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março 16, 2005

Uma Imagem de Marca

A Arrogância Francesa

Há dias a actriz britânica Rachel Weisz foi ao Daily Show, o programa do Jon Stewart. Falando sobre um filme que tinha acabado de rodar em Montréal, e questionada sobre a sua estadia, gabou imenso a ambiência daquela cidade, o seu perfume e sabor francês, mas sem a “arrogância francesa”. E Jon Stewart, o militante anti-Bush, portanto imparcial sobre a “velha Europa”, assentia com compreensivos acenos de cabeça. E Rachel Weisz repetia aquele conceito do “sabor a França sem o travo francês” inquirindo se Jon Stewart percebia aquilo que ela pretendia dizer e Jon Stewart acenava que compreendia. Perfeitamente consensual.

A naturalidade com que aquele diálogo se desenrolou e a espontaneidade consensual na referência à arrogância dos franceses como se tal fosse uma verdade solidamente instalada e universalmente (fora do hexágono) aceite, deu-me que pensar. Como se sentiria um francês ao ver aquela gente a falar da arrogância dele, com a tranquilidade e a naturalidade das teorias consistentes, incontestáveis e universais?

A propósito disso vou contar uma história passada comigo, que é paradigmática. Certamente muitas situações semelhantes ajudaram a criar aquela imagem de marca. Em fins da década de 80 os meus pais foram fazer turismo a Paris connosco. Estivemos lá 3 semanas. Ficámos instalados num hotel de nível médio (éramos 6!), mas central, a 100m da Sorbonne, à beira do Boul’Mich e de St-Germain, no coração de Paris. O sítio era óptimo.

Fizemos o check-in e dirigimo-nos para os elevadores, que divisávamos, lá ao fundo. Chegados ao piso, andámos para trás e para diante, à procura dos quartos, mas não demos com eles. Como eram 4 quartos (éramos 3 raparigas de 19,12 e 10 anos e um rapaz de 14 anos), se não os conseguíamos encontrar era porque obviamente não existiam ali. Eram demasiados quartos para passarem desapercebidos por muito despassarados ou ignaros que fôssemos.

Regressámos à recepção e, à medida que nos aproximávamos, o sorriso do empregado alargava-se escarninho. Quando chegámos junto dele disse-nos divertido, com aquela divina sobranceria com que os parisienses mostram a sua superioridade face aos estrangeiros: Eu apontei naquela direcção mas não me referia aos elevadores do fundo ... a meio, à esquerda há um recanto, onde está outra coluna de elevadores. É aí!

Aquele empregado tinha-nos visto a caminhar para os outros elevadores, a esperar pela sua chegada, a arrumar a miudagem e as bagagens no elevador, tudo durante uns bons minutos, “en rigolant”. Não havia qualquer barreira da língua, pois os meus pais falam francês fluentemente e eu própria já o falava então bastante bem – talvez demasiado literário para o “argot” do empregado; tínhamos alugado 4 quartos por 3 semanas e não um single por uma noite; ele tinha um ar bastante mais mediterrânico que nós; etc.. Todavia ele tinha algo de que nós estávamos absolutamente carenciados: era francês ... ou pelo menos parisiense (de adopção, certamente).

No elevador, o meu pai comentou filosoficamente: adoro os franceses ... Rousseau, Stendhal, Victor Hugo, Flaubert, Proust … infelizmente, os franceses que adoro estão todos mortos. Os vivos são insuportáveis!

Não me lembro de alguma vez ter ido a França e não acontecer algo que me faça lembrar esta frase paterna.

Publicado por Joana às março 16, 2005 07:16 PM

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Comentários

Pois eu cheguei à uma da manhã a Orly falando o francês atrapalhado do Liceu e nunca tendo estado no estrangeiro. De táxi percorri várias ruas de Paris a ver se conseguia um hotel. Impossível. Tinha o endereço de um casal que nem conhecia. Viviam - estudantes - numa "chambre de bonne" no 6º andar de um prédio na Rua Saint-Simon. Que ficasse, que se ajeitavam, que no dia seguinte trataríamos do meu alojamento ... em resumo, era impensável ficar num quarto com aquelas dimensões. Desci ao rés-do-chão, vesti o casaco do pijama por baixo do casaco e anichei-me por cima de um tapete onde mal dormi. Fui acordado às 6 da manhã pela gritaria de um velhote que me ralhava severamente por eu estar ali. Troquei meia-dúzia de palavras de pedido de desculpa e o velhote ao ver-me sair do prédio, chamou-me. Trouxe-me à sua casa que era também a «concièrgerie» e a sua mulher, uma senhora de idade, mandou-me sentar, fez-me perguntas, e espontâneamente ofereceram-me o pequeno-almoço. Eram franceses genuínos,pessoas simples. Em Paris e em 1971.

Publicado por: asdrubal às março 16, 2005 08:27 PM

Eu tenho diversos amigos franceses, por razões profissionais. Na generalidade dou-me bem com eles. Passeando pela província, por exemplo, não se tem a mesma noção que se tem em Paris.
Eles têm feito algum esforço. A polícia teve que receber um treino especial, porque as queixas contra a sua má criação, nomeadamente da parte de estrangeiros, eram demais.
O atendimento, nomeadamente nos Bistros, deixa muito a desejar, etc. Os funcionários investidos de qualquer autoridade pública são normalmente muito desagradáveis a dirigirem-se às pessoas.
Em informática arranjam programas que funcionam pessimamente, mas ficam muito orgulhosos por serem programas franceses e mostram-nos com ar de quem fez uma inovação espectacular, quando têm pouco préstimo. Tenho falado com colegas de outras profissões e eles também acham ridículo essa convicção dos franceses de que estão constantemente a descobrir a pólvora.

Contudo, mesmo em Paris, deve haver gente muito simpática. Quando se fala em imagem, estamos a falar numa imagem geral, que não deve ser estendida a toda a gente, longe disso.
Em Portugal, provavelmente apenas 10% ou 15% dos condutores são irresponsáveis. Mas é o suficiente para nos dar a imagem que temos.

Publicado por: Joana às março 16, 2005 08:54 PM

'Contudo, mesmo em Paris, deve haver gente muito simpática.'

Genial o seu episódio no Hotel. Paris é uma cidade linda cheia de gente encantadora, é verdade... só é pena ser gente tão sovina na partilha desses encantos...

Acredite no que lhe digo:
Essa gente muito simpatica que há em Paris não é parisiense...

Publicado por: P Vieira às março 16, 2005 09:32 PM

Será que este post de Joana nos ajuda a entender o nosso 4º em termos de xenofobia ?

Publicado por: zippiz às março 16, 2005 10:15 PM

Todos os povos europeus, inclusive o nosso, são arrogantes. Por isso é que não acredito na união política da Europa. Mas também é verdade que há pessoas encantadoras em todos os países europeus.

Publicado por: Albatroz às março 17, 2005 12:28 AM

Isso não é verdade, albatroz. Os franceses, ou melhor os parisienses, são bastante arrogantes, especiamente aqueles que lidam com as pessoas.
É diferente dos outros países. Os suiços também deixam a desejar.

Publicado por: Hector às março 17, 2005 02:07 AM

Eu também acho que os franceses, pelo menos em Paris, olham do alto para a gente.

Publicado por: fbmatos às março 17, 2005 09:51 AM

Estou estupefacto! iquei a saber que a Joana não sabe conduzir e nunca esteve a o volante de um automóvel. Só assim se pode explicar aquelas percentagens benignas (10%, 15%) de maus condutores.

Publicado por: Mário às março 17, 2005 10:12 AM

15% já dá para causar uma grande barafunda e muitos desastres desnecessários

Publicado por: Gpinto às março 17, 2005 10:32 AM

Ainda sobre os condutores, faz-me lembrar de uma "sondagem" que foi divulgada há uns meses atrás, em que cerca de 90% dos condutores achavam que os outros (quase todos) eram maus condutores, mas eles não (tudo somado chegava aos 180%...).

Publicado por: Mário às março 17, 2005 10:59 AM

Joana, já alguma vez viveu na América e experimentou a arrogânica americana?

Eu já fui a França mais vezes do que desejaria, e já vivi na América vários anos. Garanto-lhe, entre franceses e americanos, prefiro mil vezes os primeiros.

Note que em França os portugueses são porteiros. Mesmo que falem bem francês e paguem hotel, são um povo de porteiros. Compreende-se que sejam desprezados.

Na América, em compensação, qualquer cultura estrangeira, todas, são desprezadas. É tudo merda, para um americano.

Publicado por: Luís Lavoura às março 17, 2005 11:03 AM

É incrível como pessoas tão inteligentes são capazes de fazer tais extrapolações...imagino que o Hitler na sua infância tenha tido um problema qualquer com um menino judeu lá do birro e que isso tenha sido decisivo na sua vida de adulto...esperemos que a Joana nunca venha a ser ministra dos negócios estrangeiros...os franceses que se cuidem...

Publicado por: amsf às março 17, 2005 11:42 AM

É inacreditável a quantidade de pessoas que comentam este blog mas nem chegam a ler os artigos...

Publicado por: Mário às março 17, 2005 11:55 AM

Joana, independentemente do facto de os parisienses ( e quanto mais baixos pior) serem de um modo geral de uma sobranceria insuportavel, leio a observação do seu pai como sendo do tipo " a França já não é o que era", o que corresponde a uma verdade a que só os franceses são alheios.
A França já não é não tem nenhum atractivo cultural para alguém do sec. XXI. Excepto pelo passado e pelas paisagens, a França não interessa a ninguem. A sua cultura está moribunda desde o momento em que começou a imitar na política e na vida social o modelo social-democrata escandinavo da subsidio-dependência. Curiosamente esse mesmo modelo que já não é aceite pelos escandinavos por terem compreendido que desde os anos 70 os levou à decadência.
Sr. Luis Lavoura: apesar de v. afirmar que viveu na América vários anos, qualquer pessoa que generalize sobre a América afirmando que " a cultura estrangeira é tudo merda para um americano" está a cometer o mesmo erro que um americano que tenha vivido vários anos em Lisboa afirme que na Europa todas as pessoas cospem para o chao, ou que por ter vivido na Irlanda afirme que os Europeus só bebem cerveja.

Publicado por: Joao P às março 17, 2005 11:59 AM

Joao P: Pelo que tenho observado, acho que você tem toda a razão.

Publicado por: Susana às março 17, 2005 12:13 PM

João P.,

1) Quando falei da "América", referia-me apenas aos EUA. As pessoas no Canadá são bem melhores (falo por experiência própria).

2) É claro que não conheço os EUA na sua totalidade, muitíssimo longe disso. Mas, de todos os sítios por onde passei, não notei diferença sensível nas atitudes das pessoas. A atitude geral é que todas as culturas estrangeiras são irrelevantes e insignificantes. Não duvido que nalguns sítios (Nova Iorque, talvez São Francisco, talvez Seattle) as pessoas sejam eventualmente mais abertas e interessadas. Mas esses sítios são, indubitavelmente, minoritários no contexto americano. A imensa maioria dos cidadãos americanos é de uma indiferença que roça a arrogância em relação a tudo o que é estrangeiro.

Publicado por: Luís Lavoura às março 17, 2005 12:22 PM

Luís Lavoura
Profissionalmente, nunca estive mais que uma semana, ou semana e pouco, em nenhum país estrangeiro. Mas lido com gente de diversas nacionalidades, cá e lá.
Relativamente aos americanos, a minha experiência, limitada e relativa apenas a pessoal qualificado, pois nunca convivi com o americano médio, é a seguinte:
São extraordinariamente simpáticos, não têm o refinamento de modos, nomeadamente os da costa oeste, que os europeus têm. Tornam-se insuportáveis ao fim de algum tempo, porque “continuam na América” mesmo que estejam cá há 6 meses. Continuam a comer pizzas e hamburgers, a beber cocacola e não tentam partilhar dos costumes locais. Trazem as cassetes do Super-bowl e reúnem-se para as ver, etc.. Não o fazem por sobranceria nem petulância, continuam muito simpáticos. Apenas não percebem que existem costumes, ementas, bebidas, etc, fora da América.

Publicado por: Joana às março 17, 2005 01:04 PM

E já que estou com a mão na massa:
Os alemães são de um cavalheirismo notável. Nunca tive a mínima razão de queixa. Uma vez, há meia dúzia de anos, viajando de comboio, fiz transbordo numa daquelas estações quilométricas. Julgo que Frankfurt. Um senhor de meia idade, que viajava comigo no mesmo compartimento, pegou na mala, sem eu pedir ou fazer algo que indicasse que o desejava, e levou-a até ao outro comboio, que estava no outro extremo da estação. Foi óptimo porque a mala estava algo pesada, porque trazia alguns livros e papéis.
Talvez haja algum artificialismo, mas formalmente são impecáveis. E fazem-no porque acham que o devem fazer e não por “esperar algo em troca” como os latinos.

Publicado por: Joana às março 17, 2005 01:07 PM

Passei a lua de mel na Floresta Negra. Uma vez, ao fim da tarde, fomos a um daqueles lagos giros que há lá. Na Alemanha só se consegue estacionar em parques próprios. Entrámos no parque e eu ia a sair do carro para arranjar uma senha, quando um alemão passou por mim e deu-me a senha dele (ele ia-se embora e o prazo de validade era a tarde toda). O nosso carro tinha a matrícula portuguesa e ele percebeu perfeitamente que éramos estrangeiros. Sorriu, acenou-nos e deu-me a senha dele.
E são muito cumpridores. A minha irmã mais nova foi lá passar uns dias connosco (estávamos em Wehr). Era um fim de semana e ela (que tinha então 16 anos) saiu para ir a uma discoteca com um rapaz alemão da vizinhança. À meia noite em ponto o rapaz (que teria uns 19 anos) saiu da discoteca com ela (pois a partir dessa hora só com mais de 18 anos). Ela ficou espantada (e desesperada), pois cá era até às 4 da matina!!

Publicado por: Joana às março 17, 2005 01:16 PM

"A imensa maioria dos cidadãos americanos é de uma indiferença que roça a arrogância em relação a tudo o que é estrangeiro"
.
Mas ó Luís Lavoura, eles são o "melting pot". Nunca estive nos USA, mas se calhar o que é a «indiferença» é apenas o hábito de serem uma nação pejada de imigrantes ... de «nacionais estrangeiros» !

Publicado por: asdrubal às março 17, 2005 01:16 PM

O meu dia ficou estragado...

Fiquei a saber que a Joana já é casada. Lá se vão as minhas chances...

Publicado por: Mário às março 17, 2005 01:25 PM

um coro de baleias se ergue para reiterar:sim esses franceses "racistas" são mais racistas que os anglo-americanos racistas,,, mas afinal, pelo que li do "enredo" o porteiro de elevadores limitou-se a cumprir a filosofia do "laissez-faire"

Publicado por: xatoo às março 17, 2005 01:31 PM

Mário escreveu:
"É inacreditável a quantidade de pessoas que comentam este blog mas nem chegam a ler os artigos..."

Estou a ver que V. Excia ou possue uma bola de cristal ou tem acesso ao Echelon dos americanos para saber se lêem ou não os artigos!

Publicado por: amsf às março 17, 2005 02:13 PM

Deixe lá, Mário. Tome isto como uma oportunidade de deixar de lhe copiar tão extensivamente as ideias...

Publicado por: Luís Lavoura às março 17, 2005 02:22 PM

Luís Lavoura,

Percebi que quis ser espirituoso. Contudo, das centenas de artigos que já escrevi, dificilmente encontraria algo semelhante às ideias da Joana.

qerer dimunuir os outros, quando não se sabe nada sobre eles, é um pouco baixo não?

Publicado por: Mário às março 17, 2005 03:14 PM

Publicado por: amsf às março 17, 2005 02:13 PM

Quando leio conclusões que, de forma alguma podem ser retiradas do texto inicial, só chego a duas conclusões. Ou as pessoas não leram o post, ou estão aqui a comentar de má fé. Decidi ser simpático e escolher a primeira opção.

Publicado por: Mário às março 17, 2005 03:20 PM

Pronto Mário, se o ofendi, peço desculpa.

De qualquer forma, a avaliar pelo que me lembro de posts anteriores (e posso estar a lembrar-me mal), a Joana não só é casada, como até tem mais do que um filho.

Já agora, e não vá haver para aí uma Maria qualquer, informo que não sou casado (vivo em união de facto), mas tenho 2 filhos...

Publicado por: Luís Lavoura às março 17, 2005 03:24 PM

(A Joana ainda me vai bloquear o acesso por causa da brincadeira... )

Publicado por: Mário às março 17, 2005 04:03 PM

(... e a mim também.)

Publicado por: Luís Lavoura às março 17, 2005 04:19 PM

O "problema" dos EUA que Luis Lavoura refere é que os Americanos se sentem bem na sua pele.
É também o problema cultural Português-Europeu de mesmo quando não é necessário todos acharem que devem fazer concessões sociais a maior parte das vezes por insegurança, cortesia levada ao extremo.

Publicado por: lucklucky às março 17, 2005 04:32 PM

Este ano mudou-se um francês para minha casa e confirmo a imagem de marca que tem sido apresentada nos posts. Inicialmente não pensei que fossem características típicas de um francês, só após algumas conversas com colegas que andam ou andaram a estudar noutras faculdades europeias é que me apercebi que o francês de minha casa era um francês banal.

Os chefes de família do blog não me arranjam um espaço para eu me mudar? :)

Publicado por: Daniel às março 17, 2005 04:58 PM

Publicado por: Mário às março 17, 2005 03:20 PM

"Quando leio conclusões que, de forma alguma podem ser retiradas do texto inicial"

Certamente queria dizer [...]de forma alguma NÂO podem ser retiradas[...]

Desculpe mas a minha conclusão foi retirada do texto inicial. E digo mais...ilustrar um preconceito pessoal com os comentários de uma atriz que falando de uma estadia no Canáda (Montréal)a despropósito faz comentários negativos em relação ao povo francês, talvez para branquear a sua imagem (patriotismo)por estar a participar num programa daquele tipo, não parece ser muito honesto.

Publicado por: amsf às março 17, 2005 04:58 PM

Parece que afinal, o francês banal é mesmo insuportável? Ou terei percebido mal?

Publicado por: David às março 17, 2005 05:17 PM

By the way, Montréal é de facto uma cidade muito agradável. Tem uma mistura interessante entre a liberdade e informalidade americana, a abertura canadiana, e o travo francês. Além disso, é muitíssimo justamente afamada por ter mulhres de uma beleza extraordinária. Eu quando por lá passeei nem queria acreditar nos meus olhos, tal era a quantidade e beleza de mulheres e raparigas bonitas com quem me cruzava na rua. Mais tarde, um colega meu, que era natural de Toronto, informou-me que os rapazes de Toronto iam de vez em quando de visita a Montréal exclusivamente com esse objetivo: passear na rua para ver mulheres bonitas. Eu compreendi-o perfeitamente, acho que a viagem se justifica!

Mais afamada em termos turísticos no Québec é a cidade de Québec, na embocadura do rio São Lourenço. Mas é pequenina, e fiquei um tanto dececionado com ela.

Publicado por: Luís Lavoura às março 17, 2005 05:18 PM

Para quem tiver menos paciência serão insuportáveis. A convivência torna-se mais difícil como se pode facilmente imaginar segundo as descrições feitas do seu modo de ser. Pode até ser que entre si se entendam bem, tenho descrições nesse sentido, com não-franceses é que é mais complicado. Não é a primeira vez que moro com pessoas de outras nacionalidades, geralmente o facto de virem de outro país gera mais proximidade e assuntos de conversa. Com franceses torna-se mais aborrecido porque assumem à partida a posição de que são superiores em tudo. São como uma visita que passa o serão a dizer mal da casa e da comida.

Publicado por: Daniel às março 17, 2005 05:43 PM

Os portugueses podem ser simpáticos, mas os lisboetas não o são.
Presumo que se pode extrapolar para os franceses e os parisienses (uma vez que nunca fui a a França)

O que acontece é que no caso dos lisboetas "parece mal" ser simpático, gostam (genéricamente) de se mostrarem superiores.

Outra dia, avisei um condutor de que lhe faltava um stop, o que fazia com naturalidade.
Respondeu-me de forma malcriada.
Nunca mais avisarei nenhum.

Publicado por: carlos alberto às março 17, 2005 07:34 PM

No Quebec não há - Parking, mas sim stationnement....

No Québec, não há Week-end ( usado em França) mas sim fin de semaine....

No Québec, não há part-time, mas sim temps partiel...

No Québec, No Stop..., chegam a pintar Arrêt.....

Se os Franceses também assim fossem...seriam Chauvinistas... e que mais ainda ?

Sobre a histórinha...da Joaninha....podemos concluir o seguinte:

Se os Franceses forem eficiente...do tipo...

2ª à dta, 3ª à esquerda.... são..arrogantes....

Quando segundo as normas liberais, devemos ser o mais possível eficientes...e os tadinhos que não percebem...paciência...

Se não forem assim, não serão uns toscos, como os alentejanitos, que dizem é já ali.....e teremos que percorrer uns 2 km a pé ....


Publicado por: LIBERTÉ às março 17, 2005 09:30 PM

Luis Lavoura e Mário:
Estejam tranquilos ... aliás, se continuar com esta blogomania compulsiva ainda me arrisco a um processo de divórcio por crueldade mental.

Publicado por: Joana às março 17, 2005 10:01 PM

amsf às março 17, 2005 04:58 PM
O programa donde extraí aquele diálogo é um dos mais queridos da esquerda americana. Jon Stewart andou a fazer uma campanha fervorosa contra Bush. A actriz em questão nasceu em Inglaterra, ao que julgo filha de imigrantes da Europa continental. Não há qualquer razão para considerá-los parciais.
O episódio que relatei e se passou comigo não foi aliás um caso isolado, foi apenas o mais ridículo.
Obviamente que os franceses não serão todos assim. Mas muitos são-no e criaram aquela reputação aos franceses em geral.
Julgo que é principalmente uma questão de Paris e arredores. Andei uma quinzena pelo vale do Loire a visitar os castelos e nunca notei qualquer “chauvinismo”. Andei pela Aquitânia, Alsácia, Lyon, Marselha, sei lá e nunca notei nada de agressivo.

Publicado por: Joana às março 17, 2005 10:21 PM

Joana: Nota-s bastantee mais em Paris, mas é geral. Talvez na Alsácia que é meia francesa, meia alemã seja diferente. Obviamente que nas pequenas aldeias não se nota. No Vale do Loire, tirando Tours, são cidades pequenas.

Publicado por: Hector às março 17, 2005 10:56 PM

E aquilo que contou sobre as manias dos franceses pelas coisas francesas, estou farto de encontrar na minha vida profissional. É normalmente motivo de risota.

Publicado por: Hector às março 17, 2005 10:59 PM

Hector às março 17, 2005 10:56 PM
De facto, no vale do Loire, quando passámos por Amboise, e estávamos a olhar para todo o lado, para ver se encontrávamos o caminho para o castelo, pusemo-nos na fila errada (a mais à direita) o que impedia o carro de trás de virar à direita, visto termos parado no semáforo. O sujeito saiu do carro abeirou-se de nós, “en nous tutoyant”, e disse-nos de forma grosseira para sairmos dali, para o deixarmos passar.
Tomei aquilo como um insulto de automobilista, embora exagerado. Todavia não é normal, nem mesmo em Portugal, fazer-se isso a um estrangeiro. Há normalmente uma certa compreensão por se ser estrangeiro. Ali foi ao contrário.

Publicado por: Joana às março 18, 2005 12:14 AM

Nem a propósito.... a nossa defensora acérrima do Liberalismo Económico, vem criticar as atitudes tipicamente liberais dos Franceses....

O Liberalismo quando no seu Estado de desenvolvimento provoca as seguintes reacções:

- cliente entra num estabelecimento...hôtel, restaurante etc... como é atendido por um profissional altamente instruído nesse tipo de economia, tira imediatamente as "medidas" ao cliente...

primeiro.... desde os sapatos ao cabelo, depois à Nacionalidade, finalmente a outros pormenores...tirando daí...as respectivas Ilações, Quanto ao Interesse Económico desse Cliente...

Ora Portugas que entram em Hôtel, na década de 80..mesmo que pertençam à classe média...não são apetecíveis...pois os escudos...nada valem..e também não são famosos pelas gorjetas...logo têm pouco interesse comercial...se fossem americanos...veriam o empregado a levá-los até ao elevador...

Ora...aqui não se trata de Cultura Francesa...Mas Trata-se sim da Cultura Económica...e nada mais ...se lhe querem chamar arrogância..aceito...desde que aceitem que o Liberalismo Económico é arrogante !!!

Publicado por: Templário às março 18, 2005 11:19 PM

Os franciús são uns pretensiosos. Isso toda a gente sabe. Fala-se de franciús com qualquer gajo lá fora e têm todos a mesma opinião

Publicado por: Ant Curzio às março 18, 2005 11:47 PM

Essa da má criação e a arrogância serem liberalismo só dá para rir

Publicado por: Ant Curzio às março 18, 2005 11:54 PM

Estive a trabalhar na área de investigação alguns meses em França e a Joana e alguns comentaristas têm toda a razão.

Publicado por: lopes às março 19, 2005 12:07 PM

O que é ridículo é que eles são arrogantes, mas não se percebe porquê. Os alemães são competentes e têm um bom sistema de ensino, os Américas são uma grande potência, mas os franceses só têm peneiras.
Isso ainda os torna mais ridículos

Publicado por: lopes às março 19, 2005 12:10 PM

"os franceses só têm peneiras"

Isto não é bem assim - não vale a pena exagerar.

A França tem um nível de vida muito apreciável, que deixa a Inglaterra a milhas, deixa aliás a generalidade dos países a milhas.

Tem um sistema de ensino de grande qualidade, que produz profissionais altamente qualificados.

Tem uma estrutura industrial moderna e eficiente, possante.

Tem, virtualmente, a melhor agricultura da Europa, embora em parte favorecida pelas excelentes terras.

Produzem (mais do que) o suficiente para si próprios, em contraste com outros países, que vivem daquilo que os outros lhes emprestam (caso dos EUA, e de Portugal).

Enfim... digamos muito mal da França, e eu, que não gosto dela, também digo mal. Mas... não são só peneiras!

Publicado por: Luís Lavoura às março 19, 2005 02:55 PM

"A França tem um nível de vida muito apreciável, que deixa a Inglaterra a milhas, deixa aliás a generalidade dos países a milhas".

Luis Lavoura
Não sei como é que você mede as milhas mas para sua informação a França foi ultrapassada pela Inglaterra já em 1997 em Produto per capita quer nominal quer em poder de compra (PPP).
Claro está que se procurar isso numa publicação francesa não encontrará essa evidencia. Tente antes as publicações da OCDE ou EUROSTAT. Está lá tudo.

Publicado por: Joao P às março 19, 2005 03:47 PM

A agricultura francesa é um dos maiores crimes da humanidade. Os brutais subsídios que lhe são dados fazem-se sentir gravemente em África.

Publicado por: Mário às março 19, 2005 04:34 PM

Luís Lavoura às março 19, 2005 02:55 PM:
Basta atravessar a fronteira entre a França e a Alemanha (ou a Suiça, ou a Bélgica) para se ver a enorme diferença entre o amanho dos campos de um e outro lado. Nem pense que a França tem a melhor agricultura da Europa.

Publicado por: lopes às março 19, 2005 06:37 PM

lopes, talvez você tenha razão, mas repare: a Alemanha tem uma densidade populacional duas vezes maior do que a da França, e a Bélgica uma densidade populacional ainda muito maior. A Suíça, se descontarmos as suas áreas inabitáveis e estéreis (alta montanha), também tem uma densidade populacional muito elevada.

É normal que, em países de muito alta densidade populacional, toda a terra esteja trabalhada e cuidada ao milímetro.

A França, com uma densidade populacional igual à portuguesa, mas terras muito mais ricas, pode dar-se ao luxo de não tratar com tanto cuidado cada milímetro de terra.

Publicado por: Luís Lavoura às março 21, 2005 09:51 AM

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