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fevereiro 11, 2004
Compromisso Portugal
Um grupo de individualidades, empresários e gestores, reuniu-se ontem, no Convento do Beato, sob o tema «Compromisso Portugal». Na sua quase totalidade representa uma geração cuja adolescência já foi vivida em regime democrático (o «Manifesto dos Quarentões» como alguém lhe chamou), sem o lastro da vivência em ditadura com o que a experiência dessa vivência possa ter tido de bom como de mau.
Embora me pareça que o nome encontrado para servir de referência ao encontro não seja feliz, pois a exibição de uma semiótica patriótica está frequentemente associada ao receio que a prática subjacente seja julgada contrária aos interesses patrióticos, reputo de extrema importância aquela reunião, menos pelas conclusões que se possam extrair do que lá foi dito e proposto, do que pelo significado da reunião em si.
O que se terá passado para que os partidos políticos e os dirigentes das instituições económicas tenham sido mantidos totalmente à margem de um debate que visava, segundo os seus promotores, instalar um novo modelo económico e de desenvolvimento para Portugal? A resposta parece clara.
Reina um enorme mal estar na sociedade civil, e principalmente nos meios empresariais, acerca do que aparenta ser o impasse da sociedade portuguesa. O país precisa urgentemente de reformas profundas, nomeadamente a nível da administração pública que pesa excessivamente nas bolsas dos portuguesas e na competitividade das empresas e cujo serviço prestado a troco dessa punção no orçamento das empresas e das famílias é muito mau. Pior, a burocracia dos serviços públicos é uma arma terrível assestada ao bom funcionamento da economia e à modernização do tecido produtivo. É impossível aproximarmo-nos do pelotão da frente da UE com o baixo nível educacional que temos; com a extraordinária morosidade da justiça, que só favorece os faltosos; com uma máquina fiscal despótica, incapaz, arbitrária e desleixada (como alguém referiu, "Com a actual competitividade fiscal não há hoje nenhuma razão para que os investidores venham para Portugal"); com a morosidade geral de toda a tramitação administrativa, excesso de papelada, etc.. Isto para além da necessidade de haver mobilidade dos factores de produção e bom funcionamento dos respectivos mercados: liberalização dos contratos de trabalho, reforma da legislação do arrendamento urbano, etc., etc.. Em suma, um figurino institucional que nos ponha a par dos restantes países da UE.
Ora a convicção geral é que este governo é incapaz de levar a cabo essas reformas, quer por incompetência, quer por falta de coragem política e está acossado por uma oposição que tem uma visão suicidária da economia portuguesa que só nos pode levar à ruína e à miséria geral, a pretexto de preservar os ilusoriamente denominados legítimos interesses e conquistas da classe trabalhadora. E o que é grave é que essa visão suicidária é partilhada pela actual direcção socialista, eventual futura alternativa a este governo. Não há alternativa válida entre um governo incompetente e inábil e uma oposição e sindicatos situados no parque jurássico da política e da economia.
O que parece importante do que foi dito nesta convenção foi o sentir-se a convicção de que a vassalagem perante o poder político não conduz a nada de sólido. Pode pontualmente resolver problemas particulares, mas os custos para a economia em geral são muito superiores. Outra convicção que parece estar instalada é a de que já não é possível pedir «tempo» para recuperar atrasos. A experiência tem demonstrado que esse «tempo» apenas redunda na protecção à ineficiência por mais algum «tempo». Se vinte anos depois da integração europeia e das privatizações, vinte anos depois de muitos e muitos milhões de fundos comunitários, quem não foi eficiente até hoje como pode garantir que o será amanhã? Finalmente, outra das conclusões aponta para que um novo modelo económico terá que assentar num cidadão qualificado.
António Borges, deu o mote ao afirmar que Portugal precisa de uma "mudança de liderança" que traga uma abordagem mais confiante e com maior optimismo e rigor. Sustentou que em Portugal "falta vontade" de aceitar as regras do jogo da economia de mercado, ou seja, "premiar quem merece". Mas António Borges foi mais longe, na sua crítica ao empresariado, referindo que a única solução para a economia portuguesa é "evoluir para produtos cada vez mais certificados e com valor acrescentado, o que implica um redireccionamento para novas indústrias e empresas". Os empresários são "os grandes agentes de mudança", mas que também devem "assumir responsabilidades" e recusar "desempenhos medíocres". Os nossos capitalistas têm medo do capitalismo. Têm o pânico da exposição. Não é só à invasão espanhola, mas também aos investidores. Por isso desprezam o mercado, mesmo o de capitais, embora capital seja hoje a coisa mais fácil de arranjar na economia global.
Estas afirmações foram importantes pois se as nossas empresas são, em geral, ineficientes, é porque alguém não fez bem o seu trabalho, e muitos deles são os próprios empresários e provavelmente alguns estariam no Beato. Quanto à ruptura com a visão subserviente para com o poder está bem expressa na afirmação de um dos intervenientes: "Mais do que saber o que é que o Governo pode fazer, ou se está a fazer bem ou mal, esta é a altura para os empresários e gestores provarem que são empreendedores"
Uma das propostas ontem formuladas foi a de "promover a constituição duma entidade de cúpula do mundo empresarial". Essa proposta vem em sintonia com as afirmações de António Borges que "em Portugal são sempre as mesmas empresas e as mesmas pessoas". O Presidente da CIP tomou-a à letra e alguns dos promotores deste encontro irão integrar a nova direcção da CIP, pois assim "Vão ter oportunidade de levar à prática o que acabaram de defender aqui".
As conclusões poderão ser acusadas de serem desoladoramente teóricas. Repetem muitas das exigências que têm aparecido em diversos sítios, inclusive neste blog, entre as quais:
Seleccionar conjunto de instrumentos de medida (Kpi’s – Key performance indicators) da qualidade de cada serviço público; estabelecer objectivos do peso da despesa pública face ao PIB abaixo dos 40% até 2008, e da despesa corrente primária abaixo dos 33%; fazer de Portugal um dos países menos burocráticos da UE e promovermo-nos externamente como tal; dotar os órgãos de soberania de adequadas condições de recrutamento dos melhores de entre os Portugueses; assumir o compromisso de no espaço de três anos se adoptarem as medidas adequadas a que o prazo de registos relativos à compra e venda e hipoteca de imóveis não exceda as 48 horas; planear a quebra de sigilo bancário para entrar em vigor a partir de 2005; incrementar a transparência fiscal e atribuir um maior respeito para com o contribuinte; disponibilizar aos serviços de inspecção fiscal o cruzamento de dados relativos, nomeadamente, ao registo comercial, predial e automóvel, segurança social, litigância pendente, empréstimos contraídos; aprofundar a reforma da legislação laboral introduzindo uma maior flexibilidade; etc., etc..
O que há de teórico nas 30 medidas é que, na sua maioria, não se diz como será possível o seu estabelecimento e aplicação. Programas, todos nós, com maior ou menor discernimento, somos capazes de os elaborar. Aprová-los e aplicá-los em face das resistências dos interesses estabelecidos e da inércia social é muito mais complicado. Ensinar é fácil, realizar é difícil.
Espera-se por isso que algumas das afirmações que foram produzidas no encontro de ontem, as mais relevantes e inovadoras, sejam interiorizadas pelo mundo dos negócios e pelo mundo da política, que assistiu de fora, através da comunicação social, e tenham seguimento no futuro. A sociedade portuguesa só teria a ganhar com isso.
Publicado por Joana às fevereiro 11, 2004 10:50 PM
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Comentários
A irresponsabilidade politica, aliada à politica irresponsável, gere novos ricos e maus empreendedores.
Ainda não ouvi, nenhum dos empresários Espanhóis, que têm vindo a adquirir, as terras envolventes da barragem do Alqueva e outros há muito sediados em Portugal, ( C. Civil e comércio), queixarem-se das más leis existentes em Portugal.
Será que eles são maus gestores e pior empreendedores???
Publicado por: j.gonçalves às fevereiro 11, 2004 11:31 PM
Se o que a Joana diz se confirmar, trata-se de um grande percurso na mentalidade do empresario portugues, tao habituado andar sempre a pedinchar junto do Estado
Publicado por: Filipa Zeitzler às fevereiro 11, 2004 11:32 PM
As leis laborais portuguesas foram feitas para os asilados. Mas como a legislação é rígida criaram-se os contratos a prazo e a possibilidade dos recibos verdes (que, na forma como se usa em Portugal, parece ser única na Europa). Assim, nas empresas privadas, desde que geridas com jeito, não há problemas. Parte dos trabalhadores são a prazo ou a recibo verde e são esses que servem de almofada para as épocas de crise.
Por outro lado, como as promoções e aumentos não são automáticos, a indisciplina e o mau desempenho acabam por ser minorados, mesmo entre os restantes.
Portanto, mesmo com estas leis é possível as empresas sobreviverem, quer as portuguesas quer as espanholas. Eu acho que este tipo de sobrevivência não interessa. Se o j.gonçalves gosta deste sistema e acha que ele é bom para o nosso país, é com ele.
O grave é a função pública, que não é gerida com jeito. Por isso andamos todos a pagar para ela.
Publicado por: Viegas às fevereiro 11, 2004 11:46 PM
Os Liberalistas.
O radical liberalismo por vezes tem coisas boas : consegue fazer alguma auto-crítica pelo estado a que conduziu o Estado !
Dentro das 30 medidas , vá lá , vá lá , só uma ou duas culpa os trabalhadores ... mas não fazem a coisa por menos : liberalização dos despedimentos !
E andou o BFélix estes meses todos a "construir" um tratado de trabalho , para virem os "meninos liberais" exigir Marte , quando já lhes deram a Lua !
Publicado por: zippiz às fevereiro 12, 2004 12:01 AM
com a devida vénia , do blogue Bernabé
Um homem perturbado
Confesso que não sei grande coisa sobre António Borges, que hoje falou no lançamento da Iniciativa Compromisso Portugal. Não estou atento à sua carreira como economista. Quanto à sua actividade política em Portugal, ela teve, tanto quanto me lembro, dois momentos altos. O primeiro foi ter sido o favorito do Expresso para presidente do PSD. O segundo foi quase ter tido de viajar no TWA 800 que caiu no Atlântico, facto que foi devidamente noticiado (em manchete!) no mesmo semanário, mais de um ano depois de (não) ter ocorrido, provavelmente como prova do carácter providencial do "seu" candidato a candidato a primeiro-ministro.
Hoje ouvi António Borges numa reportagem no canal 2, e o que ouvi justifica plenamente que o terceiro momento alto de António Borges tenha chegado. Corri para o bloco a anotar e a transcrição é a seguinte:
«Portugal teve uma revolução que foi, embora curta, uma enorme perturbação na história do país. [...] Depois do 25 de Abril houve uma geração de empresários que fez coisas maravilhosas [fantásticas/fabulosas]» [sublinhado meu]
Eu também acho que a revolução foi uma enorme perturbação na história do país, principalmente tendo em conta a grande bosta que essa história foi nos 48 anos anteriores. Até acho que foi a melhor perturbação que a história do país teve em séculos. Mas quer-me parecer que António Borges não queria dizer isso. Estejam descansados, não vou chamar o senhor de fascista. Vou só dizer que quem olha para o país desta forma e não perceba que, depois do 25 de Abril, houve principalmente coisas fantásticas que não foram feitas por empresários, merece plenamente que o momento mais alto da sua carreira política tenha sido não apanhar um avião.
Publicado por ruitavares in blogue Bernabé
Publicado por: zippiz às fevereiro 12, 2004 12:15 AM
O António Borges como gestor é competente. Agora, claro que defende os interesses do grupo a que pertence.
Eu acho estúpido estar a denegrir o tipo por causa de pertencer a um dado partido. Se querem dizer mal dele atacam o que diz e escreve.
Parece que quase têm pena de ele ter tomado o avião errado.
Publicado por: vde às fevereiro 12, 2004 12:58 AM
Aliás esse comentário do Barnabé é de uma extrema infelicidade e de uma grande ignorância.
O 25 de Abril talvez possa se possa comparar com o 5 de Outubro, ou nem isso.
Mas nunca com as revoluções que acabaram com o antido regime e puseram o liberalismo.
Publicado por: vde às fevereiro 12, 2004 01:04 AM
O Borges é um lacaio do capitalismo internacional e um PêPÊDÊ. Não se espera outra coisa dele. A Joana, que também deve andar por lá, é que gosta de trazer esses gajos ao colo.
Aqueles gajos foram ao Beato mandar recados ao governo.
Publicado por: Cisco Kid às fevereiro 12, 2004 01:12 AM
Julgo que a reunião do Beato vai ficar por ali. Disseram umas coisas, ouviram umas coisas, mas os interesses individuais irão prevalecer. Falam em compromisso Portugal e alguns deles andam a vender as empresas aos espanhois
Publicado por: C Ventura às fevereiro 12, 2004 09:05 AM
Ser´que esses senhores estão preocupados com Portugal ou com o bolso deles?
Publicado por: David às fevereiro 12, 2004 10:03 AM
Graças a Deus...
Com vinte anos de atraso, eis que chega a Portugal a geração Yuppie à portuguesa, sempre os mesmo de sempre, agora transvestidos em "empreendedores" que podem desse modo dar recados ao Governo, à oposição, aos sindicatos, à Função Pública e até à generalidade da sociedade portuguesa em toda a sua diversidade.
Os gurus portugueses do século XXI, vinte anos atrasados em relação ao fenómeno americano, põem e dispõem das grandes "linhas mestras", descobrindo que, tal como os chineses descobriram os poderes miríficos da pólvora à mais de mil anos, que em Portugal o problema está na falta de concorrência!!!
Não sei se lá estavam, de entre 400 sacerdotes do capitalismo à portuguesa, os mesmos que desde sempre têm reclamado protecção do Estado para as suas indústrias de sapatos ou de texteis, se estavam os CEO's das multinacionais das telecomunicações que pagam às balconistas das lojas Vodafone cerca de 400 Euros/mês, nem sei se lá estavam os que após o 25 de Abril, patrioticamente tomaram a decisão de fugiram, porque vinham aí os comunistas.
Mas sei que se tratou de uma homilia para que todos concordassem com todos, para que uns editorialistas dissessem loas ao grande acontecimento social do ano, para que todos pudessem ter a oportunidade de se aplaudir uns ao outros, e assim se julgarem importantes e indispensdáveis para o futuro de Portugal.
O mérito pessoal e capacidade empreendedora, como condição para o êxito?
Como ontem disse Carvalho da Silva: Quantos desses 400 homens são de origens humildes, do povo do interior, quantos desses têm pais e mães com a 4ª classe salazarista?
Publicado por: Al_Mansour às fevereiro 12, 2004 10:26 AM
Al-Mansour: por falar em homilia, a sua tem muito mais cheiro de sacristia que a deles.
Publicado por: Carvalho da Selva às fevereiro 12, 2004 11:41 AM
Do Público:
Os promotores apresentam-se como protagonistas de uma nova geração, mas corria-se o risco de encontrar apenas um grupo de "yuppies" à procura de exposição mediática. Ou de tudo ficar pela repetição do que tantos têm dito nos últimos anos: que o Estado tem de se reformar, que tem de poupar, que tem de liberalizar. Mas aconteceu algo mais: no Beato não se pediu apenas melhor Estado, pediu-se também mais e melhor capitalismo. Mais concorrência. Mais e melhor capacidade de gestão. Maior abertura ao risco e mais ambição. Mais iniciativa e mais empreendorismo. Mais investimento privado em investigação e desenvolvimento, assim como em formação.
O que para muitos é óbvio - os nossos problemas de atraso, a nossa falta de produtividade - não é apenas culpa de más leis e muita burocracia estatal, é também o resultado de empresários e gestores que ainda não interiorizaram que se as economias de mercado funcionam melhor do que as economias planificadas ou que as economias protegidas são porque nelas funciona a concorrência. Que ao Estado não se deve pedir ajuda contra concorrentes agressivos, mas sim que deixe de proteger empresas que, se tivessem de enfrentar uma real concorrência, teriam de ser muito melhor geridas.
Publicado por: Novais de Paula às fevereiro 12, 2004 07:22 PM
Já agora cito, da intervenção do António Borges:
A coesão, a ambição, a coragem, o rigor e a seriedade são valores fundamentais para um novo modelo económico assente no risco, renovação e exigência, onde o papel dos empresários seja o de agentes da mudança, através de uma liderança exemplar, exigência, iniciativa e responsabilização.
Julgo que isto diz das intenções dos promotores.
Publicado por: Novais de Paula às fevereiro 12, 2004 07:23 PM
Isto é que é um grande país, com gajos como estes na gestão das empresas ainda conseguimos não estar tão atrasados como Moçambique, Timor ou o Haiti
Publicado por: zepl às fevereiro 12, 2004 07:33 PM
Tudo isso são balelas. São patrões saudosistas do antigamente. São salazarentos.
O zepl é que tem razão.
Publicado por: Cisco Kid às fevereiro 12, 2004 07:48 PM
Aquela do sigilo bancário foi bluff. O Carrapatoso já declarou que isso é uma coisa que se tem que ver com o tempo
Publicado por: David às fevereiro 12, 2004 11:34 PM
Não foi exactamente isso que o Carrapatoso declarou. O que ele disse foi que o levantamento do sigilo bancário teria que ser feito apenas quando houvesse garantias de competência e isenção da máquina fiscal. Na situação actual de incompetência em que se penhora por engano o ordenado do presidente dos TOC, há reformas que não podem ou não devem avançar.
Publicado por: Novais de Paula às fevereiro 12, 2004 11:39 PM
O Novais de Paula tem razão. O tipo da Vodaphone disse de facto aquilo e eu acho que ele tem razão. O estado não pode ter o poder absoluto. A transparência dos contribuintes tem que ir a par com uma maior moralização e competência dos serviços públicos.
Publicado por: Hector às fevereiro 12, 2004 11:58 PM
Srs empresários do Compromisso Portugal
assinem a petição
www.reformaigual.net
e darão um contributo importante para o desenvolvimento do País. Ou estão feitos com os ditos cujos?...
Publicado por: KingKong às fevereiro 13, 2004 02:19 AM
Hector
A petição para a Valéria à P.R. só pode ser assinada por iguais e afins como os hectorzinhos.
Os kingkongs não entram nesse filme.Não fazem parte do guião!
Publicado por: Kingkong às fevereiro 13, 2004 02:22 AM
Neste blog aparece de tudo. Qualquer dia aparece um maduro a vender bilhetes para a lotaria.
Publicado por: Daniel às fevereiro 13, 2004 09:11 AM
Definitivamente comprometidos com Portugal estão todos aqueles quem estes 400 neo-liberais querem
ver aplicadas as suas teorias.
Eles sabem bem que, em caso de fracasso, as suas teorias jamais os atingem.
E aquela bela tirada do Dr. Fernando Ulrich preconizando, à semelhança do que se passa na América, a total liberalização dos despedimentos?
Será que na América o Dr. Fernando Ulrich seria um dos "notáveis", ou passaria completamente incógnito?
Publicado por: Luís Monteiro às fevereiro 13, 2004 12:47 PM
A concorrência não é apenas entre as empresas. Também tem que haver no mercado de trabalho.
Se a concorrência é um bem nuns casos será um bem nos outros caos também
Publicado por: Novais de Paula às fevereiro 13, 2004 10:19 PM
Esta ascensão do neo-liberalismo está a fazer-me dar voltas no túmulo. A culpa foi do Lenine e dos outros que lixaram isto tudo
Publicado por: Marx às fevereiro 13, 2004 11:01 PM
Eh importante um grupo de empresarios de topo se reunirem e apresentarem propostas para o pais.
O que eh estranho eh eles nao o fazerem atraves das suas organizacoes, o que da ideia que elas nao funcionam bem.
Ou entao que o impasse que ha em Portugal nao eh so na politica mas tambem nos sindicatos, nos organismos empresariais, etc. Nao ha rotacao das pessoas nesses organismos. Sao sempre as mesmas.
Publicado por: Filipa Zeitzler às fevereiro 14, 2004 04:23 PM
Alguns dos comentários, acima, são assustadores!
Só acho estranho que a comunicação social, nomeadamente a imprensa, não tenha dado relevo à reunião, informando sobre o teor das comunicações, e pedindo a todos os seus comentadores que fizessem análises, comentários, e críticas a cada um dos oradores.
E porquê este silêncio? Mais uma vez a "nossa" comunicação social mostra a sua mediocridade.
Publicado por: Manuel Marques às fevereiro 15, 2004 12:38 AM
Como já alguém por aí afirmou num outro comentário, eu também tenho cabeça para pensar por mim mesmo.
Todavia, mesmo pensando por mim mesmo, para quê estar a artificializar um escrito só para parecer próprio, quando alguém diz melhor e mais fundamentado o que eu quereria dizer?
Assim, sendo, aqui fica :
"Compromisso Portugal"
Só agora tive oportunidade de ler na íntegra as conclusões da iniciativa Compromisso Portugal", realizado há dias.
Vistas em conjunto, não é caso nem para louvor hagiográfico nem para anátema condenatório. Adoptando uma perspectiva manifestamente "neoliberal", favorável à diminuição do papel do Estado na economia e na prestação de serviços públicos, há lá de tudo: propostas ousadas no campo financeiro e fiscal que a esquerda não hesitará em aplaudir, quase todas; propostas de liberalização do mercado de trabalho (nomeadamente liberalização dos despedimentos), que fazem parte da receita patronal desde sempre; propostas deveras indigentes em matéria de coesão social, que lá estão só para prestarem lip service a essa noção; e finalmente propostas muito pouco pensadas e mesmo contraditórias com o próprio espírito do programa geral.
Entre elas últimas contam-se seguramente as que dizem respeito às escolas em geral e universidades em particular, como já assinalou no seu blogue o sempre atento João Vasconcelos Costa. Em especial quanto ao governo das escolas e universidades, os autores propõem o seguinte:
«Definir para cada Escola e Universidade conselho de trustees, nomeados pelo Estado / Administração Local (com participação mínima de cidadãos independentes, conhecedores da região respectiva e seus problemas, bem como da natureza dos cursos ministrados e com experiência de gestão relevante) que em conjunto com o Ministério da Educação e ouvindo os representantes das Escolas ou Universidades nomeiem as equipas de gestão destas instituições de ensino para mandatos bem definidos, acompanhando anualmente o seu desempenho.»
Ora está bom de ver que isto não passa da importação acrítica do modelo de governo universitário norte-americano, mas aplicado somente às escolas e universidades públicas e com uma inegável e surprendente marca governamentalista, que poria em causa o próprio conceito de autonomia universitária. Para além de inconstitucional e impraticável, por falta do necessário environment cultural e institucional entre nós, esse modelo implicaria voltar a entregar a responsabilidade pelo governo das universidade ao Estado, por intermédio do tal "conselho de trustees", abolindo qualquer dimensão de auto-governo, o que se afigura verdadeiramente despropositado na tradição europeia. Par além disso, esse conselho ficaria com o duplo papel de escolher os gestores das escolas e fiscalizar o seu desempenho, com os conhecidos problemas da relação principal-agente aplicada às instituições públicas.
Francamente era de esperar melhor reflexão e mais ponderação.
Vital Moreira in "http://causa-nossa.blogspot.com/"
Publicado por: re-tombola às fevereiro 15, 2004 01:43 AM
A observação da Filipa parece-me acertada. Dá-me ideia que os empresários não se sentem representados da forma que gostariam pelas suas actuais estruturas.
Como dizia um deles, são sempre as mesmas pessoas nos mesmos sítios.
Publicado por: Fred às fevereiro 15, 2004 02:27 PM
Os tipos do compromisso Portugal queriam fundamentalmente protagonismo mediático e chamar a atenção sobre si próprios.
Publicado por: GPinto às fevereiro 16, 2004 12:27 AM
Os tipos do compromisso Portugal queriam fundamentalmente protagonismo mediático e chamar a atenção sobre si próprios.
Publicado por: GPinto às fevereiro 16, 2004 12:27 AM
AOS 500 EMPRESÁRIOS QUE QUEREM MUDAR O PAÍS
Exmos. Srs.
Os meus cordiais cumprimentos.
Satisfeito com a V. iniciativa, para mudarem o país, venho por este meio e na qualidade de desempregado, oferecer os meus conhecimentos adquiridos e a adquirir na vossa nobre tarefa.
SÃO FACTORES PREFERÊNCIAIS:
1º Uma entidade que aberta à inovação (não me diga quando se apresenta uma ideia ou algo diferente que no tempo dos avós já se fazia assim etc
etc.)
2º Que não me peça viatura para trabalhar (o meu carro está a cair aos bocados)
3º Que não falem em trabalho com uma garrafa de cerveja na mão.
4º Que exijam pontualidade no trabalho e no pagamento salarial.
5º Que dignifiquem o trabalho com um salário dignificante.
6º Que apostem em inovação
7º Que sejam inimigos dos subsídios.
ALGUÉM ACEITA O DESAFIO?
SE NÃO OBTIVER RESPOSTA NO PRAZO DE 15 DIAS ; VOU ACEITAR UMA PROPOSTA DE TRABALHO NA HOLANDA PARA EMBALAR FLORES.
Ao V. Dispor
Fernando nogueira Gonçalves
CURRICULUM VITAE
DADOS PESSOAIS
NOME : Fernando Nogueira Gonçalves
NATURALIDADE: Aldeia Nova do Cabo Fundão
B.I.: 4077289 Contr. N.º 122389557
Grupo Sanguíneo : Orh- ( dador)
Carta de condução : Ligeiros ; moto; náutica
Sócio n.º 605 da Associação Portuguesa de Criatividade
Morada : Bairro Sr.ª da Luz n.º 6
Apartado 213 6234-909 Fundão codex
Tm: 938983863
fernando_goncalves_@hotmail.com
http://www.invento.web.pt
HABILITAÇÕES ACADÉMICAS
Curso Geral de Administração e Comércio
Frequência do 1º ano da Escola Superior Agrária de Coimbra
Curso de soldador de redes de gás Cobre e Polietileno
Curso de instalador de redes de Gás
Curso de mecânico de aparelhos de Gás
Curso de técnico de Gás
Curso de formadores pelo I.E.F.P.
Curso Geral da propriedade industrial e intelectual O.M.P.I
FUNÇÕES EXERCIDAS
De 1976 a 1984, fabriquei incubadoras para aviários e diverso material avícola, tendo no 2º ano de actividade, participado na xxv edição da feira nacional de agricultura em Santarém e na feira realizada na Associação Desportiva do Fundão a qual foi o embrião da ex. facif.
Durante o período atrás descrito, fui sócio fundador da ex. discoteca restaurante L.P. no Tortosendo, assim como da discoteca Princips no Fundão
A partir de 1984, exerci a actividade de decorador de interiores, projectando e executando diversas obras e todo o tipo de móveis contemporâneos em variadíssimos estabelecimentos comerciais e residências particulares, adquirindo experiência técnica com os mais diversos materiais, tais como; madeira, aço inox, fibra de vidro, ferro, vidros e acrílicos etc.etc.
Também possuo alguma prática na área da serigrafia , tendo construído as máquinas com que duas firmas do Fundão começaram a sua actividade.
Outro campo em que adquiri muita experiência foi na construção de maquetas das quais destaco :
Edifício Acrópole no Fundão
Edifício Fundabeiras
Cine Shopping
Ponte pedonal da U. B . I
Trabalhei por duas vezes numa metalomecânica do Fundão com a função de planificador, maquetista e técnico de gás, tendo saído da mesma e a meu pedido, por impossibilidade de execução das tarefas para que fui contratado. Tive no entanto adquirido muita experiência na área da metalomecanica tendo dirigido várias obras , tais como naves industriais , pontes , moldes para a industria cimenteira etc.
.
Frequentei cursos na área do gás natural pelo Instituto Tecnológico do Gás , em Sintra tendo obtido com óptima classificação a carteira profissional de mecânico de aparelhos de gás , instalador de redes de gás, soldador de redes de gás cobre e polietileno e o curso de técnico de gás onde obtive uma classificação de 98% .
De 2000 até ao presente, também o trabalho de investigação tem preenchido algum do meu tempo tendo criado uma máquina para as redes exteriores de gás e três inventos, dos quais resultaram três patentes de invenção, amplamente divulgadas em Portugal e no Estrangeiro quer pela comunicação social, quer em feiras e exposições internacionais onde todas obtiveram medalhas e uma delas, premiada também num concurso Nacional promovido pelo C. I. E. B. I. Também um dos inventos mereceu parecer técnico favorável com louvor pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil de Portugal.
Neste momento tenho mais quatro invenções para registar, sendo uma para a área da deficiência ou traumatismo e as outras para a segurança rodoviária.
Conclui o curso de formação de formadores do I. E. F. P. Dei formação na área do gás, através do Instituto de Soldadura e Qualidade, na Escola Profissional do Fundão.
Sou presentemente responsável em regime de avença de uma firma de instalação de redes de gás na cidade da Covilhã.
Em Outubro de 2003 fiz o curso de Propriedade intelectual ministrado pela O.M.P.I. Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
PASSATEMPOS
Investigação; Foto Kirlian ; Acupunctura; Reiki ; Leitura , especialmente livros técnicos e científicos. Gosto de motociclismo ; Vela e Ski aquático.
Fundão 16 de Fevereiro de 2004
Publicado por: fernando nogueira gonçalves às fevereiro 16, 2004 11:31 AM
Fernando:
Se conseguir emprego por esta via, espero que não se esqueça da comissão para o Semiramis e para a Weblog, que bem precisada está.
Publicado por: Joana às fevereiro 16, 2004 09:17 PM
AUTHOR: onker
EMAIL: var@hotmail.com
IP: 212.55.140.41
URL:
DATE: 02/17/2004 10:34:30 AM
Publicado por: onker às fevereiro 17, 2004 10:34 AM
EU, "JOANA", FUNCIONÁRIA PÚBLICA DE LUXO, OCUPANDO CARGO PELAS INÚMERAS VIRTUDES DE SER UMA GIRRRL PARA TODO O TERRENO ME PENITENCIO: SOU UMA MOSCARDO DO TAMANHO DE UMA BOVINA LEITEIRO.
Publicado por: Joana - Ordinario às fevereiro 17, 2004 10:38 AM
AUTHOR: luba
EMAIL: luba@hotmail.com
IP: 212.55.140.41
URL:
DATE: 02/17/2004 10:42:15 AM
Publicado por: luba às fevereiro 17, 2004 10:42 AM
à Joana
Podem contar com isso!
mas não comprem vinho para a festa senão azeda!
Publicado por: fernandonogueira gonçalves às fevereiro 17, 2004 01:21 PM
O seu admirador ordinário é persistente ...
Publicado por: Hector às fevereiro 18, 2004 12:18 AM
Alguns comentadores disseram uma coisa interessante. Os portugueses, sempre que podem, compram produtos espanhois. Os mais perto da fronteira vão encher os depósitos de gasolina a Espanha, deixando nos cofres deles o imposto.
Alguém diz que eles são anti-patrióticos? Então porquê os empresários?
Não será hipocrisia?
Publicado por: Sa Chico às fevereiro 19, 2004 09:10 AM
AUTHOR: luba
EMAIL: luba@see.to
IP: 64.42.234.225
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DATE: 03/01/2005 03:49:24 AM
Publicado por: luba às março 1, 2005 03:49 AM