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dezembro 13, 2005

SCUT’s, OTA e TGV’s

O Relatório do Tribunal de Contas relativamente às SCUT’s é devastador. As SCUT’s irão custar cerca de 20% mais do que foi contratualizado. A diferença é o equivalente a um aeroporto da Ota! O erro silencioso cometido pelas entidades públicas na gestão daquele negócio é igual ao custo da Ota, que tanto tem empolgado a comunicação social e a blogosfera. Mas esse é o erro cometido na gestão do contrato, após adjudicação. Há outro erro. O Estado aceitou que o concessionário tivesse direito a uma TIR de 13% (em termos nominais), o que corresponderá a uma TIR de 10,5% a preços constantes, quando, para um projecto como estes, em que o privado não tem, praticamente, riscos nenhuns, uma taxa de 7,5% a 8% (real) seria negociável. Assim sendo, o Estado (nós, os contribuintes) irá pagar um encargo adicional de cerca de 2,5% ao ano, relativamente ao que seria um preço de equilíbrio num mercado eficiente, onde o comprador e o vendedor tivessem ambos racionalidade económica.

Estabelecer parcerias público-privadas para construir auto-estradas não é, em si, um erro. Pode ser um óptimo negócio, desde que bem conduzido. Que essas auto-estradas tenham portagens virtuais também não constitui, em si, um erro, desde que o OE o possa fazer, numa perspectiva de um planeamento financeiro a 25 ou 30 anos. Todavia, quando se contrata uma obra com um empreiteiro, ou um concessionário (que pode incluir, para além do(s) empreiteiro(s), uma entidade financiadora, uma entidade exploradora, etc.) deve ter-se um clausulado seguro, não existirem indefinições sobre o programa e sobre os projectos de construção. Todas as alterações de programa e dos projectos geram custos adicionais aos empreiteiros (na construção propriamente dita e nas imobilizações do estaleiro) e estes sabem fazer-se ressarcir, pesadamente, junto do dono da obra.

Todo o processo de lançamento das SCUT’s foi de uma absoluta irresponsabilidade. As SCUT’s foram lançadas sem os estudos de impacte ambiental estarem, em alguns casos, concluídos e/ou aprovados, sujeitas portanto a alterações de traçado consoante as conclusões finais dos estudos, depois de aprovados. Foram lançadas sem muitas das expropriações estarem feitas, o que é um suicídio, porque, em caso de desacordo, a posse administrativa não é pacífica, haverá demoras, custos adicionais, escolhas difíceis entre parar uma obra ou pagar um valor excessivo por um terreno em litígio, etc..

O estabelecimento de parcerias público-privadas (PPP) em Project Finance (PFI) é um negócio que requer muitas cautelas e muita competência. De um lado está o Estado e do outro os concorrentes à concessão, bem municiados em advogados e economistas experientes, agrupados em consórcios que incluem bancos, grandes empreiteiros e entidades exploradoras. Perante este arsenal, o Estado contrapõe técnicos e advogados inexperientes, que são substituídos ao sabor das mudanças dos titulares das pastas (mesmo pertencendo ao mesmo partido), e um enorme desconhecimento dos dossiers.

Face a este descalabro, é impossível culpar A ou B. É todo o sistema que está errado. A responsabilidade cabe inteirinha ao Governo sob cuja égide foram negociados os contratos. Não cabe aos técnicos inexperientes que foram logrados por gente com grande traquejo nestas matérias. O Governo é que é o responsável pelo bom funcionamento das instituições e pela correcta afectação de recursos.

Este descalabro remete-nos para a questão do novo aeroporto e do TGV. O que aconteceu com as SCUT’s, não pode acontecer novamente. Mas o que aconteceu foi porque o sistema estava, e está, errado. Pode voltar a acontecer e eu já chamei aqui, por diversas vezes, a atenção para isso.

Referindo-me agora ao TGV Lisboa-Porto, acho repugnante fazê-lo sem serem apuradas as responsabilidades do que aconteceu com o projecto da “Modernização da Linha do Norte” onde se gastaram balúrdios sem qualquer melhoria significativa, relativamente à situação anterior. Os estudos foram começados em 1991 (a linha foi dividida em 3 troços e cada um adjudicado a um consórcio) e os projectistas levavam as mãos à cabeça com a incapacidade em obter decisões da CP sobre questões que lhe eram colocadas. Lembro-me, na altura, de um técnico de um dos consórcios dizer que tentara explicar aos técnicos da CP que não era possível haver passagens de nível e dera o seguinte exemplo:

- Você olha para um dos lados, e não vê nada, mas uma composição, a 1 km de distância, é um ponto imperceptível. Depois olha para o outro e também nada vê. Atravessa. Passaram apenas 15 segundos, o tempo suficiente para ter um Alfa em cima de si.

E o consórcio a que me estou a referir (troço Entroncamento-Pampilhosa) era liderado por uma empresa francesa do grupo SNCF, especialista reconhecida em matéria de caminhos de ferro.

Depois, na fase da construção, que começou em 1995, cometeram-se muitos erros, alguns devidos a omissões ou decisões erradas dos projectos, induzidas pela total incompetência da CP em gerir o processo. Desde a ocorrência de assentamentos (por falta de estudos de base suficientes de Geotecnia e Mecânica dos Solos) – o que obriga as composições a diminuírem a velocidade, pelo facto da linha não estar nas condições adequadas à velocidade do Alfa – até à existência de estações onde a drenagem da água dos terrenos vizinhos se faz para dentro dela – o que impede o Alfa, que é mais baixo que as composições tradicionais, de prosseguir viagem em caso de elevada precipitação – aconteceu de tudo. E, claro, a manutenção de numerosas passagens de nível e a inexistência, na quase totalidade das estações, de travessias para os peões atingirem a outra plataforma, sem ser através da linha férrea, etc..

Com projectos coxos, com um Dono da Obra totalmente incompetente, a Fiscalização está de mãos atadas, mesmo no caso de ser competente. Não cabe à fiscalização emendar os projectos; não cabe à fiscalização tomar decisões em nome do cliente. Cabe-lhe assegurar que o projecto se cumpre, que o andamento da obra está correr conforme o planeamento aprovado, que as facturas estão conformes, verificando se correspondem aos trabalhos realizados, cabe lembrar ao Dono da Obra que tem que responder às questões postas pelo empreiteiro, nos prazos devidos, e tomar as decisões necessárias.

Como já escrevi aqui, a linha Lisboa-Madrid é estruturante (com o ramal para Sines). A linha Lisboa-Porto talvez o fosse se não houvesse a sombra da “Modernização da Linha do Norte”. Com o que aconteceu, fica-se com a sensação que o crime compensa – o TGV Lisboa-Porto vai camuflar todos os disparates que a incompetência da nossa administração cometeu ali.

Irá camuflar … se não repetir os mesmos erros.

É evidente que Portugal não pode deixar de fazer obras complexas, apenas porque as anteriores as fez de forma desastrosa. Nesse entendimento, a solução seria fechar o país. O que deve é fazê-las de forma adequada.

Publicado por Joana às dezembro 13, 2005 08:43 PM

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Comentários

...eu só leio o post amanhã, que já estou a chegar ao meu boa-noite... só vim aqui dizer que é tão engraçado ver o Cavaco tão mansinho e de quase-esquerda. Bem, eu até sou daqueles que acha que a idade pode seguir a lógica do vinho do Porto,,, mas,,, o que é que akonteceu à direita?

Publicado por: py às dezembro 13, 2005 09:35 PM

Este debate na SIC vem mostrar que a direita está orfão.

JSousa marcou pontos ao referir-se a ao "esquerdismo" de Cavaco :
"o ser humano e a sua capacidade de esconder, pelo discurso, seu pensamento"

Publicado por: zippiz às dezembro 13, 2005 09:54 PM

Se Jerónimo de Sousa tivesse feito uma psicanálise, já não dizia o contrário do que pensa : - que, mesmo à superfície, admira Cavaco Silva ...

Publicado por: asdrubal às dezembro 13, 2005 10:03 PM

Olhe que não, olhe que não!...

Publicado por: Senaquerib às dezembro 13, 2005 10:19 PM

Joana prefere massacrar-nos com TIR's NPV's e Cash-Flow's Operacionais, sobre as automotoras do futuro.

Publicado por: zippiz às dezembro 13, 2005 10:30 PM

Nota-se mesmo que a Joana é do ramo das economias. Tão habituados que estão a usar siglas e acrónimos para representar conceitos complexos que ela, no título, entre umas SCUT e uns TGV colocou uma OTA.

Minha cara: a menos que OTA queira dizer Outra Trapalhada Anunciada eu ainda acho que a Ota é uma localidade e escreve-se assim: Ota.

Mas, dado o ramo, compreende-se o hábito. :)

Publicado por: J P Castro às dezembro 13, 2005 10:41 PM

E já agora, conhece o TLA ?

Bem, eu digo. É a designação genérica que alguns falantes ingleses encontraram para definir os mais vulgares dos acrónimos: os de três letras (Three Letter Acronym). Ironia óbvia é TLA também ser um TLA.

Publicado por: J P Castro às dezembro 13, 2005 10:45 PM

Continuando nos acrónimos, é óbvio que SCUT não é um TLA porque em Portugal não são apreciados acrónimos terminados em C e U. Lembram-se da alteração do nome da moeda única (ECU) para Euro ? Eu desconfio que foi sugestão portuguesa...

Portanto, a regra nos acrónimos é três letras. E isso é ainda mais evidente nos partidos políticos: se houver um (raro) partido que não tenha três letras na sigla, a forma de pronunciar essa sigla é alterada para um ritmo ternário. Se porventura a sigla for maior que três, o nome cai em desuso ou é ridicularizado.

Publicado por: J P Castro às dezembro 13, 2005 10:55 PM

Agosa percebo por que é que o PS não é PSP.
Prefere não ser português a associar-se a uma instituição que zela pela nossa segurança.
Entendido!...

Publicado por: Senaquerib às dezembro 13, 2005 11:09 PM

Mas, nos comícios, continua a dizer-se : P-és-se.

Como se faltasse uma letra... :)

Publicado por: J P Castro às dezembro 13, 2005 11:15 PM

E esta kpk (nota, mais um TLA...) é minha.

Publicado por: J P Castro às dezembro 13, 2005 11:17 PM

Mas têm lá um coelho que anda aos berros com dedinho no ar.

Publicado por: Senaquerib às dezembro 13, 2005 11:25 PM

Os coelhos são seres excitados por natureza. E não têm só o dedinho levantado.

O que faz com que, geralmente, também sejam paizinhos de muita bicharada.

É o caso.

Publicado por: J P Castro às dezembro 13, 2005 11:40 PM

Tentei dar uma olhadela aos estudos sobre a alta velocidade, mas só encontrei o discurso do ministro.
Ora a determinado ponto ele diz:

“”O investimento a realizar na construção das linhas Lisboa-Porto e Lisboa-Madrid será, respectivamente, da ordem dos 4,7 e dos 3 mil milhões de euros, num total, portanto, de 7,7 mil milhões de euros, a que acresce um investimento em material circulante da ordem dos 480 milhões de euros.””

Ora eu estava convencido que o material circulante era pago pelos privados e admira-me ele aqui não explicitar, quanto custará a ponte de que tanto se fala.
Claro que eu acredito que ele também não sabe o número para o dizer.

Também não diz o que fará se não aparecer nenhum privado com vontade de explorar as linhas.

Lógico que ignora o que vai fazer com os cem mil desempregados com que fica no regaço quando terminarem as obras.

Mas para quem considera que o anterior ministro teve “o intuito, porventura ingénuo, de poupar recursos públicos” isto devem ser amendoins.

Em nenhum país do primeiro mundo se conseguiu construir tantos quilómetros neste espaço de tempo.
Em 2015 teremos o TGV a ligar Lisboa ao Porto.
Não sei se sim ou se não.
O que sei é que nessa data ainda não foi feito o fecho da CREL e é muito possível que a recuperação total do incêndio do Chiado ainda não esteja terminada.

Publicado por: Apita o combóio às dezembro 14, 2005 12:42 AM

Quer saber o que significa SABENA, ou VARIG ou ESCOM.
Experimente

http://www.acronymfinder.com/

Publicado por: EX-MBA da UCLA - CA-USA às dezembro 14, 2005 12:46 AM

Estes precedentes não são nada tranquilizadores para os custos das novas obres

Publicado por: David às dezembro 14, 2005 01:16 AM

O que se passou com a linha do Norte foi um escândalo

Publicado por: David às dezembro 14, 2005 01:17 AM

EX-MBA da UCLA - CA-USA às dezembro 14, 2005 12:46 AM:

Segui a sugestão e fui ao site http://www.acronymfinder.com/ procurar o significado de OTA e, entre 33 resultados principais, o primeiro da lista foi

OTA Obligatory Thug Attack

o que me parece resumir tudo.

No entanto, lá mais para a frente, também achei estes algo esclarecedores

OTA Organized Team Activity
OTA Out of the Air (pricing methodology)
OTA Over-The-Air
OTA Over-The-Air Management

Publicado por: J P Castro às dezembro 14, 2005 02:29 AM

Massive Attack: karmakoma

Tuga

Over-The-Air é muito bom sinal

Publicado por: py às dezembro 14, 2005 10:14 AM

Há algumas coisas no raciocínio da Joana sobre as quais eu tenho dúvidas.

(1) 20% de desvio nas SCUTs, é um desvio muito pequeno. O Centro Comercial de Belém teve um desvio muitíssimo maior. A Linha do Norte idem. Da Casa da Música, nem se fala. Mesmo fora de Portugal, é normal haver desvios em relação ao orçamentado muitíssimo superiores a 20%.

(2) É impossível fazer-se estudos de impacte ambiental, expropriações de terrenos, e contratação de consórcios por esta ordem, porque então as coisas demorariam imenso tempo. Na prática, faz-se tudo em simultâneo. Se fizéssemos tudo pela ordem correta, quando chegássemos à fase da contratação do consórcio para fazer a SCUT já o estudo de impacte ambiental estaria mais que desatualizado. Expropriações corretamente feitas, discutidas em tribunal, e pagas, podem levar muitos anos. Se se está à espera de que todas as expropriações tenham sido feitas para começar a construir a auto-estrada, bem se pode esperar 10 anos.

(3) "um preço de equilíbrio num mercado eficiente, onde o comprador e o vendedor tivessem ambos racionalidade económica" é coisa que não existe em grandes negócios. Um mecado eficiente e transparente é uma feira de aldeia, com 10 produtores de batata a tentarem vender batatas a 100 clientes. Na construção de uma auto-estrada, temos um só cliente, o Estado, perante 2 ou 3 ou 4 fornecedores, os consórcios. Nestas condições, não há mercado smithiano. Pode haver boas ou más práticas, mas mercado é que não há de certeza.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 14, 2005 10:19 AM

Complementando o comentário anterior, eu diria que dificilmente o Estado pode ser um consumidor "racional" num mercado. Um consumidor raconal tem preferências pessoais e compra ou deixa de comprar produtos de acordo com elas. O Estado não é uma pessoa com preferências claras. É uma entidade política com preferências móveis, diferentes de pessoa para pessoa que o representa (um ministro pode ser de uma opinião, outro de outra), ainda por cima sujeito a corrupção, e sujeito a votações que podem derrubar essa entidade. Não se pode esperar que um tal "ser" se comporte no mercado de forma racional.

Por este motivo, eu diria que os negócios com o Estado adquirem sempre um cunho sui generis, e não podem facilmente ser comparados com negócios num mercado smithiano.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 14, 2005 12:42 PM

(ainda não li o post, agora estou a ronronar,,, mas se eu bem me lembro a história de maior derrapagem financeira percentual que havia era a do CCB de Cavaco. Agora isso não deskulpa derrapagens hoje em dia)

Publicado por: py às dezembro 14, 2005 01:03 PM

Post com informação interessante para os dias que correm. Parabéns

Publicado por: Gpinto às dezembro 14, 2005 01:18 PM

py às dezembro 14, 2005 01:03 PM: Comparado com a Casa da Música, o CCB não foi nada.
Além do que a Linha do Norte ficou a prestar um serviço semelhante ao anterior, sem melhorias, ao passo que o CCB presta alguns serviços interessantes.

Publicado por: Gpinto às dezembro 14, 2005 01:19 PM

Um Governo em que um ministro pode ser de uma opinião e outro de outra é como uma orquestra sem maestro: cada um toca o que quer.

Publicado por: Senaquerib às dezembro 14, 2005 01:34 PM

Luís Lavoura às dezembro 14, 2005 10:19 AM:
1 - O desvio não foi relativamente ao orçamentado, mas ao contrato de adjudicação. Não sei onde você descobriu que isso é vulgar. Sê-lo-á cá, mas pelas (péssimas) razões que indiquei no post.

Publicado por: Joana às dezembro 14, 2005 02:34 PM

2 - Você fala sem conhecimento de causa. Só faz sentido expropriar um terreno, depois de saber que é por ali que passa a infra-estrutura. Quando se pede a expropriação de um terreno tem que se definir qual a afectação (de interesse público) que se lhe pretende dar. Se expropia e depois não precisa dele, porque afinal a estrada não pode passar por ali, está metido num sarilho. Por lei, não lhe pode dar outra afectação (porque se sujeita a um processo do ex-proprietário). Que faz? Devolve-o?

Publicado por: Joana às dezembro 14, 2005 02:38 PM

3 - Eu falei em expropriações, mas deveria ter dito "posse administrativa". Quando não há acordo, o Estado (ou a autarquia) toma posse administrativa e o montante a pagar pela expropriação é decidido depois em tribunal.
O que se verifica é que é sempre preferível chegar a acordo, porque os tribunais têm interpretações muito diversas uns dos outros, e às vezes decidem por montantes muito elevados.

Publicado por: Joana às dezembro 14, 2005 02:42 PM

Joana às dezembro 14, 2005 02:38 PM

Isso que Você diz, e com o que eu concordo, em nada infirma aquilo que eu disse anteriormente. O que eu disse é que na prática faz-se tudo ao mesmo tempo: expropriam-se terrenos, faz-se um estudo de impacte ambiental, e contrata-se um consórcio para construir a obra. Teoricamente, as coisas deveriam ser feitas da seguinte forma (penso eu de que). Primeiro fazia-se o estudo de impacte ambiental (EIA), que caraterizaria diversas alternativas de traçado e permitiria escolher uma delas. Só após este EIA estar aprovado é que se expropriava os terrenos necessários. Só após esta expropriação feita é que se contratava um consórcio para fazer a obra. Só que, este procedimento correto leva imenso tempo, um tempo incompatível com calendários políticos. Portanto, faz-se tudo à portuguesa. O EIA é feito só para branquear uma opção que já está politicamente tomada. Contrata-se o consórcio executor da obra quando as expropriações ainda estão em litigância. As próprias expropriações decorrem enquanto o EIA ainda está a ser discutido e, portanto, alternativas de traçado ainda devem poder ser consideradas.

Se Você pretende defender que as coisas devem ser feitas todas com rigor, então na prática só teria auto-estradas daqui a muitos anos, o que seria incompatível, quer com o sistema eleitoral, quer com os fundos da UE.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 14, 2005 02:49 PM

Joana às dezembro 14, 2005 02:34 PM

Você responde aos meus comentários sempre com duas pedras na mão, como se eu de alguma forma fosse seu adversário ou, ainda pior, como se a tivesse insultado. Acalme-se. Eu posso achar que há pormenores incorretos nos seus posts, mas então basta esclarecer-me. Não é preciso pôr-se logo a atirar-me pedras.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 14, 2005 02:55 PM

Luís Lavoura às dezembro 14, 2005 02:49 PM:
O que você está a dizer é que pretende que as coisas sejam feitas à "portuguesa", porque não há outra via expedita.
Mas as coisas feitas assim deram origem aos sobrecustos que se sabe. E também às derrapagens de prazos.
Você contradiz-se continuamente.

Publicado por: soromenho às dezembro 14, 2005 03:13 PM

Joana, já li, acho que no essencial estou de acordo (mas amanhã releio), excepto em relação às SCUT, que ainda não firmei juízo. Eu agora ando muito a passear em Portugal e a rede viária está bem estruturada, parece, sem dúvida que permite uma elevada mobilidade, o que para os tugas, sempre versáteis, é bom. Devíamos era ter automóvéis a alcóol, que não produzimos petróleo, e ser mais cuidadosos nas estradas, mesmo assim anda melhjor do que dantes.

Tomara eu poder voltar a fikar kaladinho a fotossintetizar...

Publicado por: py às dezembro 14, 2005 04:53 PM

plum

Publicado por: py às dezembro 14, 2005 04:58 PM

Mas nós temos automóveis a álcool. Está no sangue dos condutores e não nos depósitos, mas acelera muito.

Publicado por: AJ Nunes às dezembro 14, 2005 04:58 PM

Está bem visto. Eu então proponho uma deslocalização da koisa, dos estômagos para o depósito e depois pró carburador

Publicado por: py às dezembro 14, 2005 05:11 PM

O problema do custo do CCB é uma falácia.
O projecto inicial previa quatro módulos sendo que a complementaridade acabaria por tornar o projecto se não a custo zero, perto disso.
Um dos módulos se não me falha a memória era mesmo um hotel.
Por motivos que ignoro, mas adivinho só foram construídos dois módulos e o resto do terreno lá estão em baldio.

Nota: Era falta como o destino. Quando o assunto é pessoal a censura aparece logo envolta em suaves roupagens.

Publicado por: A verdade, só a verdade, nada mais que o engano às dezembro 14, 2005 06:17 PM

O problema do custo do CCB foi que ele tinha um prazo para cumprir, pois tinha que estar pronto para a presidência europeia, e tiveram que dar fortunas aos empreiteiros para eles acabarem a tempo.

Publicado por: demolidor às dezembro 14, 2005 06:45 PM

Acontece sempre qualquer coisa ...

Publicado por: Salema às dezembro 14, 2005 06:50 PM

Acontece sempre qualquer coisa ...

Publicado por: Salema às dezembro 14, 2005 06:56 PM

Pior que discutirmos sobre fazer ou não investimentos públicos, é o desastre a que eles conduzem

Publicado por: VSousa às dezembro 14, 2005 08:05 PM

"Não é preciso pôr-se logo a atirar-me pedras.

"Com as pedras que me atiram construirei o pedestal da minha estátua."
(autor desconhecido)

Publicado por: Senaquerib às dezembro 14, 2005 10:38 PM

O problema das obras públicas em Portugal não tem solução. Mesmo encomendando tudo, o Estado consegue sempre atrapalhar, pois não trata em condições daquilo que lhe compete

Publicado por: Mauricio às dezembro 14, 2005 11:37 PM

Tem que haver

Publicado por: Coruja às dezembro 15, 2005 12:10 AM

Tem que haver

Publicado por: Coruja às dezembro 15, 2005 12:10 AM

solução

Publicado por: Coruja às dezembro 15, 2005 12:11 AM

Oioi

Isto das scuds faz-me lembrar qd eu percorria diariamente a AE de Famalicão para o Porto.
Lá eu pagava diariamente ... entretanto foi feita a AE ( com outro nome ... scud ) que liga a Povoa ao Porto . Lá nunca se paga ..

Porque será que foi feita este tipo de decisão ? Então o litoral é que é previligiado em detrimento do interior ?

Ou então os socialistas pensam que Povoa é interior e Famalicão tem uma praia extensa . Eu acho que é isso ... decisões destas só podem vir de mentecaptos não é ?Poor Portugal..

Publicado por: Caboclo Capiroba às dezembro 15, 2005 11:09 PM

É surpreendente como as derrapagens de custos nas SCUTs foram o equivalente a uma Ota

Publicado por: Adalberto às dezembro 17, 2005 10:26 AM

Só deita abaixo

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:14 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:15 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:15 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:15 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:15 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:15 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:16 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:16 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:16 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:16 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:16 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:16 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:16 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:17 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:17 AM

Só má língua

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 26, 2005 01:17 AM

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