Foi recentemente realizada uma sondagem entre a população que revela resultados interessantes e contraditórias com as opiniões furibundas e apocalípticas dos kamikazes de alguma comunicação social, de diversos espectros políticos e da net.
Em primeiro lugar, a credibilidade das entidades que estiveram envolvidas na sondagem (a Oxford Research International, que a fez, e diversas estações de televisão, como a britânica BBC, a americana ABC, a alemã ARD e a japonesa NHK, que a encomendaram e certamente validaram os seus critérios) e a dimensão da amostra (2737 iraquianos com mais de 15 anos) leva a supor que a amostra tem significado estatístico, embora aqueles que querem construir os factos à medida dos seus desejos argumentarão certamente que aquela amostra deveria ter sido constituída, na totalidade, pelos tradutores, motoristas, empregados de limpeza e restante pessoal assalariado daquelas entidades.
A acreditar nessa sondagem, que aliás corrobora uma outra realizada há meses atrás, muita da argumentação dos que exigem a retirada imediata das forças de coligação do Iraque cai pela base. Bem ... talvez me tenha precipitado ao escrever a frase precedente: os kamikazes que persistem naquela argumentação, furibundos, sedentos do sangue de Bush e não só, normalmente passam, displicentes, ao largo do empecilho incómodo dos factos. Apenas seleccionam aqueles que lhes convêm.
A primeira conclusão, traumática para quem tem escutado a pesada, furiosa e tonitruante argumentação dos que contestam a ocupação estrangeira do Iraque é a de que a maioria dos iraquianos diz que a sua vida está melhor agora do que há um ano, quando Saddam ainda estava no poder e não tinha ainda começado a guerra liderada pelos Estados Unidos. Segundo o inquérito, 56 por cento dos iraquianos consideram que a sua vida está agora melhor do que há um ano (22% afirmam mesmo estar muito melhor), enquanto apenas 19 por cento dizem estar pior. Cerca de 23% afirmam que a sua vida está na mesma. São melhores as expectativas para o futuro: daqui a um ano, acreditam 70 por cento dos iraquianos, tudo vai estar ainda melhor.
Isto independentemente de gostarem ou não de verem tropas estrangeiras no solo pátrio: A maioria (51 por cento) não gosta de ter tropas estrangeiras no Iraque e mais de quatro em dez inquiridos não tem "qualquer confiança" nas forças americanas e britânicas e quase 20% dos iraquianos consideram que os ataques às tropas da coligação são justificados.
Todavia, e isto é importante para se compreender a situação, 54 por cento afirmam que a segurança no local onde vivem é, depois da invasão, melhor do que era antes da guerra. Aliás, a segurança (a primeira prioridade para 85 por cento dos iraquianos) é a justificação para o desejo de que as forças estrangeiras continuem presente no país (18 por cento), enquanto 36 por cento acham que estas devem retirar mal haja um governo iraquiano e apenas 15 por cento são de opinião de que as forças estrangeiras devem sair imediatamente do Iraque. Os restantes preferem períodos de permanência das forças da coligação que variam entre alguns meses e mais de um ano. Isto é, 85% da população iraquiana não é contra a actual presença militar da coligação e 18% acham mesmo que ela devia continuar após a existência de um governo iraquiano legitimamente eleito.
Portanto, a conclusão da sondagem é límpida: para os iraquianos, a presença das forças de coligação é um mal necessário. Para os nossos órfãos de Lenine, que adoptaram os fundamentalistas islâmicos como sucedâneo do colapso dos amanhãs que cantam, aquela presença é o mal absoluto e a providência (Al-Qaeda) encarregar-se-á de castigar os rotweilers de Bush, Blair, Sharon e, por extensão, toda a civilização ocidental, fonte desse mal absoluto. E a sua «grande imprecação diante das muralhas da cidade» não deixa quaisquer dúvidas, só que este jogo é diferente e contrário.
Esta sondagem indica ainda um dado interessante: para a população iraquiana, os líderes religiosos são os mais confiáveis, para 70 por cento dos inquiridos logo seguidos pela polícia iraquiana (68 por cento). Ora os líderes religiosos e a polícia iraquiana são as vítimas privilegiadas da sanha terrorista. Esta sondagem permite perceber porquê. O terror, no Iraque, não está interessado na libertação do povo iraquiano. Mesmo as forças da coligação são um alvo menor. Os seus alvos privilegiados são aqueles que os terroristas sentem ter a confiança da população iraquiana. O seu alvo a atingir é a estabilização e a democratização do Iraque. Não se trata de resistência ao invasor, mas de terrorismo.
Para finalizar sublinho que não está em causa a legitimidade ou a não legitimidade da intervenção militar, do ponto de vista do Direito Internacional. Não é dessa matéria que tratou a sondagem, não é dessa matéria que trata este artigo. Quem quiser saber a minha opinião sobre isso, é favor consultar textos meus da época, arquivados no mês de Outubro de 2003. Nesta sondagem, o que está em causa é a opinião dos iraquianos sobre a actual situação, criada pela intervenção e vitória militar.
Aliás, o Presidente polaco, em declarações hoje proferidas, diz que o seu país foi enganado e «levado a acreditar» na existência de armas de destruição maciça no Iraque. Todavia continuou dizendo que uma retirada das tropas polacas da coligação do Iraque não faria qualquer sentido, afirmando que «estamos em meados de Março e eu coloco a questão: se a retirada deverá significar o regresso à guerra, à limpeza étnica, à agressão contra países limítrofes, qual será então o sentido desta retirada das tropas?». E o contigente polaco é, segundo creio, sete vezes mais numeroso que o espanhol.
Essa sondagem mostra que a questão iraquiana é complexa, longe da simplicidade de análise daqueles que chama de kamikazes.
Mas acho que a Joana, embora com um discurso mais sólido, apenas se situa no polo contrário.
Esta sondagem é de facto muito incómoda
Afixado por: Nereu em março 19, 2004 12:36 AMAi....
a história da carochinha e do capuchinho vermelho...numa nova versão para Adultos !
Portanto a se li bem, foi o seguinte:
A Espanha, bombardeou Lisboa, matou uns 30.000 portugueses e ocupou o País.
Vem uma firma com "altos créditos" fazer-me perguntas e eu respondo:
Sim hoje vivemos melhor !!!!
Essa mesma sondagem tem respostas muito interessantes à pergunta: «Qual é o maior problema com que se defronta no dia a dia?».
O item que concitou maior número de respostas (22,1%) foi a «falta de segurança/estabilidade».
Curiosamente, há um número extraordinariamente baixo de escolhas em relação a opções que até à distância podem parecer óbvias: «caos» (0,4%); «ataques terroristas» (1,8%); «a ocupação» (1,1%); «incerteza acerca do futuro político do Iraque» (1,3%); «tensões étnico-religiosas» (0,2%).
Também são interessantes as respostas à pergunta: «O que é que pensa que o Iraque precisa mais: a)Nos próximos 12 meses; b)Nos próximos cinco anos». 75% dos inquiridos entendem que em ambos os períodos o Iraque precisa de «um único líder iraquiano forte» e «uma democracia iraquiana».
Igualmente significativa é a resposta à última pergunta -- «Durante quanto tempo pensa que os EUA e as tropas da coligação devem permanecer no Iraque?».
Trinta e seis por cento dizem que «até à entrada em funções de um governo iraquiano», enquanto que 15% dizem que «devem sair já» e outros 15% entendem que devem sair antes de um ano.
Apenas 4,3% querem que eles fiquem «mais de um ano» e só 1,8% pensam que «não devem retirar-se nunca».
PS (salvo seja)-- Falar em «órfãos de Lenin» é, mais do que uma imprecisão científica, um caso para psicanalista. A associação subliminar feita a essa abstracta categoria socio-política (alusão aos «amanhãs que cantam») não é mais do que desonestidade intelectual. A inferência de que essas não designadas pessoas fazem a apologia do terrorismo, islâmico ou outro, é um claro sinal de esquizofrenia, quando não de demência senil precoce.
PS Bis -- Não é possível ignorar uma coincidênciazinha misteriosa. Na entrevista que concedeu ontem à RTP (entrevista é uma maneira de dizer, já que todos os pseudo entrevistadores pertencem à guarda avançada dos defensores de Durão Barroso), o primeiro-ministro disse que o terrorismo islâmico é o nazismo dos nossos dias. Deixando de lado o disparate da analogia (onde é que estão as semelhanças das origens, dos métodos, dos objectivos, das estratégias e, em especial, dos fundamentos teóricos de ambos os fenómenos?), não posso deixar de assinalar que Joana defendeu aqui a mesma tese dois ou três dias antes.
Perante tão peregrina análise, cuja probabilidade de ocorrência parede ser alta, as perguntas são óbvias: Joana e Barroso bebem na mesma fonte propagandística? Joana tutela Barroso? Barroso tutela Joana? Este blog é mais do que um devaneio pessoal?... etc.
Correcção do último parágrafo::::::::
Perante tão peregrina análise, cuja probabilidade de ocorrência não parece ser alta, as perguntas são óbvias: Joana e Barroso bebem na mesma fonte propagandística? Joana tutela Barroso? Barroso tutela Joana? Este blog é mais do que um devaneio pessoal?... etc.
Afixado por: (M)arca Amarela em março 19, 2004 08:22 PMJoana, pelos vistos você ainda acredita no Pai Natal... Está a ver ingleses ou americanos a passearem-se pelas ruas de Bagdad, Karbala, Mossul ou Bassorá a interrogar transeuntes sobre se estão contentes com a ocupação ? Para a resistência seria um bodo aos pobres... e julgo que agentes para tal sondagem não se encontrariam por menos de 1000 contos à hora...
Enfim, dentro da zona verde, talvez fosse mais fácil... E é possível que haja ainda gente pronta a embarcar no conto do vigário de mentirosos compulsivos como Bush e Bliar, a quem por acaso uma sondagem jeitosa até fazia bastante jeito no aniversário da invasão, quando todas as notícias que chegam só falam de desastre ? O que vale é que todos os mentirosos pagarão nas urnas. Um, o grotesco Asnear, já pagou...
Afixado por: euroliberal em março 19, 2004 09:13 PMComeçam a reconhecer que esta gaja é uma peste. Aposto que o Burroso vem beber aqui as asneiras que diz..
Afixado por: Cisco Kid em março 19, 2004 10:39 PME é capaz de ser uma psicopata política. O Marca Amarela tem razão.
Afixado por: Cisco Kid em março 19, 2004 10:42 PMBom dia
Joana, esperamos um esclarecimento.
Diria mais, penso que se deveria lançar um concurso de idéias para esclarecer o quê, ou quem está por trás deste blog. Pessoalmente não acredito que haja boa fé, nem honestidade intelectual na discussão dos assuntos, razão pela qual me auto-exilei virtualmente. Os textos da Joana mostram um grau de perversidade preocupante, pois tentam por vezes distorcer e influenciar o pensamento dos demais, com recurso a métodos e analogias completamente descabidas. Discutir se o actual terrorismo se trata de fenômeno aleatório, tresloucado e sem fundamento político ou se se trata duma forma extrema de luta política, recorrendo a comparações (subliminares ou não) com o nazismo e situação na Europa antes da 2ª guerra, é duma baixeza notável. (O contexto global é outro, as próprias características básicas das nossas actuais sociedades são outras, os problemas são outros, etc...)
A Joana foge sistematicamente aos assuntos sérios e que nos afectam no imediato. Revejam por exemplo as suas opiniões sobre C. e Cunha e contrastem-nas com a mais recente evolução no assunto, notem p. ex. que ela se escusou a fazer qualquer referencia aos elementos de sua confiança que o ex. Comissário levou para a TAP e aos seus antecedentes de verdadeiros boys da máquina partidária onde se encaixem. Ou seja, a Joana parece estar em excelente posição para poder avaliar as verdadeiras intenções e verdadeiros objetivos daquela equipa, mas não toca no assunto.
Daí, poderíamos partir para o financiamento partidário, verdadeiro cancro nacional que conduziu o país para o descalabro em que se encontra, mas aí novamente, apenas encontramos omissão por parte de quem dá origem a estes textos.
Deixo-vos, volto para o meu exílio, fazendo votos para que a Joana utilize a sua capacidade intelectual e o acesso privilegiado que demonstra possuir, a variadíssima e atualizada informação, para os colocar ao serviço do país e não ao serviço de grupos de interesse não declarados que se sentem donos de Portugal. Trinta, quarenta ou cinquenta por cento de votos numa qualquer eleição, não conferem quaisquer direitos de posse sobre o país, apenas legitima a pretensão manifestada numa candidatura eleitoral voluntária. É tempo de a Joana e seus seguidores perceberem que não podem persistir numa lógica de funcionamento de bando e de manipulação da informação. A única lógica aceitável de funcionamento da nossa sociedade é a do Estado de Direito, e quanto á informação, apenas a verdade dos factos nos serve.
Afixado por: LA em março 20, 2004 11:50 AMPela leitura dos últimos comentários, e pelo tom verdadeiramente zangado, dizendo que este blog é de uma sujeita perversa, sem boa fé, nem honestidade, que mostra um claro sinal de esquizofrenia, quando não de demência senil precoce, mentora intelectual do Durão Barroso, etc., dá a ideia que a Joana acertou no Porta-Aviões.
O LA propõe um concurso de ideias. OK, aqui vai uma que julgo resumir o seu comentário: A Joana sabe o que diz, mas não devia dizer o que sabe
Caro Marca Amarela
É tudo uma questão de ideologia, de formação académica e de alinhamento, a partir daqui forma-se o esteriótipo, e tanto dá, que seja a culta joana a falar, o sr. primeiro ministro, ou o zé que lê o correio da manha. Sendo todos diferentes, são todos iguais no alinhamento!
Esta mentalidade resultante da "cristianização ocidental" baseia-se na divisão do mundo, entre o bem e o mal, entre o preto e o branco. Não admite a diversidade e não é nada maleável sobretudo às mudanças !
Afixado por: Templário em março 20, 2004 06:12 PMPires de Lima... é uma delícia o man !
Ontem, com pompa, no canal1, falam-me do "debate da nação". Começa o debate. Terrorismo.
Assis Pacheco, lança umas bombas pró governo, Pires de Lima assobia, desvia-se e nem lhes liga patavina, contra-ataca com o Iraque.
Sobre o Iraque: quando questionado sobre a mentira do século...responde:
- Ok, mas... à luz das informações na altura... bla,bla,bla, tudo foi correcto !
Ora aqui, todos nós temos que estar de acordo com ele, e ouvir bem o que ele diz.
Ou seja,
Táctica/estratégia :
como se faz ?
1º - Lança-se um boato ( foi o que fizeram, tanto com Bin Laden , como com Saddam )
2º deixa-se passar uns 2 a 3 meses, e de vez em quando, uma noticia aqui outra na TVI, ou no correio da manha. E a coisa já criou umas raízes.
3º- Na altura certa, passa-se do mero boato, a afirmações concludentes, baseadas em peritos (que ninguém vê ou ouve ) e passa-se então à fase de provas, sem dúvidas nenhumas, que só os incrédulos como eu, é que não acreditam.
4º- Acção, depois de injectada a mentira, há que actuar depressa.
5º- Finalmente, se apanhados nas mentiras, sempre poderemos dizer como O SR. DEPUTADO DA NAÇÃO PORTUGUESA E DEMOCRATICAMENTE ELEITO PELO POVO E PARA GOVERNAR PARA O POVO....à luz das informações que tínhamos....
Isto é uma delícia... ver maltinha desta, e o que mais me irrita, é que não vejo políticos à altura
para concludentemente os desmentirem !
Este BLOG
Este blog, pertence a esta sra. que dá pelo nick de Joana e que comunga das melhores ideias da melhor direita portuguesa e internacional.
Só me resta uma dúvida:
é se ela é pró Monteirista ou Portista !
eu arrisco..Pórtista e vocês ?
Afixado por: Templario em março 20, 2004 06:34 PMJá que foi lançado um concurso de ideias, eu tenho a seguinte opinião:
A dona deste blog é mais uma pessoa desiludida com a esquerda do que uma pessoa de direita. Tenho lido aqui críticas muito cáusticas a alguns membros do governo.
É normal uma pessoa que na adolescência é de esquerda mas que depois tem uma vida profissional com algum êxito, mudar as suas opiniões políticas.
Não sei se foi isto que aconteceu, mas pode ter sido, ou pode ter ajudado à desilusão..
Nada, mas nada, nas palavras da Joana, e estou a falar de muitos textos e não deste em particular, sugere que ela seja Portista ou Monteirista.
Parece que os iraquianos são mais favoráveis à guerra que os espanhois!
Bem, a avaliar pelas manifestações de ontem, tirando Espanha e Itália, mas por razões de política interna, as manifs foram um fiasco.
Ao Vitapis
se percebi bem sua ideia, a Dona Joana, não é Pórtista nem Monteirista, porque está muito acima deles.. ou talvez melhor, não acima mas à direita ...
Você acha, sinceramente, pelos textos que tem lido, que a autora deste blog está à direita de Portas e Monteiro?
Posso estar enganado, mas continuo a pensar que a minha interpretação deve ser a mais próxima do real.
ao Vitapis
Então este é o cantinho dos desiludidos da esquerda?
Olhe também eu, sou um deles, no entanto não me desnorteio com as ideologias.
É como na religião... não sendo eu um religioso, nem sequer católico "não praticante " sou talvez daqueles, que em certas situações defendo a Igreja, por ver e saber, que quem a critica, não só não conseguem fazer melhor que eles, como estão a anos Luz..da sua acção de solidariedade social no terreno.
Consigo defendê-los, quando tenho que os defender e criticá-los quando tenho que os criticar, no entanto, não sou católico, ora aqui a D. Joana, faz as mesmas criticas ao Governo, por não andar mais depressa, prá direita. ASpenas isso. Basta ver suas posições sobre o aborto, que à Luz da nossa civilização, no ano 2004, ainda preconiza, Leis da Idade Média !
Não estão sequer em concordância, com o facto de ser mulher !
Ela só se agarra nesta defesa inglória, porque não se consegue, distanciar da ideologia conservadora que carrega consigo.
Afixado por: Templario em março 22, 2004 01:17 PM(M)arca Amarela em março 19, 2004 08:19 PM:
Queria agradecer-lhe a consulta que me fez e o me ter diagnosticado uma esquizofrenia, ou mesmo uma "demência senil precoce". É bom ter um diagnóstico precoce ... ou não será precoce?
Já falei com o mediador do meu seguro de saúde e ele enviar-lhe-á o cheque para onde indicar.
E já agora, pagando-lhe a amabilidade que costuma ter comigo no sentido do aconselhamento cultural, sugeria-lhe que lesse o livro do eminente sociólogo Numskull Scrapthoughts, "The Lenin orphans and the singing tomorrows"
Templário: você está a confundir o sexo feminino com as militantes que julgam que o aborto é um acto cívico e que vão para os meios de comunicação fazerem declarações que põe a maioria da população contra. Como escrevia outro dia o M S Tavares (certamente um Portista, na sua opinião) opiniões como a da Ana Drago fazem-lhe vómitos.
E já agora, o que é que defender ou não o direito à vida tem a ver com o sexo da pessoa?
Afixado por: Joana em março 22, 2004 11:02 PMJá várias vezes pedi para lerem o que escrevi in illo tempore. Como se recusam transcrevo algumas coisas:
1 - em 23-Janeiro-2003, escrevi:
Unilateralismo e poder
Em primeiro lugar queria confessar-vos uma coisa: G W Bush, juntamente com Groucho Marx, são as minhas figuras preferidas no que toca ao non-sense. Ambos esgrimem com mestria essa figura de retórica, mas o primeiro tem aquele toque divino de quem o faz sem se aperceber da genialidade que acabou de produzir. Enquanto há artistas incompreendidos, Bush é um artista que não se compreende a si próprio, senão teria abandonado o petróleo para se dedicar à comédia.
Em segundo lugar considero que quaisquer acções militares contra o Iraque (ou contra quem quer que sejam) deveriam ter a concordância da ONU.
Não é que eu considere o Conselho de Segurança depositário de uma ordem internacional justa. A Rússia, que tem direito de veto, conseguiu protelar a resolução da questão jugoeslava e se não fosse a sua dependência económica, ainda teríamos situações coloniais absurdas nos Balcãs.
...............
Foram os States que, como na 2ª Guerra Mundial (e em menor grau na 1ª G G), vieram resolver o problema. Como o resolveram na questão da invasão do Koweit e como ajudaram a resolver na questão de Timor. Onde estava a Europa então?
Relativamente à questão palestiniana, considero que os USA, pressionados pelo lobby judeu, têm desenvolvido uma político de apoio incondicional a Israel que não é correcta do ponto de vista do Direito Internacional e que fragiliza o Ocidente perante a opinião pública árabe. Os países islâmicos têm que fazer a mesma evolução que a Europa fez nos séculos XVIII e XIX, no caminho da sociedade laica. Ora a política americana fomenta o populismo fundamentalista e fragiliza os movimentos renovadores. Nós estamos a armar ideologicamente os fundamentalistas, da mesma forma como a França, a seguir à 1ª Guerra Mundial, com a sua política chauvinista de exigência absurda de reparações e ocupação da Renânia para as garantir, armou ideologicamente o movimento nazi e promoveu a ascensão de Hitler ao poder.
(ver Arquivo de Outubro)
E no mesmo dia:
Lei de Talião
O vício da tese que se os outros são totalitários, nós respondemo-lhes da mesma moeda é um terrível engano.
Foi a América do Mcarthysmo que perdeu o respeito da Europa e facilitou a propaganda dos movimentos de esquerda, intelectuais e artistas, o apelo de Estocolmo, etc., que promoveu o modelo soviético, o esquecimento das purgas estalinistas, dos processos de Praga e que justificou o esmagamento da Hungria no quadro de uma luta contra a conspiração do capitalismo americano. A Black List fez mais pela propaganda do regime soviético e por denegrir a imagem dos USA, do que salvou os USA de uma imaginária conspiração soviética.
Fidel Castro está sustentado em Cuba pelo boicote americano. É esse boicote que obscurece as razões da decrepitude da economia cubana e facilita a manutenção de um totalitarismo visto como tentativa de defesa de Cuba contra o inimigo exterior.
Foi a abertura USA-URSS no fim da era Reagan, que facilitou a rápida evolução soviética e a implosão do seu regime. O que não foi conseguido pela guerra fria e por uma política ameaçadora, aconteceu com o degelo das relações.
É o nosso regime democrático, a nossa sociedade tolerante, que constitui a nossa superioridade e tem permitido o nosso desenvolvimento e a nossa prosperidade.
Mas ao escrever isto, não significa que pactue com a visão da esquerda bem pensante de que se é branco e rico, é culpado, se é de cor e pobre, é inocente, de que há sempre desculpa para o ditadorzeco que rouba os seus concidadãos e reclama indemnizações pelo tráfico de escravos de há mais de 150 anos e de que nós teremos que estar sempre com má consciência perante o terceiro mundo.
Também não pactuo com atitudes como as dos sete países da União Europeia que se abstiveram na votação para a presidência do Comité das Nações Unidas para os Direitos Humanos, para a qual foi eleita a Líbia, para não ofenderem os estados africanos, a quem competia indicar o candidato à presidência do comité dos Direitos Humanos. E muito menos com os 33 países que votaram a favor da Líbia.
E não posso deixar de apoiar os USA que, com o Canadá, votaram contra.
(ver Arquivo de Outubro)
E nas vésperas do início da guerra:
10-Março-2003
Dilemas sem solução
A política da Administração Bush conduziu os USA a uma situação em que qualquer escolha é má:
Se não fazem a guerra, Saddam vai vangloriar-se de ser o herói que fez dobrar a cerviz aos USA, que derrotou os americanos e tornar-se num líder carismático para as massas árabes humilhadas pelo conflito israelo-árabe. Seria um cenário absolutamente insuportável para os USA.
Se fazem a guerra, terão que enfrentar uma opinião pública hostil e cuja hostilidade crescerá exponencialmente à medida que as televisões começarem a dar imagens de cadáveres chamuscados, crianças mutiladas, etc., etc. Uma guerra na qual os USA não podem expor-se a que dure mais que alguns dias, pois se se eternizar, tal terá repercussões imprevisíveis sobre o comportamento da opinião pública internacional e mesmo americana. Será um cenário de consequências imperscrutáveis, mas que tudo indica que será o considerado menos mau pelos USA.
Por sua vez Chirac conduziu a União Europeia a uma situação em que será sempre perdedora. A UE, para ter uma voz credível, teria que ter uma política externa coerente e apoiada por uma força militar com operacionalidade capaz de fazer valer essa política. Até agora a UE nem sequer tem sabido gerir as questões europeias, como no caso da ex-Jugoeslávia, onde foram os americanos que, por diversas vezes, tiveram de vir resolver os problemas que a UE se mostrava incapaz de o fazer, quer por falta de força militar, quer por falta de unidade de acção.
Uma UE nesta situação não se pode dar ao luxo de tomar posições tão drásticas como Chirac e Schröder tomaram. Poderá pressionar, com alguma discrição, a Administração Bush a inflectir a sua política. Tomar atitudes mais abertamente definitivas é entrar numa via que desemboca num beco sem saída. Contar com a Rússia é errado, pois esta não é uma aliada fiável. Não seria a primeira vez que os USA a comprariam por um prato de lentilhas.
Na situação actual, se a França usar o direito de veto irá criar graves complicações de relacionamento com os USA e dividir a UE. Se o não fizer, perderá credibilidade internacional e será acusada de se ter deixado amarrar ao carro de triunfo americano. E com a perda de credibilidade da França e Alemanha, é também a UE que perde credibilidade.
A UE deveria repensar toda a sua estratégia ao nível de defesa e de política externa comum para não se deixar cair numa armadilha destas. Os europeus têm vivido sob a protecção militar americana. Ao deixarem chegar as suas forças militares ao nível irrisório de operacionalidade em que se encontram (excepto as britânicas), os europeus aceitaram, tacitamente, viverem na dependência militar americana. Esqueceram-se que essa política tinha um custo: o de se verem na contingência de aceitarem as decisões da política externa americana com a margem de manobra que os dirigentes dos USA houverem por bem determinar.
Presentemente, qualquer que seja o desfecho, este será mau para a UE. Pior, irá diminuir a sua já pequena capacidade de influenciar as decisões americanas.
Resta-nos as discussões bizantinas das comadres zangadas: a de saber quem desuniu mais a UE: se a decisão de grande potência, do eixo Paris-Berlim, de se opor à política americana, se o manifesto do grupo que definiu como prioritária, acima de tudo, a aliança com os USA.
(ver Arquivo de Outubro)
Ainda há outros textos cuja leitura recomendo, principalmente para verificarem que muito do que lá escrevi se mantém válido hoje.
Eu não estou, como pretendia LA, excepcionalmente bem colocada no acesso à informação: apenas leio e penso nos assuntos.
Afixado por: Joana em março 22, 2004 11:20 PMJoana
Reconhece apenas o Lobby Judeu, para explicar o conflito Israel/Palestina.
Bom, já é um príncipio...
Mas... já não faz o messmo raciocínio...para a restante política de Bush...preferindo colocá-lo ao nível dos melhores comediantes. Ora a comédia que ele representa, tem certamente autores, bem credênciados.. e sabedores do "caminho" que escolheram ao determinarem, que os EUA são donos do mundo, por não haver Potências com força militar, que se possam opor.
Se fizesse um esforço de raciocínio, chegaria à conclusão, que o tal Lobby Judeu...não se preocupa apenas com Israel, mas com o mundo .
Aliás, bastou-me ler..que o Jonh Kerry tem uma costela Judia...para saber..que iria enfrentar Bush. Teremos assim as 2 facções do Lobby judaico em disputa, sendo sem dúvidas o de Kerry o mais moderado.
Portanto estamos nas mãos dum Lobby, que nem sequer teme, uma guerra planetária, por considerar que as armas calarão quem se lhes oponha...esta atitude, é um recuo na humanidade de milhares de anos, voltámos à barbarie.
Veja-se o assassinato Politico do lider do Hamas.
Como diz e bem, estas atitudes, só contribuem para que do outro lado, nasçam mais terroristas, para que no outro lado, um simples cidadão, sinta tanto ódio/raiva destas atitudes, que se torna em mais um homem/bomba. E ´por esta via, lá voltamos ao terrorismo, agora em qualquer lado ou lugar.
Devemos ou não opormo-nos a tais politicas ?
Devemos ou não, pressionar a Paz entre os povos?
Ou a Paz, só poderá ser, aquela que as armas desejam ? (subjugação total )!!!
Templário: os democratas são mais susceptíveis ao lobby judaico que os republicanos.
Não confies no Kerry
A Joana lê e pensa uma ova! A pensar assim morreu um burro.
O Templário tá cheio de razão
Uma sondagem incómoda...
Para quem será mais incómoda?
As sondagenms que davam a vitória ao PP espanhol, ou as sondagenns que em Portugal demonstram que para além da esmagadora maioria da população não embarcar em aventuras militares mal explicadas e pior justificadas, dão todas a derrota do PSD, ainda que coligado como o partideco da extrema direita de Portas?
Sondagens pouco credíveis?
Ou muito?
E a do Iraque?
Será credível?
Como disse o Liberal, acha que os militares americanos se parestam a servir de tiro ao alvo e andarem nas ruas e bazares de Bagdad a perguntar às pessoas se estão satisfeitas com a sua presença?
Os números reais falam por si.
Só neste fim de semana mais 4 ocupantes foram abatidos pelos resistentes iraquianos.
Afixado por: Al_Mansour em março 25, 2004 01:36 PMJoana em março 22, 2004
«...sugeria-lhe que lesse o livro do eminente sociólogo Numskull Scrapthoughts, "The Lenin orphans and the singing tomorrows"...» (citação)
Essa até tinha piada, se não se colocasse a questão de se saber se você escreveu isso a sério, acreditando mesmo no «eminente sociólogo» Dumskull...
# : - ))
O TEMPLÁRIO está cheio de dúvidas e anda baralhado.
Fica gago e apresenta o crime:
"Esta Joana ou é Monteirista ou é Portista.
É crime.Está escrito no Código.
A Joana tem de pertencer ao clube do TEMPLÁRIO para ser virtuosa.
E esta, ehm?
Os 15% do contra estão muito activos no Iraque.
Será que ainda são só 15%?
Com a resposta musculada dos americanos, agora são capazes de serem mais de 15%.
Afixado por: Al Sadr em abril 8, 2004 09:27 PMÉ o que dá em acreditar em sondagens. Mesmo bem feitas e num país democrático enganam-se, quanto mais num país onde a opinião pública deve ser flutuante.
Afixado por: Al Sadr em abril 8, 2004 09:29 PMAliás, a maioria, 51%, disse não gostar de ver tropas estrangeiras no Iraque. Um pequeno rastilho pode ser suficiente para se passar dos 15% para muito mais.
Afixado por: Al Sadr em abril 8, 2004 09:31 PM