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julho 06, 2005

Matéria para tese em Sociologia Política

Está a ocorrer no nosso país um fenómeno sociologicamente interessante e politicamente inquietante, ou vice-versa. Refiro-me à emergência de políticos politicamente incorrectos, alguns eticamente pouco recomendáveis, mas que enfrentam os meios de comunicação em jeito de desafio, desassombradamente, e que recolhem um elevado apoio popular. Há dias, numa entrevista, Avelino Ferreira Torres deixou o jornalista da SIC, Rodrigo Guedes de Carvalho, à beira de um ataque de nervos. E havia todas as condições para suceder o oposto. Em primeiro lugar, são os jornalistas que estão habituados a pôr os políticos na defensiva; em segundo lugar havia factos (haveria?) que seriam embaraçosos para o entrevistado; em terceiro lugar o entrevistado está numa corrida eleitoral e deveria ser cauteloso, como manda a tradição.

Sucedeu tudo ao contrário: quem se colocou na ofensiva foi o entrevistado; quem passou displicente pelos possíveis embaraços, foi o entrevistado; quem não teve “papas na língua”, foi o entrevistado. Rodrigo Guedes de Carvalho deve ter ficado a Lexotan.

Com Alberto João Jardim sucede o mesmo. Diz as coisas mais desagradáveis aos jornalistas do “Contenente” e o máximo que eles conseguem é … fazer queixinhas ao PR e pedir-lhe que intervenha. Não sei exactamente como e para quê.

Os nossos bem-pensantes vêm imediatamente a terreiro criticar, com maior ou menor veemência (consoante a sua posição partidária), as intervenções mais “ousadas” daquelas duas figuras (e de outras menos evidentes). Do ponto de vista de pedagogia política não vejo mal nisso. Mas também não vejo vantagens … é perfeitamente inútil. O que os nossos bem-pensantes deveriam fazer era estudar as raízes sociológicas e políticas do êxito daqueles comportamentos: granjear apoio popular e meter na ordem a prosápia dos meios de comunicação, que estão convencidos que detêm o principal poder no país, que todos os devem temer e que são os grandes educadores do povoléu.

Aquelas duas figuras são a prova que a genuflexão dos políticos perante a comunicação social apenas lhes retira prestígio. As pessoas querem líderes fortes e desassombrados que chamem os bois pelos nomes. Desdenham gente que reverencia jornalistas, mendigando apoio mediático. Com a agravante que quanto mais tentam usar esse poder, mais facilmente são destruídos por esse mesmo poder, como aconteceu com Santana Lopes e irá acontecer com outros.

É bom que apareça gente desassombrada e segura de si, que meta os jornalistas na ordem. É pena que sejam estes dois.

Publicado por Joana às julho 6, 2005 11:35 PM

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Comentários

Hoje no jornal da noite da Sic, Rodrigo Guedes de Carvalho, entrevistou Marques Mendes.
Faz-lhe uma pergunta sobre o Orçamento Rectificativo e Marques Mendes desata nas patétices do costume.

2ª Pergunta, sobre as declarações de Alberto João, aqui Marques Mendes ficou supreendido e balbuciou umas desculpas, acabando por frisar o excelente trabalho de Alberto.

Este Político ainda não percebeu que já não se pode actuar assim, saiu dali, coitadito esmagado pela sua própria postura.
Não vai longe... é 4 vezes pior do que Barroso e 3 vezes pior que Santana.

Publicado por: Templário às julho 6, 2005 11:45 PM

é a esta gente que Vcs chamam de "politicamente incorrectos", "gente desassombrada" e que "metem os jornalistas na ordem" ?
até para vossa credibilidade poderiam escolher uns exemplares menos broncos !

ps: isto vai no "plural" porque não tarda está por aí a tralha joaninha a gritar : Yes Woman !

Publicado por: zippiz às julho 6, 2005 11:51 PM

zippiz às julho 6, 2005 11:51 PM: Você ou não percebeu por ler em diagonal, ou não percebeu por outra razão qualquer, ou percebeu e ainda é mais triste.

Publicado por: Joana às julho 6, 2005 11:58 PM

"...em segundo lugar havia factos (haveria?)... "

joana, o defeito é meu ; não consigo conjugar os seus verbos !

Publicado por: zippiz às julho 7, 2005 12:00 AM

Na verdade, isso poderia ser matéria para um estudo interessante na área de sociologia.
Sempre me interroguei porque é que determinadas pessoas eram apoiadas. Esses, a Fátima Felgueiras, o tipo da Nazaré (que já não está lá há anos, etc.)

Publicado por: Rui Sá às julho 7, 2005 12:13 AM

Rui Sá às julho 7, 2005 12:13 AM
"Sempre me interroguei porque é que determinadas pessoas eram apoiadas" - porquê?,,,CORRUPÇÃO!

Publicado por: xatoo às julho 7, 2005 12:17 AM

Corromper metade do eleitorado? Ninguém de bom senso pode acreditar nisso.

Publicado por: Rui Sá às julho 7, 2005 12:26 AM

pois é, são apoiadas pela clientela: na
madeira só tem emprego quem estiver nas boas graças do dr. alberto.

estes políticos compreenderam que só venceriam se fizessem alianças com a dita clientela.

assim, é do interesse de muitos manter as coisas como estão: enquanto a vaca tiver leite haverá sempre apoios.

Publicado por: alípio abranhos às julho 7, 2005 12:32 AM

zippiz: Eu interpretei "...em segundo lugar havia factos (haveria?)... " como uma forma de dizer que há, no nosso direito, o benefício da dúvida. Até ser condenado presume-se a inocência.
Neste caso nem havia nenhuma acusação. Apenas rumores.

Publicado por: David às julho 7, 2005 12:34 AM

Também acho que "a tralha joaninha a gritar : Yes Woman !" é em si um acto censório que visa ofender antecipadamente quem concordar com a Joana, nem que seja parcialmente.
Acha bem?
Este blog é um local de convívio onde todos temos ideias muito diferentes.
Ou você só aceita o direito à diferença quando se trata de gays e lésbicas? No caso das opiniões não há esse direito?

Publicado por: David às julho 7, 2005 12:39 AM

Caro David às julho 7, 2005 12:39 AM

"politicamente incorrectos, gente desassombrada e que metem os jornalistas na ordem" até poderia ser José P.Pereira ! Mas não, Joana escolheu do pior que a República tem .

Publicado por: zippiz às julho 7, 2005 12:51 AM

Não me parece que JPP esteja fora do sistema. Vive dele.
Repare ainda na última frase "É pena que sejam estes dois." O facto de ter escolhido não quer dizer que concorde com eles.
Pelo menos é a minha interpretação.

Publicado por: David às julho 7, 2005 12:56 AM

O quê ? AJJ está fora do sistema ? Vc não me faça rir a uma hora destas !

Publicado por: zippiz às julho 7, 2005 12:59 AM

Refiro-me ao sistema de compadrio com os jornalistas

Publicado por: David às julho 7, 2005 01:05 AM

Joana: Você viu este problema desapaixonadamente, de fora, com lucidez, sem embarcar em acusações, mas sem os desculpar. Não é fácil esse distanciamento.
E tem razão no seu ponto. Em vez de insultos mútuos, devia tentar perceber-se a força popular desses sujeitos, ou desses estilos de fazer política.

Publicado por: V Forte às julho 7, 2005 01:08 AM

Há que reconhecer que este texto é muito ... fracturante!

Publicado por: c seixas às julho 7, 2005 01:27 AM

Embora na verdade a Joana apenas enuncia o problema, sem tomar partido.

Publicado por: c seixas às julho 7, 2005 01:29 AM

Cá por mim prefiro esses 2 à escumalha dos jornalistas que são uns aldrabões, parciais e se m qualquer ética.

Publicado por: solidario às julho 7, 2005 02:00 AM

Muito bem Joana!
Está tudo muito certo, excepto o final. Percebe-se que você não conhece as veredas da chamada comunicação social e o que leva os chamados jornalistas a ripostar ou a ficarem calados.

Escreveu você: «É bom que apareça gente desassombrada e segura de si, que meta os jornalistas na ordem. É pena que sejam estes dois»

Não negará que Álvaro Cunhal era uma pessoa «desassombrada e segura de si» e que meteu alguns jornalistas «na ordem». Reconhecerá, também, que esses jornalistas não se calavam, tal como não se calam perante outras pessoas dessa estirpe «desassombrada e segura de si».

O que deverá levá-la a interrogar-se é o facto de eles se calarem perante os dois que cita, mais o major Valentim Loureiro, o srs. Pinto da Costa e Luis Filipe Vieira, o «desassombrado» Paulo Portas ou o «seguro de si» Pinto Balsemão, ou o «desassombrado e seguro de si» Herman José, para só citar alguns. Esse é o terreno do estudo que sugere.

Vale a pena lembrar que o AJ Jardim e o AF Torres são o que são (em todos os domínios) porque são balões soprados pelos jornalistas ao longo dos anos.

E aos jornalistas, coitados, está a acontecer o mesmo que aconteceu aos rapazes da CIA, coitados, com o Bin Laden. Criaram os monstros e depois (exactamente... coitados) perderam o controlo.

Agora quanto à nossa private joke — as pessoas dividem-se em dois tipos em relação à maneira como vêem o marxismo: umas crêem que o marxismo se resume à interpretação do mundo do século XIX; outras entendem que o marxismo do século XIX é apenas um ponto de partida e encerra em si os mecanismos da sua permanente renovação.
Só que eu pertenço a uma terceira espécie: aqueles que pensam que o mundo só pode evoluir na síntese de tudo o que é positivo e inteligente em todas as correntes de pensamento.
O homem (e a mulher, naturalmente) que se autoalgema para toda a vida a modelos de pensamento só mostra que ainda não conseguiu libertar-se do condicionamento tribal.

Publicado por: (M) às julho 7, 2005 05:50 AM

A última frase da Joana resume correctamente a questão. As pessoas estão fartas da "langue de bois" dos políticos e apreciam naturalmente a frontalidade de quem se afasta desse modelo cinzentão. É claro que, muito à maneira do portuguesinho chico-esperto e pacóvio, depois caiem no vício oposto: o de apoiarem grunhos desbocados... É um vício nacional, oito ou oitenta, falta de "sens de la mesure" ou de "common sense"... Por que não apoiam políticos frontais mas com nível, assim como aquele comentador que por aí anda incógnito... o tal euroliberal ?

Publicado por: EUROLIBERAL às julho 7, 2005 08:51 AM

Concordo com a teses da Joana de que a população está farta de políticos que se curvam perante osjornalistas.
Mas o certo é que também gosta de ver os poderosos serem torturados. É a inveja nacional a vingar-se.

Publicado por: Diana às julho 7, 2005 08:56 AM

O problema é que os nossos políticos são fracos, pouco competentes e vivem na defensiva. São um alvo fácil.

Concluindo: o pessoal gosta de ver os jornalistas a torturarem um político, mas aprecia os políticos que dão a volta por cima e "metem os jornalistas na ordem"

Publicado por: Diana às julho 7, 2005 09:00 AM

Hoje vou almoçar com o meu filho, pretendo comer um salmonete grelhado acompanhado de Quinta de Pancas e portanto depois de almoço bem inspirado viria dizer de minha justiça sobre este assunto.

De momento a única coisa que me ocorre é lembra-vos, ó crentes que hoje é um dia triste para nós os portugueses.
Hoje casa-se a namoradinha de Portugal.
Sim aquela de que aquele actor bronco, cuja única qualidade foi ter estado casado com a Lancastre, disse que representava sempre com o mesmo sinal.
Sim aquela que elevou um baladeiro que ninguém conhecia aos píncaros.
Sim aquela que descobria tesouros, quando Ela já o era.

A partir de hoje podemos continuar a sonhar, mas vai ser mais difícil consumá-lo.
Calça-lhe os patins, Catarina, e volta para seres perdoada.

Isto também é sociologia, mas claro que a Joana nunca se iria lembrar deste infausto acontecimento.

Publicado por: carlos alberto às julho 7, 2005 09:06 AM

Os portugueses sabem que são diariamente enganados pelos políticos e pelos jornalistas. Odeiam ambos. Por isso gostam de ver os políticos humilharem os jornalistas e os jornalistas humilharem os políticos. É a nossa vingança mesquinha. Esquecemos que podemos vingar-nos dos políticos no processo eleitoral - por muito viciado que esteja (eu há muito que voto no MRPP na esperança de algum dia ter na AR quem diga de uns e de outros aquilo que eu digo mas ninguém ouve) - e que podemos deixar de comprar jornais, o que atiraria muitos jornalistas (como o José Manuel Fernandes) para o desemprego. Quanto a AJJ garanto-vos que o homem é muito mais inteligente do que pensam. Estive uma vez com ele, fora dos holofotes da comunicação social, e fiquei surpreendido. O pior é o resto...

Publicado por: Albatroz às julho 7, 2005 09:34 AM

Ninguém de bom senso tem dúvidas que o AJJ seja mais esperto que aparenta. Tudo aquilo é estudado. Ele não diz aquelas coisas por incontinência verbal. Têm sempre um objectivo.

Publicado por: c seixas às julho 7, 2005 09:45 AM

o Albatroz afinal é PUMPUM !

Publicado por: EUROLIBERAL às julho 7, 2005 09:46 AM

EUROLIBERAL às julho 7, 2005 09:46 AM

Não sou. Sou anarco-miguelista.

Publicado por: Albatroz às julho 7, 2005 09:48 AM

(M) às julho 7, 2005 05:50 AM

muito bem, concordo. Apesar do condicionamento tribal como sabe ser um factor muito forte, como por exemplo o modelo familiar !

Publicado por: Templário às julho 7, 2005 09:59 AM

EUROLIBERAL

Apoiado ! Tens o meu voto !

Publicado por: Templário às julho 7, 2005 10:02 AM

carlos alberto às julho 7, 2005 09:06 AM

Vais afogar as mágoas na quinta de pancas?

Publicado por: Templário às julho 7, 2005 10:06 AM

A última frase diz tudo: "É pena que sejam estes dois".
Mas o xatoo não percebeu.
Não admira...

Publicado por: Senaqueribe às julho 7, 2005 10:24 AM


Quatro anos por matar marido em sexo sádico !

Tendo sido provado que o crime foi premeditado, esta sentença é bem reveladora do subconsciente do colectivo de Juízes:

- Morrer por morrer, antes assim !

ehehehehe

Publicado por: Templário às julho 7, 2005 10:34 AM

Fartei-me de rir com essa entrevista, com o à vontade do AF Torres e o ar incomodado do RG de Carvalho.

Publicado por: Coruja às julho 7, 2005 10:34 AM

Aquela entrevista deve-lhe ter saído cara. Só o preço das consultas do psicanalista que contratou após o fim da entrevista.

Publicado por: Coruja às julho 7, 2005 10:36 AM

Para aqueles todos de aqui, como Zippiz, que, à luz de Campos e Cunha, tenham o azar da propriedade de um prédio rústico (canto inferior direito, segundo hino) :

http://www.realsetubal.org/ras.htm

Publicado por: asdrubal às julho 7, 2005 10:59 AM

Eu acho que a Joana não percebeu bem estas últimas declarações de Alberto João Jardim. O homem não disparou, desta vez, contra os jornalistas do "Contenente". Disparou contra os chineses. Disse que não os queria na Madeira.

Ou seja, Alberto João não disse coisas desagradáveis para os jornalistas do "Contenente". Disse coisas desagradáveis para os chineses - não sei se ele inclui ou não nesse classificativo muitas pessoas de raça Han mas nacionalidade portuguesa, mas isso é de somenos importância agora.

Os jornalistas do "Contenente" podem ter gostado ou não das afirmações de Alberto João. (Não duvido de que muitos tenham gostado. Não faltam no "Contenente" jornalistas xenófobos.) Mas elas não lhes eram, certamente, dirigidas.

Em vez de se preocupar tanto com os jornalistas do "Contenente", a Joana deveria ocupar-se concretamente com estas afirmações de Alberto João.

Aparentemente, à Joana agradam todas as declarações que ofendam alguns jornalistas do "Contenente". Aparentemente guia-se pelo princípio de que "o inimigo do meu inimigo meu amigo é".

Eu não sou árabe, e não me guio por tais princípios.

Publicado por: Luís Lavoura às julho 7, 2005 11:05 AM

Eu julgo que o incidente a que a Joana se refere foi quando o AJJ chamou filhos da **** e bastardos aos jornalistas do "Contenente". Foi então que o Sindicato pediu a intervenção do Sampaio.

Publicado por: Rui Sá às julho 7, 2005 11:11 AM

Caro Rui Sá:

Certo. Ninguém de bom senso acredita que seja possível corromper metade do eleitorado.

Isto é, directamente não é possível. Indirectamente, não só é possível, como nos meios pequenos é frequente.

Há muitas formas de corrupção. A mentalidade do «eu roubo, mas faço» é uma delas. Um eleitorado que vota conscientemente num candidato destes é um eleitorado corrupto.

Depois há a corrupção em rede. Meios em que todos devem favores a todos (não são só os negócios de milhões com os construtores civis, são também as cunhas para empregar o filho deste e o cunhado daquele); e em que todos têm rabos de palha, a última coisa que interessa a uma boa parte dos eleitores é um autarca que não faça favores nem tenha rabos de palha.

Há ainda o clientelismo em árvore ou em pirâmide: um político tem meia-dúzia de clientes, cada um dos quais tem outra meia-dúzia, e assim sucessivamente até incluir a maior parte ou a totalidade do eleitorado.

Quais são os traços distintivos do eleitor corrupto? O principal é este: no café ou à porta da loja diz do autarca o que Maomé não disse do toucinho, mas nas urnas vota por ele.

No jornal da terra o eleitor corrupto lê as denúncias que alguém mais desassombrado e mais honesto faz das trafulhices alheias - e embora essas denúncias o encham de gáudio, não quer ver as suas próprias denunciadas.

Em suma: não é possível corromper metade do eleitorado, mas também não é preciso: em muitos lugares do país mais de metade já é corrupta há gerações.

Publicado por: Zé Luiz às julho 7, 2005 11:25 AM

Mais que a anális em si, que gostei, este post é um bom ponto de partida para uma reflexão sobre este assunto

Publicado por: Filipa Sequeira às julho 7, 2005 11:26 AM

O uso pejorativo de termos como «bem pensante» e «politicamente correcto» torna-se bastante confuso. Será que a Joana considera um elogio dizer a alguém que «pensa mal»? («Politicamente incorrecto» já se tornou um elogio em certos círculos, por paradoxal que pareça...) Não será que assim se está a degradar a linguagem?
http://esquerda-republicana.blogspot.com/2005/07/o-politicamente-correcto-nunca-existiu_05.html

Publicado por: Ricardo Alves às julho 7, 2005 11:27 AM

Aparentemente a Joana considera que, na guerra entre Alberto João e os jornalistas do "Contenente", é bom que estes últimos apanhem umas cacetadas. Não por aquilo que dizem sobre Alberto João, mas sim porque a Joana não gosta deles, por outros motivos.

Acontece, no entanto, que nessa guerra os jornalistas exibem alguns argumentos, enquanto que Alberto João não exibe nenhuns. Apenas exibe insultos ("filhos da puta"), incluindo um incorretamente traduzido do inglês ("bastardos").

Claramente, à Joana agrada que alguém insulte os jornalistas, mesmo qundo não tem nenhum argumento para aduzir, ao contrário dos jornalistas, que aduzem alguns argumentos (eventualmente rebatíveis).

É triste que a Joana, que indubitavelmente é uma pessoa inteligente e com uma educação esmerada, desça ao nível de uma mentalidade guerreira de tal forma árabe. Aceitar qualquer aliado na sua guerra, mesmo quando esse aliado não tem nada que se recomende (nem se sabe recomendar a si próprio).

Publicado por: Luís Lavoura às julho 7, 2005 12:30 PM

Ricardo Alves às julho 7, 2005 11:27 AM
Como o seu blog tem limitações aos comentários (as virtudes democráticas não estão ao alcance de qualquer) respondo-lhe aqui. Confuso? Leia, por exemplo:

Politicamente Correcto

Confuso ainda? Leia, sff:
Intolerância Congénita

Se continuar confuso, escreva apenas. Não leia. Verá que continuará satisfeito consigo próprio.

Publicado por: Joana às julho 7, 2005 01:07 PM

Luís Lavoura às julho 7, 2005 12:30 PM
Julgo que você não percebeu o que eu escrevi.

Publicado por: Joana às julho 7, 2005 01:11 PM

O problema é que os partidos só elegem chefias que são subservientes perante a comunicação social. Têm medo de gente com garra. É tudo cinzento.

Publicado por: L Tavares às julho 7, 2005 01:28 PM

Joana às julho 7, 2005 01:11 PM

Então, talvez me pudesse explicar melhor.

Eu li duas vezes.

Publicado por: Luís Lavoura às julho 7, 2005 02:13 PM

Talvez valesse a pena não esquecer que aquilo que os Jornalistas(provávelmente a fazer um frete partidário) acusavam AJJ de fazer, foi a solução encontrada por Sócrates para acomulação de reformas dos ministros. Atendendo a isso a "f**** d* p*****" está bem empregue.

Publicado por: lucklucky às julho 7, 2005 02:14 PM

Joana,
já tinha lido o seu texto intitulado «Politicamente correcto». É um exemplo excelente da trapalhada que pessoas como a Joana têm fomentado.
Honestamente, não compreendo o que se ganha em usar «politicamente correcto» para designar aquilo com que não se concorda, e o seu contrário para designar aquilo com que se concorda. (Não se deveria fazer rigorosamente o contrário?) É uma confusão deliberada introduzida em Portugal pela direita, e não pela esquerda (como descrevo no meu blogue). Esta distorção do sentido original das palavras já ultrapassou, em muito, a simples retórica política.
O que faz a Joana quando concorda com o pensamento de alguém? Diz-lhe: «tu pensas bem», ou diz-lhe: «tu és mal pensante»?

Publicado por: Ricardo Alves às julho 7, 2005 02:36 PM

Matéria para tese em Sociologia Política

O 1º Ministro Blair, disse que a nossa determinação em defender os nossos valores, é superior à determinação dos terroristas.

Será que é ?
Será que a nossa determinação, conseguirá deter a efectiva determinação dos homens bomba ?

Publicado por: Templário às julho 7, 2005 02:43 PM

Os ingleses já estiveram sozinhos, mais de um ano, contra os nazis que controlavam a maior parte da Europa Continental e não desistiram.
Não seria agora.

Publicado por: Hector às julho 7, 2005 02:53 PM

Chego à conclusão que os diálogos que se estabelecem por aqui advém quase sempre de leituras deficientes do post inicial, que se propagam com leituras incorrectas dos comentários, das recações e assim por diante. Não sei qual é o prazer que se tem em mostrar incapacidade em ler um simples post em bom português.

A joana não adoptou o estilo politicamente correcto, de censurar veementemente Alberto João, e só depois podia tergiversar por outras andanças. Como se tal fosse necessa´rio entre pessoas adultas e de valores bem firmados, mas talvez seja optimista demais.

Eu também gostava que existissem muitos como Alberto João Jardim na forma como se estão nas tintas para os jornalistas.

Publicado por: Mário às julho 7, 2005 03:01 PM

Publicado por: Templário às julho 7, 2005 02:43 PM

Nem todos podemos ser Zapateros. Esse, depois de pagar a vitória eleitoral à al-Qaeda, dedica-se agora a negociar com a ETA... A agenda de Mário Soares.

Publicado por: Pedro Oliveira às julho 7, 2005 03:17 PM

Ricardo Alves às julho 7, 2005 02:36 PM

Há duas coisas fundamentais em que os liberais de direita portugueses estão de acordo:

1) Os jornalistas são (quase) todos "de esquerda".

2) Toda a gente que não é liberal de direita é "de esquerda" e "socialista".

É assim a modos que uma paranóia, uma mania da perseguição, dos liberais de direita portugueses. Eles imaginam-se perseguidos por hordas de esquerdistas (todos os que não pensam como eles são por definição esquerdistas), incluindo horríveis jornalistas, os quais são todos de esquerda (uma vez que não são liberais).

Na visão dos liberais de direita portugueses, não há distinções entre os seus adversários políticos. São todos de esquerda.

Também, é irrelevante qualquer demonstração que se possa fazer a um liberal de direita português de que há muitos jornalistas de direita, incluindo muitos liberais. Por mais demonstrações dessas que se façam, eles continuarão a insistir na sua paranóia de que os jornalistas são todos de esquerda.

Publicado por: Luís Lavoura às julho 7, 2005 03:19 PM

É bom haver blogs liberais e tolerantes que mantêm caixas de comentários abertas mesmo que lhes chamem tudo, como paranóicos, por exemplo. Os "democratas" de esquerda são mais esquisitos nisso.

Publicado por: Rui Sá às julho 7, 2005 03:40 PM

Conferência de Imprensa da Polícia: 33 mortos confirmados, 300 pessoas tratadas nos hospitais, das quais cerca de metade feridas com gravidade.

Publicado por: Ultimas de Londres às julho 7, 2005 03:57 PM

Houve vários blogues de esquerda que viram as suas caixas de comentários atacadas por difamadores obsessivos ou grupos organizados de extrema direita. Exemplos da primeira situação aconteceram no Barnabé e no BdE, e a segunda aconteceu recentemente no Diário Ateísta (que nem sequer é de esquerda...) e no Ponte Europa.
Nunca vi as caixas de comentários dos blogues de direita serem atacadas pelos Riapas ou pelos neo-nazis.

Publicado por: Ricardo Alves às julho 7, 2005 04:08 PM

Eu tenho para lá alguns comentários do Riapa no meu blogue. Devo ser demasiado anarquista para eles...

Publicado por: Pedro Oliveira às julho 7, 2005 05:05 PM

Publicado por: Templário às julho 7, 2005 10:06 AM

É, sem dúvida, uma mais valia nas intervenções deste blog já de si uma leitura obrigatória.
A sua pergunta iria produzir em mim um dilúvio de elucubrações que faria corar uma criancinha, das muito, muito antigas claro!

Infelizmente o que aconteceu em Londres, a capital da resistência como alguém lá para trás lembrou, eliminou qualquer intuito de brincadeira.
Podia ser eu, podia ser você, até podia ser um dos muitos que hoje batem palmas e se regozijam em Portugal.

Tudo isto é muito triste.

Publicado por: carlos alberto às julho 7, 2005 06:08 PM

"1) Os jornalistas são (quase) todos "de esquerda"."

aposto que 80% o são :)

Os que têm blogues fazem uma amostra correcta?

Publicado por: lucklucky às julho 7, 2005 06:26 PM

Ricardo Alves às julho 7, 2005 04:08 PM:
Entre meados de Outubro de 2003 (mês de início deste blogue) e meados de Novembro de 2003, foram aqui colocados mais de 3 mil comentários cheios de impropérios. A técnica era um ou dois parágrafos de impropérios repetidos dezenas de vezes. Cada comentário tinha uma extensão de 2 ou 3 dezenas de folhas A4.
Teve que ser o webmaster da Weblog a limpar essas obscenidades directamente no servidor.
Foi então que a Weblog introduziu a Black-list e uma rotina que impede comentários sucessivos.
Durante o ano seguinte houve alguns "ataques" mas sem o mesmo efeito, até porque meia dúzia de comentários apagam-se, 200 numa assentada já é complicado.
Portanto não me venha falar desse tipo de experiências. Estão mal habituados.
Aliás o assunto foi então bastante comentado nos fóruns da Weblog.

Publicado por: Joana às julho 7, 2005 06:43 PM

asdrubal às julho 7, 2005 10:59 AM

As músicas até são bonitas, sim senhor!
O 3º hino até tem uns laivos d'A Internacional.
Tudo bem...

Publicado por: Senaqueribe às julho 7, 2005 09:50 PM

Publicado por: Joana às julho 7, 2005 01:11 PM

joana, parece que não é só a mim que Vc não consegue explicar as coisas mais simples !

Publicado por: zippiz às julho 7, 2005 10:11 PM

Senaqueribe em julho 7, 2005 09:50 PM: A Internacional inspirou-se no Hino da Carta? Somos fortes!

Publicado por: Sa Chico às julho 8, 2005 12:15 AM

realmente a maré vai alta - a "emergência de políticos politicamente incorrectos" chegou ao desplante de p/e na Alemanha se discutir já abertamente soluções anti-Capitalistas (tal como em França) na crise aberta pela queda de Schroder.
Alarmante tambem para pôr os pisca-piscas Liberais e ultraliberais a funcionar, é o próprio ministro da Defesa alemão admitir em entrevista "que a CIA está directamente envolvida no golpe de 11 de Setembro", ou que a alQaeda é uma invenção dos Neocons
não acreditam?
vejam aqui o entrevistador Alex Jones
http://www.prisonplanet.com/021104vonbuelow.html

Publicado por: xatoo às julho 8, 2005 04:32 PM

Senaqueribe em Julho 7, 2005 09:50 PM,
.
« (...)Devia ser descongelada a reavaliação dos prédios rústicos. (...) Há décadas que não se mexe nisto, e há um enorme potencial de receita por explorar. A maioria dos 308 municípios são do interior, e para eles as propriedades urbanas não dão nada, só o IMI sobre os prédios rústicos poderia dar (...)».
(Rui Nuno Baleiras, no DN de 4-07-2005)
.
Daí o Hino da Maria da Fonte ...

Publicado por: asdrubal às julho 8, 2005 10:28 PM

xatoo bela entrevista a Alemanha está doente....

"And I said there must have- gone something very [wrong]. I watched the TV for example and in the same minute that the TV showed the planes driving into the World Trade Center, you found these Palestinians dancing and laughing. And a few days later one could find out that this was fake. It was made by a TV crew of the defense ministry in Israel and they gave candies to the people and they laughed about it. And, nobody told it."

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Universidade Brazileira onde começou o rumor...

UNICAMP (Universidad Estatal de Campinas-Brasil) would like to announce that it has no knowledge of a videotape from 1991, whose images supposedly aired on CNN showing Palestinians celebrating the terrorist attacks in the U.S. The tape was supposedly from 1991, and there were rumors that the images were passed off as current.

This information was later denied, as soon as it proved false, by Márcio A. V. Carvalho, a student at UNICAMP. He approached the administration today, 17.09.2001, to clarify the following:

the information he got, verbally, was that a professor from another institution (not from UNICAMP) had the tape; he sent the information to a discussion group e-mail list; many people from this list were interested in the subject and requested more details; he again contacted the person who first gave him the information and the person denied having the tape; the student immediately sent out a note clarifying what happened to the people from his e-mail list.

The original message, however, was distributed all over the world, often with many distortions, including a falsified by-line article from the student. He affirms that a hacker attacked his domain. Several E-mails have been sent on his behalf and those dating from 15.09.2001 should be ignored.

Among the distortions is the fact that UNICAMP would be analyzing the tape, which is absolutely false. The administration considers this alert definitive and will be careful to avoid new rumors.
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Declaração da Reuters...

Reuters rejects as utterly baseless an allegation being circulated by e-mail and the Internet claiming that it circulated 10-year-old videotape to illustrate Palestinians celebrating in the wake of the September 11 tragedies in the United States. Reuters welcomes a statement by the Universidad Estatal de Campinas-Brasil (UNICAMP), one of whose students was the author of the original e-mail, setting the record straight. The videotape in question was shot in East Jerusalem by a Reuters camera crew on September 11 in the immediate aftermath of the attacks on the United States. The footage was broadcast by CNN and other subscribers to the Reuters video news service.

Publicado por: lucklucky às julho 9, 2005 12:23 PM

E o AJJardim não desarma. Agora atirou-se ao Marques Mendes

Publicado por: partisan às julho 11, 2005 08:38 PM

Também ele é tão pequeno.

Publicado por: partisan às julho 11, 2005 08:40 PM

eu acho que devem existir muitos analfabetos funcionais ...
a joana não defendeu o ajj na sua luta contra os jornalistas do contenente ...
A joana limitou-se a dizer que a populaça gosta de políticos fortes, que mostrem força e que não se guiem por aquilo que a comunicação social acha que é melhor, ou que eles acham que agrada mais à comunicação social ou o que eles acham que agrada mais à opinião pública ...
A maralha quer políticos a sério com convicções e que não façam fretes a jornalistas e se fôr preciso que os metam na ordem, como fazia o cavaco ...
Posto isto, lamenta que actualmente, os exemplos que nós temos sejam maus ...
Será que ninguém consegue interpretar português ?

Publicado por: bcool às julho 17, 2005 07:32 AM

bcool: Há matéria para Tese em Sociologia Política. Os doutorandos é que são fraquinhos!

Publicado por: Diana às julho 17, 2005 09:56 AM

Lixo

Publicado por: celebr às julho 31, 2005 12:21 AM

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Publicado por: celebrex às setembro 12, 2005 11:56 PM

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