« Os Destroços do Catamarã | Entrada | Sofisma Miranda »
agosto 18, 2005
Impostos e Eficiência
Quais são os custos dos impostos para os contribuintes? Muitos julgam que são apenas os valores despendidos no seu pagamento. Outros, mais perspicazes, somam-lhe os custos administrativos decorrentes dessa tributação: custo dos impressos, tempo despendido a preencher os impressos e nas filas de espera para entrega das declarações e pagamento dos impostos, custo de um contabilista, ou de um serviço de contabilidade, para alguns contribuintes ou para as pessoas colectivas, etc.. Enganam-se! Os que se debruçaram, com alguma profundidade, nas questões microeconómicas, sabem que existe ainda um custo social, também chamado peso morto, pelo facto dos impostos distorcerem as decisões que as pessoas tomam. Esse custo não é sentido directamente: a economia funciona pior do que devia funcionar, apenas não se atina porquê. Mas ele existe e, muitas vezes, é superior ao próprio imposto! E não é individual: é um ónus que recai sobre toda a colectividade. Embora em Economia as experiências sejam raras e pouco recomendáveis, há a interessante experiência da Islândia:
A Islândia fez uma experiência de ausência de imposto sobre o rendimento. Até 1987 calculava IRS sobre o rendimento do ano anterior. A partir de 1988 passou a calcular sobre o ano em curso. Portanto o rendimento de 1987 não foi tributado. Verificou-se que o PIB em 1987 foi 7,1% superior ao PIB de 1986 (a preços constantes), caindo 2% em 1988 (ver nota final). E isto aconteceu apesar de não se tratar de um efeito permanente, ou seja, as decisões a prazo nunca seriam influenciadas por uma situação (ausência de IRS) que só afectaria os rendimentos de um ano. Todavia foi o suficiente para os islandeses produzirem mais. A ideia do governo da Islândia não foi fazer uma experiência de Teoria Económica, foi apenas mudar a forma de tributação. Mas os resultados tornaram-se um case-study.
Demonstrei em Impostos e nível de Emprego que o aumento do imposto sobre o factor trabalho se traduziria, para além da sua influência nas remunerações brutas e líquidas, numa diminuição do nível de emprego e, portanto, do nível da actividade económica. Concomitantemente havia um custo social que aumentava com a taxa do imposto e que fazia com que a própria receita fiscal começasse a diminuir a partir de uma determinada taxa. Pode custar a entender esse custo social, o peso morto, (representado no gráfico pelos sucessivos polígonos B-C-A, D-E-A e F-G-A) para quem não está familiarizado com a análise microeconómica, mas vou tentar explicar de uma forma mais descritiva e menos matemática.
Um dos princípios básicos da Economia é o de que as pessoas reagem a estímulos ou a incentivos. Esses estímulos podem ser os preços dos mercados propostos pelos vendedores, mas também podem ser os novos preços resultantes da intervenção estatal a nível fiscal. Se aumentar a fiscalidade relativamente à casa própria (IMT e/ou IMI) as pessoas reagem adquirindo uma casa mais pequena ou alugando um apartamento e aplicando o dinheiro remanescente na aquisição de outros bens.
Distorção semelhante se dá no mercado de trabalho, no caso do exemplo apresentado. À medida que a taxa de imposto cresce, diminuem os incentivos da empresa em manter o nível de emprego inicial e as pessoas trabalham menos, em troca do lazer e do subsídio de desemprego. Outra ineficiência causada pelo imposto é o facto de desencorajar a poupança.
Uma forma de eliminar aquelas distorções e a perda social correspondente, seria taxar apenas o consumo. Não taxar o trabalho, mas taxar o consumo. Isentar igualmente de impostos as aplicações capitalizáveis em fundos de pensões de reforma ou invalidez. Nesse caso não há distorção nas decisões no mercado de trabalho.
O tipo de imposto mais eficiente do ponto de vista económico é o imposto de montante único. Qualquer ganho adicional é taxado a 0%, portanto não afecta as decisões das pessoas, logo não causa perda de bem estar social. Todavia é um imposto injusto do ponto de vista da equidade social. Por outro lado, pode argumentar-se que os ricos beneficiam mais dos serviços do Estado que os pobres. Se é verdade que os serviços públicos de Saúde e Educação são iguais para todos, também é verdade que a protecção conferida pela justiça e os serviços de segurança pública e de defesa beneficiam mais os ricos, que têm mais a perder. Há ainda um outro argumento, baseado na capacidade de pagamento, que serve de suporte ao imposto progressivo. Todavia a experiência em diversos países tem demonstrado que taxas marginais bastante elevadas constituem um forte desincentivo ao trabalho altamente qualificado e ao investimento e causam uma elevada perda de bem estar social (aumento do chamado peso morto).
É nos impostos sobre as pessoas colectivas que as distorções económicas introduzidas são mais flagrantes e contraproducentes. É motivador para o eleitor individual ouvir falar em tributar mais as empresas. Então se forem Bancos e Seguradoras, o efeito é ainda mais empolgante. Resta saber quem vai, realmente, pagar esses impostos tão empolgantes, e que distorções irão introduzir na economia.
Em primeiro lugar, uma coisa é certa: a Empresa não paga impostos, é apenas uma intermediária entre o Estado e outros. É uma mediadora fiscal. Quem paga os impostos são os proprietários (accionistas), os clientes e os trabalhadores da empresa. Inicialmente, um aumento do imposto é distribuído entre os proprietários e os clientes. No caso dos accionistas, diminuição do rendimento das acções vai fazê-las cair e incentivar a sua venda. O valor da empresa baixa. No caso dos clientes, o aumento dos preços vai fazer diminuir a procura. Pouco a pouco, serão os trabalhadores a pagarem o aumento do imposto: menores aumentos salariais, menos admissões de pessoal ou mesmo diminuição de efectivos. Entretanto os proprietários (accionistas) tenderão a desviar os seus investimentos para outras áreas, ou outros países, o que se reflectirá no nível de emprego naquele sector. O resultado final é óbvio: serão os trabalhadores que, indirectamente, pagarão os aumentos dos impostos às empresas, ou a manutenção de um nível fiscal elevado, comparado com outros países.
Portanto os impostos sobre o rendimento introduzem distorções nas decisões dos agentes económicos, que conduzem a uma diminuição da eficiência económica e a uma perda de bem estar social (ou colectivo). Para taxas relativamente baixas, o que se perde é compensado em termos de equidade social não se atinge o óptimo colectivo, mas consegue-se uma maior equidade social com um custo colectivo comportável. Aliás, numa economia real, a eficiência dos mercados é relativa, porquanto há distorções, algumas inevitáveis, do modelo concorrencial. Neste entendimento, o efeito de distorção introduzido por um nível razoável de fiscalidade é mais que compensado por uma maior equidade que se traduz num maior consenso social. A partir de um certo nível de fiscalidade (variável conforme a qualidade do sistema fiscal) a diminuição da eficiência económica leva ao empobrecimento colectivo em nome de uma alegada equidade social.
Em qualquer dos casos, o tradeoff entre equidade e eficiência não deve ser resolvido pela Economia. A Economia apenas calcula os resultados para os diferentes cenários. São os políticos que terão que decidir. Se o projecto dos políticos for favorecer a equidade a troco do empobrecimento do país (que normalmente só se torna visível a médio ou longo prazo), o máximo que a Economia pode conseguir é transformar essa opção num case-study para ensinar nas Universidades aquilo que não se deve fazer e o desastre a que essa política conduziu. O grave é que o case-study normalmente tem o mesmo papel da autópsia não devolve a vida ao sinistrado.
No caso português nem isso acontece o nosso nível de fiscalidade não visa qualquer equidade social, mas apenas manter um Estado ineficiente e autofágico, o Moloch estatal.
Nota:
PIB Islandês, a preços constantes, Base 100 = PIB de 1986
1986
.100
1987
.107,08
1988
.
105,14
1989
.
104,66
1990
.104,97
(Fonte: Cálculos feitos sobre estatísticas do FMI)
O PIB de 1988 ainda foi afectado pelo boom de 1987.
Calculando a diferença entre o PIB de cada ano e o PIB calculado em termos de crescimento médio entre 1986 e 1990, verifica-se que o PIB1987 foi superior em 5,86% e o PIB 1988 foi superior em 2,69%. Portanto a inexistência de tributação relativamente aos rendimentos auferidos no ano de 1987 induziu uma riqueza nacional adicional, pontual, superior a 8%, a preços constantes.
Publicado por Joana às agosto 18, 2005 05:57 PM
Trackback pings
TrackBack URL para esta entrada:
http://semiramis.weblog.com.pt/privado/trac.cgi/100840
Comentários
Joana:
Fiquei com uma dúvida, que agradeço, me esclareça:
Os Islandeses, já sabiam, em 1987 que, nesse mesmo ano fiscal de 1987, o rendimento não iria ser tributado?
Para os economistas que queiram tirar outras conclusões, consultar p.f.:
http://www.ths.is/rit/sogulegt/english.htm
Publicado por: Vítor às agosto 18, 2005 06:18 PM
Vítor às agosto 18, 2005 06:18 PM:
Os números foram retirados da base de dados do FMI (um ficheiro Excel que tenho no PC) e referem-se ao PIB per capita, a preços constantes, na divisa do país. Eu reduzi o PIB de 1986 a 100 e apresentei PIB referente aos outros anos, reduzindo-os a essa base.
A informação colhi-a num artigo publicado em fins de 2001 (ou início de 2002) na American Economic Review. Segundo depreendi os islandeses sabiam perfeitamente da mudança da base tributária. Nem outra coisa seria expectável, visto que senão infringia-se o princípio da não retroactividade. Os meus números podem não coincidir exactamente com os da revista, porque não a tenho à mão. Foi por isso que utilizei os números do FMI.
Não posso dar informações mais detalhadas, visto estar de férias e a única documentação que possuo é a que está no PC e em alguns CD's..
Nem vou, agora, devassar esse site, visto a minha ligação à net ser por GPRS e seria uma opção desnecessariamente cara.
E desnecessariamente, porque você já o consultou e obteve ideias próprias e diferentes, visto o ter aconselhado aos "economistas que queiram tirar outras conclusões".
Como estou com acesso muito limitado à net, mas sou muito curiosa e aberta a outras ideias, gostaria de saber que "outras conclusões" tirou.
Publicado por: Joana às agosto 18, 2005 07:11 PM
É um facto de que a empresa em si não paga impostos. Mas os lucros dos proprietários são afectados por esses impostos
Publicado por: vitapis às agosto 18, 2005 07:57 PM
Nunca pensei estar totalmente de acordo com a Joana em DUAS coisas no mesmo post!!!
1º - "Outra ineficiência causada pelo imposto é o facto de desencorajar a poupança. Uma forma de eliminar aquelas distorções e a perda social correspondente, seria taxar apenas o consumo. Não taxar o trabalho, mas taxar o consumo."
2º - "Em qualquer dos casos, o tradeoff entre equidade e eficiência não deve ser resolvido pela Economia. A Economia apenas calcula os resultados para os diferentes cenários. São os políticos que terão que decidir."
Um de nós dois ainda não é um caso totalmente perdido...
Publicado por: Albatroz às agosto 18, 2005 08:13 PM
Não chega aos 40 comentários a não ser que o Senhor Vitor consiga sair da armadilha que ele mesmo colocou no pé.
Publicado por: carlos alberto às agosto 18, 2005 09:00 PM
Olhe que eu ainda cá estou e se se metem com o meu amigo faço 100 comentários num instante.
Publicado por: pyrenaica às agosto 18, 2005 09:06 PM
Bom mas agora vou jantar fora. Depois logo venho ver como é que andam os tradeoffs (como é que se traduz isso em português?)
Publicado por: pyrenaica às agosto 18, 2005 09:10 PM
O problema é que esse projecto de empobrecimento a longo prazo parece ser o projecto da nossa classe política. E como é a longo prazo é um empobrecimento sem dor. A malta não dá por ele porque há outras coisas muito importantes: o futebol, o embate Soares-Cavaco, etc.
Publicado por: curioso às agosto 18, 2005 09:21 PM
Bem, não é totalmente sem dor. Há malta que vai ficando desempregada. E outros que arranjam emprego a ganhar muito menos.
Publicado por: curioso às agosto 18, 2005 09:29 PM
caro pyrenaica, aqui tem com que se entreter depois do jantar :
Financial Concepts: The Risk/Return Tradeoff
The risk/return tradeoff could easily be called the "ability-to-sleep-at-night test." While some people can handle the equivalent of financial skydiving without batting an eye, others are terrified to climb the financial ladder without a secure harness. Deciding what amount of risk you can take while remaining comfortable with your investments is very important.
http://www.investopedia.com/university/concepts/concepts1.asp
Publicado por: zippiz às agosto 18, 2005 09:56 PM
Se estiver por aí o Asdrubal é para avisar que Manuel Alegre disse que a República não tem dono !
Uma boa notícia, ou nem por isso, para a monarquia !
Publicado por: zippiz às agosto 18, 2005 10:01 PM
Ainda dizem que o pessoal do futebol pensa com os pés ! Aqui vai uma boa definição/aplicação de TRADEOFF :
"As equipas que defendem com 11 têm mais dificuldades em atacar. As equipas que atacam com 11 têm mais dificuldade em defender. É no equilíbrio entre as duas coisas que cada treinador tem que procurar a consistência da sua equipa, sabendo que isso também é determinado pelas características dos seus jogadores, pela expectativa que temos de espectáculo, pelo projecto de equipa vencedora que temos.
Peseiro explicou que...
Publicado por: zippiz às agosto 18, 2005 10:11 PM
Essa teoria que as empresas não pagam impostos está-me a deixar depressivo. Já sabia que havia muitas que não pagavam mesmo, só não sabia que aquelas que pagavam, apenas estavam a fazer colecta por conta do Estado.
Publicado por: Coruja às agosto 18, 2005 10:34 PM
Eu bem me parecia que isso dos tradeoffs não tem tradução em português, é como o stress. Fico desconfiadíssimo de tudo o que não tem tradução em português. Verdade se diga que com aquela da performance/desempenho conseguiram caçar-me durante uns tempos... Eu cá sou mais fado, heróis do mar, saudades e, pour le moment, Manu Chau. E agora que já estou lexotão vou dormir...para o dia nascer feliz (Ney Matogrosso) e amanhã ainda ando por aqui a investigar a temperatura do blog, que me adiaram o voo por um dia, o que dá um jeitão a um homem metido com máquinas de lavar roupa.
Publicado por: pyrenaica às agosto 18, 2005 11:09 PM
Publicado por: Joana às agosto 18, 2005 07:11 PM
Agradeço a sua resposta à minha pergunta.
Os dados que consultei no site que refiro, reportam um PIB, em 1987.. Vou tentar reproduzir aqui alguns:
Volume
changes on
previous year
Indices
1945=100
1990=100
1980 76,36 5,7
1981 79,62 4,3
1982 81,33 2,2
1983 79,58 -2,2
1984 82,87 4,1
1985 85,60 3,3
1986 90,90 6,2
1987 98,72 8,6
1988 98,66 -0,1
1989 98,93 0,3
1990 100,00 1,1
1991 100,73 0,7
1992 97,41 -3,3
1993 97,97 0,6
1994 102,36 4,5
1995 102,49 0,1
1996 107,79 5,2
1997 112,71 4,6
1998 118,71 5,3
1999 123,37 3,9
2000 129,51 5,0
Publicado por: Vítor às agosto 18, 2005 11:14 PM
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=188378
Publicado por: pyrenaica às agosto 18, 2005 11:16 PM
Publicado por: Joana às agosto 18, 2005 07:11 PM
Agradeço a sua resposta à minha pergunta.
Vou tentar reproduzir aqui alguns dos dados que constam do site que referi:
Indices
1945=100 Variação %
1990=100 em relação ao ano anterior
1980 76,36 5,7
1981 79,62 4,3
1982 81,33 2,2
1983 79,58 -2,2
1984 82,87 4,1
1985 85,60 3,3
1986 90,90 6,2
1987 98,72 8,6
1988 98,66 -0,1
1989 98,93 0,3
1990 100,00 1,1
1991 100,73 0,7
1992 97,41 -3,3
1993 97,97 0,6
1994 102,36 4,5
1995 102,49 0,1
1996 107,79 5,2
1997 112,71 4,6
1998 118,71 5,3
1999 123,37 3,9
2000 129,51 5,0
E informo que não tirei conclusões diferentes. É uma matéria que não pode ser abordada de uma forma simplista (seria o que um leigo, como eu, faria). Simplesmente sugeri que, os economistas que frequentam o blogue, consultem os dados para tirar outras conclusões. Não percebo porque é que a Joana acha que as outras conclusões devam ser diferentes da sua conclusão. Os dados permitem tirar diversas conclusões não necessariamente contraditórias.
Com isto espero ter também respondido ao comentário precipitado do Senhor Carlos Alberto (às agosto 18, 2005 09:00 PM)
Publicado por: Vítor às agosto 18, 2005 11:24 PM
Carreguei inadvertidamente numa tecla e deu asneira (Vítor às agosto 18, 2005 11:14 PM). Terá sido contágio "precipitacional"? :)
Afinal as colunas de dados encostaram-se umas às outras, mas espero que ainda sejam legíveis (Vítor às agosto 18, 2005 11:24 PM)
Publicado por: Vítor às agosto 18, 2005 11:27 PM
Foi mesmo contágio "precipitacional". Obriga-me a fazer a festa, atirar os foguetes e ir apanhar as canas...
Quero dizer:
Percebi agora que quando a Joana diz "...você já o consultou e obteve ideias próprias e diferentes" não estaria necessariamente a pensar que eu teria pensado em conclusões que refutassem as suas (volta, Maria José Nogueira Pinto - estás perdoada).
Se é esse o caso, aqui fica o meu pedido de desculpa.
Publicado por: Vítor às agosto 18, 2005 11:34 PM
Vítor às agosto 18, 2005 11:24 PM:
Essa série é praticamente idêntica à série que o FMI indica para o PIB total (não per capita) a preços constantes (veja se não se trata do PIB total). A diferença é pequena, porque a população da Islândia não cresce com taxa elevada.
Em qualquer dos casos as diferenças não são significativas.
É óbvio que com menos impostos sobre o rendimento as pessoas trabalham mais (mais horas, menos férias, trabalhos por conta própria, etc.), nomeadamente aqueles cuja taxa marginal de imposto é mais elevada.
Nem todos reagirão do mesmo modo, mas o que interessa é a lei dos grandes números.
Publicado por: Joana às agosto 19, 2005 12:18 AM
Ao olhar para os "números" da Joana, lembro-me, de vez em quando, do poema de Walt Whitman "When I Heard the Learned Astronomer":
"When I heard the learn'd astronomer,
When the proofs, the figures, were ranged in columns before me,
When I was shown the charts and diagrams, to add, divide,
and measure them,
When I sitting heard the astronomer where he lectured with
much applause in the lecture-room,
How soon unaccountable I became tired and sick,
Till rising and gliding out I wander'd off by myself,
In the mystical moist night-air, and from time to time,
Look'd up in perfect silence at the stars."
Publicado por: Vítor às agosto 19, 2005 12:21 AM
Publicado por: Joana às agosto 19, 2005 12:18 AM
Apesar dos "escritos" em islandês e inglês, parece ser, de facto, o PIB total.
Nos gráficos surge também a taxa de crescimento populacional e a variação, per capita, do PIB.
'Night...
Publicado por: Vítor às agosto 19, 2005 12:26 AM
E há-de concordar que a maneira como redigiu o seu comentário inicial poderia levar a supor que achava que o caso que eu havia transcrito continha inexactidões, que poderiam levar a outras conclusões.
Eu não aldrabo números. Poderia eventualmente ser induzida em erro. Mas as publicações ou fontes a que recorro são, sempre, acima desse tipo de suspeitas.
Passo a vida a emitir pareceres e tento ser rigorosa, por diversas razões e, uma delas, porque são coisas de responsabilidade. Outra, porque é isso que esperam de mim.
Posso ter opiniões "fracturantes", mas os números que apresento não são "fracturantes", são factos
Publicado por: Joana às agosto 19, 2005 12:30 AM
Vá, estão perdoados.
Publicado por: Coiso às agosto 19, 2005 12:39 AM
Todos ... também o Carlos Alberto
Publicado por: Coiso às agosto 19, 2005 12:40 AM
zippiz em Agosto 18, 2005 10:01 PM,
"A República não tem dono" é uma daquelas frases feitas que fazem parecer uma apoteose de doutrina pura. Estou muito impressionado que Manuel Alegre se candidate à Presidência de uma República sem Rei nem roque, e que depois desista a favor do octogenário como é da praxe.
Já vi este filme.
Publicado por: asdrubal às agosto 19, 2005 04:07 AM
Vá lá:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=188411
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 10:18 AM
Joana, desculpe estar a dar-lhe trabalho em férias, mas gostaria de colocar mais uma questão:
O crescimento per capita do PIB islandês foi em 1984, 1985 e 1986 (dados do site que referi) de, respectivamente (e em relação ao ano imediatamente anterior) 3,1 2,5 e 5,4 %. Em 1987 foi de 7,4%. Posteriormente, estes valores sofreram uma queda para valores negativos ou praticamente nulos, até meados dos anos 90, voltando então a crescer a taxas de 3 a 4% até 2000.
Poderemos atribuir o crescimento per capita do PIB entre 1986 e 1987, apenas à referida não tributação do rendimento de 1987, ou terá o bom desempenho dos anos anteriores (e os factores que lhe estão associados) influenciado aquele resultado?
Nota: não consegui ler o artigo do American Economic Review a que se refere, pelo que não percebi como foi estabelecida a relação causal entre a não tributação do rendimento e o crescimento anual do PIB
Publicado por: Vítor às agosto 19, 2005 10:34 AM
Eu dessa conversa dos impostos demito-me, excepto no sentido em que faço votos de que tod@s tenham os seus impostos em dia, como felizmente eu tenho. Eu sei que é irrealista mas prossiga-se nesse caminho.
Joana eu não sei alemão, só transcrevo:
Das Wesen der Warhrheit enthüllt sich als Freiheit - a essência da verdade manifesta-se como liberdade
Martin Heidegger, Sobre a Essência da Verdade, tradução Carlos Morujão, Porto Editora.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 10:51 AM
Yin-Kuo daqui a bocadinho vou fazer o meu desporto favorito. Com a nossa vigilante do ambiente, ela de pinça, eu de espeto, vamos apanhar lixo urbano aqui nos descampados. Só te digo, sou gamado por furar garrafas, garrafões, garrafinhas, etc, de plástico.
Estas coisas eu só descobri depois de ficar desempregado, é tão bom! Bem me dizia a minha amiga budista que eu tinha tido muita sorte em ser notificado da cessação do meu contrato no dia em que eles comemoram a iluminação do dito.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 11:00 AM
Deu-me para as perguntas (é a fase do Porquê num trintão)
Agora a propósito do crescimento do PIB e também do trabalho do Quercus que ruma a Oriente:
Li há uns tempos que o crescimento económico necessário à prossecução dos objectivos de qualquer política de crescimento de emprego e rendimento per capita, e de estabilização de preços, não é sustentável. Ou melhor, não será possível (?) manter um crescimento constante da economia, porque isto provocaria o exaurir dos recursos ambientais (latu sensu).
Será então insustentável um crescimento perpétuo da economia?
Claro que, subjacente ao crescimento económico (e à valorização dos recursos ambientais afectados/utilizados) estará a capacidade de a economia proceder à substituição dos recursos utilizados e de conseguir o progresso tecnológico necessário para ultrapassar as limitações desses mesmos recursos. Mas, ainda assim, será o progresso suficientemente rápido e eficaz para manter uma criação constante e crescente de riqueza?
Ou teremos que nos resignar a um pêndulo de velocidade variável?
Publicado por: Vítor às agosto 19, 2005 11:18 AM
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 11:00 AM
E não é que, mesmo fora dos limites de qualquer filosofia Zen, pode-se ser incomensuravelmente mais feliz a "pinçar a pinça" e a espetar o espeto do que a teorizar sobre economia.
Publicado por: Vítor às agosto 19, 2005 11:21 AM
Julgo que a maioria dos homens portugueses está rendida ao budismo.
Pelo menos a julgar pela barriga...
Publicado por: Vítor às agosto 19, 2005 11:25 AM
Pyrenaica, acho que se pode traduzir tradeoff por arbitragem. O tradeoff da Joana entre equidade e eficiência dos impostos é uma arbitragem entre os dois critérios.
Portanto os islandeses fartaram-se de trabalhar em 1987 porque sabiam que a factura fiscal de 1988 seria determinada pelo rendimento a obter nesse ano.
Acho que em França anualmente os contribuintes pagam um imposto que resulta do rendimento do ano transacto (uma espécie de imposto complementar). Se na Islândia era semelhante, em 1988 desapareceu essa contribuição e portanto os contribuintes não tiveram de entregar esse dinheiro ao fisco, e aumentaram o consumo... Isso também seria expansionista...
Quando o Governo do Prof. Cavaco Silva fez a reforma fiscal não nos poupou o imposto complementar no ano da transição para o IRS, salvo o erro.
Publicado por: Tradeoff às agosto 19, 2005 11:37 AM
Estive a olhar os números para o crescimento do PIB do Vítor e lembrei-me do modelo da teia de aranha dos mercados (uma vez escrevi no quadro "tanha de aranha", mas pronto, corrigi logo, acho que só uma ou duas pessoas é que viram... :) ).
O modelo de teia de aranha com oscilações, claro.
Publicado por: Tradeoff às agosto 19, 2005 11:49 AM
Este blog está-se a tornar num serviço público promovido não apenas pela blogger mas também por alguns intervenientes.
É um serviço público mais interessante que "O Público on line" que é vendido. Não quero dar más ideias à blogger, mas acho que isto está a ser transaccionado muito abaixo da produtividade marginal.
Publicado por: marginal às agosto 19, 2005 12:45 PM
Chi, já f. buereré... Mas agora tenho de ir tratar de umas coisas e deixar o carro limpinho. Té logo.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 02:06 PM
carlos alberto às agosto 18, 2005 09:00 PM
Terei que dar razão ao Senhor Carlos Alberto?
Não chegamos aos 40?
Publicado por: Vítor às agosto 19, 2005 03:04 PM
Estou convencido. Ponderei o que tenho feito até agora e conclui que as minhas decisões teriam sido muito melhores para a nossa economia se não fossem os estúpidos dos impostos.
Publicado por: soromenho às agosto 19, 2005 03:09 PM
Os recursos são importantes mas com a tecnologia/novos materiais/reciclagem não acredito que seja preocupante.
Em teoria o crescimento per capita da economia ad eternum tende a ser improvável por causa do limitado tempo que as pessoas têm para dedicar a uma actividade.
Isto obviamente já numa situação de conforto. Ainda a Africa tem de ser tornar globalizada.
Mas depois lembro-me dos sapatos da Imelda Marcus .... :)
Publicado por: lucklucky às agosto 19, 2005 04:32 PM
Já que falamos de impostos, toca a ir espreitar a Declaração de Rendimentos do Daniel Jonas (Será isto o propalado fim do sigilo fiscal?)
http://asruinascirculares.weblog.com.pt/arquivo/2005/07/daniel_jonas.html
Publicado por: Vítor às agosto 19, 2005 05:07 PM
«O primeiro-ministro, José Sócrates, vai anunciar esta sexta-feira que o Governo arrecadou 700 milhões de euros em receitas fiscais até final Julho, com o plano de combate à fraude e evasão fiscal». (Diário Digital)
Zippiz :
Um submarino já cá canta, ehehehe !
Publicado por: asdrubal às agosto 19, 2005 05:40 PM
Vítor às agosto 19, 2005 11:18 AM:
Desde Malthus, passando pelo Clube de Roma, muitos anunciam o fim dos recursos naturais. A base desse raciocínio é a falácia que a tecnologia em cada época permanece constante. Ora as tecnologias mudam e os recursos naturais utilizados mudam igualmente.
O cobre, por exemplo: se a tecnologia de há umas décadas se mantivesse é provável que estivessemos numa completa penúria de cobre e a Somincor a "nadar em dinheiro". Sucede que o cobre tem sido substituído em muitas aplicações (por ex.,a fibra óptica).
Publicado por: Joana às agosto 19, 2005 05:43 PM
Concordo, Joana que a maioria dos modelos previsionais pressupõe a tecnologia constante. mas também me parece que o optimismo eufórico que dominou a crença tecnológica so século XX, vai dar um lindo bum!... Lembre-se dos pigmeus da floresta Mbuti. o "Dominion" foi 4escrito por Niles Eldredge, o curador do Natural History Museum of N. York. Eu comprei-o em 1976 em Toronto, antes de me dirigir para a Big Apple.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 05:52 PM
Vítor às agosto 19, 2005 10:34 AM:
Eles estabeleceram uma relação casual porque houve um pico no PIB não explicável por outras causas e, também, porque se devem ter debruçado sobre o assunto. Foi uma época em que se discutia muito a política fiscal americana e se buscavam exemplos para servir de argumentação.
Eu medi a diferença entre o PIB de cada ano e a recta que une o PIB de 1986 e de 1990 e extraí as conclusões que leu.
E fiz aquele raciocínio: era um animal que miava e se aproximava sorrateiramente, logo era um gato.
Espero que não fosse um tigre a imitar um gato.
Publicado por: Joana às agosto 19, 2005 05:52 PM
Onde está 1976 leia-se 1996.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 05:53 PM
Joana peço-lhe que critique a seguinte proposição:
" o valor económico total do ar que respiramos é zero, porque é suficientementemente abundante e de acesso imediato"
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 06:22 PM
e todol@s l@s que quiserem, também puedem criticar.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 06:24 PM
o valor económico total do ar que respiramos não é zero. Há muitas décadas, ele poderia ser considerado "quase" zero, porque a sua utilização era pequena em relação à sua quantidade.
Actualmente não (veja o meu post sobre o Mercado e Ambiente" e um comentário aí inserto sobre o leilão da emissão de dioxinas e SO2).
Ele é zero para muitos, porque é difícil conferir direitos de propriedade em relação à sua utilização. Mas com os actuais controlos é possível estabelecer critérios de utilização que mantenham a qualidade do ar dentro dos limites aceitáveis determinados cientificamente.
No fundo, definir custos de utilização desse recurso, que é também escasso.
E se é escasso, tem valor económico.
Publicado por: Joana às agosto 19, 2005 06:34 PM
Ok, gostei, consegue propôr uma estimativa para o VET do ar que respiramos?
Outra questão, peço-lhe, agradecidamente, que critiquue estoutra afirmação: "o valor de uso do ar que respiramos é infinito e o seu valor de troca é zero"
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 06:46 PM
Tradeoff estive a phroneticar; acho que arbitragem não está bem, embora exista um princípio de arbitragem associado, mas parece-me que tradeoff é mais o resultado, não? Se for assim, talvez: compensação ou contrapartida?
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 06:56 PM
portinhol?
Que orazon mi corazon
Manu Chau
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 07:08 PM
Tech...
http://www.msnbc.msn.com/id/8976160/
"Nanotubes show their strength in numbers
Super-strong sheets could be used in future screens and surfaces."
legenda da imagem
"Two carbon nanotube sheets support droplets of orange juice, water and grape juice. The mass of each droplet is up to 50,000 times that of the contacting sheets."
Publicado por: lucklucky às agosto 19, 2005 07:21 PM
Se os recursos não fossem escassos, não havia nem Teoria Económica, nem economistas. Devo à escassez de recursos o meu emprego. É triste, mas é verdade.
Publicado por: Joana às agosto 19, 2005 07:24 PM
capicua!
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 07:25 PM
lucky ainda bem que lembraste o lado bom da coisa. Dispensa-me de falar do lado mau :)
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 07:28 PM
"Toute chose, tout phénomène peut être envisagé à deux niveaux de réalité: celui de la vérité relative et celui de vérité ultime. Ces deux vérités correspondent à deux points de vue, deux visions de la réalité: la vérité ou vision relative est relativement ou conventionnellement vraie et finalement illusoire; la vérité ou vision ultime est definitivement vraie; étant l' expérience authentique au-delà de toutes les illusions",
pag. 77, La Voie de Bouddha (selon la tradition tibétaine), Kalou Rinpoché, Éditions du Seuil, 1993.
PS: isto é só para vosso conhecimento, que eu só sou meio-budista porque ainda falta acontecer uma coisa, pelo menos.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 07:38 PM
Pela forma como a Joana parece acreditar que haverá sempre recursos para manter uma taxa de crescimento semlhante àquela que temos tido, concluo que ela é uma fiel admiradora da Dona Branca... A economia da Joana é uma espécie de pirâmide de base infinita...
Publicado por: Albatroz às agosto 19, 2005 08:14 PM
Joana, apesar de eu concordar com o Albatroz, senti no seu comentário anterior, pela primeira vez, uma tristeza, que me comoveu imagine.
É assim, para mim todas as pessoas de boa ventade são bem-vindas, os outros são basicamente ignorantes, não viram suficientemente longe - inteligência afinal é isso, etimologicamente.
Agora eu exerço a plenitude da minha liberdade de reflexão e não deixo nem que o discurso económico ou jurídico me remetam para outra posição distinta de Cidadão do Mundo, livre de ajuizar. A política é a linguagem em que somos todos iguais se tivermos por aceite a definição de Aristóteles de que somos animais políticos.
Agora claro que é preciso estar sempre disposto a aprender, mas isso para mim é um gosto a não ser quando estou com o pensador esquentado (?).
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 08:30 PM
Não vá isto dar origem a uma coisa imprevisível: não é ventade, é vontade.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 08:55 PM
E como exerço a plenitude do meu juízo, constato que o século da maravilha tecnológica foi o da maior mortandade absoluta de sempre.
E o que está aí a vir é tão "lindo"... lá no berço da civilização e um pouco por todo o mundo.
Mas é muito interessante que a seguir à Condição Pós-Moderna, muito bem colocado na altura, por Lyotard - o fim das Grandes Narrativas - seja sucedido pelo seu regresso em pleno.
Como vamos designar esta época: a do apocalipse?
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 09:35 PM
Há no entanto uma remota possibilidade de que tal não aconteça se Gaia arranjar namorad@, que eu cheira-me que andamos metidos nesta salsa toda porque @ menin@ está fart@ de estar sozinh@ neste canto do Cosmos. Bem mas esse assunto transcende-me absolutamente.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 09:50 PM
Joana às agosto 19, 2005 07:24 PM:
São as contradições deste mundo. Uns vivem das ralações dos outros
Publicado por: Rui Sá às agosto 19, 2005 10:29 PM
Discordo das conclusões que tiras do Séc XX pyrenaica a mortantade deu-se mais devido á ideologia do que á tecnologia: os milhões mortos no Gulag Comunista, na China, nos crematórios Nazis ultrapassam em muito as mortes das guerras tecnológicas. No passado recente os massacres no Ruanda mataram muito mais gente que muitas guerras hi-tec do pós segunda guerra.
Por falar em valor económico do ambiente:
[B]Climate change sceptics bet $10,000 on cooler world[/B]
Russian pair challenge UK expert over global warming
David Adam, science correspondent
Friday August 19, 2005
The Guardian
Two climate change sceptics, who believe the dangers of global warming are overstated, have put their money where their mouth is and bet $10,000 that the planet will cool over the next decade.
The Russian solar physicists Galina Mashnich and Vladimir Bashkirtsev have agreed the wager with a British climate expert, James Annan.
The pair, based in Irkutsk, at the Institute of Solar-Terrestrial Physics, believe that global temperatures are driven more by changes in the sun's activity than by the emission of greenhouse gases. They say the Earth warms and cools in response to changes in the number and size of sunspots. Most mainstream scientists dismiss the idea, but as the sun is expected to enter a less active phase over the next few decades the Russian duo are confident they will see a drop in global temperatures.
Article continues
Dr Annan, who works on the Japanese Earth Simulator supercomputer, in Yokohama, said: "There isn't much money in climate science and I'm still looking for that gold watch at retirement. A pay-off would be a nice top-up to my pension."
To decide who wins the bet, the scientists have agreed to compare the average global surface temperature recorded by a US climate centre between 1998 and 2003, with temperatures they will record between 2012 and 2017.
If the temperature drops Dr Annan will stump up the $10,000 (now equivalent to about £5,800) in 2018. If the Earth continues to warm, the money will go the other way.
The bet is the latest in an increasingly popular field of scientific wagers, and comes after a string of climate change sceptics have refused challenges to back their controversial ideas with cash.
Dr Annan first challenged Richard Lindzen, a meteorologist at the Massachusetts Institute of Technology who is dubious about the extent of human activity influencing the climate. Professor Lindzen had been willing to bet that global temperatures would drop over the next 20 years.
No bet was agreed on that; Dr Annan said Prof Lindzen wanted odds of 50-1 against falling temperatures, so would win $10,000 if the Earth cooled but pay out only £200 if it warmed. Seven other prominent climate change sceptics also failed to agree betting terms.
In May, during BBC Radio 4's Today programme, the environmental activist and Guardian columnist George Monbiot challenged Myron Ebell, a climate sceptic at the Competitive Enterprise Institute, in Washington DC, to a £5,000 bet. Mr Ebell declined, saying he had four children to put through university and did not want to take risks.
Most climate change sceptics dispute the findings of the Intergovernmental Panel on Climate Change which suggest that human activity will drive global temperatures up by between 1.4C and 5.8C by the end of the century.
Others, such as the Danish economist Bjorn Lomborg, argue that, although global warming is real, there is little we can do to prevent it and that we would be better off trying to adapt to living in an altered climate.
Dr Annan said bets like the one he made with the Russian sceptics are one way to confront the ideas. He also suggests setting up a financial-style futures market to allow those with critical stakes in the outcome of climate change to gamble on predictions and hedge against future risk.
"Betting on sea level rise would have a very real relevance to Pacific islanders," he said. "By betting on rapid sea-level rise, they would either be able to stay in their homes at the cost of losing the bet if sea level rise was slow, or would win the bet and have money to pay for sea defences or relocation if sea level rise was rapid."
Similar agricultural commodity markets already allow farmers to hedge against bad weather that ruins harvests.
http://www.guardian.co.uk/uk_news/story/0,3604,1552092,00.html
Publicado por: lucklucky às agosto 19, 2005 10:41 PM
Lembra a aposta de 10000$ entre o falecido Dr. Julian Simon (economista) e Holdren (especialista em energia) com o seu mentor Paul Erlich acerca da escassez de certas matérias primas...
Publicado por: lucklucky às agosto 19, 2005 10:51 PM
lucky perfeitamente de acordo que as guerrsa são antes de tudo ideológicas, sempre, ou pelo menos precisam de encontrar uma justificação moralmente aceitável e/ou mobilizadora, para justificar algo que é contra-natura: uma espécie manter um estado de auto-dizimação permanente; isto não acontece nas outras espécies, que eu conheça, e não confundas isso com combates de machos que muito raramente terminam em morte, nos animais; há um que vai embora. Aí estás cheio de sorte (e eu também) porque vou embora mesmo amanhã, a não ser que os deuses me preguem uma partida...
Quanto às guerras hi-tec não te esqueças por exemplo no Iraque que é preciso somar às vítimas dos bombardeamentos cirúrgicos todas as vítimas civis dos martírios islâmicos porque são consequência da invasão.
O problema não é o hi-tec, eu gosto muito da maravilha tecnológica em muitos aspectos, o problema é a guerra.
Ora acontece que guerra sempre houve entre as chamadas civilizações, embora tenha notícia de que houve excepções notáveis mal conhecidas.
A guerra como categoria científica, a única definição que me parece encaixar é como força malthusiana, ou seja força de controlo sobre a explosão demográfica.
Bom mas agora que já chegámos à globalização e que nos chamamos sapiens não haveria maneira de evitar? Só para variar, meu.
Ainda gostas de espectáculos de guerra? Eu gostava muito em rapaz, mas agora não aguento. A minha guerra é a furar lixo e outras assim.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 11:06 PM
Quanto ao aquecimento global eu conheço vários gráficos que mostram que nas ultimas décadas houve um aquecimento médio consistente. Quanto às palavras optimistas daqueles senhores, olha que assim seja, é o que eu desejo, agora eu sei muito bem que há cientistas que vendem a sua palavra a troco duns dólares (bué? buereré?) para "estimular a economia". Se é o caso não faço ideia, também há gente séria.
Sei que por exemplo no meu "casinho", há uns bons anos, escolhi deixar de coordenar EIAs para as celuloses e manter-me livre a obedecer-lhes nos montantes de eucaliptal, mas fiquei tido como parvo. ´Não estou nada arrependido.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 11:14 PM
Qual será a etimologia de civilização? Porque parece um paradoxo que a partir dela possa emergir a tecno-barbárie letal. De barbárie eu sei, vem de "bar-bar" que era o que os gregos chamavam aos que não falavam grego e bebiam cerveja, por oposição ao vinho mediterrânico.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 11:27 PM
Porque a oposição civil-militar é um dipolo clássico. Então se o que está a dominar é o militar, como é? A mim parece-me que o militar dominou o civil através do ideológico e do económico.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 11:43 PM
Bom deve ser a dialéctica. "O conflito é o pai de tudo" dizia Heraclito. Bem eu aposto que se viesse aí uma mensagem extra-terrestre de evidência indeclinável, isto ficava muito melhor, durante uns tempos pelo menos. Mas como isso é da ordem do milagre só posso sugerir...
Entretanto cá, descendo à terra, espero que a guerra prevista e programada para o Irão e todo o MO, não nos faça passar pela vergonha da utilização da base das Lages com a nossa autorização.
Aí Sócrates, cheira-me mesmo a cicuta malhada, só que mal escrito na História, parece-me.
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 11:50 PM
Yin-Kuo, não foram 100 mas também não é preciso. Já começo a sossobrar. Não faço ideia nem quero saber comop é que se pode aceder a isto com o tm. Se precisarem de mim mandem um elefante ou coisa assim. eu aí não sou nada sectário lembro-me no Zoo de Singapura (o nosso Zoo é uma vergonha incrível, por favor alguém trate disso, mudem o Zoo para Monsanto, para os bichos terem espaço)que vi uma leoa beige muito clarinha, de barriga para o ar, a dormir, para arejar! Apeteceu-me imenso ir lá, mas enfim ainda sou minimamente sensato.
Em Bali estive com um (ou uma isso não fui ver) píton ao pescoço, com um dap de 20 cm - não fazia idéia, a pele está semi-descolada dos músculos e estes parece que fluem como aço quase-líquido. mas é muito calminha ou então estava ganzada isso já não sei.
E prontos! Es que me voy,
me gusta los aviones
me gustas tu
e por estranho que pareça, já que estamos na revolução Digital, também vale para ti lucky que ao menos dás-me luta. Mas diz lá que não era mais divertido uma boa gargalhada?
Publicado por: pyrenaica às agosto 20, 2005 12:03 AM
Bon viatge.
Fins a sempre...
Publicado por: Vítor às agosto 20, 2005 12:15 AM
Pensando melhor, uma gargalhada digital? Acho que fica para o tal espaço com 10 dimensões que aí no problems! hasta
Publicado por: pyrenaica às agosto 20, 2005 12:20 AM
Pensando melhor, uma gargalhada digital? Acho que fica para o tal espaço com 10 dimensões que aí no problems! hasta
Publicado por: pyrenaica às agosto 20, 2005 12:20 AM
"Quanto às guerras hi-tec não te esqueças por exemplo no Iraque que é preciso somar às vítimas dos bombardeamentos cirúrgicos todas as vítimas civis dos martírios islâmicos porque são consequência da invasão." ~
Os atentados são al-queda não são sunitas, por isso terias ainda pior caso não houvesse invasão no Iraque.
Nah o político dominou o militar, Hitler ou Estaline foram políticos puros no sentido ideológico. O Grande Salto em Frente, a revolução cultural e a sua repetição na loucura homicída de Pol-Pot são tudo produto de ideias.
Publicado por: lucklucky às agosto 20, 2005 01:01 AM
Sobre a questão do aquecimento global, julgo que a percepção generalizada de que isso será mau para nós é prematura e se baseia num receio atávico de qualquer mudança. Mas imaginemos que esse aquecimento global viesse a traduzir-se num aumento da humidade ambiente e numa precipitação regular, por exemplo, nas zonas desérticas actuais. Se o deserto do Sara, o Kalahari, o deserto de Gobi viessem a transformar-se em savanas, isso seria mau ou bom? Poder-se-á dizer que isso conduziria à perda de de certas espécies, e à transformação de certos ambientes, mas talvez fosse a salvação de muitas outras espécies das savanas cujos habitats estão a desaparecer. E poderia permitir aumentar a produção de alimentos para uma população (humana) africana à beira da fome. cComo tudo na vida, julgo que há riscos e oportunidades em qualquer alteração climática, pelo que se não justifica o pessimismo a priori. Muito mais grave seria, penso eu, um arrefecimento global. Já se pensou no que seriam as consequências de uma nova era glacial? Só os amadores de desportos de inverno beneficiariam... É claro que interferir com os equilíbrios ecológicos é uma roleta russa, mas é uma roleta russa que tem não só possibilidades de morte como possibilidades de vida.
Publicado por: Albatroz às agosto 20, 2005 10:08 AM
Publicado por: pyrenaica às agosto 19, 2005 06:56 PM:
"Tradeoff estive a phroneticar; acho que arbitragem não está bem, embora exista um princípio de arbitragem associado, mas parece-me que tradeoff é mais o resultado, não? Se for assim, talvez: compensação ou contrapartida?"
Pyrenaica, outra hipótese para a tradução de tradeoff é a de "escolha conflituosa" - a escolha entre dois benefícios, sendo que quando se dá mais primazia a um, se prejudica o outro. Por isso a Joana no seu post fala no tradeoff entre equidade e eficiência nos impostos. Era bom alcançar essas duas qualidades, mas tipicamente quando se dá a prioridade a uma prejudica-se a outra. Por exemplo no caso de um imposto fixo, a eficiência é garantida (porque o imposto não desincentiva o esforço produtivo) mas a equidade é prejudicada, porque os contribuintes vão pagar impostos iguais, apesar de terem rendimentos desiguais.
Desde há uns anos existem uns "Centros de Arbitragem de Conflitos de Consumo". Ora a palavra "arbitragem" aparece portanto associada ao tal conceito de escolha conflituosa - por um lado estão os direitos da alegada vítima, do outro os direitos do alegado prevaricador. E o tal Centro tem de fazer uma escolha conflituosa ou uma arbitragem - apurar os factos e os eventuais danos e dar primazia a um lado ou ao outro lado dos contendores, sendo que quando se puxa mais para um lado, o outro sai prejudicado.
São os conflitos, os tradeoffs!, que só não existiam no tempo do Eng. Guterres que encontrava inteligentemente soluções a contento de toda a gente (pelo menos ele queria convencer-nos disso).
Publicado por: Tradeoff às agosto 20, 2005 06:50 PM
O Eng. Guterres conseguia deixar todas as partes a contento, fazendo um "tradeoff" entre as ambições de então e os custos dessas ambições hoje. É tão simples: basta converter uma factura numa nota de dívida maior com prazo alargado e juros. E ele fazia tudo isso com um sorriso !
E agora é o Alto Refugiado do pântano.
Quanto a esta discussão toda sobre o real peso dos impostos e o "peso morto" dos vivos, tenho uma opinião muito simples: desde Marx que se está a tentar substituir a exploração do homem pelo homem por outra exploração, a do homem pelo Estado.
Sendo mais claro: da luta de classes entre capitalistas e trabalhadores (hoje anacrónica) chegámos à divisão de classe entre trabalhadores do Estado e contribuintes do Estado. Os primeiros vivem da riqueza produzida pelos segundos. Os segundos quase não beneficiam do "esforço" dos primeiros.
Portanto, resta tomar consciência de classe: descobrir quem paga o défice e quem é o défice.
A revolução, neste caso, é simples: os oprimidos só têm de cruzar os braços, porque os opressores já o fazem por natureza e atestado médico.
Publicado por: J P Castro às agosto 23, 2005 04:07 AM
J P Castro às agosto 23, 2005 04:07 AM
Porque é que não me sinto bem no papel que me atribuiu (de opressor)?
Serei um objector de consciência?
Cumprimentos...
Publicado por: Vítor às agosto 23, 2005 11:25 PM
Provavelmente porque nem tem consciência que o é... Nem como o é.
Acontece a muitos funcionários públicos, por exemplo, que acham que o serviço que prestam vale mesmo a riqueza produzida e entregue pelo contribuinte em imposto para pagar esse serviço.
Na realidade vale menos sempre que um privado faz o mesmo mais barato. E fingir que não é assim é oprimir os bolsos do contribuinte.
Publicado por: J P Castro às agosto 24, 2005 12:44 AM
J P Castro às agosto 24, 2005 12:44 AM
Estou elucidado. Ainda bem que o encontrei e aos seus considerandos sobre a minha consciência.
A sua cartilha parece a dos marxistas empedernidos, só que lida de pernas para o ar!
Já não há pachorra.
Pensando bem, até já me sinto melhor ao saber que os impostos que V. paga (pagará?) servem para eu andar por aqui a ler o jornal e a fazer palavras cruzadas, gozando de um emprego vitalício e de um ordenado bem acima das minhas reais capacidades de trabalho...
Que maravilha.
Publicado por: Vítor às agosto 24, 2005 06:05 PM
Eu não disse que era o seu caso. Nem sequer sei o que faz. Generalizei apenas para muitos funcionários públicos que conheço. Tal como há outros que não fazem parte do défice.
Olhe, se se sentiu atingido, volte a usar a sua consciência para saber porquê.
Quanto à cartilha marxista de pernas para o ar, ainda bem que percebeu a ironia. É que de marxista eu não tenho nada. Odeio ideias erradas, mas quando os métodos são robustos... talvez se devam imitar.
Enfim, zangado, zangado só fico com esse seu prazer em desperdiçar os impostos que eu e outros pagam, que correspondem a riqueza real produzida. Já os impostos dos funcionários públicos não correspondem a nada: quem lhes paga é quem cobra, pelo que a riqueza correspondente aos impostos deles é bastante virtual.
Dito de outra maneira, eu tenho de produzir 100 para que o estado me cobre 30. Um funcionário público produz 70, o estado diz que o salário dele é 100 e já lhe reteve 30. Mas ele produziu esses 100 ou só 70 ?
Num estado pouco eficiente, os 30 que faltam não existem na realidade. Hão de vir dos impostos de alguém que produza mesmo.
Publicado por: J P Castro às agosto 24, 2005 10:55 PM
J P Castro às agosto 24, 2005 10:55 PM
Mas eu já sei porque me senti atingido. Nem preciso voltar a usar a consciência.
E a sua lógica sobre os impostos pagos pelos funcionários públicos deixou-me bem disposto, de tão hilariante.
V. ainda não percebeu que a sua retribuição (incluindo impostos) é a contrapartida pelo seu trabalho?
E que isso também é válido para os funcionários públicos?
E que, por isso, é o trabalhador (público ou privado) que suporta os impostos?
Publicado por: Vítor às agosto 25, 2005 12:29 AM
Excelente
Publicado por: Tetis às agosto 25, 2005 05:29 PM
Vitor,
enquanto eu fico triste, percebo que você fique hilariante.
Claro que é o trabalhador que suporta os impostos. Só que o privado tem de entregar riqueza REAL (produzida) para os pagar, enquanto o público não, pois a entidade que lhe retém os impostos (o Estado, através de um ministério qualquer) é a mesma que os cobra, que fica com eles. Qual foi a riqueza REAL que foi entregue ? O tempo do funcionário ?
Na prática, para serviços pouco eficientes, funciona como uma isenção de impostos.
Apenas, há riqueza entregue igual à do privado quando o serviço feito pelo Estado tem um valor igual no sector privado. Ora, o Estado adora gastar dinheiro naquilo que um privado nunca gastaria. Chama a isso a sua função social, serviço público ou outra coisa do género.
Não é que esteja errado. Simplesmente, não são as mesmas regras. Não é a mesma realidade. Logo, onde há desperdício, há contribuintes do sector privado a entregar riqueza deles como compensação. Ou mesmo outros funcionários públicos a verem reduzida a sua parcela líquida do salário.
É essa diferença que leva a "estatização" excessiva a ser ineficiente e uma forma de exploração.
Publicado por: J P Castro às agosto 26, 2005 01:32 AM
J P Castro às agosto 26, 2005 01:32 AM
Podemos ficar aqui eternamente a discutir, convencidos de que temos razão. Mas não quero mudar-lhe as convicções. Tão só, expressar claramente as minhas.
Vou resumir:
Considero que os impostos que a minha entidade empregadora retém, são uma dedução à riqueza produzida por mim.
Discordo de si. Creio que fala em "regras diferentes" para poder atacar de uma forma pouco legítima, o trabalho dos funcionários públicos.
Isso não significa que eu esteja satisfeito com o desempenho dos serviços do Estado, bem pelo contrário (como está demonstrado pela excessiva absorção de recursos para um output, na maioria das situações, pouco meritório).
Também não significa que o desempenho do sector privado seja exemplar. Bem pelo contrário (como fica demonstrado pela baixa competitividade da nossa economia).
Em suma:
- o discurso de alguma esquerda - coitadinhos dos deserdados. Abaixo os ricos.
- e de alguma direita - a culpa é do Estado. Morra o Estado.
Já não cola.
Passemos à frente. Faça, cada um de nós, um mínimo de autocrítica. No dia-a-dia, sejamos tão exigentes connosco, como somos com os outros.
É disso que precisamos. Não de discursos catastrofistas ou tentativas desesperadas de manter o "status quo".
Publicado por: Vítor às agosto 26, 2005 02:03 PM
Não é melhor irmos andando.
É que o resto do "pessoal" já vai uns posts à frente...
Publicado por: Vítor às agosto 26, 2005 02:17 PM
Certo.
Só esclareço que eu não escrevi nada contra o Estado: falo contra a "estatização" excessiva, que é a tendência actual e dos últimos anos, da sociedade portuguesa.
Tal como não falo de toda a Função Pública, nem do conceito de Função Pública. Apenas da maior parte dos funcionários públicos que conheço. Com gente dessa, não se pode engordar o Estado.
Publicado por: J P Castro às agosto 27, 2005 10:05 PM
Eficiência?
Publicado por: Nurcia às setembro 8, 2005 02:34 AM