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março 29, 2005

Esquerda e Direita?

Vendo as coisas de uma forma mais abrangente, será uma simplificação afirmar que questão da equidade de acesso à comunicação social se põe entre esquerda e direita. Por exemplo, o PCP é um partido que se diz de esquerda, mas cujas opiniões só têm audiência na comunicação social quando se referem às “questões fracturantes” tão ao gosto dos “politicamente correcto”. Em contrapartida, quando Chirac afirma que “o liberalismo seria tão desastroso como o comunismo” e inviabiliza, ou pelo menos protela, a aprovação da directiva Bolkestein, que pretendia iniciar o processo de liberalização da prestação de serviços no espaço comunitário, tem o beneplácito e o aplauso da esquerda estatizante.

A clivagem, a verdadeira clivagem na sociedade actual europeia e, muito especialmente, na sociedade portuguesa, é entre aqueles que defendem este modelo social estatizante, ancilosado, onde todos, agentes económicos, agentes culturais, militantes de organizações “não-governamentais", etc., se julgam, por igual (como se vivessem na miséria e na exclusão social), com direitos inalienáveis a auferirem dos subsídios que reputam “justos” para bem exercerem a sua actividade, ou que aspiram pela tranquilidade de uma sinecura num “asilo”estatal e aqueles que estão no lado oposto, que acham que a inovação e o progresso só se conseguem aceitando o risco, que a democracia só existe na plenitude se for acompanhada pela liberdade económica e que ao Estado apenas cabe assegurar a protecção da sociedade e a sua libertação dos entraves que possam limitar a liberdade económica, e as transferências necessárias para manter o objectivo permanente da igualdade das oportunidades e da equidade na política de educação, segurança social, justiça, etc..

A clivagem voltou a ser entre o pensamento escolástico medieval, herdeiro de Aristóteles, que só se preocupava com a repartição dos bens de forma a torná-la coerente com a moral que pregava para a sociedade, e que considerava a produção como um dado adquirido, e o pensamento daqueles que acham que o ênfase se devia pôr do lado da produção que não é, ao contrário do que os escolásticos pensavam, um dado adquirido, e que só uma sociedade economicamente eficiente e produzindo em abundância, pode assegurar uma repartição de bens que, não sendo embora coerente com essa moral meramente distributiva, é coerente com uma distribuição que evite a exclusão social e mantenha a economia a funcionar perto do óptimo.

Do lado escolástico, medieval, aristotélico, está a maioria da esquerda, nomeadamente a “esquerda da esquerda”, mas também parte significativa dos políticos de direita, nomeadamente daquela que mais perto tem vivido das sinecuras do poder. A transformação do Estado no actual Moloch que nos suga a seiva vital, foi começada por Cavaco Silva; Guterres apenas a acelerou de forma descontrolada e a tornou insustentável. Durão Barroso nada fez de substantivo contra esse Moloch, quer por falta de coragem, quer por falta de convicção. Santana Lopes poderia ter o benefício da dúvida, dadas as circunstâncias em que exerceu o seu curto mandato, mas com Bagão Félix no governo não me parece que esse benefício deva ser concedido.

Voltámos a meados do século XVIII, mas tendo os protagonistas os papéis invertidos. Os que se julgam os detentores das luzes estão do outro lado.

Publicado por Joana às março 29, 2005 11:25 PM

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Comentários

Joana, perdida e sem referências ...até ver.
O próximo post é sobre o D.Sebastião, cognome O Borges !

Publicado por: zippiz às março 29, 2005 11:30 PM

As soluções para os problemas de hoje, passam por um equilíbrio entre doutrinas de esquerda e de direita, mas também por uma forma pragmática de encarar a sociedade. O problema dos políticos, é que quando defendem esta via correm o risco de serem ocos ou de serem mal compreendidos nos media.
As causas de maior projecção, são apenas de temas marginais e não estruturantes. O verdadeiro problema do desenvolvimento mundial é a falta de espaço e força política que os centristas ( a descair para a direita ), têm nas diversas organizações mundiais, dado que a maior parte da esquerda no poder, defende no essencial políticas de direita.

Publicado por: Roberto Reis às março 29, 2005 11:45 PM

Roberto Reis às março 29, 2005 11:45 PM:
Você é que conclui que políticas que apostam no crescimento económico e na eliminação dos entraves a esse crescimento são políticas de direita.
Eu acho que são políticas de bom senso.
A menos que se conclua que a direita quer aumentar a prosperidade e a esquerda pertende o igualitarismo na miséria geral.
Se essa tese colher, então é natural que os políticos de "esquerda" façam políticas de "direita". Só se fossem insensatos é que não o fariam

Publicado por: Joana às março 30, 2005 12:04 AM

zippiz às março 29, 2005 11:30 PM:
Sabe o que é isso? É mal de inveja. É o miserabilismo portuga. O Borges é um homem de sucesso lá fora. Tem uma herdade ali, na zona de Alter do Chão que, segundo me disseram há 3 ou 4 anos, estava impecável e aproduzir, como a agricultura portuguesa deveria produzir.
Por isso é natural que aqueles cujo pensamento político se limita a querer distribuir o dinheiro que tilinta nos bolsos dos outros lancem frases a escorrer inveja.

Publicado por: Joana às março 30, 2005 12:09 AM

O Borges parece-me um sujeito muito competente. Mas um político não precisa de ser apenas muito competente. Precisa de ter qualidades de comunicação , consenso e carisma, que não sei se o Borges terá

Publicado por: David às março 30, 2005 12:58 AM

Quero eu dizer que o Borges talvez fosse um governante óptimo. Duvido é que conseguisse ganhar uma eleição.

Publicado por: David às março 30, 2005 01:00 AM

Tudo isto de facto está a tornar-se a Roma de Marco Aurélio ; a natalidade caíu para metade em Portugal e em quarenta anos. Sugestão da União Europeia :
- Promovam a imigração para aumentar o crescimento da população ! (cf. Portugal Diário)
Só faltou dizer «chinesa» de preferência. Ehehehehe !!
Ó Zippiz, desculpe lá esta pergunta, do foro íntimo, mas Vc. ao menos já tem doze filhos ?

Publicado por: asdrubal às março 30, 2005 01:18 AM

Desculpem intrometer-me no meio dos vossos tão actuais e aguçados comentários para deixar aqui um comentário tão extemporâneo e, sobretudo, tão a despropósito do tema "em debate" mas só agora descbri o texto que quero comentar e, infelizmente, já não é possível colocar o comentário junto do mesmo. Então aqui vai, com a vossa licença:

Joana, foi uma maravilha descobrir o seu texto de Dezembro 2004 sobre a Tosca e poder rever-me - e às minhas próprias emoções - naquilo que escreveu!... É a minha Ópera mais querida e, quando a vi ao vivo, também não consegui segurar algumas lágrimas mas, no meu caso, foi, sobretudo, quando Floria Tosca, depois de descobrir que o amante está mesmo morto, se precipita ela própria para a morte - enfim, o meu lado mais romântico a vir ao de cima!...

Já agora, o paralelismo entre História e o enredo dramático da Ópera está excelente! Parabéns!

Publicado por: Lúcia V. às março 30, 2005 02:01 AM

Este post exibe bastante mais bom senso do que o anterior.

A Joana deve distinguir, além de "esquerda" e "direita", entre "estatista" e "liberal". Há uma direita estatista (autoritária e/ou corporativa) e uma direita liberal. Também há uma esquerda estatista (comunista ou social-democrata) e uma esquerda liberal (anarquista).

Fico agradavelmente surpreendido por ver a Joana, que no geral tende a ser desculpabilizante para com os governos Durão Barroso e Santana Lopes, demarcar-se desses governos. E dos de Cavaco Silva, já agora.

O PCP, como os partidos comunistas em geral, é de uma esquerda estatista, que na prática se remete frequentemente a posições de direita. É um partido conservador e pequeno-burguês, basicamente tal qual como o fascismo corporativo. É bom que a Joana reconheça, neste post, que o PCP "se diz de esquerda", o que não quer dizer que o seja, ou que o seja sempre.

Publicado por: Luís Lavoura às março 30, 2005 10:03 AM

A Joana tem qualquer contrato com o JMF do Público? É que é vulgar que um tema que aborde aqui seja abordado logo a seguir, ou poucos dias depois por JMF.
Hoje no Público (http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=30&id=13320&sid=1461 aparece um artigo mais ou mesmo sobre este tema e com conclusões idênticas.
Não foi inspiração porque o JMF não teve tempo de ler o seu blog e escrever aquilo. Provavelmente até escreveu antes, ou ao mesmo tempo.
Vocês telefonam-se?

Publicado por: vitapis às março 30, 2005 10:21 AM

Nestas questões referidas pela Joana penso sempre nas reacções produzidas na nossa sociedade pela Doutrina Social da Igreja....... Isso mesmo. Não há reacções. E porquê? Porque a opção intransigente da Igreja pelos pobres deixa embaraçadas tanto a esquerda como a direita. A esquerda gostaria de ter o monopólio dessas preocupações, embora não tenha receita para as resolver. E incomoda-se com a solução, não marxista, proposta por uma instituição que ela preferiria ver desaparecer. Por isso só se refere à Igreja no respeitante às suas posições quanto ao aborto, quanto à moral, quanto à contracepção, quanto à recusa de ordenar mulheres. Agride-se a Igreja nessas áreas para escamotear e desvalorizar o seu radicalismo social, que vai muito além do que os "socialistas", na sua actual postura de servidores da oligarquia, acham aceitável.
Quanto à direita, continua a não poder aceitar que "é mais facil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino do céu". A direita gosta (talvez) da moral cristã, desde que lhe não imponha obrigações no campo social. Acredita na infalibilidade do Papa, mas não em questões sociais. Não querendo sacrificar privilégios, assobia para o lado quando os Papas condenam, de forma clara, o capitalismo liberal.
Por isso me parece cada vez mais importante conhecer, estudar e divulgar essa Doutrina Social, que recusa sacrificar a justiça à eficiência, mas recusa igualmente o primado do material sobre o espiritual.

Publicado por: Albatroz às março 30, 2005 11:33 AM

Há dias li um artigo em que se referia um facto muito significativo: se os chineses tivessem os nossos hábitos de consumo já não havia recursos suficientes no planeta para tal sustentar. Por isso não posso deixar de considerar curiosa a defesa de um sistema económico que vive da promoção do consumo e da expansão da produção dos bens de consumo. É que isso não é sustentável. E só o seria durante mais um bocadinho de tempo se bloqueássemos o acesso dos outros 80% da população mundial ao consumo. Ora, o que nos leva a pensar que podemos manter esse bloqueio? A China é o primeiro exemplo de um país que não é bloqueável, e que vai concorrer, de forma muito firme, connosco pelo controlo dos recursos que permitem a expansão do consumo. A Índia vem logo atrás. Como é que vamos defender o nosso estilo de vida? Vamos lançar umas dúzias de bombas atómicas sobre esses países? Temos de aceitar a inevitabilidade do fim de uma civilização da produção crescente, e a necessidade de uma civilização da partilha. O que significa, inevitavelmente, a redução acentuada dos nossos níveis de consumo. Como é que o capitalismo liberal vai fazer face a este problema? Como é que NÓS vamos reagir face a esta inevitabilidade?

Dou a palavra à Joana.

Publicado por: Albatroz às março 30, 2005 11:48 AM

Publicado por: vitapis às março 30, 2005 10:21 AM
.
Aposto, uma réplica do apito de Roubário Benquerença do jogo Benfica-Outros, contra o que quer que seja, em como Joana é uma das 3 Mosqueteiras do Público (que claro são quatro, como os outros)

Publicado por: Carlos Alberto às março 30, 2005 11:52 AM

Joana,

Para que tantas palavras. A diferença não é entre direita e esquerda ou estatizantes e liberais. É entre corajosos e cobardes.

Não há lugar para consensos com aqueles que escolhem o covil de Kafka. Simplesmente não nos arrastem é todos para lá.

Publicado por: Mário às março 30, 2005 11:56 AM

Albatroz às março 30, 2005 11:48 AM

Desculpe intrometer-me, mas: "Se não os podes vencer, junta-te a eles", lá diz o velho.
Portanto, o melhor é começarmos a aprender mandarim e cantonês e a pôr os olhos em bico. :-))

Publicado por: Senaqueribe às março 30, 2005 03:32 PM

Albatroz às março 30, 2005 11:48 AM

Desculpe intrometer-me, mas: "Se não os podes vencer, junta-te a eles", lá diz o velho.
Portanto, o melhor é começarmos a aprender mandarim e cantonês e a pôr os olhos em bico. :-))

Publicado por: Senaqueribe às março 30, 2005 03:32 PM

Mário às março 30, 2005 11:56 AM

Quem são os corajosos e quem são os cobardes.
Quem é corajoso, o leão ou a gazela?

Publicado por: Senaqueribe às março 30, 2005 03:36 PM

Faltou o ponto de interrogação, mas está subentendido.

Publicado por: Senaqueribe às março 30, 2005 03:38 PM

Publicado por: Senaqueribe às março 30, 2005 03:38 PM

Fazer essa pergunta já revela alguma coragem. Quem não tem dúvidas raramente tem coragem.

Publicado por: Mário às março 30, 2005 04:32 PM

A frase do Presidente Chirac, retirada do contexto em que foi pronunciada, é esclarecedora de como deve ser tido em conta o
liberamismo puro e quais os resultados que dele se podem esperar. A comparação
do Comunismo com o Liberalismo é particularmente feliz pois nas falhas que apresentam encontramos várias semelhanças, no que de forma resumida podemos considerar como esquemas teóricos que funcionam muito bem na teoria e que, teoricamente, gerarão uma felicidade nunca antes vista na Terra.

Como uma ideologia tem de fornecer uma fonte de onde brota o mal, esta deixou de ser o capitalismo, o mercado, e passou a ser o Estado, a entidade responsável por todos os males e desgraças - sem ele tudo seria melhor. O Comunismo Científico deu lugar a uma espécie de "Liberalismo Científico" e os idealistas passaram a ver um novo mundo ideal ou, utlizando o novo discurso destes novos idealistas, um mundo eficiente. Os idealistas do "Liberalismo Científico" recolhem inspiração na ciência económica e conseguem ser mais conclusivos do que a própria ciência.

Claro que a direita e esquerda nestas prespectivas radicais não estão, nem podem estar, representadas nos parlamentos, pois interpretam uma realidade reduzida e são tendencialmente anti-democráticas. Os políticos não se podem reduzir a estes esquemas teóricos, por vezes basta um pouco de bom senso.

Publicado por: Daniel às março 30, 2005 04:39 PM

É incrível como há pessoas que falam do liberalismo com um à vontade, apenas porque gozam da liberdade que a ignorância confere.

Chegam mesmo a fazer um paralelo entre liberalismo e comunismo, como se ambos partissem da teoria e quizessem à força aplicar na prática. Ignoram que o liberalismo é exactamente o contrário. Parte de muitas observações empíricas que mostraram conduzir a melhores resultados e a partir daí é que se foi constituindo a teoria.

O liberalismo não foi inventado, foi descoberto. Mas foi descoberto por muito poucos.

Publicado por: Mário às março 30, 2005 05:21 PM

Lendo o último comentário do Mário, concluo que o liberalismo é científico, tal como o comunismo o era. Só que, o comunismo era uma ciência puramente teórica, assim a modos que uma teoria da relatividade geral, produto da imaginação delirante de uns quantos, mas que nunca encontrou verificação experimental. O liberalismo, pelo contrário, é, maravilha das maravilhas, uma ciência puramente empírica.

Eu, por mim, desconfio de qualquer teoria política que se diga "científica". Seja ela pretensamente fundada na teoria ou na experiência, não posso deixar de desconfiar. Políticos que dizem que a sua opinião é científica, que têm 100% de certeza de estar de posse da verdade, são de desconfiar.

E de temer.

Publicado por: Luís Lavoura às março 30, 2005 06:31 PM

Pois então para mim nós andamos numa salsa que é basicamente a mudança subliminar do paradigma "it's all economy, stupids" para "espera lá que isto é mas é tudo Ecologia". Et on y va.

Quanto à esquerda e à direita o fundo da questão é o "gostar de estar por cima" da direita, em dinheiro e outros vícios de poder, e o "gostar de tudo mais distribuído" da esquerda. Claro que é uma redução forte mas acho que existe.

Publicado por: pyrenaica às março 30, 2005 07:47 PM

O comunismo nuca encontrou uma verificação experimental?
Então este a ser experimentado 70 anos em 1/6 do planeta! E conhecem-se os resultados.

Publicado por: Diana às março 30, 2005 10:06 PM

Publicado por: Joana às março 30, 2005 12:09 AM

Joana, o meu texto foi :

"Joana, perdida e sem referências ...até ver.
O próximo post é sobre o D.Sebastião, cognome O Borges !"

Vc ficou zangada por eu ter escrito que está sem referências e vai daí vá de falar da reforma agrária e dos contributos de Borges para a diminuição da dívida externa !
O 20Fev também teve o condão de lhe baixar a capacidade de encaixe.
Responda às criticas com menos azedume e deixe a "inveja" estar sossegada no fim dos Lusiadas.


Publicado por: zippiz às março 30, 2005 10:52 PM

Luís Lavoura,

Concordo consigo em parte. Não diria que o liberalismo seja científico, apesar de alguns liberais assim o reclamarem. A escola autriaca diz que a economia não é uma ciência, por isso como o pode ser o liberalismo que defende?

A desconfiança que mostra penso que é a desconfiança de muitos liberais. Falo dos verdadeiros liberais, daqueles que não acreditam em soluções mágicas, e que alguém sabe a verdade. Parte muito daí a posição dos liberais que desconfiam de soluções estatistas, que obrigam todos a cometer os mesmos erros.

Só mais algumas coisas coisas. Liberalismo não é anarco-capitalismo. O liberalismo defende a existência de um estado, apesar de mínimo. E o liberalismo deve estar sempre aberto a novos desenvolvimentos, mesmo que impliquem deitar fora partes do seu edifício. O liberalismo não é apenas uma teoria política, é mais abrangente. E por último, o liberalismo defendido por políticos já não é bem liberalismo, porque fica contaminado com as manobras que os políticos fazem.

Publicado por: Mário às março 31, 2005 10:23 AM

Excelente post.

Publicado por: Rui Pereira às abril 13, 2005 03:06 PM

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