« Quatro Casamentos e um Funeral | Entrada | Sócrates e os Aprendizes de Feiticeiro »
fevereiro 14, 2005
O Mercado e os Aprendizes de Feiticeiro
Parafraseando Churchill, o sistema da Economia de Mercado é o pior sistema económico, se exceptuarmos todos os outros. Todos os sistemas sociais e económicos alternativos já experimentados, começaram como utopias exaltantes e acabaram na miséria económica e no totalitarismo político. Todas acções dos aprendizes de feiticeiro que querem regular a economia, mesmo com as melhores intenções, levam invariavelmente essa economia ao desastre.
A ideia da política económica distributiva tem milénios. Os filósofos da Antiguidade e os escolásticos da Idade Média apenas se preocupavam com a repartição dos bens de forma a torná-la coerente com a moral que quer uns, quer outros, pregavam para a sociedade; para eles a produção era um dado adquirido. O lucro era considerado pecaminoso. O bom governo seria aquele que assegurasse a igualdade social. É certo que este discurso moralista nunca passou da elaboração de utopias, mas tem servido de suporte à ideologia que se intitula de esquerda, passado que foi o interlúdio do socialismo científico de Marx, tornado desvalido pelos infortúnios do socialismo real. E assim se regressou do socialismo científico ao socialismo utópico de sempre.
Foi Adam Smith que descobriu o motor do desenvolvimento económico da prosperidade social, que estivera sempre presente na sociedade, mas que nunca havia sido identificado: o indivíduo, e não o Estado, é o principal actor económico; a riqueza é real e não se confunde com uma ilusão monetária; o comércio internacional é apenas um comércio como outro qualquer e não um meio de entesouramento do Estado e da prosperidade de um país, como julgavam os mercantilistas.
Para Adam Smith «a opulência nasce da divisão do trabalho». A divisão do trabalho é a condição sine qua non do crescimento. Mas qual é o seu fundamento? A racionalidade dos indivíduos? O fruto de uma vontade colectiva? Não, é o gosto pela troca e pelo lucro. Não é à virtude moralista do dono da mercearia que devemos o nosso jantar, mas ao egoísmo com que ele cuida dos seus interesses. Não nos dirigimos ao seu humanismo, mas à sua ganância; não lhes falamos das nossas necessidades, mas das suas vantagens.
Este estado da natureza, o mercado, corresponde, além do mais e segundo se demonstra na microeconomia, ao óptimo colectivo. Em vez da providência divina, dos escolásticos, é a mão invisível que providencia o óptimo da colectividade.
Porém, para a economia funcionar tem que haver intervenção do Estado. Mas essa intervenção deve circunscrever-se à defesa e segurança pública e à tarefa de manter a concorrência a funcionar sem entraves, nem barreiras. A sociedade tem necessidade que ser protegida e ser liberta dos entraves que possam prejudicar a eficiência do seu funcionamento: suprimir as barreiras que limitam a liberdade económica: regulamentos e corporações no plano interno; restrições às importações e travões ao comércio livre no plano externo, porque a liberdade de comércio tende a maximizar a riqueza da sociedade. Isto desde que o outro país não prejudique, por proibições ou direitos elevados, as importações vindas do nosso país.
Além disso, outra ideia mítica foi destruída: A produção não é uma criação de matéria, mas uma criação de utilidade. O preço apenas quantifica a utilidade e a raridade dos produtos. Só há produção de riqueza quando houver criação ou aumento de utilidade. Quando se diz que os custos de produção regulam o valor dos produtos, isto apenas é verdade na medida em que um produto nunca pode ser vendido, de uma forma sustentada, a um preço inferior ao seu custo de produção. Todavia é a relação entre a oferta e a procura que fixa o preço. Os consumidores adequam as quantidades consumidas à utilidade que vêem na sua aquisição e os produtores adequam as quantidades produzidas à procura existente, tendo em conta a sua estrutura de custos.
O regresso ao mito milenar que a criação de riqueza é a criação de matéria, postergando a utilidade como elemento definidor do preço foi outro dos vícios do socialismo real. Vício que era aliás imanente à própria ideologia que o suportava. Sabe-se o resultado a que isso conduziu.
A economia de mercado é a base espontânea e natural das trocas e da fixação dos preços e quantidades. Ponham o capitalismo na rua que ele entra pela janela. Em todas as formações sociais, e nas áreas em que não há coacção extra-económica (escravatura, servidão, regulamentos corporativos, etc.), existe economia de mercado. Mesmo nos regimes comunistas o desenvolvimento de uma economia de mercado (aceite institucionalmente ou em mercado negro) acompanhou o aumento da planificação colectiva e a expansão do sistema de preços artificiais.
Todavia, a economia sem a sociedade é um jogo abstracto. A economia de mercado é um processo darwinista (aliás comum à evolução das espécies) que elimina os menos aptos. Mas quando falamos dos menos aptos estamos a referir às pessoas e à sua exclusão social. A sociedade terá assim que implementar mecanismos para organizar essa diferença: as desigualdades sociais e económicas devem permitir trazer aos mais desfavorecidos as melhores perspectivas e estas serem compatíveis com o objectivo permanente da igualdade das oportunidades. Este princípio é compatível com um aumento da desigualdade. Pouco importa que o rico se torne mais rico se o pobre se tornar menos pobre. Não é a igualdade que é importante, mas sim a equidade. Equidade na política de educação, segurança social, justiça, etc..
A perversidade foi que a implementação daqueles mecanismos levaram ao crescente poder e importância do Estado como regulador social, para além do necessário. Na Europa Ocidental, a prosperidade das 3 décadas de ouro parecia indicar que o Estado poderia aumentar indefinidamente a despesa pública para subsidiar o igualitarismo social. A esquerda ocidental que abandonara o marxismo, tornou-se keynesiana.
Mas da mesma forma como o mercado liquidou o socialismo científico, liquidou o keynesianismo e a sua aposta na despesa pública como motor da economia. As políticas públicas que pretendiam estabilizar a sociedade, revelaram-se destabilizadoras para a economia. Injectar dinheiro na economia é como consumir droga: quando acaba o efeito ilusório é preciso mais, cada vez mais. O socialismo, que havia ficado órfão de Marx, ficou agora órfão de Keynes, embora muitos ainda não se tenham apercebido disso.
E assim Hayek, que havia sido desprezado, foi repescado: O salário mínimo? Uma inépcia que impede a mobilidade de trabalho, reduz a produtividade e pesa sobre o nível de vida colectivo. A fiscalidade, e em especial o imposto progressivo? Uma catástrofe, pois a progressividade perturba a alocação óptima dos recursos; o imposto deve ser proporcional, afim de salvaguardar a sua neutralidade. O Estado-Providência? Uma máquina para fabricar efeitos perversos: a socialização da economia que a acompanha não pode, por definição, ir a par com a realização do óptimo. A intervenção pública? Um crime contra a economia, se o Estado pretender ir além da formulação de regras gerais e da defesa da concorrência.
Foram os países anglo-saxónicos que mais rapidamente se aperceberam da necessidade de mudança: Reagan, nos EUA, e Thatcher, no UK. A revolução thatcheriana, que o trabalhista Blair não repudiou, permitiu que a Grã-Bretanha esteja a atravessar esta fase complexa da economia mundial de uma forma muito mais satisfatória que a França e a Alemanha, cujas economias estagnaram, isto para não falar de países mais pequenos, como a Suécia, a viverem uma crise profunda.
O que Portugal precisa é da liquidação de todos os empecilhos que impedem que o mercado funcione com eficiência (justiça morosa e de desenlace duvidoso, burocracia administrativa, regulamentações obsoletas, rigidez laboral, etc.). Precisa igualmente que a máquina do Estado seja aligeirada e tenha um melhor desempenho, nomeadamente na educação e na saúde. Precisa que o Estado assegure a transparência dos mercados e que não haja barreiras legais ou artificiais à entrada nos mercados.
É essa a tarefa do Estado. Se o fizer, o tecido empresarial português fortalecer-se-á e aparecerão empresários de mentalidade cada vez mais aberta e dinâmica, mesmo que inicialmente sejam os empresários estrangeiros os primeiros a aproveitarem a melhoria do ambiente económico. E este dinamismo irá reflectir-se no volume de emprego e na sua qualificação.
Não cabe ao Estado ensinar aos empresários onde estão as melhores oportunidades de negócio ou incutir-lhes confiança através de declarações públicas. Os empresários sabem melhor que o Estado que oportunidades há e onde estão. Os empresários terão confiança se sentirem um clima de confiança e não por mera retórica.
É neste enquadramento que deve ser lida e avaliada a entrevista de Sócrates ao programa "Diga lá Excelência". Mas isso será objecto de um próximo post.
Publicado por Joana às fevereiro 14, 2005 08:20 PM
Trackback pings
TrackBack URL para esta entrada:
http://semiramis.weblog.com.pt/privado/trac.cgi/71654
Comentários
Não percebo nada de economia, mas agora deduzo que, por exemplo, a produção, tráfico e consumo de drogas são actividades que se encaixam perfeitamente no cenário apresentado e desejado pela Joana. Vale tudo! Os empresários sabem que oportunidades há e onde estão. Pois claro!...
Publicado por: Senaqueribe às fevereiro 14, 2005 09:40 PM
Estes empresários são os mesmos desde há não sei quantos anos, e pelo andar da carruagem, vê-se bem o que eles têm conseguido, é só empregos e trabalho pró pessoal!
De facto sabem onde estão as melhores oportunidades de negócio, na China, em Twain, na Malásia, na Roménia, em Marrocos, etc...
Já para não falar nos "off-shore's", para onde mandam o "gravetto"!
São uns patriotas estes empresários, não haja dúvida!
O Estado, que não se chegue com uns subsídiozecos, e lá os vamos ver todos a reclamar, que o Estado é assim, que os f.públicos são assado...
A Joana sabe bem como é!
Publicado por: locas às fevereiro 14, 2005 09:47 PM
Joana
Desde que me interesso por questões económicas ( como mero observador ) verifico o seguinte:
Nos últimos 25 anos :
Com Adams ou sem Adams, com Keynes ou sem Keynes, todos os economistas falham e chegam ao cúmulo de falharem muito mais que um cartomante mediano.
Essa coisa que se denomina de economista, e que dizem ser uma ciência, só serve mesmo, para analizarem o presente (que se está a passar) e que portanto todos vêem, e o passado que todos já viram e viveram.
São uma espécie de Historiadores de convulsões económicas.
Quando no presente, pedimos uma opinião para uma solução, nenhum deles a encontra e apenas dão o que entendem por melhor palpite, nada mais do que isso, são só palpites !
Dou um palpite :
Se aumentassem em Portugal hoje, o ordenado mínimo para 1000 euros (200 contos ) de um mês para o outro, que se passaria ?
Nada, respondo eu, apenas as pessoas passariam a viver melhor, pois a economia trataria de se adpatar às novas circunstâncias.
Quanto aos impecilhos da Justiça, e da Administração portuguesa, Todos sabemos, mesmo sem sermos economistas que é bem prejudicial, só não sei, é porque todos concordam e ninguém resolve !
Nem Cavaco com 10 ano de Maioria resolveu
Nem Guterres com 6 anos resolveu ( sem maiorias)
Estes com 3 anos de maioria também não resolveram
ora 10+6+3 = 19 anos, assim se passaram 2 décadas e nada, antes pelo contrário !
Publicado por: Templário às fevereiro 14, 2005 11:11 PM
Senaqueribe em fevereiro 14, 2005 09:40 PM:
Obviamente que não falo de actividades criminosas: Traficar drogas, assaltar bancos, etc..
Nem vejo como o meu texto possa ser interpretado como tal
Publicado por: Joana às fevereiro 14, 2005 11:30 PM
Excelente texto de teoria económica, Joana. Sumário, mas indo aos pontos essenciais.
Infelizmente vivemos numa época pouco propícia à reflexão. Igualmente a qualificação é muito baixa. É tão baixa que muitos nem percebem que só dizem asneiras.
Publicado por: Novais de Paula às fevereiro 15, 2005 12:06 AM
Novais de Paula
Isso não interessa nada, o que interessa é dizer sempre Ámen !
Ámen !
Publicado por: Templário às fevereiro 15, 2005 12:26 AM
Bem Joana, Muito bem Joaninha...
Um dos comentários económicos mais certeiros de sempre que alguma vez vi num blog!
Foi exactamente por isso que disse há uns posts atrás que esquerda e direita não fazem sentido, quem mandam são as transacionais, que fazem o capitalismo cego entrar pela "porta ou pela janela".
Contudo apenas há um reparo a fazer, não concordo totalmente que o papel do estado seja nulo. Se estamos dependentes da grande intervenção do capitalismo internacional, o Estado-Nação tem a obrigação de contribuir no simbiose próficua para tanto para as empresas como para os eleitores, e tenho que admitir que Socrates (embora sem saber muito bem daquilo que estava a falar) tem no seu plano de campanha o famoso choque (que já chegou à conclusão que choque tem um dinamismo desajustado) Tecnologico.
Ora essa via, é a via de aumentar a atractividade do país através de conhecimento, e da mão de obra especializada, ao invés da mão-de-obra barata que não traz qualidade de vida aos funcionários ... embora traga empregos.
Existem outras vias de aumentar a atractividade, aumentando as obras públicas, aumentando as vias de comunicação e baixando os ridiculos enormes custos de transportes que são praticados em Portugal
Tanto a nivel do porto de Lisboa (o mais caro da Europa) ou mesmo as penosas portagens!
Estas opções não são de governos nem de esquerda nem de direita, e enquanto Portugal continuar com esta divisão estupida de uma direita apoiada em estatutos de jetset e uma esquerda apoiada em saudosismo revolucionário não iremos longe!
Publicado por: Ernesto às fevereiro 15, 2005 01:39 AM
Glup
calinada!
onde estão transacionais deverá ler-se Transnacionais...
vergonha...
Publicado por: Ernesto às fevereiro 15, 2005 01:45 AM
há quem não acredite na Esquerda vs Direita ; fica por explicar onde se situam o "capitalismo, as transacionais, o capitalismo cego, o capitalismo internacional" e outros mimos.
provavelmente "jogam" a médio central, a trinco defensivo ou a segundo ponta de lança - mas nunca na direita ou na esquerda !
Publicado por: zippiz às fevereiro 15, 2005 01:49 AM
para esclarecer a questão
Onde se situam o "capitalismo, as transacionais, o capitalismo cego, o capitalismo internacional"
ficam no Mundo, ficam no capital, e o capital não é tanto de direita como de esquerda... pois o capital é por si só globalizante!
Publicado por: Ernesto às fevereiro 15, 2005 02:39 AM
para esclarecer a questão
Onde se situam o "capitalismo, as transacionais, o capitalismo cego, o capitalismo internacional"
ficam no Mundo, ficam no capital, e o capital não é tanto de direita como de esquerda... pois o capital é por si só globalizante!
Publicado por: Ernesto às fevereiro 15, 2005 02:40 AM
Joana em fevereiro 14, 2005 11:30 PM
Não fala de actividades criminosas, é certo, mas uma economista não falar de actividades criminosas é como um médico não falar de doenças.
Então a Economia não tem os seus vírus, as suas pragas, as suas "processionárias"?
O tráfico de drogas, a corrupção, a contrafacção, etc., etc., etc., não fazem parte do mundo da Economia?
Publicado por: Senaqueribe às fevereiro 15, 2005 09:48 AM
Assino por baixo (com as duas mãos).
Publicado por: Orlando às fevereiro 15, 2005 09:49 AM
Também fazem parte da Sociologia, da Política, do Direito, do Futebol, etc. Mas são ilegais e devem ser combatidas
Publicado por: Joana às fevereiro 15, 2005 10:14 AM
A Joana referiu a presente prosperidade económica da Grã-Bretanha mas, convenientemente, omitiu referir os problemas económicos dos Estados Unidos. Nomeadamente o seu enorme deficit comercial, que quase iguala o português (6% nos EUA, 8% em Portugal). Quanto à França e Alemanha, países que estarão em estagnação económica, a Joana omite referir o seu enorme excedente comercial, e o facto de os alemães passarem abundantes férias em todo o mundo... graças a esse enorme excedente.
Publicado por: Luís Lavoura às fevereiro 15, 2005 10:22 AM
Quando no comentário anterior escrevi "6%, 8%", omiti acrescentar "do PIB".
Já agora, a taxa de cobertura das importações pelas exportações nos EUA foi, em 2004, de 65%. Creio que inferior à portuguesa... E os americanos trabalham que se desunham!
Publicado por: Luís Lavoura às fevereiro 15, 2005 10:26 AM
A Joana cometeu apenas um lapso, mas que é muito significativo.
Não foram os EUA e UK que se consciencializaram que deviam abandonar o Keynesianismo. Essa consciência já existia em muitos políticos à volta do mundo. Simplesmente eles não tinham coragem de avançar. e foram bem claro quando se dirigiram a Tatcher e a Reagan e lhes disseram que queriam avançar naquela direcção, mas antes dos EUA e UK não.
Isto é significativo porque o memso se passa por cá. Falta de coragem...
Publicado por: Mário às fevereiro 15, 2005 10:35 AM
«Obviamente que não falo de actividades criminosas: Traficar drogas, assaltar bancos, etc...»
Desculpe contrariá-la, Joana, mas obviamente que fala. Tudo o que você escreve em abstracto é aplicável no concreto, tanto à produção e comercialização de aspirina, como à de cocaína.
Acho curioso que você aborde a questão da utilidade quando precisamente as questões que os neoliberais evitam («et pour cause») são as de «produzir o quê» e «produzir para quê».
Como um correligionário seu teve a bondade de me explicar noutro forum, riqueza é tudo o que é transaccionável.
Assim, quando uma tabaqueira produz uma mais-valia, essa mais-valia passa a constituir uma parcela da riqueza comum. Desta actividade resultam doenças cardíacas e cancros do pulmão, mas esse desvalor não é subtraido ao total: pelo contrário, dá trabalho à indústria da saúde que é também ela uma actividade económica e produz uma mais-valia que também é adicionada à estatística base.
Uma empresa deslocaliza-se á procura de salários mais baixos: produz uma mais-valia, aumenta a riqueza. Na cidade que abandonou aumenta o desemprego e o consumo de drogas: outra mais-valia, que se adiciona à anterior. O consumo de drogas faz subir a criminalidade - não faz mal: produzem-se novos equipamentos para a polícia, formam-se empresas de segurança, constroem-se condomínios privados. Tudo isto produz mais-valias, tudo isto cria riqueza. Cada um a cuidar dos seus interesses construiu o Paraíso.
A máquina de calcular da Joana só tem tecla de somar, não tem tecla de subtrair. Fala das utopias com desprezo mas defende a utopia mais delirante de todas.
Publicado por: Zé Luiz às fevereiro 15, 2005 11:38 AM
Há argumentações que por aqui passam nestes comentários que não fazem parte do domínio da blogoesfera. O seu lugar de eleição são os consultórios dos psicólogos e os divãs dos psicanalistas.
Publicado por: Mário às fevereiro 15, 2005 12:32 PM
Um problema do liberalismo defendido pela Joana é que ele é, em rigor, impossível.
Vejamos por exemplo a política cambial. Ela é influenciada pelos Bancos centrais, pelas suas intervenções, pela sua fixação de taxas de juro. Pode também ser influenciada por uma fixação de uma valor da moeda; por exemplo, a China indexa o valor do yuan ao do dólar em vez de o indexar ao do euro. Outro exemplo, a UE fixou que um euro são 200,482 escudos em vez de ser, por exemplo 230 escudos. Tudo isto é política, e tudo isto é, de uma forma ou de outra, inevitável. Logo, o liberalismo económico é, em rigor, impossível.
Publicado por: Luís Lavoura às fevereiro 15, 2005 12:44 PM
Afixado por zippiz em fevereiro 15, 2005 01:49 AM
Você parte do princípio que a esquerda não é o capitalismo. Isso não é verdade. Apenas os grupos radicais, marginais no espectro político o são. Mas todos sabemos a que conduziram as alternativas propostas por eles
Publicado por: Joana às fevereiro 15, 2005 12:52 PM
Afixado por: Ernesto em fevereiro 15, 2005 01:39 AM
O Ernesto está entusiasmado com essa do choque tecnológico. Só que em 30 anos de poder PS+PSD+CDS só levaram o país para a miséria em que se encontra.
Estes 3 partidos estão é a pedir um choque eléctrico seguido de um choque em cadeia que os varra e crie novas oportunidades para novas soluções.
O Senaqueribe esqueceu-se de sugerir à Joana a inclusão da Prostituição, negócio altamente rentável para os empreendedores das casas de alterne e proxenetas
Publicado por: elmano às fevereiro 15, 2005 12:56 PM
Afixado por Senaqueribe em fevereiro 15, 2005 09:48 AM
Há vícios em tudo. Dizer isso é o mesmo que dizer que a corrupção faz parte, intrinsecamente, do futebol, ou a violência doméstica faz parte, indissoluvelmente, da família.
Esse tipo de afirmações conduzem ao baralhamento das questões e mete tudo no mesmo saco em todas as actividades humanas.
Publicado por: Joana às fevereiro 15, 2005 12:58 PM
Afixado por Luís Lavoura em fevereiro 15, 2005 10:22 AM
O défice dos EUA resulta das suas enormes despesas militares, nomeadamente com as centenas de milhares de soldados em bases por todo o mundo. E é um indicador relevante que, com essa despesa, a performance da economia americana permita que os investimentos se continuem a dirigir para lá.
Todavia é uma situação insustentável a longo prazo que os EUA terão que rever.
As economias da França e Alemanha estão estagnadas e é um facto. Os alemães continuam, embora menos a passarem férias em todo o mundo porque continuam a ser um país rico. Não é o alegado excedente comercial que permite às pessoas passarem férias no exterior. É o facto de elas terem dinheiro nos bolsos.
Publicado por: Joana às fevereiro 15, 2005 01:06 PM
Afixado por Mário em fevereiro 15, 2005 10:35 AM
Não são os políticos que inventam receitas a partir do nada. Se Reagan e Thatcher foram eleitos é porque havia uma base social de apoio às reformas
Publicado por: Joana às fevereiro 15, 2005 01:08 PM
Afixado por Luís Lavoura em fevereiro 15, 2005 12:44 PM
Não é impossível. Você julga que as decisões do BCE e da Reserva Federal são tomadas independentemente do funcionamento dos mercados? Elas são condicionadas por esse funcionamento. Se agirem na ignorância desse funcionamento o resultado será desastroso.
Publicado por: Joana às fevereiro 15, 2005 01:11 PM
Afixado por Zé Luiz em fevereiro 15, 2005 11:38 AM
Não falo e agradecia que não me pusesse na boca coisas que não disse, antes pelo contrário. E acho, depois dessa sua polémica que li aqui, que não vale a pena dizer-lhe mais nada. Você parece, no ponto de vista argumentativo, o sempre-em-pé. É imune aos argumentos, põe na boca dos outros coisas que eles não disseram e repete continuamente a mesma ladainha moralista.
Como lhe disse em tempos, você é o protótipo do funcionário público, que não sabe como funciona o sector produtivo e que julga que há uma impressora para produzir continuamente moeda para sustentar o funcionalismo público independentemente da sua ineficiência.
E anda a arranjar argumentos capciosos e a pôr na boca dos outros coisas que estes não disserem para prosseguir com essa ladaínha.
Publicado por: Joana às fevereiro 15, 2005 01:19 PM
Uma coisa é agir na ignorância dos mecanismos do mercado, outra muito diferente é agir para corrigir os efeitos do mercado.
Publicado por: Zé Luiz às fevereiro 15, 2005 01:23 PM
Joana:
Testar uma teoria pelos seus casos-limite é uma argumentação perfeitamente legítima. Confrontar um modelo abstracto com as suas incidências concretas, também.
O que não é legítimo é argumentar «ad hominem». Já não é a primeira vez que a Joana me sujeita a uma dupla redução: primeiro reduz-me ao meu «ser social», depois reduz o meu ser social á minha profissão.
Quanto á primeira redução, não posso provar-lhe que está errada: é pensável, com efeito, que aquilo a que chamo «eu» seja uma mera ilusão e que nenhuma das minhas opiniões seja verdadeiramente minha. Só lhe chamo a atenção para o facto de que, se este é o meu caso, então também é o seu.
Quanto à segunda redução: sabe porventura se eu sempre fui funcionário público? Sabe se fui educado por funcionários públicos? Sabe se os meus amigos e parentes são funcionários públicos?
Asseguro-lhe que durante muitos anos a minha maior fonte de rendimento foi obtida naquilo que esta sociedade tem de mais parecido com um mercado puro. E não imagino, não senhora, que a riqueza se produza numa tipografia.
.
Publicado por: Zé Luiz às fevereiro 15, 2005 01:47 PM
Zé Luiz em fevereiro 15, 2005 01:23 PM:
Mais precisamente: O BCE (ou a Reserva Federal) toma um decisão; entretanto o mercado, reage a essa medida, mas continua a funcionar. Uma eventual futura intervenção do BCE será para corrigir, face à evolução do funcionamento do mercado, a medida anterior.
O BCE não corrige o mercado. Corrige a sua decisão anterior em face da evolução ulterior do mercado. É evidente que essa decisão vai condicionar a acção dos agentes económicos.
Mas qualquer decisão, de qualquer agente económico, condiciona sempre as decisões dos outros. É assim que funciona o mercado
Publicado por: Joana às fevereiro 15, 2005 01:50 PM
Joana em fevereiro 15, 2005 10:14 AM
A Política, o Direito, o Futebol, não são disciplinas científicas.
Todas as disciplinas científicas se preocupam especialmente com os males que as afectam: os erros, as doenças, as contradições, as incoerências, etc., e tratam, constantemente, de lhes arranjar soluções.
Com a Economia, pelos vistos, não é assim. Os males são olimpicamente ignorados ou, como Zé Luis sugere, são somados à factura, desde que produzam lucros.
O que prova que a Economia não é uma disciplina científica; é antes uma espécie de desporto, de jogo de roleta viciado, para gozo dos seus praticantes.
Publicado por: Senaqueribe às fevereiro 15, 2005 01:50 PM
Então, caro Zé Luiz, evite pôr na minha boca coisas que eu não disse.
Marx afirmou que cada um vê o mundo de acordo com os olhos do seu ser social. Logo, quando eu trago à colação o seu ser social, até estou a ser marxista.
Pôr na boca dos outros coisas que eles não disseram e não se cansam de o repetir, parece-me incomparavelmente pior.
Publicado por: Joana às fevereiro 15, 2005 01:56 PM
E não me venha com a história dos casos limite. O crime está fora dos casos limite e continuar nessa tecla não passa de desonestidade intelectual
Publicado por: Joana às fevereiro 15, 2005 01:58 PM
Senaqueribe em fevereiro 15, 2005 01:50 PM
A Política e o Direito são disciplinas científicas.
E o o Futebol, pelo que tenho observado em debates na TV (quando faço o zapping) para lá caminha
Publicado por: Joana às fevereiro 15, 2005 02:00 PM
É claro que o mercado continua a funcionar, Joana. quando eu instalo um parapeito na minha varanda, não é para que a força da gravidade deixe de funcionar, é para que um certo efeito dela, que tenho por indesejável, não se verifique.
Do mesmo modo que não quero que se verifiquem certos efeitos do funcionamento do mercado. De resto, Joana, se é sacrilégio querer controlar a economia, para que diabo precisamos de a conhecer?
Publicado por: Zé Luiz às fevereiro 15, 2005 02:04 PM
Zé Luiz ...
Vou-lhe dar um exemplo do futebol para ver se você percebe. Quanto melhor um treinador conhece os seus jogadores e os adversários, melhor organiza as suas tãcticas. Eu percebo pouco de futebol, mas julgo que é assim.
Isso significa que eu controle o jogo? Que eu deva controlar o adversário? Que eu vá para o campo jogar em vez dos jogadores ou com eles, ou contra eles?
E agora tenho que ir trabalhar
Publicado por: Joana às fevereiro 15, 2005 02:22 PM
Churchill, às vezes, era (apenas) brincalhão.
Publicado por: Senaqueribe às fevereiro 15, 2005 02:48 PM
"O défice dos EUA resulta das suas enormes despesas militares"
Joana, eu referi-me, penso que claramente, ao deficit da balança comercial, não ao deficit orçamental. O deficit da balança comercial americana é enorme (6% do PIB dos EUA) e nada tem a ver com as "enormes despesas militares" da federação.
"As economias da França e Alemanha estão estagnadas e é um facto."
Pois é. Mas também é um facto que esses países têm ambos enormes excedentes comerciais. Têm economias estagnadas (com crescimento zero ou perto disso), mas vendem ao estrangeiro muito mais do que aquilo que compram. Em flagrante contraste com outras economias, como a americana, que crescem, mas que só vivem à custa daquilo que o estrangeiro lhes fornece.
Publicado por: Luís Lavoura às fevereiro 15, 2005 02:48 PM
Essa de um economia que não cresce e tem excedentes e outra que cresce, mas vive à custa do que os outros fornecem custa-me a perceber. Há aí qualquer coisa que me escapa.
Publicado por: David às fevereiro 15, 2005 02:57 PM
Joana:
Significa que controla o jogo, sim senhora. Tanto controla que procura obter um dado resultado. Significa que deve controlar, ou pelo menos tentar controlar, o adversário - não o pode deixar jogar como ele quer. Só não significa que vá para o campo jogar em vez dos jogadores.
E ainda não me respondeu ao essencial: por que carga de água é que há-de ser proibido construir parapeitos nas varandas?
Ou melhor, não responda. Opondo metáfora a metáfora não vamos a lado nenhum. Faça antes um trato comigo, que é deixarmo-nos os dois de utopias. Eu comprometo-me, por muito que me custe, a prescindir duma sociedade perfeita que elimine as injustiças do mercado, e você compromete-se a prescindir de um mercado perfeito que elimine as ineficiências da sociedade.
É um trato equilibrado, parece-me. Eu aceito uma certa medida de injustiça para que haja alguma eficiência, e você aceita uma certa medida de ineficiência para que haja alguma justiça.
Publicado por: Zé Luiz às fevereiro 15, 2005 02:57 PM
O caro Zé Luís é mais assim o bridge, sim senhor.
Mas o pior é que parece que há demasiada ineficiência para tão pouca justiça ...
Publicado por: asdrubal às fevereiro 15, 2005 03:29 PM
Aliás, eu não percebo, em rigor, porque é que uma liberal como a Joana se preocupa com o facto de as economias da França e da Alemanha estarem estagnadas. Na óptica dos liberais o desemprego é irrelevante; o que interessa é a produção. O que interessa é saber se um país produz aquilo de que precisa, ou não. Ora, nessa óptica, a economia dos EUA é uma porcaria: só 65% das importações são cobertas por exportações, o que quer basicamente dizer que os EUA vivem à custa do dinheiro que o resto do mundo (ingenuamente) lhes empresta. Pelo contrário, as economias da França e da Alemanha são excelentes: produzem muito mais do que aquilo que o seu povo necessita, como se verifica pelo facto de terem grandes excedentes comerciais.
De facto, a única utilidade do crescimento económico é permitir eliminar o desemprego. Mas os liberais estão-se basicamente nas tintas para o desemprego (ou pelo menos dever-se-iam estar... a culpa do desemprego é de os desempregados serem uns preguiçosos que não querem trabalhar, não é?). Se se estão nas tintas para o desemprego, então não é preciso crescimento económico para nada, desde que já se produza tudo aquilo de que o povo necessita.
E esse é, manifestamente, o caso da França e da Alemanha.
Publicado por: Luís Lavoura às fevereiro 15, 2005 03:42 PM
Caro Luís Lavoura:
Já que a nossa amiga Joana introduziu o tema com um aforismo, permita-me que o faça também.
A economia é a ciência que trata de tudo menos do que é importante.
Publicado por: Zé Luiz às fevereiro 15, 2005 04:01 PM
Caro Asdrúbal:
... ou demasiada injustiça para tão pouca eficiência...
Publicado por: Zé Luiz às fevereiro 15, 2005 04:12 PM
Caro Asdrúbal:
... ou demasiada injustiça para tão pouca eficiência...
Publicado por: Zé Luiz às fevereiro 15, 2005 04:24 PM
A Barca do Inferno segundo Medina Carreira,
.
«Cerca de 730.000 funcionários públicos ; 2.591.000 pensionistas da Segurança Social ; 477.000 reformados e pensionistas da Caixa Geral de Aposentações ; 307.000 beneficiários do subsídio de desemprego ; 351.000 beneficiários do RMI. Com os familiares próximos poderão ser uns 6 milhões de indivíduos, numa população de 10 milhões».
.
A isto, responde Sócrates que :
«o problema central do país "não está nas finanças públicas, mas na economia"».
Pois ... e a Virgem está em Fátima.
Publicado por: asdrubal às fevereiro 15, 2005 05:10 PM
A economia alema esta estagnada, tem um enorme deficit orcamental, embora haja um ligeiro excedente comercial. Mas nao eh por isso que os alemaes vao fazer turismo. Eu quando saio nao me informo antes do deficit comercial.
Todavia o governo socialista esta a fazer reformas muito profundas, que inicialmente irritaram a populacao, mas que pouco a pouco estao a ser aceites. E essas reformas estao a dar algum resultado.
Reformas muito mais profundas que o Durao Barroso tentou.
Dezenas de milhares de alemaes aceitaram reducoes salariais. Nao vejo portugueses a fazerem o mesmo. Quando ha ameacas de deslocalizacao em Portugal, em vez de negociarem, aparecem os sindicatos de punho erguido para os trabalhadores irem para o desemprego com a "consciencia sindical" tranquila.
Bem fez a Auto-Europa que aceitou as condicoes e esteve-se nas tintas para os sindicatos.
Os portugueses estao a espera que os alemaes arrumem a casa e a economia alema melhore para dinamizar a economia portuguesa e continuarem a viver como eh seu habito e a maioria a viver do Estado.
Os outros teem que aceitar os sacrificios, mas os portugueses nao.
Por isso os outros avancam e no nosso pais as coisas nao passam da cepa torta
Publicado por: Filipa Zeitzler às fevereiro 15, 2005 05:21 PM
Asdrubal em fevereiro 15, 2005 05:10 PM
Já agora diga à gente o que fez e respondeu o Santana?
Publicado por: locas às fevereiro 15, 2005 06:05 PM
Já agora diga à gente o que fez e respondeu o Santana?
.
Respondeu que o bébé estava na incubadora.
Pelo menos não abortou espontâneamente ...
Publicado por: asdrubal às fevereiro 15, 2005 11:29 PM
Filipa: não venha com experiências alemãs para esta pasmaceira. O pessoal aqui quer sopas e descanso
Publicado por: David às fevereiro 16, 2005 01:00 AM
Pois, David. O que nós queremos é viver de ilusões. Os alemães que se desenrasquem e nos desenrasquem
Publicado por: Coruja às fevereiro 16, 2005 10:41 AM
Os conceitos de "esquerda" e "direita" já estiveram mais esbatidos num passado recente em portugal, relembro as últimas eleições legislativas. Isto a propósito do extremar deste tipo de discurso. Considero este tipo de raciocínio perigoso e indutor de falsos argumentos causas-efeitos, até porque reduz aviltantemente uma das questões mais significativas e complexas da história do século XX.
No entanto devo saudar à autora deste blog a possibilidade dos comentários, creio serem os mesmos a verdadeira essência de qualquer blog.
Publicado por: nunop às fevereiro 16, 2005 08:49 PM
"Economia de mercado" que raio de nome quando o que está em causa é a liberdade económica dos cidadãos.
Publicado por: lucklucky às fevereiro 16, 2005 09:17 PM
O mercado é a liberdade. A liberdade de comprar e vender, de entrar e sair
Publicado por: David às fevereiro 17, 2005 11:23 AM
A liberdade de sair é uma não liberdade
Publicado por: vitapis às fevereiro 17, 2005 01:15 PM
David:
E a liberdade de viver?
A liberdade dos agentes económicos tem por limite, tal como a sua e a minha, os direitos dos outros.
As empresas têm que ser boas cidadãs, tal como eu e você. Para punir as empresas que sejam más cidadãs, tem de existir o Estado; e, uma vez que muitas empresas são fortes, o Estado tem que ser mais forte do que elas.
Quanto às empresas que sejam boas cidadãs, têm que ser protegidas contra a concorrência desleal das outras. Também para isto é necessário o Estado, e um Estado forte.
As empresas não são virtuosas por natureza. Não são «bons selvagens». Entregues a si próprias, farão o que for preciso para atingirem os seus fins, e isto inclui (tem incluído, como já se viu) todos os crimes, desde a escravatura ao assassínio em massa.
Pergunto-lhe a si o que já perguntei à Joana (sem obter resposta): como concilia ser filho de Hobbes no que respeita a sociedade em geral e ser filho de Rousseau no que respeita a economia?
Publicado por: Zé Luiz às fevereiro 18, 2005 11:10 AM
Imprimo ou não imprimo?
;-)
Publicado por: joca às fevereiro 18, 2005 06:58 PM
Ao que a conversa de chacha chega para defender o Estado forte. Anda em círculos em círculos, mas o fito é sempre defender o Estado patrão.
Publicado por: Ant Curzio às fevereiro 19, 2005 09:00 PM
Ant Curzio em fevereiro 19, 2005 09:00 PM
Se é conversa de chacha, deve ser fácil desmontá-la. Vá lá, desmonte-a. Sempre gostava de saber quais são os seus argumentos.
Publicado por: Zé Luiz às fevereiro 20, 2005 01:52 PM
Vim ter a este post através de uma pesquisa no google. Creio que pesquisava sobre o funcionamento do subsidio de desemprego nos estados unidos. absolutamente irónico, mas é verdade.
Esta tua teoria é uma teoria válida pois claro que é. No entanto da mesma forma que é uma utopia dizer que as pessoas são todas iguais e que deve ser o estado a regular tudo, decidindo sobre o que é justo ou injusto, ainda maior utopia é, dizer que os empresários sem grande controlo por parte do estado fazem uma economia saudável. Isso é para rir. Basta ver o caso de Portugal que mesmo com algum controlo do estado roubam por todos os lados, tem pessoas contratadas com contratos de trabalho absolutamente precários, já para não falar da vergonhosa contratação de imigrantes, que são tratados como escravos, e da economia paralela que mantém, já que fogem ao pagamento de impostos.
Tudo isto é uma linda música, no entando concordo contigo, não é preciso que seja o estado a dizer onde estão as oportunidades de negócio, eles sabem bem onde elas andam, nem que para isso tenham de passar por cima de tudo e de todos.
Cumprimentos
Publicado por: cachucho às julho 22, 2005 11:40 AM