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julho 10, 2005

O Último Liberal?

Ferreira Borges foi um dos principais membros do Sinédrio, organização clandestina que promoveu a Revolução de 1820. Emigrado por 2 vezes (a seguir à Vilafrancada e a seguir à restauração do absolutismo), foi durante a 2ª emigração que escreveu as suas principais obras nas áreas da Economia e do Direito Comercial e Fiscal. Escreveu em 1831 os Princípios de Sintelologia (ver fac-símile abaixo) onde desenvolveu a sua Teoria do Imposto na perspectiva do Princípio do Benefício, ou seja, na equivalência do Imposto ao preço dos serviços que o Estado presta aos cidadãos, isto é, cada contribuinte deve ser tributado de harmonia com o benefício que retira dos bens e serviços que o Estado, por ele financiado, lhe proporciona, o que ele designa “contribuição em avaria grossa” (cf. Pg 3, abaixo).

Um princípio contrário é o da Capacidade Contributiva que propugna que a repartição dos impostos pelos cidadãos se deve efectuar em função da sua capacidade económica, independentemente do grau de satisfação que cada contribuinte possa retirar dos “benefícios” dos bens e serviços que o Estado entenda disponibilizar. Este princípio conduz ao imposto progressivo, dependendo as taxas marginais da vontade política de igualização social. O problema é que esta política é economicamente ineficiente. Taxas marginais elevadas diminuem o incentivo pelo trabalho ou pelo investimento. Esta tentativa de redistribuição de rendimentos conduz ao “nivelamento por baixo” e desincentiva a produtividade e a qualificação técnica, constituindo um prémio ao lazer e ao absentismo. Se o Estado se apropriar de 50 minutos da última hora de um trabalhador altamente qualificado, este poderá não ter interesse em trabalhá-la – afinal só fica com 10 minutos.

Este efeito é conhecido de longa data. J-B Say escrevia, há 200 anos, que, em matéria de impostos, «dois mais dois não são quatro». Ou seja, duplicando as taxas, há um conjunto de efeitos na esfera económica, que agem em sentido oposto ao do aumento da carga fiscal. Os países europeus onde as taxas marginais eram mais elevadas, foram aqueles que menos cresceram nos últimos 30 anos. Nos últimos anos têm-se feito reformas fiscais no sentido de diminuir a progressividade dos impostos directos, justamente pela sua não racionalidade económica. Toda a tralha socializante acumulada durante o último século está a ser, gradualmente, embora a contra gosto, atirada borda fora. E o que há de caricato é que muitos dos que se afadigam agora nessa tarefa, tinham anteriormente carregado o navio com ela. Só que se aperceberam entretanto que o navio se estava a afundar e não havia outra solução.

Abaixo estão o frontispício e as páginas 1 a 3 dos Princípios de Sintelologia de Ferreira Borges. Como se pode ler no frontispício, o livro foi editado em Londres, em 1831, durante o seu segundo exílio.

Sintetologia1.jpg

Sintetologia2.jpg

Publicado por Joana às julho 10, 2005 06:14 PM

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Comentários

Estas medidas aqui propostas por mim, estarão de acordo com os Princípios da Sintetologia ??

A talhe de foice....

A MORTE DO INTERIOR DE PORTUGAL

Queria aqui deixar mais um desafio a Todos Os Liberais que entendem que o Estado não se deve meter nos assuntos do Comércio.

Como Já é do conhecimento Público, o Interior do País Fronteiriço com a Espanha apresenta um calamidade Comercial a começar nas Bombas de Gasolina e acabando na fruta e na carne.

Ora face a esta distorção comercial favorável ao Comércio Espanhol e ao consequente despovoamento destas paupérrimas Zonas urge tomar a seguinte medidas:

1- Num raio de 60 km da fronteira, Baixar a Gasolina e o Gasóleo e o gaz para preços Inferiores ao da Espanha de modo a salvaguardar a nossa zona e ao mesmo tempo captar clientes Espanhois.

2- Reduzir o Iva para 10% de modo a tornar as empresas aí residentes a terem competitividade comercial face à Espanha.

3- Estas medidas Inteligentes irão contribuir para:
a) estancar o despovoamento.
b) captivar até alguns para aí trabalharem e morarem.
c) ao aumentarem os residentes, criam-se condições para ACABAREM COM OS FOGOS !!!
D) FINALMENTE É MESMO UMA QUESTÃO NACIONAL, porque se trata de Vida ou Morte do Interior de Portugal.

PS- perante estes Graves problemas, o presidente da associação de comércio da Guarda fez o seguinte apelo:
Portugueses comprem nesta região, mesmo que seja mais caro Que em Espanha, pois é riqueza que fica no País..trá lá lá----- Patético !!!

Com patetas que não Têm Ideias para resolver seus problemas e com outros Patetas a governarem-nos, onde iremos parar ?

Publicado por: Templário às julho 10, 2005 06:40 PM

Só conhecia esse sujeito pelo nome das ruas que há pelo país!

Publicado por: curioso às julho 10, 2005 06:58 PM

Não é possível essa solução constitucionalmente, a menos que essas regiões fossem declaradas autónomas.

Publicado por: Sa Chico às julho 10, 2005 07:00 PM

E depois seria uma guerra entre os comerciantes que estavam a 61 kms da fronteira com os que estavam a 59kms..
E toda a malta a protestar.

Publicado por: Sa Chico às julho 10, 2005 07:02 PM

Sa Chico às julho 10, 2005 07:00 PM

quando se quer resolver um problema. altera-se a Constituição, simples !

Quanto aos comerciantes dos 61 km, como percebrá facilmente, eles não reclamariam nada, antes pelo contrário deitariam foguetes e passar-se-iam para o raio abrangido ! simples !

1ª lei do comércio, instala-te onde há clientes !

Publicado por: Templário às julho 10, 2005 07:14 PM

Se os comerciantes se mudarem todos para essa zona, o IVA passa a ser muito mais baixo.
Gasta-se é mais gasolina

Publicado por: Nurcia às julho 10, 2005 07:52 PM

A Joana continua a preferir o bem particular ao bem comum, porque acha que ela, Joana, tem mais vantagem naquele. Culta, inteligente, pertencente aos que têm, não tem qualquer incentivo a preocupar-se com os que não têm... ou têm pouco. Se se distribuir muito pelos que não têm, a Joana fica menos próspera, o que é uma seca... Como os que não têm, ou têm pouco, são mais numerosos do que aqueles que têm bastante, a Joana arrisca-se a ficar democraticamente afastada dos centros de poder, a não ser que consiga convencer os debeizinhos de que quanto mais ela comer mais eles engordam... Pelo que se vê neste blog ainda há uns tantos debeizinhos que vão na conversa, mas eu não a aconselhava a contar muito com a continuação do sucesso desse conto do vigário...

Publicado por: Albatroz às julho 10, 2005 08:48 PM

Nós vivemos dos nossos rendimentos de trabalho. Sobre eles pagamos, sem incluir os descontos das empresas, mais de 40 mil euros por ano para engordar quem vive à custa do saque da riqueza pública.
Não me interessa ficar próxima dos centros de poder porque são mal remunerados e sujeitos à devassa dos invejosos que vivem à custa do erário público, pois as suas habilitações em mercado, nem para o salário mínimo serviam.

Publicado por: Joana às julho 10, 2005 09:01 PM

Albatroz

O tio Carlos, se não estou em erro, entendia que isso é uma consequência da luta de classes...

Talvez seja pela mesma razão que aponta que os que pertencem à mesma classe da Joana digam, como ela, que já não há classes.

Não havendo classes, não haveria luta de classes e não existindo esta os sindicatos de nada serviriam. Para já não falar na ideologia, que estaria morta e enterrada.

Ora, a verdade é que ainda agora a procissão vai no adro...

# : - ))

Publicado por: (M) às julho 10, 2005 09:03 PM

A riqueza pública é como um bolo. Uns apostam no crescimento do bolo, deixando uma parte de fora da distribuição para promover o seu crescimento.
Outros apostam em distribui-lo todo, não deixando margem para ele crescer.
Ao fim de algum tempo, os que apostaram no crescimento conseguem distribuir mais quantidade que aqueles que continuam a distribuir tudo o que há.
Quando fala em "debeizinhos" refere-se a estes obviamente. São suficientemente estúpidos para não aprenderem com a experiência dos outros

Publicado por: Joana às julho 10, 2005 09:05 PM

(M) às julho 10, 2005 09:03 PM:
A procissão já saiu do adro, percorreu a vila toda e regressou à Igreja.
Refere-se a uma nova procissão?

Publicado por: Joana às julho 10, 2005 09:09 PM

Hmm! A Joana ficou zangada. Já que deu o seu exemplo, eu dou um pouco do meu. Tenho uma licenciatura em economia, um mestrado em ciência política, e vou trabalhando num doutoramento também em ciência política. Dou aulas de economia (introdução, internacional e desenvolvimento) a alunos de cursos de ciências sociais. Tenho um IQ cujo valor fica cá para mim mas que está acima da média. Tenho mais de vinte anos de experiência de trabalho (não docente) no estrangeiro. Falo cinco línguas bastante bem. Trabalho muitas horas em mais do que um sítio para ganhar bastante pouco. Para a Joana isso deve-se a que o meu valor de mercado é muito baixo. Gosto de pensar que o meu valor social é razoavelmente alto. Há muito mentecapto fura-vidas que ganha muito mais do que eu. Vivemos no melhor dos mundos. Viva o liberalismo!...

Publicado por: Albatroz às julho 10, 2005 09:26 PM

Se o ensino fosse liberalizado ganhavas muito mais Albatroz...O ensino mudaria porque os resultados teriam de aparecer...e provávelmente seriam os professors primários a ganhar mais.

Publicado por: lucklucky às julho 10, 2005 09:33 PM

Mas afinal é sinteTologia ou sinteLologia?
E o que significa?
É que não se encontra nos dicionários.

Publicado por: Senaqueribe às julho 10, 2005 09:34 PM

Albatroz às julho 10, 2005 09:26 PM

Você deve é procurar o Dr. Cunha e verificará que o seu valor de mercado subirá em flecha !

Publicado por: Templário às julho 10, 2005 09:44 PM

lucklucky às julho 10, 2005 09:33 PM

que ingenuidade... por isso se vê que nos restantes mercados privatizados eles pagam todos por baixo.

Ou acha que eu accionista de uma empresa/escola privada, estou para estar a arriscar o meu capital para o entregar ao professor ? Deve pensar que os accionistas são parvos !

Publicado por: Templário às julho 10, 2005 09:50 PM

Ele em vez de ter 6 turmas só tem é que ter umas doze, e em vez de levar o dobro leva mais 30% e já goza...

Olhe o Mercado da 3ª Idade !

Colocam-se os velhinhos ao molho nos quartos, quantos mais lá metermos mais papel recebemos no final. Conta é os lucros e para não se pagarem aos gulosos dos portugueses metemos lá é brasileiras, Ucrânianas e Romenas. Tudo a ordenado mínimo e trabalho máximo, assim é que se cria riqueza ! não é com teorias baratas !

Publicado por: Templário às julho 10, 2005 09:56 PM

Senaqueribe às julho 10, 2005 09:34 PM:
Ganhou a Taça. Enganei-me a transcrever o título e não dei por isso.
Mas não fui só eu! Um site do Banco de Portugal também o trocou (http://www.bportugal.pt/publish/catalog/series/volpub_e.htm)
Com uma diferença. Eu tinha o livro à frente, enquanto o BP nem por isso

Publicado por: Joana às julho 10, 2005 10:01 PM

Albatroz às julho 10, 2005 09:26 PM: Com essa descrição você é uma vítima óbvia do monopólio estatal e da igualização por baixo.
Não percebo com defende essas teses.
E ainda por cima com uma licenciatura em Economia.

Publicado por: Joana às julho 10, 2005 10:03 PM

E não será antes Syntelologia?
É uma theoria sobre o Tributo que é alevantado e à Despeza.

Publicado por: Coruja às julho 10, 2005 10:15 PM

Da parte dos impostos que pago ao Estado aquele que mais me custa é o que vai para pagamento aos consultores privados...

Publicado por: zippiz às julho 10, 2005 10:33 PM

Eu acho uma delícia aquela expressão novecentista da «contribuição em avaria grossa». Ainda por cima vinda de um exilado da Abrilada. O problema de Portugal é que a «alternância» só se faz dentro da mesma matriz económica e social, de resto plasmada na Constituição da República. E já vai bem claro que a «esquerda» e a «direita» só se movem (ou podem mover-se) «no interior» dessa matriz. Incluso os que a denunciam pela banda de uma «oligarquia pícara» de convencionais ineptos. Apetece-me "francesar" :
- «La vérité est une chienne qui ne nous rattrappe que par derrière» ...
Vale a certeza de que os regimes sempre caem (em Portugal) sem que seja preciso mexer uma palha.

Publicado por: asdrubal às julho 10, 2005 10:42 PM

zippiz, não sabia que quando lhe mandam a nota sobre os impostos, lhe referem para onde os destinam.
A mim nunca tiveram a coragem de me dizerem onde os iam aplicar

Publicado por: David às julho 10, 2005 10:42 PM

David :
pergunte à Joana se o Estado não é um bom cliente dos "consultores" privados !

Publicado por: zippiz às julho 10, 2005 10:45 PM

..ou pergunte ao sr José Miguel Júdice !!!

Publicado por: zippiz às julho 10, 2005 10:46 PM

A despropósito (ou talvez não...):
Ouvi dizer que não convém falar mais de crise, porque isso só a vai agravar.
Deve-se meter a cabeça na areia, pelos vistos...
Não se riam, pá!...

Publicado por: Senaqueribe às julho 10, 2005 10:47 PM

ou então não pergunte nada, porque o F.C.Liberal vive e sobrevive à conta do Estado.

Publicado por: zippiz às julho 10, 2005 10:48 PM

Agora uma coisa um pouco mais séria :

Reino Unido quer comunicações dos europeus sob escuta

O Ministério do Interior britânico quer que a polícia tenha acesso às chamadas telefónicas e mensagens electrónicas de todos os cidadãos europeus, a fim de prevenir futuros atentados terroristas.
diariodigital

Publicado por: zippiz às julho 10, 2005 10:52 PM

Isso é só para suspeitos de terrorismo

Publicado por: lopes às julho 10, 2005 10:58 PM

ó Lopes e quem serão os suspeitos ?

oa que já praticaram esses actos ou os "potênciais" onde se incluem todos aqueles que discordam das actuais barbaridades políticas.

Publicado por: Templário às julho 10, 2005 11:00 PM

"Avaria grossa" é a tradução (?) portuguesa da expressão inglesa "gross average", utilizada nos seguros marítimos, que funcionavam sob forma de mutualização de risco. Julgo que Ferreira Borges utiliza a expressão por encontrar semelhança entre a proporcionalidade por ele proposta entre impostos e benefícios, e a comparticipação dos proprietários de mercadorias transportadas em navio nas perdas e despesas derivadas de um sinistro marítimo.

Publicado por: Albatroz às julho 10, 2005 11:01 PM

"que grau de liberdade estaremos nós preparados para sacrificar em nome da segurança ?... eu, por mim, preferiria manter a liberdade, e enfrentar marginalmente o risco maior de ir pelos ares com uma bomba num atentado terrorista"

Timothy Garton Ash, Público 10julho2005

Publicado por: zippiz às julho 10, 2005 11:09 PM

Albatroz vamos supor para efeitos da discussão que o que voçê disse seria verdade, então porque raio é que você não começaria a sua própria escola?

Se as empresas são tão más como você disse isso é um extrordinária oportunidade de negócio, nem precisa de se esforçar muito para ter lucro.

Publicado por: lucklucky às julho 10, 2005 11:38 PM

Só em abstracto e em tese é que o Princípio do Benefício é oposto ao Princípio da Capacidade Contributiva. Na prática redundam no mesmo, já que quem mais beneficia dos serviços do Estado são os mais ricos.
Quem duvida disto só tem que comparar a maneira como se penalizam em Portugal os crimes contra a pessoa e os crimes contra a propriedade.

Publicado por: Zé Luiz às julho 10, 2005 11:38 PM

lucklucky às julho 10, 2005 11:38 PM

Sou professor universitário...

Publicado por: Albatroz às julho 10, 2005 11:41 PM

lucklucky às julho 10, 2005 11:38 PM

Tens toda a razão lucky, só que te esqueces do mais importante, o alto carcanhol necessário... é por esse facto que a maioria dos mortais percebe 2 principios fundamentais da vida e os Fundamentalistas do Liberalismo não entendem:

a) quem tem o capital, não o entrega de borla
b) só pode investir quem tiver esse capital

PS - a Tua questão colocada a quem vive só da força de trabalho, deveria ser:
- Para não seres escravo toda a vida, porque não arriscas um golpe (roubo, assalto etc) e depois com o papel investes na tua empresa?

Publicado por: Templário às julho 10, 2005 11:48 PM

Em empresas de inovação tecnológica o principal capital é o humano. O resto são secret´+arias e computadores.

Publicado por: AJ Nunes às julho 10, 2005 11:55 PM

AJ Nunes às julho 10, 2005 11:55 PM

Por teres razão Nunes, é que Portugal tem Milhares e Milhares de empresas de inovação tecnológica !

Publicado por: Templário às julho 10, 2005 11:57 PM

Então porque não começar uma universidade? Uma universidade de economia não é um investimento extraordinário.

Isso é óbvio Templário, Portugal não é um pais liberal, formar uma empresa ou ser um "venture capitalists(capitais de risco" para emprestar dinheiro no mercado hiper regulado e onde só se empresta dinheiro para a Construção civil..
Se o sector da educação fosse liberalizado (para isso em vez de enterrar Biliões ao Ministério da Educção fossem entregues aos Pais ) terias competição entre escolas. Muitas delas podia ser associações de professores, poderiam publicitar as suas capacidades, poderiam ter lucro, e a possibilidade ter lucro faz nascer mais instituições de capital de risco dispostas a investir.

Agora acho estranho que apresentes as condições do Portugal actual como referência para uma situação em que o sistema deveria funcionar de maneira completamente diferente, se o sistema proporcionasse a existência de lucro haveria sempre alguém disposto a investir.
Sem contar que a maior parte das pessoas não sabe não tem educação para fazer um plano de negócios para convencer alguém a investir.
Com tanto medo á matemática não admira que os Portugueses não consigam convencer ninguém a emprestar dinheiro...

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 12:26 AM

Albatroz: São só bons conselhos!

Publicado por: Coruja às julho 11, 2005 12:28 AM

Estou convencido que há aqui gente que está disposta a tornar-se sócia de um projecto desses. É preciso é espírito de aventura.

Publicado por: Coruja às julho 11, 2005 12:30 AM

E não tem porquê Templário? para começar a instrução da matemática é um desastre, eu não sei o que se passou na escola de pessoas que têm menos de 30 anos mas tanho vários amigos que não sabem fazer uma conta de dividir. E muitos deles têm instrução universitária. Como é que queres gente a formar empresas se maioria da população renega as Cîências e a matemática, os pais não incentivam e a passividade é dominante? Não há empresas sem conhecimentos de ciência e matemática. Sem saber fazer um plano de negócios, sem um minimo de conhecimentos de gestão. Claro que para alguém mexer o rabo para isso é preciso haver esperença de recompensa no futuro, não são mais de 60% do trabalho a ir para o estado, justiça que favorece quem não paga e muitas outras chatices ...
Deixa-me cá arranjar um emprego na Função Pública ou na Câmara e não me chateiem.

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 12:36 AM

lucklucky em julho 11, 2005 12:36 AM:
Agora é difícil, com a contenção. Só com cartão partidário.

Publicado por: Rui Sá às julho 11, 2005 01:20 AM

Coruja em julho 11, 2005 12:30 AM:
Uns dão o dinheiro e outros a experiência.
No fim uns ficam com experiência e os outros com o dinheiro.

Publicado por: bsotto às julho 11, 2005 01:22 AM

Gostava de ter vivido naquela época. Os impostos eram mito mais baixos

Publicado por: Arroyo às julho 11, 2005 09:39 AM

Queria dizer "muito".
Ganhava-se era pouco.

Publicado por: Arroyo às julho 11, 2005 09:40 AM

De um Dicionário de Seguros Brasileiro:
"LAUDO DE AVARIA GROSSA
Laudo, ou relatório, onde é procedida a alocação e o rateio das quantias a serem pagas pela massa contribuinte, representada pelas partes interessadas na aventura marítima comum, ou sejam: navio, cargas embarcadas, frete (quando em risco).Tal laudo, enviado aos seguradores do casco e consignatários da carga, é o documento hábil para que as partes envolvidas procedam o pagamento ao armador ou a qualquer outra parte que eventualmente tenha efetuado desembolsos classificáveis como Avaria Grosa. Assim o armador, ou outra parte, recebe do segurador Casco e dos consignatários das cargas (ou seus seguradores) suas cotas de contribuição em Avaria Grossa.
"

Publicado por: Cerejo às julho 11, 2005 09:54 AM

Em Portugal:
"Às despesas extraordinárias e sacrifícios voluntariamente feitos pelo capitão ou à sua ordem para salvação comum do navio e da sua carga, chama-se Avaria Grossa ou Comum."
(http://www.apseguradores.pt/boletim/ONLINE98_FEVEREIRO_2002/RP.HTM)

Publicado por: Cerejo às julho 11, 2005 09:57 AM

Portanto, não é uma "tradução" inglesa, mas é a transposição para o Direito Fiscal de um conceito dos seguros marítimos.

Publicado por: Cerejo às julho 11, 2005 09:58 AM

Publicado por: bsotto às julho 11, 2005 01:22 AM

Normalmente os que dão o dinheiro, no fim ficam com mais dinheiro e com a experiência dos outros.

Publicado por: carlos alberto às julho 11, 2005 10:17 AM

A experiência vale dinheiro. Mesmo que um gajo ponha o dinheiro e no fim fique apenas com a experiência, ganhou muita coisa de útil.
Para a próxima põe a experiência e o sócio o dinheiro.

Publicado por: Coruja às julho 11, 2005 10:32 AM

E se voltar a ficar sem dinheiro e com mais experiência, é porque a experiência não lhe serve de nada. É tótó de nascença.

Publicado por: Coruja às julho 11, 2005 10:34 AM

lucklucky às julho 11, 2005 12:36 AM

É óbvio que só posso falar perante a actual situação que é esta que vivemos. Uma situação imaginária... não passa de um sonho.

Quanto ao investimrnto, quem conhece a banca portuguesa, sabe que ela só empresta com garantias reais de Bens (casas,terrenos etc) e jamais empresta nos planos fantásticos de negócios.

Mas... não respondeste ao mais importante aos salários dos professores, mesmo que digas que o objectivo seria ter os melhores e logo terias que pagar mais, isso só seria possível se não houvesse uma forte oferta.

Desde que haja desemprego (oferta) os investidores nunca oferecerão mais e tabelarão o mercado de trabalho por baixo. A força da "negociação" penderá para o lado dos Patrões. É esta relação de forças que os Liberais acham que o "mercado" se encarregará de equilibrar, quando eu e a larga maioria entende que a força do Capital desequilibrará sempre para o seu lado.

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 10:46 AM

Esse "Princípio do Benefício" tem a desvantagem de ser inaplicável. Tinha que se contabilizar exatamente todos os serviços que o Estado presta a cada cidadão. Alguns serviços - como os de saúde ou educação - podem ser contabilizados, mas muitos outros não podem. E isso seria, provavelmente, ainda mais verdade no tempo de Ferreira Borges do que é agora.

Contrariamente àquilo que a Joana diz, do "Princípio da Capacidade Contributiva" não se deduz a progressividade dos impostos. Esse princípio dita apenas que quem mais tem deve pagar mais, e não necessariamente que deve pagar por uma taxa maior. Se a taxa de impostos não fôr progressiva ("flat tax"), quem mais tem paga mais, e portanto o Princípio da Capacidade Contributiva é aplicado.

Publicado por: Luís Lavoura às julho 11, 2005 11:08 AM

O "Princípio do Benefício" não implica a contabilização dos serviços. Parte do princípio que quanto mais avultados são os "cabedais" do cidadão, mais ganha com a defesa de uma sociedade que proteja o cidadão.

Publicado por: Joana às julho 11, 2005 12:44 PM

Você está a a definir o "Princípio da Capacidade Contributiva" de acordo com o senso comum. Mas esse princípio implica a progressividade. Quanto maiores forem os rendimentos maior deverá ser o esforço proporcional do contribuinte.

Publicado por: Joana às julho 11, 2005 12:47 PM

Aliás fiz questão de fazer o scanning da página 3, onde está a "contribuição em avaria grossa" porque é uma expressão que indica que se paga na exacta medida da partilha dos riscos. E os riscos de quem tem maior fortuna são superiores.
Repare que estou a pôr-me na óptica do Ferreira Borges. Actualmente, os riscos podem ter uma avaliação diferente.

Publicado por: Joana às julho 11, 2005 12:51 PM

"Mas... não respondeste ao mais importante aos salários dos professores, mesmo que digas que o objectivo seria ter os melhores e logo terias que pagar mais, isso só seria possível se não houvesse uma forte oferta."

Se o preço for baixo a qualidade tenderá a aumentar para repor os preços
e forçar a distinção (já ninguém aceita um carro que dure 20000km porque todos começaram a competir para manter o preço ), se os preços forem caros e os professores ganharem pouco (exploração pelos patrões) só têm de abrir uma escola ao lado.
Essa ameaça fará chegarem todos a um acordo.


Templário os países mais liberalizados, são os que têm a menor taxa de desemprego.

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 01:18 PM


O Discurso do Presidente da República


O PR fez hoje um discurso sobre a Floresta Portuguesa e reconheceu o abandono dos capos.

Vai daí preconiza uma politica Florestal no âmbito do quadro constitucional ( não sei a que se refere) e eloquente diz que todos os agentes económicos tem que ser chamados incluindo a banca.

O Artur Santos Silva do BPI falou a seguir e disse que sim senhor, que a Banca deve participar na Produção Florestal etc.

Pasmei !

Imagino já grandes regiões do País com Eucaliptos, bem tratadinhos destinados ás empresas de celuloses.

Mas as minhas dúvidas mantém-se ... será que o meu mato ao pegar fogo não atingirá os belos planos florestais ?

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 01:22 PM

Essa gente está em piloto automático a construir castelos de areia.

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 01:40 PM

Então e eu, que tirei um curso de Economia na Universidade Patrice Lumumba, que me doutorei, pela net, numa Universidade Americana, que me mandou o diploma para eu fazer d/l, que falo várias línguas, que aprendi no Algarve pelo método de imersão, a profissão mais bem remunerada que arranjei foi de arrumador de automóveis.
O mercado tá a funcionar mal, pá!

Publicado por: Coruja às julho 11, 2005 01:51 PM

lucklucky às julho 11, 2005 01:18 PM

Em que é que portugal não está liberalizado ?

Quem quiser pode:
ter uma escola primária privada, escola secundária privada e Universidade.
Pode ter uma clínica ou um Hospital.
Pode ter transportes privados fazendo concorrência ao Estado.

Afinal o que precisa ser liberalizado em Portugal ?


Publicado por: Templário às julho 11, 2005 01:52 PM

Coruja às julho 11, 2005 01:51 PM

A Universidade Hamilton é do melhor. Dá diplomas em 3 meses, é preciso é pagar, e ser adulto. Para não terem problemas de legalidade, primeiro criaram um centro de certificação de universidades, a seguir certificaram a sua. Tudo Legal, e vários diplomados conseguiram assim vingar nos EUA.

O excesso de liberalismo tem destas coisas, eu diria apenas que são os pecados inerentes ao Capital.


Publicado por: Templário às julho 11, 2005 02:00 PM

Qua raio de título para falar de impostos. Bem se vê que era para ninguém ler e ser depois taxado pela colecta máxima

Publicado por: Rave às julho 11, 2005 02:27 PM

Templário às julho 11, 2005 01:52 PM:
Isso não é verdade. Para fazer isso são precisas autorizações, licenças, alvarás, de tal forma complicados de obter, nalguns casos é mesmo impossível, que só em casos excepcionais acontece.
Já experimentou fazê-lo?

Publicado por: Rave às julho 11, 2005 02:29 PM

Cerejo às julho 11, 2005 09:58 AM

Quando me referi à tradução do inglês para o português não me referia ao conceito mas à terminologia. Traduzir "Average" por "Avaria" é capaz de não ser muito correcto...

Publicado por: Albatroz às julho 11, 2005 02:41 PM

Frequentemente nós esquecemo-nos que muitos problemas que debatemos hoje já foram debatidos há séculos. Há determinadas ciências onde julgamos que tudo começou há poucas décadas, quando não é verdade.

Publicado por: Ramiro às julho 11, 2005 02:48 PM

Rave às julho 11, 2005 02:29 PM

Já, já experimentei fazer e até fiz mais.
Com apenas 6 contos constitui uma empresa com capital social de 400 contos ( em dinheiro). É obra !

Porque eu, quando estou determinado, não páro nem com leis nem legislações nem nada, faço e está feito ! ( estou a falar de trabalho )
E mais e ainda tive a lata de ir às finanças querer pagar um IVA obtido ilegalmente, devido a ter efectuado vendas antes da escritura da Empresa (dessas vendas é que veio o capital-social) e o man das finanças sem saber o que me fazer (porque n estava previsto) lá aceitou a minha declaração de IVA.

Portanto desde que se queira, NADA vos impede, vocês é que QUEREM MAIS...NÃO SE SABE BEM O QUÊ...DAÍ TODA A GENTE DESCONFIAR DE VOSSAS BELAS INTENÇÕES.
SÃO UNS LIBERAIS QUE QUEREM DADO E ARREGAÇADO. Ou seja, não é por serem liberais que deixaram de ser tipicamente Portugueses.

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 02:53 PM

Ainda tem essa empresa, sempre com esse Capital?

Publicado por: Rave às julho 11, 2005 02:57 PM

Não consigo interpretar o que é essa coisa da "avaria grossa".

É uma grande avaria?

Avaria de quê? De um motor?

Publicado por: Luís Lavoura às julho 11, 2005 03:11 PM

Joana às julho 11, 2005 12:51 PM

""contribuição em avaria grossa" é uma expressão que indica que se paga na exacta medida da partilha dos riscos"

Não percebo como indica tal coisa. Avaria grossa? Avaria de quê? Grossa? As avarias são grandes ou pequenas. Não são grossas ou finas.

Publicado por: Luís Lavoura às julho 11, 2005 03:13 PM

Joana às julho 11, 2005 12:47 PM


Não sou eu quem defino o que é o Princípio da Capacidade Contributiva. Você é que definiu esse princípio no seu post como

"a repartição dos impostos pelos cidadãos se deve efectuar em função da sua capacidade económica"

Ora, desta definição que você mesma deu não se deduz, nem por senso comum nem de qualquer outra forma, que a taxa de imposto deva ser progressiva. Apenas se deduz que os mais ricos devem pagar mais impostos. O que é perfeitamente compatível com uma taxa de imposto única.

Logo, eu não utilizei o senso comum. Limitei-me a ler as suas palavras, e a acreditar nelas.

Publicado por: Luís Lavoura às julho 11, 2005 03:18 PM

Rave às julho 11, 2005 02:57 PM

Nota-se que você não conhece a prática empresarial das empresas, por isso coloca uma questão impossível.

Desde o ano 2000 as empresas foram obrigadas a aumentarem o capital para o mínimo de 5000 euros.

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 03:19 PM

Por conhecer é que lhe fiz aquela pergunta.

Publicado por: Rave às julho 11, 2005 03:28 PM

Luís Lavoura em julho 11, 2005 03:13 PM:
Eh pá, você tem que saber onde está sepultado esse tal Borges, e ir lá fazer essas perguntas.

Publicado por: Coruja às julho 11, 2005 03:31 PM

Esse Borges será alguma coisa ao António do PSD? Pela ar liberalão cheira-me que sim.

Publicado por: Coruja às julho 11, 2005 03:32 PM

Luís Lavoura em julho 11, 2005 03:18 PM: Você, um homem das Físicas, habituado a funções complicadas e às equações de Schrodinger, parte do princípio que uma "função" tem que ser linear?

Publicado por: V Forte às julho 11, 2005 03:36 PM

Rave às julho 11, 2005 02:29 PM

Correndo o risco de ir parar à fogueira inquisitória, cito, apropósito do seu comentário, uma quadra das "Quatro quadras soltas" de Sérgio Godinho, com A. Correia de Oliveira, Zeca Afonso e Fausto:

"Se diz que pertence ao povo
o povo que venha cá
que eu quero ver a licença
o registo e o alvará"

Publicado por: Vítor às julho 11, 2005 03:40 PM

V Forte às julho 11, 2005 03:36 PM

Eu não parti de princípio nenhum. Apenas li aquilo que a Joana escreveu. O que ela escreveu foi que o "Princípio da Capacidade Contributiva" quer dizer que os impostos têm que ser uma função crescente (não necessariamente linear) dos rendimentos dos cidadãos. O "Princípio do Benefício" quer dizer que os impostos devem ser iguais ao valor (estimado) dos serviços que o Estado presta a cada cidadão.

Isto é a minha interpretação daquilo que a Joana escreveu. Talvez ela não tenha explicado bem, mas isso não é culpa minha.

Publicado por: Luís Lavoura às julho 11, 2005 03:44 PM

"Em que é que portugal não está liberalizado ?

Quem quiser pode:
ter uma escola primária privada, escola secundária privada e Universidade.
Pode ter uma clínica ou um Hospital.
Pode ter transportes privados fazendo concorrência ao Estado.

Afinal o que precisa ser liberalizado em Portugal ?"

Como é que há mercado liberalizado se é impossível haver concorrência?

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 04:04 PM

"... quem mais tem deve pagar mais..."
Lá se vai a vantagem de ser rico.
Assim não brinco...

Publicado por: Senaqueribe às julho 11, 2005 04:08 PM

A: Princípio do Benefício,
"... cada contribuinte deve ser tributado de harmonia com o benefício que retira dos bens e serviços que o Estado,...”
B: Capacidade Contributiva
"...a repartição dos impostos pelos cidadãos se deve efectuar em função da sua capacidade económica, independentemente do grau de satisfação que cada contribuinte possa retirar dos “benefícios” dos bens e serviços que o Estado entenda disponibilizar."

Que raio, cada vez percebo menos de Economia (presumindo que alguma vez percebi alguma coisa e que os Srs estão a discutir Economia, o que me parece presumir demais)!

Se já é difícil medir a capacidade económica do contribuinte, imaginem medir o benefício que ele retira dos bens e serviços do Estado. Com a hipótese A, vale mais acabar com os impostos. Assim é que teríamos rigor.

Já temos a Universidade de Hamilton em Portugal?

Publicado por: Vítor às julho 11, 2005 04:08 PM

Pá, Vítor, você tem que ler o Miller! Prometeu à malta que o fazia e agora quer descarregar um curso pela net.
Já agora, onde é que posso ler isso?

Publicado por: Coruja às julho 11, 2005 04:14 PM

lucklucky às julho 11, 2005 04:04 PM

"Como é que há mercado liberalizado se é impossível haver concorrência?"

Então não há concorrência? Oh se não há. Funciona tão bem que pagamos tudo mais caro que os espanhóis (mesmo sem IVA).
É como dizia hoje um pescador. No tempo da velha Sra. comprava-se peixe na lota por 100 e vendia-se por 150. Agora, compra-se por 100 e chega ao Hiper a 1.000. Não me diga que o mercado da mercearia não é concorrencial. Tenho 5 hipers num raio de 6 Km...

Outra coisa. O que é que a concorrência tem a ver com o mercado liberalizado?
Repare: não estou a dizer que não tem. Estou a perguntar qual é a relação.

Publicado por: Vítor às julho 11, 2005 04:16 PM

Caro amigo:
Como dizia o meu avô: os livros que andam a ler, já os queimei há muito.
Infelizmente, deixei-me levar nesta mania dos comentários deste blogue de, ao discutir teorias gerais e abstractas, afunilar de tal modo a questão que, a páginas tantas, estamos agarrados a dogmas e preconceitos.

Miller, Roger L. (1981), Microeconomia, McGraw Hill
No meu tempo, uma tradução intragável em português do Brasil, cheia de exemplos de Coca-colas...

Publicado por: Vítor às julho 11, 2005 04:32 PM

Vítor: fiquei desanimado com o que escreveu. Já não vou ler isso.
Agora vou tentar ler a Syntelologia. Já li 2 parágrafos.

Publicado por: Coruja às julho 11, 2005 04:40 PM

"Não me diga que o mercado da mercearia não é concorrencial. Tenho 5 hipers num raio de 6 Km..."

?! onde é que eu falei de mercearias ou peixarias, por mim compre o peixe onde quiser, se for uma boa escolha só está a recompensar quem merece seja hiper ou loja.

"Outra coisa. O que é que a concorrência tem a ver com o mercado liberalizado?
Repare: não estou a dizer que não tem. Estou a perguntar qual é a relação.2

Um mercado liberalizado supostamente favorece a concorrência e com isso um crescimento mais rápido da riqueza, porque a competição elimina as gorduras naturalmente :) . A outro nível tem haver com a liberdade das pessoas isto é serem livres de criar riqueza por si próprias.
vender

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 05:06 PM

oops por favor esqueça a ultima palavra, isto das pressas...

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 05:08 PM

lucklucky às julho 11, 2005 05:06 PM

Eu falei de lotas e mercearias simplesmente para, num tom irónico, lembrar que, mesmo com tanta concorrência, andamos a pagar exorbitâncias por bens de primeira necessidade. Já, há mais de 10 anos, vivi 2 anos em Espanha (Catalunha), e já nessa altura fazia as "compras do mês" com menos dinheiro que cá no n/ burgo.
A concorrência tem destas coisas. Ou, se calhar não temos concorrência, temos 2 ou 3 grandes grupos que nos vendem o peixe ao preço que eles querem.
Mas dou-lhe outro exemplo mais "concorrencial": o viticultor recebe 0,20€ por Kg de uva, o vinho sai do engarrafador a 1,5€, e o restaurante cobra 6€ por esse vinho. E corra lá os inúmeros restaurantes portugueses para ver se a concorrência fez surgir uma relação preço/qualidade razoável.
No fim, o restaurante declara prejuízo.
Por estas e por outras é que os produtores devem procurar encurtar a cadeia e chegar mais próximo do consumidor. Ambos temos a ganhar.

A minha segunda questão (mercado liberalizado/concorrência) também tem a ver com isto. É obvio, como diz e bem, quem o mercado liberalizado, supostamente, favorece a concorrência. Mas, se o Estado não assegurar o cumprimento das leis da concorrência e a lealdade das relações comerciais, nada feito.
Acredito que não há concorrêcia (nem liberalismo)sem Estado. Só numa sociedade utópica. Mas Thomas More já se finou há muito, tal como Karl Marx.

Como eu já disse, o que nos distingue, é que V. acredita na boa-fé dos homens. Eu, continuo a desconfiar disso...


Publicado por: Vítor às julho 11, 2005 05:41 PM

O preço do vinho depende da qualidade ou da marca.
Não é uma forma de avaliar a concorrência, visto o restaurante meter o preço no total da refeição.
A concorrência, no caso dos restaurantes, incide sobre o preço médio das refeições comparado com a qualidade.
Os restaurantes usam a técnica de subirem os preços dos "produtos acessórios": vinho, sobremesas, entradas, etc.

Publicado por: Hector às julho 11, 2005 05:52 PM

A concorrência entre vinhos, você pode avaliá-la nos supermercados, onde é vendido directamente.

Publicado por: Hector às julho 11, 2005 05:53 PM

"E corra lá os inúmeros restaurantes portugueses para ver se a concorrência fez surgir uma relação preço/qualidade razoável."

Não há restaurantes suficientes na maior parte dos locais, vá a um sitio como a Praça de Espanha em Lisboa onde há concorrência sério. Ou então vá a uma localidade perto de Lisboa com um restuarante e compare com outra que tenha 3 no cruzamento principal. O mesmo é válido para lojas.

"Tenho 5 hipers num raio de 6 Km..." se eles não tivessem lá o preço seria tão baixo?

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 05:57 PM

Mudem lá os óculos da doutrina e leiam:

1 - Não tenho nada contra a concorrência.

2 - A concorrência, só por si, não resolve nada.

3 - Em Portugal, na maioria do mercados, não há uma concorrência próxima sequer, da concorrência perfeita. Em Portugal, isso ainda é uma coisa dos livros.

4 - Defendo pouco e bom Estado na Economia. Só não me atrevo a dizer que defendo uma visão liberal da Economia, para não ser confundido com alguns "ortodoxos" que pululam por aqui.

5 - Não é o liberalismo (tal como alguns, não todos, andam a interpretá-lo) que vai resolver o problema da concorrência.

No que respeita à restauração, apesar da proliferação excessiva de estabelecimentos, a maioria dos restaurantes nivela o preço por cima e a qualidade por baixo. E poucos pagam impostos.
Em relação a este problema, urge fazer uma selecção "natural" e, à semelhança de outros sectores agro-alimentares, implementar, por exemplo, o sistema HACCP.
Nada de novo, trata-se apenas de cumprir as Directivas Comunitárias.

A nível fiscal, a solução também já é velha - colecta mínima, ou como lhe queiram chamar, de acordo com a categoria.

Uma sugestão:
Por vezes, andamos a arranjar argumentos que explicam apenas uma parte da realidade. A que nós queremos ver. Por este andar, daqui a 30 anos estaremos a discutir o mesmo.

Publicado por: Vítor às julho 11, 2005 06:24 PM

Rave às julho 11, 2005 03:28 PM

A sua reacção é aquilo que eu classifico como tipicamente Tuga, isto é:

1º - Acha que é impossível

2º - desconfia do interlucutor e obviamente dele próprio.

3º - coloca uma pergunta inocente, para se certificar da veracidade da história que acabou de ouvir.

Em qualquer destas 3 hipóteses ressalta a incapacidade dos Tugas neles próprios, refugiando-se sempre nas leis, na Constituição, mesmo que se afirmem e se julguem Liberais Convictos !

Daqui se infere, que raramente os Tugas sabem o que desejam, e só são bons a resolver as situações à posteriori, perante desgraças evidentes.

Assim sendo:
- Depois de caírem pontes - estudarão processos de manutenção adequados !

- Depois de Verem todo o País ardido - Lançarão um plano Florestal !

- Depois de verem 2/3 do País Totalmente despovoado, estudarão processo de repovoamento ou Ressuscitarão o D. Fernando e as Leis das Sesmarias.

Somos assim nada a fazer....e quando alguém pretende mudar algo, ainda é fortemente criticado!

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 06:29 PM

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 05:57 PM

Concorrência na Praça de Espanha?
No meu desconhecimento não conheço nenhum espaço de mastigação lá.
Agora o meu amigo avança pela Avenida de Berna, ignora o restaurante dos chicérrimos, avança mais uma bocadinho e aterra no Paco.

Exige ser atendido pelo empregado maluquinho pelo Futebol Clube do Porto, pede desculpa ao colaborador que está lá desde o tempo de D. Afonso Henriques e manda chamar o simpático e jovem patrão e diz-lhe:

Sou conhecido daquele seu conhecido e temos em comum uma grande paixão pelo jazz,
já ouviu Marc Ribot y los Cubanos Postizos?

E depois venha-me cá dizer se há concorrência?
Não se esqueça de exigir o digestivo que é aliás grátis.

Publicado por: carlos alberto às julho 11, 2005 06:33 PM

lucklucky às julho 11, 2005 05:06 PM
Hector às julho 11, 2005 05:53 PM

Afinal entre a teoria Liberal e a prática ainda têm muito que aprender....

1º o Lucky não soube responder ao que lhe afirmei, Portugal é um País Liberal desde 1985 ou seja passaram 20 anos.

Só há um sector que não é Liberal, são as Farmácias !

Todos os Outros, podem abrir as empresas que desejarem. Os Liberais falavam era das Leis Laborais que os impediam de (escravizar) os seus funcionários.

Vejamos alguns truques comerciais da concorrência.
Os hipermercados já chegaram ao limite. Chegando ao limite da concorrência passa-se à 2ª fase, o truque !
Leite a 10 centimos o litro ! toda a gente corre atrás do anúncio e depois pagará nos restantes produtos 10, 15 ou 20% sem se aperceber.

No passado Natal, fui com um amigo comprar vinho ao Feira Nova. O meu amigo é que percebia daquilo, tinha que ser do ano 2000 era a melhor colheita, a marca etc. Lá comprou. Depois fomos ao Modelo e qual não é o seu espanto quando verifica que pagou 4,20 no Feira Nova por um vinho que no Modelo (o mesmo vinho,marca e ano) custava 3,05. No mesmo dia, uma diferença de perto de 40%. É obra !

Estes serão os tempos futuros do Liberalismo apoiados no truque do Cigano !
Quanto ao resto, é só teorias..... mas que seremos enganados de uma maneira ou outra, não há dúvidas !

Porque já antes do J. Cristo havia comércio... e só há..havendo lucro !


Publicado por: Templário às julho 11, 2005 06:56 PM

Desculpem especialemnte ao Carlos Alberto queria dizer o Monumental.

"1º o Lucky não soube responder ao que lhe afirmei, Portugal é um País Liberal desde 1985 ou seja passaram 20 anos."

?!

Portugal tem não tem o ensino, transportes, a energia liberalizados, e só recentemente teve as telecomunicações e estou a descontar as condições draconianas e regulamentos estúpidos.


"Os hipermercados já chegaram ao limite. Chegando ao limite da concorrência passa-se à 2ª fase, o truque !
Leite a 10 centimos o litro ! toda a gente corre atrás do anúncio e depois pagará nos restantes produtos 10, 15 ou 20% sem se aperceber."


Só se for idiota e não comparar com o que custava na semana anterior.

"No passado Natal, fui com um amigo comprar vinho ao Feira Nova. O meu amigo é que percebia daquilo, tinha que ser do ano 2000 era a melhor colheita, a marca etc. Lá comprou. Depois fomos ao Modelo e qual não é o seu espanto quando verifica que pagou 4,20 no Feira Nova por um vinho que no Modelo (o mesmo vinho,marca e ano) custava 3,05. No mesmo dia, uma diferença de perto de 40%. É obra !
"

vês como funciona...(diferença de 40% ?!)

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 07:21 PM

Ao contrário dos Liberais entendo que a Concorrência desenfreada gera:
- Pobreza nas empresas, pois ao reduzirem as margens reduzem os lucros.

- ao reduzirem os lucros, nunca poderão pagar bem aos seus funcionários.

Logo ninguém sai a ganhar.

Quando o público julga que ganha com a concorrência, nem sabe que o que está a ganhar é apenas a Ilusão e nada mais. Pois nem emprego ganha, porque ao diminuir o poder de compra devido a baixos salários, há retracção de mercado e logo empresas que ao não aguentarem a concorrência fecham e geram desemprego.

Este é o ciclo vicioso do modelo tipicamente Liberal e não o que nos querem fazer crer. É por termos este sistema Liberal, que estamos nesta Crise viciosa, em que as empresas não conseguem sobreviver e vão fechar.

Mas...alguém há-de ficar... quem será ? será dificil de adivinhar ? Pois é...são as tais Multinacionais que sabem que perdem dinheiro para ganhar a Guerra. Depois é só facturar !

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 07:28 PM

lucklucky às julho 11, 2005 07:21 PM:
Uma das condições da concorrência pura e prefeita é a transparência do mercado. Ou seja, compradores e vendedores devem ter um conhecimento prefeito dos preços e qualidades de um dado bem num dado mercado.
Normalmente essa transparência é imperfeita.

Publicado por: Joana às julho 11, 2005 07:32 PM

Eventualmente o Feira Nova também não saberia dessa diferença de preço tão elevada.
Todavia os hipermercados concentram os preços baixos em certas gamas de produtos. O cliente vai lá atraído por esses preços e adicionalmente compra outros bens a "preços normais".
É uma estratégia.

Publicado por: Joana às julho 11, 2005 07:35 PM

Desculpe mas não resisto (fraqueza humana...) =:)
É que a sua gralha ("prefeita") veio mesmo a calhar.
Eu que até já desconfiava que anda para aí muita concorrência pré-feita...

Como a Economia seria melhor se a concorrência fosse perfeita e a oferta e a procura tivessem, sempre, comportamentos "normalizáveis"...

Publicado por: Vítor às julho 11, 2005 07:39 PM

lucklucky às julho 11, 2005 07:21 PM

""Só se for idiota e não comparar com o que custava na semana anterior."

""vês como funciona...(diferença de 40% ?!)"

Já esperava esta reacção impensada e impossível de realizar.
Vejamos mesmo com o laptop debaixo de braço e com uma base de dados dos preços de 3.000 produtos.

Então consultamos a nossa base de dados e obtemos a seguinte resposta, para a pergunta, preços mais baratos?

- Arroz - Continente de Alfragide
- Manteiga - modelo de Benfica
- Esparguete - feira nova de alcabideche
- Azeite - Free Port de Alcochete
- Chouriços - três mosqueteiros do Montijo
..................

No é possível...claro.... é que quem inventa truques, sabe inventá-los e está com larga vantagem...
A Ratoeira está montada e ratinhos inocentes não faltam !!!


Publicado por: Templário às julho 11, 2005 07:39 PM

Joana às julho 11, 2005 07:32 PM

Até ficou disléxica...tenha calma que essa coisa da perfeição é uma utopia do Karl Marx...

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 07:43 PM

Joana às julho 11, 2005 07:35 PM

Concordo. E essa estratégia (dos hipermercados) combate-se com consumidores informados (conforme refere a julho 11, 2005 07:32 PM). De facto, quem compra pregos no Hiper, não se pode queixar.

Publicado por: Vítor às julho 11, 2005 07:44 PM

Vítor às julho 11, 2005 07:44 PM

Mas eu também tenho solução para isso...

O chefe do Condomínio contrata 2 funcionários e compra uma carrinha a Gaz.

o 1º funcionário entre Segunda e Quarta-Feira introduz no computador os preços de 3000 produtos.

o 2º funcionário entre Quinta e Domingo vai às compras segundo as normas, comprar mais barato.

Assim é que é, assim é que se gera emprego, viva o Liberalismo e quem sabe resolver os seus Problemas !

eheheheheh

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 07:54 PM

Tralala...

É muito simples quando está barato compra-se para duas ou três semanas(atenção á validade)...é isso que eu faço...dá sempre margem para ir vendo os preços e não ser roubado.

Mas eu não percebo que raio é que isto tem haver com o assunto. Com concorrência é preciso estar alerta, sem ela estás descansadinho porque pagas a dobrar.

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 08:04 PM

lucklucky às julho 11, 2005 08:04 PM

Eu só queria chegar à conclusão que não há grandes vantagens da tal concorrência.

Até porque como os comerciantes e outros operadores do mercado sabem, que só se podem "defender" prestando ou vendendo mercadorias diferentes (para evitar as comparações).
No fundo os teóricos, como lhes falta a prática comercial, não percebem que com concorrência Liberal ou outra, existe um jogo de Gato e Rato, entre quem compra e quem vende. Até os árabes só gostam de vender com regateio, sem regatear eles não gostam de vender. Porque está subjacente uma filosofia/religião interessante, se é o comprador a oferecer nunca se pode considerar enganado !

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 08:16 PM

Pois por isso é que que pagamos o mesmo quando era só PT a roubar-nos?
Ilusões, se não fosse o mercado pagavas muito mais caro e isto se não tivesses escassez.

"existe um jogo de Gato e Rato, entre quem compra e quem vende"

Pois é essência do mercado livre, se estás á procura de rotina não encontras aqui. Vai para um país com economia dirigida como Cuba , lá até tens senhas de racionamento.

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 08:28 PM

E qual é o mal das senhas de racionamento? Assim sei de certeza que hoje vou comer 20gr de carne de vaca e 100 gr de pão. E amanhã também.
Nunca gostei de uma vida de sobressaltos.

Publicado por: Coruja às julho 11, 2005 08:34 PM

O Coruja é muito frugal.

Publicado por: David às julho 11, 2005 08:46 PM

Templário às julho 11, 2005 08:16 PM
Vendendo mercadorias diferentes não evita as comparações. Se eu tiver que escolher entre carros de marca e modelos diferentes faço comparações. Não comparo exclusivamente o preço, que é o que faria se eles fossem exactamente iguais.

Publicado por: David às julho 11, 2005 08:49 PM

Quando não há liberdade é isto que acontece:

Bus firm takes car sharers to court

Kim Willsher in Paris
Monday July 11, 2005
The Guardian

They might have been congratulated for their "green" efforts in an area of heavy air pollution.

Instead a group of French cleaning ladies who organised a car-sharing scheme to get to work are being taken to court by a coach company which accuses them of "an act of unfair and parasitical competition".

The women, who live in Moselle and work five days a week at EU offices in Luxembourg, are being taken to court by Transports Schiocchet Excursions, which runs a service along the route. It wants the women to be fined and their cars confiscated.

Article continues
Two years ago a business tribunal threw out the company's case. It is now pursuing the women in a higher court, claiming that their action has cost it €2m (£1.4m).

The women explained that for many years cleaners used the TSE line for the 40-minute ride across the border, which cost them €110 (£76) a month.

"Using our cars is quicker and at least twice as cheap. And on the bus we didn't have the right to eat or even to speak," said Martine Bourguignon. Odette Friedmann added: "In the evening instead of coming to get us at 9.30pm the bus would arrive at 10.30pm. If you made any comment to the driver you'd get a mouthful of abuse."

"It's absurd and ridiculous," said the women's lawyer, Cécile Klein-Schmitt. "I don't see how any magistrate can find any legal basis for this case."

TSE is also suing the women's employer, Onet-Luxembourg. "They've basically accused us of inciting the car-sharing scheme when we have nothing to do with the method of transport used by our staff," said director Frédéric Sirerol.

The court case will be heard in January next year.

http://www.guardian.co.uk/international/story/0,3604,1525590,00.html

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 08:55 PM

Eu prefiro senhas de relacionamento (do género: "olá", "tomamos um café", "foi ao cabeleireiro - está tão bonita"), às senhas de racionamento. É que não gosto que me digam o que vou comer e quanto vou comer.

Mudando de assunto:
Os comentários a este post já vão em cento e tal. Às vezes extremam-se posições. Uns do lado de uma economia dirigida pelo Estado. Outros de uma economia praticamente sem intervenção estatal, em roda livre. E, no calor da discussão, só para termos razão, até vamos desencantar argumentos estapafúrdios.
No fim, a discussão perde o sentido.
Como em quase tudo na vida, também neste caso, julgo que a virtude mora algures ao meio da rua. Curiosamente, quando surge um comentário equilibrado, atacamos pelo flanco que fere (ainda que ao de leve) a posição que, inflexivelmente, temos vindo a defender.

Como diz o outro (da RR) "já agora, talvez valha a pena pensar nisto"...

Publicado por: Vítor às julho 11, 2005 09:06 PM

lucklucky às julho 11, 2005 08:55 PM

Não entendo o que é que a notícia que transcreve tem a ver com haver liberdade os não. nem percebo o que é que tem a ver com a questão Estado/Empresas.
Nada no artigo nos diz que a Transports Schiocchet Excursions é uma empresa estatal. pelo contrário, fica-se com a impressão que é uma empresa privada.

E se é uma empresa privada, o que a notícia ilustra é o absurdo do liberalismo prático: uma empresa que quer ser livre em relação ao Estado mas que exige o apoio deste para manter cativos os clientes.

Publicado por: Zé Luiz às julho 11, 2005 09:42 PM

Vítor às julho 11, 2005 09:06 PM

Claro Vitor que a solução está no meio. Mas o que irrita nestes Liberais que NUNCA TIVERAM EMPRESAS E NUNCA experimentaram OS MERCADOS, é não conseguirem sustentarem suas Obsoletas Teorias e perante factos, só sabem insultarem, enviando-nos para Cuba.

Uma vez um director duma multinacional americana, ofereceu um jantar a todos os distribuidores da marca. Quando veio à minha mesa (ele era Italiano) apliquei-lhe logo a Cartilha, e perguntei-lhe como se poderia sobreviver com a baixa contínua dos produtos e logo as margens de lucro.
O rapaz penteadinho à Playboy diz-me que eles ainda dão 15% mas que os concorrentes dão 12 etc e tal.
E eu disse-lhe mas que diferença há entre 15 e 12 quando estamos a falar de 50 euros ? 6,5 euros ou 6 de lucro ? ahhhhhhh mas é mais alta que a concorrência.... olhei-o nas calmas... e disse-lhe, eu adoro a sua marca por 2 motivos, primeiro porque tem alta qualidade, depois permite-me aplicar 300% no mínimo. O Homem olhou-me e sabendo que eu até era dos maiores em vendas daquela marca (excepto as grandes superficies)... perguntou-me, como faz ?

Fácil...espero que o produto saia de linha, compro o que resta a preço de saldos e aplico 300% e os clientes adoram !!!

Depois dou uma assistência de luxo, que nem os americas conseguem, e como os lucros dão para tudo toda a gente fica satisfeita !

A política dessa e doutras multinacionais é precisamente ao contrário, limitam tanto as margens que transferem para o cliente todo o restante ónus do processo comercial.

Quando a Joana diz, o cliente tem que estar informado, não diz quanto custa ao cliente essa informação, em pesquisa em tempo perdido etc etc.

É a história do supermercado, já viram o que é andar a fazer pesquisa de preços em 10 grandes superficies?

Portanto e resumindo existe por detrás destas práticas actuais impostas pelas multinacionais americanas uma Política Errada de comercializar, pois adoptaram uma só politica cega:
Volume de facturação
Volume de vendas

Tudo o resto...não lhes interessa, nem sequer quem são os seus próprios representantes !

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 09:46 PM

Ou seja: o que a Transports Schiocchet Excursions quer é liberdade para si e regulamentação para os clientes. É uma forma de liberalismo selectivo que Adam Smith não deve ter previsto.

Desconfio que esta empresa não é caso único.

Publicado por: Zé Luiz às julho 11, 2005 09:48 PM

David às julho 11, 2005 08:49 PM

Você é o tipo de cliente tipo:
- mira, mira, quanto mais miras menos vês !

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 10:03 PM

Templário não compres no Hiper ou difere as compras para 3 semanas ou consulta na Net ou faz uma acordo com a loja da esquina . Só soluções mas continuas fixo na tua.

Absolutamente Zé Luis, a partir do momento em que têm a coutada passam a ser socialistas e passam a inventar todo o tipo de regulamentos para não terem competição . Não confundas empresas com Liberalismo. Liberalismo deixa nascer novas empresas e soluções.

P.S: insultei-te a mandar para Cuba? ok agora está para lá o malvado Dennis mas aquilo costuma ser quentinho :)

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 10:06 PM

Joana às julho 10, 2005 09:09 PM

Nada disso Joana...

...Estou a falar de novos paroquianos. Eles até já andam por aí. É preciso é olhar com olhos de ver.

# : - ))

Publicado por: (M) às julho 11, 2005 10:10 PM

Lucky

"Não confundas empresas com Liberalismo. Liberalismo deixa nascer novas empresas e soluções."

Exacto !!!

Por isso mesmo volto à carga, Portugal é um País Liberal !!!

Que desejam então os Neoliberias ?

Leis para escravidão, eis a questão !

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 10:18 PM

Porque defendendo os empresários e as empresas, sou contra os salários de escravidão ?

Porque miséria, só trás miséria, e com gente a ganhar mal, no futuro só teremos, mais ignorantes, mais empedernidos e logo gente menos evoluída.

É aqui a minha grande diferença, que é substancial para com os Liberais. Eles Inocentemente defendem o Alto Capital e como não conhecem o que se passa na Nova Realidade (destruição dos pequenos empresários) contribuem para esse avanlo Ianque, de gente mal formada, e que desconhece os valores Humanistas dos Europeus.

Esta é a actual discussão Europeia, e por isso mesmo que erradamente a França, pretendeu dar um grito de Revolta e dizer Basta !

Mas a Europa vencerá !

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 10:34 PM

Mas que raio de contradição: se nascem novas empresas tens preços mais baixos e mais eficiência forçando o desenvolvimento de novas ideias e produtos, a morte de empresas improdutivas: Mas tu parece que queres congelar tudo no ponto onde está, onde ficamos?

Á parte : Matemática: 70% dos alunos chumbaram no exame do 9º ano

Mais de dois terços dos alunos que realizaram pela primeira vez o exame nacional de Matemática do 9º ano chumbaram na prova, revelou segunda-feira o Ministério da Educação.(...)

Não há economia que resista...

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 10:42 PM

Não me parece que a Europa "vencereu", congelando tudo

Publicado por: Coruja às julho 11, 2005 11:01 PM

Matemática

70% dos alunos chumbaram no exame do 9º ano (In «Sapo»).
É isto que tem de ser severamente «escalpelizado».
Esta é uma percentagem "pornográfica", mesmo porque é, depois, intransponível no Secundário seja qual seja o "Agrupamento" de estudos. A «entrada» na Matemática é uma questão absolutamente decisiva. Pode ser um «jogo» até divertido, e pode ser um inferno irreversível. Com esta percentagem de reprovações, vê-se que é mais um incêndio, mas muito pior do que todos os outros, um incêndio na nossa adolescente Juventude ...

Publicado por: asdrubal às julho 11, 2005 11:02 PM

Lucky

isso é só teorias... vocês nem conseguem levar a teoria até ao fim, eu levo e digo o que tu omitiste:
nascem novas empresas, tens preços mais baixos e mais eficiência, logo com baixíssimos preços terás lucros de miséria, portanto só poderás é pagar ordenados de miséria.

É a Teoria da miséria !

que por sua vez, são tão eficientes que cabarão por fechar por não Terem Lucros que a sustentem, logo o destino será a criação de desemprego !

É o que Estamos a Viver desde o ano de 1995.

Por isso Alemães, Franceses, Italianos, Suecos, Finlandeses, Irlandeses, Belgas, Holandeses, Espanhois, Luxemburgueses e pasme-se ATÉ PORTUGUESES, Vivem de Longe Melhor que os Liberais Americanos !!!

Esta é a realidade actual, no futuro...se não travarmos estes Ianques desmiolados, ficaremos mesmo na miséria !

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 11:09 PM

70% dos alunos chumbaram no exame do 9º ano (In «Sapo»).

É o resultado da política Liberal do ensino !

Aqui têm os resultados, agora podem digeri-los à vontade ...

Publicado por: Templário às julho 11, 2005 11:15 PM

Nunca imaginei que o Ferreira Borges despertasse tanto entusiasmo!

Publicado por: Joana às julho 11, 2005 11:23 PM

É claro que o pessoal não lhe ligou muito. Se não fossem os nomes das ruas que há em diversas cidades do país, ninguém se lembraria dele.

Publicado por: Joana às julho 11, 2005 11:26 PM

Vítor às julho 11, 2005 07:39 PM:
A concorrência pura e perfeita (espero não me enganar) não é totalmente possível.

Por exemplo: Não há absoluta transparência dos mercados. Apesar de tudo, as transacções nos hipermercados são as que mais se aproximam desse conhecimento perfeito que o comprador deve ter.

Os produtos não são homogéneos. Uma das estratégias de concorrer sem ser pelo preço é "segmentar" o mercado, adicionando características, reais ou imaginárias, a um produto, para o comprador achar que ele é diferente. Chama-se "diferenciação do produto".

Os vendedores não estão "atomizados" (serem em grande número). Geralmente, devido às economias de escala, há poucas empresas no mercado. Isso pode facilitar os carteis ou outros comportamentos oligipolistas.

Mas por exemplo, o mercado automóvel é um mercado com poucos vendedores (há uma dezena de empresas) e altamente diferenciado. No entanto há concorrência. Não corresponde ao modelo óptimo, mas é aceitável.

A Economia nunca seria melhor se a oferta e a procura tivessem, sempre, comportamentos "normalizáveis"...
Os comportamentos são dados pelas funções de utilidade, que variam com o tempo. Não é possível, nem desejável, numa sociedade livre, normalizar comportamentos.

Publicado por: Joana às julho 11, 2005 11:37 PM

"nascem novas empresas, tens preços mais baixos e mais eficiência, logo com baixíssimos preços terás lucros de miséria, portanto só poderás é pagar ordenados de miséria."

Logo adiciona-se capacidades aos produtos, inventa-se novos e parte-se para outra. Á 100 anos um parafuso era caro hoje ninguém liga muito.
Com baixissímos preços muito mais gente compra por isso é que tens 2 TVs em casa em vez de uma. Isso fez milhões saírem da pobreza. A riqueza acumulada proporcionou uma ajuda extraordinária ás vitimas do Tsunami.


"É o resultado da política Liberal do ensino !"

Só podes estar a brincar; onde está a concorrência entre professores, entre escolas, entre currículos? ZERO, NADA, NIET!


"Por isso Alemães, Franceses, Italianos, Suecos, Finlandeses, Irlandeses, Belgas, Holandeses, Espanhois, Luxemburgueses e pasme-se ATÉ PORTUGUESES, Vivem de Longe Melhor que os Liberais Americanos !!!"

Espantoso! continua no teu sonho. 10% de desemprego na Europa 5% nos EUA para começar...

Publicado por: lucklucky às julho 11, 2005 11:55 PM

""Não é possível, nem desejável, numa sociedade livre, normalizar comportamentos."

Desejável não é, mas que é possível é. Aliás neste momento é para lá que caminhamos a passos largos.

Com uma ajudinha das tv´s ficaremos com o comportamento mais normalizado, que os hamburgers do Mac !

Tipos do meu género....impossíveis de normalizar, serão olhados como uns "delinquentes" ou uns exóticos e potênciais terroristas !


Publicado por: Templário às julho 12, 2005 12:00 AM

Essa dos portugueses viverem melhor que os americanos po~e-me cheio de orgulho.
Completamente teso, mas orgulhoso.

Publicado por: Coruja às julho 12, 2005 12:04 AM

Não só vivemos melhor, como vivemos "de Longe Melhor que os Liberais Americanos".
De longe.

Publicado por: Ant Curzio às julho 12, 2005 12:08 AM

Pior! és um cruzado mata-mouros :)

Publicado por: lucklucky às julho 12, 2005 12:09 AM

Numa coisa estamos melhor: Comemos menos Hamburgers do MacDonalds

Publicado por: Ant Curzio às julho 12, 2005 12:10 AM

Ant Curzio às julho 12, 2005 12:08 AM

Quem não conhece Jovens Finalistas de Licenciatura, que organizam viagens de finalistas às Caraíbas e a outros locais Americanos, Cubanos e Mexicanos ?

Conhecem as mesmas atitudes por parte dos americanos em visitas à Europa ?

Onde se vêem Turistas Americanos em Portugal, como há 40 anos ?

Coitaditos... ao pé dos Tugas... até a comerem... comparem a nossa classe média, com a classe média Americana.
Também na terra dos Hamburgers...como é que eles sabem o que é comer.

Ouviram aquela do Chirac sobre a comida Inglesa ?

xiiii taditos...razão tem o Chirac !

Publicado por: Templário às julho 12, 2005 12:16 AM

Ó caro «Templário», eu tenho as minhas dúvidas de que a Matemática seja liberal ... eu sempre a achei severamente miguelista e com muitos "mortos" pelo caminho, ehehe ... com o andar dos anos pude todavia perceber que a «entrada» nesta disciplina é uma questão absolutamente decisiva para os miúdos. E eu acho que este "pormenor" está a descoberto nas nossas Escolas ...

Publicado por: asdrubal às julho 12, 2005 12:24 AM

Joana: O Ferreira Borges despertou entusiasmo porque a malta pensou que era o António Borges, O Desejado.

Publicado por: vitapis às julho 12, 2005 12:25 AM

"...os produtores devem procurar encurtar a cadeia e chegar mais próximo do consumidor." (Vítor 5:41 PM)

É isso que os chineses estão a fazer, a nível mundial!

Publicado por: Senaqueribe às julho 12, 2005 04:50 PM

Isso não é fácil para os produtores agrícolas, longe dos centros e semi-analfabetos

Publicado por: lopo dias às julho 12, 2005 04:57 PM

Aliás, essa é uma das razões dos nossos problemas agrícola.

Publicado por: lopo dias às julho 12, 2005 04:58 PM

Eu pensava que o Ferreira Borges tinha inventado a teoria do mercado.
Sempre ouvi falar no mercado do Ferreira Borges...

Publicado por: Equivocado às julho 13, 2005 07:41 PM

Ferreira Borges foi das mais insignes figuras do nosso liberalismo. Homem de muito mérito e etivamente a toda a prova, não se meteu na pouca vergonha dos que usaram a revolução liberal para se enriquecerem

Publicado por: Pascoal às julho 14, 2005 09:20 AM

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