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dezembro 14, 2005

Percursos

Li ontem que Silva Graça tinha decidido apoiar a candidatura de Cavaco Silva. Na sequência aliás do apoio dado por Veiga de Oliveira, de quem é bastante amigo, à mesma candidatura. Curioso o percurso deste homem que é o paradigma do desencanto de uma geração perante utopias que desabaram com fragor arrastando na queda convicções que se tinham por absolutas e indiscutíveis.

Silva Graça é amigo do meu pai desde os tempos universitários, embora ele seja cerca de 5 anos mais velho e de um curso diferente. No mais aceso da guerra do grupo dos 6 contra o núcleo duro do PCP ele esteve, por mais de uma vez, em nossa casa, era eu uma jovem universitária. O cerne da discussão era o desvio de Álvaro Cunhal e dos “incondicionais” relativamente às verdadeiras raízes marxistas-leninistas. Silva Graça pretendia demolir a velha guarda, a golpes de Lenine, e eu passei esse serão a carrear volumes das obras completas de Lenine, desde o local onde eles estavam (a outra extremidade da casa) até à sala onde se conversava. Desde as Teses de Abril, até aos debates nas instâncias do Partido Bolchevique, passando por discursos nos sovietes e nos sindicatos, tudo foi passado em revista. Nem telegramas escaparam à nossa devassa exegética! A ideia era que naquela época haveria lugar para uma diversidade de opiniões (dentro do leque estrito do ideário bolchevique, como é óbvio) que desaparecera depois, com o estalinismo de que o Cunhal seria o herdeiro.

O meu pai, que nunca andara na política activa, tinha um distanciamento sobre aquelas matérias, que iam além das nossas lucubrações. Aquando um congresso do PCP, em 1976, ter-lhe-ia dito, na euforia de um momento em que parecia que o PCP iria crescer em força, que o PCP estava condenado a ficar num gueto – bastava ver as pessoas que tinham sido escolhidas para os órgãos dirigentes do partido, que era o sinal evidente de que o partido se fechava sobre si próprio. Mais tarde, no início dos anos 80 (no fim da época Brejnev) ter-lhe-ia dito que, para além de ser uma potência económica de segunda ordem, a URSS corria o risco de se tornar igualmente uma potência militar de segunda ordem, pois estava a perder a batalha das novas tecnologias, especialmente a tecnologia da informação, e a sua organização social nunca permitiria ter qualquer êxito nessa área. Quando alguns amigos dele, do PCP, como Silva Graça e outros, se queixavam da rigidez política de diversos dirigentes, ele sempre dissera que o principal artífice da rigidez do partido era Álvaro Cunhal. Ora a relação desses comunistas, figuras de topo da política – parlamentares, vereadores, ex-ministros, etc. – com a figura de Álvaro Cunhal era exactamente a mesma que a relação dos ditadores de todas as épocas com os seus súbditos: estes pensam que a culpa do que está mal é sempre de alguns dirigentes demasiado zelosos, mas nunca dos ditadores que, quando se derem conta disso, corrigirão os erros. Várias vezes Silva Graça citou então essas conversas, que ele sempre tomara por “pessimismo”, ou vacilação pequeno-burguesa, mas que agora (fins dos anos 80) percebia que afinal tinham tido consistência.

Ilusões, como se provou, algum tempo depois, com a queda do muro de Berlim e a implosão da URSS. Os erros não estavam apenas naqueles dirigentes demasiado zelosos (aliás, alguns deles seriam anos depois expulsos do PCP); também não estavam apenas no alegado desvio estalinista de Álvaro Cunhal perante a pureza do marxismo-leninismo; também não o estariam na redução leninista do marxismo a uma metodologia de assalto ao poder e sua conservação por métodos totalitários, em nome da necessidade histórica da emancipação do proletariado. O erro é a herança do marxismo como utopia de uma sociedade perfeita e de uma vanguarda consciente que tem por missão conduzir o proletariado à redenção.

Ao arrogar-se como intérprete da vontade de um proletariado que já nem sequer existe, a necessidade de passar da utopia teórica à realidade da construção da utopia, aquela vanguarda consciente produz necessariamente um regime totalitário que massacra impiedosamente aqueles que não desejam ser redimidos, que não querem ser o “homem novo” que a utopia em construção pretende engendrar. Aconteceu assim sempre, em todos os regimes que se estabeleceram com aquele intuito. Portanto os propósitos do Silva Graça nunca teriam êxito, como não o tiverem os outros segmentos do PCP que sucessivamente se foram rebelando. Os renovadores só existem na imaginação dos próprios. Não há nada a renovar. Não é possível renovar algo que conduz necessariamente ao totalitarismo. É a própria ideia de base que está errada.

Na semana passada fui ao lançamento de um livro sobre o João Amaral, numa cerimónia que se realizou no salão nobre dos Paços do Concelho. Foi uma cerimónia limitada à família, amigos chegados da família, vereação e figuras do regime (PR, presidente da AR, líderes partidários, um ou outro renovador, etc.). O orador principal foi o Carlos Brito. O Carlos Brito é talvez, entre os elementos do PC que conheci e com os quais debati ideias, aquele que me pareceu ter uma maior preparação teórica, o que, aliás, não é um grande elogio. O seu discurso foi vazio e lamechas. E foi-o porque ele não tinha nada a oferecer de substantivo. Apenas recordações, mais nada.

Já não há renovadores. Apenas pessoas que se reúnem nestas cerimónias e depois vão dando uns dedos de conversa, aqui e ali, revendo outras pessoas que já não viam há anos. Muitos beijos, apertos de mão e conversas banais. Apenas amigos.

Publicado por Joana às dezembro 14, 2005 07:59 PM

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Comentários

O estilo rígido e autoritário de Cavaco até pode agradar a alguns comunistas mais estalinistas e segundo as sondagens de facto alguns eleitores tradicionais do PC irão votar em Janeiro em Cavaco. É claro que a adesão de Silva Graça pertence a um outro grau de razões, mas os primeiros comunisto-cavaquistas não devem ser em número de desprezar... Especialmente agora que a liderança do PC adoptou uma postura um tanto "feirante" e "dançarina" que desagrada a muitos comunistas de gema.

Publicado por: Rui Martins às dezembro 14, 2005 08:08 PM

Há uma koisa que partilho com a Joana, é a curiosidade. Penso que em qualquer dos casos pela verdade, pois se só esta se basta a si própria, como aprendemos com o doutor de Aquino.

Fui do PCP entre 1976 e 1981, um lustro, ou um quinquénio. Houve uma koisa, saí promovido mas desencantado, demiti-me quando tinha alcançado o núcleo restrito da nomenklatura da juventude.

Não estou arrependido de nada, são trajectos. Claro que se em abstracto pudesse voltar atrás não faria certas coisas que fiz e teria quiça feito outras.

A perversão da utopia socialista está caracterizada pelo totalitarismo e a persistência da gerontocracia e das nomenklaturas, mas atenção vamos recordar o pleno emprego, casa para todos, saúde e educação gratuitas, e o desempenho nos jogos olímpicos.

Além disso como o (M) bem lembrou a análise do caso China revela-se fora dos standards, e muita areia na camioneta para os neocons.

Agora a perversão da utopia da Mão Invisível ainda está por denunciar, parece. Querem exemplo literalmente mais flagrante? Os fogos em Portugal.

Falaremos depois disso. Mas tenho uma dúvida, lamento confessar mas estou com preguiça de ir consultar os clássicos. A Mão Invisível foi primeiro teorizada pelo Adam Smith e depois vulgarizada pelo Keynes, ou não se pode dizer assim?

Publicado por: py às dezembro 14, 2005 08:20 PM

Bem, py, eu também sou leigo na matéria, mas parece-me que o Keynes defende a intervenção estatal em contra-ciclo. Logo, de "invisível" a mão tem pouco. Já o Smith falava de algo que pressentia mas não conseguia explicar (daí chamar-lhe invisível).

No fundo, a "mão invisível" é uma forma de feedback (negativo) de um sistema dinâmico: o da formação de preços.

Grosso modo, numa visão diferente e provavelmente errada, um agente aumenta a produção para obter mais lucro e apanha como feedback a diminuição do preço pelo aumento da oferta. Se decide diminuir a produção para aumentar o preço, apanha como feedback uma provável diminuição da procura dirigida a ele pelo surgimento de outros agentes no mercado.

Já os monopólios e a intervenção estatal alteram bastante este quadro...

bem dizia um professor meu que o feedback é um prazer secreto, um dos três únicos que existem na vida...

Agora, só resta saber onde estou errado.

Publicado por: J P Castro às dezembro 14, 2005 10:07 PM

Além disso como o (M) bem lembrou a análise do caso China revela-se fora dos standards, e muita areia na camioneta para os neocons.

A China? Um país comunista? A China é um retrato da humanidade, permanentemente oscilando entre o império dominador e a multiplicidade de poderes que o primeiro na verdade esconde. Hoje estão numa fase mundialista, e assim continuarão até que esse mundialismo prejudique o regime. Isto já aconteceu na China do século XV, XVI, e até antes. Basta lembrar a invenção chinesa da pólvora...

Publicado por: Pedro Oliveira às dezembro 14, 2005 10:08 PM

(…) A lógica do “mal menor”, parecendo a mais eficaz no curto prazo, é a verdadeira responsável pelo incessante avanço da direita. Recordemos a disputa Soares-Freitas, quando a esquerda se mobilizou para garantir a “derrota da direita” votando em Soares; o “progresso” desde então feito pela democracia pode medir-se por este simples facto: Freitas do Amaral passou de emblema da reacção a ministro dos Estrangeiros de um governo socialista... Foi ele que mudou ou foi o regime que deslizou ao seu encontro? (…)


in
http://politicaoperaria.no.sapo.pt/artigos/artigo3.htm

Publicado por: zippiz às dezembro 14, 2005 10:16 PM

Foi o regime qie atropelou o Freitas

Publicado por: Coruja às dezembro 14, 2005 10:20 PM

É verdade que a URSS não conseguiu acompanhar a evolução tecnológica, sobretudo no domínio da microelectrónica e dos sitemas digitais, base de gigantescos avanços na informática e nas telecomunicações.
Eu notei isso durante os anos 70 e apercebi-me que algo estava a correr mal no sistema soviético.
Tal como hoje fico espantado quando, por exemplo, vou a consultas médicas e verifico que, em geral, os nossos médicos são avessos à utilização de computadores. Algo está a correr mal também aqui.

Publicado por: Senaquerib às dezembro 14, 2005 11:12 PM

Rui Martins às dezembro 14, 2005 08:08 PM

Não sou comunista, mas essa da postura "feirante" e "dançarina" não é, de modo algum, exclusiva do PCP.
Muito longe disso!

Publicado por: Senaquerib às dezembro 14, 2005 11:16 PM

Essa postura é geral dos políticos sem ideias e que querem captar eleitores.

Publicado por: fbmatos às dezembro 15, 2005 12:05 AM

detesto insónias

Publicado por: py às dezembro 15, 2005 12:07 AM

lexotão

Publicado por: py às dezembro 15, 2005 12:08 AM

Também eu

Publicado por: Coruja às dezembro 15, 2005 12:08 AM

Também eu

Publicado por: Coruja às dezembro 15, 2005 12:08 AM

Também eu

Publicado por: Coruja às dezembro 15, 2005 12:09 AM

então corujinha encontramo-nos no hiperespaço daqui a bokadinho. Agora vou fumar um cigarro.

Publicado por: py às dezembro 15, 2005 12:11 AM

OK

Publicado por: Coruja às dezembro 15, 2005 12:15 AM

Quem quiser fumar cá dentro vá fumar lá para fora!

Publicado por: Senaquerib às dezembro 15, 2005 12:21 AM

Devia ser proibido fumar neste blogue!

Publicado por: Senaquerib às dezembro 15, 2005 12:23 AM

Fumarada já há cá muita!

Publicado por: Senaquerib às dezembro 15, 2005 12:23 AM

pronto, fumei 2 por causa das tosses. Agora com o lexotão espero ir nadar não tarda nada. Mas amanhã estou bronko.

Ui, amanhã de manhã tenho a minha Fátima que durante a primeira meia hora vai-me contar as (des)graças todas e as sondagens da rua. É sempre por ela que eu sei como é que andam as koisas...

Tenho que estar pronto para basar de mala feita às 10h. Cheira-me que a roupa vai ficar toda trokada.

Agora vou fazer assim: vou horizontalizar e vou-me lembrar do belo vôo das 30 águias que me visitaram na crista de quartzito das Portas do Rodão e logo vejo se aparece uma corujinha pelo meio. Se quiseres podes pousar num ramo meu e contamos histórias até adormecer...

Nada mais que é para não ficares com má fama.

Publicado por: py às dezembro 15, 2005 12:29 AM

Boa ideia

Publicado por: David às dezembro 15, 2005 01:14 AM

Esse percurso tem sido o de muita gente. E a Joana conta isso com um espírito de observação que realça o essencial do que de facto aconteceu

Publicado por: Ricardo às dezembro 15, 2005 01:37 AM

Quem conhecer a organização de todos os partidos portugueses e quiser ser sério terá que admitir que o que se diz de um se

aplica a todos, no que se refere a democracia interna e prevalência de personalidades.
Assim, o papel determinante de Cunhal no PCP não foi maior nem menor do que o de Soares no PS ou Sá Carneiro no PPD.

Ou o de todos os líderes carismáticos de todos os partidos, pequenos ou grandes.
Também não é difícil encontrar em todos os partidos um séquito de medíocres seguidores e uma entourage de ambiciosos

candidatos permanentes a cargos de direcção.
No PCP não houve a rotação do grupo dirigente que se verificou nos outros três partidos parlamentares por uma razão simples:

no PS, PSD e CDS os dirigentes foram saindo para cargos governamentais, dos quais saíram, depois, para as administrações

de empresas públicas e privadas. Logo, exceptuando alguns casos, esses dirigentes não regressavam aos partidos, o que

obrigava a uma renovação de quadros. Como está à vista, isso não foi, necessariamente, bom. Isto também não significa que a

não renovação dos quadros do PCP tenha sido, necessariamente, boa.

A parte substancial do post da Joana traduz-se na apreciação que faz das personalidades citadas e dos exemplos que institui.
Joana apresenta-nos Silva Graça não como um exemplo, mas, inclusivamente, como o «paradigma» de um comunista

«moderno» que teria ficado «desencantado» não se sabe bem com o quê.
A verdade é que o percurso de Silva Graça antes e depois do 25 de Abril é publicamente conhecido, tal como são conhecidas

as razões por que deixou o Partido. Quem está a par da história, sabe que Silva Graça, no que se refere ao PCP, não passa de

um arrivista. Tentem saber quem é que Silva Graça despediu antes do 25 de Abril, porquê e em que termos. Como isso se

soube depois do 25 de Abril e qual foi o trajecto de Silva Graça. Ficarão a saber quem era este «paradigma».

Sobre Carlos Brito, escreve Joana: «O Carlos Brito é talvez, entre os elementos do PC que conheci e com os quais debati

ideias, aquele que me pareceu ter uma maior preparação teórica, o que, aliás, não é um grande elogio».
Deixando de lado a observação de que dizer-se de alguém que tem uma grande preparação teórica «não é um grande elogio»,

torna-se evidente que Joana conheceu pouquíssimos «elementos» do PCP. Carlos Brito foi sempre um peru enfatuado

debitando banalidades e lugares comuns. Como presidente do grupo parlamentar do PCP foi uma desgraça. A sorte dele, e do

partido, foi ter tido nas bancadas deputados como Vital Moreira, João Amaral e outros, que fizeram esquecer a nódoa que era o

presidente do grupo parlamentar.

A razão para os encómios de Joana a Graça e a Brito salta à vista. Parafraseando os que dizem que «um bom comunista é um

comunista morto», é óbvio que para Joana «um bom comunista é um ex-comunista».

Quanto aos «segmentos do PCP que sucessivamente se foram rebelando», temos a circular por aí os exemplos vivos de Zita

Seabra e José Luis Judas, que são, esses sim, «paradigmas» de uma certa categoria de rebeldes. E no rol há muitos outros,

não tão conhecidos do público.

Joana constata que «já não há renovadores». Pois não. Na verdade nunca houve, Os «renovadores» não são algo que tenha

existido «na imaginação dos próprios», são fruto da imaginação de uma comunicação social pouco escrupulosa com as

classificações e a análise política.

Também é verdade que não se pode exigir demasiado a jornalistas mal preparados, quando a Joana, culta e inteligente, usa

cassetes do estilo..........

«Ao arrogar-se como intérprete da vontade de um proletariado que já nem sequer existe, a necessidade de passar da utopia

teórica à realidade da construção da utopia, aquela vanguarda consciente produz necessariamente um regime totalitário que

massacra impiedosamente aqueles que não desejam ser redimidos, que não querem ser o “homem novo” que a utopia em

construção pretende engendrar.»

Vê-se, assim, que Joana está totalmente por fora das discussões sobre o que significa ser marxista e comunista no século XXI.

Ao agitar a semântica de velhas cartilhas ideológicas (apenas com o intuito de estabelecer conotações políticas negativas com

um partido e os seus dirigentes) Joana mostra que o seu conhecimento da produção teórica sobre o comunismo não vai além

do PCP. Ou seja, tal como o PCP, cristalizou no tempo. Provavelmente no sistema ortorrômbico.

Apenas mais uma observação. Apoiar o professor Cavaco Silva não significa, necessariamente, uma redenção ideológica nem é

parte de nenhum percurso. Pela parte que me toca, é irrelevante votar Cavaco ou Soares (ou, até, Alegre) numa segunda volta,

quer pelos limitados poderes do Presidente quer pelo facto de os três comungarem dos mesmos valores essenciais. Mas se eu

fosse, verdadeiramente, obrigado a escolher entre Soares e Cavaco, não teria qualquer dúvida em escolher Cavaco.

Publicado por: (M) às dezembro 15, 2005 02:28 AM

Quem conhecer a organização de todos os partidos portugueses e quiser ser sério terá que admitir que o que se diz de um se

aplica a todos, no que se refere a democracia interna e prevalência de personalidades.
Assim, o papel determinante de Cunhal no PCP não foi maior nem menor do que o de Soares no PS ou Sá Carneiro no PPD.

Ou o de todos os líderes carismáticos de todos os partidos, pequenos ou grandes.
Também não é difícil encontrar em todos os partidos um séquito de medíocres seguidores e uma entourage de ambiciosos

candidatos permanentes a cargos de direcção.
No PCP não houve a rotação do grupo dirigente que se verificou nos outros três partidos parlamentares por uma razão simples:

no PS, PSD e CDS os dirigentes foram saindo para cargos governamentais, dos quais saíram, depois, para as administrações

de empresas públicas e privadas. Logo, exceptuando alguns casos, esses dirigentes não regressavam aos partidos, o que

obrigava a uma renovação de quadros. Como está à vista, isso não foi, necessariamente, bom. Isto também não significa que a

não renovação dos quadros do PCP tenha sido, necessariamente, boa.

A parte substancial do post da Joana traduz-se na apreciação que faz das personalidades citadas e dos exemplos que institui.
Joana apresenta-nos Silva Graça não como um exemplo, mas, inclusivamente, como o «paradigma» de um comunista

«moderno» que teria ficado «desencantado» não se sabe bem com o quê.
A verdade é que o percurso de Silva Graça antes e depois do 25 de Abril é publicamente conhecido, tal como são conhecidas

as razões por que deixou o Partido. Quem está a par da história, sabe que Silva Graça, no que se refere ao PCP, não passa de

um arrivista. Tentem saber quem é que Silva Graça despediu antes do 25 de Abril, porquê e em que termos. Como isso se

soube depois do 25 de Abril e qual foi o trajecto de Silva Graça. Ficarão a saber quem era este «paradigma».

Sobre Carlos Brito, escreve Joana: «O Carlos Brito é talvez, entre os elementos do PC que conheci e com os quais debati

ideias, aquele que me pareceu ter uma maior preparação teórica, o que, aliás, não é um grande elogio».
Deixando de lado a observação de que dizer-se de alguém que tem uma grande preparação teórica «não é um grande elogio»,

torna-se evidente que Joana conheceu pouquíssimos «elementos» do PCP. Carlos Brito foi sempre um peru enfatuado

debitando banalidades e lugares comuns. Como presidente do grupo parlamentar do PCP foi uma desgraça. A sorte dele, e do

partido, foi ter tido nas bancadas deputados como Vital Moreira, João Amaral e outros, que fizeram esquecer a nódoa que era o

presidente do grupo parlamentar.

A razão para os encómios de Joana a Graça e a Brito salta à vista. Parafraseando os que dizem que «um bom comunista é um

comunista morto», é óbvio que para Joana «um bom comunista é um ex-comunista».

Quanto aos «segmentos do PCP que sucessivamente se foram rebelando», temos a circular por aí os exemplos vivos de Zita

Seabra e José Luis Judas, que são, esses sim, «paradigmas» de uma certa categoria de rebeldes. E no rol há muitos outros,

não tão conhecidos do público.

Joana constata que «já não há renovadores». Pois não. Na verdade nunca houve, Os «renovadores» não são algo que tenha

existido «na imaginação dos próprios», são fruto da imaginação de uma comunicação social pouco escrupulosa com as

classificações e a análise política.

Também é verdade que não se pode exigir demasiado a jornalistas mal preparados, quando a Joana, culta e inteligente, usa

cassetes do estilo..........

«Ao arrogar-se como intérprete da vontade de um proletariado que já nem sequer existe, a necessidade de passar da utopia

teórica à realidade da construção da utopia, aquela vanguarda consciente produz necessariamente um regime totalitário que

massacra impiedosamente aqueles que não desejam ser redimidos, que não querem ser o “homem novo” que a utopia em

construção pretende engendrar.»

Vê-se, assim, que Joana está totalmente por fora das discussões sobre o que significa ser marxista e comunista no século XXI.

Ao agitar a semântica de velhas cartilhas ideológicas (apenas com o intuito de estabelecer conotações políticas negativas com

um partido e os seus dirigentes) Joana mostra que o seu conhecimento da produção teórica sobre o comunismo não vai além

do PCP. Ou seja, tal como o PCP, cristalizou no tempo. Provavelmente no sistema ortorrômbico.

Apenas mais uma observação. Apoiar o professor Cavaco Silva não significa, necessariamente, uma redenção ideológica nem é

parte de nenhum percurso. Pela parte que me toca, é irrelevante votar Cavaco ou Soares (ou, até, Alegre) numa segunda volta,

quer pelos limitados poderes do Presidente quer pelo facto de os três comungarem dos mesmos valores essenciais. Mas se eu

fosse, verdadeiramente, obrigado a escolher entre Soares e Cavaco, não teria qualquer dúvida em escolher Cavaco.

Publicado por: (M) às dezembro 15, 2005 02:32 AM

Boa, boa...
Parece que o blogue está armadilhado contra opiniões divergentes...

# : - ))

Publicado por: (M) às dezembro 15, 2005 02:34 AM

Senaquerib às dezembro 14, 2005 11:12 PM

Posso confirmar que isso é verdade. Uma vez vi num episódio do McGuiver que os tripulantes da Soyuz passavam o tempo a dar corda aos equipamentos. Os Mig também eram ampliações de modelos desenhados pelo Júlio Isidro. Diz-se que funcionavam com elásticos.
Depois disto, como é que querem que eu acredite que o Pentium foi desenhado por um investigador russo que emigrou para os Estados Unidos para vender a solução à Microsoft?

Publicado por: Assinante das Selecções do Reader's Digest às dezembro 15, 2005 02:58 AM

Joana

Disseram-me que você chegou atrasada à cerimónia e teve que ficar de pé.
Imagine que eu situava-a na categoria das pessoas (em que eu não me incluo, confesso) que respeitam os horários...

# : - ))

Publicado por: (M) às dezembro 15, 2005 03:41 AM

Assinante das Selecções do Reader's Digest às dezembro 15, 2005 02:58 AM

Na verdade foi à Intel que Vladimir Pentkovski vendeu os seus conhecimentos, passando a fazer parte dos quadros da empresa.
A arquitectura superescalar tinha sido descoberta na URSS quinze anos antes e foi aplicada nos processadores dos Elbrus, os supercomputadores soviéticos

Publicado por: (M) às dezembro 15, 2005 03:51 AM

(obrigado JP pela tua dika. Agora vou basar mas volto no sábado, em que há assembleia de moradores por causa do PP, depois conto-te. Corujex não vou resistir a passar de novo pelas Portas do Rodão...)

Publicado por: py às dezembro 15, 2005 08:28 AM

"a necessidade de passar da utopia teórica à realidade da construção da utopia [...] produz necessariamente um regime totalitário que massacra impiedosamente aqueles que não desejam ser redimidos"

Esta frase pode talvez ser aplicada, retrospetivamente ou talvez premonitoriamente, à utopia liberal que a Joana defende. É que as intervenções liberalizantes do FMI em muitos países tiveram precisamente o efeito de massacrar impiedosamente partes substanciais das suas populações...

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 15, 2005 09:57 AM

"Silva Graça tinha decidido apoiar a candidatura de Cavaco Silva"

É uma caraterística repetitiva de muitos ex-comunistas, tornarem-se fieis servidores da direita que outrora combatiam. Isso exibe aquilo que esses (e os outros) comunistas são, e sempre foram: adoradores do poder. Apercebendo-se finalmente de que a sua ambição de conquista do poder não pode ser alcançada através do Partido, viram-se para outros métodos de o alcançar. No fundo, aquilo que o comunismo ambiciona, que todo o verdadeiro comunista ambiciona, é isso mesmo: poder. A redenção da classe operária é apenas uma desculpa que, quando se vê já não servir, é abandonada em favor de outras.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 15, 2005 10:01 AM

"aquele que me pareceu ter uma maior preparação teórica, o que, aliás, não é um grande elogio"

Mas a Joana passa a vida a exibir ufana, aqui no blogue, a sua grande preparação teórica, seja em matérias de marxismo, seja de liberalismo. Afinal, pergunto à Joana: essa preparação teórica é uma coisa boa, ou não é grande elogio?

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 15, 2005 10:04 AM

Publicado por: Senaquerib às dezembro 14, 2005 11:12 PM

Na Portugal Telecom todo o atendimento médico é computorizado, incluindo claro está a emissão de qualquer receita.

No HSM (agora não se pode escrever nomes destes) os exames complementares (Rx's, análises) são computorizados e cada médico acede ao seu PC para os visualizar, isto pelo menos nas urgências.

Era ideal que os médicos do privado e alguns do público copiassem o que já se faz aqui do melhor.

Publicado por: Com saúde e satisfeito às dezembro 15, 2005 10:32 AM

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 15, 2005 10:01 AM

e eu a pensar que os discursos de Joana eram desvios de direita de quem já foi marxista!

Publicado por: zippiz às dezembro 15, 2005 11:06 AM

Com saúde e satisfeito às dezembro 15, 2005 10:32 AM

"Na Portugal Telecom todo o atendimento médico é computorizado, incluindo claro está a emissão de qualquer receita."

Não é na Portugal Telecom, mas sim na PT-ACS.

Pratica-se apenas nos Centros Clínicos da PT-ACS e de forma muito incipiente (limita-se praticamente à emisão de receitas).

Não é praticada pelos médicos convencionados, que são milhares.

Publicado por: Senaquerib às dezembro 15, 2005 11:14 AM

Assinante das Selecções do Reader's Digest às dezembro 15, 2005 02:58 AM

Uma vez que eu não leio o Reader's Digest, agradecia que me indicasse os fabricantes de microprocessadores que existiram na URSS e que certamente ainda existem na Rússia ou nos restantes países da antiga URSS, para que eu possa conhecer melhor os repectivos produtos.

Publicado por: Senaquerib às dezembro 15, 2005 12:18 PM

Assinante das Selecções do Reader's Digest às dezembro 15, 2005 02:58 AM

Li recentemente que aquela coisa que hoje em dia se usa nas agendas eletrónicas, de uma pessoa escrever com um pequeno lápis num ecrã e o computador reconhecer os símbolos escritos, foi inventada por um chinês trabalhando de forma independente. De uma vez que o Bill Gates foi à China o indivíduo pediu para lhe falar e mostrar-lhe a sua invenção. O Bill Gates olhou para aquilo e exclamou "isto é uma coisa que eu tenho há anos uns tantos especialistas de software indianos bem pagos a tentar inventar!", e contratou-o logo para implementar aquilo na Microsoft.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 15, 2005 12:33 PM

Acho este post bem observado e que condiz com a ideia que adquiri do que se passava nos meandros do PC desde os meus tempos de estudante, até à data

Publicado por: Hector às dezembro 15, 2005 12:44 PM

Fiquei curioso em saber «o que significa ser marxista e comunista no século XXI».
Pelo que tenho visto de Jerónimo de Sousa e cia, não me parece que haja diferenças, e se as houver é para uma maior mediocridade.

Publicado por: Hector às dezembro 15, 2005 12:49 PM

Hector às dezembro 15, 2005 12:49 PM

Onde raio foi você desencantar a ideia de que «Jerónio de Sousa e cia» são expoentes do comunismo do século XXI?

Publicado por: (M) às dezembro 15, 2005 01:19 PM

(M), desculpe, mas foi confusão minha, certamente. Devo andar a ler os jornais em diagonal. Convenci-me que o Jerónimo de Sousa era secretário geral do PCP, eleito pelos delegados comunistas.

Publicado por: Hector às dezembro 15, 2005 02:59 PM

Cavaco Silva é honesto e competente, é especialista de economia e finanças, quer ordem e progresso, e é o mais parecido que temos com Salazar ou Cunhal.

Publicado por: Tiago às dezembro 15, 2005 03:27 PM

o comunismo do seculo XXI , são a coreia do sul e cuba , unicas utupias subreviventes , graças ao seu dinamismo e adaptação tornaram-se paraisos , para onde todos os verdadeiros comunista querem imigrar infelizmente os liberais de direita não deixam ninguem fugir desta sociedade arcaica e retrogada que caminha a passos miudos para o liberalismo , enfim caminhamos para o abismo sem vermos a salvação ali no outro lado do mundo , na ilha da felicidade . brincadeira , na verdade os comunistas do seculo XXI são diferentes , eles vao impor a sociedade perfeita pela força das convicções e não pela força , eles vão por as pessoas a trabalhar não pelo lucro como os liberais , nem pela força como os primeiros comunistas , mas pela fé no comunismo , não percam a esperança crentes , a salvação esta ao vosso alcance , basta increver-se no BE ou na ATAK .

Publicado por: jojo às dezembro 15, 2005 03:41 PM

Publicado por: jojo às dezembro 15, 2005 03:41 PM

Como confundiu a Coreia do Sul com a do Norte...falando de paraisos...também podia confundir Cuba com Miami do "Rambo"!

Publicado por: amsf às dezembro 15, 2005 04:11 PM

Que grande confusão! E os mais confusos parece que são os que afirmam coisas com mais sobranceria

Publicado por: AJ Nunes às dezembro 15, 2005 04:19 PM

Gosto tanto do género que confundi Sylvester Stallone com Shwarzeneger...para mim são iguais quanto à mentalidade que encarnam!

Publicado por: amsf às dezembro 15, 2005 04:27 PM

O comunismo já não existe, só fosseis ...

Existe sim é o "caminho para o socialismo".

O comunismo já não é adversário , agora o adversario é o " caminho para o socialismo".

Já passou o tempo de decidir se a corrida era a gasolina ( capitalista ) ou a gasoleo ( comunista )
Agora estamos no tempo das microafinações , do detalhe.

Quanto tempo faltará para que se perceba tb que a palavra "socialismo" é tão nefasta como ter um carro com uma roda a travar...

Num tempo de formula 1 .., de competição na casa dos milésimos ..., como se pode enfrentar uma corrida com uma roda a travar ?

Publicado por: Caboclo Capiroba às dezembro 15, 2005 05:53 PM

Joana: os "renovadores" sempre me fizeram confusão, sobretudo os mais idosos. Será que desconheciam o pacto germano-soviético (1939), a repressão da Hungria (1956), a da Checoslováquia (1970), a do Afganistão - ou a do Solidariedade?

Será que estiveram todos entretidos a bater palmas nos komités, e só com o som da queda do Muro é que acordaram para a renovação?

O que é que um "renovador" poderá querer renovar dentro de algo que, por natureza e espírito se sobrevivência/conservação, é inalterável...?

Concordo com o "Luís Lavoura às dezembro 15, 2005 10:01 AM", e chamo a atenção para os benefícios que vieram a obter alguns "renovadores", como o Dr. Vital Moreira, o Engº Pina Moura, o Sr. Judas, etc..

Publicado por: Saloio às dezembro 15, 2005 06:26 PM

Hector às dezembro 15, 2005 02:59 PM

Sendo um leitor tão assíduo dos jornais portugueses, não admira que esteja confuso.

O que você leu não na diagonal mas na tangente foi o que eu escrevi lá para cima.
É que eu não mencionei o PCP, nem o Jerónimo de Sousa. Você é que se apressou a associá-los com o comunismo do século XXI.
É compreensível, já que não se encontra nos jornais portugueses qualquer eco das discussões teóricas sobre o que deve ser, no século XXI, uma ideologia fundada no marxismo. Lamentavelmente, nem no Avante! aparece um artigozinho de opinião.

Se quiser satisfazer a sua confessada curiosidade sobre o que deve ser o comunismo do século XXI não terá muitas dificuldades. Há literatura disponível sobre o assunto e até já houve um encontro internacional em Portugal aberto a quem nele quisesse participar.
De mim não espere explicações. Não só não sou catequista como não me parece que este espaço seja adequado ao desiderato. Só um tonto teria a estultícia de pensar que poderia resumir em meia dúzia de palavras as linhas essenciais de uma teoria que, para mais, ainda está em evolução.

Publicado por: (M) às dezembro 15, 2005 06:56 PM

A teoria ainda está em evolução ??? kákáká...

o comunismo é como carvão fóssil ... está em Evolução... de turfa para hulha , mais tarde para lenhite e depois antracite... ká ká ká ...será que um dia, daqui a muitos milhões de anos terá utilidade ?

Ou bastará lembrar que é muito muito mau ?

Publicado por: Caboclo Capiroba às dezembro 15, 2005 07:05 PM

É bem verdade que sim. Ainda assim esta história dos paradigmas tem muito que se lhe diga. O paradigma materializa-se no homem, ou é o homem que simboliza a mudança de paradigma?!? Perspectivas...

Abraço e parabéns pelo blog,

Alex

Publicado por: Alexandre às dezembro 15, 2005 07:55 PM

Então o Assinante das Selecções do Reader's Digest já fugiu sem me indicar quem é que fabricava os microprocessadores soviéticos utilizados nos Mig e na Suyuz?

Publicado por: Senaquerib às dezembro 15, 2005 09:41 PM

É que eu tenho uma lista de fabricantes de microprocessadores e não consta nenhum dessas bandas.

Publicado por: Senaquerib às dezembro 15, 2005 09:43 PM

A União Soviética fabricava uma cópia do Z80 e do i8080 (não sei se se lembram dos Spectruns), mas eram mais caros que os que a Zilog e a Intel fabricavam aos milhões. Tenho uma vaga ideia que chegaram a conseguir copiar o i8086 lá para 1987, depois desistiram. Era mais simples comprar os processadores directamente a Taiwan.

Publicado por: Pedro Oliveira às dezembro 15, 2005 10:03 PM

(M), O Comunismo é hoje uma questão religiosa, ou de fé? A teoria de que o comunismo verdadeiro é o próximo, o que há de vir, e não qualquer um dos modelos experimentados no passado, parece apontar para uma solução do tipo providencial.

Publicado por: Joao P às dezembro 15, 2005 10:14 PM

Oremos, irmãos! Deus nos enviará O Comunismo.

Publicado por: Senaquerib às dezembro 15, 2005 10:23 PM

ó galera , desde que cheguei a terras do dito assinante rsss , emagreci 10 kg ... O segredo ? fechar a boca e trepar bastante ... rss ladeiras ... digo .. que aqui em Salvador tem bastantes ...de todas as formas , feitios , e sei lá que mais ..todas chamativas .. bem.. fui ver um site de malhação e dei com este http://www.askmen.com/women/models_60/74b_adriana_lima.html

Escusado será dizer que pus como pagina de entrada na net, e já que agora uso o Mozilla em vez do saco do IE cada vez que faço ctrl n para pedir uma nova pagina aparece a pagina de entrada .. é um momento de felicidade ... já que não há felicidade contínua ... esta não cansa .

Publicado por: Caboclo Capiroba às dezembro 15, 2005 10:42 PM

Galera .. bora lá votar mais vezes no semiramis pq por alguma razão eu já consegui votar umas tres vezes ...
E os outros não são pecos...

Vá lá .... uma prenda de natal...
voipbuster.com ... está a permitir fazer chamadas gratuitas para telefones fixos ... em vários países , incluindo Portugal ... beleza né ?

Publicado por: Afonso Henriques às dezembro 15, 2005 10:50 PM

tema do próximo post de Joana...que vai tornar infeliz, ou talvez não, muita gente que ultimamente tem assobiado para o lado (para não ver os mortos):

"Presidente George Bush reconheceu que na altura não tinha todos os elementos necessários que fundamentassem a invasão do Iraque. "


Publicado por: zippiz às dezembro 16, 2005 12:28 AM

Joao P às dezembro 15, 2005 10:14 PM

Você labora num pequeno erro. Num quase insignificante erro: até agora, o comunismo não foi posto em prática em parte alguma.
Essa teoria de que «o comunismo verdadeiro é o que há-de vir» é sua, bem como a descoberta de que há vários modelos de comunismo e de que alguns já foram postos em prática no passado.
É o que acontece quando se tenta transformar a propaganda em realidade ou em método de análise sócio-política.
À parte isso, já escrevi antes que não sou catequista. Entendo que cada um tem o direito de acreditar no que quer.
Também é verdade que alguns só acreditam naquilo que entendem e outros naquilo que lhes interessa.
C'est la vie.

Publicado por: (M) às dezembro 16, 2005 01:17 AM

(M) às dezembro 16, 2005 01:17 AM:
Você fala muito, mas não diz nada. É de uma grande sobranceria para com os outros, mas quando posto perante as questões refugia-se na sua torre de marfim

Publicado por: Rui Sá às dezembro 16, 2005 01:31 AM

Aparece a defender as decisões do PCP e a denegrir os renovadores, mas depois fala de um comunismo que ninguém conhece nem nunca ouviu falar. Quando lhe perguntam o que é isso diz que não é catequista.

Você não percebe que o que diz é contraditório?

Publicado por: Rui Sá às dezembro 16, 2005 01:33 AM

Barbaridades de uma menina Liberal no ano 2005 !
....

"O erro é a herança do marxismo como utopia de uma sociedade perfeita e de uma vanguarda consciente que tem por missão conduzir o proletariado à redenção."

Esta tirada merecia o prémio Nobel da filosofia liberal Tuga-Tuga !

" Ao arrogar-se como intérprete da vontade de um proletariado que já nem sequer existe,??????

esta então merece o prémio Nobel da Cegueira !!!
vejamos os proletas que ela não vê:

Call-centers em Lisboa e arredores (centenas deles ), capital de um País Europeu que pertence à União Europeia há uns 20 anos. Quantos milhares de proletas lá trabalham ? Bem é de tal ordem a ignorância dos dados, que o Alfredo da Silva há 60 anos sabia quantos operários tinha (e eram milhares) e não existiam:
- Computadores, Internet, Tv, Video, Dvd´s, cd´s, fax´s, telemóveis, satélites, GPS, misseis telecomandados, etc.

Ora hoje temos tudo isso e mais.... instituto nacional de estatística, institutos de sondagens, conselhos consultivos de toda a treta, informação on-line, economistas com análises gráficas tridimensionais, curvas de gauss e outras tangas, devíos padrões, liberdade de falar, de criticar, de dizer mal de tudo e de todos, enfim até para inventarmos que já não há proletas........

Afinal não há proletas, porque como trabalham a recibo verde, ou seja a nova versão do... à jorna...não há registos, logo não exitem, e se alguém afirmar que devem ser só na região de Lisboa, mais de 10.000 (só em call-centers) fora todos os outros milhares e milhares que acabam sendo milhões,talvez apareça um inteligente liberal a pedir provas...!

já nem os desgraçados dos F.Públicos escapam à vaga de desemprego que se avizinha. Com uma União Europeia com 30 milhões de desempregados, será possível que alguém com um mínimo de bom senso, tenha a pouca vergonha de afirmar que não há proletários ?

Afinal quem é que defeniu o conceito de proletariado, foi Karl Marx, ou foram os seus críticos ?

Publicado por: templário às dezembro 16, 2005 05:29 AM


Na Época de Marx, um desgraçado trabalhava à jorna, o patrão se precisava dele contratava-o pelo tempo que desejava, depois pagava-lhe o mísero soldo e dispensava-o.

Hoje os milhares que trabalham a recibo verde, porque as empresas assim o exigem, são...proletas não (vocábulo fora de moda) ora... o melhor é.... classificá-los de empresários por conta própria, ou em nome individual... enfim invenções....

Faz-me lembrar a grande invenção dos cartões de crédito, que até podem ser de ouro.... nos tempos de Marx era o caderninho do merceeiro que funcionava... como o mundo mundo.... sobretudo na nova linguagem...

Publicado por: Templário às dezembro 16, 2005 05:40 AM

como o mundo mudou.... sobretudo na nova linguagem...

Publicado por: Templário às dezembro 16, 2005 05:42 AM

Isto hoje está façanhudo!

Publicado por: Senaquerib às dezembro 16, 2005 09:51 AM

Sendo este post sobre alguns (ex-) comunistas, não posso deixar de referir o despudor com que ontém Francisco Louçã arremeçou com os nomes de João Amaral e de Lino de Carvalho contra Jerónimo de Sousa. De facto, só àquela estrela bloquista são permitidas estas ofensas impunes e que convenientemente serão escondidas pelos nossos média, de forma a serem varridas da História futura (é que a estrela/artista certamente se irá candidatar/promover mais vezes a outras coisas).

(A mesma classe "jornalística" que se tem esquecido de perguntar a Mário Soares porque é que há uns meses o Dr. Cavaco foi por ele deferentemente convidado para almoçar e discursar na sua fundação, e no fim foi apelidado pelo octagenário dono de Portugal, de ser: um bom candidato!)

Publicado por: Saloio às dezembro 16, 2005 12:19 PM

O porquê das coisas ..


...Parti do pressuposto de que o romance Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, expressa-se como uma Outra História. Isto é, ao trazer novamente para a cena literária o diálogo ficção/História, o escritor o faz por um viés (des)construtor. Desconstrução esta que se verifica duplamente: no terreno da História – uma vez que João Ubaldo Ribeiro empreende um “escovamento a contrapelo” no discurso historiográfico oficial e tece, assim, uma “História dos vencidos” – e no terreno da própria ficção, ao encerrar em seu texto discursos de estéticas literárias diversas (barroca, romântica, realista e modernista), trabalhando com as zonas de luz e sombra produzidas pela atualização discursiva das mesmas. A Outra História ubaldiana configura-se como o olhar lançado às alteridades, ao Outro do processo histórico-social brasileiro.

Concernente à desconstrução do discurso historiográfico, esta se faz em relação às historiografias oitocentistas: as de cunho romântico (empenhadas com a fundação da Nação) e as positivistas (ocupadas em cultuar os grandes heróis nacionais, as datas cívicas, a manutenção da ordem vigente e voltada apenas para os aspectos grandiosos e luminosos da Nação). Enquanto nas historiografias românticas (sobretudo na História Geral do Brasil, de Francisco Adolfo de Varnhagen) os fundadores da Nação brasileira são a Família Real portuguesa e na ficção alencarina são Peri e Cecília, Iracema e Martim, na ficção ubaldiana, a fundação da Nação se deve à família do caboclo Capiroba. Especialmente, à sua filha Vu, uma espécie de “mãe primeva” do povo brasileiro, instauradora do matriarcado de Pindorama (para lembrar aqui o pensamento oswaldiano que perpassa Viva o povo brasileiro). Ao passo que nas historiografias positivistas os grandes heróis são os militares republicanos, no texto de João Ubaldo Ribeiro os heróis são as pessoas do povo; os que, em lugar de mantenedores da ordem estabelecida, rebelam-se contra ela.

... querem mais ? vale a pena .. perceber o pq das coisas ... como se atravessa o despedeçamento por experiencia própria....conferida muitas vezes pelos retratos de outros...

http://paginas.terra.com.br/arte/dubitoergosum/convidado12.htm

Publicado por: Caboclo Capiroba às dezembro 16, 2005 02:53 PM

O proletariado pressupõe a solidariedade colectiva baseada em fácricas com muiots empregados fazendo tarefas semelhantes. Isso só existe, actualmente, em fábricas obsoletas.

Publicado por: Rui Sá às dezembro 16, 2005 03:32 PM

Gostava de ter algumas indicações de livros sobre o comunismo do século XXI.

Publicado por: curioso às dezembro 16, 2005 11:48 PM

Não é do século XXI mas sem duvida é de longe o melhor de todos . Arquipélago de Gulag de Alexander Soljenítsine. Prémio Nobel de Literatura em 1970.
O premio foi ganho não pela qualidade da escrita mas pela denúnncia de um gigantesco crime contra o povo Russo e contra a humanidade nos relatos de um " mar de testemunhas ".

Publicado por: Caboclo Capiroba às dezembro 17, 2005 03:46 PM

proletariado são a prole de quem tem muitos filhos, pá.

Publicado por: py às dezembro 17, 2005 07:30 PM

Isso é o prolariado

Publicado por: bsotto às dezembro 17, 2005 09:32 PM

py, e o dever cívico?

Publicado por: Coruja às dezembro 17, 2005 10:20 PM

"Quem se lembra o que era a Madeira antes do 25 de Abril e o que é hoje, sabe que o progresso foi efectivo", realçou [Mário Soares]no Funchal".

Não estamos bem ..., não estamos nada bem. Aquela tosse, aquela tossinha persistente.

Publicado por: asdrubal às dezembro 18, 2005 12:29 AM

...pois é corujex, o dever cívico e conjugal...

(PS passei outra vez nas Portas mas só vi 4 ou 5 águias desta vez; em contrapartida passou-me um falcão à frente do carro)

Publicado por: py às dezembro 18, 2005 08:36 AM

Uma kpk

Publicado por: Coruja às dezembro 18, 2005 10:17 AM

Uma kpk

Publicado por: Coruja às dezembro 18, 2005 10:17 AM

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