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outubro 23, 2005

Os Poderes do Presidente

Bizantinices eram os debates fúteis e furiosos a que se entregavam as elites e a população de Bizâncio, em vez de resolverem as tarefas urgentíssimas que tinham pela frente, entre elas a de conterem a ameaça turca. E continuaram esses debates estéreis enquanto os turcos já assediavam a cidade. A palavra bizantinice alargou entretanto o seu conteúdo semântico às discussões fúteis a que se entregam elites e povos quando, incapazes de resolverem o essencial, se deixam fascinar pelo supérfluo. Por exemplo, a questão dos poderes presidenciais, é uma bizantinice.

A actual constituição prevê um sistema híbrido, cuja delimitação nem sempre é rigorosa e que se tem prestado a interpretações e coabitações diversas. Basta lembrar o último mandato de Soares, que foi passado a criar embaraços a Cavaco Silva, ou as relações de Sampaio com Santana, que depois de lhe condicionar o elenco do executivo, o empossou com um discurso destabilizador, armadilhou-lhe o percurso governativo e levou-o à demissão na altura que julgou adequada. Conferir mais poderes ao presidente irá criar mais situações de conflitualidade, numa altura em que o país precisa de estabilidade.

Dar mais poderes implicaria o PR assumir tarefas governativas. É compreensível que, na crise em que o país está imerso e na falta de confiança que o povo tem na classe política, surjam tentações de apostar numa autoridade forte, com capacidade de decisão. Todavia, comprometer outro órgão de soberania nas tarefas da governação é banalizá-lo progressivamente.

O eleitorado tem tendência a privilegiar o curto prazo e em evitar soluções que prejudiquem os seus interesses mais imediatos. Neste entendimento, a aposta num maior presidencialismo não decorre de uma visão racional da vida política e democrática, mas de um messianismo que se revelaria estéril e contraproducente para a solução dos problemas nacionais. Estéril porque logo que o PR fosse implicado na tomada de decisões governativas, deixaria de ser o Messias e passaria à figura banal de ser mais um governante cuja imagem se degradaria quotidianamente nos painéis de sondagens.

O PR, actualmente, em matéria de decisões governamentais, é uma Vestal da política. Assim que se assumir como decisor governativo, perde a virgindade política. Sai do Templo de Vesta e cai na Rua do Benformoso.

A capacidade de intervenção do PR em matéria governativa deve fazer-se de forma indirecta, pela chamada “magistratura de influência”. Apenas isto. Mais do que isso seria criar dois órgãos com os mesmos poderes e igualmente legítimos, cuja coabitação se poderia revelar conflituosa.

O povo português tem que se convencer que escolher uma maioria, e portanto um governo, implica responsabilidades. E responsabilidades mútuas. Essa maioria deve resolver os problemas do país e o eleitorado deve ser responsabilizado pela decisão que tomou. O eleitorado vira-se para o messianismo como para uma varinha mágica. O eleitorado quer tomar uma decisão e acordar no dia seguinte com os problemas do país resolvidos, sem ter que passar pela via dolorosa das medidas que irão solucionar esses problemas.

O povo português tem que se convencer que terá que ser ele próprio a criar condições para resolver os seus próprios problemas. Nesse entendimento, nestas eleições, deverá escolher o PR que assegure que usará a sua magistratura para criar um clima de estabilidade e credibilidade nas instituições e que agirá no sentido de corroborar, ou de influenciar, se for caso disso, a tomada de decisões que sejam positivas para a saída da crise. Mas não deve esperar, nem pretender, mais que isso.

Não quero com isto afirmar que a questão do regime deva estar encerrada. De forma alguma. Mas a questão do regime, como outras que envolvam matérias constitucionais, ou simplesmente legais, devem ser dirimidas de cabeça fria, sem a pressão dos acontecimentos. A actual questão da possibilidade do aumento dos poderes presidenciais pôs-se mercê do clima de depressão política e social que o país atravessa. E esse clima não é propício a soluções constitucionais ou legais satisfatórias e coerentes.

Colocar agora esta questão, é uma bizantinice.

Publicado por Joana às outubro 23, 2005 09:14 PM

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Comentários

Conhece a minha posição sobre isto, por isso nem era para comentar mas não resisti. Eu já não sei se sinto vergonha ou raiva, talvêz um misto de ambas as sensações.
Tenha uma boa semana.
Aquele @bração do
Zecatelhado

...e continue a brindar-nos com as suas lúcidas e brilhantes análises. Na parte que me toca sinto-me aliviado e feliz ao ler o que muitas vezes quero dizer e não consigo de uma forma tão cristalina. Obrigado minha amiga.

Publicado por: zecatelhado às outubro 23, 2005 09:16 PM

Há imagens muito bwm apanhadas: «Assim que se assumir como decisor governativo, [o presidente] perde a virgindade política. Sai do Templo de Vesta e cai na Rua do Benformoso».
Genial.

Publicado por: lopes às outubro 23, 2005 09:46 PM

É tudo gente séria:

Segundo o Times de hoje a ONU omitiu vários factos relevantes que incriminariam (ainda mais) a Síria no assassinato de Hariri, devido a pressões de Koffi Annan.
Factos tais como eliminar os nomes do irmão e cunhado do Presidente Assad da Síria, como estando directamente implicados no assassinato do libanês Hariri.

Publicado por: Joao P às outubro 23, 2005 10:02 PM

A notícia do dia é a morte de um papagaio em Inglaterra.

Se me dissessem isto há um ano, eu diria que era uma bizantinice...

Publicado por: J P Castro às outubro 23, 2005 10:05 PM

Joao P: Mas acho que a versão da net está completa. A mão do Kofi Anão só chegou ao suporte papel

Publicado por: hanibal às outubro 23, 2005 10:08 PM

Eu votarei Cavaco, porque a Dra. Maria vai exercer um magistério de influenza.

Publicado por: Presidente da Infantil Social Democrata às outubro 23, 2005 10:13 PM

O jornal Expresso já começou a campanha por Cavaco.
Primeira página com "One man show", apresentado pela pretendente a 1ªdama como guia para a campanha: o marido vai fazer a campanha sózinho !
Depois de ver a foto do Expresso só apetece dizer que a cena do vídeo de Carrilho, apresentando Barbara e o Dinis, foi digna de um menino de coro, comparada com a entrada da "instituição" de Balsemão e do Arquitecto na campanha.

Publicado por: zippiz às outubro 23, 2005 10:37 PM

Bem visto.
Eu própria já tinha lido exactamente o mesmo na crónica de Ana Sá Lopes, hoje no Público.

Publicado por: Clara Pinto Correia às outubro 23, 2005 10:47 PM

zippiz: E que tal o decote e o sorriso do Balsemão?

Publicado por: Coruja às outubro 23, 2005 10:56 PM

E o Arquitecto fez xixi na fralda?

Publicado por: Coruja às outubro 23, 2005 10:57 PM

Clara Pinto Correia às outubro 23, 2005 10:47 PM:
Lastimo não emitir opinião, mas não posso, porque hoje não li o Público.

Publicado por: Joana às outubro 23, 2005 11:05 PM

...mas leu o espesso! ou não?

Publicado por: zippiz às outubro 23, 2005 11:14 PM

Nunca, mas nunca, leio o Expresso.
Já nem sequer o Expresso online abro. Só muito raramente.
Você acha que aquilo tem algum nível?

Publicado por: Joana às outubro 23, 2005 11:17 PM

Durante a semana compro, às vezes, o Público e leio o DN na net. Nos fins de semana não estou em Lisboa e, por isso, não compro jornais.

Publicado por: Joana às outubro 23, 2005 11:20 PM

Durante os fds leio o DN na net, porque tenho GPRS.
Mas só o essencial, porque sai caro.

Publicado por: Joana às outubro 23, 2005 11:21 PM

Publicado por: Joana às outubro 23, 2005 11:05 PM

Não era para si.
Era para o zippiz.

Publicado por: Clara P.C. às outubro 23, 2005 11:23 PM

Eu sobre isto dos poderes presidenciais não queria que se mexesse durante um mandato, porque já se experimentou a bomba atómica neste agora e eu ainda queria ver os efeitos com calma. Por isso apetece-me experimentar 4 anos de Sócrates, além de que o acho bem mais "interessante", para usar um termo politicamente correcto, que qualquer outro PM que me lembre.

Publicado por: py às outubro 23, 2005 11:24 PM

Clara P.C. às outubro 23, 2005 11:23 PM:
Eu estava a achar estranho escrever uma coisa semelhante à ASL. Para além de estranho, estava a ficar preocupada.

Publicado por: Joana às outubro 23, 2005 11:27 PM

py: Então, depois de Hiroxima, falta Nagasaki.
Não podemos ficar atrás dos américas.

Publicado por: Coruja às outubro 23, 2005 11:29 PM

Publicado por: Joana às outubro 23, 2005 11:27 PM

assim se vê o preconceito!
Vc não leu o Público (nem o Expressso) mas já sabe que não está de acordo com o que nem conhece! - por isso é que eu adoro estes jovens turcos neoliberais!

Publicado por: zippiz às outubro 23, 2005 11:43 PM

c'rujinha eu a esta hora já estou meio bronco ainda por cima baralhaste-me o meu critério racional de deitar cedo... bem, espero que Nagssaki queira dizer uma

Publicado por: py às outubro 24, 2005 12:05 AM

tufa

Publicado por: py às outubro 24, 2005 12:05 AM

A 3ª república é como o «eterno feminino», nem o meu pai morre nem agente almoça.
Então não era esta a altura certa para levar para o topo do Estado, numa eleição directa e universal, um projecto de revisão constitucional ? Não, não era. Os «turcos» estão às portas da cidade ... e além disso, endossa-se o «semi-presidencialismo» à personalidade do eleito. Pois alevá.

Publicado por: asdrubal às outubro 24, 2005 12:25 AM

asdrubal : A questão é que não se pode alterar as regras a meio do campeonato. Não é agora, em plena campanha que se deve discutir isso.

Publicado por: Quirites às outubro 24, 2005 12:42 AM

Não faltaria dizer que Cavaco queria alterar o sistema para o favorecer.

Publicado por: Quirites às outubro 24, 2005 12:44 AM

não deixa de ser triste, mas é interessante:

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1236608&idCanal=90

Publicado por: pyrenaica às outubro 24, 2005 12:56 AM

corujinha, antes do mais agora é que o Morfeu já está para ali à espera e a cama já está quentinha. Mas fiquei um bocadinho entalado com aquela dos américas... Ficar igual, nem pensar nisso, vamos é já ficar à frente: então pensei o seguinte, fazemos não tarda muito um Nagasaki sobre o Cavaco, inovador, porque é um Nagasaki enquadrável num a priori kantiano, não?

Publicado por: py às outubro 24, 2005 01:05 AM

Por falar em Nagasakis a priori, lembrei-me de Nagasakis a posteriori. Isto cá em Portugal tem algum mecanismo de impeachment? Não sei nada sobre isso - chamar-se-á o quê: impugnação do manadato presidencial?

Publicado por: py às outubro 24, 2005 01:08 AM

Bom, não gosto de ir dormir com dúvidas de última hora. Já fui ver à Constituição: (artº 133) o PR só pode ser destituído por crime cometido no exercicio das funções, depois de condenado pelo STJ, em iniciativa da AR proposta por pelo menos 1/5 dos deputados e aprovada por pelo menos 2/3. b'noite

Publicado por: py às outubro 24, 2005 01:23 AM

Bom, não gosto de ir dormir com dúvidas de última hora. Já fui ver à Constituição: (artº 133) o PR só pode ser destituído por crime cometido no exercicio das funções, depois de condenado pelo STJ, em iniciativa da AR proposta por pelo menos 1/5 dos deputados e aprovada por pelo menos 2/3. b'noite

Publicado por: py às outubro 24, 2005 01:26 AM

Não, apenas:

Artigo 130.º
(Responsabilidade criminal)
1. Por crimes praticados no exercício das suas funções, o Presidente da República responde perante o Supremo Tribunal de Justiça.
2. A iniciativa do processo cabe à Assembleia da República, mediante proposta de um quinto e deliberação aprovada por maioria de dois terços dos Deputados em efectividade de funções.
3. A condenação implica a destituição do cargo e a impossibilidade de reeleição.
4. Por crimes estranhos ao exercício das suas funções o Presidente da República responde depois de findo o mandato perante os tribunais comuns.

Publicado por: Um dos tios da Constituição às outubro 24, 2005 01:26 AM

Bom... já se percebeu que até Janeiro vamos ler aqui muitos capítulos de «Uma história Interminável»...

A menos que dê um tranglomango nas sondagens...

# : - ))

Publicado por: (M) às outubro 24, 2005 01:56 AM

Afinal a Joana, construíu um Post Bizantino !

Publicado por: Templário às outubro 24, 2005 01:56 AM

...Entretanto...

...como ninguém elucidou, no post anterior, a questão do défice externo americano e do papel do dólar na sua sustentação (a Joana baldou-se indecentemente), fica aqui uma sugestão para quem quiser actualizar os conhecimentos sobre a matéria — especialmente para quem ainda não ouviu falar de Bretton Woods 2...

http://pages.stern.nyu.edu/~nroubini/papers/BW2-Unraveling-Roubini-Setser.pdf

Publicado por: (M) às outubro 24, 2005 02:06 AM

Eu acho que os poderes do PR deviam ser aumentados. Temos que pôr ordem no país. O país está à beira do abismo e temos que o tirar de lá

Publicado por: Carlos às outubro 24, 2005 10:03 AM

Publicado por: Carlos às outubro 24, 2005 10:03 AM

Abasolutamente de acordo.
Prá frente é que é o caminho!

Publicado por: Especialista de trânsito às outubro 24, 2005 10:08 AM

Ou seja, à face da lei, o PR está impune.
Só quando sair do cargo.

Publicado por: bsotto às outubro 24, 2005 10:31 AM

"Nunca, mas nunca, leio o Expresso.
Já nem sequer o Expresso online abro. Só muito raramente.
Você acha que aquilo tem algum nível?"

Joana, você merece um sincero elogio só por causa desta frase.

Uma coisa que me enerva é o Espesso criador/fazedor de opinião. Parece que toda a gente lê aquela droga e quem como eu diz que não lê passa por estar ao lado dos acontecimentos. Obrigado.

Publicado por: Joao P às outubro 24, 2005 10:31 AM

"Nunca, mas nunca, leio o Expresso.
Já nem sequer o Expresso online abro. Só muito raramente.
Você acha que aquilo tem algum nível?"

Joana, você merece um sincero elogio só por causa desta frase.

Uma coisa que me enerva é o Espesso criador/fazedor de opinião. Parece que toda a gente lê aquela droga e quem como eu diz que não lê passa por estar ao lado dos acontecimentos. Obrigado.

Publicado por: joao P às outubro 24, 2005 10:31 AM

Qual a relação entre as bizantinices e as discussões sobre o sexo dos anjos? São uma e a mesma coisa, ou de alguma forma diferem?

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 24, 2005 10:34 AM

Olha, a Joana também não lê o Expresso!

Já somos dois.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 24, 2005 10:35 AM

Joao P: Quais acontecimentos? Os inventados pelo Expresso?

Publicado por: Sa Chico às outubro 24, 2005 10:37 AM

Eu por mim acho que os poderes do presidente poderiam e deveriam ser de alguma forma reforçados. Gosto da ideia americana dos "checks and balances" e acho que em Portugal, como a Assembleia da República se recusa, efetivamente, a fiscalizar a atuação do governo, só o presidente o pode fazer. Sou pois adepto de que os poderes de fiscalização do presidente sejam reforçados.

Isso é completamente diferente, claro, da ideia parva do Esmurrais Sarmento, de pôr o presidente a fazer parte do governo (a presidir ao conselho de ministros).

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 24, 2005 10:39 AM

Joana

Penso que gostará de saber que uma das suas críticas parece estar em vias de solução

http://dn.sapo.pt/2005/10/24/sociedade/comissao_autoriza_base_dados_para_ad.html

Publicado por: Eu leio o Espesso e tudo o que posso às outubro 24, 2005 10:50 AM

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 24, 2005 10:39 AM

Essa possibilidade já está (ou esteve - não sei se continua após as revisões) prevista na Constituição, embora 'a convite do 1º ministro' - ou seja, nas calendas gregas.

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 24, 2005 10:53 AM

Com esta passagem pela Constituição, parece-me que também ficámos a saber que a Fatuxa Felgayras se pode candidatar a PR... e que jeitão que lhe dava!

Publicado por: Mituxa Jardin às outubro 24, 2005 10:54 AM

A ideia americana dos "checks and balances" consiste precisamente em criar órgãos de soberania com poderes sobrepostos e com igual legitimidade (a do voto popular). E esperar que da inevitavelmente resultante conflitualidade entre esses órgãos surja uma boa governação.

É assim que, nos EUA, nem o presidente pode dissolver o Congresso, nem o Congresso pode (salvo casos extremos) demitir o presidente. Têm que conviver um com o outro, mesmo que tenham orientações políticas diferentes.

Eu gosto desta ideia. Gosto mesmo muito. Sou um liberal, portanto gosto que o Estado tenha dentro de si mesmo abundantes contrapoderes.

A Joana, pelos vistos, não está de acordo comigo. Mas, pelo menos, tal como eu não lê o Expresso.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 24, 2005 11:04 AM

Desculpem lá mas fui a pensar naquilo do impeachment do presidente para a cama. Alguém sabe onde é que está uma lista de coisas que sejam considerados crimes em Portugal? E depois que história é essa "no exercício das suas funções", eu pensava que o PR até a dormir era PR, só se for nas férias...

Publicado por: py às outubro 24, 2005 11:05 AM

Publicado por: py às outubro 24, 2005 11:05 AM

Contacte-me.
Estarei na Ibéria quinze minutos na próxima semana.

http://www.sdmadeira.pt/PressCentre/BreakingNews/pt-brknews23

Publicado por: Advogado Experiente Oferece-se às outubro 24, 2005 11:19 AM

Penso que a Joana, e os outros que aqui gostam de tecer ladainhas às maravilhas da moderna economia dos EUA, devem efetivamente ler (pelo menos a introdução de) o texto recomendado por (M)

http://pages.stern.nyu.edu/~nroubini/papers/BW2-Unraveling-Roubini-Setser.pdf

Vá lá. É economia pura, não se trata de condenações de caráter político.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 24, 2005 12:15 PM

A Joana tem que fazer um comentário ao resultado das eleições de ontem na Polónia.

Ou será que ela prefere, por razões de política interna, omitir falar desse interessante confronto entre direita conservadora e direita liberal?

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 24, 2005 12:35 PM

Depois de ter visto o Poder Absoluto, do Clint, acho que os presidentes americanos têm demasiados poderes.

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 12:40 PM

Impeachment só à facada, e dada por um amigo de longa data.

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 12:41 PM

acho que tens razão corujinha, nunca me esqueci daquela frase da Dama de Ferro: "em política esperam-se facadas nas costas...".

Publicado por: py às outubro 24, 2005 01:07 PM

plim

Publicado por: py às outubro 24, 2005 01:08 PM

Mas isto de não haver cá impeachment tem um lado bom. Ao menos não temos de sofrer ao lado de um homem, que calha ser Presidente, atacado por uma estagiária, e que já nem se pode deixar ir... Acho muito bem que um Presidente se possa vir, para descontrair e pensar melhor os assuntos de Esatado. Até nesta hipótese já comecei a achar mais engraçada a hipótese Cavaco, mas a Maria mata-me já se puder... É que imaginei coisas indizíveis, que por uma questão de decência não poderei partilhar convosco, mas ao menos era provável que ficasse menos crispado e mais bonacheirão. Ná, é melhor deixar ficar a familía hiper-tradicional na mariani

Publicado por: pyrenaica às outubro 24, 2005 01:31 PM

Nunca consegui que uma estagiária me atacasse

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 01:34 PM

No Público de hoje há um artigo de opinião que vai no mesmo sentido deste post

Publicado por: Viegas às outubro 24, 2005 02:10 PM

As cuecas de Sócrates e Salazar :

«Salvava-se a competência de Oliveira Salazar nas finanças, “que venceu a angústia e o pesadelo do «deficit»” - afirmava Hipólito Raposo - mas logo acrescentava: “é para recear, contudo, que o seu critério fiscal seja demasiado violento e obrigue o país a sacrifícios que estanquem as próprias fontes de riqueza, atingindo as raízes da produção”».

In «Unica Semper Avis».


Publicado por: asdrubal às outubro 24, 2005 03:08 PM

acho muito bem, só usa quem quer

http://online.expresso.clix.pt/1pagina/artigo.asp?id=24754680

Publicado por: py às outubro 24, 2005 03:59 PM

Eu também sou favorável a um reforço dos poderes presidenciais. É necessário.

Publicado por: Silva às outubro 24, 2005 04:07 PM

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?div_id=291&id=600861

Publicado por: asdrubal às outubro 24, 2005 04:14 PM

py às outubro 24, 2005 03:59 PM:
E pode deduzir-se no IRS?

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 04:19 PM

asdrubal: Mas isso é conhecido. Soares é incapaz de ler um dossiê. Ignora-os.
Até agora, que se saiba, apenas leu o programa eleitoral do BE. Pelo menos foi o que disse.

Publicado por: Sa Chico às outubro 24, 2005 04:21 PM

Era bom que fosse possível a dedução

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 04:30 PM

É um caso de saúde pública

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 04:31 PM

E de incentivo a micro-empresas

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 04:33 PM

Sa Chico em Outubro 24, 2005 04:21 PM,
... mas é que eu desconhecia todos aqueles pormenores e a origem do "desconforto" de Mário Soares em relação a Cavaco Silva.

Outra coisa, fabulosa, de pasmar :
http://dn.sapo.pt/2005/10/24/opiniao/a_bomba_atomica_arrendamento.html

Publicado por: asdrubal às outubro 24, 2005 04:49 PM

concordo inteiramente corujinha, por causa daquelas terapias sexuais que a Joana falou num post lá atrás, que legitimavam os gigolôs argentinos com Audi TT e tudo. Além de que a productividade nacional ficará devidamente registada. Isso é por causa da competitividade com os holandeses.

Publicado por: py às outubro 24, 2005 04:59 PM

e quero este

Publicado por: py às outubro 24, 2005 05:02 PM

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 12:40 PM

Permita-me corrigir a sua frase para:
Depois de ter visto o Poder Absoluto, do Clit, acho que os presidentes americanos têm demasiados poderes.


Publicado por: Especialista Anatómico pelo Mont Sinai às outubro 24, 2005 05:39 PM

isto é engraçado, à questão,
Publicada por: (M) às outubro 23, 2005 05:17 PM
"alguém que explique ao Rui Sá qual o contributo de Bretten Woods para o crescimento da economia dos EUA e como o dólar padrão tem funcionado como o seu pulmão artificial".

a dona do blogue "respondeu" assim
Publicado por: Joana às outubro 23, 2005 05:50 PM
O sistema de Bretton Woods acabou em 1970 ou 1971, quando os EUA suspenderam a convertibilidade do dólar em ouro.Acabou aí.Já lá vão 35 anos.

mas, deveria ter acrescentado:
Isso foi um passo para o Dólar se libertar da paridade com o Padrão-ouro,,,
a partir daí, o que aconteceu foi a balda neoliberal que neste momento faz lei!
!!É só imprimir papel-moeda sem que o seu valor esteja relacionado com quaisquer valores reais.
God Bless Nixon,Johnson,Carter, Clinton&Bushs
"In Fraud They Trust"

Publicado por: xatoo às outubro 24, 2005 05:50 PM

Por isso é que o Goldfinger faz sentido. Foi realizado antes de 1971.

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 05:53 PM

Se fosse depois, o James Bond escusava de ter aquele trabalho todo.

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 05:54 PM

nunca esqueçam as primeiras-damas:

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=198347

Publicado por: py às outubro 24, 2005 07:01 PM

aprendi em A Criação do Gore Vidal que a rainha-mãe Atossa nomeava todos os sátrapas a partir da terceira casa do Harém

Publicado por: py às outubro 24, 2005 07:02 PM

Eram eunucos?

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 07:04 PM

o eunuco-chefe também era importante no enlace das promoções e destituições: reconhecem-se porque são sempre bem gordos

Publicado por: py às outubro 24, 2005 07:04 PM

Eram eunucos?

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 07:04 PM

A falta de sexo faz aumentar o colesterol

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 07:05 PM

os sátrapas não eram eunucos, corujinha, eram os governadores distritais lá do Império Persa, os boys do Rei dos Reis, mas tudo controladinho pela rainha-mãe. Em princípio tinham de ter sangue nobre e não podiam comerciar porque tinham de administrar a justiça e não podiam mentir, se queriam conseguir vir a atravessar a estreita ponte entre labaredas, na passagem para o Além, de acordo com a religião de Mitra.

Publicado por: py às outubro 24, 2005 07:15 PM

Começou nos poderes do Presidente e já vai em sexo

Publicado por: Adalberto às outubro 24, 2005 07:53 PM

Pronto, não eram eunucos.

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 07:55 PM

Mas não haveria sátrapas gays?

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 07:56 PM

E com essa condição de que não podiam mentir, não se conseguiria arranjar sátrapas em Portugal.

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 07:57 PM

Essa condição não é excessiva para um governante?

Publicado por: Coruja às outubro 24, 2005 07:58 PM


py às outubro 24, 2005 07:01 PM

sempre achei piada a este assunto. Em República, as primeira-damas não são figuras públicas. No entanto, a república não as consegue eliminar. Utiliza-as quase como substitutas da figura pública, sim, que é a rainha em monarquia.

Quem quiser a prova de que a monarquia é um regime natural, tem-na na manutenção em República do estatuto desta figura não-eleita .

É que não há racionalização que acabe com esse impulso de 'incensar' uma dama ao lado do Presidente. Já quando tivermos uma Presidente (ou um Presidente gay), como se chamará o seu 'marido' ? Primeiro-cavalheiro ? Presidente-consorte ?

Por fim, acho que recusar Cavaco por causa da Maria revela uma costela monárquica: olha-se para o casal presidencial quase como para uma família real.

Que eu saiba, só o Presidente é eleito. Pode divorciar-se a seguir que a Constituição não proíbe...

Publicado por: J P Castro às outubro 24, 2005 08:44 PM


Claro que alguns podem achar que grave é não se ter divorciado antes. Mas "entre marido e mulher..."

Publicado por: J P Castro às outubro 24, 2005 08:47 PM

bom dia pessoal. Ainda não estou a carburar em pleno... Corujinha aquilo eram outros tempos, não te esqueças que eles tinham a religião do fogo sagrado... JP eu sei que sou elitista e machista, embora me dê bem com muita gente, só não gosto de patetas convencidos e pirosos de que o chico-espertismo cavaquista foi o paizão.

Publicado por: py às outubro 25, 2005 09:19 AM

Espera lá, JP aquela frase não é para ti, claro. É para todos os parvalhões género empreiteiro construção civil ou outros, que vinham de BMW, Mercedes ou Audis a abrir a 190 com luzes a piscar atrás do pacato cidadão que ultrapassa a 140...

Publicado por: py às outubro 25, 2005 11:37 AM

um primo

Publicado por: py às outubro 25, 2005 01:15 PM

A 140? Mas isso não é uma infracção?

Publicado por: Coruja às outubro 25, 2005 01:27 PM

Cá também o fogo é sagrado.

Publicado por: Coruja às outubro 25, 2005 01:28 PM

Principalmente no Verão

Publicado por: Coruja às outubro 25, 2005 01:29 PM

A Joana tem razão. Esta polémica é apenas provocada pelo estado de depressão dos portugueses.

Publicado por: Susana às outubro 25, 2005 02:29 PM

Deviam tomar Lexotam

Publicado por: David às outubro 25, 2005 02:52 PM

Por falar nisso, morreu o criador do Vallium

Publicado por: Coruja às outubro 25, 2005 02:56 PM

Deixou 2 filhos

Publicado por: Coruja às outubro 25, 2005 02:57 PM

7 netos

Publicado por: Coruja às outubro 25, 2005 02:58 PM

e 60 milhões de dependentes

Publicado por: Coruja às outubro 25, 2005 02:59 PM

e plim

Publicado por: Coruja às outubro 25, 2005 03:00 PM


Publicado por: py às outubro 25, 2005 09:19 AM

Eu percebi que não era para mim. Compreendo perfeitamente o teu ódio de estimação ao Cavaco. E aos BMW a 190 (já eu não gosto deles nem parados...).

Só que embirro sempre que dão importância às primeiras-damas. Para mim, a mulher do Chefe de Estado, em República, não é para ligar. Não existe. É um assunto privado dele.

Em Monarquia, é a mãe do futuro Chefe de Estado. Já faz sentido ligar a quem é a senhora...


Publicado por: J P Castro às outubro 25, 2005 11:30 PM

O Vital Moreira é de opinião que o PR tem poderes suficientes. Basta ver o que fez Sampaio

Publicado por: didi às outubro 26, 2005 12:27 AM

Na generalidade tem uma opinião semelhante à Joana

Publicado por: didi às outubro 26, 2005 12:28 AM

Quem se tem de resignar

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 12:31 AM

Quem se tem de resignar

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 12:31 AM

Quem se tem de resignar

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 12:32 AM

Vamos ser nós

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 12:33 AM

JP não tenhas dúvidas que uma mulher faz grande parte da cabeça de um marido. Isto aplica-se sobremaneira à cavaca e ao Cavaco. Foi por não gostar de violações da minha privacidade que nunca me casei. Fui esperto... já assisti a uns tantos divórcios penosos de amigos meus.

Publicado por: py às outubro 26, 2005 12:14 PM

O Cavaco foi violado pela mulher?
Mas isso é um assunto para a entidade que trata da violência doméstica.

Publicado por: bsotto às outubro 26, 2005 12:28 PM

O py deve andar distraído

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 03:58 PM

py, há quem diga que não é a cabeça...

Mas eu só estou a salientar esta incoerência.
Em monarquia, a escolha da raínha é assunto de Estado. Em república, escolhe-se um dos cônjuges e o outro vem atrelado. Mas as pessoas ligam-lhe na mesma. Lá está: a Natureza vem sempre ao de cima e sobrepõe-se ao "racionalismo" do sistema.

E razão têm os outros candidatos em esconderem a cara-metade.

Publicado por: J P Castro às outubro 26, 2005 11:29 PM

É terrível. Quando têm uma mulher boa, é a inveja da comunicação social

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 11:44 PM

Quando a mulher é feia, assusta o eleitorado

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 11:45 PM

Feia, ainda é o menos mau. O Sampaio safou-se.

Publicado por: Coruja às outubro 26, 2005 11:47 PM

não sejam mauzinhos... a Manuelita Eanes lembrava-me sempre como a mamã ficava contente quando ia ao cabeleireiro. Achava-lhe graça, a sério, mais ainda agora que já sou orfão.

A Maria Barroso aguenta-se muito bem no número.

Agora com o Alegre saia-nos a Helena Roseta na rifa? Muito interventiva por mon gout... mulher-macho?

A Maria Cavaca, meia-de-leite com uma carica na cabeça, no me gusta

Publicado por: py às outubro 27, 2005 10:30 AM

O melhor é votar num homosexual, py

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 11:10 AM

eh pá mas se me saísse pela frente o Castelo Branco eu morria, acho eu

Publicado por: py às outubro 27, 2005 11:28 AM

Pra mim está bem a Maria Barroso, tenho saudades da minha avó, e a senhora é esperta e veste bem.

Publicado por: py às outubro 27, 2005 11:30 AM

Ou será que é da minha mãe? O voto é livre, cada um pode ter saudades do que quiser...

Publicado por: py às outubro 27, 2005 11:31 AM

Medina Carreira há dias, ao Expresso:

"Sou amigo de Mário Soares, mas neste momento o país não se compadece com amizades ou cumplicidades de cor política. Com Cavaco Silva não era possível aquela tirada tola de Jorge Sampaio de que há vida para além do défice. Não ajudou o Governo nem ajudou o país. Não pode haver razões de cor. Tenho pena de ver Mário Soares nisto, porque ou ele perde e vai ter um desgosto imenso ou ele ganha e vamos nós ter um desgosto."

Publicado por: ardina às outubro 27, 2005 11:58 AM

basta olhar para a cara do Medina Carreira....

Publicado por: py às outubro 27, 2005 12:18 PM

A propósito de «saudades» :

http://www.revista-atlantico.com.pt/

Publicado por: asdrubal às outubro 27, 2005 03:28 PM

Cf. «O capricho de Tomás»
(Joaquim Aguiar)

Publicado por: asdrubal às outubro 27, 2005 03:31 PM

A questão dos poderes do presidente vai ser a grande arma contra Cavaco

Publicado por: Gros às outubro 27, 2005 04:58 PM

Não por declarações do próprio, mas por invenções dos opositores.

Publicado por: Gros às outubro 27, 2005 04:59 PM

O Presidente Bush pediu aos americanos para pouparem gasolina

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 09:57 PM

Para dar o exemplo, foi de bicicleta para o Congresso

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 09:57 PM

Pedalou, pedalou, até que ao fim de 10 minutos lhe disseram:

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 09:58 PM

Sr. Presidente: essa é uma bicicleta de ginásio

Publicado por: Coruja às outubro 27, 2005 09:59 PM

asdrubal às outubro 27, 2005 03:31 PM

Vai ver que a culpada foi a Gertrudes.

Publicado por: py às outubro 27, 2005 10:27 PM

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