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agosto 05, 2005

http://governo.weblog.com.pt/

Ou ... http://governo.blogspot.com/?

O Governo português está a ter uma postura curiosa. Os seus ministros, em vez de fazerem discursos, escrevem artigos de opinião nos jornais. Há dias, num artigo de opinião publicado no "Expresso", Manuel Pinho dizia que há "estudos sérios" sobre a Ota (*). Hoje, no DN, Mário Lino escreve um ensaio sobre “Introdução às Plataformas logísticas e ao século XXI”.

Estamos apenas numa fase embrionária, de ante-projecto. Esta postura insere-se no choque tecnológico e na difusão da banda larga, prometidos pelo Governo. O início deste projecto inovador será a criação de um blogue. Todavia o governo está ainda indeciso sobre onde alojar o blogue. Recomendo aqui dois blogger providers, pois sei que a minha opinião é seguida com muita atenção nos meios governativos. Eles põem um extremo cuidado em fazer tudo ao contrário do que escrevo.

Outra dúvida é sobre a caixa de comentários. É ponto assente que qualquer comentarista terá que registar-se. Outro ponto incontornável é que, entre as indicações a fornecer, encontra-se o NIF, para futuros cruzamentos de dados. Há dúvidas sobre se deva ser exigido o NIB.

Estas dúvidas torturam a mente de Sócrates, e distraem-no de coisas mais importantes, como fugir em tempo oportuno daquele rinoceronte que avança sobre ele, impetuosamente e revelando total falta de respeito e civilidade pela sua figura.

(*) Aparentemente os "estudos sérios" (Marvão Pereira e Andraz) não eram sobre a Ota, nem tinham nada a ver com ela.

Publicado por Joana às agosto 5, 2005 12:55 PM

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Comentários

A joana sabia que aquele corno do rinoceronte é feito de pelo hiper-compactado? O bicho anda por lá, mas se lhe sobe uma coisa vermelha, vai por ali a fora direitinho a correr (mv2) e dá cabo de uma locomotiva! Imagino que fique com um galo.

Publicado por: pyrenaica às agosto 5, 2005 01:33 PM

E sempre odiei aqueles cabr*es que caçavam elefantes por prazer e marfim, com um tiro certeiro no olho. Já não achava mal que se fosse buscar o marfim aos cemitérios de elefantes. Li que há um ditado africano que diz: "os elefantes quando morrem deixam ficar o marfim, os homens o nome". Conheci a história de um que não fixei o nome que acabou por espalhar os seus miolos no tecto, cá entre nós, não sei se com a mesma arma com que matava os elefantes, mas parece-me provável. Dir-se-ia: lei do Karma.

Não se preocupem, vou apanhar Sol. Boa tarde.

Publicado por: pyrenaica às agosto 5, 2005 02:03 PM

Se ele fosse fisgado por um rinoceronte, havia alguns problemas que ficavam automaticamente resolviods. Não sei se não apareciam outros a seguir

Publicado por: curioso às agosto 5, 2005 03:53 PM

"há estudos sérios sobre a Ota"
pois claro que há!,,,
especialmente se o Ministro for um dos ex-sócios da empresa que os produziu,
conforme vinha escarrapachado na Imprensa desta manhã

Publicado por: xatoo às agosto 5, 2005 03:58 PM

xatoo: http://governo.weblog.com.pt/ será mais um concorrente.

Publicado por: Coruja às agosto 5, 2005 04:03 PM

Esta moda de escrever artigos de opinião nos jornais não foi, a sermos honestos, criada pelo atual governo. É uma moda importada. De há alguns (poucos) anos apra cá, tornou-se habitual os governantes ou os seus gurus (Tony Blair, Timothy Garton Ash, Durão Barroso, e muitos, muitos outros) escreverem artigos de opinião nos jornais, como se não passassem de vulgares cidadãos. Atingimos assim o grau zero da propaganda política e da submissão dos jornais ao poder político (antes, cá em Portugal, só visível nos jornais locais apoiados pelas autarquias, por exemplo naquela revista da Câmara de Oeiras na qual aparecia, página sim página não, uma fotografia de Isaltino Morais), no qual os agentes políticos escevem as suas opiniões nos jornais disfarçadas de artigos de opinião de cidadãos vulgares.

É um dos muitos nojos da atualidade.

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 5, 2005 04:29 PM

Desopiniemos então:

«A forma inteligente de manter as pessoas passivas e obedientes é limitar estritamente o espectro da opinião aceitável, mas estimular muito intensamente o debate dentro daquele espectro... Isto dá às pessoas a sensação de que o livre pensamento está pujante, e ao mesmo tempo os pressupostos do sistema são reforçados através desses limites impostos à amplitude do debate».

Noam Chomsky

Publicado por: xatoo às agosto 5, 2005 07:15 PM

xatoo, meti-me contigo no "Informação sobre a OTA".

Publicado por: pyrenaica às agosto 5, 2005 07:37 PM

Como não apresentam os estudos, escrevem ensaios

Publicado por: Rave às agosto 5, 2005 11:10 PM

Perderam a credibilidade. Ninguém acredita neles, excepto os tipos que podem perder os tachos - os boys

Publicado por: ex-PS às agosto 6, 2005 03:03 AM

Estou curioso em saber como este braço de ferro vai acabar

Publicado por: Sa Chico às agosto 6, 2005 11:49 AM

Vai acabar como tudo em Portugal: mal

Publicado por: David às agosto 6, 2005 11:58 AM

Se vasculharem nos arquivos da Direcção Geral de Aeronáutica Civil e nos do Estado Maior da Força Aérea, encontrarão uns estudozitos a defenderem a tranformação da Ota em aeroporto civil, feitos quando a Força Aérea desactivou a base.

De caminho, nessa investigação, tentem encontrar a fundamentação da Força Aérea para encerrar a Ota.

E se tiverem tempo peçam ao Instituto de Meteorologia uma estatística dos dias de nevoeiro na região da Ota (quem usa a A1 deve ter uma ideia da frequência e densidade do nevoeiro). Isso permitirá saber quantos dias por ano irá estar encerrado o (futuro) aeroporto da Ota, obrigando ao desvio do tráfego para Pedras Rubras e Faro.

Para compor o trabalho façam as contas aos custos acumulados que representam o tempo e o combustível das deslocações acrescidas da Grande Lisboa para o (futuro) aeroporto da Ota.

Perguntem, ainda, se os estudos têm em consideração o aumento de tráfego nos próximos dez anos na A1 e que impacto vai ele ter na velocidade de deslocação dos automóveis de e para o aeroporto da Ota.

Acho que isto já é uma boa base de trabalho. Até à próxima.

# : - ))

Publicado por: (M) às agosto 6, 2005 06:11 PM

Eh pá, ó (M), venho aqui para descansar e não para me darem trabalho para fazer.

Publicado por: Coruja às agosto 6, 2005 06:43 PM

Mas lá por isso vamos ao trabalho. Eu fico com a última tarefa: achar "que isto já é uma boa base de trabalho".
Sempre fui um bom achador.

Publicado por: Coruja às agosto 6, 2005 06:45 PM

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