia nuclear. (Por exemplo, nas universidades francesas há licenciaturas de física nuclear, especificamente feitas para prepara pessoal para as centrais nucleares.) Há em França um "vested interest" de muita gente na energia nuclear.
Por tudo isto, tendo a não acreditar muito na honestidade desses cálculos da Science et Vie.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 03:23 PM
Luís Lavoura em agosto 10, 2005 03:23 PM:
Quer você dizer que a intervenção do Estado francês, para além de distorcer o mercado, distorce também a ciência?
Publicado por: Hector às agosto 10, 2005 03:39 PM
De qualquer forma, Pedro Oliveira, eu sugiro-lhe que se dirija à EDP, Iberdrola, etc, lhes mostre os números da Science et Vie, e lhes diga que deviam construir cá centrais nucleares. Mas sem subsídios, diretos nem encapotados!!! Sem o Estado a funcionar como companhia de seguros, etc. Garantindo que essas empresas, e as suas descendentes, tratarão dos resíduos, tanto dos de vida curta como dos de vida longa, ao longo das dezenas ou centenas de milhar de anos necessários. Veja o que eles lhe respondem...
Há duas coisas que nenhuma companhia de seguros segura: energia nuclear, e culturas transgénicas. Porque sabem que quaisquer potenciais danos dessas coisas são demasiado maciços, e demasiado longos no tempo, para que seja possível segurá-los.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 03:44 PM
Hector às agosto 10, 2005 03:39 PM
É bem mais fácil distorcer a ciência do que Você pensa. Os cientistas compram-se e vendem-se, tal como a generalidade dos outros seres humanos...
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 03:45 PM
Luís: Isso pode tornar a Física tanto ou menos científica que a Economia!!
Publicado por: Hector às agosto 10, 2005 03:49 PM
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 03:23 PM
Também podia dizer que como és ambientalista, aquilo que defendes não tem valor. É um argumento da mesma categoria.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 03:44 PM
A Iberdrola já tem centrais nucleares (do seu site):
Producción bruta (GWh) 84.373
Ciclos Combinados de gas 23.357
Renovables 5.413
Hidráulica 16.031
Nuclear 27.580
Térmica de fuel-oil 2.528
Térmica de carbón 7.499
Congeneración 1.965
Como podes verificar é só a maior fatia (32%) da sua produção de energia...
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 04:09 PM
Já agora, sobre seguros para produtoras de energia nuclear nos Estados Unidos.
Quando o risco é grande de mais para uma única seguradora, constitui-se um sindicato...
Tal como para empréstimos de grandes valores (neste caso sindicatos de bancos).
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 04:14 PM
Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 12:59 PM
O problema das importações de petróleo (e de gás natural, cujo preço está indexado ao do petróleo, tal como aliás é corrente no setor) não é um problema do Estado: é um problema do país. O problema é que, para o país ter dinheiro para pagar essas importações cada vez mais caras, precisa de pedir emprestado cada vez mais dinheiro ao estrangeiro. E, um dia, o estrangeiro pode não ter vontade de não nos continuar a emprestar dinheiro a esse ritmo... pode chegar à conclusão que nós, portugueses, não somos gente credível a quem se empreste dinheiro. E com razão. Porque, estando nós a endividarmo-nos até às orelhas para comprar combustíveis, continuamos a não mostrar qualquer preocupação em poupá-los ou em, pelo menos, utilizá-los de forma racional.
O Estado tem a ver com isto, e também com a energia eólica, na medida em que garante contratos a longo prazo perfeitamente irracionais, que não têm em conta o preço crescente do petróleo. Por exemplo, ao longo do último ano, apesar de a produção de eletricidade ser cada vez mais cara - devido à falta de chuva e devido ao preço crescente do petróleo - o preço da eletricidade aos consumidores domésticos não foi alterado, por esse preço estar garantido a longo prazo por um contrato perfeitamente aberrante. Consequência: os consumidores domésticos não tiveram, durante um ano inteiro, qualquer estímulo a poupar eletricidade. Outro contrato aberrante é o do subsídio estatal à energia eólica. Esse subsídio está garantido para um certo número de anos, 15 salvo erro, o que é perfeitamente aberrante, dado que podemos ter a certeza absoluta de que daqui a 5 ou 10 anos a eletricidade já vai ser paga a um preço tão elevado - dada a subida expetável do preço do petróleo - que as eólicas não vão precisar de subsídio para nada.
Ou seja, o Estado continua a fazer contratos como se o petróleo tivesse um preço fixo, em vez de incorporar nos contratos a certeza de que o preço do petróleo é muito flutuante, mas tendencialmente muito crescente.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 04:14 PM
Já agora, sobre seguros para produtoras de energia nuclear nos Estados Unidos.
Quando o risco é grande de mais para uma única seguradora, constitui-se um sindicato...
Tal como para empréstimos de grandes valores (neste caso sindicatos de bancos).
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 04:16 PM
Publicado por: Mário às agosto 10, 2005 10:47 AM
Tanto quanto sei a maior exportação portuguesa são...carros.
Claro que se a Auto Europa fechar, Portugal também fecha
Publicado por: carlos alberto às agosto 10, 2005 04:24 PM
Luís Lavoura às agosto 10, 2005 03:44 PM
"Há duas coisas que nenhuma companhia de seguros segura: energia nuclear, e culturas transgénicas"
No que diz respeito à energia nuclear não é verdade. Até se desenvolveu uma técnica de análise de risco nuclear (fault-tree analysis) para permitir calcular a taxa de risco de eventos que praticamente nunca se verificam.
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 04:31 PM
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 04:31 PM
As seguradoras seguram o que quer que seja. O valor dos prémios é que pode ser elevado.
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 04:40 PM
E quando o risco ou o valor seguro são muito elevados, há o recurso às resseguradoras
Publicado por: David às agosto 10, 2005 04:52 PM
Se contarmos com o efeito da inflacao, o petroleo ainda se encontra mais barato no mercado internacional do que durante a crise dos anos 70.
Publicado por: Lowlander às agosto 10, 2005 05:13 PM
Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 04:09 PM
Sei perfeitamente que a Iberdrola produz energia nuclear. Quando se tem uma central nuclear operacional, o melhor a fazer é efetivamente mantê-la em operação, e não fechá-la, uma vez que os custos da energia nuclear são sobretudo fixos (custos de capital), os custos de operação são relativamente pequenos.
A questão que se põe é se a Iberdrola está disposta a investir em NOVAS centrais nucleares, em Portugal... isso é que não está! Porque a Iberdrola sabe que a energia nuclear não é atualmente economicamente competitiva, dados os requisitos de segurança exigidos, e sobretudo que não é competitiva a não ser com o apoio do Estado, apoio para um investimento muito arriscado em termos financeiros, de segurança, e políticos (é preciso o apoio do Estado para arranjar uma localização conveniente e aceitável para a população, idem para arranjar um depósito para os resíduos, etc).
Mas se o Pedro Oliveira quiser tentar convencer a Iberdrola a, sem quaisquer apoios do Estado português, construir uma central nuclear cá em Portugal, acho muito bem.
Publicado por: Luís Lavoura às agosto 10, 2005 05:14 PM
Gingko e outro:
Fiquei a saber agora o seguinte: quem for proprietário de árvores de porte notável, singulares, ou conjuntos, pode requerer a sua declaração de interesse público invocando o artº único do parágrafo 1º do Decreto-Lei nº28:468 de 15 de Fevereiro de 1938, o que, conjugado com o o decreto com força de lei nº 20:985 de 7 de Março de 1932, citado na lei nº107/2001 de 8 de Setembro de 2001, permite impedir a construção numa faixa de 50 m., em redor da árvore ou do povoamento.
Também outros podem requerer essa declaração, mas implica a anuência do proprietário.
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 05:28 PM
A Joana perguntou-me se eu não teria estudado economia em Cuba. Não. Foi na Suiça e na África do Sul. Mas tenho admiração por alguns aspectos da revolução cubana. Talvez a Joana queira ler o artigo seguinte:
http://www.venezuelasolidarity.blogspot.com/
Mas, é claro, a Joana teria preferido ser espremida numa clínica particular, sem ficar curada, do que recorrer a uma clínica do estado, com médicos cubanos, que a curariam de graça...
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 05:34 PM
Temos que deitar abaixo as Avenidas Novas em virtude do artº único do parágrafo 1º do Decreto-Lei nº28:468 de 15 de Fevereiro de 1938.
Uf! vou finalmente poder estacionar o carro ali.
Publicado por: Coruja às agosto 10, 2005 05:35 PM
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 05:34 PM
Acredito tanto nos milagres da medicina cubana como nos PIB que os países socialistas publicavam durante os anos 70...
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 05:56 PM
Olhe milagres não sei, mas quando eu estive em Cuba para aí há 15 anos uma amiga minha meteu um vidro no pé, um grande golpe. Ela disse que foi muito bem tratada.
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 06:05 PM
Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 05:56 PM
Bem, acreditar ou não pode ser uma questão de fé (ou de falta dela), mas pode ser também o resultado de factos verificáveis. A saúde e a medicina em Cuba têm sido objecto de análises isentas, inclusive da parte da OMS (WHO). Acreditar nos bons resultados da experiência cubana já não precisa ser um acto de fé... Mas é evidente, reconhecer que uma experiência socialista, na área da saúde, tinha sido bem sucedida podia pôr em risco toda a dogmática neo-liberal. Logo, tem de se recusar acreditar nisso, para se poder continuar a atacar tudo o que não corresponda à cartilha neo-liberal. Chama-se a isso isenção e honestidade intelectual... Ou não será?...
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 06:16 PM
Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 05:56 PM
Já agora, leu o artigo do "link" acima referido? Tem razões para desconfiar do testemunho ali dado?
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 06:19 PM
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 06:05 PM
Durante os anos 70, ao 'melhorar' bombas de carnaval, uma, já 'melhorada' explodiu-me na mão. Fui ao SAP, e fui muito bem tratado.
É o sistema de saúde em Portugal exemplar?
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 06:19 PM
Sim, parece ter sido escrito por um socialista ou comunista. Nos anos 70, quando eu era comunista, lembro-me, num encontro numa cooperativa, um dos camaradas passar slides de uma excursão à Grécia, Jugoslávia e Bulgária. Fotografou os guardas fronteiriços da Grécia, usando o slide para ilustrar o militarismo das democracias ocidentais. Não fotografou os guardas fronteiriços jugoslavos nem os búlgaros, e jurou a pés juntos que não estavam armados. O que é que te parece?
Quanto a enganar a OMS, se foi tão fácil enganar as Nações Unidas e sacar milhões de dolares do programa Oil for Food para o Iraque, a OMS ainda deve ser mais simples. Mas até posso estar enganado. Não coloco é fé nenhuma nas declarações de um país que não permite que os seus cidadãos viagem livremente.
Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 07:56 PM
Claro, esse aspecto também é relevante, mas os outros também são.
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 08:04 PM
Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 07:56 PM
Toda a gente (ou quase) reconhece que o regime cubano não respeita os direitos políticos dos seus cidadãos. Isso não significa que não possa ter um sistema educativo e um sistema de saúde mais eficientes e mais equitativos que os das democracias ocidentais. Cuba tem de ser condenada pelo que tem de mau, e louvada pelo que tem de bom. Se eu fosse pobre preferia viver em Cuba do que nos Estados Unidos. Porque a minha liberdade intelectual ninguém me pode tirar, mas é fácil tirarem-me o direito à subsistência.
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 08:11 PM
A sua liberdade intelectual ninguém lha pode tirar, mas a liberdade de a expressar sim. Cá também, eu fui para o desemprego por causa disso. Tenho de escolher no Natal se volto a Cuba ou vou a Goa. Ainda há o Carnaval...
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 08:18 PM
correcção: por cá é "tentar tirar"...
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 08:32 PM
"(...) a minhaliberdade intelectual ninguém me pode tirar"
Engana-se Albatroz. Você mesmo pode retirá-la.
Publicado por: Mario às agosto 10, 2005 08:32 PM
Mario às agosto 10, 2005 08:32 PM
A liberdade intelectual só a perde quem se enfeuda a cartilhas, seja a cartilha neo-liberal ou outra qualquer. Eu, que sou anarco-miguelista, e que sempre pus tudo em causa, não corro esse risco...
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 08:49 PM
Publicado por: Albatroz às agosto 10, 2005 08:49 PM
A utilização da palavra neoliberal é já mostra de falta de liberdade intelectual.
Publicado por: Mario às agosto 10, 2005 09:03 PM
Atenção Gingko e outros:
Afinal estive a ler com atenção o Decreto-Lei nº28:468 de 15 de Fevereiro de 1938 e NÃO vem lá nada que obrigue à anuência do proprietário! Ou seja aparentemente a declaração de interesse público é exclusivamente da competência da DGRF.
Só se for no subsidiário decreto com força de lei nº 20:985 de 7 de Março de 1932, que estabelece a tal faixa de protecção de 50 m., de que não tenho cópia, só me falaram...
Só para vocês saberem ;-)
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 09:07 PM
Que engraçado: o ataque dos Ents utilizará como veículo as assinaturas de Carmona e Salazar!
Por hoje já estou.
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 09:12 PM
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/default.asp
Publicado por: pyrenaica às agosto 10, 2005 09:27 PM
Pedro Oliveira às agosto 10, 2005 07:56 PM
"Nos anos 70, quando eu era comunista..."
Oh meu amigo! Está tudo explicado.
Penitencio-me por qualquer reparo que possa ter feito ao seus comentários anteriores :)
Publicado por: Vítor às agosto 10, 2005 10:03 PM
Joana voce e o Vasco Pulido valente de saias.
Nao se preocupe com a situacao do pais daqui a 20 anos ainda estaremos aqui, e bem. Por essa altura, ou colhemos os frutos de uma revolucao liberal palaciana, e ai o aeroporto da ota cair/nos/a que nem ginjas. O desemprego caira para os 20 por cento, as nossas reformas estarao reduzidas, ou congeladas por alguns anos, mas conseguiremos resolver a situacao, a elite do pais, e a sub//elite emigrara para Espanha ou Gar/Bretanha, onde licenciados em Economia e Ciencia Politica abrirao restaurantes, e bazares de perfumes.
Se acontecer o que eu prevejo, ou seja, nada do anteriormente referido, viveremos na ditadura dos servicos, atente bem no conceito pois ouvi/lo/a mais vezes, ditadura dos servicos, onde cerca de 76 por cento da mao de obra portuguesa trabalhara nos servicos, dos hoteis, campos de golfe, estancias, resort, health clubs, clubes med dos reformados, sendo uma especie de estancia turistica permanente dos restantes povos da Europa. Por essa altura, os brasileiros, ucranianos, moldavos, bem se poderao ir embora, pois teremos muitos licenciados portugueses a servir as mesas, e a entregar toalhas de banho em loteamentos turisticos no Alentejo e Algarve, a media de salarios rondara os 250 contos, e viveremos felizes para sempre. Seremos a Suecia do Sul da Europa, com salarios mais baixos, menos proteccao social, mas com impostos proporcionalmente elevados, enfim, sera o paraiso.
Nao renegue o professor Ernani Lopes, Joana, e ja sabe,
Turismo
Prestacao de Servicos aos seniores Europeus
Energia renovaveis com aproveitamento das condicoes climatericas, que sao fantasticas no nosso Pais.
Publicado por: goncalo às agosto 11, 2005 06:25 AM
"Isso não significa que não possa ter um sistema educativo e um sistema de saúde mais eficientes e mais equitativos que os das democracias ocidentais"
hahaha! tal como a RDA era um país avançado.... Porque raio é que vocês não aprendem com as lições da história...tenho a certeza que el-comandante e os apparachiks do partido não vão ao comum dos hospitais...
Publicado por: lucklucky às agosto 11, 2005 07:51 AM
As pessoas andaram durante décadas a serem enganadas e sódescobriram quando o muro caiu.
Mas continuam a querer ser enganadas onde o muro ainda não caiu. É a tentação do erro.
Publicado por: Sa Chico às agosto 11, 2005 08:56 AM
Publicado por: goncalo às agosto 11, 2005 06:25 AM
"Joana voce e o Vasco Pulido valente de saias."
Acho que se enganou no local. Aqui não se tratam disfunções da personaliade, nem dificuldades de identificação sexual.
Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 10:22 AM
Publicado por: Sa Chico às agosto 11, 2005 08:56 AM
Caiu um dos muros, o de Berlim, e com ele outros "muros" em várias paises "comunistas".
Contudo, os muros socialistas e estatitas nas sociedades ocidentais continuam bem firmes.
Publicado por: Mário às agosto 11, 2005 10:24 AM
lucklucky às agosto 11, 2005 07:51 AM
Pouco me interessa saber se El Comandante e os aparachiks vão ao comum dos hospitais. Interessa-me saber se o comum dos mortais tem um hospital onde possa ir e seja bem tratado sem pagar nada. Complicado, não é?...
Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 01:42 PM
"sem pagar nada"
Mas paga, em qualquer dos casos paga.
Por exemplo o que me tens a dizer ao dinheiro ser entregue ao doente em vez de ao hospital? e este escolhe o melhor e mais eficiente na sua opinião, recompensando-o?
Publicado por: lucklucky às agosto 11, 2005 03:42 PM
lucklucky às agosto 11, 2005 03:42 PM
Os adoradores de Moloch já não dizem coisa com coisa. Então eu, que tenho uma perna partida com fractura exposta, vou dar uma voltinha pelos cinco hospitais da zona para saber quem é que me leva mais barato e quem tem estatísticas de sucesso maiores? E só depois me deixo tratar pelo "melhor e mais eficiente"?...
Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 07:35 PM
Publicado por: Albatroz às agosto 11, 2005 07:35 PM
Actualize-se homem. Faça uma busca pela internet.
Quem quer ver problemas acaba por criá-los.
Publicado por: Mário às agosto 12, 2005 11:49 AM
patetices, albatroz se estiveres sem gasolina também escolhes a estação mais perto não é?
http://news.bbc.co.uk/1/shared/spl/hi/picture_gallery/05/europe_solidarity_in_poland0/html/1.stm
Foi há 25 anos
Publicado por: lucklucky às agosto 14, 2005 10:31 PM
A 5ª fotografia, luck lucky, é um Poema.
Publicado por: asdrubal às agosto 15, 2005 05:00 PM