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julho 22, 2005

Questão para o FdS

Pensem nas seguintes questões (ou na questão seguinte e respectivas variantes):

Até quando Portugal aguentará esta situação?

1 – Até à bancarrota do Estado e insolvabilidade das famílias sobre-endividadas, incapazes de suportarem os aumentos dramáticos das taxas de juro decorrentes indirectamente da falência do Estado? Que acontecerá então?

2 – Se puser termo a esta situação entretanto, como será? Cavaco ganha as presidenciais e ao fim de 6 meses (ou mais, dependendo do grau de apodrecimento da situação) dissolve a AR e convence os portugueses a aceitarem uma solução tecnocrata, de reestruturação profunda à irlandesa? Solução diabolizada como neoliberal, mas que levou à Irlanda tornar-se o 2º pais mais rico da Europa.

3 – As presidenciais são ganhas por um candidato da ala esquerda do PS e Portugal cai na miséria populista, mas igualitária, tipo América Latrina Guevarista? Neste caso as famílias não terão que pagar as dívidas, anuladas por decreto revolucionário, mas não terão acesso a bens de consumo, mesmo alimentares, pois o país nem alimenta 1/3 da população (nem agora, nem nunca). Não haverá problemas de poluição, porque como o país está insolvente, só compra “cash” e não vai importar crude, para além de 1 barril mensal que Chavez oferece a título de solidariedade internacionalista e proletária. As pensões de reforma serão substituídas pela sopa dos pobres.

4 – Outras soluções serão possíveis? Quais?

Publicado por Joana às julho 22, 2005 07:11 PM

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Comentários

Eu prefiro nem pensar.

Publicado por: asdrubal às julho 22, 2005 08:10 PM

A solução nº 2 não me aprece viável pelo simples facto de Cavaco ter uma forte veia estatista.

A solução passa por uma vaga de fundo no sentido de tomar medidas liberais para salvar o estado social :)

Publicado por: Mario às julho 22, 2005 08:26 PM

Vaga de fundo liberal? Em Portugal? Náá

Publicado por: David às julho 22, 2005 09:04 PM

Vejo uma variante da solução 2. Cavaco e A Borges conseguem alguma melhoria, mas não conseguem reformas idênticas às irlandesas. Cavaco é meio-estatista.

Publicado por: Diana às julho 22, 2005 10:02 PM

Mas ainda há-de passar muita água sob as pontes. As reformas a fazer são muito sérias e as pessoas ainda não estão preparadas

Publicado por: Diana às julho 22, 2005 10:07 PM

Não se a sua opinião mudou com a demissão de Campos e Cunha, mas antes desta demissão, sei que Cavaco estava a gostar do trabalho de Sócrates no governo, estando muito impressionado pela positiva.
Pelo menos era o que ele dizia em almoços privados com os amigos.

Publicado por: Alfredo às julho 22, 2005 10:15 PM

Parece que o roaming funciona.

Publicado por: AJ Nunes às julho 22, 2005 10:44 PM

Foi Cavaco que começou o Monstro (embora a ruína da nossa economia começasse com o 11 de Março) e foi assim que ele conquistou a 2ª maioria absoluta. É natural que ele gostasse de uma solução meias-tintas como a que estava a ser a de Sócrates.
O problema é que o Monstro cresceu tanto que já não vai com meias tintas

Publicado por: AJ Nunes às julho 22, 2005 10:48 PM

Ponto 1 - O estado não gera riqueza, suga riqueza! Há que suster o sorvedouro, essa tarefa não será possível sem a re-engenharia da função pública (ainda hoje o noticiário económico do Howard Quest na CNN informava que a Ford vai cortar 30% da força de trabalho dos colarinhos brancos - para alguma coisa serve a reengenharia, os sistemas de informação e a abordagem por processos a sério).
Ponto 2 - O ponto 1 é importante mas manifestamente insuficiente pois continua a não gerar riqueza. Não acredito que seja prioritário baixar os impostos das famílias porque isso induziria mais importações, há sim que facilitar a vida a quem quiser criar empresas, há que reduzir o risco associado à criação de empresas - desburocratizar, baixar impostos, acabar com subsídos (veja-se o exemplo da agricultira chilena ou neo-zelandeza). Ainda hoje uma empresa me mostrou documentação trocada com um burocrata da câmara municipal de Albergaria-a-Velha, impressionante, impressionante, impressionante.
Ponto 3 - É impressionante como ainda há quem acredite na capacidade omnipresente, omnisciente e omnipotente do estado...

Publicado por: diogenes às julho 22, 2005 10:53 PM

Este post só me dá vontade de rir, uma vez que as hipóteses colocadas são verdadeiros disparates.

Mas...não podemos de deixar de pensar nos cenários possíveis. Vamos então a eles:

1 - Bancarrota do Estado ? Quase impossível, uma vez que até somos o País que mais Ouro temos per capita, só sendo superados pela Suíça. Mas admitindo que mesmo assim o gastávamos todo, para pagar dívidas do Estado. Ainda nos restaría muito Crédito ! Espanha e Brasil podem tomar conta disto a brincar. O brasil é como se sabe o maior Monstro de riqueza a Crescer, de tal modo que já mandaram à fava o FMI.

2 - A Hipótese de Cavaco Ganhar as Eleições é uma miragem... Não ganhará !

3 - Esta hipótese é outra brincadeira Liberal, no passa nada e nada se passará. Porque não faltará quem nos queira vender, vender, vender.

Publicado por: Templário às julho 22, 2005 11:00 PM

Variantes

Comecemos pelas já experimentadas variantes em Portugal em 1975 :

4 - Os Liberais não percebem muito de Economia, pois não conseguem avaliar bem, a nossa capacidade de Crédito que é das maiores do Mundo.
Porquê ?
Os EUA, em 1975 tinham 2 hipóteses perante Portugal:
a) não faziam nada, e deixavam o Gonçalvismo e o PCP tomarem conta disto, correndo o risco da URSS colocar aqui um pé, neste cantinho estratégio da Europa, depois seria um rastilho até Espanha... e por aí fora...

b) Ou então investiam na contra-revolução e derrubavam o poder do PCP e da URSS.

5 - Perante este cenário Mário Soares falou com os EUA que nomearam O Grande Carlluci Director da CIA como embaixador dos EUA em Portugal. O que comprova que os EUA não estavam a brincar.

Ora o que decidiram os EUA ? Investir, investir, Crédito e mais Crédito, dinheiro e mais dinheiro. A estratégia foi boa, pois derrubaram o poder do PC e ganharam à URSS.

Esta é a nossa história recente, quem entenda que é absurdo, faça favor de se pronúnciar !

Logo... sabedores destas lições da História, mesmo sem guerra fria, temos sempre uma saída airosa, mesmo que nos expulsem da UE, mesmo que fiquemos aqui Isolados, sózinhos neste Cantinho da Europa, pois o Nosso Poder reside no Rastilho !!!

A propósito de rastilho, quanto acham que valemos para:
- Irão
- Líbia
- Iraque (quando os EUA saírem de lá )
- Arábia Saudita, quando os monos caírem

Isto só no mundo árabe, que como sabemos sabem utilizar bem o rastilho !!!

noutros mundos:
- Brasil
- Venezuela

Noutra hipótese ( com múltiplas vantagens, impensáveis ainda hoje )
- China

Problema principal dos Liberais:
- Desconhecem as reais capacidades dos Portugueses

Publicado por: Templário às julho 22, 2005 11:16 PM


E ainda....o Hegemónico Putin, que há quem julgue que a Rússia morreu, mas ela está bem viva, e jamais deixou de ser Imperialista.

Publicado por: Templário às julho 22, 2005 11:20 PM

Os últimos posts da Joana e respectivos comentários, subsequentes à saída de Campos e Cunha, assumem um pendor catastrófico-delirante (o blogue, se tivesse som, soaria a Wagner). A maralha ferve e entusiasma-se. Ora, como sabemos, o entusiasmo é um estado de alma propício à asneira grossa. E é o que se lê: pede-se a queda do Governo, insulta-se o Presidente da República, clama-se por uma ditadura, enfim. Saiam lá desse filme e vão arrefecer os pés na água salgada e contemplar, indolentes, o azul (do mar) e o amarelo (do sol).

Joana: Boas férias.

Publicado por: Vítor às julho 22, 2005 11:24 PM

Se o peso do estado na economia que maximiza o PIB é de 30%, e o peso do estado na economia que maximiza as receitas fiscais é de 45%, então qualquer solução ideal terá de consitir num peso do estado na economia entre esses dois valores.

Em Portugal o peso do estado na economia é de 49%. Não é nenhuma desgraça: em muitos países da Europa é superior. Deve diminuir-se este peso, mas de forma inteligente e ponderada.

Este alarmismo dos profetas da desgraça não me convence :)

Publicado por: Alfredo às julho 22, 2005 11:24 PM

diogenes às julho 22, 2005 10:53 PM

"É impressionante como ainda há quem acredite na capacidade omnipresente, omnisciente e omnipotente do estado..."

Também acho impressionante que alguém ainda acredite, ou alguma vez tenha acreditado nisso.

Fico tão impressionado como quando vejo alguém que acredita na capacidade omnipresente, omnisciente e omnipotente do Estado.

O problema é que, apesar de os primeiros serem cada vez menos (ainda bem) os segundos cada vez mais (ainda mal)...

Publicado por: Vítor às julho 22, 2005 11:29 PM

Queria dizer (será isto um acto falhado?):

Também acho impressionante que alguém ainda acredite, ou alguma vez tenha acreditado nisso.

Fico tão impressionado como quando vejo alguém que acredita na capacidade omnipresente, omnisciente e omnipotente do Mercado.

O problema é que, apesar de os primeiros serem cada vez menos (ainda bem) os segundos cada vez mais (ainda mal)...

Publicado por: Vítor às julho 22, 2005 11:30 PM

É de ficar pasmado pela calma dos estatistas. parecem apreciar esta brincadeira de desperdiçar o dinheiro que não é deles.

Publicado por: Mario às julho 22, 2005 11:31 PM

Raciocinemos…

Quais são as probabilidades de se destruir Portugal que estando no extremo (em todos os sentidos) da Europa será um dos pontos para desembarque dos Marines quando for necessário invadir a Republica Islamita Francesa?

Absolutamente nenhumas pois para isso lá estará Carlucci III que pedirá avisado conselho junto do outro que teve que lidar com o Duo Ouro Vermelho Álvaro & Vasco.

Mas atenção é necessário que o Grande Salvador seja empossado como Presidente para refrear os delírios wagnerianos? que o Provisório Grande Líder vai em grand vitesse fazendo.

Publicado por: carlos alberto às julho 22, 2005 11:43 PM

AJ Nunes: acho que você tem razão. Não há muito a esperar do Cavaco

Publicado por: Rave às julho 22, 2005 11:50 PM

Cavaco é o pres(id)ente ideal para Sócrates. Não sei como ainda não intuiram isso.

O "Partido Socialista Democrata" terá finalmente: Um Governo, uma maioria, um Presidente.

O "centrão" ficará transformado num buraco negro do qual só o PCP escapará.

Publicado por: Vítor às julho 23, 2005 12:08 AM

Uma questão para o caminho (que se faz tarde):

"Questão para o FdS" é o título do post.
Quererá Fds dizer mesmo fim-de-semana?
De alguém educado como a Joana, só pode ser isso mesmo.
Contudo, a minha costela (adoptada) nortenha leva-me a pensar que talvez seja uma alusão à expressão de muitos portugueses, ao saber da demissão de Campos e Cunha: f.d.-s.!

Publicado por: Vítor às julho 23, 2005 12:17 AM

Isto está mau para férias e espero que a Joana tenha avisadamente ido para o Algarve.

25 Mortos e 100 Feridos em Sharm el-Sheikh isto no dia em que a China compra a MG-Rover.

Publicado por: carlos alberto às julho 23, 2005 12:18 AM

Cara Joana,
Cá p'ra mim, tou mais inclinado em acreditar numa máxima que vou criar agora:
de tanto mal falarmos de nós...
só nos sobrarão os nós!
Agora, mais a sério: o nosso problema tem muito mais a ver com a espantosa capacidade dos nossos partidos do arco governamental em conseguirem escolher para líderes autênticos ineptos!
É só lembrarmo-nos dos últimos quatro!

Ah... Boas Férias

Publicado por: josé doutel coroado às julho 23, 2005 12:58 AM

«Mário Soares pondera candidatura a Belém»;
está no «Diário de Notícias» de hoje. Com um constrito incentivo do Pagem José Medeiros Ferreira.

Publicado por: asdrubal às julho 23, 2005 02:13 AM

Templário apresentou a solução: declaramos guerra aos EUA! A primeiro acto será fazer grandes obras á volta do mini-reactor nuclear que cá temos ... :o)

P.S: há um filme assim com David Niven se não estou enganado.

Publicado por: lucklucky às julho 23, 2005 02:26 AM

Outra Dignidade, outro Povo.

http://www.angelfire.com/pq/unica/

Publicado por: asdrubal às julho 23, 2005 02:32 AM

Templário tentei mandar-lhe um mail, mas não consegui. Pedia-lhe que me contactasse você. Mas depois fiquei a pensar: como é que eu sei que é você e não outro? Sabe o que quer dizer o anagrama VITRIOL?

Publicado por: pyrenaica às julho 23, 2005 09:05 AM

lucklucky às julho 23, 2005 02:26 AM

Ainda bem que percebeu a minha ideia, mas retirou uma conclusão precipitada e inversa à minha:
- Se os EUA não nos sustentarem, procuraremos outros que o desejem fazer.

- Quando os Portugueses incorporarem bem esta mentalidade, seremos uma nova Suíça. Devido à nossa "grandeza" diminuta, para enbarcarmos nessas loucuras de competitividade, rendibilidades e outras tretas Liberais Incorrectas e Inviáveis, só nos resta mesmo utilizar as soluções do Grande Guru Porter, que se resumem a uma só frase e que devemos melhorar e optimizar:
- o que temos !!!
A saber e a incorporar:
- Clima, Sol, Praia, Mar, boa comida, bons vinhos, bons petiscos, as mulheres mais bonitas da Europa, os homens mais charmosos que os italianos (eheheheh)
e.... finalmente.... o Grande Trunfo..Posição Geoestratégica.

Temos que incorporar que só temos mesmo um forte concorrente que é a Suíça. Por isso deixemmo-nos de comparações patéticas com outras economias e comecemos é a atacar os Suíços que São dos povos mais horríveis da Suíça, aliás podemos mesmo começar por aqui, os Suiços são um Povo ? (ehehehe)Os Suíços não serão os resquícios do Nazismo ?
Táctica contra os Suíços:
_ difamá-los
- Fazermos com que sejam condenados no tribunal Internacional, por crimes contra a Humanidade ( ao tempo do nazismo).
- Devem ser condenados por terem financiado o Nazismo
- Temos que divulgar, que o Nazismo jamais teria sido possível sem a ajuda financeira dos Suíços.
- O Cantão Alemão, foi e é ainda refúgío dos Nazis ( devemos apoiar a sua integração na Alemanha ). Nesta Lógica apoiar a incorporação do Cantão Francês na França e finalmente a restante na Itália.

Acaba-se assim a Suíça, ficam contentes, Alemães, Franceses e Italianos e nós Portugueses .

Esses são os nossos adversários, é nesses que temos que concentrar as nossas forças.

Publicado por: Templário às julho 23, 2005 09:33 AM

pyrenaica

o meu mail e meu msn é Templario1958@hotmail.com

Publicado por: Templário às julho 23, 2005 09:36 AM


Porque concentramos as nossas forças na auto difamação de nós Portugueses e do nosso belo Portugal ?

Se aprofundámos a arte da má língua, utilizemo-la contra os Suíços, que nem são um povo, nem uma nação, mas sim um Estado Nazi. As mulheres não têm voto nalgumas regiões.

Somos o Povo mais Inteligente da Europa.
Temos que elevar a nossa auto estima.

E contrariamente ao que os média, os políticos e os economistas dizem, somos o Povo/País que melhor Vive na Europa ! Temos milhares de argumentos, para o Provar, e só quem nunca daqui saíu é que acredita que noutras paragens da Europa se vive melhor.

Aliás a minha teoria, é que só os sacanas dos Suíços é que vivem melhor, logo é esses que temos que derrubar.

Quando tomarmos consciência disso e sería fácil, então saberemos o nosso real valor, e saberemos que não há nada igual ao nosso Portugal nesta Europa.
A partir daqui, tudo será fácil e simples, e retomaremos o Rumo perdido nos anais de 1580.

Publicado por: Templário às julho 23, 2005 10:00 AM

Meu caro Templário, vou-lhe mandar o mail na mesma, mas deixe lá estar so Suiços nos seus Cantões. Eles foram muito bravos, souberam-se fazer uma comunidade de comunidades, quase deram cabo dos elefantes de Hanibal (eu aí estava do lado do Hanibal e sobretudo dos elefantes, mas também percebo os Suiços vêm aquilo a vir por ali fora), mas enfim hanibal ainda chegou às portas de Roma e olhou-a sobranceiramente.

Mais tarde veio o Delenda Cartago. Por falar nisso também somos fenícios: Aníbal, Amílcar e Asdrúbal são nomes cartagineses.

O nosso inimigo, caro Templário, é o Império Anglófono, e a sua agressividade estrutural, e dentro destes os Americanos são o pior. mas claro que há muitos bons americanos, estou a falar da política dominante. O inimigo é pois muito mais temível.

O nosso trabalho é opôr a lusofonia, parece, e tentar ajudar à redenção daquela coisa terrível que perpassa pelo mundo e que se degladia no berço da civilização, na Mesopotâmia.

Nesse tempo já andavam por cá uns sapiens a dar umas quecas com uns neanderthais, donde saiu o menino do Lapedo, se não me engano no nome.

Publicado por: pyrenaica às julho 23, 2005 10:19 AM

pyrenaica

A saída, como percebeu é substituírmo-nos à Suíça. Portugal é o único País na Europa que tem essas condiçoes. E elevarmos a auto-estima.
Você diz:
" O nosso trabalho é opôr a lusofonia "... mas essa lusofonia está fraquíssima e dividida.
Nos últimos 30 anos abandonámos, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e o Escandaloso caso de Timor. Até nisso..., só a " boa vontade de Clinton" salvou Timor. Portanto você já quer a Lusofonia a funcionar, enquanto eu, pretendo primeiro ressuscitá-la.
Ora como por aqui se vê, os coveiros da Lusofonia ( Liberais ) estão a ganhar terreno e já dominam uma boa parte da Europa desde Portugal à Suécia. E não satisfeitos ...(caso de Portugal) pretendem maiores transformações para entrarmos na Nova Era da Escravatura - O Liberalismo Puro - .

Publicado por: Templário às julho 23, 2005 10:37 AM

Os portugueses ainda não atingiram o grau de desenvolvimento que lhes permitisse governarem-se a si próprios com um mínimo de eficiência. A solução mais viável para Portugal continua a ser a solução D. João II / Marquês de Pombal / Salazar. O problema está em ter a sorte de encontrar um déspota suficientemente iluminado. E não me parece que Cavaco pertença a essa categoria, embora tenha alguns dos tiques... Precisamos de quem nos imponha um sistema educativo exigente, que instale uma cultura de excelência (o "Talent de bien faire" do Infante D. Henrique), que puna ferozmente a corrupção, que premeie os que quiserem produzir, tanto para o mercado interno como para o mercado externo, que explore as alternativas à defunta União Europeia (lusofonia, Comunidade Iberoamericana, China...), que ponha o interesse de Portugal e dos portugueses acima dos interesses alheios. Para isso é preciso voltar a meter os partidos políticos e as maçonarias na jaula, impedindo-os de estralhaçarem o país em benefício próprio. Quem seria capaz de fazer isto tudo? Não sei. Só se for o Medina Carreira...

Publicado por: Albatroz às julho 23, 2005 10:59 AM

Templário, não tarda nada tenho de ir tratar de outra coisa. Não precisa de ressuscitar a lusofonia, já está. Só precisamos de animá-la.

Quanto ao Clinton eu concordo que tivémos a sorte de ele ser um gajo porreiro e sensível; evitou-nos males maiores de ter de invadir a embaixada dos EUA, etc. Mas tem dúvidas que foi o grito de Portugal que fez inflectir a situação em Timor?

Há poucos meses estava eu lá a assistir a uma reunião entre uma comunidade e o pessoal da missão agrícola que estava em vias de se vir embora por causa do fim dos fundos e interviu um "velho" liurai (agora convivem os liurais, os régulos pela tradição, com o chefe da aldeia, eleito pelo povo), os liurais distinguem-se porque têm simultaneamente um porte nobre e uma postura humilde, e então ele pediu em português que "o nosso pai Portugal não nos abandonasse".

Eu corei e fiquei com os olhos marejados de lágrimas, o que não dá jeito em lado nenhum, muito menos naquele calorão de Timor com suor à mistura, e saí para fumar três cigarros.

Ando viciado nisso da Lusofonia: no Carnaval fui ao Brasil, outra vez, mas não para as festas só para conviver e cheirar...

PS - quanto a isso da Suiça, não concordo. Mas estou aberto a ouvir.

Bom Sábado!

Publicado por: pyrenaica às julho 23, 2005 11:01 AM

Vocês estão mesmo ganzados! Deve ter sido uma noite de charros e copos... :o)

Publicado por: lucklucky às julho 23, 2005 11:17 AM

Albatroz, obrigado por recordar-nos o "talent de bien faire" plantageneta. Quanto ao resto não concordo, isso do déspota iluminado era dantes, quando havia pouca comunicação. Agora vivemos na era da comunicação precisamos é de um democrata inteligente. Cá para mim o Sócrates está a fazer bem o número. Atenção ao nome.

Além disso bate certo com o simbólico: no EURO2004 comemos os espanhóis, os holandeses e os ingleses - ainda me alegro todo só de lembrar, por causa da desforra histórica - mas fomos vencidos no abrir e no fechar pela Grécia. É uma coincidência forte demais. Só pode significar que temos de reaprender com os clássicos. Eu estou a ler a Républica de Platão, aos bocadinhos.

Por falar nisso quero deixar ficar absolutamente claro que voto no Alegre, que também cantou Portugal nos seus poemas, contra o Cavaco, doutorado em Oxford.

Publicado por: pyrenaica às julho 23, 2005 11:22 AM

Albatroz às julho 23, 2005 10:59

Gostei da sua análise e das boas possíveis soluções, só acho que se excedeu no caso das maçonarias...

Julgo que desconhece a história da Maçonaria, e em particular a Maçonaria Portuguesa.

Sendo a Maçonaria constituída por Homens, não é obviamente uma organização isenta de erros, e nem os seus membros são isentos de desvios, erros crassos ou mesmo actos impróprios. O que revela que esse membro, ainda se encontra num estado inferior de evolução ou em extremo não é digno de pertencer a uma sociedade, que tem por divisa, a Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Na Sociedade Portuguesa existe graves incorrecções sobre a Maçonaria por 2 factores essênciais:
- 1º por culpa da própria Maçonaria, uma vez que o secretismo dá sempre azo a férteis imaginações.
- 2º Lugar pela perseguição da Igreja Católica Romana .

Há razões históricas para estes 2 factores permanecerem ainda nos dias de Hoje, e talvez nos próximos tempos se comprove que a Maçonaria tem razão de permanecer no secretismo em Portugal, enquanto que em França, os Maçons têm Honra que esse estatuto se torne público.

A noite Salazarista foi de 48 anos e não de 48 horas, o que perfez várias gerações...

Como já referi por alto em alguns comentários, nunca foi convenientemente explicado aos Portugueses a Importância dos Templários em Portugal, que se resumem normalmente à ajuda dos Cruzados na luta contra os Mouros, e à aceitação de D.Diniz de alguns refugiados das perseguições do Papa e do Rei Francês.

Quantos Portugueses sabem que:
- O Infante D. Henrique foi Grão-Mestre da Ordem de Cristo ( templários ) ?
- Que era expressamente proíbido que um Navegador Português não pertencesse à Ordem ?
- Que Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama eram mestres Templários (da O. Cristo), já para não falar de todos os outros.
- Que D. Afonso Henriques era Templário ( e que seu Pai pertenceu à genese da ordem )

Olhe ainda bem que referiu o Marquês de Pombal, pois era Maçon !
Outros mais recentes e imortais:
- Fernando Pessoa, Agostinho da Silva, Passos Manuel e tantos outros...

Já agora...não há apenas uma Maçonaria, há várias tendências e a principal "divisão" é entre a linha Francesa e a Inglesa. Excepto 3 Presidentes na América, todos eram Maçons.

Já agora, a Constituição Americana é Maçónica e Georges Washington era maçon, e em várias cerimónias públicas usou Avental. Veja bem que só à pouco tempo os Portugueses descobriram os símbolos maçónicos na notas de dólar. E curiosamente esses símbolos lá estão desde sempre, não são ficção nenhuma.

Permita-me que o aconselhe a visitar
http://madrugada.no.sapo.pt
e pode sempre ir pessoalmente ao palácio, na rua do grémio lusitano, no bairro alto. Peça para visitar o museu maçónico, poderá entrar e ver gratuitamente.

Publicado por: Templário às julho 23, 2005 11:57 AM

pyrenaica às julho 23, 2005 11:22 AM

Julgo que Cavaco se doutorou em York e não em Oxford, mas isso não tem importância.

Também sou todo a favor da democracia, mas para isso não precisamos de "um" democrata inteligente, precisamos de "dez milhões" de democratas assumidos. Só que formar democratas passa pela educação e pela cultura de exigência, coisas que há muito não temos. Como se pode fazer funcionar uma democracia quando os cidadãos, na sua maioria, só conheceram uma cultura de facilitismo, de tolerância face à fraude intelectual e material, de submissão a valores materiais? Quantos dos meus alunos não acham normal ir à internet e apresentar como seu trabalho de outrém? Quantos se desinteressam do conhecimento para apenas procurar o "canudo"? Quantos não são treinados para sacrificar a sua dignidade a uma promoçãozinha? Que pensar de uma sociedade onde uma financeira ligada a uma grande multinacional se permite falsificar avales pessoais em letras (como me aconteceu a mim) para tentar sacar uns dinheirinhos ao cidadão incauto? Para termos uma democracia precisamos de muito mais do que temos, e a principal culpa é desses nobres agentes da democracia, que são os partidos políticos...

Publicado por: Albatroz às julho 23, 2005 11:58 AM

Templário às julho 23, 2005 11:57 AM

Tive o cuidado de referir as "maçonarias" e não a "Maçonaria", exactamente porque queria criticar não a instituição idealista mas as seitas que - sob esse nome ou outro ("opus dei", por exemplo...) - exploram a comunidade em proveito próprio. Infelizmente por cada maçon sincero e idealista deve haver uma boa dúzia que apenas quer a promoção pessoal.

O referir que o Marquês de Pombal era maçon sugere-me até uma reflexão: não será por isso que ele tem a maior estátua existente em todo o país? E se Salazar tivesse sido maçon, não teria ainda o nome na ponte que mandou construir em Lisboa? É que, na prática, Pombal não era melhor peça do que Salazar... A diferença de tratamento deve ter a haver com os três pontinhos...

Publicado por: Albatroz às julho 23, 2005 12:09 PM

Albatroz às julho 23, 2005 12:09 PM

Permita-me uma incorrecção..."maçonarias", seitas e "opus dei" como sabe são incompatíveis e até adversárias. Meter tudo no mesmo "saco" não ajuda nada à compreensão das diferentes ideias, correntes, credos e ideais.

Quanto à Estátua do Marquês, está bem observado, mas também porque desde 1775 é de facto merecida.
Quanto à actuacção do Marquês, bem sabe que na época, a força media-se mais pelas armas que pela pena ou pelas ideias.
Que sua Obra é Imortal é das poucas certezas Unânimes dos Portugueses.

Como já vi que é bom observador e se tivesse melhor informação sobre simbologia maçónica, perceberia que desde o Terreiro do Paço à estátua do Marquês, todo o projecto é simbólico e maçónico.

Comece pelo terreiro do Paço, observe a disposição, vire-se para o arco da rua Augusta. Fica assim entre 2 torres, a praça, depois tem do lado esquerdo a rua do ouro e à esquerda a rua da prata. Essas ruas vão dar ao rossio, no rossio observe novamente, nos restauradores observe novamente. Se tem ou já viu uma foto de uma loja maçónica e se já observou um "altar" maçónico, perceberá rapidamente que A MAIOR E MAIS BELA CONSTRUCÇÃO PORTUGUESA, é uma obra prima Maçónica.
( já que está por aí, vá até ao jardim do Parque Eduardo VII e verificará que o Jardim, tem exactamente a mesma configuração ).

Quanto a actos menos próprios, convirá que em tempo de guerra não se limpam armas, e quando se está numa guerra, ou se se destrói os inimigos ou se é destruído por eles.

Publicado por: Templário às julho 23, 2005 12:39 PM

Já agora a talhe de foice, sobre os nossos actuais projectistas e os nossos ideólogos/fazedores de ideias pequenas....

Estão a fazer-se obras no Terreiro do Paço para o Metro. Poderiam ter aproveitado para fazerem um túnel para automóveis e deixar a praça Totalmente livre de automóveis. O investimento seria recuperado com o turísmo, pois a Imponência da praça aumentaria sua importância internacional.

Veja-se como é conhecida e publicitada a praça S. Marcos em Veneza, que é bem inferior à nossa em riqueza arquitectónica, pois o que a "salva" é a Basílica.


Publicado por: Templário às julho 23, 2005 01:00 PM

lucklucky às julho 23, 2005 11:17 AM
"Vocês estão mesmo ganzados! Deve ter sido uma noite de charros e copos... :o)"

Lucky...os Liberais julgam que todos os portugueses estão de joelhos à espera dos salvadores? Nem todos ! Ainda há alguns vivos !

Olhe há também milhares adormecidos pelas ganzas que lhes dão diariamente Administradas na:
- Televisão
- nos Jornais
- nos comentadores da treta e nos fazedores das idiotíces que nos têm desgovernado.
- nos chefes das empresas, que desorientados e sem rumo, lhes incutem a competitividade/rentabilidade abstrata !

Como vê locais que injectam ganzas não faltam.

Publicado por: Templário às julho 23, 2005 01:12 PM

Acrdeito que quando se fala do fim económico deste país não se está a falar do fim económoco.
É obvio que um país não acaba de um momento para o outro, as pessoas não desaparecem completamente (os espanhóis tentaram mas nunca conseguiram exterminar completamente uma população.

O que se fala é a desgraça para onde se dirige Portugal. económicamente, da queda de valores e ideais, e o fim de condições de vida condignas assim como a nossa própria independência.

Um novo rumo é preciso, e que no lidera está a cavar a nossa cova.

Aconselho a lerem a entrevista do D.Duarte ao independente.

Passa uma mensagem muito diferente daquela que lhe querem rotular.

Na verdade até eu fiquei surpreendido.

Muito sucintamente refere alguns dos argumentos para a razão monárquica. Leiam com atenção.

Podem ter uma nova visão sobre o homem e sobre a vida política portuguesa.

http://www.angelfire.com/pq/unica/


A teatralidade que reveste as próximas eleições presidenciais são apenas mais um exemplo da vantagens monárquicas.

Penso simplesmente que devemos voltar a considerar era reviravolta de regime como um bem essencial para a saúde do país e do estado.

Publicado por: Braveman às julho 23, 2005 02:17 PM

Acredito que quando se fala do fim económico deste país não se está a falar do fim deste país.
É obvio que um país não acaba de um momento para o outro, as pessoas não desaparecem completamente (os espanhóis tentaram mas nunca conseguiram exterminar completamente uma população.

O que se fala é a desgraça para onde se dirige Portugal. económicamente, da queda de valores e ideais, e o fim de condições de vida condignas assim como a nossa própria independência.

Um novo rumo é preciso, e que no lidera está a cavar a nossa cova.

Aconselho a lerem a entrevista do D.Duarte ao independente.

Passa uma mensagem muito diferente daquela que lhe querem rotular.

Na verdade até eu fiquei surpreendido.

Muito sucintamente refere alguns dos argumentos para a razão monárquica. Leiam com atenção.

Podem ter uma nova visão sobre o homem e sobre a vida política portuguesa.

http://www.angelfire.com/pq/unica/


A teatralidade que reveste as próximas eleições presidenciais são apenas mais um exemplo da vantagens monárquicas.

Penso simplesmente que devemos voltar a considerar era reviravolta de regime como um bem essencial para a saúde do país e do estado.

Publicado por: Braveman às julho 23, 2005 02:18 PM

Obras do Marquês

1751
1 de Abril. Regimento Casas de Inspecção que pretende proteger os devedores sertanejos dos credores externos.
Alvará que reduz os direitos do tabaco.
Pragmática que proíbe a importação de tecidos, carruagens ou móveis do estrangeiro, salvo se transportados em navios portugueses.
Os ourives foram expulsos do Rio de Janeiro para evitar as fraudes que decorriam, até então, em grande número.
Mendonça Furtado é enviado ao Brasil para avaliar a riqueza atribuída aos jesuítas (bens móveis, ligados ao comércio externo em grande medida, e imóveis).

1752
Cria-se a Capitania Geral de Moçambique.
É instalado no Rio de Janeiro o Primeiro Tribunal da Relação.

1761

Limitação dos Privilégios Corporativos.

Abolição da escravatura dentro da metrópole,

mantendo-se, contudo, nas colónias. Passam, portanto, a ser «libertos e forros» os escravos que entrarem em Portugal.
1763
Celebração do Tratado de Paz Luso-Espanhol.
A necessidade de reforçar o poder português na costa brasileira, em especial na zona central da baía de Guanabara, alvo de corso e pirataria, espanhola, inglesa, francesa, e para fortalecimento da vila de S. Sebastião, o Governo Geral do Brasil deslocou-se da Bahia para o Rio de Janeiro.

1764
Criação do Terreiro Público para abastecimento da População.
Investe-se e fomenta-se o desenvolvimento industrial.

1765
Reorganização do poder militar no Rio de Janeiro, por um grupo de oficiais oriundos da Áustria, dirigidos pelo Conde de Lippe. D. António Luís da Cunha torna-se governador da Bahia.

1766
Criação de Fábricas de Cordoaria.
Instalação da Alfândega e da Ribeira das Naus em Luanda.
Reaproximação de Lisboa e Madrid. Aliança das monarquias católicas contra a Companhia de Jesus.

1767
Início da exportação de algodão do Brasil para Inglaterra.


Execução do Pe. Malagrida em auto-de-fé.
Fundação do Real Colégio dos Nobres.

Racionalização do Erário Régio - Medidas de centralização.

1768
10 de Fevereiro. Portugal acede ao tratado celebrado nesta data entre a França, Espanha e Inglaterra, renovando e confirmando os tratados de Vestefália (1648); Baden (1714) e Viena (1738).
Formação da Imprensa Régia.
Decreto-régio contra o puritanismo - anulação da exclusividade de direitos de uma aristocracia hereditária, passando a atribuir-se cargos aos homens de negócios, onde é valorizado o conhecimento e mérito.
Criação da Aula Oficial de Gravura Artística, que perdura até ao ano de 1787.
Instituição da Real Mesa Censória.
A Inquisição adquire uma nova tipologia, com uma série de poderes diferentes
1772
Reforma da Universidade.
Promulgação de uma lei relativa à organização do ensino primário em Portugal, tendo em conta a ligação das escolas aos professores, criando-se novas bases financeiras, mediante o pagamento do subsídio literário.
Novembro. Frei Manuel do Cenáculo Vilas Boas foi nomeado Presidente da Junta do Subsídio Literário. Principal figura na reforma do ensino.
Reforma da Inquisição. Deixando de se ocupar do Tribunal do Santo Ofício, a Inquisição passou a ser responsável pelos restantes tribunais.
Fundação da Imprensa Régia.

1773

21 de Julho. Breve de Clemente XIV «Dominus Ac Redeptor Noster», extinguindo a Companhia de Jesus.
Pombal cria a Companhia Geral das Reais Pescarias do Reino do Algarve.
25 de Maio. Abolição do termo de distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos.

1774
Decreto de Pombal sobre a aceitação da naturalização dos habitantes nascidos na Índia portuguesa com os mesmos direitos dos naturais de Portugal.
15 de Dezembro. Lei de D. José sobre o fim das denominações de cristãos-novos e cristãos-velhos.

1775
Edificação de uma Fábrica de Estampagem de Tecidos.
Inauguração da Estátua Equestre de D. José I

Reinado de D. Maria I (já sem o Marquês )

1781
Julgamento e condenação de Marquês de Pombal ao desterro, pelo menos a vinte léguas da Corte. Pombal é considerado culpado, ainda que o seu estado de saúde e avançada idade não permitam a aplicação de pena alguma.
Último auto-de-fé realizado em Coimbra: dezassete pessoas queimadas.
Último auto-de-fé de Évora: oito pessoas queimadas.

1782
Morte do Marquês de Pombal.


Publicado por: Templário às julho 23, 2005 02:34 PM

Templário às julho 23, 2005 02:34 PM

Templário, para a outra vez sugiro que ponha o link (http://www.instituto-camoes.pt/revista/revista15s.ht) em vez de desenrolar a "toalha de praia". Sempre se vê alguma utilidade no Instituto Camões...

Afinal, em 1764, "Investe-se e fomenta-se o desenvolvimento industrial".
Fica a pergunta: o Sebastião José já teria planos para a OTA (Outra Tremenda Asneira) e CGV (Coche grand vitesse)?

Publicado por: Vítor às julho 23, 2005 02:48 PM

Braveman em Julho 23, 2005 02:18 PM,

A entrevista é de facto muito boa, mesmo pelo carácter desinibido, claro e seguro (tinha a imagem de uma pessoa tímida) com que D. Duarte se expressou e se explicou. Vale a pena ler.

Publicado por: asdrubal às julho 23, 2005 02:52 PM

É agradável ler isto porue vejo que sabemos decair com humor. Normalmente os gajos que começam a empobrecer ficam rabujentos, mas aqui não.
A menos que esta malta ainda não percebeu que está a empobrecer.

Publicado por: David às julho 23, 2005 02:59 PM

Peço desculpa esqueci-me de colocar que a informação era do Site do Instituto Camões.
De qualqueira das maneiras era minha intenção colocar aqui o lençol de praia para a posteridade... dos actos do Marquês.

Entre as tarefas competentes de administração do Reino de destacar as de carácter Universal:

- 1761 - Abolição da Escravatura em Portugal.
Decreto-régio contra o puritanismo - anulação da exclusividade de direitos de uma aristocracia hereditária, passando a atribuir-se cargos aos homens de negócios, onde é valorizado o conhecimento e mérito.
1768
Decreto-régio contra o puritanismo - anulação da exclusividade de direitos de uma aristocracia hereditária, passando a atribuir-se cargos aos homens de negócios, onde é valorizado o conhecimento e mérito.

E as suscessivas reformas no Ensino, onde a batalha mais uma vez era contra o Controlo e Poder dos Jesuítas.


Publicado por: Templário às julho 23, 2005 03:04 PM

David às julho 23, 2005 02:59 PM

A malta cá deste sítio é terrível, mesmo probrezinha não perde nem o rumo nem os ideiais e ainda se dá ao luxo de explicar a alguns ricos que estão enganados quanto à estratégia, à táctica e ao caminho a percorrer. Com maltinha assim não há Liberalismo que floresça...que chatice ! :)

Publicado por: Templário às julho 23, 2005 03:09 PM

D. Duarte: "A sucessão não é automática. O Rei tem de ser aprovado pelo parlamento."

Assim sendo, porque é que D. Duarte se considera herdeiro do Trono de Portugal? Não é ele parente em 10º grau do último Rei de Portugal? Não dizem as leis de sucessão da Monarquia que, em casos semelhantes, compete às Cortes (Parlamento) designar o Rei? A restauração da Monarquia - que eu desejo - seria muito mais fácil se D. Duarte vivesse na prática aquilo que afirma. Ele que se distancie de quaisquer pretensões ou direitos ao Trono, e verá como mais portugueses começarão a considerar a alternativa monárquica como uma possibilidade. Contente-se ele em ser Duque de Bragança e representante da Família de Bragança, e deixe aos portugueses a tarefa de decidir quem devia ser Rei numa Monarquia restaurada. Mas isso é que ele nunca fará. Até forçou a inclusão nos estatutos das Reais Associações de um artigo que o considera como o legítimo herdeiro do Trono de Portugal, como se a questão fosse indiscutivel. Nuno da Câmara Pereira não tem razão quando aponta para o descendente dos Duques de Loulé como sendo o herdeiro do Trono (a situação é em tudo semelhante à do Duque de Bragança: são ambos parentes afastados do último Rei de Portugal, logo não têm direitos nenhuns), mas tem razão em contestar os direitos de D. Duarte. Leiam as actas das Cortes de 1641 e de 1698 e ficarão esclarecidos.

A Monarquia é necessária em Portugal, mas nunca será restaurada enquanto D. Duarte aparecer como o Rei inevitável dessa Monarquia. Afinal de contas ainda não enlouquecemos todos...

Publicado por: Albatroz às julho 23, 2005 03:37 PM

Para os mais interessados nestas coisas da sucessão real esclareço que só uma pessoa viva, em Portugal, poderia reclamar direitos ao Trono (e apenas numa óptica legitimista ou miguelista). Trata-se da Infanta Dona Maria Adelaide de Bragança, tia de D. Duarte, que podia reclamar esses direitos em representação dos direitos de seu pai, D. Miguel (II), filho mais velho do Rei D. Miguel I. Com efeito dizem as regras que esse direito de representação se mantém por uma geração. Logo Dona Maria Adelaide pode reclamar esse direito do seu falecido pai, mas D. Duarte já não pode reclamar a representação dos direitos de seu avô. Quando Dona Maria Adelaide morrer ninguém mais em Portugal terá quaisquer direitos, e competirá à legítima representação nacional designar Rei. Assim poder-se-ia dizer que se a Monarquia fosse hoje restaurada poderíamos legitimamente ter uma Raínha - D. Maria III - e não um Rei. E então na sucessão ficariam os filhos e netos de Dona Maria Adelaide, na ordem habitual.

Publicado por: Albatroz às julho 23, 2005 03:49 PM

Albatroz às julho 23, 2005 03:37 PM

Ou seja continuamos Sebastianistas.... á espera do Rei que virá um Dia para nos livrar do jugo Castelhano que está silenciosamente tomando conta da nossa economia e das empresas portuguesas.

Não vejo também forma de Restaurar uma Monarquia sem confrontos ou sem um golpe militar bem sucedido. A "democracia" mesmo podre, vai-se aguentando... e é sustentada pela UE.

Só se os Portugueses se recusassem todos a irem votar, isso sim, era um golpe de génios.

Publicado por: Templário às julho 23, 2005 03:50 PM

A propósito (I)

O Cabral Fugiu para Espanha (Texto (discurso) de Hélder Costa -Letra Popular/ José Afonso)

"Ele que só nos trouxe a maior miséria encontra-se a pagar a sua vilania num exílio vergonhoso em terra de Espanha.
Provou-se que o povo tinha razão. E provou-se também que a unidade de todos os cidadãos há-de levar de vencida essa corte corrupta e indigna.
Temos de exigir medidas revolucionárias ao nosso governo. Não podemos permitir que o Duque de Palmela, o nosso ministro, continue nas mesmas águas turvas do Costa Cabral. Se não é capaz de tomar medidas que sirvam o povo, que vá para lá outro.

Aprende Rainha aprende
Mede bem o teu poder
Tu dum lado o povo d'outro
Qual dos dois há-de vencer

O Cabral fugiu p'ra Espanha
Com uma carga de sardinha
Com a pressa que levava
Nem disse adeus à Rainha

Viva a Maria da Fonte
Ve com esporas de prata
A cavalo na Rainha
Com o Saldanha á arreata

O Cabral queria ser rei
A mulher quer ser rainha
Foram-se os Cabrais embora
Só ficou a Luisinha

O Cabral fugiu para Espanha
Já lá vai para a Galiza
Com a pressa que levava
Nem disse adeus à Luisa"

http://www.aja.pt/albumfurafura.htm

Publicado por: Vítor às julho 23, 2005 03:55 PM

A propósito (II)

Quem Diz Que É pela Rainha (Popular/ José Afonso)

"Quem diz que é pela rainha
Nem precisa de mais nada
Embora seja ladrão
Pode roubar à vontade
Todos lhe apertam a mão
É homem de sociedade

Acima da pobre gente
Subiu quem tem bons padrinhos
De colarinhos gomados
Perfumando os ministérios
É dono dos homens sérios
Ninguém lhe vai aos costados"

http://www.aja.pt/albumfurafura.htm

Publicado por: Vítor às julho 23, 2005 03:57 PM

Olá pessoal. Já estou de volta mas tenho imensos papéis para tratar este fds, pelo que lá vou.

Entretanto lamento, tenho muito orgulho em ser português, gosto muito de estudar a história de Portugal, mas não sou nada monárquico. O voto livre e secreto custou muitas e muitas vidas e eé um bem precioso, mesmo quando nos enganamos.

Agora por falar em direitos de sucessão ao trono, não reconheço nenhum sem testes de ADN.

É assim, quando andei a perseguir o rasto de um diamante famoso, às tantas fui parar ao peito da Maria Luísa de Parma, mulher de Carlos IV de Espanha que vê-se bem a cara de alcóolico que tinha no retrato feito pelo Goya que está no Museu do Prado. É sabido que Maria Luísa fez do guarda do palácio Godoy, amante ("o favorito") e depois Duque de Alcudia e 1º ministro e não é que o mesmo diamante aparece no tosão de ouro com que o Godoy está representado numa miniatura do palácio da Ajuda?

Bom mas isso é um aparte. O que eu também vi é que aposto os meus t. que os olhos da Carlota Joaquina são os de Godoy! Ou seja, de Bourbon uma treta.

Ora é sabido que D. Carlota reproduziu o comportamento da mãe, aliás sabe-se desde há pouco tempo que D. João VI foi assassinado com arsénico nas laranjas de que el gostava tanto e imaginem quem é o (a) principal suspeito (a)...

Bom, eu não consigo ver parecenças entre D. joão VI e D. Miguel e portanto conjecturo que o pai seja outro. Contra tão grave suspeição, não fiquem ofendidos senhores, façam-se testes de ADN.

E assim o principal laço dinástico de D. Duarte vai à vida, se eu tiver razão.

Como o homem teve a indelicadeza de pura e simplesmente não me responder a uma carta que lhe escrevi, a propósito de outra coisa, que meta o título no c*.

Albatroz - o pássaro sagrado dos navegadores - estou de acordo que a educação e a cultura são a chave para sair da mesquinhez e da mediocridade, mas atenção porque supostamente era isso que devia acontecer no meio universitário e, pelo contrário, o que domina é o lobismo da mediocridade carreirista.

PS - eu gosto de seguir a trajectória dos diamantes famosos mas não é pelos diamantes em si, é porque eles marcam a sucessão de poderes nas épocas, a degenerescência de uns e a emergência de outros que funcionam como atractores, para usar a linguagem dos sistemas dinâmicos. Permitem observar assim como que uma Física da História, claro que isto é uma redução.

Publicado por: pyrenaica às julho 23, 2005 04:36 PM

Quem gostaria de ver em Belém?

Não posso dizer. Mas preferia um militar. Têm um sentido da dignidade do Estado e de independência em relação às forças políticas que os aproxima mais da tradição monárquica.

Publicado por: asdrubal às julho 23, 2005 04:47 PM

Portugal é um filme de Ed Wood...

Publicado por: Mario às julho 23, 2005 05:04 PM

Nos jornais dizem que Freitas do Amaral caiu e aleijou a coluna. Mas já li aqui várias vezes que o Freitas não tinha coluna.
Como é que ele podia aleijar uma coisa que não tinha?
Os jornais são uns aldrabões!

Publicado por: J Correia às julho 23, 2005 05:20 PM

Mario às julho 23, 2005 05:04 PM:
Nem isso. Esses filmes acabaram por se tornar filmes de culto, porque se descobriu que era impossível fazer pior.

E daí ... podemos tornarmo-nos um país de culto. Visitas guiadas para mostrar o que não deve ser feito

Publicado por: J Correia às julho 23, 2005 05:26 PM

Uma frase de Carlos o Temerário, filho de Filipe o Bom, duque de Borgonha, e de Isabel de Portugal, irmã de D. Henrique:

"Entre nous Portugalois, nous avons une coustume devers nous, que, quand ceux que nous avons tenus à nos amis se font amis à nos ennemis, nous les commandons à tous les cent mille diables d'enfer",
pag. 248, Charles le Téméraire, Henri Dubois, Fayard, 2004.

Portugalois? Como é que a gente traduz isto?

Publicado por: pyrenaica às julho 23, 2005 06:35 PM

Querem uma leitura engraçada, para nos rirmos da nossa desgraça.

Lessons of Portugal and spain

in heral tribune

http://www.iht.com/articles/2005/07/18/business/funding2.php

Publicado por: Braveman às julho 23, 2005 07:12 PM

"a educação e a cultura são a chave para sair da mesquinhez e da mediocridade, mas atenção porque supostamente era isso que devia acontecer no meio universitário e, pelo contrário, o que domina é o lobismo da mediocridade carreirista."
É uma condição necessária mas não suficiente, nomeadamente num país, que desde o estabelecimento da Inquisição ( e mesmo antes), vive da mesquinhez e de invejar o próximo

Publicado por: Joana às julho 23, 2005 07:37 PM

pyrenaica

Faz sentido uma Monarquia em Portugal ?
Faz, na minha e na de numerosos Portugueses. Porquê? Porque a República está caduca e moribunda.

Um pequeno País como o nosso passados 95 anos de República, e que ainda desconhece o rumo a trilhar só comprova que o sistema é mau.

Em que difere uma Monarquia Moderna ?
Vejamos o caso de Espanha aqui bem perto e com laços fortes a Portugal.

Juan Carlos foi educado em Portugal para um dia ser Rei se seu Pai não o conseguisse. Quando o Franquismo caíu Juan Carlos foi o factor de União entre os diversos Povos que constituem a Espanha. Foi um acaso da história ?
Hoje quando o Rei fala, vários povos o ouvem e respeitam.
Porque é Juan Carlos um excelente rei? Porque desde pequeno, mesmo sem trono, foi educado com esse sentido de Estado, onde os partidos representam uns anseios, mas em que o Próprio Estado (união) é representado pelo Rei.

Essa educação e esse saber, está agora a ser transmitido a Filipe, para que possa continuar essa missão no Estado Espanhol.

Curiosamente os Países Monárquicos Europeus têm sido dos mais evoluídos e onde existem menos crises políticas. Porque os seus povos, sabem que acima deles está o Rei ou Raínha que representa e dá estabilidade a todo o Estado.

Ora nós País tão pequenino não nos entendemos, precisamos mesmo de um Rei, que ponha ordem e valores acima dos partidos. Quando o Bloco de Esquerda passar a ter 10/12% de votos Nacionais, o País tornar-se-à ingovernável. Falta pouco para imitarmos os Italianos.

Quanto à legitimidade ou não, isso são pormenores, porque o interessante é quem vai ser educado para ser Rei. Consta-se neste País boateiro, que Afonso I seria filho de Egas Moniz, daí o episódio da corda ao pescoço e da guerra à mãe (que não o era). E o legitimo filho de D. Teresa seria um fracote inválido, e portanto não correspondia ao anseios da nobreza interessada na independência. (boatos)
Mas que tivemos um Bravo Afonso I , disso não há dúvidas.

Publicado por: Templário às julho 23, 2005 07:54 PM

Bom, vou pensar. Entretanto voto no Alegre. (PS- sorry, não ter contribuído para as férias Joana, foi um fds nacionalista)

Publicado por: pyrenaica às julho 23, 2005 08:00 PM

A propósito de vários comentários gostava de esclarecer que, na Universidade, podemos tentar transmitir conhecimentos, mas já vamos tarde para transmitir valores. Quem chega à Universidade aldrabão, corrupto, fraudulento, vai de lá sair exactamente na mesma, talvez um pouco mais instruído. Os valores adquirem-se em casa e no ensino básico. Se tal não acontecer, o melhor é passar à geração seguinte...

Há dias a minha mulher e eu estivemos a falar com a nossa filha de doze anos a propósito da "palavra de honra". E lá lhe fomos dizendo que a palavra de honra é sagrada e é tão importante porque o seu cumprimento depende apenas da nossa vontade e não de uma qualquer coacção. E lá falámos um pouco do conceito de honra, etc. Mas confesso que, no fim da conversa, fiquei a pensar se a minha mulher e eu não éramos parvos. Quantas famílias ainda se preocupariam em transmitir esse sentimento de honra e de palavra? E a pobre da nossa filha, quantas vezes não iria ser enganada por pensar que tais conceitos eram vulgarmente aceites? Na selva em que vivemos, a sobrevivência dependerá desses valores ou da sua negação? Ao transmitir valores estamos a fortalecer ou a enfraquecer os nossos filhos? No mundo que eles vão encontrar ainda haverá lugar para esses valores?

Publicado por: Albatroz às julho 23, 2005 08:09 PM

No Ranking do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU (um índice que classifica o desenvolvimento social nas suas diversas vertentes incluindo económico, segurança social, educação etc) 7 dos 10 países mais desenvolvidos são monarquias sendo que monarquias são também os 6 mais desnvolvidos)

Quererá dizer alguma coisa?

Publicado por: Braveman às julho 23, 2005 08:18 PM

Há quem diga que o Rei D. Miguel I era filho do Marquês de Marialva e não do palerma do D. João VI. Se assim foi, só teve a ganhar com isso, porque o seu património genético terá sido muito mais saudável. Infelizmente a mãe do actual Duque de Bragança era uma Bragança do Brasil, e, como se pode ver, lá foi o pobre apanhar de novo os genes inquinados... Mas esclareço que a legitimidade de um Príncipe tem muito mais a haver com os seus valores do que com os seus genes. A hereditariedade na transmissão de direitos dinásticos é apenas um mecanismo muito útil, mas basta que pareça, não é preciso que seja...

Publicado por: Albatroz às julho 23, 2005 08:19 PM

Ok, informação relevante. Continuarei atento.

Publicado por: pyrenaica às julho 23, 2005 08:34 PM

Albatroz em Julho 23, 2005 08:19 PM,

Nesse caso, caro Albatroz, é toda a Família Real que insulta com uma boçalidade que lhe desconhecia. Incluindo o seu «camarada de armas» Francisco van Huden, oficial dos Comandos em Moçambique, filho da Srª Dª Adelaide de Bragança e tia direita do Senhor D. Duarte. E olhe que o homem é para poucas brincadeiras «de honra» ...

Publicado por: asdrubal às julho 23, 2005 08:56 PM

pyrenaica

Veja-se o caso do Dalai Lama. Segundo a tradição deveria nascer um bébé etc e tal. Eles lá procuraram o bébé, pegaram nele jovem, explicaram as pais a sua missão, ele cresceu sabendo que essa era sua missão, foi educado pelo saber da tradição e aí temos um Homem fenomenal, um Santo, cuja cultura incorpora a tradição de todo um povo.

A propósito de Dalai Lama, quando é que a Nova China Liberal lhes restitui o seu território ocupado e oprimido ?

Publicado por: Templário às julho 23, 2005 08:57 PM

Fui ver. Pior ainda, concordo com isto:

"É, de facto, uma guerra. Faz-me alguma impressão ver certos políticos, com ar de virgens ofendidas, queixar-se da cobardia dos bombistas que se suicidam. Podem ser muitas coisas mas cobardes não são. Só se matam porque acreditam que estão a lutar por uma causa justa. É complicado dizer isto mas nós, portugueses, também estivemos envolvidos numa guerra terrorista durante dez anos. Uma guerra que ganhámos militarmente mas que perdemos no aspecto político.

...

Desde criança que acredito na ideia do Quinto Império. Uma época em que os governantes actuariam sempre com base na Justiça e nos princípios do Espírito Santo."

Agora estou tramado.

Publicado por: pyrenaica às julho 23, 2005 08:58 PM

Também sou a favor de uma monarquia constitucional e desde que os Portugueses a possam mandar embora por referendo. Aliás no passado foi isso que aconteceu só que os referendos eram a rua.

"(Há dias a minha mulher e eu estivemos a falar com a nossa filha de doze anos a propósito da "palavra de honra")"

Falta punição social para quem pervarica. Muita gente ensina o chico espertismo aos filhos sem se preocupar que está a hipotecar o futuro dos netos.

Publicado por: lucklucky às julho 23, 2005 09:06 PM

lucklucky às julho 23, 2005 09:06 PM

"Aliás no passado foi isso que aconteceu só que os referendos eram a rua."

Quando? não foi durante o 5 de outubro de certeza

Publicado por: Braveman às julho 23, 2005 09:10 PM

Templário, veja lá se encontra o seu amigo e obrigado. Também gosto muito do Dalai Lama, aliás quando fiz aquele teste que a Joana nos propôs calhei entre o Dalai Lama e o Nelson Mandela, logo dois homens que gosto e admiro, por razões diferentes. Gosto muito que o Nelson Mandela depois de ter concertado aquela solução com o De Klerck (outro homem bom, ou, no mínimo, inteligente)lá andou uns anos e depois retirou-se do cargo institucional, continuando influente mas a curtir a vida, dançar, namorar e brincar com os netos.

Há muitos poucos exemplos de abdicação voluntária do poder. Carlos V (I de Espanha), filho da bela Isabel de Portugal foi dos poucos exemplos que conheço.

Quanto ao Dalai Lama ainda não consegui ler a Ética para o Novo Milénio mas lá irei.

Entretanto nesse teste eu fiquei classificado como libertário de esquerda e acho que está bem.

Publicado por: pyrenaica às julho 23, 2005 09:32 PM

Caro Asdrubal,

Mas onde é que eu manchei a "honra" da "família real"? Não afirmei que D. Miguel era filho do Marquês de Marialva. Apenas que há quem diga que assim é. Por mim, ser-me-ia totalmente indiferente. Isso em nada diminuiria as qualidades e a generosidade desse nosso Rei. Não é verdade que uma irmã de D. Miguel engravidou do futuro Duque de Loulé sem estar com ele casada? Não é verdade que a Raínha Carlota Joaquina só "in extremis" permitiu o casamento que salvaria a honra da filha? Será que as famílias reais são diferentes das outras no que diz respeito a esses episódios? Acredita o meu amigo que todos os Príncipes portugueses, desde 1143, eram realmente filhos dos reais esposos de suas mães? A Monarquia não é uma religião, nem os príncipes, reis e rainhas são santos. O valor da Monarquia está na própria instituição e no mérito pessoal dos reis. Estou-me nas tintas - desculpe-me o plebeismo - para o facto dos príncipes serem ou não filhos biológicos dos reis, desde que se comportem como verdadeiros príncipes. E não tente o meu amigo intimidar-me com as possíveis reacções do Senhor Dom Francisco van Uden, pois sei bem o que ele pensa dos Orleães Bragança... Só que não o vou dizer nem a si nem a ninguém...

Publicado por: Albatroz às julho 23, 2005 10:23 PM

correcção: já estava estirado a ler mais um bocadinho da biografia de D. Henrique quando me lembrei que tinha escrito asneira. Carlos V era marido/viúvo de Isabel e não filho, disparate.
Ele era filho de Joana (a Louca) e de Filipe de Habsburgo (o Belo) também coroado Filipe I de Castela.

Quanto ao resto eu sou libertário de esquerda e até ver sou republicano. Gosto da França, por exemplo (além de Portugal, é claro).

Também acho o rei Juan Carlos e a Sofia muito simpáticos e o filho Filipe também. Agora emigrava ou dava-me uma coisa se tivesse que ser governado por Isabel de Inglaterra e também me irritava ter que andar todos os dias ao par das fofocas da família real, coisas que só ligo quando vou ao dentista ou ao barbeiro nas revistas que lá estão. Vou voltar à m. leitura, mas tinha de vir corrigir a gaffe.

Publicado por: pyrenaica às julho 23, 2005 10:36 PM

Albatroz em Julho 23, 2005 10:23 PM


Os «genes inquinados» do Duque são rigorosamente os mesmos de Francisco Van Huden de quem é primo-irmão.
E já se este «lhe» servia, a si, na assunção da Realeza, não é com certeza pelos «genes inquinados» que aquele é objecto da sua prescrição.
E não me referia a estórias de alcova que sempre servem para emoldurar os ódios de estimação.

Publicado por: asdrubal às julho 23, 2005 10:51 PM

Os "genes inquinados" a que me referia são os que regressaram a casa por via da linha brasileira, que nada tem a haver com a Infanta Dona Maria Adelaide ou sua descendência. Não esquecer quem era D. Afonso VI, não esquecer como era D. José I, não esquecer que D. Maria I casou com o tio, D. Pedro III (óptimo, do ponto de vista genético...), não esquecer que D. Maria I enlouqueceu, não esquecer como era D. João VI... Chega para demonstrar o estado inquinado dos genes dessa família? E depois não esquecer que D. Maria Francisca e D. Duarte Nuno, pais do actual Duque de Bragança, eram primos. Do ponto de vista genético é excelente... Se a situação já não era brilhante para todos os descendentes de D. João VI, então com esse último casamento entre primos as coisas só podiam ter melhorado...

Publicado por: Albatroz às julho 23, 2005 11:55 PM

Quanto àqueles que me serviriam para Reis de Portugal é simples, só faço três exigências: que sejam descendentes dos reis de Portugal (até podiam ser da família de Lafões) e sejam moral e intelectualmente aptos. Há anos que tentam colar-me à figura de D. Francisco van Uden (sem "H"...), confundindo uma amizade pessoal com uma conspiração. Não duvido que ele seria um bom Rei de Portugal, mas não é o único da família com esse potencial...

Publicado por: Albatroz às julho 24, 2005 12:10 AM

Sangue real? Para quê?

Proponho antes o seguinte (a legitimidade é a mesma):
- faça-se o estudo genético da população portuguesa;
- eleja-se a família mais humilde e com maior predominância de costados plebeus;
- crie-se uma Fundação. Com os dinheiros da dita envie-se um petiz, rebento da família eleita, a estudos para a Suíça ou Inglaterra (História ou Agronomia de preferência);
- no fim, Armada com ele;
- Finalmente, reúnam-se as cortes no Santoinho (ainda existe?) e aclame-se Rei o rapaz.

Pode ficar D. Bruno da Silva, filho de trolha e de empregada fabril no Vale do Ave.

Viva o Rei...

Publicado por: Vítor às julho 24, 2005 12:24 AM

Vítor às julho 24, 2005 12:24 AM

Os símbolos também são importantes. Em Portugal todos os Reis eram descendentes de D. Afonso Henriques. É uma cadeia com enorme valor simbólico e que, ainda por cima, evita que alguns sugerissem Mário Soares (ou o filho, o que seria ainda pior...) para Rei...

Publicado por: Albatroz às julho 24, 2005 12:34 AM

Albatroz às julho 24, 2005 12:34 AM

Eu sei que os símbolos são importantes. É lamentável o ostracismo a que eles, como de resto também os valores, estão votados.
Espero que não leia, nas minhas palavras, o mínimo desrespeito por quem defende a via monárquica.

Respeito os monárquicos. Mas discordo totalmente do regresso à monarquia.

Se Mário Soares vier a ser "rei", pois que seja. Teremos o "rei" que merecemos e, de resto, com a legitimidade necessária.
A igualdade tem destas coisas. Permite que os que reputamos de menos esclarecidos façam escolhas com o mesmo "valor" que as nossas. E como às vezes eles são muitos...

Publicado por: Vítor às julho 24, 2005 12:48 AM

Albatroz em Julho 24, 2005 12:10 AM,

Caro Albatroz,

Eu não pretendo nem nunca pretendi «colá-lo» a nada nem a fosse o que fosse. Mas se o atavismo que refere tem origem no Brasil, estou em crer que o caro Albatroz está também em situação de poder ilustrá-lo por lá. Eu não conheço, não faço ideia. Por mera coincidência, eu e a minha irmã somos filhos de primos-irmãos e não nos damos mal com o Mundo, senão com aquele costume rústico de fazer contas «à mercearia» duas vezes por mês.
A entrevista do Senhor D. Duarte de Bragança ao «O Independente» é uma entrevista de um homem culto e inteligente.

Publicado por: asdrubal às julho 24, 2005 01:44 AM

«(...) Se Mário Soares vier a ser "rei", pois que seja. Teremos o "rei" que merecemos e, de resto, com a legitimidade necessária (...)».

A «legitimidade necessária» começaria na Constituição da República que nunca foi referendada.
A partir daí a «bola de neve» é de tal ordem que chega a pretender-se referendar uma Constituição Supra-Nacional com base na revisão de uma Constituição não-referendada.
São artistas portugueses.

Publicado por: asdrubal às julho 24, 2005 02:15 AM

«Soares, com 81 anos, disse ontem, que apoiaria o candidato que o PS apoiasse e acrescentou não poder "substituir-se aos partidos que, apesar de legalmente não terem candidatos, acabam por decidir os nomes".»
(Do «Jornal de Notícias»)

Legalmente não têm candidatos. Mas decidem os nomes. É o gato de Shrödinger. Uma República Quântica !

Publicado por: asdrubal às julho 24, 2005 04:46 AM

asdrubal às julho 24, 2005 01:44 AM

Caro Asdrubal,

A consaguinidade não é uma condenção à morte, mas reforça manifestações genéticas. Se numa família há genes - mesmo recessivos - com manifestações menos positivas (nos casos em que tal não existe, como será o caso da família do Asdrubal, o problema não se põe), a consanguinidade vai permitir o aparecimento mais frequente dessas manifestações. A Família de Bragança manifestou historicamente características menos positivas. Quando os dois lados - paterno e materno - são herdeiros dessas características, não nos surpreendamos com as manifestações desses genes reforçados. Quem conhece a actual família de Bragança - e falo do Duque de Bragança e dos irmãos, já que não conheço os filhos - não pode deixar de constatar a realidade destes riscos genéticos. Ignorar essa realidade em nome de uma fidelidade - que é muito bonita do ponto de vista dos sentimentos, mas que nada tem a haver com a razão pela qual se defende a Monarquia como instituição - é contribuir para que a Monarquia nunca mais seja restaurada em Portugal. É colocar o acidental acima do essencial. Portugal precisa de uma Monarquia DESDE que servida por um Rei forte e apto. De outra maneira mais vale estar quieto. E já que as regras de sucessão da Monarquia nos permitem evitar cair nas mãos dos menos aptos, porquê insistir numa alternativa desastrosa? É masoquismo?

Infelizmente a entrevista no Independente não é nada daquilo que diz. Há um misto de cassetes penosamente aprendidas (fui durante anos confrontado com essa triste realidade) e de raciocínios defeituosos, que traduzem uma personalidade incapaz de funcionar no mundo exigente da política. Além disso, o Duque de Bragança não sabe escolher os seus conselheiros, maltratou ao longo da vida aqueles que mais o queriam servir (incluindo Jacinto Ferreira e Mário Saraiva, a quem só reconheceu os méritos depois de mortos), é caprichoso e imaturo. Não é com o menor prazer que escrevo isto, mas com o amargurado sentimento de que se não soubermos aceitar esta triste realidade, seremos responsáveis pela destruição da alternativa que Portugal teria na presente crise. Não serve de nada, mesmo de nada, meu caro Asdrubal, tentar negar esta triste realidade. É como se um médico nos dissesses que temos cancro. Não vale de nada tentar negar esse facto, dizendo que é apenas uma dor de cabeça. Se é necessário recorrer à quimoterapia, vamos a isso...

Publicado por: Albatroz às julho 24, 2005 10:49 AM


Pena que o Soares já tenha 80 anos, pois se tivesse uns 60 era mesmo o ideal para Rei. O problema é que ele Soares é um Republicano convicto. Tirando Soares (desconheço os monárquicos ) só mesmo o Arquitecto Ribeiro Teles que também deve estar perto dos 80.

Publicado por: Templário às julho 24, 2005 12:46 PM

Eu compreendo e aceito que em superiores questões de Estado não haja lugar para valores Cristãos. Mas fico deveras impressionado, deveras impressionado, por aquilo que o Albatroz escreve e a convicção com que o escreve. Não sei até se não haverá, hoje, meios médico-científicos que possam esclarecer em profundidade todas e quaisquer dúvidas.
A própria dúvida é já um estigma ... insuportável.

Publicado por: asdrubal às julho 24, 2005 01:25 PM


Comentador Mário Bettencourt no jornal da Sic às 13 h

Analisou o confronto Cavaco/Soares. Disse que as sondagens dão uma clara vantagem a Cavaco e que mesmo sendo Soares um animal político em campanha, 2005 já não é 1986 !!!

Em 2005 continuou ele, já não há ideologias tão acentuadas como em 1986 (deixou assim subentender, que já não há ideologias...).

Ora se ele reflectisse um pouco...foi precisamente em 2005 (Fev) que o PS teve o que nunca tinha conseguido, uma maioria histórica !

Em que ficamos ? em 2005 há ideologia mais acentuada ou não há ?

PS - Pelo menos os Liberais admitem que houve uma grande derrota ideológica, acho eu... estarei enganado ?

Publicado por: Templário às julho 24, 2005 02:15 PM

Caros amigos monárquicos, espero que aceitem o conselho de um libertário de esquerda republicano, vamos ver a etimologia das palavras.

E já agora aproveito para vos colocar umas dúvidas. Aquela coisa do "Portugalois" do Carlos o Temerário é mesmo rigoroso, fiz-vos a transcrição exacta. O que acham: portugaleses? Muito interessante que ele tenha cunhado um neologismo derivado do casamento dos pais a propósito so qual foi instítuída a Ordem do Tosão de Ouro.

É a consanguinidade tem efeitos perversos. Mas as coincidências são o guia da revelação. O nosso belo D. Sebastião compõe absolutamente a figura de um fado. Nascido a 20 de Janeiro, baptizado com o nome do santo soldado crivado de flechas, o pai morreu três semanas antes, a bela mãe Joana de Austria muito infeliz com a morte do principe João de quem se tinha afinal enamorado regressa a Espanha para substituir Filipe quando este vai para a Flandres.

O rapaz é educado sobretudo pela avó, D. Catarina que lhe procura incutir os maiores deveres de Estado, ao mesmo tempo que lhe quer esconder "as vergonhas" impedindo o casamento com uma Valois.

No meio desta pressão emocional toda o rapaz, o desejado, aclamado aos três anos, coroado aos 14, só podia partir para uma de perdido por cem, perdido por mil, a morte ou a glória. Ou ambas. Para os acreditam que morreu a combater em Alcácer-Quibir (4 de Agosto de 1578: simbolicamente a Batalha dos Três Reis foi muito forte: morreram os três, o Maluco afogado no rio e o "vencedor" envenenado pelo irmão, ou primo, já não me lembro bem), fica a dita "morrer sim mas devagar", quando o princípe Aviz-Habsburgo se embrenhou numa orda de muçulmanos. Fernando Campos conta outra história, a de um D. Sebastião sobrevivente e penitente.

Também não percebo porque é que não se abre o túmulo dos Jerónimos e logo se esclarece com teste ao ADN se sempre é o corpo dele ou não.

No entanto para quem quiser evitar o desfecho de D. Sebastião o conselho é simples: nunca vás contra a opinião dos amigos, sobretudo se forem muitos.

Claro que o rapaz estava passado precisava de passar ao limite. No retrato do K. Museum de Vienna, D. Sebastião traz um hábito de Cristo, com o diamante depois conhecido pelo Sancy, hoje no Louvre, que fora pertença de Carlos o Temerário e adquirido por D. Manuel o Venturoso.

Deixo-vos as palavras do padre Luís Alvares durante as solenes exéquias nos Jerónimos em 20 de Setembro de 1578, presididas pelo Cardeal-Rei D. Henrique

" Pois quem vos matou, meu formoso? Matou-vos o bispo, matou-vos o clérigo, matou-vos o frade, matou-vos a freira, matou-vos o grande, matou-vos o pequeno, matou-vos o privado, matou-vos o baixo, matou-vos o povo, matei-vos eu, matámo-lo todos quantos somos, pois entre nós não houve um tanoeiro que lhe tivesse mão pela rédea, como já se fez a outro rei deste reino"

Publicado por: pyrenaica às julho 24, 2005 03:59 PM

" Pois quem vos matou, meu formoso? Matou-vos o bispo, matou-vos o clérigo, matou-vos o frade, matou-vos a freira, matou-vos o grande, matou-vos o pequeno, matou-vos o privado, matou-vos o baixo, matou-vos o povo, matei-vos eu, matámo-lo todos quantos somos, pois entre nós não houve um tanoeiro que lhe tivesse mão pela rédea, como já se fez a outro rei deste reino"

Interessante esta frase, pois ela revela até que ponto o Rei é servidor da comunidade, e que a comunidade tem a obrigação de manter o seu Rei no caminho do bem comum. Houve, segundo parece, uma conspiração em 1578 para impedir que D. Sebastião saísse do Reino sem ter garantida a sucessão, mas obviamente não foi bem sucedida. Só os monárquicos dos nossos dias parecem pensar que o Rei - ou aquele que eles acham deveria ocupar essa função - é uma figura de altar que não pode ser contradita e muito menos contestada. É ignorar a história de um povo que sempre considerou o Rei como seu servidor e não o contrário. Ainda nos princípios da século XIX se ameaçou D. João VI de escolher outro Rei se ele não regressasse do Brasil. E foi o povo português que escolheu D. Miguel para seu Rei, contra a vontade dos interesses estrangeiros e daqueles que, em Portugal, os serviam. Esse verdadeiro sentido democrático da nossa Monarquia histórica perdeu-se com o advento do parlamentarismo, da oligarquia e dos partidos políticos. Dizia o Marquês de Penalva, em finais do século XVIII, que o Rei era diferente para que todos os outros pudessem ser iguais. Esqueceu-se a verdade profunda dessa afirmação e criámos uma oligarquia que, sob a capa da igualdade e da democracia (apenas válida para os oligarcas), nos tornou, a todos os outros, servos.

Publicado por: Albatroz às julho 24, 2005 04:32 PM

asdrubal às julho 24, 2005 02:15 AM

Antes de mais, repare que eu escrevi "necessária" que não é, necessariamente, sinónimo de suficiente.

Julgo que não é necessário referendar a Constituição - para isso foi eleita uma Assembleia Constituinte.

De qualquer forma, não dou grande crédito a democracias plebiscitárias. Creio até que é uma forma de desresponsabilização dos políticos, sem que o processo imprima responsabilização dos eleitores.

Publicado por: Vítor às julho 24, 2005 05:12 PM

asdrubal às julho 24, 2005 04:46 AM

Soares disse uma verdade absoluta. É a realidade, e a realidade nunca encerra nenhuma contradição. A contradição existe entre o discurso e a praxis.

Publicado por: Vítor às julho 24, 2005 05:16 PM

Vítor em Julho 24, 2005 05:16 PM,

As Constituintes deviam ter um prazo de validade de 25 anos. Sobretudo com a aceleração do tempo a que se vai assistindo.

Vítor em Julho 24, 2005 05:16 PM,

Pois é.
Faltou talvez descrever a última etapa da praxis e que é que o eleito se transforma no «Presidente de todos os Portugueses». É já a parte referente à «fusão nuclear» ... isto está tudo muito bem feito pelo Grande Arquitecto.

Publicado por: asdrubal às julho 24, 2005 09:51 PM

Não defendo a imutabilidade das Constituições. Claro que a rápida evolução das sociedades, bem como as circunstâncias contextuais particulares em que é redigida uma Constituição, podem tornar necessária a sua revisão. Mas a constituição deve ser um repositório de valores de uma sociedade justa, livre e democrática, e não, como alguns pretendem, um espelho de ideologias dominantes.

A revisão do texto deve atender a dois princípios:
- não tornar a Constituição uma espécie de PDM que se altera por um interesse pontual (ex.º para "encaixe" de um referendo à Constituição Europeia);
- não tornar a Constituição um documento excessivamente dinâmico. Ou seja, perceber que se o "hoje" é diferente do "ontem", o "amanhã" também será diferente do hoje.

Ainda assim, o prazo de validade referido (25 anos) não me diz nada. Teríamos que reflectir sobre o assunto. De qualquer forma julgo que defender, a priori, um prazo, não será uma boa ideia.

Publicado por: Vítor às julho 24, 2005 10:09 PM

Relativamente à hipotética hipótese Mário Soares, remeto para o comentário do Vice do PSD, Azevedo Soares: Soares é uma solução de recurso do PS.
E concluo: Soares já não é fixe. Agora, com 81 anos, Soares incomoda.

Deixo ainda uma pergunta: sem Cavaco, qual será (seria) o recurso do PSD?

Publicado por: Vítor às julho 24, 2005 10:17 PM

Vítor em Julho 24, 2005 10:09 PM e 10.17 PM,

Um quarto de século «soou-me», mas até preferia uma Constituição com o bom-gosto da Britânica, em vez da IV ou V Edição de uma Enciclopédia.
A explícita exclusão constitucional da chefia da república pela Instituição Real, também faz parte de uma sociedade «justa, livre e democrática».

Quanto enfim à putativa candidatura presidencial do Dr Mário Soares, pessoa que obviamente se estima, demonstra antes de mais nada a flagrantíssima fragilidade do Regime.

Opiniões livres ...

Publicado por: asdrubal às julho 24, 2005 11:10 PM

asdrubal às julho 24, 2005 11:10 PM

Concordo quanto à fragilidade do regime. Mas acredito, melhor, espero que ele se regenere.
Talvez surja outro "António Maria"...

Publicado por: Vítor às julho 24, 2005 11:31 PM

lá veio outra vez a Irlanda à baila - será possivel que não vejam que o "renascimento irlandês" dependeu única e exclusivamente do fortissimo lobie irlandês da emigração nos EUA?

Publicado por: xatoo às julho 25, 2005 01:21 AM

E com «esta» me despeço :

«O receio dos apoiantes da candidatura do ex-primeiro-ministro é, segundo fonte próxima de Cavaco Silva, que seja realizada na Comunicação Social uma campanha artifical pró-Mário Soares. A recente aquisição de uma posição importante na TVI por parte do Grupo Prisa, empresa espanhola de comunicação ligada ao PSOE, é, aliás, apontado como um exemplo de que esse receio se possa concretizar».

(In Correio da Manhã, 25-07-2005)

Publicado por: asdrubal às julho 25, 2005 03:48 PM

asdrubal às julho 25, 2005 03:48 PM

Apetece-me ligar à "fonte próxima" de Cavaco para os informar de quem detém posições dominantes na Impresa, ou seja SIC, Expresso,...
Serão potenciais apoiantes de Mário Soares?
E o que é isso de uma campanha "artificial" pró Mário Soares?

Mais um atestado de imaturidade aos eleitores!

Soares já começa a criar frenesim...

Publicado por: Vítor às julho 25, 2005 04:32 PM

Vítor em Julho 25, 2005 04:32 PM,

Eu continuo «na minha».
Já imaginou a tranquilidade que representaria para todos os Portugueses a Instituição Real ? As candidaturas republicanas trazem para o topo do Estado (que devia ter uma legitimidade assimétrica da eleição), um comboio de enredos, influências, dialécticas.
Rectrospectivamente, dá para perceber :
Espanha, quatro ou cinco Governos em 30 anos.
No mesmo espaço de tempo, Portugal vai no décimo sétimo ... quando não já no cripto-décimo oitavo, ehehehehe !

Publicado por: asdrubal às julho 25, 2005 06:14 PM

asdrubal às julho 25, 2005 06:14 PM

É verdade que dá que pensar.
Mas depois lembro-me da Monarquia constitucional portuguesa do Séc. XIX e início do XX, e lá se vai a dúvida.

E encaro isto como o casamento: fazemos a corte à mulher alheia, trocamos uns olhares e algo mais, mas, feitas as contas, acabamos sempre por regressar à legítima.

Publicado por: Vítor às julho 25, 2005 06:41 PM

Em oito Séculos de História, a amante é a República ómessa !
O Século XIX (sem falar nas intervenções militares estrangeiras em Portugal) foi a aprendizagem dos valores republicanos. Esses não estão em causa, hoje, em Monarquia.
E eu continuo a achar a entrevista do Senhor D. Duarte ao «O Independente», uma entrevista de um homem culto e inteligente.
Mas vou agora concentrar-me nos «Titãs», como refere a imprensa. Nos Titãs e no Titanic !

Publicado por: asdrubal às julho 25, 2005 07:10 PM

Para quem não sabe, a Monarquia foi abolida em Portugal em 1834. O resto foi República coroada. D. Pedro V podia ter mudado as coisas, mas morreu demasiado jovem. D. Carlos I tentou mudar as coisas, e foi assassinado. Em 5 de Outubro de 1910 foi apenas oficializada a situação já existente: Portugal passava a ser oficialmente uma República oligárquica. Tal como ainda é... Julgar a Monarquia pelo período final do século XIX e princípio de século XX era o mesmo que julgar a República pelo Estado Novo...

Publicado por: Albatroz às julho 25, 2005 10:33 PM

Todos os regimes são obviamente oligárquicos. O escrutínio das elites políticas é que podia passar por um «crivo» muito mais elaborado do que o critério partidário. Mas as mulas ainda dão coices no telhado ...

Publicado por: asdrubal às julho 26, 2005 03:10 AM

Albatroz às julho 25, 2005 10:33 PM

Ainda pensei numa Monarquia Constitucional. Mas, se não é essa a desejada, gostaria de saber qual o período da Monarquia que nos deve servir de referência? O que qeremos afinal? A Monarquia feudal? A Monarquia absolutista?
Ou vamos esperar que a república atinja a idade de 7 séculos, e depois fazemos as comparações?

Publicado por: Vítor às julho 26, 2005 09:31 AM

D. Pedro V e D. Estefania faziam um casal muito giro. Quando visitei o Palácio das Necessidades contaram-me que ele tinha mandado por uma caixa verde à porta para que qualquer um pudesse apresentar a sua reclamação directamente ao rei.

Foi com D. Pedro V que se inaugurou a abolição da pena de morte civil em Portugal, não foi?

Durante muitos anos pensei que ele tinha morrido jovem com tifo. Mas agora há pouco tempo li que talvez tivesse sido assassinado, vocês sabem alguma coisa sobre isso?

PS- isto não tira que eu tenha muito gosto em votar nas presidenciais, embora os vossos argumentos de estabilidade tenham pertinência.

Publicado por: pyrenaica às julho 26, 2005 09:39 AM

Especulando numa óptica anarco-miguelista:

O governo de um é muito melhor do que o governo de alguns. Um Rei "absoluto" não tem interesses a defender que não sejam a manutenção do seu status. O que já não se pode fazer pela força mas sim pela eficácia. O Rei "absoluto" precisa de ser um bom Rei para não ser corrido.

As oligarquias são insaciáveis, e tanto podem englobar umas centenas de predadores como uns milhares. O seu poder também é absoluto mas difuso. Nunca se sabe quem manda em quê. As oligarquias compram o poder, corrompendo mecanismos teoricamente democráticos.

Quando as coisas correm mal com um Rei "absoluto", corre-se com o dito. Quando as coisas correm mal numa oligarquia absoluta corre-se com meia-dúzia, mas os seus lugares são rapidamente ocupados pelo turno seguinte. E tudo fica na mesma.

Um Rei "absoluto" teria os seguintes poderes, e só estes: nomear e demitir livremente o chefe do governo, sem referência a partidos; indultar e comutar penas; ser comandante-chefe das forças armadas; veto suspensivo quanto às leis ordinárias; veto absoluto na ratificação de tratados internacionais e declaração de guerra. De resto o Parlamento (Cortes) faria as leis, o Governo governaria e os Tribunais fariam justiça. Como em qualquer democracia. Num ápice veríamos as coisas a funcionar muito melhor, sem a menor perda de liberdade. Antes pelo contrário. Para ver isto é no entanto preciso eliminar os últimos vestígios de lavagem ao cérebro...

Publicado por: Albatroz às julho 26, 2005 11:41 AM

Ok Albatroz se coloca as coisas nesses termos então eu não consegui eliminar os últimos vestígios de lavagem ao cérebro.

E quanto ao Portugalois?

E quanto a D. Pedro V?

Isso é diferente, eu gosto de quase todos os reis de Portugal, por uma razão ou por outra, e gosto de aprender. Mas agora vou trabalhar noutra coisa durante a tarde, para Lisboa.

Publicado por: pyrenaica às julho 26, 2005 12:18 PM

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