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dezembro 12, 2005

A Ana e a Márcia

Ou uma história triste de um sector com nichos de mercado diferentes

Não foi por ter lido o livro da Maria Filomena Mónica este fim-de-semana. Nem pensem nisso! Honni soit qui mal y pense! Mas, por razões enigmáticas e obscuras, que se perdem nas profundezas, porventura perversas, do meu inconsciente, lembrei-me de uma história simultaneamente triste e de sucesso, que vou contar em seguida. Advirto que esta história não é adequada a espíritos sensíveis, nem a mentes mais preocupadas com a essência da totalidade absoluta, do que com a existência insidiosa dos factos. Assim sendo, não me responsabilizo pelas consequências da sua leitura:

Duas prostitutas encontram-se ao fim de alguns anos. Têm a mesma idade, mas que diferença … A Ana estava viçosa, com o rosto indiferente à marca dos anos, bem vestida, com um vestido em tule bordado e seda, chiquérrimo, e umas sandálias em veludo com atilho e um salto bem alto. A outra, a Márcia, tinha o rosto acabado, sem chama, desbotado, envergando um traje barato, sem gosto, cuja única atracção, vocacionada para a libido dos camionistas de longo curso, eram as suas dimensões exíguas.

A Márcia estava estupefacta:
- Ana, filha … estás um espanto! Como consegues manter-te assim?
- Márcia, há muito que abandonei o passeio. Só o fiz durante poucos meses. Agora tenho outro tipo de clientela. Estável.
- Mas que tipo de clientela?
- Intelectuais.
- Mas que é que esses intelectuais fazem?
- Reúnem-se numa tertúlia e conversam sobre coisas deles. Discutem acerca do que disseram uns tipos estrangeiros que eu não conheço e lêem coisas em voz alta. É variado. Uns lêem poesia e coisas que eles dizem que são culturais; há um que anda sempre a explicar que é preciso desconstruir o real e mais coisas, mas se queres que te diga ... não sei como, pois não consegue mexer uma palha. Não o vejo capaz de andar com uma picareta nas unhas. Ah! e também lêem coisas dos jornais … Lêem às vezes uma mixórdia que eu não percebo nada, ao que parece de um tal Coelho no Prado. Ultimamente não têm lido. Talvez por estarmos na época da caça e ele ter sido abatido.
- Mas o que é que tu fazes? Apenas ouves essas coisas?
- Não, eu ando por ali e vou lambendo-lhes os pénis.
A Márcia teve um momento de incompreensão, o que é normal. A baixa qualificação da mão-de-obra portuguesa atinge todas as nossas actividades, mesmo os sectores semi-abertos ao exterior e com grande potencial, como este. Mas ela queria instruir-se, qualificar-se, abraçar o plano tecnológico, e perguntou:
- Pénis? Que é isso?
A Ana esteve uns segundos hesitante, e depois explicou:
- Ó filha, deixa ver se te consigo explicar…. Pénis é uma coisa que os intelectuais têm … é difícil de dizer … deixa ver ... olha ... é uma coisa assim a modos como o ca**lho … mas flácida.


Momento de reflexão:
A Ana não foi suficientemente precisa. Em rigor deveria ter dito que a tarefa dela era a de desconstruir sexualidades heteronormativas, o que evitaria que a conversa descambasse para uma semiótica redutora e pouco abrangente.

Publicado por Joana às dezembro 12, 2005 05:05 PM

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Comentários

Absolutamente, absoluto.

Recorro a um princípio cujo dono tem um nome difícil de escrever e que ensina:
O grau de culpa é sempre directamente proporcional à intensidade da negação dessa culpa

Maria Filomena Mónica, cometeu um pecado capital.
Vai pagar por ele, ainda que isso não lhe dê cuidado nenhum.

Tenho mais ou menos a mesma idade e, confesso, aquela fotografia da capa podia muito bem ilustrar o perigo que são os vulcões.

Publicado por: A este valia a pena dizer, quero ser atum às dezembro 12, 2005 06:07 PM

Oh Joana eu bem dizia que isto era um esquentamento global. Até me deixa um nadinha embaraçado. Mas agora é Outono, então na Primavera...?

(PS : na crista de quartzito das Portas do Rodão fui brindado com um vôo de trinta águias que vale mais do que qualquer t*são, quando me virei dei de caras com a cruz de malta no torreão...)

Publicado por: py às dezembro 12, 2005 07:09 PM

vês corujinha, umas centésimas de segundo uns anos depois podem virar:

http://diariodigital.sapo.pt/news_desp.asp?section_id=123&id_news=205526

Publicado por: py às dezembro 12, 2005 07:11 PM

Esta sujeita é verrinosa, mas tem piada.

Publicado por: Valente às dezembro 12, 2005 07:37 PM

Não era Freud que dizia que os artistas usavam a arte como uma forma de sublimar as pulsões sexuais reprimidas?...

Publicado por: Rui Martins às dezembro 12, 2005 07:37 PM

Cuidado, muito cuidado!, o Intendente está a passar por aqui...

Publicado por: Senaquerib às dezembro 12, 2005 07:48 PM

Gurgl! Gasp! Ugh! Estou em estado de choque! Dada a sua inocência em coisas de economia, eu pensava que a Joana ainda dizia "pilinha"!...

(Já agora, não tem por aí à mão o número do telemóvel da Ana?...)

Publicado por: Albatroz às dezembro 12, 2005 07:49 PM

Engraçado , o albatroz tem todo o perfil de um intelectualoide de esquerda totalmente impotente , por isso ele queria a Ana ... que só chupa pintos moles

Publicado por: Caboclo Capiroba às dezembro 12, 2005 08:03 PM

E o telemóvel da Márcia?

Publicado por: Camionista Longo Curso às dezembro 12, 2005 08:05 PM

eu fico-me pelas

Publicado por: py às dezembro 12, 2005 08:35 PM

kpk's

Publicado por: py às dezembro 12, 2005 08:36 PM

Finalmente, uma história que eu percebo.

Publicado por: Coruja às dezembro 12, 2005 09:26 PM

Bem, nem toda

Publicado por: Coruja às dezembro 12, 2005 09:27 PM

Conclusão:

Ficamos a saber que na opinião das put*s os intelectuais são impotentes...

# : - ))

Publicado por: (M) às dezembro 12, 2005 09:27 PM

Das put*s e do Caboclo Capiroba...

Publicado por: Albatroz às dezembro 12, 2005 09:54 PM

Vocês olham para as frases mais obscenas, mas a descrição que a Ana faz da tertúlia está com muita piada. Aquela de ela julgar que o outro desconstruia o real à picareta e o resto da fala dela.

Publicado por: Diana às dezembro 12, 2005 10:03 PM

Esta sujeita é mesmo "abrasiva". Como quem não quer a coisa, sem o dar a entender, mandou abaixo a MFM, os namorados, maridos e amantes dela, e o Prado Coelho pelo meio, etc.
Tudo em tom de brincadeira

Publicado por: c seixas às dezembro 12, 2005 10:16 PM

Muito bem Joana, um post à Vilhena intelectualoide !

mudando de assunto:
Louça, depois de ter arrasado Cavaco, acabou de meter MAlegre no bolso!

Publicado por: zippiz às dezembro 12, 2005 10:16 PM

Os intelectuais talvez, mas os camionistas não! E não são só as opiniões das put*s:

Publicado por: Camionista Longo Curso às dezembro 12, 2005 10:22 PM

zippiz às dezembro 12, 2005 10:16 PM:
Há-de me dizer a marca da sua televisão. Deve dar imagens e sons diferentes do resto do pessoal

Publicado por: Camionista Longo Curso às dezembro 12, 2005 10:26 PM

Publicado por: Camionista Longo Curso às dezembro 12, 2005 10:26 PM

Sony !
e vi e ouvi MAlegre ir sempre a reboque de Louçã; e não fui só eu a ver e a ouvir!

Publicado por: zippiz às dezembro 12, 2005 10:41 PM

... "do resto do pessoal"

e de caminho explique lá esse conceito!


Publicado por: zippiz às dezembro 12, 2005 10:43 PM

Post bem ao estilo satírico

Publicado por: Rafael às dezembro 12, 2005 10:56 PM

E ela avisou para que só gente da pesada podia ler

Publicado por: Ramiro às dezembro 12, 2005 10:59 PM

Agora até temos exegetas do bóbó

# : - ))

Publicado por: (M) às dezembro 12, 2005 11:30 PM

Como é que se pode escrever um post sobre uma indústria tão rendosa sem empregar um único algarismo?

Publicado por: Senaquerib às dezembro 12, 2005 11:49 PM

Vejo que muitos ... quase todos, em vez de terem a precaução de lerem o aviso solene que deixei no preâmbulo, se arriscaram imprudentemente pela leitura desta história triste, sem terem a preparação teórica para tal.
E nem sequer tiveram em conta o momento de reflexão final que repunha no plano científico, aquela conversa de rua.

Publicado por: Joana às dezembro 12, 2005 11:55 PM

Senaquerib às dezembro 12, 2005 11:49 PM:
Não lhe basta ouvir o Soares há 32 anos a falar de economia?

Publicado por: Joana às dezembro 12, 2005 11:58 PM

(M) às dezembro 12, 2005 11:30 PM: Todas as actividades humanas podem ser objecto de exegeses. E às vezes, são aquelas que parecem mais simples, que se revelam mais complexas, em termos de exegese, dada a riqueza de abordagens que permitem.

Publicado por: Joana às dezembro 13, 2005 12:00 AM

Então a Márcia abraçou o plano tecnológico?

Publicado por: Camionista Longo Curso às dezembro 13, 2005 12:02 AM

O Soares a falar de economia é música celestial.

Publicado por: Senaquerib às dezembro 13, 2005 12:08 AM

exegese?

p**ra, a respeito de hermenêutica vc está pior do que o Prado!

Publicado por: zippiz às dezembro 13, 2005 12:25 AM

kpk

Publicado por: Coruja às dezembro 13, 2005 12:56 AM

A história tem uma pequena parte em vernáculo, mas está bem esgalhada. O que é triste é ver quem uitos comentaristas apenas reagiram à parte mais "estilo intendente" que era a menos significativa.

Publicado por: Ricardo às dezembro 13, 2005 01:02 AM

A história tem uma pequena parte em vernáculo, mas está bem esgalhada. O que é triste é ver quem uitos comentaristas apenas reagiram à parte mais "estilo intendente" que era a menos significativa.

Publicado por: Ricardo às dezembro 13, 2005 01:02 AM

Há um desnível enorme entre o estilo do post e o estilo da maioria dos comentários

Publicado por: Ricardo às dezembro 13, 2005 01:04 AM

"...semiótica redutora e pouco abrangente."

Joana para quem cascou tanto nos pleonasmos do Lino tem aí na sua escrita esses efeitos de redundância que os portugueses tanto gostam para enfatizar o sentido.

Voltando à semiótica a cruz de malta para si é um signo ou apenas um símbolo?

Publicado por: py às dezembro 13, 2005 08:32 AM

The portuguese diamond: a fatal blue stone

ou

A maldição do Braganza

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1241702&idCanal=16

Publicado por: py às dezembro 13, 2005 08:38 AM

Portuguese

Publicado por: py às dezembro 13, 2005 08:38 AM

Há um desnível enorme entre o estilo do post e o estilo do Ricardo.

Publicado por: Senaquerib às dezembro 13, 2005 09:48 AM

Só não percebo o que são esses tais nichos de mercado.

Publicado por: Senaquerib às dezembro 13, 2005 09:52 AM

Todos os nichos têm de ser satisfeitos (nunca esta palavra foi tão adequada). A matéria de que à partida estas putas eram feitas não parece ser muito diferente, uma delas por mero acaso foi parar a um nicho mais rendível, teve sorte. A sorte mostra-se mais eficaz do que as capacidades, nada como estar no sítio certo à hora certa na posição exacta.

Temos no entanto um exemplo de que o mercado não funciona bem, serviços iguais têm preços diferentes, tal como o risco e o desgaste das trabalhadoras não é tido em conta. E o sector é livre regulamentações do Estado!

Publicado por: Daniel às dezembro 13, 2005 10:11 AM

Teorias economicistas, bah!

Publicado por: bsotto às dezembro 13, 2005 10:14 AM

Joana às dezembro 12, 2005 11:55 PM

A Joana não se coíbe de enfatizar que, em matéria de "preparação teórica", ela própria é superior a "quase todos".

Repito o que já aqui escrevi: faz falta à Joana um (bom) bocado de modéstia.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 13, 2005 10:30 AM

Um bom naco de prosa, bem observado, com humor e conseguindo fugir à vulgaridade.
Gostei ... e fartei-me de rir.

Publicado por: Vasco Forte às dezembro 13, 2005 10:50 AM

Luís Lavoura às dezembro 13, 2005 10:30 AM: Julgo que a si, o que lhe falta é espírito de humor e também o de saber distinguir o humor, do sério.
Para mim, aquele comentário da Joana era uma nota de humor apenas

Publicado por: Vasco Forte às dezembro 13, 2005 10:53 AM

Cara Joana:

Se calhar já estou a querer ensinar o "Pai-Nosso ao vigário" mas aconselho-a a perder o amor a 7€ e comprar o número da revista Spiegel dedicado à globalização.

A segunda coluna de texto da página 72, procura explicar as diferenças entre o que ocorreu na ex-Alemanha de Leste e no resto da Europa de Leste (que está a crescer a 4 e 5% ao ano) se onde está G.D.R. se escrever Portugal é impressionante como a mesma lógica se aplica.

Na página seguinte o primeiro ministro da Eslováquia é claro sobre o futuro da Europa Ocidental, "Of course, large countries can institute reforms, too. But they only opt to do so, "when they're at the point of no return"".

Aposto que uma das primeiras medidas será o fim do salário minimo,... e aí se aplicará a receita de fernando Ulrich.

Publicado por: diogenes às dezembro 13, 2005 11:30 AM

diogenes às dezembro 13, 2005 11:30 AM

Se puder, envie-me esse artigo da Spiegel, sff.
CFTP, IST, 1049-001 Lx.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 13, 2005 11:43 AM

Luís Lavoura às dezembro 13, 2005 11:43 AM

Não dá... é toda a revista, 146 páginas dedicadas à globalização. Já li metade, começa com o impacte nos EUA, depois o relato da situação de "escravatura na China" (é interessante notar que estamos a caminho da situação mundial que vigorava até 1842, ano em que a China perdeu a guerra com os ingleses e foi obrigada a abrir-se, em que a China e a India representavam 40% do PIB mundial, há 20 anos esse valor era de 5%). Também é interessante verificar que o salário médio anual na China, nos últimos 10 anos aumentou mais de 300%). Uma entrevista com o antigo chefe de governo de Singapura, seguida de um artigo detalhado sobre a situação na Alemanha "The german job roulette", onde são relatadas situações que não acreditava possíveis na Alemanha (a facilidade com que um trabalhador pode chegar ao emprego e ser-lhe comunicado o seu despedimento para ser substituído por um polaco). Depois outro artigo sobre várias empresas alemãs e a forma como têm reagido, as bem sucedidas como a Adidas (re-estruturação), que nos últimos 8 anos aumentou o número de postos de trabalho na Alemanha em 61%; Hoechst (divida em n empresas mais pequenas) que perdeu 53% de postos de trabalho na Alemanha; O fracasso da expansão da Daimler com -18% de postos de trabalho; e o relato do sucesso das pequenas empresas (que detêm 20% das patentes mundiais), que não estando sujeitas à pressão do mercado bolsista puderam especializar-se em nichos de mercado, como a ZAF com mais 38% de postos de trabalho.
O artigo que ando a ler é sobre os "Tiny Tigers", a fatia vertical que vai do sul, da Eslovénia até à Letónia e Estónia. e relata a pujança do crescimento desses países. O caso da Eslovénia é impressionante, a nossa API deve corar de vergonha com o desempenho, em 2004 e 2005, na captação de investimento estrangeiro. E ainda só vou na página 74.

Publicado por: diogenes às dezembro 13, 2005 12:15 PM

Ooops não é Eslovénia, é Eslováquia.

Publicado por: diogenes às dezembro 13, 2005 12:18 PM

"Repito o que já aqui escrevi: faz falta à Joana um (bom) bocado de modéstia."

Isto sim é um comentário de um arrogância extrema, de quem pensa que pode e deve interferir na liberdade dos outros.

Publicado por: Mário às dezembro 13, 2005 12:23 PM

diogenes às dezembro 13, 2005 12:15 PM

Então bom resto de leitura.

Obrigado pela resenha.

"até 1842, ano em que a China perdeu a guerra com os ingleses e foi obrigada a abrir-se, em que a China e a India representavam 40% do PIB mundial"

É curioso que a "abertura" forçada da China tenha coincidido com o começo do seu declínio.

A guerra de 1842 foi a "guerra do ópio". O mercado chinês era, entaõ como agora, muito grande. Mas a indústria chinesa fornecia-o, e a Inglaterra, que estava instalada na Índia, não tinha nada de útil para fornecer à China a não ser... ópio. Os chineses, ciosos da saúde da sua população, fecharam as fronteiras a esta importação. A Inglaterra, ciosa de vender a sua droga (tal como hoje vende álcool, também uma droga muito rentável), declarou guerra à China, e venceu-a. A partir daí pôde intoxicar os chineses à vontade.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 13, 2005 12:49 PM

Muto antes dos europeus se fazerem aos mares os chineses já os dominavam e faziam estensas trocas comerciais. Não tinham colónias, preferindo antes o mercado livre. Eram incomparavelmente mais ricos que os europeus.

Por terem se metido em alguns eventos faraónicos (OTA da altura), por crendices religiosas (equivalente ao keynesianismo), fecharam-se (proteccionismo) e ficaram pobres, atrasados, estaganaram. Só agora voltam a emergir, quando abraçam o liberalismo que, no fundo, medrou muito mais cedo a oriente que no ocidente.

Publicado por: Mário às dezembro 13, 2005 01:42 PM

História saborosa

Publicado por: Lucas às dezembro 13, 2005 02:33 PM

Quem promove o desenvolvimento da China são os empresários. O papel do Estado foi libertar alguns sectores da sociedade para se desenvolverem, e apoiá-los no que toca a negociações internacionais.

Publicado por: Viegas às dezembro 13, 2005 03:22 PM

Todas as pessoas quem interagem com outras são empresárias. A mentalidade anti-empresarial nada mais é que uma filosofia anti-humana, de holocausto. Não é por acaso que as teorias de esquerda levam à pobreza e, quando mais extremas, à morte de milhões.

Publicado por: Mário às dezembro 13, 2005 03:57 PM

este veio agora duma viagem com o Pai Natal !

Publicado por: zippiz às dezembro 13, 2005 04:25 PM

A Ideia de Fazer um TGV entre Lisboa e Porto é Completamente absurda e estúpida.

Mas Provavelmente uma ideia como os nossos políticos.

Porquê?

Não traz nada de novo e se o Alfa Pendular tivesse uma linha em condições faria o percurso quase no mesmo tempo. Além disso custa mais do Dobro da Ligação a Madrid.

Pode parecer irreal mas é assim.

Um País pequeno como o nosso cheio de TGV's. É lindo. Completamente inútil mas lindo.

Só duas Linhas fazem sentido. Uma a prevista entre Lisboa e Madrid, que é perfeitamente normal, a outra Porto - Vigo - Madrid. esta Talvez dispensável mas também lógica. Agora a Lisboa Porto vai-se tornar num passeio para ricos, é completamente inútil.

O Que faria Mais sentido, e para mim que não sou técnico era:

Porto - Vigo - Madrid

Lisboa - Madrid

Faro - Sevilha

Depois com a solução mais económica, o alfa pendular, com condições, criavam-se vias estruturantes.

Por exemplo uma ligação Bragança - Porto - Coimbra - Lisboa - Ourique - Faro

e mais talvez uma Bragança - Guarda - Évora - Beja - Faro

Publicado por: Braveman às dezembro 13, 2005 04:27 PM

Também não ficava mal ligar-mos várias cidades portuguesas por canais fluviais... eheheh

Entrar num esteiro em Cacia e subir até ao Fundão de barco... em especial a subida até à Torre, na Estrela, seguida de uma descida abrupta até à Covilhã e depois a chegada ao Fundão...

É tão fácil fazer planos com o dinheiro dos outros...

Publicado por: diogenes às dezembro 13, 2005 04:37 PM

"A ideia de fazer um TGV entre Lisboa e Porto é completamente absurda e estúpida."

Pois é. O Porto é uma cidadezeca de 350.000 habitantes que, pura e simplesmente, não sustem mercado para um TGV. Quem quer que viaje num combóio de Lisboa para o Porto facilmente constata que metade das pessoas que entram em Lisboa saem em Coimbra ou Aveiro, isto é, não se destinam ao Porto. Os combóios rápidos Lisboa-Porto só se justificam tendo em conta as cidades intermédias. Ora, um "TGV" que páre nas cidades intermédias pura e simplesmente nunca atingirá a velocidade TGV. Não será um TGV. Ou quando muito sê-lo-á entre Lisboa e Coimbra. De Coimbra a Aveiro (50 km) e de Aveiro ao Porto (80 km), o combóio não tem tempo para acelerar até à velocidade TGV, e voltar a travar.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 13, 2005 04:48 PM

TGV... Soa bem, cria ânimo às pessoas. E como Sócrates nos ensinou, é este tipo de confiança que faz a economia recuperar.

A mesma ideia está implícita no "Cheque Tecnológico". Um subsídio sempre permite adquirir uma viatura nova, que atrai mulheres do género da Ana. Para quem vivia com uma Marcia, trata-se de uma grande salto na vida, que só pode trazer mais auto-confiança e, não preciso dizer mais, lá vão subir os indicadores económicos em flecha.

Publicado por: Mário às dezembro 13, 2005 04:55 PM

A Márcia precisava de um cheque, mas não tecnológico

Publicado por: fbmatos às dezembro 13, 2005 06:18 PM

A Márcia precisava de um cheque, mas não tecnológico

Publicado por: fbmatos às dezembro 13, 2005 06:20 PM

OK, fbmatos, já que insiste.

Publicado por: Apoderado da Marcia às dezembro 13, 2005 06:21 PM

Hum

Publicado por: py às dezembro 13, 2005 08:09 PM

pimba

Publicado por: py às dezembro 13, 2005 08:09 PM

Viegas às dezembro 13, 2005 03:22 PM e outros

Vamos lá a uma sondagem para ver se chegam a uma conclusão.

A China é:

(1) um país comunista de economia centralizada onde o Estado tem um papel determinante?

(2) um país capitalista camuflado de socialista para proporcionar um objecto de rendimento fácil à propaganda cinematográfica americana?

(3) um país com um sistema neoliberal em que o papel do Estado é o de servir de porteiro às transnacionais (como sugere o supracitado Viegas)?

(4) uma grande dor de cabeça para os neocons dos EUA?

(5) uma realidade um bocadinho complexa e que equivale a demasiada areia para a camioneta de um certo número de visitantes deste blogue?

(6) Só sei que a China é um país que fica na Ásia e é maior que Macau [esta opção pode ser escolhida sem problemas porque a sondagem assegura o anonimato]

Publicado por: (M) às dezembro 13, 2005 08:29 PM

A China fica aqui mesmo na minha rua (e nas ruas adjacentes) e, apesar disso ou talvez por causa disso, é muita areia para a minha camioneta.

Publicado por: Senaquerib às dezembro 13, 2005 09:31 PM


Vou responder com a

(7) uma ex-escravatura de Estado destinada a ser a próxima superpotência mundial (se não houver nukes antes...)

Publicado por: J P Castro às dezembro 13, 2005 10:16 PM

Qd os Portugueses começaram a chegar à China , vendiam entre outros produtos , alguns de tecnologia tão avançada que deixaram os chinocas de olhos ainda mais em bico.
O mais interessante de todos eram os relógios .
Os Chineses só conheciam a grosseira clepsidra e qd viram os primeiros Relógios Mecânicos da vida deles ficaram pasmados .. ao contrário dos Japoneses que qd os viram compraram , desmontaram e fizeram os de quartzo , os Chineses compravam sempre aos pares... assim sabiam sempre se algum se atrasava ... ou adiantava ....ká ká ká ká.
( isto é verídico...)

A china .. é uma Bomba Relógio????
Ou os chineses são os escravos do mundo actual?Para benefício dos seus algozes e de um mundo que usufrui de produtos ao preço da chuva ? Parece o final do Triunfo dos Porcos...


Publicado por: Caboclo Capiroba Fundador da Nação Brasileira às dezembro 13, 2005 10:17 PM

aliás, parcialmente ex-escravatura...

Publicado por: J P Castro às dezembro 13, 2005 10:18 PM

Eheheh
Claro que os Portugas da época deviam dar muita risada , e deviam enfiar os de 2ª escolha ós chinocas ...ká ká ká...

Publicado por: Caboclo Capiroba às dezembro 13, 2005 10:21 PM

A China já é uma superpotência comercial aqui na minha rua.
Está a comprar tudo quanto é espaço para instalar mais lojas. Sempre mais.

Publicado por: Senaquerib às dezembro 13, 2005 10:25 PM

A China fica na Ásia?
Isso era dantes!

Publicado por: Senaquerib às dezembro 13, 2005 10:27 PM

Em relação ao post: o título tinha mais piada se fosse "Márcia e Ana". Para representar o planeta diferente dos membros flácidos... que afinal tinham uso (incoerências de um nicho de mercado).

Publicado por: J P Castro às dezembro 13, 2005 10:30 PM

Tem aqui em cima um comentário massa ... o do preenchimento do nicho ... sem dúvida ... ká ká ká ?? Vixe .. oxe..máluco ...oh meu rei .. bem visto...
Agora .. é só sorte ? a posição realmente .. é comum ... mas na Ana parece exitir uma percepção...

Publicado por: Caboclo Capiroba às dezembro 13, 2005 10:33 PM

Eu juro que eu gostava de deixar esta capicua para alguém mas não resisti a preencher o nicho...

Publicado por: J P Castro às dezembro 13, 2005 11:25 PM

Vejo que nicho de mercado adquiriu um sentido mais alargado

Publicado por: Rui Sá às dezembro 14, 2005 09:52 AM

Fora de brincadeiras, o post está bem esgalhado

Publicado por: Rui Sá às dezembro 14, 2005 09:54 AM

Também não ficava mal ligar-mos várias cidades portuguesas por canais fluviais... eheheh

Entrar num esteiro em Cacia e subir até ao Fundão de barco... em especial a subida até à Torre, na Estrela, seguida de uma descida abrupta até à Covilhã e depois a chegada ao Fundão...

É tão fácil fazer planos com o dinheiro dos outros...

Publicado por: diogenes às dezembro 13, 2005 04:37 PM

Do que falo é de um plano a longo prazo, estruturante do nosso país. Se o quer ridicularizar continue. Provavelmente o senhor é de Lisboa e para si o resto do país deveria ser uma reserva ecológica.

Publicado por: Braveman às dezembro 14, 2005 03:18 PM

81=3*27=3**4, não é primo mas é giro

Publicado por: py às dezembro 14, 2005 05:16 PM

Eu de Lisboa? Vade retro!!!

Publicado por: diogenes às dezembro 14, 2005 09:24 PM

História muito bem escrita. Com uma malícia bem construída

Publicado por: Rave às dezembro 15, 2005 01:34 AM

Hist´roria mais gostosa!

Publicado por: Jarbas às dezembro 17, 2005 12:57 AM

"Para quem gosta de livros, visitar Hay-on-Wye é como entrar na cave do Aladino. E quando se regressa parece que se está a voltar de uma caça ao tesouro.
Conheci esta pequena aldeia, na fronteira entre Inglaterra e o País de Gales, há 15 anos e tenho lá voltado de dois em dois anos. Chama-se "Hay-on-Wye": Wye é o rio que atravessa a aldeia que continua a ser uma espécie de feudo. Para além disso fica perto das Black Mountains, onde a Natureza é por si só muito bonita.
A aldeia é muito antiga, fortificada, com um castelo no topo da colina, semelhante ao que se assiste na raia portuguesa. E foi aí, no castelo, que foi montada a primeira livraria por um senhor chamado Richard Booth, um excêntrico que decidiu fazer da aldeia, que estava em declínio económico, uma espécie de paraíso de alfarrabistas - uma aldeia que vive da venda de livros.
A partir daí as pessoas começaram a chegar à procura de livros antigos que não encontravam em mais parte alguma. E foi assim que eu fui lá parar... através de uma reportagem num jornal que dizia que Hay-on-Wye era um paraíso de alfarrabistas.
Essa aldeia depois foi crescendo e a maioria dos espaços transformados em livrarias de livros antigos: as antigas mercearias encheram-se de títulos, o cinema local tranformou-se numa livraria. Aqui não há cinema, não há teatro. Há livros.
Sempre comprei livros em alfarrabistas, não só porque preciso de comprar livros antigos para o meu trabalho, mas porque gosto de comprar livros por acaso; que encontro misturados no meio dos outros. E é isso que acontece em Hay-on-Wye. São cerca de 50 livrarias de livros antigos, não necessariamente preciosidades bibliografas, sobre tudo por preços irrisórios: de certeza que há uma livraria com uma grande secção de livros sobre espingardas para quem gosta de espingardas. Da última vez que lá estive, em conversa na livraria do Richard Booth, fiquei a saber que os maiores visitantes da livraria são japoneses que vão à procura de livros sobre coelhos e, de facto, há uma secção só sobre coelhos.
Regresso sempre de Hay-on-Wye com uma ou duas malas cheias de livros, também graças aos preços baixos. Até porque não há muito mais para fazer além de comprar livros. Os dias passam-se a passear por aquelas prateleiras de livros durante horas e horas. Foi lá por exemplo que comprei um livro completamente inverosímil de uma senhora, que era scriptwriter mais do que escritora, que li anteontem e que trouxe de lá para aí há uns cinco anos.
E mesmo com o aparecimento do fenómeno da Amazon, não me parece que Hay-on-Wye venha a sofrer: permanece a possibilidade do contacto físico com o livro, ver a lombada. E como aquilo está arrumado por temas - História, Astrologia, Biologia, Biografias, etc. - às vezes estamos à procura de um livro e encontramos outro que nem sabíamos que existia ou que sempre nos apeteceu ler mas já nem nos lembrávamos.
A Amazon satisfaz a necessidade de quem, como eu, gosta de comprar livros, principalmente usados. Mas a escolha faz-se entre comprar livros no meio dos mais fabulosos cenários bucólicos que conheço ou estar sentada na cave a mandar vir um livro pela Internet. Falta o cheiro, falta o convívio. Até porque a aldeia atrai muitos excêntricos. Andamos pelas livrarias e as outras pessoas que por lá andam são parecidas connosco. Há uma espécie de comunidade fraterna entre pessoas que gostam de livros. Por exemplo, não sinto vontade nenhuma de ir conhecer a Índia ou a China, que são culturas suficientemente diferentes da minha para eu não as perceber. Prefiro voltar a sítios que já conheço, como em Hay-on-Wye onde me sinto em casa e onde vivo momentos de pura felicidade. Aquele sentimento que eu tinha em miúda, quando começava o ano lectivo e se comprava os lápis de cor, os cadernos... O mesmo se passa quando regresso de Hay-on-Wye: chegar a casa com sacos enormes cheios de livros e arrumo-os todos muito arrumadinhos e limpo-os com muito cuidado porque muitos deles estavam sujos - foi lá por exemplo que eu comprei a biografia do filho do Gulbenkian, o Nubar Gulbenkian, que é muito divertida e interessante; e cheirava tão mal que esteve para aí 15 dias no jardim, aberto, a arejar e, passados uns quatro ou cinco anos, continua a cheirar mal."

Sugestão
"O festival literário The Guardian Hay Festival (www.hayfestival.com, que em 2006 decorre entre os dias 26 de Maio e 4 de Junho), patrocinado pelo jornal de Rupert Murdoch, reúne alguns dos escritores mais célebres do momento que lêem excertos dos seus livros e discutem os mais variados temas. O evento deu imensa projecção à aldeia."

Onde ficar
"Costumo ficar no Old Black Lion, um pub com uma pensão por cima, que era uma antiga cavalariça do século XVII e que tem um ambiente muito simpático, com pessoas muito afáveis e um verdadeiro ambiente de pub inglês, com enormes mesas de carvalho e muita cerveja. Além disso tem uns bifes fabulosos - é no pub que costumo comer. Há também um hotel com melhores condições, mas eu prefiro locais relativamente rascas mas com algum charme. Ou então ir para os hotéis de cinco estrelas de topo."

Preços
Old Black Lion: 40£/duplo (60?)
Livros: 1 a 2£ (1.50 a 2?)
Festival: 5£ (7.40?)

Área: 20.779 km² (País de Gales)
Habitantes: 140 hab/km² (País de Gales)
Hora: GMT

Como ir
A Iberia voa de Lisboa, Porto e Faro para Londres desde 165 euros (ida e volta, taxas incluídas). A estação de comboios mais próxima de Hay-on-Wye é Hereford, a cerca de 35km da aldeia. O bilhete da capital britância até Hereford custa desde 75 euros (ida e volta).

* Formou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1969, e acabou o doutoramento em Sociologia, na Universidade de Oxford, com a tese Popular Education and Salazar"s Regime (1926-1939), em 1978. Colaborou com várias publicações jornalísticas, nomeadamente com o "Diário de Notícias", o "Expresso" ou o PÚBLICO. Actualmente faz parte do Corpo Científico do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e lançou recentemente a sua autobiografia: Bilhete de Identidade, Memórias 1943-1976.

Vem no Mil Folhas de hoje 17/12
Espero que deixem passar este.
Adoro esta mulher !!

Publicado por: Tenho muita inveja do António Barreto às dezembro 17, 2005 03:24 PM

Ana

Publicado por: Coruja às dezembro 17, 2005 06:02 PM

Ana

Publicado por: Coruja às dezembro 17, 2005 06:02 PM

Ana

Publicado por: Coruja às dezembro 17, 2005 06:03 PM

e Márcia

Publicado por: Coruja às dezembro 17, 2005 06:03 PM

Uma história bem maliciosa e escrita com nível. Parabéns

Publicado por: hanibal às dezembro 18, 2005 11:42 PM

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