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outubro 23, 2003

O Oráculo de Belém

Nos tempos heróicos, a Pitonisa de Delfos, posta em transe pelos vapores telúricos, talvez com a mesma essência básica do suave aroma acanelado dos pastéis de Belém, debitava frases que serviam de referência a políticos, generais, mercadores de azeite, pastores e até a atletas que demandavam os Jogos Olímpicos, psicologicamente carenciados. A sua reputação era célebre. Os meios de comunicação da época asseguram que salvou a Grécia quando, instada por um Temístocles temeroso perante a inumerável hoste persa, o avisou para confiar nas suas muralhas de madeira.

Nem todos reverenciavam esta figura pública. O arconte de uma ilha perdida nos confins do Egeu apelidava aquelas alocuções de … banalidades. Mas tratava-se de um bárbaro ignaro, que vivia a expensas do tesouro da anfictionia e cuja proximidade da Ásia lhe dava mais a aparência de um sátrapa do que a de um dirigente de uma pólis.

Em Belém também se instalou uma pitonisa que, sobre os grandes (e pequenos) temas da política nacional, emite proposições que nunca são decifráveis em menos de 50 ou 100 interpretações diferentes e contraditórias. É uma pitonisa filosoficamente mais avançada, pois contém em si todos os momentos da dialéctica hegeliana (teses, antíteses, a afirmação e a sua negação) excepto as sínteses.

Felizmente para Temístocles, as difíceis comunicações da época impediram-no de demandar Belém, senão nunca teria havido Salamina e a história teria sido dramaticamente diferente. A trirreme de Temístocles estaria algures no Mediterrâneo, navegando em círculos, com os soldados no convés gritando teorias todas diferentes e contraditórias sobre a rota a traçar e, na coberta, a chusma de remadores, num alarido infernal, agitando perigosamente os remos e discutindo com o homem do tambor sobre o ritmo e direcção das remadas.

Sucede que surgem de repente, inopinadamente, frases com significado. Sampaio sentencia que houve uma “criminosa e despudorada violação do segredo de Justiça”. A frase em si continua banal. Há muitos meses que há criminosas e despudoradas violações do segredo de Justiça. A frase é banal, porque se refere a um assunto que a falta de ética de uma sociedade banalizou.

O que não é banal na frase é o PR a lançar apenas agora. Então o PR não tem convivido com violações do segredo de justiça nestes últimos meses? Então o PR, nos dias que antecederam a detenção de Paulo Pedroso, não soube de factos que eram, em si mesmo, uma violação do segredo de justiça? Foi apenas agora, que o seu nome aparece, embora indirectamente, envolvido, e a pressão sobre os seus amigos políticos se acentua dramaticamente, que o PR profere aquela frase?

No exercício das suas funções, o Presidente da República está, como referiu, “na posição singular de ter direito a toda a informação necessária e legítima e de, nessa posição, se relacionar com todos os órgãos do Estado e seus titulares”. Mas será legítimo receber informação que está sob segredo de justiça? E tê-la-á recebido?

O PR não esclareceu estas questões, nem o seu papel de oráculo da Grécia Clássica nos levaria a supor que ele o faria, mas carreou munições para a abertura da caça ao PGR.

O primeiro caçador que se lançou em campo foi o Bastonário da Ordem dos Advogados. O primeiro tiro foi … no pé. Infelicidades do dia da abertura da caça, ainda sem se ter traquejo nem treino. Aparecer agora a vituperar as escutas quando elas o indiciam como tendo "omitido" a sua alegada conversa com António Costa é de uma grande hipocrisia e de uma enorme fragilidade argumentativa, que mesmo a sua posição de bastonário não terá peso suficiente para resistir à contradita se a comunicação social quiser pegar no assunto.

E sabe-se como a comunicação social gosta de cozinhar em fogo lento aqueles que lhe caiem sob a alçada.

Publicado por Joana às outubro 23, 2003 10:00 AM

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Comentários

Excelente texto, Joana. Parabéns.
Acertou na mouche

Publicado por: Hector às outubro 22, 2003 07:08 PM

Espero que o ponha no on-line

Publicado por: Hector às outubro 22, 2003 07:09 PM

Hector, já o coloquei lá ... no sítio do Madrinha.

Publicado por: Joana às outubro 22, 2003 07:10 PM

Já o vi no online.

Classicamente acutilante e certeiro :-)

Publicado por: spanky às outubro 22, 2003 07:11 PM

Obrigada, spanky.
É aproveitar agora enquanto não chegam os vândalos!!

Publicado por: Joana às outubro 22, 2003 07:12 PM

Joana, você é uma exterminadora nata.

Os seus escritos são mortíferos! Parabéns por este.

Publicado por: SL às outubro 22, 2003 07:18 PM

De facto o PR deixa muito a desejar. Ele é bom é a não tomar decisões.
Tiro certeiro, Joana

Publicado por: fbmatos às outubro 22, 2003 07:24 PM

O que gosto nos teus textos, como já te disse há dias, é que apanhas sempre as coisas de forma diferente e inesperada.
Este texto é sensacional nesse aspecto.

Publicado por: Viegas às outubro 22, 2003 07:28 PM

Muito bom, Joana.
Julgo que os teus admiradores estão a acotevelar-se aqui, antes que isto se torne intransitável com as ordinarices dos tais vândalos.

Publicado por: anonimo às outubro 22, 2003 07:33 PM

Joana, ca estou eu outravez a dar-lhe os parabens.

Eu normalmente nao costumo intervir. Vou ao online, mas é muito raro escrever qq coisa.

Mas neste caso, Joana, estou profundamente indignada com o que lhe andam a fazer e considero que o minimo que esta ao meu alcance he vir aqui dizer-lhe que continue.

Longe do meu pais, he com grande indignacao que leio estas nojeiras.

Estamos muito atrasados

Publicado por: Filipa Zeitzler às outubro 22, 2003 07:48 PM

Filipa:
Ainda não lhe agradeci os comentários que houve por bem deixar-me nos textos de baixo.

Quero-lhe dizer que não desisto. Não sou pessoa para desistir, nomeadamente perante ordinários e cobardes.

Desistir seria entregar o país à ordinarice e à javardice. Eu nunca o faria e há no nosso país, esteja descansada, muitos que não pactuam com ordinários e gente sem dignidade.

Apareça sempre e obrigada a si aos demais pelas palavras que me dirigiram
J

Publicado por: Joana às outubro 22, 2003 07:53 PM

Totalmente em desacordo.
Vcs , joana e apoiantes , não disfarçam a pretenção , justa em democracia , de terem 1 governo , uma maioria , 1 presidente(*).
Os vossos améns a escritos que atacam Sampaio são apoios a princípios ideológicos , não são críticas à praxi de PR . Só uma cegueira partidária-ideológica pode atacar a intervenção de Sampaio de ontem.

(*) é aliás sintomático que dos políticos ouvidos sobre a intervenção do PR só o sr Lopes esteja contra (vidé SIC e Público).

Publicado por: zippiz às outubro 22, 2003 08:14 PM

Zippiz:

Eu não pedi a demissão do PR. Apenas dei a minha opinião sobre ele e sobre o estilo de discursos que ele faz.

Aliás já o escrevi por diversas vezes. Ele só diz banalidades, com algumas (poucas) excepções. E esta foi uma delas.

A minha pergunta foi apenas esta: Porquê só agora?

O que é que agora é diferente de há 4 meses atrás?

Sabe responder, zippiz?

Publicado por: Joana às outubro 22, 2003 08:43 PM

E a demissão do PR?

Preciso do texto do Oráculo de Delfos.

Eu interpreto!

Publicado por: PROCURADOR às outubro 22, 2003 08:53 PM

Ao Procurador de Zeus:

Zeus está próximo de Apolo. E Apolo é o dealer das ervas divinas cujo fumo a pitonisa aspira quando balbucia as suas profecias.

Quem melhor que Apolo poderá informar Zeus?

Não serei eu ... uma mísera mortal!

Quanto ao PR, não acha bem termos um presidente que só diz banalidades?

Publicado por: Joana às outubro 22, 2003 09:13 PM

joana dixit "Eu não pedi a demissão do PR" .

Mas eu não disse que Vc pediu a demissão do PR !!!

Outra conclusão que tiro do seu comentário é que Vc está mais preocupada com as "banalidades" do PR do que com a INCOMPETÊNCIA do sr. PGR .

Publicado por: zippiz às outubro 22, 2003 09:46 PM

Bom texto, Joana

Publicado por: JCorreia às outubro 22, 2003 09:47 PM

A anti-teoria da cabala é tão teoria e tão conspirativa como a teoria da cabala
(blogue Bernabé)

Publicado por: zippiz às outubro 22, 2003 10:09 PM

dos Jornais:
"O procurador-geral da República enviou uma carta de resposta ao bastonário da Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice, que ontem exortou Souto Moura a pôr um fim às violações do segredo de justiça ou a colocar o seu lugar à disposição.

Júdice admitiu ter recebido uma missiva do procurador-geral, mas sublinhou que quando recebe "uma carta privada" é como se, "por definição", não lhe tivessem escrito "carta nenhuma".
--------------------------
Conclusão: os CTT podem passar a deitar tranquilamente todas as cartas no lixo. Uma carta privada é como se não existisse.

Publicado por: Joana às outubro 22, 2003 10:16 PM

zippiz:
Se eu escrevi ao Procurador:
"Quanto ao PR, não acha bem termos um presidente que só diz banalidades?"
Como é que conclui que eu me preocupo com as banalidades do PR?

Incompetência do PGR? Você sabe que quer o Tribunal da Relação, quer os escritórios dos advogados de defesa conhecem o teor das escutas que constam das alegações dos diversos recursos?

E você, quando o PS conhecia as matérias que estavam em segredo de justiça, também clamou que o PGR era incompetente?

Publicado por: Joana às outubro 22, 2003 10:21 PM

zippiz ... o Procurador a que me referia no texto anterior, era o Procurador de Zeus, e não o PGR.

.....

Publicado por: Joana às outubro 22, 2003 10:27 PM

"Sucede que surgem de repente, inopinadamente, frases com significado. Sampaio sentencia que houve uma “criminosa e despudorada violação do segredo de Justiça”. A frase em si continua banal. Há muitos meses que há criminosas e despudoradas violações do segredo de Justiça. A frase é banal, porque se refere a um assunto que a falta de ética de uma sociedade banalizou.

O que não é banal na frase é o PR a lançar apenas agora. Então o PR não tem convivido com violações do segredo de justiça nestes últimos meses? Então o PR, nos dias que antecederam a detenção de Paulo Pedroso, não soube de factos que eram, em si mesmo, uma violação do segredo de justiça? Foi apenas agora, que o seu nome aparece, embora indirectamente, envolvido, e a pressão sobre os seus amigos políticos se acentua dramaticamente, que o PR profere aquela frase?"
a citação acima é sua . quer mais sobre banalidades ?
Vc pode provar que os advogados tem conhecimento DAS escutas ? ou só têm conhecimento DE escutas ? Pode haver aqui uma diferença que não será de somenos .
Vc pode fazer coro com os comícios de MRSousa e JPPereira ; pode até definir , subjectivamente , o que é banal ou não. Não pode é provar que a garganta funda não seja do lado do MP.

Publicado por: zippiz às outubro 22, 2003 10:42 PM


Afastado destas lides,não resisto,contudo,à leitura dos textos com que vai anestesiando a esquerda,totalmente "desbussolada" nestes últimos tempos.

A postura "feminina" criou-lhe uma muralha de protecção que a torna imune às tentativas da agressividade machista nacional,em que o vocabulário vernáculo é talvez o sintoma menos agreste.

Louvo-lhe a dedicação e a audácia da continuidade.

O folhetim Casa Pia tem-lhe dado as asas que a elevam no espaço,descobrindo horizontes,que poucos enxergam.

Por aqui definham PROCURADORES sem procuração à espera dum protagonismo que não alcançam.

Por aqui move-se um CDSPP querendo ser o clone do original.

Quem são eles?

Mas é uma delícia ver como a esquerda derrapa em cada uma das palavras dos seus textos.

Incline mais o plano. A esquerda chegará assim mais depressa ao abismo.

Merece uma queda aparatosa!

QUERO ASSISTIR !!!

Publicado por: ZEUS8441 às outubro 22, 2003 11:05 PM

Zeus, você quando fala em "muralha de protecção" presumo que não leu as centenas de comentários aos textos que se situam abaixo deste!

Obrigada pelas suas palavras.

Descanse que sou determinada e muito ... muito ... teimosa!

(se inseri aquele "texto" neste blogue foi apenas porque o achei muito bem escritoo ... não por causa do tema ... espero que compreenda)

Publicado por: Joana às outubro 22, 2003 11:12 PM

pronto ...faltava a palavra de Deus , perdão , zeus !

e eu a pensar que a esquerda já tinha caído no abismo há muito tempo !
não há paciência para o pretenciosismo de certa direita !

Publicado por: zippiz às outubro 22, 2003 11:17 PM

Muitobem escrito. Na forma e no conteúdo está muito bom

Publicado por: Novais de Paula às outubro 23, 2003 01:00 AM

Já aqui escrevi que a admiro pelo seu talento ... e pelo resto.

Este texto está muito bem escrito.

Publicado por: Admirador Condicional às outubro 23, 2003 01:01 AM

Já há alguns dias que não passava por aqui e vejo um conjunto excelente de textos.

Os da Casa Pia, este, todos.

Parabéns

Publicado por: Arroyo às outubro 23, 2003 01:04 AM

Não acho que a demissão do PR se coloque, nem a do PGR.

O PR meteu a pata na poça. Tentar demitir o PGR agora, poria toda a opinião pública contra ele.

Só o bastonário, alguns advogados e a classe política (alguma, a que tem telhados de vidro) está contra ele.

Publicado por: Arroyo às outubro 23, 2003 01:08 AM

Presumo que o sátrapa da história seja o Alberto João Jardim!

Publicado por: Novais de Paula às outubro 23, 2003 01:12 AM

Um tiro no PR

Publicado por: A Nereu às outubro 23, 2003 09:36 AM

E no bastonário!

Publicado por: A Nereu às outubro 23, 2003 09:37 AM

Excelente

Publicado por: A Nereu às outubro 23, 2003 09:37 AM

Pensava eu que era o único a quem ofendiam com esta fúria.

Nem por aqui se pode andar!

Tudo infestado!

É preciso ter coragem para continuar.

Publicado por: ZEUS8441 às outubro 23, 2003 09:45 AM

Eu não lhe tinha dito, poderoso Zeus!

E agora fale-me da "muralha protectora"!

Não se preocupe com a minha coragem, embora lhe agradeça a preocupação!

Publicado por: Joana às outubro 23, 2003 09:46 AM

NUNCA ANTES - Dito isto, sou obviamente defensor de alterações profundas no "sistema", mas nunca, jamais, em tempo algum, antes do fim do processo Casa Pia, por razões do modo como deve funcionar uma democracia e um Estado de direito. Pode acabar injustamente com a "imagem" de alguns políticos? É verdade, mas também não é de agora. Injustiçados permanecem alguns membros do governo de Cavaco Silva, sem ninguém se lembrar disso. Pode esta situação penalizar os arguidos deste processo, como certamente já vitimizou muitos outros? Com certeza, mas não chegará ao ponto de transformar, em tribunal, inocentes em culpados.

Publicado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP às outubro 23, 2003 10:16 AM

"SISTEMA" - OS ABUSOS - O "sistema" é mau, permite abusos de poder, tem escasso controlo? Com certeza. Mas já era mau antes do caso Pedroso e havia quem o dissesse, curiosamente ninguém dos que agora clamam contra ele e o ajudaram a construir. Proença de Carvalho, Mário Soares (em defesa de Leonor Beleza) e alguns outros, disseram-no. Recordo-me de muitas discussões com José Magalhães no Flashback sobre esta matéria, quando este, um dos que construíram o "sistema", o defendia "à outrance", baseado nas posições socialistas.

Publicado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP às outubro 23, 2003 10:32 AM

FUGAS SELECTIVAS - Choca-me ler as informações das escutas, choca-me ver a sua fuga selectiva do processo, sinto um enorme incómodo, com um sentimento de violação de privacidade, como se fosse comigo - sem sombra de dúvida. Repito: sem sombra de dúvida e esta é matéria para tratar com a dureza necessária, depois. Depois, porque este "sistema" tornou estas escutas legais e ainda não vi ninguém, com responsabilidades na justiça, a dizer que o não são.
Agora também não esqueci que as primeiras fugas de escutas no caso Casa Pia estavam no documento entregue pelo juiz à Assembleia, e foram utilizadas selectivamente para mostrar como eram irrelevantes e até "ridículas" (o adjectivo veio nos jornais) as acusações a Pedroso. Como a divulgação dessas escutas parecia ser benévola, foi essa a parte escolhida para aparecer nos jornais e não as acusações de pedofilia contidas no mesmo documento, que só apareceram mais tarde. E não houve qualquer clamor público quanto à sua divulgação, porque as escutas eram "úteis".

Publicado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP às outubro 23, 2003 10:36 AM

FUGAS DE INFORMAÇÃO - São o maior factor de descredibilização do sistema judicial, mas as fugas de informação não começaram com o processo Casa Pia, nem têm agora maior gravidade do que tiveram em casos anteriores. Ou se muda a lei do segredo de justiça, ou se encontra finalmente algum responsável por uma destas fugas, e se actua com toda a força da lei. As fugas são também um instrumento fundamental na manipulação da opinião pública a que se tem assistido e nenhum dos intervenientes no processo pode lavar as mãos do que acontece. Pouca coisa mais higiénica haveria, neste ruído público, do que identificarem-se os autores das fugas.

Publicado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP às outubro 23, 2003 10:36 AM

ESCUTAS - Criou-se um sistema excessivamente laxista de escutas telefónicas, que foi alegremente e unanimemente votado, em sucessivas ondas de "lei e ordem". Quando se liberalizou e alargou a utilização de escutas telefónicas, a intenção era usá-las para combater a criminalidade organizada, o tráfico de droga, o branqueamento de capitais, o terrorismo, a corrupção. Mas, convém não esquecer que este processo é sobre pedofilia, e que toda a gente bate (ou batia) com as mãos no peito, considerando-a um "crime hediondo". Não me venham dizer que, se se perguntasse ao então ministro António Costa se a pedofilia e as redes de prostituição infantil eram excepção a este tão liberal e laxista regime das escutas, ele responderia com outra palavra que não fosse um sonoro "nunca". Mas os tempos eram outros.

Publicado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP às outubro 23, 2003 10:36 AM

"SISTEMA" - PARA OS "OUTROS" - Enquanto as vítimas eram do PSD, os justiceiros estavam no tandem "Independente"-PGR (com aplauso total da esquerda política, que lhes dava continuidade no Parlamento), e as fugas sistemáticas eram só de um lado e sem defesa, porque ninguém tinha coragem para a fazer e a comunicação social não se dividia, como hoje, nunca houve problemas com "o sistema". Pelo contrário, a cada caso, o clamor era para novas medidas de reforço dos poderes judiciais e do Ministério Público. Foi assim que se chegou à situação presente - por razões políticas, por motivos políticos, pela tentação sinistra de usar a justiça como arma política. Ao mesmo tempo, com singular cegueira, havia a ideia de que isso nunca nos tocaria a "nós".

Publicado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP às outubro 23, 2003 10:36 AM

"SISTEMA" - A CONSTRUÇÃO - Sim, porque houve quem, nos últimos vinte anos, em Portugal, quisesse fazer uma "república dos juízes" à italiana, respondendo às vantagens eleitorais do populismo justiceiro. Houve quem não tivesse coragem, com receio das consequências eleitorais negativas, devidas igualmente ao populismo justiceiro, de dizer não à excessiva concentração de poderes num Ministério Público que não responde efectivamente perante ninguém. A combinação destes dois factores construiu o "sistema" actual.
Foram políticos do PSD, PS e PCP que construíram este "sistema" por razões estritamente políticas, numa competição por agradar (ou pelo medo de desagradar) ao populismo, debaixo dos ventos italianos. Do meu partido, recordo-me da acção de dois ministros, Fernando Nogueira e Laborinho Lúcio, que o iniciaram, mas recordo-me também que, a cada momento, nas revisões constitucionais, na discussão dos principais diplomas sobre justiça, havia uma forte e agressiva pressão para uma "república dos juízes" à portuguesa, vinda do PS e do PCP. PS e PCP comportavam-se como se fossem os "partidos do Ministério Público". O último ministro que prosseguiu neste caminho foi António Costa.

Publicado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP às outubro 23, 2003 10:36 AM

FALAR - Há momentos a que a uns convém que se fale, a outros que se faça silêncio. Nas sociedades democráticas, não há nunca silêncio, porque o silêncio fala, embora também possa apenas haver ruído.
DUPLICIDADE - Se há coisa que peço a mim próprio, e, se não fosse incréu, ao Senhor, é não cair na duplicidade na análise deste processo, todo ele impregnado de duplicidade. Tenho as minhas opiniões, gostos e antipatias, que é impossível não mostrar; posso cair em contradição, porque isso às vezes é inevitável, mas farei todo o possível para não ser dúplice. O que é difícil quando se vai escrever essencialmente sobre as duplicidades dos outros.

Publicado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP às outubro 23, 2003 10:36 AM

Zippiz:
Você escreve:
"Não pode é provar que a garganta funda não seja do lado do MP"

É uma regra em investigação: a ausência da evidência não é a evidência da ausência.

Outra regra é a de que compete ao acusador provar a acusação.

Publicado por: Joana às outubro 23, 2003 12:50 PM

Acha bem que um partido de regime, de governo e que deve ser responsável, sério e equilibrado, seja conduzido por uma trupe de pessoas que engana descaradamente os portugueses ao dizer, publicamente, que respeita a justiça e as instituições enquanto, nos bastidores, manipula pessoas, instituições e entidades, procura envolver órgãos de soberania, diz que se está a "c_g_r" para as leis do país, diz que os magistrados são uns "m_r_d_s", diz que isto só pode ir à "canelada", etc, etc, etc???? Ou seja, a si não o incomoda que o PS que se apresenta publicamente aos olhos dos portugueses esteja tão distante do PS que se esconde nos bastidores?

Publicado por: Paulo Pedroso 12:52 23 às outubro 23, 2003 01:56 PM

concorda que um líder de um partido, candidato a primeiro-ministro do país, demonstre não possuir nenhum respeito pelas leis do país e não respeite a separação de poderes?

Publicado por: Paulo Pedroso 12:52 às outubro 23, 2003 01:56 PM

Acha bem que os membros de um partido tenham acessoa documentos em segredo de justiça e andem a trocar impressões sobre esses documentos com outros (como foi o caso de Costa e Júdice) ou os divulguem para a CS (como foi o caso de João Pedroso)?

Publicado por: Paulo Pedroso 12:52 às outubro 23, 2003 01:56 PM

Ficou o meu caro incomodado quando se fizeram divulgações, a conta-gotas, do conteúdos de outros segredos de justiça? Manifestou o seu desagrado quando vieram a público as informações em segredo de justiça sobre o caso Moderna? Ficou siderado quando as actas das comissões de inquérito à porta fechada foram tornadas públicas? Ou acha que tudo isso foi inocente? E, já agora, acha que foram inocentes as demarches que o PS fez antes, durante e depois da detenção de Pedroso?

Publicado por: Paulo Pedroso 12:52 às outubro 23, 2003 01:56 PM

Acreditou você que a divulgação dos conteúdos do processo de investigação do caso Moderna trouxe algo de novo ou de significativo ao andamento do julgamento? Nessa altura não se importou com os julgamentos feitos na praça pública, pois não?

Publicado por: Paulo Pedroso 12:52 às outubro 23, 2003 01:56 PM

Acredita que são lícitas e aceitáveis as movimentações dos partidos no sentido de procurarem alcançar, para os seus, uma justiça diferente da que têm os cidadãos comuns?

Publicado por: Paulo Pedroso 12:52 às outubro 23, 2003 01:57 PM

Acredita você que, pelo facto de as diligências feitas pelo PS e pelos seus dirigentes não terem conseguido que este tivesse um tratamento de excepção, são essas diligências menos reprováveis e menos indecorosas, tendo em conta, principalmente, que foram feitas nos bastidores, subrepticiamente, e com total falta de respeito pelo normal funcionamento do Estado de Direito? Acha você que um "criminoso" deve ser desculpado pelo facto do seu "crime" não ter surtido os efeitos desejados?

Publicado por: Paulo Pedroso 12:52 às outubro 23, 2003 01:57 PM

Acha você que um dirigente partidário, candidato ao cargo de primeiro-ministro, se pode estar marimbando para o segredo de justiça, mesmo que existam milhares de cidadãos que comunguem dessa posição? Acha que Ferro Rodrigues se pode estar marimando para o segredo de justiça às Terças e às Quintas e deplorar a sua violação às Segundas e às Quartas? Não tem Ferro Rodrigues responsabilidades acrescidas pelo facto de ser dirigente partidário e de ser candidato a primeiro-ministro? No caso de Ferro Rodrigues não se aplica sequer a famosa citação: "Não basta SER sério, tem de parecer"! E sabe porquê? Porque, pelos vistos, só parecia. Mas não o era!!!

Publicado por: Paulo Pedroso 12:52 às outubro 23, 2003 01:58 PM

Pelos vistos, quem se está a "c_g_r" para o segredo de justiça, são os membros do PS que acham que podem divulgar documentos em segredo de justiça quando lhes convém (como fez João Pedroso) ou os membros da direcção do PS que acham que podem ter acesso e discutir esses documentos em segredo de justiça com terceiras pessoas (como fez A. Costa). E não está completamente posta de parte a hipótese de as violações do segredo de justiça, sobre as escutas, partir do próprio PS, ou porque interessaria, com isso, abater esta direcção do PS, ou porque, não menos despropositado, interessaria abater o Procurador Geral da República - o que só "ajudaria" o desenrolar do rocesso Casa Pia, não é?

Publicado por: Paulo Pedroso 12:52 às outubro 23, 2003 01:58 PM

Não acha que Ferro Rodrigues e a direcção do PS teriam toda a legitimidade do mundo para se incomodarem com a divulgação das escutas se, no passado, tivessem feito o mesmo com todas as outras violações do segredo de justiça? Mas quem é que viu ou ouviu os seus (deles) incómodos? Não se incomodaram no passado? Não têm legitimidade para se incomodar agora!

Publicado por: Paulo Pedroso 12:52 às outubro 23, 2003 01:58 PM

Acha você que a Ministra da Justiça tem de andar a controlar os oficiais de justiça, os advogados ou os magistrados para saber se eles andam ou não a violar o segredo de justiça? E porque não aplica as suas perguntas, sobre Celeste Cardona, a todos os ministros da justiça do PS? Ou, quando o PS esteve no governo, não se violava o segredo de justiça? Já sabemos que Celeste Cardona tem de fazer alguma coisa para evitar a violação do segredo de justiça. Só não sabíamos que era natural um ex-ministro da justiça do PS (AC) ter acesso a documentos em segredo de justiça e que os andava a divulgar e a comentar com terceiros. Acha que é sinal de uma grande seriedade?

Publicado por: Paulo Pedroso 12:52 às outubro 23, 2003 01:58 PM

E olhe que fez muito bem!

Publicado por: A Nereu às outubro 23, 2003 01:59 PM

E olhe que fez muito bem!

Publicado por: A Nereu às outubro 23, 2003 01:59 PM

Obrigada, vândalo por permitires a transcrição daquele texto

Publicado por: Joana às outubro 23, 2003 02:02 PM

Vejo que a Joana está a lidar com este assunto da vandalização com alguma habilidade

Publicado por: fbmatos às outubro 23, 2003 05:17 PM


A "muralha" torna-se mais vunerável no "privado".

O "público" online do Expresso,o tal semanário da nossa mútua estimação,tem preservado alguma boa imagem da Joana II,toda ela feminina.

Aqui pode desaguar toda a imundice da esquerda.

Eu só tive acesso a este weblog,porque o vi anunciado.

No "privado" crie uma "carapaça" à prova de bala.
Se é teimosa(o), louvo-lhe novamente a insistência.

Eu não resisti às torpes insinuações dum "vampiro" sinistro. A família ordenou: STOP!

Publicado por: ZEUS8441 às outubro 23, 2003 06:46 PM

A frase começou a ser dita cada vez com mais frequência: "Dantes era bem melhor!" Depois, como se tal fosse a coisa mais natural do mundo, uma espécie de consequência inevitável do confronto com o presente, começaram a deixar cair: "Isto é pior que o fascismo!" Em seguida entraram no processo de reabilitação da ditadura. Mas este "remake" do "Ó tempo volta para trás, dá-me tudo o que perdi" não é entoado por vozes como Kaúlza de Arriaga ou Rosa Casaco. Nada disso! É a esquerda, gente que sempre fez profissão de fé de antifascismo, alguns deles perseguidos pela PIDE, quem agora produz este nostálgico discurso.

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:04 PM

O próprio Manuel Alegre veio recentemente legitimar esta recuperação da ditadura declarando ao PÚBLICO: "Vivemos num clima mais perverso do que aquele que vivemos na ditadura. É muito desagradável dizer isto, mas é mais perverso: porque, na ditadura, eu sabia quem era o inimigo, sabia os riscos que corria, e, quando era preso, sabia por que é que era. Era uma situação clara. Neste momento, é uma situação perversa."

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:04 PM

Estas declarações de Manuel Alegre exprimem, por um lado, a extraordinária desorientação a que o PS chegou com o caso Pedroso e, por outro, são reveladoras da incapacidade de uma esquerda que se formou na oposição ao salazarismo de aceitar a realidade da democracia por que tanto lutou e as inevitáveis mudanças que o tempo acarreta.

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:04 PM

Este tipo de discurso começou a fazer-se ouvir, primeiro, nos sectores derrotados no 25 de Novembro de 1975. Alguns pretendiam que a situação saída desse golpe reinstituíra no país algo semelhante ao que se vivia antes do 25 de Abril de 1974. Mas ficavam-se geralmente por umas frases de lirismo "kitsch" sobre essa data - o tempo em que os sonhos se desfizeram; o fim dos dias em que tudo era possível... De qualquer forma não diziam ainda que o fascismo tinha sido melhor.

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:04 PM

Não só se mantinha viva como até em muitos casos se exacerbava o que fora a resistência à ditadura e, por outro lado, a estratégia de comunicação da esquerda afecta ao PCP passava sobretudo por agitar o espantalho do retorno do fascismo a qualquer alteração legislativa. O PS, durante os governos de Cavaco Silva, também ocasionalmente invocou o regresso do fascismo mas apostou mais no denegrir do presente, o "cavaquistão".

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:04 PM

Anos depois, um dos sinais óbvios de que o PS tinha perdido a dinâmica do poder e consequentemente a vontade de fazer o presente aconteceu durante a última campanha autárquica, quando João Soares escolheu, num total desacerto com o tempo e o lugar, o "slogan" "Fascismo nunca mais"! para ganhar a Câmara de Lisboa.

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:04 PM

E agora que não só está na oposição como a sofrer o imenso desgaste do caso Casa Pia, o PS irmanou-se aos saudosos do PREC e outros vencidos da vida e, todos a uma só voz, choram de saudades dos bons velhos tempos. Exactamente esses em que Portugal foi uma ditadura. Ter-se-ão tornado fascistas? De modo algum, mas têm saudades desse tempo em que dividiam o mundo em bons e maus. Sendo que eles eram sempre bons fizessem o que fizessem.

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:05 PM

Durante a ditadura, a censura e a própria repressão policial permitiram a muitos iludirem a sua mediocridade imaginando sucessos e reconhecimento público que efectivamente não mereciam. Por isso, quando chegou a democracia e já não tinham o censor a dar-lhes importância nem a polícia a impedir-lhes as actividades e ficaram sós perante o público, o povo e, sobretudo, perante si mesmos, começaram por amaldiçoar o mercado, a competitividade e a concorrência. Em seguida, fizeram discursos sobre esse tempo em que todos se conheciam. Em que havia valores e ideais. Em que se faziam espectáculos de qualidade...

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:06 PM

Depois, face a um presente cuja mudança não acompanham, face à chegada de novas gerações de políticos, autores, jornalistas..., começaram a sentir saudades daquele lápis azul que lhes dava tanta importância. Daquele censor seu espectador, leitor, ouvinte... enfim seguidor atento. Daí a balbuciarem que queriam a sua ditadura de volta foi um passo.

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:06 PM

É certo que as democracias são injustas. É certo que podem estar detidos inocentes. É certo que as novelas da TVI têm mais audiência que as séries da RTP2. Mas não há qualquer comparação entre democracia e ditadura. Estas últimas são naturalmente perversas. Porque conferem um ignominioso estatuto de excepcionalidade a quem as governa mas também a quem se lhes opõe. Todos nós ouvimos falar da farsa que foi o julgamento dos membros do regime no caso Ballet Rose.

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:06 PM

Mas a farsa não acabava aí. A farsa é a ilusão de normalidade numa ditadura. Para o ditador, para aqueles que o rodeiam e para os que se lhe opõem. Por exemplo, caso um qualquer dirigente da oposição, durante a ditadura, tivesse sido acusado de abuso sexual de menores nunca ninguém acreditaria porque se tratava duma invenção da PIDE. Caso durante a ditadura um qualquer oposicionista fosse acusado de ter desviado dinheiro, isso seria sempre uma calúnia.

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:06 PM

Caso durante a ditadura um militante comunista ou de extrema-esquerda fosse acusado de ter assassinado alguém que consideravam dissidente, traidor ou informador da polícia, restava sempre a possibilidade de ter sido a PIDE... Por isso têm saudades desse tempo em que, como nas histórias infantis, os maus eram sempre maus e os bons sempre bons.

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:06 PM

Têm saudades desse tempo em que eles que agora assim falam, artistas, profissionais liberais e jornalistas de oposição, se sentiam investidos duma superioridade quase aristocrática. Ridicularizavam os censores e desprezavam os polícias. E estes últimos sabiam bem que nos calabouços não se tratava da mesma forma um trabalhador rural ou um frequentador da Brasileira.

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:06 PM

É desse mundo em que tudo era perversamente familiar, em que a cunha da União Nacional coexistia, do outro lado, com o apoio cego e incondicional a quem se declarasse correlegionário, é desse mundo em que cada um sabia que o seu estatuto não seria beliscado, antes reforçado pela outra parte, de que a esquerda hoje tem saudades. É desse mundo em que a vida de cada um era condicionada e julgada pelo que se dizia ser e não pelo que de facto se era e fazia que a esquerda quer de volta. Tudo isto é muito triste e não creio que a culpa seja do fado.

Publicado por: Saudades de Esquerda às outubro 23, 2003 07:06 PM

Uma descrição perfeita do Sampaio

Publicado por: A Valente às outubro 28, 2003 07:01 PM

Os comentarios que foram apagados eram um nojo.
Agora sem eles, a leitura dos que ficaram oerde muito do sentido

Publicado por: anonimo às novembro 1, 2003 10:47 PM

AUTHOR: B E o troglodita
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IP: 61.55.134.196
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DATE: 11/02/2003 09:58:11 PM

Publicado por: B E o troglodita às novembro 2, 2003 09:58 PM

AUTHOR: B E o troglodita
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DATE: 11/02/2003 09:58:35 PM

Publicado por: B E o troglodita às novembro 2, 2003 09:58 PM

AUTHOR: B E o troglodita
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Publicado por: B E o troglodita às novembro 2, 2003 09:59 PM

A Pitonisa de Delfos volta a estar em força. A Grécia já nos ultrapassou.

Publicado por: KK às novembro 5, 2003 10:38 PM

A pitonisa e o estádio do FCP: Aposta-se em como não se perceberá nada do que Sampaio vai dizer sobre esta questão. Aproveita "não poder estar" e pronto!

Publicado por: aj ribeiro às novembro 14, 2003 10:27 AM

É estranho como um tipo banal suscita tantos comentários

Publicado por: Rave às dezembro 5, 2003 12:01 AM

sinceramente não encontro neste texto ponta por onde se lhe pegue. É uma confusão de interpretações bastante convenientes.

Publicado por: bolaporca às março 7, 2004 03:05 PM

Só bocas

Publicado por: z às junho 17, 2004 12:13 AM

Só bocas

Publicado por: z às junho 17, 2004 12:13 AM

Só bocas

Publicado por: z às junho 17, 2004 12:13 AM

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Publicado por: z às junho 17, 2004 12:13 AM

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Publicado por: z às junho 17, 2004 12:13 AM

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Publicado por: z às junho 17, 2004 12:13 AM

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Publicado por: z às junho 17, 2004 12:13 AM

Só bocas

Publicado por: z às junho 17, 2004 12:13 AM

Só bocas

Publicado por: z às junho 17, 2004 12:13 AM

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