« Refugiados | Entrada | Meninas! »

junho 21, 2005

Sindicato contra a Classe

Os sindicatos dos professores, nomeadamente a FENPROF, têm dedicado as suas energias e “talentos” na ingente tarefa de degradar a imagem pública dos professores. Sabe-se o estado lastimoso da educação em Portugal – quanto nos custa e os serviços que nos presta – mas a avaliação das responsabilidades por essa situação, se não isenta os professores, também não os torna os únicos responsáveis. Todavia os sindicatos têm-se batido denodadamente para transmitirem para a opinião pública uma imagem de irresponsabilidade, de falta de brio, de incompetência e de laxismo dos professores. Desta feita falharam.

O objectivo desta greve era, sem sombra de qualquer dúvida, o boicote aos exames. Os sindicatos evidenciaram o mais completo desprezo pelos interesses dos alunos, para os quais estes exames serão uma etapa crucial que irá condicionar a sua vida activa e profissional, o seu futuro, enfim; pelas expectativas dos pais, que lhes haviam entregue os filhos para terem uma instrução e formação adequadas; e pela própria reputação dos professores, já de si posta pelas ruas da amargura, dado o estado lastimoso da educação.

Quando se aperceberam que o boicote não teria os resultados ambicionados, além de ser em extremo impopular, os sindicatos começaram a enfatizar a greve em si, afirmando que o boicote aos exames não era o objectivo principal … o facto das datas das greves coincidirem com as datas dos exames era uma mera e inesperada coincidência.

Os resultados estão à vista. Poucas dezenas de alunos, em várias centenas de milhares, foram afectados. Apesar da maioria dos professores estar descontente com as medidas anunciadas pelo governo, que transtorna as expectativas de muitos, os exames realizaram-se.

Relativamente aos números apontados pelos sindicatos sublinho dois factos. O primeiro, escolhido cirurgicamente pela SIC, na Escola Gil Vicente, cuja Presidente do CE é filha do Coronel Varela Gomes, que estava claramente transtornada pelo facto dos exames se terem realizado, deu umas explicações esfarrapadas e adiantou uma percentagem de grevistas de 84%!? O segundo, na escola da minha mãe, onde, em cerca de 140 professores, houve 15 que fizeram greve. Estes números são facilmente verificáveis, visto haver registo de comparências, desde que os Conselhos Executivos funcionem como devem. Ora não há razão para 2 escolas estabilizadas, da mesma cidade, apresentarem números tão díspares, embora a capacidade de um Conselho Executivo manobrar no sentido de incentivar à greve não seja de desprezar. O número avançado pela Geninha deve estar, portanto, completamente fora da realidade.

Portanto, os números de 70%, até agora avançados pelos sindicatos são completamente fantasistas. Isto apesar dos professores se considerarem muito prejudicados pelas medidas do governo, legítimas porque visam acabar com situações diferenciadas socialmente injustas, mas que goram expectativas alimentadas pela classe. Veremos como a situação evolui nos próximos dias, mas não me parece que haja diferenças muito significativas.

Ou seja, há material para um conflito social entre professores e governo. Os professores não terão razão em termos do todo social, mas têm as “suas razões”. Os sindicatos, ao precipitarem esta greve, com o intuito perverso de tomarem como reféns alunos e respectivos pais, fragilizaram a sua margem de manobra. Prestaram um mau serviço àqueles que dizem representar, fragilizando a sua posição negocial e tentando degradar a sua imagem pública.

Mas os sindicatos portugueses têm uma longa tradição de conduzirem os seus sindicalizados a situações de impasse.

Publicado por Joana às junho 21, 2005 11:35 PM

Trackback pings

TrackBack URL para esta entrada:
http://semiramis.weblog.com.pt/privado/trac.cgi/93917

Comentários

Uma chatice, esta coisa dos sindicatos; nada como uma boa "ordem" profissional.

Publicado por: zippiz às junho 21, 2005 11:55 PM

O que mais critico na actuação dos sindicatos é o terem-se deixado manipular por aquele grupo de professores que não quer os exames nacionais por estes irem revelar quem é que ensina em Portugal e quem é que não ensina. A mesma prova feita por todos os alunos, e corrigida sem referência de origem, vai revelar as incompetências e desleixo de muitos, sem hipótese de camuflagem. É isso que está por trás da greve. E era bom que o governo começasse a classificar e a ordenar os professores, não na base da antiguidade mas na base dos resultados. Quem tivesse melhores resultados teria preferência para a entrada nos quadros escolares, e teria preferência na escolha da escola onde iriam servir. E esses resultados poderiam mesmo servir para determinar as promoções ou subidas de escalão. Se assim fosse veriam como o ensino melhoraria de repente no nosso país, e como o grau de sucesso dos alunos aumentaria num instante.

Publicado por: Albatroz às junho 22, 2005 12:16 AM

Como o zippiz diz, é uma chatisse os sindicatos dos profs. Sem eles talvez a sugestão do Albatroz fosse avante facilmente.

Publicado por: Joana às junho 22, 2005 12:22 AM

Sendo a Joana anti-PS, o que afirma tem algum peso.
De facto a FENPROF deu um tiro no pé.

Publicado por: vitapis às junho 22, 2005 12:26 AM

Muito bem dito. O fracasso da greve demonstra bem que as formas clássicas de luta estão esgotadas, e que a injustiça desta greve que iria afectar sobretudo os alunos eram flagrante. Os professores foram mais inteligentes e sensíveis que os sindicalistas e guardaram a greve para depois. Fizeram muito bem.

Publicado por: Rui Martins às junho 22, 2005 12:30 AM

Joana às junho 22, 2005 12:22 AM

não me parece que o discurso de "albatroz" seja contra os sindicatos, ao contrário do seu.

e reveja lá essa cena de pôr 2 "éSSes" em chatice !

Publicado por: zippiz às junho 22, 2005 01:20 AM

A Joana e estes comentadores devem ser alguns dos filhos da nação mencionados no blog
http://ricardofigueiredo.blogs.sapo.pt/

Se tivessem meio palmo de testa não escreviam o que escrevem com adesões médias da ordem dos 70% e isto apesar de toda a chantagem psicológica!!!


Publicado por: Luís António Viriato às junho 22, 2005 01:44 AM

Albatroz às junho 22, 2005 12:16 AM

Nem me queria envolver nesta polémica, uma vez que esta e outras questões nunca são discutidas com seriedade por ninguém.

Isto é, ninguém sabe resolver problemas simples. Dou-lhe um exemplo, que aquilo que diz não tem fundamento por diversas razões, mas vou-lhe só invocar uma de peso:

A correcção das provas, como é evidente, é feita por pessoas, e não existe norma rígida de correcção, deixando portanto ao Prof. que corrige uma grande liberdade de avaliação.
Isto é, a mesma prova, corrigida por um professor pode ter 13 e por outro pode ter 16.

Além de que, se todos os alunos chumbarem, também não prova que os professores são maus, ou não trabalham.

O pior mesmo, é que ainda Temos e Mantemos o Ensino da era Industrial, e já estamos noutra há muito tempo.
Isso é que devia ser a Nossa Preocupação, mas neste País ninguém sabe o que quer, nem para onde vai, nem donde vem, e muito menos onde desejaria chegar !

Publicado por: Templário às junho 22, 2005 01:58 AM

Albatroz às junho 22, 2005 12:16 AM

Nem me queria envolver nesta polémica, uma vez que esta e outras questões nunca são discutidas com seriedade por ninguém.

Isto é, ninguém sabe resolver problemas simples. Dou-lhe um exemplo, que aquilo que diz não tem fundamento por diversas razões, mas vou-lhe só invocar uma de peso:

A correcção das provas, como é evidente, é feita por pessoas, e não existe norma rígida de correcção, deixando portanto ao Prof. que corrige uma grande liberdade de avaliação.
Isto é, a mesma prova, corrigida por um professor pode ter 13 e por outro pode ter 16.

Além de que, se todos os alunos chumbarem, também não prova que os professores são maus, ou não trabalham.

O pior mesmo, é que ainda Temos e Mantemos o Ensino da era Industrial, e já estamos noutra há muito tempo.
Isso é que devia ser a Nossa Preocupação, mas neste País ninguém sabe o que quer, nem para onde vai, nem donde vem, e muito menos onde desejaria chegar !

Publicado por: Templário às junho 22, 2005 01:58 AM

Adesões de 70%? Isso são números inventados pelos sindicatos que como disse o MST já nem sabem o que é uma escola, nem como funciona, estando, como estão, afastados do ensino há décadas.

Publicado por: David às junho 22, 2005 09:13 AM

De facto não sou contra os sindicatos, até porque sou um professor sindicalizado. Não tenho é de concordar com as orientações pontuais dos sindicatos, que se têm mostrado mais sensíveis à agitação da minoria incompetente - os que não querem ser avaliados - do que à maioria que procura, em condições tornadas mais dificeis pela própria desorganização do ensino, transmitir conhecimentos aos seus alunos.

Templário às junho 22, 2005 01:58 AM

"a mesma prova, corrigida por um professor pode ter 13 e por outro pode ter 16"

Isso é verdade, mas não chega para retirar valor à análise de resultados em provas nacionais. Ninguém vai dar um 7 a quem merece positiva, e ninguém vai dar um 14 a quem merece negativa. Com todas as distorções próprias de uma prova única, vai ficar muito mais claro onde estão os professores competentes e onde estão os incompetentes. E estes terão muito mais dificuldade em esconder-se atrás de classificações fantasiosas, feitas no âmbito da escola. Talvez assim eu deixe de encontrar - numa escola profissional onde colaboro - alunos com o 9º ano de escolaridade que não sabem dividir nem multiplicar, que não sabem fazer operações com fracções, que não sabem fazer os problemas mais simples porque não têm noção de quantidade, que se a máquina de calcular, por erro de digitação, lhes disser que 8x5 é 382, aceitam esse resultado sem hesitação. Só é pena se o Ministério não utilizar essa informação para premiar os bons professores e penalizar os maus.

Publicado por: Albatroz às junho 22, 2005 09:41 AM

Alguns professores são competentes e têm preocupação com os alunos. Tenho visto isso pelos meus filhos. Mas outros são completamente baldas.
E o sindicato só serve para dar força aos baldas.

Publicado por: Gros às junho 22, 2005 10:13 AM

Tomo a liberdade de chamar à atenção dos excelentíssimos comentaristas que existem umas coisas chamadas Critérios de classificação que limitam a subjectividade do professor classificador. Estes Critérios são normas de classificação, para cada questão de determinada prova, que quantificam a qualidade da resposta nas suas possíveis alternativas. Será pouco verosimil que duas provas de dois alunos diferentes com as mesmas respostas tenham uma diferença de 3 valores mesmo classificados por dois professores diferentes.

Publicado por: JMTeles da Silva às junho 22, 2005 11:37 AM

«Quem tivesse melhores resultados teria preferência para a entrada nos quadros escolares, e teria preferência na escolha da escola onde iriam servir.»

Esta sugestão do Albatroz configura aquilo que em engenharia se chama «feedback positivo». Um professor que, tendo obtido bons resultados, recebesse como recompensa poder escolher a escola em que iria trabalhar no ano seguinte, tenderia naturalmente a escolher uma escola que lhe permitisse obter resultados ainda melhores: onde houvesse a melhor gestão e a menor burocracia, os pais mais empenhados, a política de matrículas mais restritiva, a maior proporção de alunos provenientes da classe média culta, etc.

Resultado: algumas escolas (poucas) que já são boas tornar-se-iam melhores, as outras (a maioria), que já são más, tornar-se-iam piores.

Um sistema de recompensas aos melhores professores que criasse um «feedback negativo» seria, por exemplo, o seguinte: os professores que apresentassem os melhores resultados, em exames nacionais, por comparação aos outros obtidos na sua escola, teriam direito a um aumento de 100% no seu salário-base, a vigorar durante um ano lectivo, na condição de aceitarem ir trabalhar durante esse ano para uma escola que tivesse apresentado resultados médios piores.

Se ao fim deste ano continuasse a apresentar resultados melhores do que os dos seus colegas, poderia optar: ou receber por mais um ano o prémio de competência, na condição de mudar para uma escola ainda pior, ser colocado numa escola mais fácil e mais cómoda voltando a receber apenas o seu salário base.

Desta maneira seria possível apurar três coisas: em que proporção a qualidade das escolas depende da qualidade dos professores; em que proporção a qualidade dos professores depende da qualidade das escolas; e em que proporção a qualidade, quer das escolas, quer dos professores, depende de outros factores.

E seria possível levar os melhores profissionais para as escolas onde são mais necessários, que não são as que já são boas.

Publicado por: Zé Luiz às junho 22, 2005 02:18 PM

E agora vou de novo para a minha escola, onde já estive toda a manhã, porque não aderi à greve.

Publicado por: Zé Luiz às junho 22, 2005 02:20 PM

Zé Luiz!

Sinceramente a ideia que acabou de dar parece tão simples mas tão eficaz que não encontro nenhum impedimento para que não seja posta em práctica...o aumento de 100% talvez seja um exagero...mas o resto parece eficaz!

Publicado por: amsf às junho 22, 2005 02:35 PM

Também me parece que há muito mérito nas sugestões de Zé Luiz, embora eu também ache que se poderia deitar alguma água nesse fortíssimo vinho... Só prova que não há falta de ideias, o que há é falta de coragem e de vontade.

Publicado por: Albatroz às junho 22, 2005 03:03 PM

Os sindicatos são uma chatice sim.

Têm poderes, não eleitos democraticamente, que fazem estender a sua influência em domínios muito mais extensos que o âmbito a que se propoem. São poderes totalitários, que usam o politicamente correcto para limitar a vida dos outros. Gente que se orgulha da sua falta de escrúpulos.

Publicado por: Mário às junho 22, 2005 03:55 PM

Caro amsf:

Um aumento de 100% é um exagero, sim, se for para ser permanente. Se for para vigorar apenas durante o tempo em que o professor aceite ir trabalhar para escolas cada vez mais problemáticas, até acaba por ser pouco.

Eu, que sou um privilegiado e não tenho vocação para herói, não iria beneficiar desse aumento; prefiro continuar no meu conforto de pegar numa turma no 10º ano, levá-la até ao 12º e apresentá-la a exame na razoável certeza de que as classificações obtidas não diferirão muito das minhas; mas conheço escolas tais que quem trabalha nelas mereceria ser rico e honrado como herói, mesmo não consiguindo ensinar quase nada.

Publicado por: Zé Luiz às junho 22, 2005 05:09 PM

Esta greve foi um tiro no pé da FENPROF. Se a fizessem noutra altura teriam uma enorme adesão, porque os professores ficaram chateados com as medidas do governo. Assim os professores foram postos entre a espada e a parede. Fazer greve prejudicando os alunos ou não fazer.
A maioria escolheu não fazer.

Publicado por: Rui Pereira às junho 22, 2005 10:47 PM

Houve escolas em que apareceram 4 vezes mais professores do que se previa!
Os sindicatos nem abrem o bico.

Publicado por: Ant Curzio às junho 23, 2005 03:12 PM

Duvido que aprendam a lição.
Isto apesar da ministra ser uma incompetente que nem sabia que os Açores fazem parte de Portugal

Publicado por: Ant Curzio às junho 23, 2005 03:15 PM

Concordo com a Joana. Acho que os professores deram uma lição ao sindicato.

Publicado por: rudy às junho 23, 2005 04:51 PM

Deixem os professores, médicos, enfermeiros, funcionários públicos, etc e olhem para os "filhos da nação"!!!!Mas… nem tudo vai mal nesta nossa República, a terceira da História de Portugal quase com nove séculos de passado e de memória.Agora sabemos que vale a pena pagar impostos.Vale a pena para os Deputados, para os Autarcas, para os membros do Governo, para o Presidente da República, isto é, para os titulares de cargos políticos.Já estou a perceber, só agora infelizmente, a razão porque fazem tanta propaganda em época de eleições, dizem tantas mentiras e fazem tantas promessas: Precisam de votos para chegarem à manjedoura do Poder!Pelo menos, para alguns, nem tudo vai mal nesta nossa República! Com as eleições legislativas de 20 de Fevereiro de 2005, metade dos 230 Deputados não foi reeleita. Os que saíram regressaram às respectivas actividades profissionais. Porém, não saíram tristes, nem cabisbaixos. Quando terminam funções, os Deputados, e outros, têm direito, por Lei, a um Subsídio de Reintegração: Um mês de salário (3.449€) por cada seis meses na Assembleia de República (também vale para o Governo, as Câmaras e o Presidente). Analisemos, por ora, o caso dos Deputados: Quem o tenha sido durante um anos, duas vezes seis meses completos, recebe dois salários (6.989€). Se o tiver sido durante dez anos, recebe vinte salários (68.980€).Feitas as contitas, pelos Deputados que agora saíram do Parlamento, o Erário Público desembolsou mais de dois milhões e quinhentos mil Euros.No entanto, há ainda os que têm direito a Subvenções Vitalícias, ou Pensões de Reforma mensais (mesmo que não tenham 60 anos de idade!). Estas são atribuídas aos titulares de cargos políticos com 12 ou mais anos de exercício continuado ou intercalado!Entre os ilustres Reformados do Parlamento (ex-Deputados) encontramos figuras como: Almeida Santos PS 4.400 € / mês; Medeiros Ferreira PS 2.800 € / mês; Manuela Aguiar PSD 2.800 € / mês; Pedro Roseta PSD 2.800 € / mês; Helena Roseta PSD/PS 2.800 € / mês; Narana Coissoró CDS 2.800 € / mês; Álvaro Barreto PSD 3.500 € / mês; Vieira de Castro PSD 2.800 € / mês; Leonor Beleza PSD 2.200 € / mês; Isabel Castro Os Verdes 2.200 € / mês; José Leitão ? 2.400 € / mês; Artur Penedos PS 1.800 € / mês; Bagão Félix CDS 1.800 € / mês.Quanto aos ilustres Reintegrados, encontramos os seguintes nomes:Sónia Fortuzinhos PS 62.000 € / 9 anos e meio de serviço; Maria Santos Os Verdes 62.000 € / 9 anos e meio de serviço; Paulo Pedroso PS 48.000 € / 7 anos e meio de serviço; David Justino PSD 38.000 € / 5 anos e meio de serviço; Ana Benavente PS 62.000 €/ 9 anos e meio de serviço; Ma Carmo Romão PS 62.000 € / 9 anos e meio de serviço; Luís Nobre Guedes CDS 62.000 €/ 9 anos e meio de serviço.A maioria dos outros deputados que não regressaram ao Parlamento esteve lá somente a última legislatura, isto é, 3 anos, o suficiente para ter recebido, cada um, cerca de 20.000 €.“Foi com um fraternal ‘Caros Colegas’ que Mira Amaral, em ‘Comunicado aos Trabalhadores da CGD’, marcou o termo das suas funções de presidente Executivo da Caixa. Mas, antes das despedidas, gastou dois parágrafos a explicar a sua reforma. Escreveu: ‘Como é humanamente compreensível, só estaria disponível aos 56 anos de idade, para perder a minha reforma como administrador do BPI, se a Caixa me oferecesse um esquema alternativo semelhante.’. Se a reforma é obscena (Bagão dixit), poderá discutir-se. Mas lá que o homem é previdente, lá isso é.” (Visão, 2004.10.14)“É obsceno!”, disse Bagão Félix, Ministro das Finanças e da Administração Pública de Santana, depôs de ter sido Ministro do Trabalho de Barroso!Aos 18.000€/mês que Mira recebeu, que de parvo não tem nada, acrescentou ainda à Reforma Política o Subsídio de Reintegração a que teve legal direito por ter sido, durante tantos anos que nem me lembro bem, membro de vários Governos com Cavaco. Quanto recebe hoje o cidadão Mira Amaral e o que faz? Pois decerto continua a fazer, ou a fazer que faz, a receber e apensar numa outra reformazita para juntar às duas de que já usufrui (CGD + Política).É assim a nossa República!

Publicado por: Luís António Viriato às junho 25, 2005 08:12 PM

Comente




Recordar-me?

(pode usar HTML tags)