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julho 18, 2005
O Arrumador-Ministro
No programa Diga Lá Excelência, o Ministro da Agricultura foi questionado sobre como se posiciona na questão que opõe Blair a Chirac. Depois de algumas tergiversações e insistências das entrevistadoras, o ministro acabou por confessar: «A nossa estratégia não passa por essa polémica
somos favoráveis a um consenso que garanta que Portugal terá ainda um fluxo importante nos fundos estruturais».
A Europa está confrontada com a opção entre 1) a inovação e o posicionamento nos sectores de ponta, onde as suas vantagens comparativas são maiores, e 2) o proteccionismo e o subsídio a sectores obsoletos. Mas essas são polémicas de gente fina. Em matéria de conceitos político-económicos, Portugal resolveu protagonizar o papel de arrumador de automóveis. É-lhe indiferente o automóvel que estacione, desde que lhe dêem a moedinha.
Publicado por Joana às julho 18, 2005 05:54 PM
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Comentários
Muito bem !
Ou então o Ministro é tão inteligente, que ao saber que a sua opinião não conta nada na Europa, o melhor serviço que Presta a Portugal, é trazer não umas moedinhas como a Joana diz, mas uma bela Maquia para desbaratar na bela vida....
Publicado por: Templário às julho 18, 2005 05:55 PM
Então a Joana acha que o homem devia substituir-se ao Primeiro Ministro e opinar sobre tal polémica?
Se ele houvesse tomado posição, estaria agora a ser queimado em lume brando nos media.
Ele tentou desviar-se airosamente da questão, e não o censuro por isso.
Além disso, seria bom que fossem esses os caminhos alternativos que a Joana refere para a Europa. A escolha seria fácil.
Mas julgo que a questão é bem mais complexa.
Já agora, porque não discutir a pertinência de tudo o resto que o simpático Ministro anunciou?
Ou, vá lá, ainda admito, o número de vezes que a palavra "eu" foi dita pelo mesmo. Deve ter sido uma por frase. No mínimo...
Publicado por: Vítor às julho 18, 2005 06:00 PM
Lá está a Joana com o seu mau feitio! Na questão europeia temos todos que lutar pela mesma coisa. Vamos lá estender a mão e pedir esmola.
Um país periférico como Portugal tem que se limitar a ficar neutro nas grandes questões e berrar periodicamente por mais subsídeos.
Publicado por: Mário às julho 18, 2005 06:06 PM
Portugal está confrontado com o seguinte dilema:
Tem um sector "obsoleto", o agrário, que talvez venha a ser uma pequena tábua de salvação da economia. Necessita de investir no agro-turismo, na floresta (nomeadamente na recuperação do montado), no vinho, nos produtos de qualidade, etc. Mas, este sector necessita de resolver, entre outros, os seguintes problemas:
- "inovação" e "posicionamento de mercado";
- empresários/agricultores com formação adequada;
Para resolver estes problemas é necessário, mas não suficiente (como demonstram os últimos 20 anos), dinheiro.
Face a este esboço de realidade, interessará ao Ministro da Agricultura optar por um posicionamento de "ponta" ou por uma visão mais pragmática?
Publicado por: Vítor às julho 18, 2005 06:14 PM
Pois é... essa conversa dos "setores de ponta" é muito bonita, mas todos nós precisamos de comidinha para o estômago...
Na segunda guerra mundial, o meu pai, então estudante universitário de medicina, era um homem "de ponta" em Portugal... mas só tinha direito a uma carcaça por dia.
O Japão, na mesma guerra, só se aguentou porque os seus camponeses foram capazes de alimentar o país.
Na paisagem intelectual do liberalismo, na paisagem intelectual da Joana, o conceito de "guerra" não existe. Para eles, para ela, a possibilidade de alguma vez voltar a haver guerra e de voltarmos a ter que nos alimentar a nós mesmos, é inconcebível.
Aquilo que o ministro disse sobre a UE é equivalente àquilo que os liberais de direita portugueses dizem sobre a invasão do Iraque pelos EUA: "não temos opinião, mas em princípio gostamos de tudo o que os EUA fazem".
Publicado por: Luís Lavoura às julho 18, 2005 06:17 PM
Vítor
Você desconhece a realidade actual do nosso País em matéria de Agricultura. E não satisfeito em querer enveredar por vias erradas, ainda tem coragem em falar de projectos de Floresta. Será que não vê as imagens Todos os Anos dos Fogos ?
Só mesmo um louco poderia investir na Floresta. A floresta precisa de povoamento, sem pessoas crescem ervas por tudo o que é sítio e instalam-se as bombas incendiárias. Veja o que aconteceu em Zamora, apagaram mal uma fogueira e deu um Fogo que matou 14 bombeiros em Espanha.
Há 60 anos, havia 10 vezes mais floresta que hoje e só de tempos a tempos havia um fogo. Quando acontecia, mesmo sem meios, as populações com baldes, giestas e enxadas dominavam-no. Hoje temos 50 vezes mais meios e 50 vezes mais fogos. O problema principal é a desertificação do Interior, e enquanto Lisboa não for asfixiada ( o que é dificil ou quase impossível), nada se resolverá.
Portanto aqui, como em muitas áreas ninguém sabe, ou não querem saber como resolver o Maior Problema Actual em Portugal - a desertificação de 2/3 do País - Este problema é bem pior que o Déficit.
Publicado por: Templário às julho 18, 2005 06:27 PM
E há aqueles que são contra tudo o que os EUA fazem, apenas por birra.
Publicado por: Mário às julho 18, 2005 06:33 PM
A crer noutro blog que disputa com este, na minha opinião, um primeiro lugar a frase é muito mais humana.
Dizem lá que foi assim:
«Mas Portugal alinha com Chirac ou com Tony Blair?
- Vai alinhar com quem garanta que o país terá ainda um fluxo importante nos fundos estruturais.»
A ser assim louvemos o nosso ministro.
Pequeninos, lavadinhos e dando a mão a quem é maior e nos pode guiar á caverna do Ali-Babá.
Publicado por: carlos alberto às julho 18, 2005 06:50 PM
carlos alberto às julho 18, 2005 06:50 PM: Eu ouvi a entrevista (não tive oportunidade de a ler) e dá-me ideia que a frase foi, mais ou menos, aquela. Mas olhe a frase que você respigou ainda é mais anedótica para o ministro.
Publicado por: Joana às julho 18, 2005 07:04 PM
Eu ouvi o programa, mas não posso precisar qual das 2 versões está mais próxima do que o ministro disse. Mas qualquer delas deixa-o muito mal visto
Publicado por: Fernando às julho 18, 2005 07:42 PM
" E há aqueles que são contra tudo o que os EUA fazem, apenas por birra."
E há aqueles que julgam ser possível comparar o imcomparável, tal como:
10 milhões de pessoas com 250 milhões
Território Nacional, com Território 100 vezes maior.
Riquezas de Subsolo etc etc...enfim... sem mais comentários.
Publicado por: Templário às julho 18, 2005 07:42 PM
É o Ministro do Monstro das Bolachas.
Publicado por: Cerejo às julho 18, 2005 07:57 PM
Salvo erro, o que o ministro disse independentemente do acerto da política deste governo ou do facto de ele ter ou não ideias foi apenas o seguinte:
A nossa estratégia não passa por tomar partido na guerra entre os interesses ingleses e os interesses franceses. A nossa estratégia consiste em defender os interesses portugueses, isto é, canalizar o máximo de dinheiro para Portugal.
Isso é, por exemplo, o que a Itália anda a fazer desde os tempos do Mercado Comum e nenhum blog italiano goza com isso.
Publicado por: (M) às julho 18, 2005 08:29 PM
Templário às julho 18, 2005 06:27 PM
Já por aqui falámos disto. Mesmo assim, porque sou educado, vou dar-me ao trabalho de contestar.
Começa o meu amigo por dizer "Você desconhece a realidade actual do nosso País em matéria de Agricultura." Inclino-me reverencialmente perante este V. comentário iluminado. É de uma riqueza dialéctica inultrapassável.
Mas, pergunto:
Leu o meu comentário? Ou qui escrever umas coisas só para me elucidar?
Já agora adianto, não me leve a mal nem veja nisto um puxar de galões (a não ser, talvez, o primeiro item):
1) Sou filho de agricultores;
2) Vivi 20 anos no meio rural, por isso limpei muita floresta, cavei muitas batatas, reguei muito milho, enfim, como dizia o outro - é a vida...
3) Sou formado em Agronomia
Há um 4.º item, mas ficaria a saber demais...
Publicado por: Vítor às julho 18, 2005 08:39 PM
Templário às julho 18, 2005 06:27 PM
Já agora, na volta do correio, elucide-me:
qual a fonte onde bebeu os conhecimentos sobre o mundo rural?
Pode ser que eu vá lá aprender porque é que só um louco investiria na floresta.
Publicado por: Vítor às julho 18, 2005 08:45 PM
Não havia um ministro que dizia que as florestas eram o nosso Ouro Verde?
Não era o Mira Amaral?
Publicado por: Sa Chico às julho 18, 2005 08:54 PM
(M) em julho 18, 2005 08:29 PM: Não é para o contrariar, mas pelo que eu conheço dos italianos, os blogs deles devem ser muito mais irreverentes que os nossos.
Publicado por: Rui Sá às julho 18, 2005 08:57 PM
Eu a preparar-me para concordar com Templário quando vejo a resposta de Vítor.
Safa!!! Vou já fugir daqui!...
Publicado por: Senaqueribe às julho 18, 2005 09:26 PM
Vítor às julho 18, 2005 08:45 PM
Vivi lá e tenho lá familiares chegados. Desde que nos queimaram um Pinhal em 1975 percebi logo.
Pois é lá que se deve beber como diz e bem os conhecimentos Rurais e nunca nas secretárias do Terreiro do Paço.
Sabe ...ainda há umas dezenas de habitantes nas aldeias da Beira Alta, Beira Baixa e Trás-os-Montes porque os velhotes são rijos e aguentam-se até aos 90 anos. Mas jovens ou crianças já não existem há muito.
Sabe na "minha" zona...Lisboa é tão distante.... tão distante.... como para si Tóquio.
Aliás os Políticos já deveriam algures ter ouvido, que para os Portugueses há 2 Países, a terra deles e a longínqua Lisboa....
Publicado por: Templário às julho 18, 2005 09:48 PM
Hoje ninguém conhece o mundo rural. Os putos acham que a fruta nasce nos hipermercados
Publicado por: Emilio às julho 18, 2005 10:00 PM
Senaqueribe às julho 18, 2005 09:26 PM
Não vá. Coma uma cibo de presunto e beba-lhe 1 compo...
Publicado por: Vítor às julho 18, 2005 10:03 PM
Digo "um copo"
É do bom...
Publicado por: Vítor às julho 18, 2005 10:04 PM
Vitor
Por acaso não sou filho de agricultores, mas a vivência que tive na aldeia, deu-me excelente da visão deles (agricultores) e da dos Políticos de Lisboa.
Mas se quiser há 2 tipos de filhos de agricultores:
- os que ao sentirem a nostalgia da infância, pretendem recuperar o "tempo perdido"
- e aqueles como eu, que já não caem em Balelas.
Mesmo que veja o Ministro do Turismo, entusiasmadíssimo a apelar a projectos turísticos.
Sabe porquê ?
porque só coloco problemas primários da vida, e pergunto:
Ó senhor ministro.... de Lisboa pr´aqui são 430 Km se multa a malta no IP5 por ultrapassar os 80 km quantas horas demorarão os turistas de Lisboa ao nossos projectos turísticos ?
Sabe, estas perguntas são incómodas por não estarem previstas nos projectos ocos. Eles bem falam de acessibilidades e outras tangas, mas quando traduzimos por miúdos eles não têm resposta.
Quanto à Floresta, espero sinceramente que nunca se atreva numa aventura dessas.
Mas.... se lançarem os projectos que costumam lançar em Portugal, então aí vá em frente e poderá mesmo enriquecer. Se é formado , deve saber o que quero dizer.
Publicado por: Templário às julho 18, 2005 10:05 PM
E não é "uma" é "um".
Fogem-me as teclas...
Publicado por: Vítor às julho 18, 2005 10:06 PM
Se querem saber a vivência da Joana no campo, leiam http://semiramis.weblog.com.pt/arquivo/2003/10/irreflexoes_de.html
eheheheheh!
Publicado por: curioso às julho 18, 2005 10:15 PM
Pronto, agora que isto já está mais pacífico, vamos então ao presunto e ao copo!
À nossa!...
Publicado por: Senaqueribe às julho 18, 2005 10:20 PM
Vitor
Sabe a Última Grande Lição que tive dessa maltinha rural, foi completamente contrária ao que eu imaginava e ao que eles desejavam .
Foi o Não Regresso dos emigrantes.
Na minha Zona 60% da População emigrou prá Europa e 30% pra Lisboa.
Como o forte da Emigração Europeia se deu nos anos 60 sempre pensei que passados 20 ou 30 anos eles regressariam à sua krida terrinha. Nessa perspectiva a procura de terras nos anos 70 subiu e o seu preço chegou a quadruplicar em meia dúzia de anos. Depois tudo parou, todos esperaram pra ver e hoje lá estão e não regressam por várias razões....
Publicado por: Templário às julho 18, 2005 10:20 PM
Se a saída para a nossa perigosa situação (uma crise prolongada e sem perspectivas de fim coloca em risco a sobrevivência de Portugal como país) dependesse apenas de subsídios, Portugal que recebeu na década de 80/90 mais do que recebeu durante o período da Pimenta da Índia (séc.XVI) e dos Diamantes do Brasil (séc. XVIII) já estaria alinhado junto às maiores potências europeias.
Não falta dinheiro a este país (ou não tem faltado). O que falta é estratégia, liderancça e meritocracia.
Isso o sr. Ministro ainda não percebeu.
Por vezes penso, que se tivessemos menos ajudas da UE e se estivessemos mais dependentes de nós próprios não estaríamos mais motivados para dar a volta...
Publicado por: Rui Martins às julho 18, 2005 10:29 PM
Publicado por: Sa Chico às julho 18, 2005 08:54 PM
Desculpe mas recordo-me muito bem dessa afirmação e na realidade foi:
"Gosto muito do Ouro Verde."
E quando dizia isto acenava com um nota de 100 dolares americanos.
Publicado por: carlos alberto às julho 18, 2005 10:29 PM
Joana,
O ministério da agricultura e suas respectivas direcções regionais só tem 2 finalidades:
- empregar muita gente
- pôr burocratas a dizer aos agricultores/criadores de gado, o que devem produzir visto que dão dinheiro a quem produza o que eles querem nos locais que eles querem, por exemplo, laranjeiras, amendoeiras e alfarrobeiras no algarve, melão no ribatejo, melancia no alentejo, etc. etc.
A última do ministério da agricultura, sustentada pelas migalhas que pedinchamos denodadamente, é o subsídio pelos históricos ...
Quem nos anos de 1998 a 2003, salvo erro, pode não ser exactamente este o período, possuiu cabeças de gado para engorda, irá receber até 2013 subsídios, independentemente de continuar ou não a criar gado ... aliás, se continuar a aposta na criação de gado para engorda, ainda vai sacar mais uns cobres ...
Claro que o grave, é termos um ministério que dá dinheiro porque se fez qualquer coisa, desincentivando que se faça mais alguma coisa ...
Quem quiser desenvolver actividade associadas com a agricultura, como tanto falam por aí, por exemplo a transformação de fruta para compotas e sumos, para licores e aguardentes, tem tantos entraves e demoras que acaba inevitavelmente por desistir ... Se apostar em laranjas no algarve, está safo, mas se fôr apostar em algo que o ministério da agricultura não considere como certo, então está tramado porque lhe emperram os licenciamentos necessários ao arranque do projecto ...
Só não entendo como é que a cultura das laranjeiras que tanta água consome, é subsidiada no algarve (conheço o caso de um agricultor que arrancou vinha - que consome muito menos água - para plantar laranjeiras porque recebe subsídios e tem muito menos riscos) ... Depois queixam-se que as pessoas desperdiçam água ...
Por isso eu defendo o fim da PAC e o fim do proteccionismo dos agricultores europeus ...
Sem estas migalhas, podia ser que quem estivesse na agricultura portuguesa tivesse os incentivos do mercado para melhorar e tornar-se mais competitivo ...
Publicado por: bcool às julho 18, 2005 10:34 PM
"......podia ser que quem estivesse na agricultura portuguesa tivesse os incentivos do mercado para melhorar e tornar-se mais competitivo ..."
Mas quem ? quem, pergunto eu ? essa dos incentivos de mercado é gira....o Bcool deve ser dos tais que acreditam cegamente no mercado... Mas porque insistem os Portugueses Na Agricultura, quando não têm terras, nem formação, nem meios, nem capital para isso ?
Acaso não viram à tempos agricultores a darem sacos de batatas em Lisboa, porque lhes pagam a 5 centimos o Kg ?
Será que ninguém sabe que o vinho que bebem num restaurante a 8 euros é pago ao agricultor a 40 centimos ?
Sabem o que dizem os agricultores ?
Ó Sr. Doutor faça o Projecto e venha para cá trabalhar !
Publicado por: Templário às julho 18, 2005 11:04 PM
Este ministro não tem estatura política. Está lá para sacar fundos a Bruxelas. Que queriam que ele dissesse? Só sabe fazer isso.
Publicado por: J Ribeiro às julho 19, 2005 12:12 AM
Ao Templário:
Sou obrigado a dizer-lhe que o Senhor não conhece a sua terra, se acaso é português.
O vítor sabe do que fala e, igualmente, o bcool.
Tudo quanto aqui li, comentado por si, é comentar por comentar; não tem base credível.
O Senhor até gosta de ser interveniente e por isso, aconselho-o a aprofundar os seus conhecimentos, lendo e ouvindo opiniões contrárias sobre o mesmo tema e, se fôr o caso, dar a sua opinião já com suporte.
Não interprete este meu texto como uma censura despresível para si, antes, lei-a como uma crítica construtiva e com humildade interrogue-se onde está o erro. Eu poderia ficar calado mas, julgo que estou perante uma pessoa combativa que, com ideas sustentadas em bons conhecimentos, poderá dar uma boa mais-valia à discussão dos problemas de Portugal.
Publicado por: manuel marques às julho 19, 2005 12:26 AM
manuel marques
Sr. Manuel Marques, primeiro nunca lhe vi aqui lançar nenhuma ideia. Julgo mesmo que é a primeira vez , pelo menos que aparece com esse nick.De qualquer das maneiras isso nem sequer importa.
Sabe quem me fez lembrar ? Aqueles doutos funcionários que quando lhes colocamos as questões, nos dizem, pois tem razão mas nada lhe posso fazer. No Entanto a questão é do serviço dele, da responsabilidade dele, mas não tem o Saber de a resolver.
Como não teve a coragem de referir em que é que as minhas opiniões carecem de fundamento, dispenso-me de me alongar mais e fico espectante às suas por certo fundamentadas em algum Autor já falecido .
Publicado por: Templário às julho 19, 2005 12:56 AM
O Templário contra o espírito dos funcionários? Quem diria!
Publicado por: Coruja às julho 19, 2005 10:06 AM
Dizer que o ministro apenas estva a defender os interesses de Portugal é uma falácia. Os interesses de Portugal é ter posição naquela questão e saber que modelo de Europa pretende.
Os subsídios são bons mas gastam-se. As políticas ficam
Publicado por: Hector às julho 19, 2005 10:10 AM
"As políticas ficam"
Nem elas ficam. A política da UE, de incentivar a produção de beterraba sacarina, vai agora ser desfeita. Uma fábrica de transformação de beterraba em açúcar, que foi construída em Coruche à sombra dessas políticas, vai agora ser desmantelada. Os agricultores da região, que foram incentivados a cultivar beterraba, vão agora ficar impedidos de a cultivar.
O mesmo se passa no concelho de Idanha-a-Nova, onde vão deixar de cultivar tabaco. Começaram a cultivá-lo ao abrigo da política da UE. Agora vão deixar de o fazer ao abrigo de política oposta.
Publicado por: Luís Lavoura às julho 19, 2005 11:01 AM
No dia em que vir alguém em Portugal assumir os seus erros, que estava enganado, vou achar que "isto" tem solução.
Os portugueses conseguem a proeza de serem de uma arrogância extrema (nunca dão o braço a torcer) e ao memso tempo têm auto-estima muito baixa.
Publicado por: Mário às julho 19, 2005 11:05 AM
A posição do ministro é simples: à porta, de mão estendida, a pedir esmola e a rezar aos santinhos para que lá dentro se despachem com essas polémicas.
Publicado por: Rave às julho 19, 2005 02:33 PM
Coruja
Nunca defendi a mentalidade do funcionário público, especialmente daqueles que só lêem a Lei a favor do Estado e jamais a favor do cidadão.
As Grandes divergências aqui apresentadas neste Blog, já foram explicadas pelo Zé Luiz às julho 18, 2005 06:41 PM no Post Netkafka, pelo que se torna difícil senão mesmo quase impossível consensos, quando uns entendem que há Neo Liberalismo em Portugal desde 1985 e os que são mesmo Liberais entendem que não .
Por outras palavras, se se estivesse a discutir o período de 1917/1937 sobre a URSS, a Joana e os Liberais diriam que a Revolução comunista fez isto, fez aquilo, etc etc.
Mas como estamos a Falar do Liberalismo Português 1985/2005 os Liberais (por não gostarem do que vêem) não admitem esse "regime", como sendo o actualmente vigente.
Publicado por: Templário às julho 19, 2005 06:14 PM
Templário,
Não é uma questão de ter fé cega no mercado ...
É uma questão de perceber que os burocratas do Ministério com a sua errática aplicação e distribuição de subsídios afastam os agricultores do mercado, pois produzem o que os burocratas subsidiam e não o que os consumidores desejam ...
Em Portugal, os portugueses queixam-se sempre do que não têm, raramente se aproveitam do que têm ... Dou-lhe um exemplo, o faraónico Ministério da Agricultura, tem nas suas delegações regionais técnicos agrícolas competentes (em termos agrícolas) que disponibilizam aos agricultores de borla aconselhamento quanto às doenças das colheitas, ao nível
A questão do diferencial de preços entre a produção e o consumidor final tem várias explicações, de certeza que não quer que lhe explique que a renda do restaurante também é uma das componentes dos 8 euros que fala ...
A questão essencial dos agricultores serem confrontados com preços baixíssimos tem duas origens:
- a produção de produtos não normalizados (ou seja de vários calibres) e sem qualquer tipo de denominação de origem ou marca que acrescente valor, ou em alternativa produtos biológicos, ou geneticamente modificados - quer isto dizer que os produtos têm muito pouco valor acrescentado
- a incapacidade de verticalizar, ou então de associação, por forma a aumentar o poder negocial perante os consumidores, a opção da venda da produção para a indústria transformadora que assegura o escoamento da produção mas adquire a preços mais baixos e a falta de aposta em mercados de exportação, mais exigentes mas que asseguram maior qualidade e maiores quantidades - quer isto dizer que a questão da organização e comercialização dos produtos retira coloca os agricultores numa posição de fraqueza negocial
Porém, os privilégios de um mercado protegido dos produtores africanos, sul-americanos, asiáticos, da occeânia e todos aqueles que não tenham acordos preferenciais com UE faz com que não exista a concorrência necessária para retirar muitos produtores ineficientes do mercado (não só portugueses como europeus), facto agravado pelos subsídios da PAC que ao contrário do que os agricultores portugueses pensam têm constituído uma vantagem competitiva para os agricultores portugueses face aos europeus - señão acredita em mim, aconselho-o a visitar a andalucia e verificar o desenvolvimento do regadio espanhol, muito do qual foi construído sobre o aproveitamento ao máximo da bolsa dos europeus
Publicado por: bcool às julho 19, 2005 10:36 PM
Os portugueses queixam-se sempre do que não têm, mas raramente valorizam o que têm ...
Não têm terras, não têm formação, não têm meios nem capital ... Se não têm meios nem capital, como qualquer outra actividade económica, o melhor que têm a fazer é dedicar-se à agricultura de subsistência e deixarem de ter actividades produtivas, porque fazer omoletes sem ovos é muito complicado ... Podem recorrer muitas vezes às cooperativas agrícolas para partilha de serviços/meios os quais não podem suportar per si, mas para si terão de se associar ... Quanto à formação ou às terras parece-me claramente uma falsa questão ...
O faraónico ministério da agricultura através das suas múltiplas direcções regionais (sedes e delegações) possui técnicos agrícolas competentes (às vezes com pouca sensibilidade para o negócio, outras nem isso porque têm as suas explorações e sabem das dificuldades, mas isso é dispiciendo) que aconselham sobre as doenças/pragas das colheitas, tanto na fase de prevenção como de tratamento, bem como de outros aspectos técnicos ligados às culturas ...
Este tipo de aconselhamneto técnico é gratuíto e isso pode suprir as carências de conhecimento ... Mais ainda, quando os agricultores são profissionais e têm alguma dimensão, optam por contratar engenheiros agrícolas que são os responsáveis pelas colheitas ... Mais uma vez, existe ainda a possibilidade para os agricultores que pertencem a cooperativas agrícolas de recorrer aos técnicos da cooperativa ...
São maiores as carências ao nível da gestão, mas isso é um mal nacional e não só da agricultura ...
Quanto às terras, normalmente fala-se da micro-propriedade do norte do país e das dificuldades que isso origina ... Mais uma vez, cabe aos agricultores associarem-se, seja sobre a forma de cooperativa, seja sobre a forma de associação, seja sobre a forma empresarial para explorar as terras de uma forma mais eficiente ... Claro que é uma opção individual e como tal não pode nem deve ser forçada aos agricultores, embora estes devam perceber que ou se especializam e produzem produtos de alto valor acrescentado pela sua diferenciação, ou dificilmente conseguirão competir nos mercados internacionais e nacional ...
A agricultura é o paradigma de toda a economia nacional, há um conjunto de pessoas empreendedoras que não querem trabalhar por conta de outrem, mas gostam de ser patrões de si próprios, conhecem o negócio como era feito há mais de 20/30 anos atrás e têm dificuldades em adaptar-se a um mundo em mudança ...
O que o Estado deve fazer é não distorcer a sua actividade com subsídios idiotas (dou-lhe o exemplo que para a criação de gado - tipo ovelhas, cabras, nem é necessário ter uma propriedade ou contrato de aluguer de sobre uma onde os animais possam pastar, qualquer indivíduo que tenha um amigo que tenha uma terra de x hectares - não me lembro qual é o mínimo mas penso que são 5 ou 10 - que declare que deixa os animais pastarem na sua terra e já dá direito a subsídio por cabeça, era como se eu tivesse que ter uma licença para produzir detergentes e tivesse um amigo com um armazém numa zona industrial e declarasse que eu podia produzir no armazém dele e davam-me a licença e depois produzia na cave dum prédio de habitação) e permitir às pessoas que possam exercer livremente a sua acividade sem constragimentos idiotas saídos da cabeça de burocratas, estejam eles nos gabinetes em Lisboa ou na cacicagem das direcções regionais ...
Publicado por: bcool às julho 19, 2005 10:57 PM
Quando me fala de liberalismo em Portugal, é como falar de economia de mercado em cuba, só porque o fidel abriu há uns anos parte do sector do turismo ... Ou falar da democracia no zimbabwe só porque há eleições ...
Publicado por: bcool às julho 19, 2005 10:59 PM
bcool às julho 19, 2005 10:59 PM
Aprecio o seu esforço, para me tentar convencer de que a realidade que eu vejo, não é bem a sua, e a sua visão é bem diferente da minha, pois a minha apoia-se mais em factos, mentalidades, em história vivida e nos conhecimentos do Interior do País.
Para que não estejamos a falar do Sexo do Anjos, eu O meu interior do País é:
Distrito da Guarda, Bragança, Vila Real, Castelo Branco, Portalegre e toda a Raia Alentejana.
Que nestes distritos nem agricultura de subsistência já se faz !
Quando generalizo, não quer dizer que na terra Raiana do meu Pai, não haja lá um jovem de 48 anos que tem 30 vacas leiteiras. Mas deu-me para rir, quando vi na mercearia da Aldeia batatas, alfaces e alhos à venda. O meu pai garantiu-me que havia pessoas que compravam. O que NUNCA na minha vida nem na dele, isso tinha acontecido. Começou nos frangos e já vai nas batatas !!!
A Aldeia tem 160 habitantes, há 50 anos tinha 990. Dos 160 habitantes, 70 têm mais de 80 anos (que longevidade...)60 têm entre 65 e 80 anos restam 30 jovens com idade inferior a 65 anos. A escola primária que chegou a ter 2 professoras, fechou por falta de alunos.
Mas poderá dizer, isso é essa aldeia ! Não !!! são todas daquela zona Fronteiriça ! Se mesmo assim dúvida, peça a quem lhe puder disponibilizar os meios e que veja o que aconteceu na faixa desde Freixo de Espada à cinta, Figueira de Castelo Rodrigo, Sabugal até Portalegre.
Sobre a Agricultura já Sobejamente os próprios "Jovens" Agricultores explicaram o Logro em que caíram com as orientações de Cavaco Silva.
Para não me alongar mais, sempre lhe digo, que uma vez já estava cansado com os discursos de um teórico Comunista de café, e que falava na destruição da reforma agrária, etc e tal.
Saltou-me a tampa e disse-lhe:
- Se conhece alguem que queira terras de borla para cultivar, diga já, pois eu dou-lhas e posso arranjar muitas mais para quem quiser .
Ninguém se ofereceu !
Quer terras de borla ?
Publicado por: Templário às julho 19, 2005 11:44 PM
dê-me mais 10 anos e penso na sua oferta ...
seja como fôr, onde está a contradição entre o que escreve e o que eu disse ? que em cada terra se fôr para explorar economicamente, só pode cultivar aquilo que o Ministério da Agricultura permite ? Independentemente das pessoas poderem querer fazer outras plantações ...
diga-me uma coisa, se o ministério lhe paga pelo que fez, qual o seu incentivo em fazer o que quer que seja ?
Não se esqueça dos exemplos que deu anteriormente e dos que dá agora ... não são esses idosos da raia que vivem miseravelmente que vêm a lisboa fazer acções de marketing, como a distribuição de batatas ou pêras rocha ...
Pois os exemplos que eu conheço são do alto alentejo, da serra e do litoral algarvio ...
e garanto-lhes que essas pessoas (os agricultores de 60, 70 e mais anos com pequenas propriedades) não estão preocupadas com os subsídios do ministério, ou com a produção para negócio, a não ser quando vão vender ao mercado, caso as produções sejam muito grandes (com a seca é natural que este ano isso não aconteça) ...
seja como fôr, se me oferece terras, então não é pela falta delas que não há agricultura competitiva ...
aquilo que eu lhe digo, é que as pessoas que queiram levar para a frente explorações agrícolas novas, têm que ter muita resistência à burocracia e ao ministério da agricultura e agora ao do ambiente ... quando a resistência que deveriam ter era aos revezes do negócio ...
Publicado por: bcool às julho 21, 2005 07:15 PM
é verdade, também conheço alguma realidade dos gabinetes em lisboa ...
Publicado por: bcool às julho 21, 2005 07:16 PM
Bcool
"diga-me uma coisa, se o ministério lhe paga pelo que fez, qual o seu incentivo em fazer o que quer que seja ? "
O incentivo é apenas receber e cultivar aquilo que o ministério quer ou manda .
É que não havendo incentivo, o melhor é estar quieto e nada fazer, porque assim evitará perder dinheiro, isto para o caso de ter mais de 55 anos de idade. Caso tenha menos idade, nesse caso terá que migrar para Lisboa ou Emigrar para outras paragens da Europa .
É aliás o que sucedeu, sucede e continuará a suceder. Se a minha teoria estivesse incorrecta não existiria o tal despovoamento. Como ele existe, é porque aquilo que digo, corresponde à verdade mesmo que venham o I. estatística, o Banco de Portugal, o 1º ministro, os economistas e outros sábios dizerem o contrário.
Publicado por: Templário às julho 21, 2005 07:58 PM
Ora então daqui a 10 anos, quando estiver reformado, é uma boa opção sim senhor, assim já não se irritará com os 200 ou 300 euros que perderá por mês, mais a sua mão de obra. Mas ...como o dinheiro não é tudo, ganhará em qualidade de vida, onde obviamente se inclui a boa alimentação.
Nessa altura conseguirá assim, compreender melhor as teorias que agora exponho, sobre o que é que ganhamos com uma boa qualidade de vida.
Publicado por: Templário às julho 21, 2005 08:54 PM
só uma correcção, daqui a dez anos ainda não estarei reformado ...
se o ministério lhe manda plantar laranjeiras num sítio onde há falta de água, descobre em anos de seca como este, que vai perder muito mais do que se tivesse optado por culturas com menores necessidades de água, mas como o ministerio manda as pessoas devem obedecer, não ?
essa mentalidade de fazer oque ministério manda sópor causa do subsídio é que levou ao abate da frota pesqueira e ao arrancar de muitas árvores em portugal, porque as pessoas privilegiaram o dinheiro fácil e imediato, em detrimento de continuarem a lutar per si ...
se temos uma cultura de facilidade em detrimento de uma cultura de empreendedorismo, é natural que o país caminhe para o buraco e não há planos tecnológicos nem obras faraónicas que nos salvem ...
enquanto as pessoas não meterem na cabeça que têm que ganhar a sua vida sem ser à custa do estado, vamos continuar a caminhar para o abismo, abismo esse que fica mais perto cada vez que a chucharia tem maioria ...
Publicado por: bcool às julho 22, 2005 02:14 AM
só uma correcção, daqui a dez anos ainda não estarei reformado ...
se o ministério lhe manda plantar laranjeiras num sítio onde há falta de água, descobre em anos de seca como este, que vai perder muito mais do que se tivesse optado por culturas com menores necessidades de água, mas como o ministerio manda as pessoas devem obedecer, não ?
essa mentalidade de fazer oque ministério manda sópor causa do subsídio é que levou ao abate da frota pesqueira e ao arrancar de muitas árvores em portugal, porque as pessoas privilegiaram o dinheiro fácil e imediato, em detrimento de continuarem a lutar per si ...
se temos uma cultura de facilidade em detrimento de uma cultura de empreendedorismo, é natural que o país caminhe para o buraco e não há planos tecnológicos nem obras faraónicas que nos salvem ...
enquanto as pessoas não meterem na cabeça que têm que ganhar a sua vida sem ser à custa do estado, vamos continuar a caminhar para o abismo, abismo esse que fica muito mais perto cada vez que a chucharia tem maioria ...
Publicado por: bcool às julho 22, 2005 02:15 AM
ups
Publicado por: bcool às julho 22, 2005 02:15 AM