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junho 16, 2005

A UE entrou na Europausa

Tinha que acontecer. A idade não perdoa. A UE perdeu toda a capacidade criativa, está artrítica e invejosa dos êxitos dos outros, mas na impotência de estes lhe servirem de estímulo para a motivar, para a levarem à “concepção” de um projecto de regeneração. Entrou na fase da negação, da recusa do que sai fora dos cânones que estabeleceu in illo tempore. Já se percebera que a Europa começara a sofrer de afrontamentos, insónias, irritabilidade e crises depressivas. Agora é seguro e é título do DN: A UE entrou na Europausa.

A seguir é a perda da massa óssea e a atrofia progressiva.

Publicado por Joana às junho 16, 2005 01:37 PM

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Comentários

é tão fácil dizer mal da Europa, acertandamente, que nem chega a ser estimulante.

Publicado por: Mário às junho 16, 2005 02:03 PM

Você, sarcástica, é refinada.

Publicado por: sarmento às junho 16, 2005 02:20 PM

O título do post está muito bem achado.

Os dois problemas da UE são:

1) Foi construída de forma não democrática. Nunca se perguntou diretamente ao povo de toda a UE o que ele queria. O povo da UE nunca votou diretamente para os seus órgãos dirigentes. Nunca se perguntou ao povo da UE se esta deveria ser alargada a mais este ou aquele país; em particular, o último alargamento, de 10 novos países de uma só vez, foi altamente imprudente, e potencialmente altamente impopular. Agora querem alargá-la ainda mais, à Croácia, à Ucrânia e à Turquia: mais adesões precipitadas e feitas à revelia do povo.

2) Não se definiu com precisão até onde poderiam ir os seus poderes. Os poderes da UE foram alargados até muito além daquilo que é razoável, piorando dramaticamente a falta de democracia exposta em 1). A UE determina coisas ridículas, como sejam as condições das queijarias ou o esquema de recolha de embalagens usadas.

Infelizmente, não há qualquer vontade política de resolver estes dois problemas, uma vez que o mal que lhes deu origem - o facto de a UE ser governada pelos Estados que a compõem - está totalmente arreigado.

Razão tem Francisco Louçã: a UE precisa de ir a votos para eleger uma Assembleia Constituinte que faça uma Constituição que prescreva como é que a UE deve ser governada (por ógãos eleitos pelo povo, naturalmente) e quais devem ser os seus poderes.

Só um tal caminho é que é democrático, e portanto liberal.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 16, 2005 02:52 PM

Também há os que não se cansam de evocar a opção por uma "produção de excelência", em todas as áreas, mas particularmente nos têxteis, para exorcizar os preços de chuva e o "dumping social" incluso nas exportações chinesas para a UE.
Veja-se (Libération, 16-06-05) como é que UM PAR DE PEÚGOS de seda ou cachemira com a etiqueta «Pierre Cardin» corresponde, em euros, a UM SALÁRIO MENSAL de uma operária chinesa :
.
- «No fim dos anos 70, na China, foi um camponês quem pela primeira vez, aproveitando a maquinaria abandonada de uma velha fábrica, se lançou na produção de peúgos. Produzia-os na sua quinta e vendia-os clandestinamente nas estradas porque, no tempo de Mao, a actividade individual era severamente punida.
Vinte e cinco anos depois, a zona de Datang, no sul da China, realiza um terço da produção mundial com uma indústria de várias centenas de empresas, quase todas privadas. Estas, vendem a gama de baixa qualidade no grande mercado de Yiwu sobretudo a paquistaneses e nigerianos que aí acorrem, mas também peúgos de seda e cachemira que saem das fábricas com a etiqueta "Pierre Cardin" a um preço em euros que corresponde práticamente a um mês de salário de uma operária».
.
Como se dizia antigamente, isto é o fim da macacada !
Qual será a invenção que os portugueses vão inventar quanto a produzir bens transaccionáveis de alto valor acrescentado ?

Publicado por: asdrubal às junho 16, 2005 03:35 PM

Bens transaccionáveis de alto valor acrescentado?
Já estão inventados, são os galos de Barcelos!

Publicado por: Senaqueribe às junho 16, 2005 03:49 PM

E a cerâmica das Caldas? Os chineses não conseguem copiar.

Publicado por: bsotto às junho 16, 2005 03:58 PM

bsotto: acho que devemos apostar nesse produto. Genuinamente nacional, com um design com mais de 1 século, mas que mantém a actualidade. Um achado.

Publicado por: David às junho 16, 2005 04:13 PM

asdrubal às junho 16, 2005 03:35 PM

Caro Asdrubal

Você nem parece Português !!!

Ainda quer mais invenções de valor acrescentado?

Olhe, houve já várias crises petroliferas, mesmo quando tínhamos o nosso escudozito, no entanto nem pestanejámos.

Afinal quem sustentou Portugal nos últimos 50 anos?

A emigração e o turismo !

Que estamos a fazer neste momento ? Exportar pessoas com uma dupla finalidade:
a) primeiro não se lhes paga nem subsídio de desemprego, nem rendimentos m. garantidos.

b) segundo, essa gentinha aos milhares, que como todos sabemos perfazem uns milhões, vão enviando la bela moeda, para que possamos pagar as nossas importações, desde as batatas até às vassouras.

Somos O único País da Europa que nada Produz, que tudo compra ao estrageiro, e tudo dança minha gente, quer melhor ?
Safa ! você é exigente !

Publicado por: Templário às junho 16, 2005 04:27 PM

Asdrubal

E..ainda me esqueci da nova coqueluche Emigrante que valem todos juntos muitos e muitos milhões:

- Mourinho, Ronaldo, Figo, Tiago, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Boa Morte, e agora a onda Russa, Maniche, Costinha e companhia.

- Outra informação importantíssima nesta área, a Camisola do Chelsea com o retrato do Mourinho custa £ 12,99 e diz no site, Made in Portugal !!!

E ainda há intelectualoides, economistas e outros tanguistas que atacam o Futebol, e o detestam mesmo.

O Futebol Português é hoje a actividade mais Importante de Portugal e com maior valor acrescentado, como mercadoria de exportação !

Olha se os Jogadores tomassem consciência deste facto e exigissem as mesmas regalias prás empresas exportadoras !?

Publicado por: Templário às junho 16, 2005 04:41 PM

Publicado por: asdrubal às junho 16, 2005 03:35 PM - "as peugas chinesas pierre cardin"
Existem três deuses no sistema mundial:
o deus Capital o deus Mercado e o deus Empresa,,,
Na China as empresas privadas são 1,9% do total
as Estatais 11,3%
as colectivas 2,2% e
as empresas estrangeiras 84,6%
basta olhar para estes numeros para ver que não são os chineses que vendem pierre cardin a paquistaneses.
A diabolização da capacidade empresarial Chinesa serve a que deus(es)?

Publicado por: xatoo às junho 16, 2005 04:58 PM

xatoo em Junho 16, 2005 04:58 PM,
.
Dessa descrição que faz - suponho que se trate de 84,6% de empresas ocidentais deslocalizadas na China - deve poder deduzir-se que o "Capital" actua como uma tenaz, pela banda chinesa (uma espécie de "China Connection") pressionando os mercados ocidentais - sobretudo europeus - para baixar os custos de produção, o valor do trabalho e ainda os respectivos sistemas de segurança social. Mas as cada vez maiores importações de crude pela China e pela Índia e o aumento do preço do petróleo, não baixam - aumentam - os custos de produção no Ocidente.
Em que é que ficamos, caro xatoo, que eu cá não percebo nada de deus(es) ?

Publicado por: asdrubal às junho 16, 2005 05:33 PM

A Europa sofre de dois defeitos mortais:

1º- Foi longe demais.

2º- Não foi suficientemente longe.

Passo a explicar:

Foi longe demais: Não ouviu os europeus de todas as nações. Engendrou tratado atrás de tratado, sempre aos empurrõezinhos, sem dizer para onde ía e ao que ía. Transformou a Europa numa burocracia ridícula, interferindo em tudo a todo o momento, geralmente beneficiando os grandes e prejudicando os pequenos. Lançou-se numa corrida para a frente, mas às cegas. Dava a impressão de que a Europa se sobrepunha aos estados nacionais sem que daí viesse qualquer vantagem. Ficámos todos fartos.

Não foi suficientemente longe: A Europa não se pode fazer sem um sentimento de identidade, sem um reconhecimento de um interesse colectivo. Ninguém quer uma Europa para ser mandado pelo Chirac ou pelo Schroeder. Falou-se muito mas quando se chegava à questão dos meios, olhava-se para o orçamento europeu e via-se uma ridicularia de 1,27% do PIB conjunto. A Europa será aceite quando os europeus virem na União uma fonte de benesses ou um centro de decisão na defesa de direitos e interesses. Assim, seria lógico entregar à União a responsabilidade pela Educação (pelo menos a nível superior), pela Saúde, pela Segurança Social, pela Defesa, pelo Desenvolvimento das regiões mais pobres. Áreas que promovessem a igualdade de tratamento de todos os europeus e que coordenassem questões, como a defesa, que já não podem ser tratadas com eficiência à escala nacional. Tudo isso ajudaria os europeus a sentirem que pertenciam a uma estrutura comum, capaz de defender os seus interesses. É claro que a atribuição à União de responsabilidades desse tipo implicaria a criação de impostos europeus, e que os estados nacionais vissem as suas competências fortemente diminuidas. Mas os povos europeus acabariam por se sentir muito mais solidários.

Se se quiser construir a Europa, terá de ser pela segunda via. A primeira, a actual, vai conduzir à desagregação. E países como o nosso teriam mais vantagem em se virar para a CPLP e para a Comunidade Iberoamericana.

Publicado por: Albatroz às junho 16, 2005 07:47 PM

Na verdade, pela qualificação, pela calãzisse, pelo Estado ineficaz e ladrão e pelos empresários fraquitos, pertencemos mais à CPLP e à Comunidade Iberoamericana que à Europa

Publicado por: Domino às junho 16, 2005 08:03 PM

Bem apanhado este post. Parabéns

Publicado por: Ronaldo às junho 16, 2005 10:00 PM

Na realidade apos a perca de massa ossea vem as fracturas.
Atrofia e uma coisa completamente diferente.

Publicado por: lowlander às junho 16, 2005 10:40 PM

lowlander às junho 16, 2005 10:40 PM

Só se forem as facturas que os EUA devem aos Europeus !

Publicado por: Templário às junho 16, 2005 10:58 PM


Olha a Manela F. Leite concorda comigo... ehehehe (agora, claro ) Disse hoje na Grande Entrevista:

- Os impostos sobre o Tabaco e sobre o Alcool, não aumenta a receita do Estado... porque a partir de um certo montante, dá Lugar ao Contrabando.

- Estas medidas (disse a Manela) vão ajudar é a Espanha !!!

Grande Sócrates, ao afundares isto e ao Ajudares a Grande Hispânia, és o meu Heroi preferido na História Recente !

Arriba los pueblos unidos da Grande Hispânia !!!

Publicado por: Templário às junho 16, 2005 11:03 PM

Joana,
O actual estado da Europa só pode ser culpa, senão do Guterres, que serve para desculpar tudo, pelo menos do EPC, do BE, do Jerónimo, enfim, escolham.

Publicado por: zippiz às junho 16, 2005 11:41 PM

Relativamente aos efeitos do contrabando, ler em maio 26, 2005 12:15 AM:
http://semiramis.weblog.com.pt/arquivo/2005/05/o_efeito_dos_im.html

"No caso dos combustíveis e do tabaco a procura não é absolutamente rígida, pois poderá haver diminuição de consumo e a “elasticidade de substituição” com combustíveis comprados em Espanha (por isso o aumento foi ligeiro) ou com tabaco contrabandeado (neste caso o aumento foi maior porque o Governo pensa que consegue controlar com mais eficácia o contrabando)."

Publicado por: Joana às junho 16, 2005 11:54 PM

E também em maio 17, 2005 11:39 PM:
http://semiramis.weblog.com.pt/arquivo/2005/05/poeira_ou_desco_1.html

"O imposto sobre o tabaco tem um efeito positivo do ponto de vista da saúde pública, mas terá que se ter em conta que um aumento do preço do tabaco provoca aumento do contrabando, pois torna esta “actividade” mais atractiva face aos “custos criminais”."

Publicado por: Joana às junho 16, 2005 11:56 PM

E ainda, em setembro 16, 2004 11:35 PM
http://semiramis.weblog.com.pt/arquivo/2004/09/fogo_sobre_a_cl.html

"o aumento destes impostos induz um aumento do contrabando (ou de outras formas de evasão) e faz com que as receitas fiscais fiquem frequentemente estáveis. Isto não é novo: já há duzentos anos que J. B. Say descobriu este fenómeno, embora muitos políticos continuem a ignorá-lo. Há uma regra que se verifica sempre e em todas as circunstâncias: quanto maior é o peso da fiscalidade e a sua injustiça, mais incentivos há à evasão fiscal."

E se lerem:
http://semiramis.weblog.com.pt/arquivo/2005/03/dois_socialismo_1.html
também lá encontram referências ao mesmo.

Publicado por: Joana às junho 17, 2005 12:01 AM

zippiz às junho 16, 2005 11:41 PM:
O actual estado da Europa é culpa dos que têm acalentado ilusões que se pode gastar o que não há e dos que têm votado neles.

E também daqueles que pedem que se persiga e se sangre os que têm êxito, esquecendo que são os que têm êxito que criam empregos. É preferível eles usarem o dinheiro para criarem empregos do que serem espoliados e o dinheiro servir para consumo não reprodutivo. E para afugentar os outros de investirem num país de invejosos e de tipos com a mania que são Robin dos Bosques.

Publicado por: Joana às junho 17, 2005 12:06 AM

E a taça vai para........

JOANAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!

Publicado por: Anonymous às junho 17, 2005 12:39 AM

Sim Joana,
e o que é preciso é muitas Fundações...

Com esse discurso já a estou a ver no sábado no Martim Moniz!

Publicado por: zippiz às junho 17, 2005 01:06 AM

Bem escrito. De acordo

Publicado por: L Tavares às junho 17, 2005 09:42 AM

zippiz às junho 17, 2005 01:06 AM
Uma das manias dos émulos da Teoria da Conspiração é o de colarem rótulos nas pessoas.
Acaso já lhe disse que você colaborou no arrastão? Ou que anda a partir montras de lojas e a incendiar carros?

Publicado por: Joana às junho 17, 2005 09:44 AM

A Joana, tal como o país na generalidade, não tem querido falar do "arrastão" da praia de Carcavelos. Como se os problemas dos quais se não fala não existissem. Permito-me ir tocar no assunto porque me parece essencial que olhemos de frente uma situação que corre o risco de se agudizar se nada se fizer.

Primeiro que tudo assumo que os imigrantes não podem ser expulsos, não vão ser encorajados a irem-se embora de motu proprio, nem vão desaparecer por artes mágicas. Ou seja, vamos ter de nos habituar à ideia de que esta é uma situação com caracter permanente. Logo, vamos ter de a resolver. Para tal são precisas duas coisas:

1º - Reprimir eficazmente toda a criminalidade associada a imigrantes, sejam eles de África ou do Leste europeu.

2º - Integrar eficazmente esses imigrantes na nossa comunidade.

A repressão é um problema policial que deve ser tratada com os meios habituais.

A integração tem várias vertentes:

- reconhecer a nacionalidade portuguesa a todos os que nascem em Portugal de pais imigrantes legais;
- evitar a formação de guetos, promovendo o alojamento de imigrantes em bairros multi-étnicos e multi-culturais;
- prestar apoios escolares suplementares aos filhos de imigrantes que o necessitem, para evitar o insucesso escolar;
- promover cursos de formação profissional para esses jovens com grau de qualificação mais baixo;
- inserção de portugueses de minorias étnicas em lugares públicos, inclusive na esfera política, como meio pedagógico tanto para as minorias propriamente ditas como para a maioria, a qual tende a subvalorizar as pessoas oriundas dessas minorias;
- lançamento de campanhas de sensibilização que tornem os portugueses mais receptivos à necessidade de todos contribuirem para esse processo de integração.

Só assim se poderá evitar a generalização de uma marginalidade associada a minorias étnicas descrentes de si próprias e da vontade da comunidade portuguesa de os aceitar.

Publicado por: Albatroz às junho 17, 2005 09:54 AM

Você tem razão, Albatroz, o problema é conseguir isso. Se o nosso Estado nem é capaz de resolver os problemas "normais" como a Saúde, educação, etc.

Publicado por: David às junho 17, 2005 10:03 AM

Albatroz às junho 17, 2005 09:54 AM

Com essas benesses todas até dá gosto pertencer a uma minoria étnica... e não fazer mais nada.
Papinha toda feita, pois então!...

Publicado por: Senaqueribe às junho 17, 2005 10:10 AM

Albatroz às junho 17, 2005 09:54 AM

As medidas que propõe são demasiado socialistas e você divide a criminalidade, em Nacional e "estrangeiros" emigrantes.

O problema é exclusão económica, que levou obviamente à exclusão social.

Com dirigentes do PS e do PSD, que só se preocupam com o Déficit, não podemos esperar nada de bom.
Com Gente Liberal, que apoia a compra de aviões F16 e de submarinos que custam milhões, mas que contesta uns míseros tostões do rendimento mínimo, que só dá para pão e leite, Este País Não vai a lado Nenhum.

Os liberais até se esquecem, que serão eles o próprio Alvo, serão eles as próximas vítimas e nem assim alteram essa postura, pois crêem na Divina Previdência Policial !

Publicado por: Templário às junho 17, 2005 10:21 AM

Templário às junho 17, 2005 10:21 AM

Mas também há os auto-excluidos, sempre à espera que os rendimentos lhes caiam do céu/Estado.
E quem tem rendimentos garantidos, mesmo que mínimos, não se dispõe a procurar trabalho. Prefere viver de esmolas mas não ter calos nas mãos.

Publicado por: Senaqueribe às junho 17, 2005 11:08 AM

Templário às junho 17, 2005 10:21 AM

Mas também há os auto-excluidos, sempre à espera que os rendimentos lhes caiam do céu/Estado.
E quem tem rendimentos garantidos, mesmo que mínimos, não se dispõe a procurar trabalho. Prefere viver de esmolas mas não ter calos nas mãos.

Publicado por: Senaqueribe às junho 17, 2005 11:10 AM

Duplicação acidental.

Publicado por: Senaqueribe às junho 17, 2005 11:13 AM

A UE entrou na europausa, mas quem está ****** somos nós

Publicado por: rume às junho 17, 2005 12:29 PM

Mas isso acontece, rume, porque a europausa não é o fim do truca-truca. Só é o fim da capacidade de procriar.

Publicado por: Sa Chico às junho 17, 2005 01:32 PM

Senaqueribe às junho 17, 2005 11:10 AM

Não percebo, porque é que as pessoas invejam as esmolas !
Sejamos claros :
- É como 150 ou 170 euros, que as pessoas evitam trabalhar ?

- Mesmo que haja, uma pequena parte que se aproveita sem necessidade, que importância tem isso ?
É por um polícia ser ladrão, que todos o são ?
Afinal o descaramento das regalias "democráticas" sai caro a todos.

O nosso caminho hoje é a Brasileirização !

Veja, um assantante entrou numa ourivesaria e disparou logo sobre a proprietária.

Seremos a curto prazo, uma sociedade de medo, e não voltará a ter o Prazer de Passear à Tardinha ou à noite por Lisboa ou à beira-mar. Terá é que se preocupar com fechaduras, trancas, grades, e se possível com uma caçadeira.

Publicado por: Templário às junho 17, 2005 02:00 PM

Senaqueribe

"Com essas benesses todas até dá gosto pertencer a uma minoria étnica... e não fazer mais nada."

Não tem de ser apenas por altruismo que nos devemos preocupar com as minorias étnicas. É também uma questão de egoísmo. Quanto melhor integradas estiverem essas minorias mais pacífica será a nossa sociedade e mais socegados viveremos todos. Como essas minorias vão ficar entre nós, ou as eliminamos fisicamente ou as integramos. Como não me parece que a eliminação física faça parte das opções, teremos de incorrer nos custos da integração. Quanto mais depressa e melhor o fizermos mais depressa teremos socego. Se quisermos poupar o dinheiro da integração garanto que vamos ter de incorrer em custos muito superiores, quer no reforço de medidas repressivas e de segurança, quer na cobertura dos prejuizos materiais e morais de uma criminalidade crescente. Eu prefiro gastar mais algum dinheiro agora do que ter de andar armado de aqui a pouco.

Publicado por: Albatroz às junho 17, 2005 02:40 PM

Depende do custo da arma.

Publicado por: Coruja às junho 17, 2005 02:46 PM

Se a maioria dos nossos governantes e deputados tivesse feito a tropa e tivesse estado em África, em vez de serem antigos combatentes da "liberdade" exilados na Europa, haveria mais sensibilidade para as minorias de origem africana. Mas os "anti-colonialistas" profissionais não conhecem nada das sociedades africanas, dos seus valores, da sua ética. Tendem até a ser um bocado racistas, vendo os imigrantes africanos como a herança de um "colonialismo" que aprenderam a detestar. Assim como odeiam o "colonialismo" acabam por desprezar os negros que vivem entre nós, frutos desse "colonialismo"...

Publicado por: Albatroz às junho 17, 2005 02:48 PM

Um texto de José Adelino Maltez que merece ser lido e relido:

"Esta grande Lisboa pode ser um pequeno Brasil, mas sem favelas...

No dia do rescaldo de todas as escaramuças patrióticas que comemoraram a justa de São Mamede, desde o arrastão de Carcavelos aos confrontos de Guimarães e do Largo Camões, os portugueses começam a remoer os efeitos das notícias sobre acumuladores, acumulações e outras baterias, mas têm obrigação de sorrir perante esta fotografia dos medalhados da poeira do tempo que já é velho e relho, com que encimo este postal. Porque, depois dos ministros das finanças e das obras públicas e do próprio presidente, conforme a denúncia do "Expresso", consta que a lista, já sem turbo-professores, entrará nos meandros da verdade.

E desta não poderão escapar os próprios vendedores de sentenças opinativas, incluindo os chamadas psicopatas sentenciadores e todos os que continuam o velho regime absolutista, segundo o qual o príncipe está solto da lei ("princeps a legibus solutus") que ele próprio edita através da opinião, dado pensar que também é lei tudo o que príncipe diz ("quod princeps placuit, legis habet vigorem"), mesmo que seja um bocejo ou o habitual prognóstico feito depois do jogo ter acabado, dado que outros até se esquecem o que o mesmo príncipe, já olvidado de suas maneiras, tinha dito um quarto de hora antes do tal jogo ter começado, porque "un quart d'heure avant sa mort, il était encore vivant".

Proponho que a lei seja efectivamente igual para todos. Para a gente fina de Cascais e para a malta da Damaia, para os que vivem no Intendente ou nos condomínios da classe A e B, cujos habitantes militam no SOS Racismo. Proponho que chamemos os bois pelos nomes, isto é, que acabem com todos os acumuladores, incluindo aqueles que tiveram direito a vencimento acumulativo dado em resolução do conselho de ministros de um anterior governo PS, depois de já acumularem a pensão de deputado e de professor, para além do subsídio de curadoria, em fundação que costuma escolher um patriarca por partido, para, depois, organizar colóquios sobre a moralidade dos partidos ao cheiro da canela e das patacas, mesmo que seja o tlin-tlin das "slotmachines".

E continuando a chamar os bois pelos nomes, importa que não insinuemos que foram jovens negros, de origem africana que fizeram o arrastão de Carcavelos, porque quem defendeu os incautos banhistas também foram polícias maduros e negros, de origem africana. A questão não está no subentendido racista, porque os putos da Damaia não são de Bissau, de Luanda ou do Maputo, são portugueses bem portugueses deste Portugal, educados pela televisão portuguesa, pela escola portuguesa, pelos jornais portugueses, pelos políticos portugueses e que constituem uma excelente demonstração como estamos a falhar como povo, incapaz de gerar uma comunidade de coisas que se amam, uma comunidade de significações partilhadas.

Os higiénicos ocultadores do termo raça, que é coisa que cientificamente não existe, como demonstra qualquer universidade ou investigador sérios, não são capazes de reconhecer que a culpa é de nós todos, desse falso paternalismo da memória colonial e imperial que, confundindo o bem com o mal, não é capaz de compreender que, com fantasmas de guerra colonial e preconceitos de descolonização, o racismo é uma fogueira que vai lavrando sem se ver, um primitivismo naturalístico que disfarça a nossa impotência de criação comunitária. Uma pátria que não reconhece que é bem mais rica porque, hoje, há mais portugueses a falar crioulo do que madeirense ou açoriano, mas que continua a não admitir o óbvio de sermos, pelo menos na grande Lisboa, um pequeno Brasil, é uma pátria transformada num cadáver adiado, só porque não repara que, para continuarmos a viver, temos que lutar pela reinvenção de uma identidade nacional capaz de mobilizar os pretinhos portugueses da Cova da Moura, a que só dão, felizmente, o futebol, do Benfica à selecção nacional, e algumas pitadinhas de Sara Tavares.

Não é esse o meu Portugal. O meu Portugal não pode ter esta mentalidade de criação de favelas que por aí circula entre os que continuam com programas escolares e de televisão que nos pintam de caras pálidas, burguesas e fidalgotas. O meu Portugal não é o da educação multicultural irrealista, mas dos novos muitos Portugais que me enriquecem e que eu não tenho que integrar em unidimensionalismo, mas na variedade dos muitos crioulos que fizeram Lisboas, Alcáceres, Messejanas e muitas outras aldeias de variedade universal. Por isso exijo que os polícias estabeleçam a ordem, que os tribunais cumpram a sua missão e que as televisões mostrem que os criminosos que por aí andam são de todas as cores, de todas as classes sociais, de todos os bairros. Sejamos claros, a preto e branco, a loiro e a moreno. Não decepem o Portugal maior que ainda podemos reidentificar e amar!

Os primitivos actuais são naturalisticamente racistas. Só o deixam de ser quando se conhecem, quando se amam, quando, através de um esforço de conversão, se elevam ao ardor de um sonho. Cá por mim, continuo a sonhar um Portugal cadinho de universal e até sou capaz de propor que o crioulo seja elevado a língua nacional portuguesa, ao lado do mirandês e do barranquenho. Saibamos ser dignos do Brasil que transportámos para a ex-capital do Império, mas não deixemos que cresçam as favelas da ignorância e da falta de transparência noticiosa. Só quem assumir uma identidade nacional aberta e reinventar todos os dias um sonho actualista de nação é que vale a pena, se a alma não for pequena! Obrigado, Sofia, a chinesinha que nasceu na minha rua e que anda sempre com o cozinheiro do restaurante indiano, a brincar com o pretinho Jaquim e com a Maria, moldova, seus vizinhos, neste belo quadro de um Portugal que pode voltar a ser abraço armilar! Os polícias são necessários, mas não são os polícias sozinhos que fazem as pátrias!"

Publicado por: Albatroz às junho 17, 2005 03:12 PM

O site de José Adelino Maltês em que apareceu este belo texto:

http://tempoquepassa.blogspot.com/2005/06/esta-grande-lisboa-pode-ser-um-pequeno.html

Publicado por: Albatroz às junho 17, 2005 03:15 PM

Muito bonito esse texto do Maltês. Estou de acordo com ele, mas também estou de acordo que não se finja que se desconhece quem são os putos do arrastão.
Tentar ocultar isso apenas incita a xenofobia, porque a partir daí a notícia veiculada é a do comentário de rua ou autocarro, e as pessoas pensam que ao ocultarem isso na comunicação social, há uma conspiração organizada para proteger os pretos.

Publicado por: David às junho 17, 2005 03:50 PM

É essa mania do politicamente correcto que favorece a extrema-direita.
As coisas têm que ser encaradas como o são e chamar o boi pelos nomes.

Publicado por: David às junho 17, 2005 03:51 PM

Se alguém quer perceber o desastre e degradação da Europa, tem também de perceber a perca de valor da palavra dos políticos Europeus e sua profunda desonestidade. É tudo dito para agradar a toda a gente e depois os actos ficam na gaveta. Não existe uma ligação entre a palvra o acto e depois as suas consequências. Será que o espaço político-cultural Europeu não é livre e todos têm demonstrar cinicamente preocupações sociais e ambientais que não são para cumprir?
Eu sou contra Kyoto penso que é um gasto desnecessário e já tinha dito que não é para cumprir pelas mesmas razões porque o defice também o não é. Mas quem o defendeu e eles estão todos no poder devia honrar as suas posições.


Europe fails to cut greenhouse gas emissions

Figures show Kyoto commitment unlikely to be met

John Vidal, environment editor
Saturday June 18, 2005
The Guardian

Europe is failing to tackle climate change, putting further pressure on Tony Blair to come up with a fresh initiative at the G8 summit and embarrassing the European commission, which is floundering over budget cuts and the constitution treaty.

The latest figures for Europe's greenhouse gas emissions, seen by the Guardian but not due to be released until next week, show that the 15 countries who were EU members in 2003 increased their overall emissions by 1.1% in the year up to 2004.

Article continues
Under the Kyoto agreement, which came into force earlier this year, EU countries must reduce emissions by 8% by 2012 - something which looks increasingly unlikely.

Figures from the European Environment Agency show that only France, Germany, Sweden and the UK have any hope of cutting their energy use in time to meet their targets and that most countries are now falling well behind.

They also show that Britain increased its total emissions more than all other EU countries except Italy and Finland in 2003/4. The 1.3% increase, equivalent to 7.4m tonnes of carbon, was mainly because people drove more.

Britain is expected to only just fulfil its Kyoto obligations but not the government's more ambitious target of a 20% cut in emissions by 2010.

In the EU only Ireland and Portugal have cut their emissions. But both are expected to exceed their future targets following years of economic expansion. Finland, Denmark and Austria burned more fossil fuels than in previous years.

Yesterday, the commission played down the figures, blaming a harsh winter for the increases. "It was very cold across Europe. The number of days that people needed to hear their homes was much higher," said a spokeswoman.

But the figures are embarrassing for Britain, which is chairing the G8's discussions on climate change and assumes the presidency of the EU in less than two weeks. The statistics may weaken Britain's negotiating hand with the US by suggesting that wealthy countries' policies to curb the use of fossil fuels are not working.

One reason the US gave for not joining the Kyoto treaty was because the US administration said it would not deliver the cuts needed to avoid serious climate change.

Chris Green, the Lib Dems' environment spokesman in the European parliament, said: "The upward trend in European emissions is very worrying. These figures put in doubt the EU's commitment to fighting climate change.

"The commission must seize the initiative and give a stronger lead."

Catherine Pearce, global climate change spokeswoman for Friends of the Earth, said: "If Britain and the rest of Europe cannot get it right, then how can anyone expect the US or developing countries to?"

Leaked papers showed yesterday that the Bush administration officials working behind the scenes in advance of the G8 summit have weakened key sections of a proposal for joint climate change action by the G8.

In the past few weeks, negotiators have deleted language which set ambitious targets to cut carbon dioxide emissions and stricter environmental standards for World Bank-funded power projects.

Next week the government's Sustainable Development Commission will propose radical new vehicle and aviation taxes, greater household energy efficiency and a carbon neutral public sector to save at least 10m tonnes of carbon.

The UK's emissions are increasing mainly because rising traffic levels are eliminating the small gains being made in fuel efficiency.

Road transport is responsible for about a quarter of all British emissions of carbon dioxide, the main greenhouse gas.


http://www.guardian.co.uk/uk_news/story/0,3604,1509151,00.html

Publicado por: lucklucky às junho 18, 2005 05:14 PM

Albatroz às junho 17, 2005 02:48 PM

Que confusão. Tão depressa pretende a "integração" das minorias étnicas como, logo a seguir, parece querer respeitar os valores e a ética dessas mesmas minorias étnicas.
Em que ficamos?
Acho que deve primeiro definir o que entende por integração. Depois deve averiguar se as minorias étnicas querem, de facto, ser integradas (aonde?), seja lá o que for que isso signifique. É que me parece que há minorias étnicas que não querem mesmo abdicar dos seus costumes ancestrais, por mais bizarros que eles sejam.
E não vou agora aqui lembrar a velha história dos escuteiros que queriam, à viva força, "ajudar" a velhinha a atravessar a rua.

Publicado por: Senaqueribe às junho 19, 2005 04:37 PM

Senaqueribe

Integração não é a mesma coisa que assimilação. Integrar significa passar a fazer parte da comunidade portuguesa sem ter de enjeitar os valores culturais próprios. Pode-se ser português sendo muçulmano ou hindu, mantendo os trajes tradicionais, respeitando os costumes próprios da comunidade de origem, como os alimentares. Se a integração for entendida desta maneira, não há razão para pensar que as minorias étnicas imigradas em Portugal a viessem a rejeitar. Ser português passaria assim a ser algo de muito mais vasto, o que aliás está muito na nossa natureza. Se Portugal deixar de ser sinónimo de sociedade branca, cristã, ocidental, para passar a ser sinónimo de diversidade étnica e cultural num quadro de solidariedade e de realização de um projecto comum aberto a essa multiculturalidade, estaríamos a caminho de um futuro muito mais risonho. Se ainda teríamos então lugar na Europa representada pela UE já não garanto. Mas é coisa que não me preocupa absolutamente nada.

Publicado por: Albatroz às junho 19, 2005 10:26 PM

Albatroz às junho 19, 2005 10:26 PM

"Se Portugal deixar de ser sinónimo de sociedade branca, cristã, ocidental, para passar a ser sinónimo de diversidade étnica e cultural num quadro de solidariedade e de realização de um projecto comum aberto a essa multiculturalidade, estaríamos a caminho de um futuro muito mais risonho."

Isto não é apenas risonho, é mesmo hilariante!
"Se Portugal deixar de ser..."
Agora percebo! O que Albatroz et alia pretendem é que Portugal deixe de ser... Portugal e passe a ser uma salada russa.
Entendido.

Publicado por: Senaqueribe às junho 20, 2005 10:25 AM

Senaqueribe

Tendo vivido em Angola e no Brasil tenho uma ideia de portugalidade muito diferente da sua. Uma ideia que está muito mais em consonância com a nossa história. Quando Portugal tinha uma presença no oriente, em África e no Brasil, ser português não era ser branco, católico e ocidental. E foi quando ser português foi muito mais do que ser branco, católico e ocidental que Portugal foi grande. Portugal nasceu no Entre-Douro-e-Minho mas rapidamente deixou de o ser. Absorvemos território e absorvemos povos: árabes, moçárabes, judeus, indianos, chineses, malaios, negros, índios do Brasil. O que nos uniu foi a língua e a vontade de sermos portugueses - ou seja, termos um projecto comum alicerçado na matriz cultural lusófona. É esta capacidade de aceitarmos a diversidade acidental para mantermos a unidade no essencial que nos faz diferentes de outros povos. Se quisermos sobreviver e voltarmos a ser relevantes, teremos de reencontrar essa característica tão portuguesa. Os que acharem que ser português é apenas ser branco, católico e ocidental mais vale passarem-se para a Galiza.

Publicado por: Albatroz às junho 20, 2005 02:05 PM

Já sei que tem uma ideia de portugalidade muito diferente da minha, mas não é certamente por ter vivido no Brasil ou em Angola.
Isso pode não querer dizer nada.
Eu vivi em Angola os melhores anos da minha vida, na minha adolescência, muito antes da guerra ter começado, e tive muitos colegas angolanos na escola, dos quais guardo as melhores recordações. Ainda hoje alguns se correspondem amigavelmente comigo.
Já vê portanto que a minha portugalidade é, de facto, diferente da sua, mas não por motivos racistas, como pelos vistos terá, apressadamente, deduzido.
Sabe, estas coisas são muito mais complicadas do que parecem à primeira vista, por isso não vale a pena adiantarmos muito esta discussão que certamente nos levaria muito longe; o espaço do blogue não nos pertence e eu não quero abusar.
De qualquer modo, não me vou passar para a Galiza...

Publicado por: Senaqueribe às junho 20, 2005 04:32 PM

Senaqueribe

Tendo essa experiência angolana, bem gostava que me explicasse essa opção pela portugalidade branca, católica e ocidental. Acho que a Joana não se ía importar - até porque aqui já só vimos nós dois - e eu fiquei com uma enorme curiosidade...

Publicado por: Albatroz às junho 20, 2005 05:04 PM

Patacoadas joaninas... A GB e o seu general Tony "Poodle" Blair estão a juntar lenha para se queimarem. Quanto a mim estão a pedir um valente pontapé no traseiro que os expulse de vez de uma EU onde só entraram para empatar e sabotar. A Grande Europa quer uma União política e não um mero mercado comum (no qual aliás, subsídios de coesão "federal" não fariam qualquer sentido), porque recusa, ao contrário da Blairdalhoca, ser um caniche dos EEUU. Urge uma clarificação sobre este ponto. E rápida. Quem quer continua, quem não quer fica. Simples.

Quanto ao modelo social europeu e ao liberalismo, só vejo aqui balelas. Nem a GB recusa assim tanto o modelo social europeu (de facto Blair tem-se aproximado imenso desse modelo do qual já está muito mais próximo que do modelo não-social americano, onde pura e simplesmente não há Walfare State, como no Continente não há ninguém (a não ser a esquerdalhada irresponsável e irrelevante) que não defenda uma profunda reforma e emagrecimento do modelo, mantendo embora a sua essência, que o faz tão admirado e invejado no mundo. E isto não por razões ideológicas (liberalismo) mas por meras razões de gestão ou de sustentabilidade. Logo, o modelo social europeu e o modelo inglês estão em rota de convergência. Aliás, os países nórdicos são aqueles em que a competetividade e o bom governo coexistem melhor com o modelo social mais abrangente. Deve ser esse o modelo a seguir. A divergência decisiva entre a Grande Europa (que, é certo, tem de momento fracos líderes...) e o caniche Blairdalhoca está pois na questão da aceitação ou recusa de uma União Política. E sobre isso, a maioria esmagadora dos europeus (a começar pelos de leste que se viram traídos pelo Caniche...) não tem dúvidas. A Europa deve ser uma Grande potência político-militar e não só económica.

Finalmente a Espanha votou contra a proposta de acordo, mas por razões contrárias às de Blair: porque os seus fundos passariam de 80 biliões para 4,5 no novo septanato. O que é justo porque hoje a Espanha é já um país rico e candidato aos G-8...

BLAIRDALHOCA JÁ ERA ! o futuro pertence à Grande Europa ! Menopausa ? Só se for a do Caniche amancebado com o Macaco... A situação dramática dos seus terroristas cruzados no Iraque dá-lhes cabo da líbido... A Europa está cheia de força no Airbus e acaba de arrebentar ainda mais a pobre Boeing... que qualquer dia já nem levanta...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 21, 2005 10:05 AM

Schroeder adverte contra desmoronamento da União Europeia

O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, advertiu esta terça-feira contra o risco de desmoronamento da União Europeia (UE) e contra a substituição do actual modelo social europeu por um modelo de cariz neo-liberal. «A Europa é a resposta à guerra, ao extermínio e aos desafios da globalização, e quem quiser destruir este modelo, por egoísmo nacional ou por motivos populistas, atenta contra as aspirações e direitos das gerações vindouras», disse o chefe do governo alemão, durante a apresentação de um livro, em Berlim.
Schroeder lembrou que a UE «atravessa uma crise muito grave» depois do duplo «não» da França e da Holanda nos referendos ao Tratado Constitucional Europeu, e do fracasso das negociações sobre o orçamento comunitário 2007-2013, no Conselho Europeu que se realizou em Bruxelas, entre 16 e 17 de Junho.

«No essencial, trata-se de saber qual é a Europa que queremos», disse o chanceler social-democrata, reafirmando que a UE deve ser uma união política e não apenas uma mera zona de comércio livre.

«Só assim poderemos enfrentar os desafios a nível nacional e internacional», sublinhou Schroeder, aproveitando a ocasião para criticar a oposição democrata-cristã (CDU/CSU) e a sua candidata a chanceler, Angela Merkel, que se pronunciou contra um alargamento «demasiado rápido» da UE.

«Os que entre nós falam de distensão interna, revelam a mesquinhez dos cobardes que se vergam logo que sentem os primeiros ventos contrários», disse Schroeder, cujas hipóteses de ser reeleito nas eleições gerais antecipadas de Setembro são remotas, a acreditar nas sondagens.

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 21, 2005 05:51 PM

O Schroeder já está fora do prazo de validade e vai-se enterrar mais com o apoio ao pagamento da PAC cujos principais beneficiários são os franceses.

Publicado por: V Forte às junho 21, 2005 06:00 PM

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