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maio 04, 2005

De Neocom a Neocon

A dupla Bush-Rice irradia um poder magnetizador que me deixa perplexa. Não há couraça política que resista aos seus fluidos hipnóticos, misteriosos e provavelmente satânicos. Vimos como um político com a poderosa consistência ideológica de Freitas do Amaral baqueou perante um arrepanhar de lábios de Condoleeza Rice – não foi um sorriso ... mais parecia uma cãibra do músculo labial, mas foi o suficiente. Agora coube a vez a Massimo D’Alema de sucumbir fragorosamente. Não é um qualquer ... é o presidente da DS, o principal partido de esquerda italiano e primogénito do Partido Comunista Italiano. Não sucumbiu à socapa, num gabinete privado da Casa Branca ... sucumbiu em plena reunião da Fundação da Esquerda Reformista, com estrondo e alarido.

Freitas andou em manifs radicais, acompanhando cartazes onde escorria sangue dos dentes de Bush, um émulo de Hitler, Salazar, Franco e Pinochet. Mas face à cãibra labial de Condoleeza, Freitas já só via qualidades em Bush ... pois se ele tinha vindo à Europa! A comunicação social informou que Bush havia indicado o falcão Paul Wolfowitz para a presidência do Banco Mundial, mas aquele arrepanhar labial foi-lhe fatal ... afinal «Portugal foi um dos primeiros países europeus a reconhecer a independência dos Estados Unidos há 200 anos». A comunicação social agitou a proposta de nomeação de John Bolton como embaixador junto das Nações Unidas ... mas aquela cãibra labial constituía um apelo tão incontornável à continuidade da cooperação militar entre os dois países. Comovido, balbuciando agradecimentos emocionados, aceitou o convite para ir a Washington.

Agora foi Massimo D’Alema que se tornou um rotweiler de Bush "A ideia de exportar a democracia é um grande objectivo, um eixo fundamental para uma nova segurança internacional", afirmou no fórum da Fundação da Esquerda Reformista. E um dos chefes políticos italianos que mais tem combatido a política pró-americana de Berlusconi, e o envolvimento italiano no Iraque, foi mais longe: "Mas, para exportar a democracia com sucesso, não se pode excluir a priori o uso da força". Berlusconi apenas havia enviado tropas para manutenção de paz ... mas esse pacifismo estéril está ultrapassado. Se for preciso guerra para lhes ensinarmos a democracia, Massimo D’Alema estará na primeira linha. Massimo D’Alema está imparável ... Berlusconi que se cuide, pois pode passar a um aliado de segunda ordem.

Massimo D’Alema, num ápice, foi de neocomunista a neoconservador, de neocom a neocon. Foi traído pela homofonia.

Publicado por Joana às maio 4, 2005 11:09 PM

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Comentários

Compreendo-os, porque sou homem.

Antes da política está a mulher e mesmo um geronte como Freitas é sensível ás insinuações que os lábios, especialmente se forem os pequenos prometem.

Publicado por: carlos alberto às maio 4, 2005 11:45 PM

Pois...
entretanto convém não esquecer:http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=171607

Publicado por: pyrenaica às maio 4, 2005 11:53 PM

É preciso lata. Esse Alema deve estar maluco.

Publicado por: c seixas às maio 5, 2005 12:31 AM

Sobre o d'Alema, não me pronuncio.

Sobre o Freitas, é evidente que, sendo ministro dos negócios estrangeiros, ele tem que executar uma política de Estado, a qual não é decidida pelos seus (des)gostos particulares, mas sim por um conjunto grande de pessoas, e tendo em conta um conjunto grande de circunstâncias e conveniências.

Freitas mostra deste modo que, tal como Paulo Portas, também sabe comportar-se como um estadista.

(Isto não é um elogio, é apenas uma constatação.)

Publicado por: Luís Lavoura às maio 5, 2005 09:41 AM

A política é uma porca, não era o que dizia o Bordallo Pinheiro? O esquerdismo é simplesmente um estado de espírito que evolui conforme o maior ou menor grau em que são eliminados os fluidos figadais decorrentes de digestões mais ou menos difíceis.
Amiúde, a presença pessoal do objecto da nossa azia age como um poderoso anti-ácido.Especialmente quando o asco é fruto de preconceitos e de mais nada.

Publicado por: JMTeles da Silva às maio 5, 2005 10:01 AM

Será que acabarão por receber uma "comenda" do Rumsfeld tal como o "nosso querido" Paulo Portas?!

Publicado por: amsf às maio 5, 2005 10:25 AM

Exportar a democracia usando a força?
Parece que é isso que a Al Qaeda tem procurado fazer, não?
A propósito: o que vem a ser essa coisa de democracia?

Publicado por: Senaqueribe às maio 5, 2005 10:39 AM

"Será que acabarão por receber uma "comenda" do Rumsfeld tal como o "nosso querido" Paulo Portas?!"

Publicado por: amsf às maio 5, 2005 10:25 AM

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E porque não? Desde que se portem bem. E para já levam bons pricípios. Agora o Paulo Portas portou-se bem e sem fazer as fitas do Freitas. Por isso não vai só receber a comenda, ou lá o que é. Para ele vai haver um prémio extra, reservado para os que se portam incondicionalmente bem sem fazerem fitas preliminares.

Publicado por: JM às maio 5, 2005 11:27 AM

Luís Lavoura, parece-me uma boa notícia, o que acha?

http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/

Publicado por: pyrenaica às maio 5, 2005 11:37 AM

Será bom guardar uma boa amostra de tudo o que se escreveu sobre Bush e os seus principais colaboradores, para daqui a 5 ou 10 anos constatarmos que a falta de coluna vertebral é total.

Publicado por: Mário às maio 5, 2005 11:49 AM

Mário: Não é preciso tanto tempo. Basta comparar com o que se escreveu antes da vitória de Bush sobre Kerry

Publicado por: David às maio 5, 2005 12:06 PM

pyrenaica às maio 5, 2005 11:37 AM

Sim, parece-me uma excelente notícia. Já que aquelas terras (dos concelhos de Serpa e Mértola) para pouco mais servem (são em geral áridas e pobres), a água escasseia, e o desemprego abunda, ao menos que sirvam para produzir energia.

Mesmo que essa energia seja, por exquanto, mais cara do que a que é produzida de outras fontes.

Publicado por: Luís Lavoura às maio 5, 2005 12:06 PM

http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/

Publicado por: pyrenaica às maio 5, 2005 11:37 AM

Segundo o Jornal de Negócios, que está na origem do texto referido, os promotores pretendem garantir um preço de 30cêntimos por kWh até 2029. Ora fazendo aqui umas contas "nas costas de um envelope", isto representa uma receita bruta GARANTIDA pelo Estado de 800 M€ ao longo de 24 anos, a preços de hoje.

(usei uma taxa de actualização de 5% e uma produção anual 1600kWh por kW instalado).

Além disso, este projecto surge próximo do projecto Amper na Amareleja que é grande, mas cerca de metade deste, e que deve querer negociar condições semelhantes.

Para dar um termo de comparação, a potência instalada na central de Alqueva é cerca de 120MW e espera-se que a energia produzida anualmente seja, em média, cerca de 390 000 000 kWh (cf. www.edia.pt).

Em relação às tarifas que a REN compra, a tarifa requerida de 30 cêntimos representa uma bonificação de, pelo menos, 25 cêntimos. Ora se isso parece fácil de "vender" em pequenas quantidades, já me parece mais difícil convencer os utilizadores a pagar um bónus de, pelo menos 600 M€. Daí que não me surpreendam as eventuais reservas do Governo.

E como o Governo age em nome do interesse dos cidadãos, vamos fazer um lista para saber quantos interessados há em pagar 0,35€ por kWh em vez de 0,1€ por kWh da tarifa doméstica para ter a satisfação de consumir electricidade fotovoltaica. Se for o seu caso, por favor ponha o nome abaixo:

Publicado por: João GM às maio 5, 2005 12:51 PM

Mesmo que essa energia seja, por exquanto, mais cara do que a que é produzida de outras fontes.

Publicado por: Luís Lavoura às maio 5, 2005 12:06 PM

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Este Luis Lavoura, com todo o respeito, é um idealista. Aliás não está só. Tem a companhia de todo o politicamente correcto. O pior é quando se lhes apresentam as facturas! Normalmente aí o politicamente correcto passa a ser o preço da energia nos países que recorrem ao termonuclear.

Publicado por: JM às maio 5, 2005 12:56 PM

Sou a favor da autonomização energética de Portugal, mesmo que custe mais caro, ao princípio. Depois confio que com o engenho dos portugueses se vai conseguir inovar.

Publicado por: pyrenaica às maio 5, 2005 01:12 PM

O engenho dos portugueses??
Então os 2 projectos não são feitos por empresas estrangeiras?
Onde é que nós vamos inovar?

Publicado por: Absnt às maio 5, 2005 01:26 PM

Publicado por: pyrenaica às maio 5, 2005 01:12 PM

Não acha que devia ter mais cuidado quando fala do dinheiro de "todos"?

Publicado por: Mário às maio 5, 2005 01:42 PM

Sejamos confiantes: o engenho dos portugueses ainda vai conseguir inovar... a máquina a vapor.
Vamos ter a nossa independência energética, pois claro!...

Publicado por: Senaqueribe às maio 5, 2005 01:43 PM

Com portugueses como estes comentadores os descobrimentos portugueses nunca teriam acontecido - não passariam de idealismos tontos.
Com o envelhecimento da população o restelo ficou cheio de velhos...

Publicado por: Daniel às maio 5, 2005 02:25 PM

O Freitas precisa de ser energizado. Mesmo com fotovoltaica.

Publicado por: censor às maio 5, 2005 02:26 PM

João GM às maio 5, 2005 12:51 PM

Para saber se os 800 milhões de euros que a eletricidade custará serão um bom investimento, é preciso comparar com os subsídios que o Estado tem dado a outras empresas que se instalam em Portugal. É que o projeto envolve a criação de uma fábrica de painéis solares, a qual (suponho eu) não fabricará painéis apenas para aquele projeto, podendo ter um futuro de exportação interessante. O Estado tem fornecido apoios diversos a muitas empresas, os quais por vezes se têm revelado alguns anos depois como dinheiro mal gasto.

Neste caso, pelo menos, o apoio seria concedido de forma gradual, ao longo dos anos.

Também não sabemos se o "apoio" será assim tão grande. É fácil imaginar que o preço do petróleo (e com ele o do gás natural) duplique num prazo não muito longo, e seja certamente ainda muito maior daqui a dez anos, digamos. O preço da eletricidade produzida de forma convencional será então, certamente, muito superior aos atuais 5 cêntimos por kW.hora.

A Dinamarca também forneceu e fornece importantes apoios à sua energia eólica. A contrapartida é que tem hoje uma indústria eólica que dá cartas, a nível tecnológico, mundialmente.

Publicado por: Luís Lavoura às maio 5, 2005 02:57 PM

A Dinamarca produz aerogeradores; Portugal apenas os instala. Subsídios para uma coisa e para outra não têm impacto idêntico

Publicado por: Hector às maio 5, 2005 03:10 PM

Hector às maio 5, 2005 03:10 PM

Se o governo apoiar este projeto, Portugal passará a produzir painéis fotovoltaicos, que poderá também exportar.

Sendo o subsídio concedido a este projeto graduado no tempo, garante-se que o projeto mantem a sua componente produtiva em Portugal. Isto distingue-se do caso clássico em que o Estado apoia à partida uma determinada fábrica a instalar-se em Portugal, e meia-dúzia de anos depois essa fábrica se deslocaliza para outro país.

Publicado por: Luís Lavoura às maio 5, 2005 03:26 PM

>Como o Governo age em nome do interesse dos >cidadãos, vamos fazer um lista para saber quantos >interessados há em pagar 0,35€ por kWh em vez de >0,1€ por kWh da tarifa doméstica para ter a >satisfação de consumir electricidade fotovoltaica. >Se for o seu caso, por favor ponha o nome abaixo:

Como acionista dessas empresas não me importo !!!

Publicado por: miguel às maio 5, 2005 04:03 PM

Se o governo apoiar este projeto, Portugal passará a produzir painéis fotovoltaicos, que poderá também exportar.
Sendo o subsídio concedido a este projeto graduado no tempo, garante-se que o projeto mantem a sua componente produtiva em Portugal. Isto distingue-se do caso clássico em que o Estado apoia à partida uma determinada fábrica a instalar-se em Portugal, e meia-dúzia de anos depois essa fábrica se deslocaliza para outro país.
Publicado por: Luís Lavoura às maio 5, 2005 03:26 PM

As hipóteses do Luís Lavoura são uma boa base de trabalho e é por isso que eu não eliminaria o projecto à partida. Mas por causa de todas as dificuldades envolventes não o aprovaria "de cruz" após uma audiência com os promotores. Se eu tivesse a infelicidade de estar no lugar do ministro Carlos Tavares, Álvaro Barreto ou Manuel Pinho (acho que são estes…, não é?) teria muitas dúvidas. E vou explanar algumas:

1. o custo médio de produção actual está bem abaixo de 5 cêntimos [peço desculpa por não entrar numa análise mais detalhada mas para o fazer teria de me esforçar por encontrar documentação de suporte de origem pública para cada número que apresentasse]. Por isso, o custo médio da produção teria de multiplicar por seis ou mais para rentabilizar o fotovoltaico. E o petróleo a 300 USD ainda me parece uma miragem até 2029 (o preço do gás está indexado ao petróleo pois são commodities substitutas).
2. O projecto AMPER apresenta um cenário semelhante, inclusive com uma fábrica de módulos fotovoltaicos, mas com metade da potência, logo metade da energia produzida, logo metade do incentivo público. Será necessário uma central de 116MW para viabilizar uma fábrica de módulos, ou bastam 64MW, ou até menos?
3. Cotejando os dois projectos, aprovo o mais pequeno, o maior, nenhum deles ou ambos?
4. Se não aparecerem utilizadores suficientes para financiar o projecto através do aumento voluntário da sua tarifa (ou como compradores de certificados verdes) onde vou eu buscar os 50M€ anuais? Aumento a tarifa a toda a gente, “dividindo o mal pelas aldeias”?
5. E o que digo à associação dos grandes consumidores de electricidade? E o que digo aos exportadores (de papel, cerâmica e vidro, etc..). Arrisco quantos postos de trabalho na perda de competitividade? Ou isento os grandes consumidores e cobro o adicional apenas aos pequenos, tirando partido do seu limitado risco de deslocalização?
6. Quantos postos de trabalho é que a central tem em regime de exploração? É que a fábrica de módulos pode ser deslocalizada logo que a central esteja pronta.
7. Quanto custa pagar o subsídio de desemprego aos potenciais trabalhadores do projecto? E a respectiva assistência médica? E os anti-depressivos? E qual o custo social de uma elevada taxa de suicídios num Alentejo interior árido e sem trabalho viável?
8. Qual a receita e o impacto económico envolvente? Quanto se espera receber de IVA?
9. Quanto se espera exportar? De momento, há falta de capacidade instalada, mas este negócio está sujeito a crises “boom and bust” como a das memórias RAM. Uma entrada em mercado fora de tempo poderá ditar a inviabilidade da fábrica.
10. Quanto custa tratar os resíduos da produção de módulos?
11. A tecnologia dos módulos tem potencial evolutivo ou é uma tecnologia em vias de cristalização? [os entendidos terão ouvido falar de thin-film]

Perceberão agora melhor porque é que eu disse “Se eu tivesse a infelicidade de estar no lugar do ministro”. Ah! Caso não saibam, já há em Portugal uma fábrica de integração de módulos em painéis. É em Évora e chama-se Lobo Solar: http://www.lobosolar.com/

Publicado por: João GM às maio 5, 2005 04:34 PM

Sou a favor da autonomização energética de Portugal, mesmo que custe mais caro, ao princípio. Depois confio que com o engenho dos portugueses se vai conseguir inovar.

Publicado por: pyrenaica às maio 5, 2005 01:12 PM

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Publicado por: pyrenaica às maio 5, 2005 01:12 PM

Não acha que devia ter mais cuidado quando fala do dinheiro de "todos"?

Publicado por: Mário às maio 5, 2005 01:42 PM

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Mário, enquanto o pyrenaica só opinar não faz grande mal. O pior é quando os pyrinaicas têm mesmo o poder de nos pôr a pagar o mais caro em nome de tonterias ideológicas. Por exemplo: alguém sabe (mas saber mesmo, sem ter em conta o politicamente correcto), quais são as vantagens económicas PARA OS CONSUMIDORES desta praga que está a nascer por todo o lado como cogumelos, aparentemente sem qualquer enquadramento em parques seleccionados para tal, que são os "moinhos" para a produção de energia eólica? Já os tinha visto na Dinamarca. Numa paisagem fastamagórica mas devidamente condensados em Parques. Em Espanha dizem que a energia por eles produzida não é aproveitada. Fica aqui um desafio para um post da Joana, cujas opiniões fundamentadas eu muito respeito.

Publicado por: JM às maio 5, 2005 05:29 PM

João GM às maio 5, 2005 04:34 PM

Claro que se trata de uma decisão muito complexa, e eu também não quereria estar em posição de decidir sobre ela.

A fábrica de painéis não pode ser deslocalizada: se o fosse, o Estado cortaria o subsídio à eletricidade produzida. É essa a vantagem de o subsídio ser pago ao longo do tempo, e não todo à partida. O Estado pode (enfim... eu penso que pode) negociar um "package" mediante o qual a eletricidade produzida é paga a 30 cêntimos se e só se a fábrica estiver em produção.

116 MW é uma potência muito jeitosa: é mais de 1% da potência máxima consumida até ao momento em Portugal.

A tecnologia de painéis fotovoltaicos está em contínua evolução, não é ainda considerada bem "madura". Aliás, há em Portugal investigação e patentes na matéria. Estima-se que daqui a alguns anos os painéis solares estejam mais baratos e com maior produção de eletricidade por unidade de superfície, embora os progressos que se esperam nesses dois parâmetros não sejam muito grandes.

Publicado por: Luís Lavoura às maio 5, 2005 05:31 PM

Daniel às maio 5, 2005 02:25 PM

Meu caro: os descobrimentos portugueses só produziram, de concreto, o que está à vista: megalomanias, esbanjamentos, séculos de decadência contínua e um lugar final na cauda da Europa, ao nível do 3º mundo.
O resto são bazófias.

Publicado por: Senaqueribe às maio 5, 2005 06:26 PM

Se querem produzir energia electrica barata, sem dependencias do petroleo/gás natural (e note-se que a fonte mais utilizada não é esta, mas sim o carvão), construam três ou quatro centrais nucleares. Associadas ao parque hidrico fariam com que Portugal cumprisse facilmente as suas metas do protocolo de Kioto, e até eram capazes de sobrar uns créditos para o mercado de emissões de carbono, para fazer mais uns trocos. Não é com energia a preços descabidos que se vão resolver os problemas: quer ambientais, quer de preços.

Publicado por: Pedro Oliveira às maio 5, 2005 07:31 PM

Ora aqui está uma opinião que me parece sensata, a do Pedro Oliveira. Mas completamente fora do politicamente correcto. Tem certamente os seus riscos. Que aliás nós já corremos, mesmo sem ter as centrais nucleares, pois Espanha veio pô-las à nossa porta.

Publicado por: JM às maio 5, 2005 10:07 PM

Publicado por: Senaqueribe às maio 5, 2005 06:26 PM

Os descobrimentos portugueses fizeram que deste cantinho da europa, quando éramos um ou dois milhões, fizéssemos nascer uma coisa chamada lusofonia, que para os pragmáticos se reduz à 6ª língua mais falada do mundo actualmente. Comporta no entanto outras dimensões.

Publicado por: pyrenaica às maio 5, 2005 10:23 PM

Com a forma como fazemos obras, se construíssemos rês ou quatro centrais nucleares, seria o 1º, a 2º e a 3º ensaios nucleares na Península Ibérica

Publicado por: Coruja às maio 6, 2005 12:41 AM

Não sei porquê. Os engenheiros portugueses são perfeitamente capazes de construir barragens e não me lembro de nenhuma ter tido alguma vez qualquer problema catastrófico. Quando se fala de construir centrais nucleares, não se está a falar de desenvolver novos desenhos, mas sim de utilizar modelos já instalados e comprovados. A França, os Estados Unidos e até a Alemanha produzem centrais nucleares perfeitamente seguras.

Aliás, como escreveu JM, já que corremos os riscos - passamos por uma central nuclear espanhola a menos de 100 km da fronteira cada vez que fazemos pela estrada a viagem Lisboa-Madrid - porque não recolher também os proveitos?

Publicado por: Pedro Oliveira às maio 6, 2005 05:55 AM

pyrenaica às maio 5, 2005 10:23 PM

Tem razão, a lusofonia não passa de uma coisa.

Publicado por: Senaqueribe às maio 6, 2005 09:34 AM

«Os engenheiros portugueses são perfeitamente capazes de construir barragens»
(Pedro Oliveira às maio 6, 2005 05:55 AM)

Aditamento: alguns engenheiros portugueses são autoridades mundiais na construção de barragens e, nessa qualidade, contratados como consultores de países como os EUA

Publicado por: Binómio de Newton às maio 6, 2005 01:04 PM

Imarcescível Joana

Você está um bocado desactualizada em relação ao D'Alema.
Na minha opinião ele foi un neocon desde pequenino. Que outra coisa poderia ser um sujeito cujo primeiro discurso político é feito aos doze anos perante o secretário-geral do partido?
É claro que teve muito tempo, depois disso, para levar uma vida decente, mas o seu percurso foi todo em sentido inverso.
Esse fulano, que você apresenta como «um dos chefes políticos italianos que mais tem combatido a política pró-americana de Berlusconi, e o envolvimento italiano no Iraque»
é exactamente o mesmo que, em Março de 1996, quando era primeiro-ministro de Itália, fez uma profissão de fé americana e transformou a Itália na base avançada do ataque à Jugoslávia. Mais: mobilizou as forças armadas italianas e ofereceu os maiores contingentes para as operações terrestres em território jugoslavo.
O seu carácter sabujo manifestou-se, igualmente, quando era primeiro-ministro, nas genuflexões feitas ao Vaticano.
Não vou alongar-me na enumeração das cambalhotas ideológicas do criador da «coisa» para não lhe entupir o blog, mas elas provam que não existe nenhuma passagem de um estado de «neocom» a «neocon». Basta olhar para se perceber que os neocoms já nasceram neocons.

Publicado por: (M)arca Amarela às maio 6, 2005 01:41 PM

Imarcescível (M)arca Amarela
Não há piores inimigos do que aqueles que estiveram a nosso lado nas trincheiras, e depois foram para outra trincheira … mesmo que fosse próxima, nem é preciso que seja a trincheira em frente.

Publicado por: Joana às maio 6, 2005 02:06 PM

Binómio de Newton:
Era assim, mas não sei se continua a ser. Há tempos foi construída uma barragem na zona do Oeste e não segura a água. Cá por mim não fizeram uma análise geológica conveniente e a água passa por infiltração. Mas os projectistas alegam que há um fenómeno qualquer que não tem nada a ver com o projecto.

Publicado por: lopo dias às maio 6, 2005 02:11 PM

De facto, é nas guerras civis que há mais baixas e mais selvajaria.

Publicado por: Susana às maio 6, 2005 06:43 PM

Os Neocons e petits cons nunca faltarão !

É o que mais há.

A começar pelos Neoliberais Americanos, que Inventaram uma Ideologia Brilhante.

Abrir Todas as Barreiras do Mundo ao Comércio e aos Negócios.

Perante a velha questão, e as culturas, os modelos governamentais e as religiões ?

-Simples, os Governos deitam-se abaixo, somos Exportadores da Liberdade e da Democracia, todo o Mundo perceberá isso.

- Un Neocon, Neoliberal americano, tem a lata de dizer que foram eles que explicaram ao Bush, que tinha que atacar e dominar o Iraque !

E porque será que ainda não Exportaram a Democracia para a China ? só o Iraque e o Afeganistão é que têm direito ?

Vá lá... afinal faltam poucos, Irão, Síria, Líbia, Arábia Saudita....


Publicado por: Templário às maio 16, 2005 12:55 AM

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