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janeiro 12, 2006

Um Relatório com muitas Leituras

A forma como os meios de comunicação deram a conhecer ao público o estudo ontem apresentado pela Comissão para a Avaliação dos Hospitais SA é paradigmática de que algo vai mal na comunicação social e que muitos jornalistas não conseguem compreender que a sua profissão, pelo impacto público que tem, deve forçosamente cumprir as regras de deontologia. O relatório é o mesmo. Todavia os relatórios do relatório não só são diferentes como, em alguns casos, diametralmente opostos.

Por exemplo, O DN escreve que: Os portugueses ficaram prejudicados com a transformação dos hospitais públicos em hospitais SA? Segundo uma avaliação ontem apresentada, a resposta é não. A criação dos hospitais-empresa teve um "impacto nulo" no nível de qualidade e no acesso aos cuidados de saúde. Mas fez aumentar a eficiência com os mesmos custos, estas unidades passaram a produzir mais. E, em alguns casos, melhor.

Em contrapartida, o Jornal de Negócios é mais céptico, e titula: Hospitais SA são mais eficientes mas têm muitas falhas graves, embora depois escreva que “os hospitais transformados em sociedades anónimas são globalmente mais eficientes do que os do Sector Público Administrativo. Mas a aplicação do modelo empresarial no terreno está ainda muito longe dos resultados prometidos”

Enquanto isso, O Público é mais encomiástico e titula que os Hospitais SA são mais eficientes sem prejudicar os cuidados, escrevendo a seguir que mais de 2.300 mortes seriam evitadas anualmente se todos os hospitais públicos apresentassem a ligeira redução de taxa de mortalidade em internamentos registada nos Hospitais SA. Mais adiante escreve que têm custos 9% mais baixos e relata que os autores do estudo frisaram que «em geral, os hospitais com mais qualidade (menor mortalidade) têm custos mais baixos».

Ou seja, escrevo eu, os custos e a mortalidade estão relacionados positivamente. Um aumento de custos não significa melhores cuidados, mas sim uma maior desorganização e desleixo, como aliás já aqui escrevi mais que uma vez.

Em contrapartida, o Correio da Manhã escreve em letras gordas que “O estudo ontem apresentado pela Comissão para a Avaliação dos Hospitais SA é arrasador. Aponta falhas várias, que passam pela atribuição de subsídios aos hospitais menos eficientes, que se tornaram ainda mais ineficientes por problemas no modelo de financiamento e de gestão e ainda erros graves nas políticas de recursos humanos”
Mas depois de descrever o relatório como «arrasador», escreve algo verdadeiramente muito confuso: «Apesar das falhas, o estudo revela alguma eficácia, o que vem ao arrepio de outro relatório, divulgado em Novembro de 2005, pela Direcção-Geral da Saúde, que já se demarcou do mesmo, justificando que não era uma posição oficial. Contudo, concluía que os hospitais com gestão empresarial são menos eficientes do que os que mantiveram o estatuto público.». Ou seja, a eficácia, que a jornalista foi obrigada a revelar, vinha todavia ao arrepio de um relatório anterior que a jornalista enfatiza.

Talvez o que explique isto tudo seja a prosa de Avillez Figueiredo, no Diário Económico, quando escreve: “As notícias do bom desempenho dos chamados hospitais empresa são boas, e sublinham a excelente interpretação que o ministro da Saúde, Correia de Campos, faz do papel do Estado na sensível área dos cuidados públicos de saúde. Mas elas podiam ser ainda melhores se o assunto não fosse tabu em Portugal. Mas é. E sendo, continua fixado a premissas que arrastam decisões importantes. Mas assunto é sério, pelo que exige que dele se retirem demagogias ideológicas. O que obriga a um avanço por etapas.” E escreve adiante que «os cuidados de saúde não são privilégio da esquerda ou da direita»

Na verdade, quando face a um mesmo relatório aparecem versões jornalísticas tão diferentes e, no caso do Correio da Manhã, absolutamente contraditória com as restantes, é porque este assunto é tratado com «demagogias ideológicas» e que há jornalistas que confundem notícias e jornalismo de factos com “jornalismo de causas”.

Publicado por Joana às janeiro 12, 2006 10:48 PM

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Comentários

Uma pergunta: em que língua está escrito o relatório?

Publicado por: Senaquerib às janeiro 12, 2006 11:27 PM

Já tinha aqui dito o mesmo, que os jornalistas em Portugal (e no resto do mundo) não escrevem só facto mas também opinião.

Quanto aos Hospitais em si, penso que se postos perante a realidade de 2400 mortos ou a privatização do sistema, as corporações do sector quase unanimemente prefeririam os mortos. É que uma coisa é privatizar o sistema DELES, outra coisa é o finar-se a vida DOS OUTROS.

Publicado por: Incognitus às janeiro 12, 2006 11:53 PM

Um Hospital, antigo é verdade, mas de excelência médica e humana, de acordo com o meu próprio testemunho :
Santa Marta em Lisboa.

Publicado por: asdrubal às janeiro 13, 2006 12:53 AM

Este relatório é para consumo do Eurostat, não para avaliar correctamente os Hospitais SA.
http://dn.sapo.pt/2005/10/03/suplemento_negocios/eurostat_exige_esclarecimentos.html
Lembravam-se disto???

Publicado por: luis3m às janeiro 13, 2006 01:12 AM

Joana

O DN escreveu escreveu aquilo que era necessário dizer a Bruxelas, os outros não perceberam ....
Não são leitores do DN ...

Publicado por: luis3m às janeiro 13, 2006 01:20 AM

Aqui não há jornalistas, há doentes o que faz a diferença

http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2006/01/turnos-da-noite-sa.html

Publicado por: Fugir, enquanto tem saúde às janeiro 13, 2006 08:28 AM

"Fugir, enquanto tem saúde", ser "mais eficiente" não quer dizer que seja já eficiente. Possivelmente, no estudo talvez fosse mais correcto dizer "são menos ineficientes".

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 09:23 AM

Já agora, sobre o episódio relatado a minha opinião é que se os utentes envolvidos regularmente partissem tudo (fisicamente), este tipo de situações não acontecia.

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 09:31 AM

Da leitura dos diversos trechos jornalísticos que a Joana citou, apenas pude concluir que muitos jornalistas (1) escrevem mal, e (2) não conseguem resumir adequadamente um texto (neste caso, o relatório). Isto é, apenas concluí que são maus jornalistas. Não consegui ver qualquer enviesamento ideológico definido. Apenas incompetência profissional.

Mas o que mais me espanta no post da Joana é a sua asserção de que "a profissão [de jornalista] deve forçosamente cumprir as regras de deontologia". Eu acho esta frase surpreendente, de um ponto de vista liberal. Pois que, quem é que vai impôr as regras da deontologia? O Estado certamente não será, na ótica da Joana. Será uma Ordem dos Jonalistas, isto é, uma corporação à maneira antiga, que imporá essas regras? Também não me parece que a Joana defenda tal solução. Pelo que, só se pode concluir que as regras de deontologia serão impostas, quando muito, pela relação entre o jornalista e o seu leitor. Alguns leitores exigirão jornalistas deontologicamente corretos, outros leitores não. Ou seja, teremos um mercado live de mídia, no qual, naturalmente, alguns jornalistas serão livres de não cumprir as regras deontológicas.

Não vejo mesmo que solução alternativa pode a Joana pretender, para a impsição das regras deontológicas.

Publicado por: Luís Lavoura às janeiro 13, 2006 09:54 AM

Não me parece que aqui seja uma situação de "jornalismo de causas". Afinal, o jornal que mais disse mal dos SA's até foi o Correio da Manhã (o mais próximo do governo que criou os SA's) e o que disse melhor até foi o Público (que, à partida, até seria o "ideologicamente" mais pró-Sector Público Administrativo)

Publicado por: Miguel Madeira às janeiro 13, 2006 09:58 AM

Não precisa de ser um jornalismo de causas, basta que a opinião do jornalista transpareça na sua apresentação dos factos mesmo sem qualquer tipo de segunda intenção.

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 10:08 AM

O problema é que o governo tem de justificar ao Eurostat os 900 milhões de euros que a MFL injectou nos SA para pagar as dívidas, correndo o risto de ver o défice subir se o não conseguir.

Logo, a CS mais próxima do Governo (DN e Público) está a fazer o jeito ...

O que é caricato é que, nem encomendado, o estudo consegue garantir que os ganhos são efectivos ...

Publicado por: Luis3m às janeiro 13, 2006 10:14 AM

Luis3m, ainda que não existissem ganhos, seria preferível que o sistema de saúde fosse totalmente privado (mantendo-se o acesso à saúde universal).

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 10:23 AM

Isto é uma prova que a ideologia mata.

O esquerdismo intervencionista, que obrigou a que os hospitais fossem ineficientes, matou milhares de pessoas neste país.

Uma das razões porque me comecei a afastar das ideias de esquerda foi esta falta de princípios, o total desrespeito pela vida humana. A esquerda prefere uma boa discussão à resolução real dos problemas. Prefere combater ideias mesmo quando sabe que são boas.

Não lhes interessa admitir que estiveram errados e onde falharam. Nada disso, vão reescrevendo a história e passam para a próxima batalha, para tentar prejudicar a vida das pessoas em nome de altos valores.

Publicado por: Mário às janeiro 13, 2006 10:40 AM

Incognitus às janeiro 13, 2006 10:08 AM

Tornou-se padrão no jornalismo português os jornalistas procurarem fazer-se "engraçados", ou maliciosos, ou cúmplices para com os ouvintes/leitores, na forma como escrevem ou dizem as coisas. Talvez a pessoa mais descarada neste comportamento seja a Manuela Moura Guedes, na forma como apresenta os noticiários da TVI. Não se trata tanto de transmitir uma opinião pessoal, mas mais, parece-me a mim, de uma forma de tentar seduzir o leitor/ouvinte com uma pose ou com um texto pretensamente inteligente e superior.

É claro que desta forma o jornalista deita pela borda fora toda a pretensão de rigor e objetividade. Mas temos que ver que, na sociedade moderna, a informação é entretenimento ("intainment"), pelo que, julgo, os próprios proprietários dos meios de comunicação encorajam esta postura dos jornalistas.

Publicado por: Luís Lavoura às janeiro 13, 2006 10:42 AM

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 09:31 AM

Absolutamente de acordo, é o direito à indignação.
Aliás basta ver a celeridade com que os ciganos são atendidos nas urgências, onde cada doente aparece acompanhado por dez familiares e dez navalhas.

Publicado por: Tenha medo, tenha muito medo às janeiro 13, 2006 10:49 AM

Luís Lavoura às janeiro 13, 2006 09:54 AM:
Você comunga das opiniões que a esquerda quer vender que os liberais são uns salteadores sem lei.
Os países onde o exercício das profissões é mais regulamentado em termos de ética são justamente os países onde a tradição liberal é maior.

Publicado por: Rui Sá às janeiro 13, 2006 10:54 AM

Rui Sá, curiosamente, o que será ser contra o liberalismo?

É ser pelo intervenccionismo? Pelo direito de uns interferirem na vida dos outros?

Qual a alternativa ética a ser-se liberal, alguém me explica?

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 11:01 AM

Rui Sá às janeiro 13, 2006 10:54 AM

Tem para mim graça o primeiro parágrafo do seu comentário, porque eu mesmo me considero um liberal...

Quanto ao segundo parágrafo,

"Os países onde o exercício das profissões é mais regulamentado em termos de ética são justamente os países onde a tradição liberal é maior."

gostaria de saber (1) a que países concretamente se refere, e (2) como é que nesse países o exercício das profissões é regulamentado, e quem, e por que meios, obriga à implementação dessa regulamentação; quais são as punições para quem não cumpra a regulamentação ética, etc.

Publicado por: Luís Lavoura às janeiro 13, 2006 11:11 AM

oioi bum dgia .. patinhos e lobinhos ...ou deverei dizer ao contrário .. lobinhos e patinhos ...

e aí ? Patinhos .. vamos dar uma voltinha na floresta ? A Mamãe deixa ?
bora lá perguntar .. senão ela pode ficar braba...
É que tou a ficar com uma fomi.....

Publicado por: Cush às janeiro 13, 2006 11:33 AM

Tudo a correr bem, mas só logo é que venho ká.

Publicado por: py às janeiro 13, 2006 11:45 AM

Que sorte!

Publicado por: Brigada anti-melgas às janeiro 13, 2006 11:58 AM

som de fundo ... Jaques, Paula Morelenbaum e Ryuichi Sakamoto e ... casa .. um elixir para os tímpanos ....em casa de Tom Jobim ..no piano de Jobim....magic in the air ...uma experiência espiritual...“During one of the recordings at his house a bird suddenly sang in the middle of the song. We all thought that was Tom.”..

Caindo na real...

A Joana ( P. Portas )( inteligentíssimo diga-se de passagem ) sofre ... a missão dele(a) é muito dolorosa.... falar de hospitais e de Jornalistas (?) é duro ... faz baixar o astral para níveis não aconselháveis ... pior ainda numa sexta feira , dia 13 , com lua cheia quase .. quase ..pq cheia mesmo.. é só dia 14 as 9.47 ... vixe...punctuated ..boa para fazer desejos ...

Acho que vou na praia ...rsss calma calma .. não comecem a atirar com tudo ...

Ainda o que me está a segurar aqui é esta musica ... alimento divino....

Publicado por: Cush às janeiro 13, 2006 12:49 PM

Incognitus


Lendo o estudo percebe-se que se morre menos nos SA, mas na outra ponta percebe-se que são os SA que fazem mais transferências de doentes (graves) para outros hospitais (SPA), ficando estes com o maior número de obitos. Assim é facil diminuir os custos ...

Com tudo privado, se não é um lucro é um custo. Espero que ninguém da sua familia ou mesmo você tenha o azar de ter um acidente ou doença que se torne um custo ... e morra numa ambulância porque nenhum hospital o aceita, como acontece nos USA ...

Publicado por: luis3m às janeiro 13, 2006 01:09 PM

Luis3m, a ideia de que privado é pior não tem correspondência na realidade, e deveria ter morrido em 1989, sendo estranho como ainda persiste hoje 16 anos depois.

Eu não estou a dizer para se eliminar o acesso universal à saúde. Os Hospitais CONCORRERIAM para satisfazer essa pessoa nessa ambulância, possivelmente até tentariam compensar a ambulância para se dirigir para o seu hospital, já que seriam pagos pelos casos que tratassem.

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 01:26 PM

Nos EUA o sistema é diferente daquele que eu estou para aqui a defender.

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 01:29 PM

Incognitus,

Se o pagamento final dos actos médicos é público, só ainda não percebi para quem vai a percentagem dos lucros ... se para melhores condições de atendimento aos doentes ou para o bolso da gestão - accionistas - grupos financeiros.

Estou convicto que, se a gestão dos recursos públicos fosse competente aos vários níveis da Administração, não estariamos nesta situação ignobil, seja nos hospitais ou em qual outra área.
Agora essa é outra questão ... que até no caso da Ota e do TGV está presente.
Pessoalmente acho que o sector financeiro já tem lucros que chegue ...

Publicado por: luis3m às janeiro 13, 2006 02:31 PM

Luis, o que é necessário reter, é que uma coisa ser pública, embora não a impossibilite de funcionar bem, aumenta muito a probabilidade de funcionar mal.

A falta do móbil do lucro é fatal para as probabilidades de algo funcionar bem. As pessoas têm que ter algum motivo para fazerem melhor que as outras pessoas que fazem o mesmo. E quem é o dono tem que ter um motivo para garantir que todos trabalham bem. No público, nem uma coisa nem outra existe.

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 02:40 PM

Brigada anti-melgas às janeiro 13, 2006 11:58 AM
Houve uma altura em que tambem eu pensei que a mais valia deste blogue eram os comentadores de esquerda,,,

mas afinal parece-me que o azarento do Schrödinger viu parir uma ninhada de gatas,,,

Publicado por: xatoo às janeiro 13, 2006 02:40 PM

Incognitus às janeiro 13, 2006 02:40 PM
não há lucro colectivo?

Publicado por: xatoo às janeiro 13, 2006 02:42 PM

Nota ainda que numa economia mais produtiva, o mesmo custo dá acesso a mais e melhores produtos/serviços, pelo que não podes ver a coisa como estás a ver, com um "preço fixo" em que no caso público vai todo para o atendimento, e no outro uma parte vai para o insidioso lucro.

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 02:44 PM

xatoo, não.

E isso é óbvio, virtualmente ninguém é motivado pelo "lucro colectivo".

Aliás, existe até um fenómeno contrário a isso, que é o do "custo colectivo" (designação por mim inventada...), que podes constatar num jantar com muitas pessoas. Pessoas que poupariam uma sobremesa, entrada ou Whisky se estivessem a jantar sozinhas ou só com outra pessoa, num grupo grande não se coibirão de consumir já que os seus gastos serão diluídos por todos os participantes.

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 02:49 PM

xatoo, o grande problema da esquerda é não observar a realidade. Se observasse, entenderia porque é que a maior parte das suas propostas levam a situações piores do que as que tenta precaver.

Para cada proposta deves sempre pensar "o que é que um indíviduo vai fazer perante isto? E um indivíduo inserido num grupo?".

Ficas logo a entender os resultados das propostas mesmo sem grandes testes científicos.

Porque é que o Estado falha cabalmente na Educação, Saúde, Justiça? Pelo mesmo motivo em todos os campos: porque quem produz menos ganha o mesmo que quem produz mais, logo não existe vantagem em produzir mais, logo em média produz-se muito menos.

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 02:52 PM

Incognitus
As autarquias com a corrupção, mau funcionamento e afins que para aí dizem, recebem 2% do Orçamento de Estado e fazem 53% do investimento público ... e dão trabalho a 2,5% dos activos, a maioria de baixa qualificação e alguns que nenhum privado contrataria, amortecendo graves problemas sociais. Alguém já notou ... ou os números são só para os matemáticos .... e financeiros ...?? Mas são os maus da fita no défice deste País.


Quem sabe de Gestão conhece bem a importância do saber Gerir. O último relatório que vi dizia que em Portugal 42% das percas de produtividade se deve a má gestão, de topo e intermédia, por falta de preparação de quem ocupa esses lugares.


Como a administração pública é ainda mais sensivel que os privados à má gestão (estão em causa bens e verbas de todos nós e a pressão privada para se apossar dele(a)s é enorme), os cuidados e rigor de gestão são vitais.

Se vamos analisar o que se tem passado neste domínio desde o 25 de Abril .... é interessante como ainda existe quem se admire do estado em que
está Portugal.

Publicado por: luis3m às janeiro 13, 2006 03:17 PM

A administração pública é MENOS sensível à má gestão, porque o dinheiro que perde não é seu. É de todos, que é o mesmo que dizer "é dos outros".

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 03:25 PM

Vixe ..

Olha .. é assim .. o meu recado seríssimo .. é.. se tiverem algum problema de saúde sério .. vão para Inglaterra ...se puderem ..otherwise is russian roullete...falo um problema sério...

O lobinho Xatoo ontem ficou mudo e secou .. sem resposta ...encostou o ouvido ao monitor e deve ter gelado ... resta a redenção..

Mas fazendo subir (?) o astral vejam como os mais fortes podem ser uma ilusão ...ou ilusionistas ..

http://video.google.com/videoplay?docid=-7004909622962894202

"....
xatoo, não.

E isso é óbvio, virtualmente ninguém é motivado pelo "lucro colectivo".

Aliás, existe até um fenómeno contrário a isso, que é o do "custo colectivo" (designação por mim inventada...), que podes constatar num jantar com muitas pessoas. Pessoas que poupariam uma sobremesa, entrada ou Whisky se estivessem a jantar sozinhas ou só com outra pessoa, num grupo grande não se coibirão de consumir já que os seus gastos serão diluídos por todos os participantes.

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 02:49 PM

O patinho canibal que quer ser lobinho Incognitos .. ontem acabou não contando ... que banco assaltou .. ou se foi promovido a ministro ..de arrumador ...rss

Ah .. eu qd estou num jantar com muita gente normalmente como o mesmo que qd estou sózinho ...patinhos de preferência... tem gente ..é que sobremesas estão proibidas .. só se for fruta .. e wisky ? nem pensar..ainda se fosse uma cachacinha Selecta ...

....
E isso é óbvio, virtualmente ninguém é motivado pelo "lucro colectivo"...

Ah ... eu acho que se os meus vizinhos estiverem bem .. as minhas chances de melhorar crescem...


Publicado por: Cush às janeiro 13, 2006 03:28 PM

Cush, toda a gente se sente altruista. Muito poucos o são na realidade.

Olha, já vou na segunda ou terceira fraude gigante que exponho, e devo dizer-te que mesmo perante coisas óbvias que prejudicam centenas de milhares de pessoas, praticamente ninguém se mexe (nem as autoridades, que são pagas para o fazer).

Se depois dão uns tostões ao ceguinho ou mandam um cheque para os médicos sem fronteiras, isso é muito pouco relevante para apagar o evidente.

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 03:32 PM

Dois exemplos:

PIPS, expús isto em Novembro de 2004, deixou de pagar em Dezembro de 2004, foi fechado pelas autoridades da Malásia em Agosto de 2005 (as autoridades foram avisadas ao mesmo tempo que foi feita a exposição). Centenas de milhar de pessoas foram enganadas, existiu pelo menos um suicídio:

www.thinkfn.com/artigo.php?id=107


Bens Tangíveis (Fórum Filatélico, Afinsa)

Exposto há meses atrás, autoridades avisadas, perfeitamente óbvio que é uma fraude quando a Fórum Filatélico avalia os seus selos 10X acima do valor real de mercado dos ditos.

Até ao momento nenhuma acção das autoridades, centenas de milhares de pessoas envolvidas com u investimento médio de 15000-20000 Euros por investidor (e já tendo estoirado outras fraudes equivalentes). Montante da fraude nos milhares de milhões de Euros. Esta pode demorar anos a estoirar pela sua natureza:

www.thinkfn.com/artigo.php?id=303


Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 03:37 PM

Incognitus


Todos somos Administração Pública, a minha sensibilidade à má gestão é muita, e exijo que o dinheiro que me retiram do que recebo mensalmente do meu trabalho seja bem gerido. Se todos fizermos o mesmo, e não quisermos um quinhão do bolo público maior que os outros, as coisas endireitam.

O problema é que alguns querem tirar quanto puderem, sem olhar a meios, nem a quem prejudicam.


Mais uma vez todo se resume a quem gere e quem beneficia ....

Publicado por: luis3m às janeiro 13, 2006 03:40 PM

Luis, só quem pode afectar os retornos é que conta. Tu e eu podemos exigir boa gestão e eficiência e tudo o que queiramos, mas a realidade é que NÃO afectamos directamente o retorno de quem não fizer a boa gestão e tiver que ter a eficiência.

E quem é responsável por isso não paga os custos de ser ineficiente, logo está-se a ralar (em média).

Logo, a coisa funciona mal.

Se for privado, o que acontece é que tu e eu podemos dizer "não pago esta porcaria", e isso afecta directamente os retornos dos envolvidos, logo eles são FORÇADOS a mudar.

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 03:46 PM

Cush


O problema é quando alguns dos seus vizinhos crescem à sua custa. Acho que que se parece algo com aquela parábola do Roll Royce ....

Publicado por: luis3m às janeiro 13, 2006 03:51 PM

Incognitus

Só existe um problema, é que ultimamente o sinonimo de "forçar a mudar" está a ser "deslocalizar".

E depois, quando já não existir, como o aparelho produtivo português ??

Não acho que existam caminhos fáceis ...

Publicado por: luis3m às janeiro 13, 2006 04:00 PM

eu só ká vim

Publicado por: py às janeiro 13, 2006 08:31 PM

fazer uma kpk

Publicado por: py às janeiro 13, 2006 08:32 PM

Pat Metheny....(le maitre) the way up... que balancete ...power .. criatividade ..

Cush


O problema é quando alguns dos seus vizinhos crescem à sua custa. Acho que que se parece algo com aquela parábola do Roll Royce ....

Publicado por: luis3m às janeiro 13, 2006 03:51 PM

Isso é irrelevante ...jamais deves deixar que o rancor tome conta de ti e te faça perder a alegria de viver .. essa seria a tua verdadeira derrota ..
O que conta é o todo...com certeza todos os vizinhos crescem uns com os outros ..;-) é não ?
Mas de longe é melhor ter bem que mal ...a vizinhança..por todos os motivos... e mais alguns..
Vai ao google earth a estas coordenadas 22º59'11.63" S 43º14'31.16" W ... vê de 1100 ft de altitude , mete o N na 1H e vais ver os extremos ... tocando-se ... não existe exemplo mais transparente .. eu acho.. heaven and hell toutching point..

Agora ... se te deres à preguiça ..aí .. o que te vai crescer na cabeça é a inveja e colado ..o rancor ...escorraçando a alegria ...de conseguir .. conquistar ..surfar a crista ...fazer tubos e valas ...de pé .. com os dedos em V e claro .. sorrindo...
Atenção ... se alguém for ver essas coordenadas .. "A foto do brasil" não pense que do lado hell só tem preguiçosos .. não quis dizer isso ..viu ?


Há um século estavamos como agora .. cheios de incertezas ...quem adivinharia que um construtor de carros para os mais pobres ..compraria mais tarde a fábrica dos carros para Reis e Imperadores ? VW vs RR


Olha, já vou na segunda ou terceira fraude gigante que exponho,

Publicado por: Incognitus às janeiro 13, 2006 03:32 PM

Democracia é isso mesmo ... o poder de denunciar...tem que ser um trabalho continuo..non stop..tem de ser tipo recolha de lixo .. tem de ser diária ...
É necessário retirar as maçãs podres ...otherwise a evidência .. é não ? Só um incauto não faz isso..

E agora patinhos Luis3m e Incognitus ..vcs acham que um referendo à Tourada seria totalmente inutil ?

O Lobinho Ran tan plan perguntava .. se eles (industria tauromáquica) tb não têem direito de fazer o que querem ...?? (entendi bem ?).

Acho que é um Crime Ambiental .. e como tal .. Não..como qualquer outro deve ser travado..

Disseste Ran tan plan que um referendo a acontecer não seria vinculativo..pq ? O que seria necessário fazer acontecer .. para que passasse a ser ?

Publicado por: Cush às janeiro 14, 2006 01:25 PM

Já te disse que ia de kornos votar nesse referendo ao lado dos touros, contra as touradas. E fazia campanha, de kornos, também.

Ora um referendo só é vinculativo com uma abstenção inferior a 50% e os patinhos nestas koisas gostam mais de aproveitar para ir aos hiper, etc.

Espera mais um ano...

Publicado por: ran tan plin às janeiro 14, 2006 05:17 PM

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