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outubro 07, 2005

A Ética Republicana

Tem-se falado ultimamente, e com insistência, na ética republicana. O PR, o mais prolixo produtor de banalidades do país, caracterizou-a, há dias. Confesso a minha ignorância – não sei o que é a ética republicana. Sei o que é Ética, quer do ponto de vista filosófico, quer do ponto de vista profissional (a deontologia, que sistematiza os deveres que um profissional deve respeitar no exercício da sua actividade). Também sei o que é uma república, embora tendo uma ideia nebulosa sobre a sua caracterização exacta, sabendo as formas que as repúblicas têm revestido no tempo (desde a Antiguidade Clássica) e no espaço (desde a Europa à África, passando pela América Latina e Ásia). Só não atino com o que seja a ética republicana.

Sampaio declarou que A ética republicana exige competência, devoção ao serviço público, transparência, disponibilidade para abandonar o cargo exercido a outros melhores, nos termos da lei. A ética republicana exige que o funcionário sirva a República e proíbe-o de se servir da República para promover os seus fins pessoais ou os de um determinado grupo. Todavia se ele retirasse a palavra “republicana” aquela sentença estava correcta. E se substituísse República por Estado, era uma afirmação universal. A ética da acção política exige aquilo que o PR afirmou. Estou plenamente de acordo.

Então porquê a inserção de “republicana”?

A resposta é simples. Entre os ícones que povoam o relicário mental de Sampaio (bem como do clã Soares e de outros herdeiros do jacobinismo político) resplandecem os egrégios vultos da 1ª República. Mas eu, contrariamente aos próceres socialistas, quando olho para aquelas figuras, apenas detecto ética no grupo Seara Nova e em mais meia dúzia de individualidades como Carlos da Maia, Cândido dos Reis … talvez um José Relvas, um Machado Santos ou um Teixeira Gomes. Havia alguns líderes republicanos probos e desinteressados, mas muitos eram de ética mais que duvidosa, cada vez mais duvidosa à medida que se subia no protagonismo político, e o mais evidente de todos, António Maria da Silva, era um perfeito gangster político.

É ética republicana reduzir, após o triunfo da república, o corpo eleitoral a metade do existente nos fins da monarquia, com receio das opiniões dos cavadores de enxada e dos analfabetos? É ética republicana dissolver os partidos existentes, após o triunfo da revolução (excepto o republicano)? É ética republicana pôr “cientistas” republicanos a medirem os crânios de padres jesuítas, para confirmar, “cientificamente” que eram degenerados e publicar fotografias dessas investigações nas revistas da época? É ética republicana Afonso Costa, quando ministro da Justiça, em 1911, ter provido nos melhores lugares o seu irmão, os seus dois cunhados, o seu sócio do cartório, o seu procurador, um amigo íntimo desde os tempos da juventude, etc.? É ética republicana organizar a carnificina da Noite Sangrenta e assassinar o 1º Ministro e destacadas figuras ligadas à implantação da república? É ética republicana criar um regime tutelado pelos arruaceiros, bombistas e rufias dos cafés e tabernas de Lisboa como elementos catalizadores do debate político? É ética republicana ter criado a Guarda Nacional Republicana, bem municiada de artilharia e armamento pesado, concentrada na zona de Lisboa e cujos efectivos passaram de 4575 homens em 1919 para 14 341 em 1921 (*), chefiados por oficiais «de confiança», com vencimentos superiores aos do exército, afim de ser a Guarda Pretoriana do regime? É ética republicana ser a própria república a criar uma Guarda Pretoriana, que na Roma antiga apenas foi criada após a queda da república? É ética republicana a corrupção e o caciquismo eleitorais do Partido Democrático?

Ou seja, ética republicana carece de significado, porque exigiria a definição prévia que tipo de república se tem em mente. Se se tiver em mente o modelo da 1ª República, não há apenas a ausência de significado, é uma contradição nos termos.

Sampaio não explicitou a que modelo de república se referia. Não foi certamente ao da 2ª República, porquanto um regime autoritário dificilmente pode ser um exemplo de virtudes e de ética. Certamente que, no estado do actual regime, Sampaio não se está a referir à 3ª República, de que ele se deve ter tornado um dos principais coveiros. Igualmente nada indica que se esteja a referir a um modelo abstracto, utópico e intemporal.

Assim sendo, tudo leva a supor que o modelo de república que Sampaio tem em mente, quando adjectiva daquela forma a ética, é o da 1ª República. E provavelmente está a contrapor esse arquétipo imaculado e paradigmático, às misérias da actual república a que ele preside.

Se é isso, está a dar um péssimo exemplo do que entende por ética, não certamente por malevolência, mas apenas porque vive de mitos. A ética republicana é um mito do relicário ideológico do jacobinismo: por muitos desmandos que pratique é, por convenção, o estado perfeito de governação.


(*) Na sequência da Noite Sangrenta de 19-10-1921, do horror público que provocou e da derrota posterior dos golpistas, a GNR foi desmantelada e muito reduzida nos seus efectivos e equipamento, tornando-se numa força de polícia rural.

Publicado por Joana às outubro 7, 2005 12:01 AM

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Comentários

Essa coisa agora ressurgida pela mão/língua de Manuel Alegre é algo falho de substância e actualidade... Alegre contagiou Sampaio que também referiu a palavra "república" várias vezes no seu discurso, também sem lhe dar substância.

Ainda se compreende que Alegre viva obcecado com o termo, já que descende de uma família de revolucionários republicanos, mas Sampaio que tem como Soares uma visão monárquica do seu cargo?... Tenham paciência...

Publicado por: Rui às outubro 7, 2005 12:17 AM

Joana: Você é mesmo fracturante. Deixa o pessoal contrário cheio de nódoas negras.

Publicado por: David às outubro 7, 2005 12:42 AM


A ética republicana é apenas uma figura de estilo que pretende indicar que uma suposta ética oposta (a monárquica) não tem os mesmos valores. E, de facto, não tem. Na ética republicana, o regicídio de 1908 foi algo "triste" mas "inevitável". Na ética monárquica, obviamente que o assasino é um assassino.

São éticas diferentes.

Publicado por: J P Castro às outubro 7, 2005 12:50 AM


As outras diferenças escuso de as dizer, pois a Joana já deu bastantes exemplos.

Digo só mais isto: a República é, por natureza, um regime conflitual, porque leva a discussão pelo poder até ao lugar de chefe de Estado. A partir daqui... lá se vai a ética.

Publicado por: J P Castro às outubro 7, 2005 12:54 AM

David às outubro 7, 2005 12:42 AM

Ó menino, quando é que você percebe que isto não é um combate de jiu jitsu?

Já lhe passou por essa corrente de ar que tem dentro do crânio que aquilo a que chama «o pessoal contrário» não é acéfalo e pode partilhar exactamente a mesma visão da Joana?

E que, neste como noutros casos, a Joana não escreve contra o «pessoal contrário»? É, tão só, uma questão de higiene mental?

Publicado por: (M) às outubro 7, 2005 12:56 AM


Timothy Garton Ash disse aqui à dias que “a civilização em que vivemos é protegida por uma camada extremamente fina – basta um abalo – e ela estala passando cada um a lutar furiosa e instintivamente pela vida como cães selvagens”, e isso deu pra ver lá Big Easy, ou seja, será muito pior ainda que a "república"
Depois pegue-se nos executivos de uma multinacional e falsifique-se o balanço em 4 milhões de dólares prejuizos como se de investimentos se tratasse, passado um ano a marosca descobre-se e cada acção que valia 95 dólares vale agora 30 cêntimos - está encontrada a "Ética" (ou a falta dela),,, junte-se tudo e está encontrada a "ética republicana" que afinal não é uma coisa nem outra - mas sim o retrato fiel daqueles que se lhes opôem

Publicado por: xatoo às outubro 7, 2005 12:58 AM

Felizmente o Sampaio não lê estas coisas

Publicado por: AJ Nunes às outubro 7, 2005 12:59 AM

Desta vez estou 100% de acordo com a Joana.

Publicado por: Albatroz às outubro 7, 2005 01:01 AM

J P Castro às outubro 7, 2005 12:50 AM

Quem fala de uma «ética republicana» (ou marciana, ou outra) não pretende estabelecer uma contraposição — quer, de facto, afirmar que se trata de uma ética «superior», que existe uma superioridade moral dos seus adeptos em relação a outros grupos.
Em qualquer ética, um assassínio é sempre um assassínio e não tem justificação. Nenhuma ética legitima o assassínio

Publicado por: (M) às outubro 7, 2005 01:05 AM

Albatroz às outubro 7, 2005 01:01 AM

Meu caro, como escrevi aqui há dias, quando a Joana não mete o rigor no bolso é difícil não estar de acordo com ela.

Publicado por: (M) às outubro 7, 2005 01:15 AM


A "ética republicana" tem uma "superioridade moral" ? Curiosos adjectivos e associações.

Portanto, suponho que continua tudo a ser uma figura de estilo.

Publicado por: J P Castro às outubro 7, 2005 01:24 AM

Apetece-me citar Antero de Quental, em 1873 (referia-se à República espanhola):
"Se a República não for mais que a continuação da Monarquia sob outro nome, a monarquia menos o monarca; se representar as mesmas tradições administrativas e financeiras; as mesmas influências militares e bancárias; se fizer causa comum com a agiotagem capitalista contra o povo trabalhador; se não for mais do que uma oligarquia burguesa e uma nova consagração dos privilégios pelos privilegiados - em tal caso diremos que nos é cordialmente antipática essa pretendida República de antropófagos convertidos."

Publicado por: Vítor às outubro 7, 2005 01:37 AM

continuando:
"Se não for tão longe no caminho da reacção, mas se se contentar apenas com meias reformas sem alcance nem futuro, com uma meia descentralização, uma meia liberdade, um meio militarismo e um meio capitalismo; se for incolor, frouxa, indecisa, declamatória e pasteleira ... - nesse caso não diremos que somos hostis a essa pesudorepública de meninas de colégio; mas a nossa simpatia será apenas suficiente para lhe rezarmos um Padre-Nosso pela alma"

Publicado por: Vítor às outubro 7, 2005 01:41 AM

Ainda hoje o nosso espectro político se pode dividir divide entre os que acham que a n/ República se caracteriza pelo conteúdo da primeira parte da citação e os que, ao contrário, julgam que fica melhor caracterizada com a segunda parte da citação.

Publicado por: Vítor às outubro 7, 2005 01:54 AM

Mário Soares é o Mr Jourdan da Monarquia. A grande chatice é o D. João VII.

Publicado por: asdrubal às outubro 7, 2005 02:00 AM

O tempo tudo resolve e limpa. Até os desmandos autoritaristas da 1ª república (das bananas) foram limpos após os desmandos autoritaristas da 2ª república (dos cacetes)... Fica por saber quais os desmandos da 3ª república que nos farão esquecer os da precedente...

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 09:53 AM

Delicio-me sempre que vejo estes mitos serem desfeitos em pó.

Publicado por: Diana às outubro 7, 2005 09:58 AM

Portanto sempre se confirma que Soares é um tipo com ética republicana.

Publicado por: Coruja às outubro 7, 2005 10:13 AM

Um post extremamente cruel, que mostra que a passagem do segundo aniversário do blogue, e as felicitações que pela ocasião recebeu, fizeram bem à Joana. Mantenha-se assim, rigorosa e sem complacência.

"Não sejas pusilânime quando tiveres que julgar" (Livro do Eclesiastes)

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 7, 2005 10:16 AM

Rigor para a esquerda:

- Algo que nos sabe bem ouvir...


Rigor para a direita:

- Algo que supomos que os outros gostam de ouvir...

Publicado por: Mário às outubro 7, 2005 10:38 AM

Apelo à Joana:

Não se deixe amestrar por aqueles que elogiam alguns dos seus post e dizem ser aquele o caminho a seguir. Estão a tentar balizá-la para o caminho politicamente correcto.

A estratégia é bem conhecida. Em primeiro lugar, se não os podes eliminar, junta-te a eles. Depois de te jutnares a eles, tenta eliminá-los.

Sei que este apelo é desnecessário e a Joana não se deixa seduzir por manobras tão elementares... Mas a verdade é que se tem visto uma ofensiva censória contra vários blogs incómodos. Pode ser coincidência, ou pode ser que aqueles que até agora têm dominado os media (ou se identificam com essa linha de pensamento único) perderam a paciência e acham que é hora de meter esta gente na linha.

Publicado por: Mário às outubro 7, 2005 10:57 AM

«Joana»,
o Sampaio não se referia a um regime quando falou em «ética republicana». Referia-se a um conjunto de princípios. Até a citação que incluiu no seu artigo é suficiente para demonstrar isso. Não a leu?

Publicado por: Ricardo Alves às outubro 7, 2005 11:23 AM

Excelente. Ética política é um conceito objectivo. Ética republicana é uma tentativa desastrada de juntar a Ética a uma série de regimes destituídos de ética.

Publicado por: Rui Sá às outubro 7, 2005 12:41 PM

Concordo com o Rui Sá e acho uma atitude cívica liquidar estes lugares-comuns da nosso politiquês

Publicado por: Gpinto às outubro 7, 2005 12:57 PM

Publicado por: Rui Sá às outubro 7, 2005 12:41 PM

"Excelente. Ética política é um conceito objectivo. Ética republicana é uma tentativa desastrada de juntar a Ética a uma série de regimes destituídos de ética."

Excelente digo eu, meu caro.

Curto claro e conciso

Publicado por: Braveman às outubro 7, 2005 12:58 PM

Não que a 'ética monárquica' fosse muito superior à 'ética repúblicana'...

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 01:34 PM

A propósito de Ética :

Ontem ouvi uma breve entrevista ao ainda Presidente do Tribunal de Contas na TVI.
Dizia o senhor que em dez anos nenhuma auditoria a Câmaras Municipais, Fundações, Organismos do Estado, etc, etc em que o Tribunal tivesse detectado irregularidades, má gestão e prejuízos financeiros para o Estado, nenhuma auditoria entregue no Ministério Público teve por consequência a reposição dos montantes em falta ou o accionamento de um processo-crime em relação aos responsáveis por essas perdas financeiras. Nunca as auditorias do Tribunal de Contas tinham base suficientemente sólida para que o MP accionasse as sua funções específicas. Não é extraordinário ?

Publicado por: asdrubal às outubro 7, 2005 01:39 PM

A propósito de Ética :

Ontem ouvi uma breve entrevista ao ainda Presidente do Tribunal de Contas na TVI.
Dizia o senhor que em dez anos nenhuma auditoria a Câmaras Municipais, Fundações, Organismos do Estado, etc, etc em que o Tribunal tivesse detectado irregularidades, má gestão e prejuízos financeiros para o Estado, nenhuma auditoria entregue no Ministério Público teve por consequência a reposição dos montantes em falta ou o accionamento de um processo-crime em relação aos responsáveis por essas perdas financeiras. Nunca as auditorias do Tribunal de Contas tinham base suficientemente sólida para que o MP accionasse as sua funções específicas. Não é extraordinário ?

Publicado por: asdrubal às outubro 7, 2005 01:39 PM

Não é extraordinário ?

Não. Uma coisa é ética, outra a lei. O Ministério Público não pode acusar politicos por falta de ética, isso compete aos eleitores julgar, apenas por quebrar a lei. E com a nossa labirintica lei é sempre difícil provar.

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 02:05 PM

Mário às outubro 7, 2005 10:57 AM

Este, com um raciocínio tão agudo, deve pertencer ao grupo dos que pensam que o CFR é um bando de infiltrados comunistas...

# : - ))

Publicado por: (M) às outubro 7, 2005 02:16 PM

Ricardo Alves às outubro 7, 2005 11:23 AM:
Eu li a citação. O que eu duvido é que você tenha lido o que escrevi a seguir.

Publicado por: Joana às outubro 7, 2005 02:16 PM

Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 09:53 AM

O que você escreveu mostra, quando muito, que o tempo «limpa».
Porque o tempo, se «resolvesse», poderia permitir evitar os «desmandos» da República seguinte.
Transforme agora «República» em «mandato» e verá como isso se aplica a todos os ciclos eleitorais.

O que acabará por nos conduzir à conclusão de que o que, de facto, «limpa» o passado não é o tempo, mas a ignorância.
E que os «desmandos» futuros só não são evitados por falta de conhecimento (e às vezes de inteligència).

Publicado por: (M) às outubro 7, 2005 02:25 PM

asdrubal às outubro 7, 2005 01:39 PM

Esse Tribunal de Contas, esse malandro, devia apanhar com processos por difamação em cima!

Então esses sacanas atrevem-se a denunciar publicamente "irregularidades" sem no entanto provar nada? Atrevem-se a pôr publicamente em causa a reputação e o bom-nome de presidentes de Câmaras, gestores de empresas municipais, conselhor diretivos de fundações, etc, sem nunca provarem por A+B qualquer culpabilidade?

Malandros!!!

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 7, 2005 02:30 PM

Publicado por: (M) às outubro 7, 2005 02:25 PM

E quem é que disse que o tempo resolvia alguma coisa? Só no sentido de que a prazo, estamos todos mortos...

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 03:18 PM

Publicado por: (M) às outubro 7, 2005 02:16 PM

Não há raciocínios agudos, apenas a percepção que a maior parte das pessoas usam raciocínios sofisticados para esconder motivações básicas.

Publicado por: Mário às outubro 7, 2005 03:20 PM

Publicado por: (M) às outubro 6, 2005 02:23 PM

Tem muita razão no que diz. Aliás foi um dos maiores erros de salazar.

Ao contrário de de Franco, Mussolini ou Hitler, e não estamos a falar de atrocidades mas simplesmente de economia, Salazar apostou na continuação do país Bucólico, e atrasado industrialmente.

Os outros apostaram no investimento estatal, na industrialização massiva etc.

Realmente tem muita razão quando afirma quando Franco é responsável pelo desenvolvimento espanhol.

e continuando faço minhas as Palavras de Asdrubal (Publicado por: asdrubal às outubro 6, 2005 07:41 PM). Foi também Franco que percebeu que para a estabilidade era necessária a monarquia (outro erro de Salazar) e impôs Juan Carlos. O Papel de Juan Carlos é esse o de manter a estabilidade e de coesão, e respeito pelas instituições. O seu papel tem sido cumprido integralmente.

Eu simplesmente estou-me marimbando para sangues azuis ou roxos ou amarelos.

Do que falo é de uma questão de regime.

penso que é de alguma desonestidade intelectual que não tente compreender o papel que tenho referido a Juan Carlos no desenvolvimento espanhol. Tanto que ele não possui poderes executivos na plenitude. Quem Governa é o parlamento e o governo.

O que digo e repito, Juan Carlos tem cumprido o seu papel contribuindo decisivamente para o desenvolvimento espanhol.

E espero que ainda discordando de mim, não me falte ao respeito que nunca lhe faltei e tenha honestidade intelectual de não deturpar as minhas palavras.

Publicado por: Braveman às outubro 7, 2005 03:23 PM

Luís Lavoura em Outubro 7, 2005 02:30 PM,

Mas eu escrevi alguma coisa cuja lógica me escape ? Não é ao Tribunal de Contas que compete provar nada, porque não é essa a sua função. Mas, por exemplo, a auditoria e o processo subsequente (entretanto arquivado) ao célebre Instituto para as estradas (ou lá o que era) do Sr Vara, que deu como perdidos 400 mil contos, é arquivável ?

Publicado por: asdrubal às outubro 7, 2005 03:28 PM

Santo Deus, mas o estado em que as coisas chegaram! Como se atrevem a dizer que o Dr. Salazar cometeu erros?

Publicado por: Mário às outubro 7, 2005 04:23 PM

Já não há paciência para ouvir o Sampaio. Daqui a uns meses estará na sarjeta da História.

Publicado por: soromenho às outubro 7, 2005 04:42 PM

Salazar cometeu pelo menos um erro. Teve muita falta de jeito ao levantar-se da cadeira.

Publicado por: hanibal às outubro 7, 2005 04:51 PM

Joana às outubro 7, 2005 02:16 PM

Eu li o que escreveu a seguir, mas existe uma quebra de lógica no seu raciocínio que é bastante óbvia.
É que, ao contrário do que afirma, a afirmação de Sampaio não pode ser universal, mesmo substituindo «República» por «Estado». O requisito «disponibilidade para abandonar o cargo exercido a outros melhores» não faz qualquer sentido num regime monárquico, por exemplo. Parece-me que só por não ter compreendido isso é que a Joana se autoriza a digressão sobre a República enquanto regime historicamente situado que fez em seguida.

Publicado por: Ricardo Alves às outubro 7, 2005 04:52 PM

Tanto ódio a Sampaio.
E, contudo, pudesse ele recandidatar-se...

Publicado por: Vítor às outubro 7, 2005 05:15 PM

Publicado por: Vítor às outubro 7, 2005 05:15 PM

Ora, mas pode, quem disse que não... Vai depois alternando com o Soares ad aeternum. Fazem quatro anos cada um até estarem (ainda mais) senis.

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 05:20 PM

Os portugueses adoram senilidade... Olha só quanto tempo esteve o Salazar na cadeira.

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 05:22 PM

Ricardo Alves às outubro 7, 2005 04:52 PM:
Eu leio que «A ética republicana exige que o funcionário sirva a República». Ora o Presidente não é um funcionário, mas um magistrado eleito. Um Rei também não é um funcionário.
Você não está a fazer uma grande confusão?

Publicado por: Rui Sá às outubro 7, 2005 05:34 PM

A teoria política está cheia Paulo Coelhos...

Publicado por: Mário às outubro 7, 2005 05:38 PM

Eu leio «disponibilidade para abandonar o cargo exercido a outros melhores», mas se calhar estou enganado.

Publicado por: Ricardo Alves às outubro 7, 2005 05:40 PM

Ainda não vislumbrei sinais de senilidade em nenhum dos dois. Aliás, falar na pretensa senilidade de Soares ou Sampaio é o mesmo que atribuir o estatuto de garotada às gerações de Portas, Nuno Melo e Bernardino Soares.
Até porque, a questão da recandidatura de Soares, irá ser resolvida pelos eleitores.

O que vejo são julgamentos de personalidade e insultos mais ou menos declarados que dizem mais sobre quem os profere do que sobre o alvo dos mesmos.

Não sei se é o caso, mas o desatino provocado pelo derrube do Governo do Dr. Santana Lopes promete durar mais que a magistratura de Sampaio (e quanto eu gostaria que Sampaio não tivesse tomado essa decisão).

Publicado por: Vítor às outubro 7, 2005 05:41 PM

Claro que a questão da recandidatura de Soares irá ser resolvida pelos eleitores. Mas isso não impede que alguns desses eleitores achem que o Soares está chéché. Estão no seu direito.

Publicado por: rudy às outubro 7, 2005 05:47 PM

Publicado por: Vítor às outubro 7, 2005 05:41 PM

No Sampaio é só de brincadeira. Agora o Soares? Mais senil que aquilo, usava fraldas e babava-se, tal Cavaco, mas sem bolo-rei.

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 05:49 PM

Joana tem os seu ódios de estimação bem catalogados.
No caso de Sampaio nem se deve tratar de questões republicanas recentes, mais ou menos éticas.
O problema de Joana com Sampaio já vem do episódio na CMLisboa, que ´já aqui foi citado n vezes.
Ela, por outro lado, gosta de atiçar os cães raivosos contra a esquerda; é só ler 1/2 dúzia de comentários idiotas de alguns cabeças rapadas que por aqui a apoiam.

Publicado por: zippiz às outubro 7, 2005 05:56 PM

rudy às outubro 7, 2005 05:47 PM
Claro que estão no seu direito. Desde que possam referir os sintomas da senilidade. Se não o fizerem, então não passa de má-língua e insulto gratuito, tão típicos do português médio.

Se é o seu caso - se também acha que Soares está chéché, refira lá alguns sinais desse estado.

Este pedido de esclarecimento é válido também para o Pedro Oliveira (Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 05:49 PM)

Publicado por: Vítor às outubro 7, 2005 05:59 PM

Basta atentar à sua mudança de discurso... Passou de uma esquerda social-democrata para uma radical do Bloco de Esquerda. Dá o dito por não dito. Mas como já aqui foi sublinhado, lá será julgado pelo eleitorado.

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 06:05 PM

Por falar em ódios de estimação, então a candidata-bandida presidente de Câmara de Salvaterra de Magos?
O BE é o único partido que se pode orgulhar de ter 100% dos seus presidentes autárquicos arguidos

Publicado por: Sa Chico às outubro 7, 2005 06:09 PM

plim,plim

Publicado por: xatoo às outubro 7, 2005 06:20 PM

eanes , soares e sampaio , qual deles o pior .... venha o cavaco o mal menor , ou mesmo o mediatico marcelo , apezar de mariconso com o perigo de "juntar os trapinhos " com o socrates ..... bem tinha a sua piada ter um presidente a falar de ética gay na politica , modernissimo ... agora a sério este país merecia era o louça , pra rebentar com tudo de uma vez .

Publicado por: jojo às outubro 7, 2005 06:52 PM

O pyrenaica andará nas Autárquicas2005?

Publicado por: Coruja às outubro 7, 2005 07:36 PM

Espero que não, senão ainda apanha com a PJ atrás

Publicado por: Coruja às outubro 7, 2005 07:37 PM

Isso da candidata-bandida é uma notícia da Sábado e de uma rádio de Samora Correia. Não está confirmada.

Publicado por: vitapis às outubro 7, 2005 07:42 PM

Mas lá que teria piada, é um facto.
Pela boca morre o peixe.

Publicado por: vitapis às outubro 7, 2005 07:43 PM

Confirma-se a notícia. A própria já declarou que havia sido constituído arguida.

Publicado por: AJ Nunes às outubro 7, 2005 07:59 PM

Não corujinha. Já te disse que já fiz aytárquicas há 4 anos e detesto encores. Mando só umas coisas para os jornais, devez em quando. Hoje estou muito parcimonioso. Quero que fiques com saudades. Mas não sou cruel, vim aqui para ficares descansado.

Pa A PJ atrás de mim? Se se for muito bonzão, e ainda assim às vezes sai ao contrário...

Publicado por: py às outubro 7, 2005 08:17 PM

À atenção de Pedro Oliveira, somewhere under the rainbow:

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E quem é que disse que o tempo resolvia alguma coisa? Só no sentido de que a prazo, estamos todos mortos...

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 03:18 PM
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O tempo tudo resolve e limpa. Até os desmandos autoritaristas da 1ª república (das bananas) foram limpos após os desmandos autoritaristas da 2ª república (dos cacetes)... Fica por saber quais os desmandos da 3ª república que nos farão esquecer os da precedente...

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 09:53 AM

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Publicado por: (M) às outubro 7, 2005 08:19 PM

Pedro Oliveira às outubro 7, 2005 06:05 PM

Concretize Pedro, concretize. V. não é um português médio.

Onde tem V. andado? O "dito por não dito" é condição essencial da prática política.

Publicado por: Vítor às outubro 7, 2005 08:43 PM

Só para não pensarem que estou doente...

Publicado por: py às outubro 7, 2005 08:50 PM

plim

Publicado por: py às outubro 7, 2005 08:51 PM

Em relação ao conteúdo do post da Joana chega-me perfeitamente o enunciado do Sampaio como de referência à ética política. Penso no entanto que o adjectivo republicana se aproximará mais da concepção platónica. Mas só amanhã é que poderei ver isso.

Publicado por: pyrenaica às outubro 7, 2005 09:14 PM

Também me parece que o Sampaio só diz coisas platónicas

Publicado por: Coruja às outubro 7, 2005 10:36 PM

olha já estou cheio de curiosidade para ver os juízos de valor dos portugueses, aqui, ali e acolá. Aprendo sempre com as votações dos portugueses. Mesmo com abstenção.

Publicado por: py às outubro 7, 2005 10:55 PM

aquela da "inversão do ónus da prova" em circunstâncias fiscais e penais é muito elegante, e aristotélica, acho.

Publicado por: py às outubro 7, 2005 10:57 PM

Ainda por cima está sempre virado para o fundo da caverna.

Publicado por: Coruja às outubro 7, 2005 10:58 PM

Pois, "inversão do ónus da prova" tem muitas tradições. A inquisição usava-a sempre.

Publicado por: Coruja às outubro 7, 2005 11:03 PM

pois mas aqui é para efeitos fiscais, corujinha, eu como tenho as minhas contas todas limpinhas, e sempre paguei os meus impostos, acho bem.

Publicado por: py às outubro 7, 2005 11:06 PM

(Joana e a quem mais possa interessar, se alguém houver: não sei se fui muito hermético naquela exemplificação de um isomorfismo entre R e R2, posso fazer mais terra-a-terra, se quiser; é muito engraçado realizarmos que qualquer Rn, n finito, tem a mesma potência de R, a do contínuo, ou seja R e Rn têm o mesmo número de pontos, um tipo particular de infinito, a potência do contínuo. E daí a legitimidade dos índices quantitativos como números reais. Outra coisa é o problema do valor...)

Publicado por: pyrenaica às outubro 7, 2005 11:11 PM

ui,ui

Publicado por: py às outubro 7, 2005 11:12 PM

quase

Publicado por: py às outubro 7, 2005 11:13 PM

pimba

Publicado por: py às outubro 7, 2005 11:13 PM

olha os pinguins...

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1234904&idCanal=13

Publicado por: pyrenaica às outubro 7, 2005 11:16 PM

Fui só ali, capicuar pela calada no 5 de Outubro ...

Publicado por: Coruja às outubro 7, 2005 11:28 PM

bem bom: um 44! Já estou a ficar com soninho. Sabes que isto de fotossintetizar depois dá ressaca... Ainda tenho de estudar melhor a 1ª República mas o pensador já anda esquentador com outras coisas e não dá para tudo. Alguns chamaram-lhe a Revolução Portuguesa. Lembro-me que a minha avó me dizia que naquele tempo andava tudo maluco, não se podia ir às compras... mas é que nisto das senhoras e dos homens há uma diferença: testotesrona.

Publicado por: py às outubro 7, 2005 11:40 PM

testoesterona?

Publicado por: py às outubro 7, 2005 11:41 PM

Disse nunca comprei. Onde se vende para caso de vir a precisar?

Publicado por: Coruja às outubro 7, 2005 11:50 PM

O eterno argumento contra a Monarquia é que o povo não escolhe o Rei. Eu diria que essa é mais uma vantagem da Monarquia... Mas não é absolutamente verdade que assim seja. O primeiro Rei de qualquer dinastia e o Rei em época de crise é de facto escolhido (há quem diga "eleito") pelo povo (D.João I, D.António Prior do Crato, D.João IV, D.Miguel I). Depois, o acto da aclamação é uma ratificação pelos representantes do povo de todos os Reis, antes da sua entronização. Logo, há legitimidade democrática para os Reis. Depois, poucos conhecem a afirmação muito sagaz do Marquês de Penalva (finais do século XVIII) de que o Rei é desigual para que todos os outros possam ser iguais. Numa leitura marxista da Monarquia podíamos dizer que é em Monarquia que a classe dominante tem a sua expressão mais reduzida - apenas o Rei -, pelo que a luta de classes pode ser igualmente reduzida à sua expressão mais simples. Ou seja, havendo sempre uma classe dominante e uma classe dominada, acho preferível que a classe dominante tenha apenas uma pessoa. Até porque conter a classe dominante se torna assim muito mais simples... Na República a classe dominante tem carácter oligárquico, e é muito dificil de combater.

Publicado por: Albatroz às outubro 8, 2005 12:00 AM

É grátis, fazes assim: Olhas à volta e de repente, por razões imponderáveis, faz plim, nunca percebi se no bolbo raquidiano ou no hipotálamo, depois vem uma coisa tipo cecrisina mais subtil por aí abaixo, seguido de um efluxo sanguíneo por aí acima. Já está! Há mais uns pormenores que não se pode contar mas depois logo vês.

Publicado por: py às outubro 8, 2005 12:36 AM

Obrigado, py. Vou experimentar isso da cecrisina esta noite.

Publicado por: Coruja às outubro 8, 2005 12:39 AM

«Numa leitura marxista da Monarquia podíamos dizer que é em Monarquia que a classe dominante tem a sua expressão mais reduzida - apenas o Rei -, pelo que a luta de classes pode ser igualmente reduzida à sua expressão mais simples»

Albatroz às outubro 8, 2005 12:00 AM

Isso deve ter sido por estar a escrever à meia-noite, que é a hora dos fantasmas. Pensa, mesmo, que na Grâ Bretanha a classe dominante tem uma «expressão reduzida» e que a luta de classes foi, ali, «reduzida à expressão mais simples» ????????

Publicado por: (M) às outubro 8, 2005 05:31 AM

Claro. Durante anos foi entre o Príncipe Carlos e a Diana.

Publicado por: Surpreso às outubro 8, 2005 09:29 AM

cro'jinha, um plim pa ti. Hoje vou passear. Já estou a ficar nervoso para ver como é que os portugueses amanhã vão falar. Ainda por cima estas eleições têm uma leitura glocal: local e global. Eu adoro ver os portugueses pronunciarem-se.

Imagina que estou apaixonado por Portugal, dragão e pelicano, mas por Moçambique também e ainda se vai juntar a menina Cuba, e só espero que não fiquem tod@s com ciúmes...

Publicado por: py às outubro 8, 2005 10:23 AM

No Público de hoje, a Helena Matos tem um artigo sobre este mesmo assunto, com muitos pontos em comum.

Publicado por: Viegas às outubro 8, 2005 11:01 AM

(M) às outubro 8, 2005 05:31 AM

Pois, mas é que eu sou monárquico de tendência anarco-miguelista, que só reconheço o Rei, livre de quaisquer parasitas. A minha análise é politóloga, não é do tipo "Olá"... E depois, para mim, a Inglaterra não é uma Monarquia, é uma associação de clubes privados que tem no topo "the royals"...

Publicado por: Albatroz às outubro 8, 2005 11:08 AM

Lido noutro blog, com a devida vénia transcrevo parte de uma carta de Antero de Quintal sobre a república e os republicanos:

"Quem é que está hoje sendo um dos grandes repúblicos em Lisboa? Adivinhe... o Teófilo Braga! Redige um jornal intitulado O Rebate (traduza Le Rappel) em cujos artigos de fundo desenvolve o homem todos os recursos do estilo colhido nas antigas leituras do Piolho Viajante. Fala nesta choldra e outras amenidades de linguagem, e propõe-se enforcar toda a gente, começando desde já por enforcar a gramática, o senso comum e a decência. É uma espécie de Marat de soalheiro, que faz rir mas enoja, e enoja tanto mais quanto é lido, o que nos dá a medida da capacidade intelectual e moral do público republicano. Creio que teremos a República em Portugal, mais ano, menos ano; mas, francamente, não o desejo, a não ser num ponto de vista todo pessoal, como espectáculo e ensino. Falam de Espanha com desdém – e há de quê – mas eles, os briosos portugueses, estão destinados a dar ao mundo um espectáculo republicano ainda mais curioso; se a república espanhola é de doidos, a nossa será de garotos.
A grande revolução, meu caro, só pode ser uma revolução moral, e essa não se faz dum dia para o outro, nem se decreta nas espeluncas fumosas das conspirações, e sobretudo não se prepara com publicações rancorosas de espírito estreitíssimo e ermas da menos ideia prática. Quando nós virmos o Peniche e o Valadares, e o Teófilo e o Bonança ministros duma revolução compreenderemos tudo isto..."

(A fonte é o blog "Lusitana Antiga Liberdade" - http://www.jacarandas.blogspot.com/)

Publicado por: Albatroz às outubro 8, 2005 11:25 AM

Antes de ir a uma sestinha, e conforme o prometido, a "minha" contribuição para o problema da ètica política:

"Mas eis o que penso ser a verdade: o Estado em que o poder for exercido por quem tem menos gosto pelo poder é necessariamente o Estado que tem o governo mais perfeito e o menos sujeito às facções..."

Sócrates na resposta a Gláucon in pag. 27 A República (livros VI e VII), Platão, trad. Maia da Rocha, Didáctica Editora, 2000.

Portanto o problema é complicado...

Publicado por: pyrenaica às outubro 8, 2005 04:15 PM

tão complicado que eu fiquei presidente de uma coisa que não queria, só para um homem morrer mais descansado, e já marquei o prazo para começar a montar uma conspiração contra mim, que mais um ano e acabou!

Publicado por: pyrenaica às outubro 8, 2005 04:17 PM

c'rujinha não papes todas enquanto eu estiver a dormir, deixa-me uma, chega.

Publicado por: py às outubro 8, 2005 04:19 PM

Nunca vi um poder ser exercido por quem não gosta de o exercer. Pelo menos na política

Publicado por: Sa Chico às outubro 8, 2005 04:56 PM


Já em monarquia, com um Rei, isso é recorrente.

Por exemplo, Eduardo VIII de Inglaterra abdicou por amor a uma divorciada americana. Foi pena. Quem faz uma coisa dessas devia dar um grande chefe de Estado.

Não tem nada a ver com políticos que buscam o poder.

Publicado por: J P Castro às outubro 9, 2005 01:04 AM

A ver se eu percebo:

1.º - numa república, um tipo candidata-se a Presidente - é natural que tenha vontade de exercer o cargo. Pudera: até se candidatou.

2.º - Numa monarquia, toca a um tipo ser Rei (não por vontade, mas por descendência). Não quer - abdica.

E conclui-se daqui um maior desapego dos monarcas e logo uma vantagem para a monarquia?
Extraordinário...

Publicado por: Vítor às outubro 9, 2005 01:12 AM

Então não é o desapego um virtude republicana?

Publicado por: Coruja às outubro 9, 2005 01:21 AM

Então não é o desapego um virtude republicana?

Publicado por: Coruja às outubro 9, 2005 01:22 AM

Logo esse rei tem ética republicana do Sampaio

Publicado por: Coruja às outubro 9, 2005 01:25 AM

Está tudo certo

Publicado por: Coruja às outubro 9, 2005 01:25 AM


Vitor,

Eduardo VIII não abdicou porque não queria ser rei: abdicou porque o encostaram entre a espada e a parede. Ele preferiu a "espada" a abdicar do amor.
Em república, um político que faça isso não chega nunca a um lugar de topo.

Se você não conclui nada daqui...


Não é só desapego do poder. É não ter tido "a ambição de", é aceitar a vida tal como ela é.

Um Rei só tem de aceitar ser Rei: o cargo vem ter com ele.
Um Presidente tem de querer ser Presidente: ele vai atrás do cargo.

Também não conclui nada daqui ?

Publicado por: J P Castro às outubro 9, 2005 03:04 AM

Aliás, quando alguém QUER ser Rei, isso é sinónimo de sarilho ou guerra civil. Veja-se Portugal nas décadas pós-Napoleão.

Publicado por: J P Castro às outubro 9, 2005 03:08 AM

Costuma endossar-se à República o privilégio da eleição presidencial sem cuidar na extraordinária metafísica do «Presidente de todos os Portugueses» logo após a exclusão de metade do eleitorado.
É a este fenómeno que se dá o nome de «Ética Republicana».

Publicado por: asdrubal às outubro 9, 2005 05:24 PM

Uma pergunta: Se o Soares for preso por 60 dias por ter violado a Lei Eleitoral, será solto a tempo de concorrer às Presidenciais?

Publicado por: Coruja às outubro 9, 2005 06:50 PM

Soares quer concluir a pira republicana.
Acho bem, ora essa.

Publicado por: Sidhartha às outubro 9, 2005 11:11 PM

Soares está acima da lei

Publicado por: lopes às outubro 11, 2005 01:03 AM

Pelo menos é o que ele julga

Publicado por: lopes às outubro 11, 2005 01:04 AM

Olha que post excelente

Publicado por: Coruja às outubro 11, 2005 01:04 AM

Olha que post excelente

Publicado por: Coruja às outubro 11, 2005 01:05 AM

Olha que post excelente

Publicado por: Coruja às outubro 11, 2005 01:05 AM

«Urge uma gigantesca tarefa de despoluição legislativa».

http://www.demoliberal.com.pt/noticias.php?noticia=787

Publicado por: asdrubal às outubro 11, 2005 04:38 PM

Concordo plenamente com esta análise. Falar de ética republicana é de uma grande hipocrisia. Além de ser uma falsificação da história.
Ética é ética.

Publicado por: saavedra às outubro 12, 2005 12:01 PM

Muito bom, este texto

Publicado por: Salema às outubro 13, 2005 02:01 PM

É triste ouvir o Sampaio e o Soares faraem de ética republicana. É sinal de muita hipocrisia

Publicado por: hanibal às outubro 13, 2005 04:03 PM

Pois, pois

Publicado por: Cisco Kid às outubro 13, 2005 06:53 PM

Ética republicana é aquilo que te falta

Publicado por: Cisco Kid às outubro 13, 2005 06:54 PM

Ética

Publicado por: Cisco Kid às outubro 13, 2005 06:55 PM

Vê-se cada um

Publicado por: Vet às outubro 13, 2005 09:36 PM

Post excelente

Publicado por: Coruja às outubro 13, 2005 09:52 PM

Post excelente

Publicado por: Coruja às outubro 13, 2005 09:52 PM

O post é violento e iconoclasta, mas acerta completamente ao lado do alvo. A observação do Ricardo Alves é definitiva, nada a fazer (Publicado por: Ricardo Alves às outubro 7, 2005 11:23 AM).
Pergunto se não será sempre isto o que acontece com os iconoclastas: muita força de braço, nenhuma pontaria?

Publicado por: duarte às outubro 14, 2005 10:53 AM

Não me parece que acerte ao lado. O modelo do republicano para os soaristas e congéneres é o do republicano da 1ª República, não é nada de utopia ou abstracto.
Se não temos nenhuma república que sirva como modelo de ética, a que título o Sampaio fala de ética republicana?

Publicado por: Rui Sá às outubro 14, 2005 03:00 PM

Post excelente e que irritou os falsificadores da História que se têm esmerado a branquear a 1ª República

Publicado por: J Correia às outubro 19, 2005 11:41 PM

Podiam ter percebido que, se foram os próprios republicanos a derrubarem um regime que era odiado por todos desde o Grupo Seara Nova até aos integralistas, passando pelos republicanos moderados, como Mendes Cabeçadas, Cunha Leal, etc., então era porque o regime era mesmo muito mau

Publicado por: J Correia às outubro 19, 2005 11:43 PM

Cheguei a ler que era natural medirem as cabeças dos jesuitas para provarem que eram degenerados.
Como não podiam contestar esta monstruosidade, dizem que é um acto normal.
Que hipocrisia. Onde leva a tentativa de branquear pela falsificação.

Publicado por: J Correia às outubro 19, 2005 11:47 PM

Post iconoclasta?

Publicado por: Coruja às outubro 20, 2005 12:39 AM

Post iconoclasta?

Publicado por: Coruja às outubro 20, 2005 12:39 AM

Post iconoclasta?

Publicado por: Coruja às outubro 20, 2005 12:39 AM

Post iconoclasta?

Publicado por: Coruja às outubro 20, 2005 12:39 AM

Medir as cabeças dos jesuitas não é iconoclasta

Publicado por: Coruja às outubro 20, 2005 12:40 AM

Iconoclasta é parti-las

Publicado por: Coruja às outubro 20, 2005 12:41 AM

Iconoclasta é parti-las

Publicado por: Coruja às outubro 20, 2005 12:41 AM

Meu trabalho de tica

Publicado por: ROGERIO às novembro 18, 2005 04:56 PM

very good!!!! kiss

Publicado por: euuuu às janeiro 4, 2006 03:21 PM

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