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abril 21, 2005

Decapitar o Mensageiro

O movimento anti-globalização continua pujante. Existe apenas uma diferença subtil – há anos, grupos radicais organizavam manifestações maciças contra os líderes políticos dos países mais ricos, acusando-os de promoverem a globalização com o intuito de explorarem o terceiro mundo e sublinhavam esse repúdio vandalizando as cidades onde aqueles líderes se reuniam; agora imprecam irados contra a invasão dos produtos provenientes do terceiro mundo que exploram os países ricos, e exigem que estes sejam protegidos dessa globalização pérfida. Em qualquer dos casos o culpado é o mesmo: o neoliberalismo. O neoliberalismo é acusado de ser e de não ser.

Os economistas não inventaram a globalização. Têm-se limitado a estudá-la e a deduzir os seus efeitos. A globalização começou com as descobertas da América e do caminho marítimo para a Índia e foi progredindo até ter atingido um ponto alto nas vésperas da 1ª Guerra Mundial. Durante essas épocas, os economistas foram produzindo teorias para explicarem o funcionamento das economias e deduzirem as formas dos Estados obterem ou produzirem uma maior riqueza – mercantilistas, fisiocratas, clássicos ingleses e históricos alemães, socialistas, etc. – mas não foram agentes do processo. Nas naus de Vasco da Gama e de Colombo não há indicação da existência de economistas. No Estado-Maior de Lord Clive também não foi detectada a presença de economistas. Quando Bonaparte, no Egipto, antes da batalha das Pirâmides, ordenou “Burros e sábios ao centro”, os sábios eram egiptólogos e os burros pertenciam mesmo à espécie asinina – nenhum deles era economista.

As sequelas da guerra de 1914-18 e o estabelecimento de regimes totalitários, comunistas e fascistas, que apostavam na autarcia e no dirigismo económico, reduziram o mundo a compartimentos estanques. A seguir à 2ª guerra mundial, e apesar da queda do fascismo, a progressiva substituição do colonialismo europeu por regimes autoritários, muitos reclamando-se do marxismo, manteve essa situação que, contrariamente às intenções dos seus promotores, tornou os países ricos, mais ricos, e os pobres, mais pobres. Também durante este período os economistas limitaram-se a explicar as diversas situações e a deduzir teorias que fornecessem instrumentos de resposta. Keynes, entre as duas guerras, foi um deles. Quando a validade de muitos dos axiomas keynesianos foram postos em causa pela experiência do pós-guerra, chegou a vez da Escola de Chicago ganhar poder explicativo.

A implosão do comunismo, a queda de muitos regimes autoritários terceiro-mundistas e a alteração das políticas económicas de alguns Estados no sentido de uma maior abertura (Índia, China, etc.), conjuntamente com uma rapidez cada vez maior do fluxo da informação, reactivaram o processo da globalização. Todavia, não foram economistas que demoliram o Muro de Berlim; quando Ieltsin subiu para um tanque em Moscovo, não havia qualquer economista ao lado dele e não foram certamente os neoliberais que induziram Deng Xiaoping a iniciar a criação das Zonas Económicas Especiais.

Em todos estes processos, os economistas (e os neoliberais, em particular) limitaram-se a percepcionar os fenómenos, a analisar os seus efeitos, a deduzir modelos explicativos e a propor instrumentos de acção. Têm sido apenas os portadores das mensagens e, quando lhes pedem, de eventuais soluções. Assacar-lhes a responsabilidade de um fenómeno que, com altos e baixos, se tem aprofundado de há 500 anos para cá, é pura ignorância. É o mesmo que responsabilizar os meteorologistas pela seca ou os geólogos pelos terramotos.

Aliás, aqueles que há dois ou três anos vandalizavam as cidades, repudiando a globalização porque esta significava a exploração dos países pobres pelos ricos, e agora vandalizam os meios de comunicação social, repudiando a globalização porque esta significa a exploração dos países ricos pelos pobres, não têm qualquer valimento científico ou ético para o fazerem – pois se eles nem percebem o que se passa! Pois se eles contestam com a mesma veemência o A e o não-A!

Prefiro aqueles que fazem procissões, rezando com fervor para que venha chuva. Têm seguramente mais êxito (a chuva acabará por vir, só não se sabe quando) e não partem montras nem alvorotam os espíritos.

A globalização não se combate com manifestações de repúdio, nem com preces e procissões. Aliás, não é possível combater um fenómeno natural, porquanto ele é inerente ao progresso da humanidade. Os fenómenos naturais domam-se de forma a tornarem-se úteis para nós, e não um factor de destruição. Para tal temos de os estudar e organizarmo-nos quer para evitar eventuais efeitos destrutivos, quer para os utilizar em nosso proveito.

Publicado por Joana às abril 21, 2005 10:43 PM

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Comentários

Há sempre demónios para exorcizar.

Publicado por: Mario às abril 21, 2005 10:55 PM

Parabéns Joana por este excelente texto. Ao nível dos que nos tem vindo a oferecer.

Publicado por: JM às abril 21, 2005 11:14 PM

O neo-liberak~lismo que anda por aí é perigoso. Muito perigoso...
Devo dizer, no entanto, que gostei desta posta que põe o dedo na ferida em relação à atitude dos contestários 'porque sim.'
Ainda há-de chegar, por este andar, a geração do 'Nuclear Já!'

Publicado por: Planície Heróica às abril 21, 2005 11:22 PM

Os críticos da globalização não acusam os economistas, acusam os políticos. Logo, muito deste post da Joana deixa de fazer sentido. Depois, qualquer economista sabe que as trocas internacionais só produzem resultados favoráveis duradouros quando há equilíbrio nos fluxos de importação e de exportação, ou seja, quando o nível de desenvolvimento dos parceiros é semelhante. Quando isso não acontece geram-se situações de dependência que tendem a perpetuar-se. Muito mais saudável para a economia mundial do que a globalização, seria a integração de economias a nivel regional, desde que o seu grau de desenvolvimento seja semelhante. A globalização só será positiva quando os desniveis de desenvolvimento tiverem desaparecido. Dentro de 300 anos...

Publicado por: Albatroz às abril 21, 2005 11:34 PM

Publicado por: Albatroz às abril 21, 2005 11:34 PM

Os manifestantes anti-globalização não criticam realmente os políticos porque estes, em geral, também são anti-globalização.

Publicado por: Mario às abril 21, 2005 11:51 PM

Quere-se dizer, o liberalismo «combate-se» com o liberalismo. Faz sentido.

Publicado por: asdrubal às abril 22, 2005 01:00 AM

Tirando a Thatcher que era favorável ao neoliberalismo, os outros líderes políticos tomam medidas neoliberais para remendarem o mau estado da situação social dos seus países, não por convicção. São liberais à força e apenas no que tem que ser.
Os líderes europeus são favoráveis à globalização para venderem grandes quantidades de bens de equipamento e produtos de elevada tecnologia à China. Mas são contra por causa dos texteis, dos bens agrícolas e de outros produtos menos qualificados.
Era o que sucedia antes. Vendiam menos à China, mas não tinham concorrência.

Publicado por: Hector às abril 22, 2005 01:22 AM

Quem é contra a globalização são os liberais. Não querem que haja uma governação globalizada que permita utilizar em nosso proveito os «fenómenos naturais» da economia.

Publicado por: Zé Luiz às abril 22, 2005 01:38 AM

Dá-me ideia que o Zé Luiz vive noutro mundo.

Publicado por: David às abril 22, 2005 01:55 AM

Torna-se simples e confortável balizar o mundo com os nossos próprios sistemas interpretativos, esquecendo a sua indecifrável complexidade. Principalmente se o mundo existir lá fora, lá longe. Recordo apenas que um dos motores da humanidade é o seu salutar inconformismo.

Publicado por: zoap às abril 22, 2005 03:43 AM

Os fóruns que se fizeram para protestar contra a globalização, por causa dos ricos explorarem os pobres!
Agora está tudo em pânico, com medo dos pobres!

Publicado por: Coruja às abril 22, 2005 09:41 AM

"alvorotam", não: "alvoroçam".

Publicado por: Luís Lavoura às abril 22, 2005 09:50 AM

O problema da globalização (mas será mesmo dela? não terá outras razões?) não é aumentar o fosso entre países ricos e países pobres: é aumentar o fosso entre ricos e pobres, em todos os países. Em todos os países há atualmente muita gente extremamente rica, e muita gente extremamente pobre. As desigualdades globais - não entre países, mas entre pessoas) estão num aumento galopante.

Publicado por: Luís Lavoura às abril 22, 2005 09:53 AM

A Joana tem a modos que uma mania da perseguição em relação aos economistas. Os economistas, como os físicos, são uma classe de profissionais deveras recôndita e inconspícua, e não vejo que estejam submetidos a tantos e tão vis ataques como a Joana sugere. Quem está submetido a ataques são os políticos, tal como é, aliás, natural.

A Joana, como economista, não se preocupe: faça a sua vidinha sossegada, não precisa de andar de guarda-costas, que ninguém a vai atacar na rua - ou, se o fizer, será por outras razões. Deixe essa sua mania da perseguição.

Publicado por: Luís Lavoura às abril 22, 2005 10:03 AM

Luís Lavoura em abril 22, 2005 09:50 AM:
Você é muito incisivo a dizer isso. Consultou algum diccionário?

Publicado por: Diana às abril 22, 2005 10:18 AM

É incrível a quantidade de disparates que se dizem só porque é politicamente correcto fazê-lo. Vamos falar mal da globalização? Sim, é isso que está dar. É o eterno medo da novidade, mesma que seja uma novidade que tenha centenas de anos.

O problema é a falta de coragem, aliada a uma demagogia fácil (se a demagogia fosse difícil teríamos de lhe dar outro nome). Todos querem invadir mercados alheios mas não suportam a ideia de abrir os seus. Para isso fazem uso de medidas proteccionistas, que salvaguardam o "interesse nacional", ou seja, que salvaguardam os interesses daqueles que são medíocres sobrecarregando aqueles que são efectivamente produtivos.

É por isso que ninguém se preocupa se a União Europeia (França) faz tudo por tudo para vender armas ao ainda regime totalitário da China, mas todos se mostram relutantes em abrir os mercados aos têxteis chineses.

O mais ridículo é achar que ainda se pode conter este abrir de torneira, como se ela não estivesse aberta há anos. Partes da roupa que vestimos, componentes de telemóveis e computadores e toda uma miríade de produtos já são quase feitas exclusivamente na China. Tanto medo para quê?

Publicado por: Mário às abril 22, 2005 10:32 AM

Publicado por: Planície Heróica às abril 21, 2005 11:22 PM

Num inquérito de opinião feito, salvo erro,pelo expresso On-Line, uma percentagem muito significativa dizia sim a uma central nuclear em Portugal.

Este era um assunto que merecia uma discussão, talvez aqui mesmo, patrocinado pela Joana.

Publicado por: carlos alberto às abril 22, 2005 10:46 AM

"Tanto medo para quê?" (Mário)

Medo da descida dos salários.

Vejamos a lei da oferta e da procura a nível global. A nível global, a mão-de-obra é muito mais abundante do que nos países ricos (França por exemplo). Daqui se deduz que, se os mercados dos países ricos se abrirem, então a mão-de-obra (escassa) desses países passará a estar em competição com a mão-de-obra (excedentária) global, e portanto o preço da mão-de-obra (isto é, os salários) nos países ricos baixará, por aplicação da lei da oferta e da procura.

Consideremos agora o fator capital. Nos países ricos o capital é muito abundante, mas a nível global ele é escasso. Daqui se deduz que, se os mercados se abrirem, o preço do capital nos países ricos tenderá a subir. Isto é, os países ricos terão que passar a subsidiar as indústrias para que elas se instalem neles (através de deduções fiscais, ofertas de terrenos, preparação de parques industriais, pagamento da formação da mão-de-obra, etc).

É disto que as pessoas têm medo.

Publicado por: Luís Lavoura às abril 22, 2005 10:56 AM

Mário:
Medidas proteccionistas são seguidas por todos os países desenvolvidos, a título de exemplo basta relembrar a disputa entre EU e EUA acerca do aço. Os EUA não tiveram problemas em ser politicamente incorrectos: adoptaram medidas proteccionistas para proteger (salvar?) a sua siderurgia e nem precisaram da desculpa de que a Europa tem salários muitos baixos ou inaceitáveis condições de trabalho. Os exemplos podem multiplicar-se para ambos os lados do Atlântico. Quem está no topo quer manter-se no topo, o liberalismo só tem algum papel a desempenhar se favorecer esse objectivo.

Publicado por: Daniel às abril 22, 2005 11:14 AM

Daniel, Luis Lavoura,

O liberalismo não é politicamente correcto, muito pelo contrário. Ser proteccionista é que é politicamente correcto. Dá-se a ilusão de proteger o interesse nacional, os postos de trabalho, os salários.

Uma das coisas que dominou a campanha presidencial nos EUA foi o "outsourcing". Os americanos estão aterrados com a possibilidade de perder empregos, não é só por cá. Essa possibilidade, real, causa medo, e esse medo esconde as outras possibilidades também reais, que dizem respeito à criação de outros empregos, quase sempre mais aliciantes.

Neste aspecto, ambos os candidatos assumiram posturas anti-liberais, uma vez que o liberalismo exige uma paciência que não é compatível apenas com objectivos de curto prazo, muito menos com eleições em que cada aspecto é esgalhado ao milímetro, quase sempre de forma demagógica.

Publicado por: Mário às abril 22, 2005 12:04 PM

Mas o que é a globalização, afinal?

Já entranhamos razoavelmente os benefícios da divisão do trabalho. Sabemos que não podemos fazer tudo sozinhos, estaríamos sempre no limiar da sobrevivência. E também que a especialização numa tarefa (com o riso de monotonia) conduz a uma produtividade muito maior.

Contudo, a divisão do trabalho entre países é sempre vista de forma chauvinista, como se tratasse de um fenómeno diferente, o que não é. Se a divisão de trabalho dentro dum país aumenta a riqueza, porque razão causaria pobreza entre vários países? Claro que a verdadeira divisão do trabalho nunca foi experimentada a nível global (o mercado não é verdadeiramente livre) porque todos estão sempre um pouco de má fé, e querem apenas dar e não receber.

Publicado por: Mário às abril 22, 2005 12:27 PM

Contudo, contradizendo a Joana, por vezes o mensageiro tem culpas também.

Não é o mensageiro que nos está sempre a alertar para o déficit na balança comercial? Pode não ser intencional, e ser apenas um caso de deficiente interpretação, mas para o público em geral a ideia é apenas esta: Exportar é muito bom, importar é muito mau.

Os economistas teimam em nos falar da diferença entre importações e exportações, para o grande público. Nunca mostram a soma das duas, que também seria um parâmetro importante. Os economistas não podiam fazer um pouco de pedagogia e dizer-nos (se é que é verdade) que importar e exportar são ambas coisas positivas, se forem equilibradas?

Publicado por: Mário às abril 22, 2005 12:27 PM

Ao que parece, também o papa Bento XVI é avesso ao liberalismo.
O que irá acontecer?

Publicado por: Senaqueribe às abril 22, 2005 12:42 PM

Discurso do Ministro Brasileiro de Educação nos EUA...

Este discurso merece ser lido, afinal não é todos os dias que um Brasileiro dá um "baile" educadíssimo aos Americanos... Durante um debate numa universidade nos Estados Unidos actual Ministro da Educação CRISTOVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazónia (ideia que surge com alguma insistência nalguns sectores da sociedade americana e que muito incomoda os brasileiros). Um jovem americano fez a pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um Brasileiro. Esta foi a resposta do Sr.Cristovam Buarque:

”De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade. Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar esse património cultural, como o património natural Amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto
de um proprietário ou de um país. Não faz muito tempo, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm
defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como património que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazónia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia seja nossa. Só nossa! "

Publicado por: Senaqueribe às abril 22, 2005 01:28 PM

Peço desculpa pela extensão do texto, mas parece-me que vale a pena.

Publicado por: Senaqueribe às abril 22, 2005 01:30 PM

Publicado por: Senaqueribe às abril 22, 2005 01:30 PM

Baile de coxos. É um discurso bonito, de alguém que demonstra alguma cultura mas claramente enviesado pela ideologia e preconceitos.

Internacionalizar a Amazónia não serve para nada. O que é de todos, não é de ninguém, ninguém se preocupa em preservar. É fácil lembrar um quadro perdido por ter estado na posse de um particular, mas esquecem a quantidade muitíssimo maior de bens que se perderam e degradaram por serem "posse de todos".

O ministro brasileiro mostra ainda um lapso de ignorância, que se desculpa a qualquer político, falando na utilização das armas nucleares. Os EUA utilizaram armas atómicas e não nucleares. As armas nuceares foram desenvolvidas posteriormente e têm um poder destrutivo muito superior. Esperemos que nunca sejam utilizadas.

O que é preocupante neste discurso é o seu niilismo. Eu até concordo que as propostas de internacionalização da Amazónia são ridículas, mas o que este senhor propões é o vazio. Limita-se a desviar o assunto porque sabe ter "lábia" para o fazer. Mas em termos práticos é uma nulidade.

Publicado por: Mário às abril 22, 2005 02:40 PM

David:
É claro que vivo noutro mundo. Se não vivo no seu, vivo noutro.
No meu mundo há países reais, como a China, em que pessoas reais são mortas com balas reais para que se mantenha artificialmente a pobreza em que realmente vivem. Isto torna esses países realmente competitivos.
No seu, tudo não passa de um jogo. Não há pessoas, há recursos humanos. O funcionamento mecânico do mercado levará a que as pessoas aceitem ser mais pobres, trabalhar mais e abdicar da sua segurança económica para que os seus países sejam mais competitivos - e isto em democracia.
Dirá você que este é o mundo real. A mim parece-me uma abstracção, convincente enquanto tal, mas só enquanto tal.

Publicado por: Zé Luiz às abril 22, 2005 02:53 PM

Mário, erro. As armas usadas em Hiroxima e Nagasaqui eram bombas nucleares. Não atómicas, sim nucleares. Utilizavam a energia da fissão nuclear, através da fissão de núcleos de urânio 235 (Hiroxima) e plutónio 239 (Nagasaqui). As armas nucleares que foram desenvolvidas mais tarde usam a fusão nuclear, através da fusão de núcleos de hidrogénio, e são mais potentes. Mas todas elas são nucleares, na medida em que a energia que está em causa é a energia de coesão dos núcleos atómicos.

Publicado por: Luís Lavoura às abril 22, 2005 03:03 PM

Publicado por: Luís Lavoura às abril 22, 2005 03:03 PM

Aceito a sua reposta. Até porque o essencial é fazer a distinção entre as potências destrutivas em jogo.

Contudo, parece-me que a questão da terminologia não é consensual.

Publicado por: Mário às abril 22, 2005 03:15 PM

Não, Mário, a terminologia é consensual, o que há é uma terminologia "jornalística" (de leigos) errada. A energia "atómica", a da ligação entre os átomos, é a vulgar energia química. Os leigos gostam de utilizar a expressão "energia atómica" para designar a energia nuclear, mas isso é um erro. Os átomos ligam-se ente si (para formar moléculas) com energias da ordem dos eV (eletrão-Volt), os núcleos ligam-se ente si com energias da ordem dos MeV (um milhão de eV), ou seja, muito superiores. A física atómica lida com a forma como os eletrões se movem nos átomos (com energias da ordem dos eV), a física nuclear lida com a forma dos núcleos dos átomos (energias da ordem dos MeV). Ou seja, "atómico" tem a ver com química. "Nuclear" é que tem a ver com as centrais nucleares e as bombas nucleares.

Numa terminologia correta, uma "bomba atómica" e uma bomba convencional, na qual a energia que está em jogo é a da ligação entre os átomos.

Publicado por: Luís Lavoura às abril 22, 2005 03:23 PM

"Os economistas não podiam fazer um pouco de pedagogia e dizer-nos (se é que é verdade) que importar e exportar são ambas coisas positivas, se forem equilibradas?"

Se me permitem aceitar o repto, só posso afirmar que, de facto, importar e exportar é muito positivo DESDE que o saldo, para cada país, seja próximo do zero. O problema da globalização é que fomenta o comércio internacional mas não garante o equilíbrio para cada país. O que significa que, à custa da globalização, os pobres ficam mais pobres e os ricos ficam mais ricos. Há anos que defendo o conceito de um "direito à economia", que garantiria a cada país o direito a defender a sua economia dos actos predatórios das economias mais desenvolvidas. Por exemplo, permitindo que um país fechasse as suas fronteiras económicas sempre que as importações excedessem as exportações, mas apenas para salvaguardar o equilíbrio externo, nunca para promover um excedente. Com uma balança de transacções correntes equilibrada os países poderiam ser mais ricos ou mais pobres, mas nunca seriam explorados nem ficariam na dependência de terceiros.

Publicado por: Albatroz às abril 22, 2005 03:45 PM

Nao me referia a terminologia jornalística, mas a livros escritos por cientistas. Creio ter lido mesmo o termo "bomba atómica" num livro de Feynman, que participou no desenvolvimento da bomba (li a tradução...)

Publicado por: Mário às abril 22, 2005 03:46 PM

Publicado por: Albatroz às abril 22, 2005 03:45 PM

Explique-me uma coisa. Um país pobre importa determinados produtos porque é mais barato do que produzi-los (excluo as situações de imposição). Se para efeitos de equilíbrio das transações, fecha a torneira (contam-se com essas importações), isso não significa que o páis terá que gastar ainda mais dinheiro para produzir esses produtos e, em consequência, fica ainda mais pobre?

Onde é que está a falhar o meu raciocínio?

Publicado por: Mário às abril 22, 2005 03:56 PM

Errata: Cortam-se as importações e não contam-se.

Publicado por: Mário às abril 22, 2005 03:58 PM

Mário às abril 22, 2005 03:56 PM

Um país não fica mais pobre quando os seus cidadãos têm de gastar mais dinheiro para satisfazer uma necessidade, porque os pagamentos se fazem no interior dessa economia. O que uns pagam a mais, outros recebem a mais. Fica mais pobre quando os seus meios de pagamento se rareficam, o que acontece quando, de forma sustentada, as importações excedem as exportações.

Publicado por: Albatroz às abril 22, 2005 04:05 PM

Quando, de forma sustentada, um país importa mais do que aquilo que exporta (caso atualmente de Portugal e dos EUA), esse país tem que receber emprestado do estrangeiro os meios de pagamento de que necessita.

Duas situações podem então ocorrer:
1) Uns anos mais tarde, o país paga (com juros) ao estrangeiro aquilo que pediu emprestado. O país terá então que estar a exportar mais do que aquilo que importa.
2) O país não paga (com juros) ao estrangeiro aquilo que lhe pediu emprestado. Os credores ficam a arder.

A ciência económica só encara como possível e válida a hipótese 1). No entanto, com grande frequência, é a hipótese 2) que se materializa.

Publicado por: Luís Lavoura às abril 22, 2005 04:16 PM

Albatroz,

Se um país passa a gastar mais para ter o mesmo, fica mais pobre. Não vejo como há maneira de dar volta a isso.

Luis Lavoura,

Compreendo o seu raciocínio, e eu tinha referido também a importância do equilibrio. Mas e curioso notar que todos se preocupam há tanto tempo pelo déficit com os outros páises, mas em relação ao déficit do próprio país a preocupação é muito menor.

Não serão também realidade semelhantes? Andarmos a acumular défit não significa ter que pagar mais tarde?

Publicado por: Mário às abril 22, 2005 04:33 PM

Os credores ficam a arder, mas o país não leva mais fiado. Tem que pagar cash. E aí é que está o busilis

Publicado por: Sa Chico às abril 22, 2005 04:37 PM

Mário,

Quando as transacções económicas se realizam dentro de um país, o país não fica nem mais rico nem mais pobre em virtude dessas transacções. Haverá eventualmente cidadãos desse país que ficarão mais ricos e outros mais pobres. Só quando as transacções são com o exterior (importações e exportações) é que o país poderá ficar mais rico ou mais pobre. Por isso a susbtituição de importações por produção interna não empobrece o país. Pode é diminuir o poder de compra dos consumidores, se o produto feito no país for mais caro que o produto importado. O que não é de desprezar. Mas pode não ser tão grave como ficar com uma dívida externa crescente. Imagine que precisa de uma mesa mas não tem dinheiro para a comprar. Mas tem uma árvore no quintal e ferramentas. Logo pode cortar a árvore, fazer tábuas e fazer a mesa. Eventualmente a mesa não será muito boa e ter-lhe-á custado bastante em horas de trabalho, que poderia ter utilizado de outra maneira. Mas o senhor não ficou mais pobre por ter feito a mesa.

Publicado por: Albatroz às abril 22, 2005 04:52 PM

Publicado por: Albatroz às abril 22, 2005 04:52 PM

Ficarei mais pobre se tiver de faltar ao trabalho para fazer a mesa e se aquilo que eu deixo de ganhar é superior àquilo que pagaria pela mesa importada.

Publicado por: Mário às abril 22, 2005 05:30 PM

Olá pessoal. Parabéns Joana pelas discussões que consegue provocar. Fomos nós portugueses que começámos propriamente a globalização. Foi a coragem e também o desespero e a fé expressa na cruz de Cristo das caravelas portuguesas que abriu esta coisa toda.
O mundo deve-nos isso.
Portanto se os economistas quiserem fazer as contas vejam lá como é com as "externalidades".
Entretanto calha que estamos a ser chamados de novo a liça, temos um presidente da comissão europeia, se calhar vamos a caminho de um alto-comissário para os direitos humanos, quase que iamos tendo uma primeira dama lá para os EUA; e quem começou esta vaga foi o Nobel do Saramago, parece-me.
Mas atenção estamos todos chamados à liça por um mundo melhor.

Quanto à questão do ser e não-ser é exactamente essa a questão. Passa a ser o terceiro incluído, acabou-se no milénio passado o tertium non datur aristotélico e depois booleano, nesta espantosa revolução digital.

A Joana libertária de direita e eu libertário de esquerda...

Publicado por: pyrenaica às abril 22, 2005 06:09 PM

Atenção: aproveito para informar que o hotmail deixou de me deixar aceder...
Eheh o império anglófono sente-se ameaçado.

Publicado por: pyrenaica às abril 22, 2005 06:24 PM

Só para dizer que eu, Ratzinger, já tenho aqui um lugar para ti Querida Joana, por teres vindo a manter a estupidez ao longo do tempo em que foste corrida do OExpresso e fundaste este bloguito. Como mantiveste a estupidez como eu já referi e foi por coerência, vais ser a primeira mulher a ser ordenhada, perdão, ordenada.

Joseph

Publicado por: Bento XVI às abril 22, 2005 06:44 PM

Até que enfim que alguém se acusa de conhecer a Joana. E logo quem!

Publicado por: David às abril 22, 2005 06:52 PM

Bem me parecia que a extrema esquerda estava muito perto dos fundamentalistas...

Publicado por: Mário às abril 22, 2005 07:04 PM

Não pela primeira vez, a Joana empenha-se aqui em apresentar os economistas como observadores neutros duma realidade pela qual não são responsáveis, ou então como técnicos desapaixonados, objectivos e sem ideologia, orientados a objectivos viáveis.
Ilustra esta visão com duas analogias: os meteorologistas, que não são responsáveis pelas secas nem pelas tempestades, e os geólogos, que não são responsáveis pelos sismos. Como todas as analogias, estas valem até um certo ponto, mas se as esticarmos demais rompem-se.
Também poderíamos comparar os economistas aos médicos, que não são culpados das doenças, ou com os engenheiros, que não são culpados dos limites impostos pelas leis da Física (não, Joana, não estou a pôr palavras na sua boca; estas são da minha).
Numa coisa, porém, se distinguem os meteorologistas, os geólogos, os médicos e os engenheiros, por um lado, dos economistas, por outro: é que se contentam com a sua autoridade científica, técnica ou profissional e não procuram ser eles próprios decisores.
Se o médico diagnostica um tumor num paciente, e considera que o melhor tratamento é uma operação, pode e deve informar o paciente desse facto - mas quem decide se a operação se faz é o paciente, porque o corpo é dele e porque há elementos de decisão - externalidades, diria um economista - que só o paciente pode conhecer, como porventura opções éticas ou religiosas, ou uma crença profunda nas chamadas medicinas alternativas, ou a consideração de valores que podem ser mais importantes para ele do que a mera duração da vida.
Se o paciente opta por não ser operado, o médico não pode lavar daí as suas mãos: cabe-lhe propor a segunda melhor alternativa, ou a terceira melhor, e assegurar-se que o paciente recebe o melhor tratamento possível dentro dos limites que a ele, e só a ele, compete estabelecer.
Se um engenheiro tem no caderno de encargos a construção de um auditório para música com as melhores condições acústicas possíveis, e o cliente lhe exige que inclua no projecto um fosso de orquestra e uma zona por detrás do palco que permitam que esse espaço funcione também como teatro de ópera, o seu dever é informar o cliente que as leis da física não permitem esta solução. Mas o cliente é que decide se quer um auditório optimizado para música ou se prefere um compromisso entre um auditório e um teatro de ópera. Na Casa da Música do Porto o decisor optou por um auditório optimizado, mas se tivesse optado pela solução de compromisso o dever dos engenheiros seria obter o melhor compromisso possível.
O médico e o engenheiro têm a sua autoridade própria, que é científica e ténica, mas não têm nem devem ter o poder de decidir.
O novo CEO da Intel é, pela primeira vez na história da firma, um não-engenheiro. E, sendo um não-engeheiro, tomou decisões de que os engenheiros não gostavam. Se os engenheiros mandassem, cada nova versão do processador Pentium duplicaria a velocidade da versão anterior. Mas com um não-engenheiro aos comandos, passaram a ter de ter em consideração que o utilizador médio de um PC não precisa de velocidades superiores a 1 GHz. Asim, o lançanmento do novo Pentium 4 foi adiado e a sua velocidade reduzida de 4 GHz para 3,8 GHz.
Todas estas histórias vêm ao encontro duma minha antiga convicção: devemos ouvir sempre os especialistas, mas nunca devemos deixar que sejam eles a decidir por nós.
E isto, cara Joana, aplica-se também aos economistas. E o nosso problema com os economistas é que não querem ser apenas ouvidos, querem ser obedecidos. Tire o cavalinho da chuva: isso nunca vai acontecer.

Publicado por: Zé Luiz às abril 22, 2005 08:48 PM

Luís Lavoura às abril 22, 2005 09:50 AM: Aqui há tempos houve um comentarista que se queixava que os meus textos o obrigavam a ir ao diccionário.
Vejo que não é o seu caso.

Publicado por: Joana às abril 22, 2005 10:32 PM

Dona Joana,

Esse que ia ao diccionário era para o levar para a casa de banho dado que os seus escritos de primeira mulher ordenhada, perdão, ordenada, lhe davam volta á barriguita e sentia uma enorme vontade de obrar.
Deus te abençoe, minha filha, que és um verdadeiro laxante.

Teu Papa amigo,

Bento XVI

Publicado por: Bento XVI às abril 22, 2005 10:39 PM

Zé Luiz às abril 22, 2005 08:48 PM:
Francamente não vejo onde você quer chegar com essa prosa toda. Quem define as políticas são os políticos e a densidade de economistas na classe política parece-me ser inferior à dos advogados, à dos engenheiros e mesmo dos médicos!
Os economistas estudam os fenómenos económicos, constroem teorias e depois os outros seguem-nas ou não.
As teorias de Hayek datam do fim da 2ª guerra mundial. Foi preciso o fim das "3 gloriosas décadas" e o declínio da Grã-Bretanha, para a Thatcher começar a implementar algumas das receitas do Hayek ... mais de 30 anos depois.
Quer gente mais neutral que os neoliberais que andaram cerca de 40 anos a pregar no deserto?
E mesmo hoje, quando os governos só aplicam algumas das suas ideias a contra gosto e em desespero de causa, e são diabolizados por todos os politicamente correctos?

Publicado por: Joana às abril 22, 2005 10:40 PM

Dona Joana,

Não se canse, querida amiga, que o Zé Luís também foi acometido de caganeira súbita. Coisas que não escolhem hora.
Mas não se esqueça de que vai ser ordenhada, perdão, ordenada, no dia 25 de Abril que tanto ama e estima pelos seus ideais de revolucionária da Acção Nacional Popular, como o seu ordenhado Pai lhe ensinou de pequenina.
Um grande bem-haja para si e vá lá de fim-de-semana e deixe-se de tretas.

Seu Papa cada vez mais amigo,

Bento XVI

Publicado por: Bento XVI às abril 22, 2005 10:49 PM

Mário às abril 22, 2005 05:30 PM

Se aceitarmos a teoria de que o valor das coisas é função do trabalho investido na sua produção, o valor da mesa será igual ao valor do trabalho necessário para a fazer. Logo você não ficou mais pobre. Limitou-se a transformar o valor do trabalho em valor da mesa. Se aceitarmos a teoria de que o valor das coisas é igual ao seu valor de uso, e tendo em conta que a mesa foi feita porque era necessária, podemos concluir que a utilidade marginal da mesa era superior à utilidade marginal da aplicação do seu trabalho de uma qualquer outra forma. Também aqui teremos de concluir que você não ficou mais pobre.

Publicado por: Albatroz às abril 23, 2005 12:38 AM

Ó Joana!
Se fossem neutrais não andavam a pregar, não acha? Os médicos, os engenheiros e os meteorologistas não sentem, que eu saiba, esse furor evangélico!

Publicado por: Zé Luiz às abril 23, 2005 12:40 AM

Mário,

Vejo que não aprendeste ainda.
Deves ser tão humilde quanto as tuas miseráveis origens.
Pede para te darem agora com a mesa no tubérculo onde pões o chapéu.

Bendito sejas.

Bento XVI

Publicado por: Bento XVI às abril 23, 2005 02:00 AM

Execelente Post, Julgo mesmo que é o melhor que já escreveu até hoje, mais não fosse, por nos ter esclarecido, que afinal, meteorologistas, geólogos e economistas, são apenas uns senhores (as) especialistas de fenómenos na maior parte das vezes Já Passados, e portanto com pouquíssimas hipóteses a acertarem no futuro.

Se com tanta alta tecnologia e conhecimentos, não se conseguiu prever o Tsunami que matou 250 mil pessoas e arrasou tudo à sua passagem, também os economistas não me merecem grande importância, daí todas as teorias do Liberalismo, serem apenas umas propostas como quaisquer outras, e estão longe " do que é melhor para nós ".

Portanto deixe-se de tretas e não venha com aquelas teorias da Verdade Económica, porque essa V. Exa. só terá conhecimento depois dela passar, e nunca antes dela vir !!!

Publicado por: Templário às abril 23, 2005 02:57 PM

Fiéis

Diz a santa madre igreja que nada se deve despediçar.

Assim sendo chupem-se uns aos outros e engulam, com a santa madre joana á frente, que é uma especialista.

O vosso papa

Bento XVI

Publicado por: Bento XVI às abril 24, 2005 02:57 AM

Pois se eles contestam com a mesma veemência o A e o não-A!

Exemplo :

Somos pela vida, somos Católicos Praticantes, somos contra o Aborto pois não desejamos Matar quem ainda não Nasceu... Mas Não nos importamos de Matar os que já estão vivos aos Anos... Viva a Guerra no Iraque !!!

Publicado por: Templário às abril 24, 2005 12:19 PM

A pobreza de alguns comentários (ou mesmo a alarvidade) contrasta com a excelência do post.

Publicado por: Ramiro às abril 24, 2005 12:33 PM

Afinal qual é o Problema ?

Défict do Estado ? porque se preocupam tanto eles ?

Vejamos o Caso Português que é o que nos Interessa para já !

Quanto mais o Estado Gastar melhor ( melhor viveremos ), quanto maior for a nossa dívida Externa melhor ! Temos é que ser inteligentes e sabermos a quem ficamos a dever.
Eu proponho que se comece a comprar cada vez mais à Espanha ( aliás parece que já é assim ) e nuetros hermanos nem se preocupam com isso, quando não pudermos pagar, só temos que lhes entregar a Coroa que lhes roubámos em 1640, e assim voltaremos a ser a Grande Hispânia !

Nós com a Espanha teremos sempre Crédito !

Arriba Hispânia !!!


Publicado por: Templário às abril 24, 2005 12:55 PM

È ridículo terem andado histéricos por causa de estarmos a fazer mal ao 3ºmundo e agora andarem histéricos, porque fazem mal a nós.

Publicado por: bsotto às abril 24, 2005 03:08 PM

Não vale a pena preocupar com o deficit. Com um asteróide achocar com a Terra em 2034, o problema fica automaticamente resolvido

Publicado por: Coruja às abril 25, 2005 11:10 AM

Mário às abril 22, 2005 03:45 PM

Sempre podemos resolver o problema do défice vendendo sol e paisagens, que não têm custos de produção.

Publicado por: Senaqueribe às abril 25, 2005 03:35 PM

Não têm custos de produção, mas o espaço que o turista ocupa custa dinheiro.
E limpar esse espaço também.
Não sei se conseguiremos

Publicado por: David às abril 25, 2005 04:41 PM

David... David... estás fora das novas ondas liberalistas...actualiza-te !!!

O turísta é que terá que limpar tudo e bem limpinho, caso contrário terá que pagar uma taxa exorbitante de conservação da Natureza e sem piar, pois poderá ser preso ao abrigo das novas leis anti-terroristas !

Publicado por: Templário às abril 25, 2005 05:28 PM

"Ó Joana!
Se fossem neutrais não andavam a pregar, não acha? Os médicos, os engenheiros e os meteorologistas não sentem, que eu saiba, esse furor evangélico!"
Publicado por: Zé Luiz às abril 23, 2005 12:40 AM:
Você mete-se a escrever coisas sem ter bem a noção do que escreve. u acho que devia pensar primeiro de forma abrangente, nos assuntos que foca.

Em todas as disciplinas, sempre que há novidades, há furores evangélicos e anti-evangélicos.
Até na questão da paternidade dos painéis de Nuno Gonçalves houve suicídios! E na questão da localização da batalha de Ourique?
E nas ciências? A descoberta do vírus do HIV, por exemplo. As discussões à volta da Teoria da Relatividade, do Big-Bang, etc.
Toda esta gente estava comprada pelo "vil capitalismo"? Não serão neutrais (politicamente falando)?

Publicado por: Joana às abril 26, 2005 02:06 PM

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