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fevereiro 02, 2005

Dois Apoios e Muitas Dúvidas

Duas notícias vindas ultimamente a público dão credibilidade e reforçam posições que tenho aqui defendido. A primeira foi o artigo da autoria de Medina Carreira, A Verdade Não Mora Aqui, publicado ontem no Público. A segunda foi um Manifesto elaborado por “personalidades representativas das áreas financeira, universitária, empresarial e política” onde se pede aos partidos a “definição urgente de uma estratégia nacional” e a eliminação dos "bloqueios constitucionais".

Medina Carreira afirma que “O Estado é inoperante, insustentavelmente sobredimensionado, está em crescente desqualificação e perdeu poderes decisivos de intervenção económica (monetário, cambial, alfandegário e orçamental). A economia fragilizou-se no último quarto de século, só reagindo, ocasionalmente, com o impulso de ocorrências externas, muito favoráveis. O peso da despesa pública levará, em poucos anos, ao colapso financeiro do Estado, com pesadas consequências para todos mas, em especial, para mais de 4,5 milhões de indivíduos dele directamente dependentes”. Medina Carreira prega obviamente no deserto, enquanto eu prego num blogue, o que ainda se tem revelado menos operacional que pregar aos peixes.

Medina Carreira continua. Fala na “promoção do demérito” e na “inércia e a rotina”; que “os principais partidos políticos são hoje a melhor e a mais procurada agência de empregos para uma certa mão-de-obra" onde todos os mecanismos visam a “obediência e a hipocrisia política”. E conclui, após um diagnóstico económico e financeiro impressionante, pelo que tem de catastrófico, que a “avaliação do mérito das propostas eleitorais dos partidos” ... “pressuporia a apresentação pelos mesmos, bem antes das eleições, de uma caracterização rigorosa e quantificada da nossa situação económica e financeira” e formula um conjunto de questões que considera indispensáveis para aquela avaliação, e cuja resolução, acrescento eu, será imprescindível para a nossa sobrevivência colectiva.

É de leitura obrigatória e os seus pontos fulcrais deveriam constituir matéria de reflexão para a nossa classe política e para todos nós, que escolheremos, entre essa classe política, quem nos irá governar.

Quanto ao Manifesto de hoje, destinado aos partidos que andam em campanha, defende como tarefas imediatas do Estado "a eliminação de bloqueios que, como a Constituição da República de 1976, ou as forças corporativas, continuam a condicionar o desenvolvimento do país", advertindo que "A Constituição deverá sofrer um processo de revisão que permita rapidamente adaptar Portugal aos desafios do século XXI".

Até há poucos anos, a classe empresarial portuguesa convivia com o Estado e a política de forma ambígua: criticava e menosprezava os políticos, mas mendigava protecções ou chegava-se à mesa do orçamento para obter contratos de fornecimentos ou empreitadas. A classe empresarial portuguesa parece que, finalmente, resolveu atravessar o Rubicão. Ela apercebeu-se que o Estado está à beira do colapso e que a sua relação com esse Estado já não se pode fazer segundo aquelas linhas de força opostas, porque uma delas está esgotada, ou em vias disso.

A classe empresarial portuguesa terá concluído que, agora, a tarefa urgente e incontornável é a salvação económica e financeira do país, porque sem isso, ela própria não sobreviverá.

Quanto às minhas dúvidas, elas são muitas. Vejo o programa do PSD que, descontadas as “metas aspiracionais” de concretização difícil, senão impossível, numa legislatura, tem um conteúdo que indica que na base dele esteve gente que sabe como as estruturas organizativas funcionam e quais os procedimentos para as reestruturar, mas onde me interrogo onde vão encontrar gente competente e em número suficiente para liderar esse processo e como mobilizar o país para aquelas metas. O PSD aposta numa melhor gestão dos recursos afectos ao Estado, sem medidas que impliquem aumento dessa despesa, mas isso não é suficiente. O Estado tem que se tornar muito mais eficiente.

Leio o programa do PS, pejado de nobres intenções, mas carente de consistência a nível de concretização e continuando a apostar no Estado como motor da economia, papel que o Estado não sabe protagonizar, e que se salda sempre por despesa pública adicional, ineficaz e inútil. O plano tecnológico do PS é um flop, pois o choque tecnológico baseia-se no regresso do Estado a esse papel tutelar e no aumento da despesa pública sem retorno evidente. Aliás, no estado actual das finanças públicas não se percebe onde o PS vai encontrar fundos financeiros para aquele objectivo. Por outro lado, olho para a equipa de Sócrates, vejo um político competente, Vitorino, mas sem competências nas áreas económicas, e vejo uma equipa de economia liderada por Manuel Pinho, sujeito que me parece pouco capaz e cuja trajectória política se tem caracterizado pela volubilidade e pelo “cheiro do poder”.

Cadilhe diz que o país vive um filme de terror. O perverso é que os portugueses o vivem, julgando que estão na plateia, quando afinal são os principais protagonistas e não é seguro que não sejam as vítimas mais cruentas e que o filme não tenha um fim trágico para todos nós. A questão é que os portugueses querem reformas mas não estão dispostos a passar por um processo de reforma, a abdicar de hábitos adquiridos e a correr o risco de mudar. Os interesses corporativos sabem bem os custos da mudança, e sabem como agitar publicamente esses custos, e poucos portugueses têm a percepção clara dos seus potenciais benefícios.

Enquanto isso continuamos empenhados em discutir ferozmente o acessório.

Publicado por Joana às fevereiro 2, 2005 09:19 PM

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Comentários

A nossa desgraça começou com os Descobrimentos, como diria Antero de Quental, quando se começou a instilar nas elites portuguesas a ideia de que "o trabalho é bom para o preto".
O resultado está à vista: só temos o Sol, tudo o resto tem de vir de fora.

Publicado por: Senaqueribe às fevereiro 2, 2005 09:44 PM

Pois eu só tenho dívidas, perdão ... dúvidas

Publicado por: Adalberto às fevereiro 2, 2005 10:35 PM

(...) A questão é que os portugueses querem reformas mas não estão dispostos a passar por um processo de reforma, a abdicar de hábitos adquiridos e a correr o risco de mudar (...)

que portugueses ?
que reformas ?
que hábitos ?

Publicado por: zippiz às fevereiro 2, 2005 10:51 PM

cada um tem as suas Vacas Sagradas : Joana tem em Medina Carreira o seu mamífero ruminante ; e a propósito, MCarreira não foi já poder neste país ?

Joana, no entanto dá-se o direito de classificar Manuel Pinho, dizendo que é um "sujeito que me parece pouco capaz e cuja trajectória política se tem caracterizado pela volubilidade e pelo “cheiro do poder” "
... não me diga que também tem conhecimentos "privados" que a levam a fazer esta afirmação !
é um pouco triste esta sua tendência para fazer juízos de valor sobre tudo que esteja fora do circulo do poder actual.

Publicado por: zippiz às fevereiro 2, 2005 11:00 PM


que portugueses ? --- nanja você
que reformas ? ----- as que você odeia
que hábitos ? ------ os que você tem

Publicado por: Joana às fevereiro 2, 2005 11:09 PM

zippiz em fevereiro 2, 2005 11:00 PM:
Eu era para lhe responder, até porque a esse não me ligam quaisquer laços, mas depois pensei:
Então o zippiz que anda sempre a catalogar os outros está a tirar satisfações por aquela minha frase sobre o Manuel Pinho ...

Publicado por: Joana às fevereiro 2, 2005 11:12 PM

Faz-me muita tristeza a situação do país e a cretinice de muita gente que não percebe e contnua a agir com total inconsciência, exigindo o que não há, produzindo pouco ou nada e dizendo mal de todos

Publicado por: Filipa Sequeira às fevereiro 2, 2005 11:28 PM

Joana, Vc também está a fazer campanha negativa ou não gostou da "vaca sagrada" ?

que portugueses ? : 500.000 desempregados

que reformas ? : IRC de 25% para a banca + derrama municipal

que hábitos ? estacionar os ferraris à porta de empresas a falir ou a deslocalizar

Publicado por: zippiz às fevereiro 2, 2005 11:36 PM

Parte do desemprego é gerada pela diminuição de competitividade das empresas resultantes do excesso de carga fiscal. Lembre-se que além dos impostos que os trabalhadores pagam, as empresas pagam cerca de 24% sobre o salário deles, fora os outros impostos. E também pela rigidez laboral. Uma das razões que Portugal tinha um desemprego baixo era (e ainda é, mas mais dificultada) a possibilidade de curtocircuitar essa rigidez com o trabalho precário.

É à existência dessa massa de desgraçados em situação precária que o país deve ainda não estar mesmo no fundo. Senão o desemprego ia por aí acima.

Você aplica isso à banca e vai vê-la a ir atrás do Belmiro. Você julga que os banqueiros são parvos? E há off-shores por todo o lado. Eles preferiam o da Madeira, mas qualquer serve.

Essa dos Ferraris é para conversa de café. Há duas ou três dúzias de industriais nortenhos que gostam de armar-se em ricaços. Mas não são significativos e são indústrias em vias de extinção.

Publicado por: Joana às fevereiro 3, 2005 12:00 AM

Você quer mesmo levar o país para o fundo?

Publicado por: Joana às fevereiro 3, 2005 12:01 AM

Há anos que anuncio aos meus alunos o colapso da economia portuguesa, causado, em primeiro lugar, pelo hábito que temos de consumirmos mais do que produzimos. Como não me considero um economista melhor do que muitos outros que têm responsabilidades nessa área, só andei a pregar no deserto porque os outros economistas - que sabiam tão bem como eu o que nos esperava - se calaram. O que Medina Carreira e alguns outros agora dizem, já o sabiam há pelo menos dez anos. Mas calaram-se porque não convinha travar as bolhas consumista e especuladora.

Como é óbvio, nenhum dos partidos concorrentes às eleições tem a menor hipótese de inverter o processo. Só outros políticos, noutro regime, poderiam começar a travar o desastre. Por isso continuo a pensar que ninguém deveria ir votar no próximo dia 20. Só assim se poderia dar um sinal claro de exigência de mudança.

Publicado por: Albatroz às fevereiro 3, 2005 12:07 AM

Joana: a política do BE é levar o país à ruína para tentar construir sobre as ruinas a pátria do novo socialista trotsquista.

Publicado por: Fred às fevereiro 3, 2005 12:28 AM

Afixado por Joana em fevereiro 3, 2005 12:01 AM :
Você quer mesmo levar o país para o fundo?


Vc tem muito sentido de humor ! Só se for para o duplo-fundo !
Nos últimos 5 meses os seus amigos ajudaram a colocá-lo no mais profundo dos abismos e ainda tem a lata de defender "duas ou três dúzias de industriais" e os Belmiros dos off-shores ?
Vc não quer colocar aqui a comparação (dos 15 da UE)de carga fiscal das empresas ? Ou, à semelhança do mito do abstencionismo, não há razões objectivas para as suas "preocupações" ?

Publicado por: zippiz às fevereiro 3, 2005 12:29 AM

É claro que ao fim de poucos anos a ruína ainda é maior.
Não passam de uns tontos com gostos caros a armarem em proletas

Publicado por: Fred às fevereiro 3, 2005 12:30 AM

Albatroz em fevereiro 3, 2005 12:07 AM

Não leve a economia muito a sério, pois se é professor de economia, já se deveria ter habituado que ela é muito falível, tanto quanto os ventos:

1º - Os ventos que sopraram em Abril, tinham uma fortaleza tal que amedrontaram os américas, que se apressaram a arranjar vários pacotes financeiros no FMI.

2º A força do PCP ajudou Portugal a entrar na Europa com o papão da sempre possível colagem à URSS. Portanto a Europa "protegeu-nos".

3º Em 1980 os juros na banca eram de 30% para os emigrantes, e dizia-me um emigrante com a 4ª classe antiga:
Mas o banco emprestou-te 850 contos os juros estão a 30% dá 255 contos só de juros, como é que pagas 6 contos mês ou seja 72/ano ?
Ele resmungava que era impossível, eu na minha santinha ignorância, só lhe respondia, mas é assim, e não quero saber de mais nada.

4º O sistema andou tão bem, que se tornou o melhor negócio do mundo, pois sem dinheiro e com um aumento de mais de 40% ao ano nas valorizações, tornou toda uma população "milionária" que supera largamente a Francesa ou mesmo a Alemã.

5º Este efeito milionário teve várias repercuções, umas vez que ao falarmos para milionários, não é a mesma coisa que falarmos para os Proletas Franceses.

6º Esta bolha milionária, várias vezes superior à bolsista de 1987, terá que rebentar. ( Na minha santinha ignorância já rebentou ) a diferença da bolsa, é que lá as cotações são diárias e no final do dia, há um deve e um haver, neste caso, os milionários ainda não tiveram conhecimento, e como não decidem vender no mesmo dia, só se aperceberão da falência do sistema daqui a uns anitos.

Só mesmo nessa altura é que poderemos falar, novamente aos Proletas, até lá estamos a lidar com milionários !!!

PS- isto são lições de tasca.

Publicado por: Templário às fevereiro 3, 2005 01:50 AM

Lição nº 2

Por sua vez, o Estado estando ele também quase falido e as empresas também, só tem um meio seguro, simples e eficiente, que é cobrar impostos sobre a propriedade ( e sobre os milionários) .
Como os milionários proprietários ainda têm a mentalidade da 1ª vaga, e se agarram com unhas e dentes à propriedade, vai ainda demorar algum tempo, pois os parvalhões continuarão a pagar até o Estado os fazer desistir devido aos valores insuportáveis dos impostos. Só aí... estarão prontos para acordarem do pesadelo !

Publicado por: Templário às fevereiro 3, 2005 02:01 AM

LIÇÃO 3

A REPOSIÇÃO DA "VERDADE".

Em primeiro lugar a Verdade não existe, pois ela é mero reflexo de um conjunto de circunstâncias várias....que ao mudarem a transformam em meros " exemplos históricos".

No caso que apontei dos milionários proprietários deste País, é apenas uma via possível, e há quem defenda que para não doer muito se vá por etapas, hoje uns, amanhã outros, assim as vítimas nem se reconhecerão ( e evitará ajuntamentos ).

"Aquilo" que foi dado, retirado será !

Bem que eu costumo dizer nas minhas aulas da tasca, que o dinheiro não se gasta, o dinheiro circula !
( tenho que passar a acrescentar, que ele dá umas voltas, mas... volta sempre aos mesmos donos )

Publicado por: Templário às fevereiro 3, 2005 02:45 AM

Templário em fevereiro 3, 2005 01:50 AM:
Em 1980 os juros na banca eram de 30%, porque a inflação era de 35%. A malta que punha dinheiro a prazo era para não perder tudo. Os que tinham mais conhecimentos compravam dólares e punham lá fora.
Isso não é conversa de tasca, é conversa de treta.

Publicado por: Hector às fevereiro 3, 2005 09:13 AM

E em economia global, o dinheiro circula, mas a maior parte vai lá para fora circular

Publicado por: Hector às fevereiro 3, 2005 09:14 AM

Você tem lido a sua caixa de comentários, Joana?
Você acha que não existe uma percepção generalizada da situação que temos. Tem toda a razão. Mas, depois de ler a sua caixa de comentários, você acha que alguma vez teremos essa percepção generalizada?

Publicado por: L M às fevereiro 3, 2005 10:03 AM

Cuidado Hector, o templario quando vem da tasca esta sempre de mau humor... deve ter mau vinho... se nao tomas cuidado decreta que es um fascista ignorante e depois nao sei como descalcas a bota, perdao... o facho.

Publicado por: Highlander às fevereiro 3, 2005 10:15 AM

Os revolucionários de ontem são os velhos do Restelo de hoje.

Não é possível convencer todos. Como se pode ver por alguns comentários deste blog, há pessoas que preferem morrer a admitir que o céu é azul (às vezes...).

Muito se deve à falta de mentalidade científica em Portugal, onde se acha que um argumento "bonito" é mais válido que um argumento baseado em factos e desenvolvido com lógica.

Todos os avanços da humanidade forma avanços contra qualquer coisa. Normalmente essa "coisa" refere-se a indivíduos arrogantes e bem instalados e quem nunca têm dúvidas.

Publicado por: Mário às fevereiro 3, 2005 10:21 AM

O grave, Mário, é que a maioria desses indivíduos arrogantes que "pessoas que preferem morrer a admitir que o céu é azul" não estã bem instalados na vida e vão ser as primeiras vítimas das suas ilusões.

Publicado por: L M às fevereiro 3, 2005 10:39 AM

Quando o Estado entrar em colapso, você acha que a maioria dos funcionários públicos, os dos escalões mais baixos, que ganham mais que no sector privado, não têm qualificações e fazem muito pouco, encontrarão emprego em algum lado?
Quando o país entrar em colapso safam-se os mais desenrascados e mais aptos, que são os que actualmente querem as reformas.

Publicado por: L M às fevereiro 3, 2005 10:43 AM

Afixado por: L M em fevereiro 3, 2005 10:43 AM

Quando o Estado colapsar, então, o pessoal que agora trabalha para o Estado e que pouca utilidade tem, será bem vindo ao sector público onde finalmente poderão ser úteis. Vai fazer-lhes muito bem, mas vai ser duro porque terão muito a recuperar (conhecimentos, entusiasmo, coragem, iniciativa...).

Publicado por: Mário às fevereiro 3, 2005 11:18 AM

Isto está mesmo lindo, sim senhores !
Começo a pensar que o Fidel é que tem razão : pobrinhos mas felizes ; é o regime da «metonímia do ter».

Publicado por: asdrubal às fevereiro 3, 2005 11:44 AM

O problema é que o estado está canceroso. Por outro lado este cancro é de evolução extremamente lenta. Na verdade o estado não deverá nunca colapsar , mas os impostos indirectos não vão parar de subir.

Este é o resultado de uma cultura anti- empresário.
Este é o resultado de uma cultura socialista anti-empreendedor dominante na comunicação social quer por sua vez é responsável por " fazer " a cabeça ao povo.

Há muito quem fale por aí de empresas . Está errado devem falar de empresários .

Porque algumas vezes as empresas já são instituições , mas na sua génese esteve sempre alguém dotado de enorme determinação e coragem . E é a esse tipo de pessoa rara que é preciso dar valor.
Por exemplo em Portugal um empresário falido é olhado com desdém , nos USA essa mesma pessoa é olhada com a admiração de quem tentou , não conseguiu , mas que poderá voltar a tentar e eventualmente ser bem sucedido.

Enquanto não se fizer um altar aos empresários este país não desencalha.

É fundamental mudar a cultura anti-empresário.

Verdade é coisa que se costuma dizer que existe cada vez menos , mas ... no tempo recente da URSS havia muito menos.
Hoje assiste-se a uma luta entre os resquicios dessa influência Urssiana e os amantes da liberdade. As raízes dessa época obscura crescem para cima e tentam tolher o caminho dos espíritos livres .

E como já chega de treta vamos ao fundamental que é conhecer a verdade sobre o nosso "filósofo".
Pode parecer fria , selvagem , brutal , sem nível, obscena até, deselegante , estupida , cretina , mas é o resultado de uma GUERRA.
E quem começou a guerra foi o Sampaio , com o golpe de estado que fez !!!

E a verdade é a parte mais feia e mal cheirosa do processo amoroso(???).

O Presidente da Républica fez um golpe de estado constitucional , e começou uma guerra. Agora que se aguente . É para matar ? que seja para matar!!

Então depois não digam que não gostam...

Então sobre a verdade mal cheirosa.... o nosso " filósofo " faz fist fucking até ao cotovelo ?? Sabem o que é ? É uma taradice que muitos gays praticam que é meter a mão no anus e ir metendo até chegar ao cotovelo !!! É mesmo fora ...muito fora mesmo... É este o exemplo que queremos dar aos nossos filhos ??????
É isto que que queremos no palácio de S. Bento ????
É este o resultado , o mais belo fruto do 25 04 74 ?

O país canceroso , um 1º Ministro que fará fist fucking até quiçá ao cotovelo, amigos dele envolvidos até ao cotovelo no outro belo fruto da revolução , o processo Casa Pia.

Não é coincidência a mais ???????????

Que mais nos irá acontecer ????

Publicado por: Afonso Henriques às fevereiro 3, 2005 12:20 PM

Joana:
Outro apoio a coisas que tem dito (e ao que o Santana Lopes também tem dito...) vem de Antonio Vitorino...

(Publico de 3/2/05:

"De alguma forma, a decisão do Presidente da República também está sob julgamento quando os eleitores vão às urnas para fazer a sua escolha partidária. E este é um dos elementos do equilíbrio de poderes e contra-poderes no funcionamento do nosso sistema de governo. Há aqui uma forma de envolvimento de juízo político sobre o Presidente da República quando decide dissolver e submeter ao voto popular a formação de um novo governo", sustentou Vitorino, no Porto)

Publicado por: P Vieira às fevereiro 3, 2005 12:29 PM

Afixado por Mário em fevereiro 3, 2005 11:18 AM:
Você escreveu: "Quando o Estado colapsar, então, o pessoal ... será bem vindo ao sector público onde finalmente poderão ser úteis".
Provavelmente queria dizer sector privado e não público.
O que eu duvido é que a maioria tenha préstimo.

Publicado por: Hector às fevereiro 3, 2005 12:29 PM

(...) A questão é que os portugueses querem reformas mas não estão dispostos a passar por um processo de reforma, a abdicar de hábitos adquiridos e a correr o risco de mudar (...)

Que portugueses? Todos - só que uns querem reformas num sentido, outros no sentido contrário.
Que reformas? Muitas e contraditórias. Uns, por exemplo, querem que a política tenha prioridade sobre a economia e a economia prioridade sobre as finanças, outros querem que as finanças tenham prioridade sobre a economia e esta sobre a política.
Que hábitos? O de comer três refeições por dia, por exemplo. O de saber com o que se pode contar amanhã, para poder assumir compromissos.

Publicado por: Zé Luiz às fevereiro 3, 2005 12:35 PM

Afonso Henriques em fevereiro 3, 2005 12:20 PM:
Eu também não vou à bola com o Sócrates, mas poupe-me essas imagens, pois fiquei todo torcido só de o ler.

Publicado por: David às fevereiro 3, 2005 12:38 PM

Zé Luiz em fevereiro 3, 2005 12:35 PM:
Sempre que nos filmes de acção os encurralados não sabem como reagir, o processo que lhes resta é mandar núvens de fumo, poeira para os olhos, etc.
Foi o que você fez ao fazer essas perguntas sem nexo.

Publicado por: Joana às fevereiro 3, 2005 02:26 PM

Caro David ,

É guerra ... e guerra é guerra.

As imagens são importantes , sem elas ainda hoje Timor estaria debaixo do jugo da Indonésia.

Por vezes há prosa que ... enfim... mata mesmo.

Sampaio para além do golpe de Estado que fez , pede aos portugueses para escolherem entre dois competidores , mas primeiro despede um deles por imcompetencia e avisa o povo , cuidado estes não prestam , tive que os despedir ...
Isto é justo ?
É como fazer uma corrida entre dois atletas e antes da partida meter uma bala na perna de um deles. É justo ?
É correcto ? Isto não é uma ilegalidade ?
É isto exemplo de conducta moral e ética ?

E depois trazem para a compita um " filósofo " que aparece com bosta nas unhas ?

Não há desassombro ????
Sabem o que é desassombro ????
Vale tudo ??
Então se vale tudo , vale mesmo tudo, aguentem-se, porque a procissão vai no adro.

Publicado por: Afonso Henriques às fevereiro 3, 2005 02:27 PM

Quanto a vir falar do Sócrates nos termos em que se fala, além de ser uma nojeira, só mostra o desespero odioso da direita.

Publicado por: pyrenaica às fevereiro 3, 2005 02:51 PM

O problema deste pais é que entramos em corridas de 100 metros e festeja-mos como se tivesse-mos acabado de realizar uma maratona...o bem estar económico ( porque é disso que se trata)só se consegue a longo prazo e com muito trabalho (independentemente do partido a governar)...vejamos as nações ricas são governadas pela direita ou pela esquerda?! Como é evidente esse não é critério para qualquer das situações...andamos aqui manietados por conceitos de esquerda e de direita que cada vez mais vão perdendo mais sentido...trabalhemos com inteligência e deixe-mos de querer ser estrelas...

Publicado por: amsf às fevereiro 3, 2005 03:36 PM

Pois, amsf, se nós corrermos os 100m com a velocidade do maratonista, fazemos os 100m em 18seg.
Não vamos longe com este tempo.

Publicado por: Coruja às fevereiro 3, 2005 03:43 PM

Portanto, amsf, aquela sua conversa com a Joana foi construtiva. Está de acordo com o que ela escreveu no Défice Democrático que a «esquerda e direita voltaram a ser apenas a disposição geométrica dos assentos parlamentares.».
O que interessa é resolver a embrulhada em que estamos metidos.

Publicado por: Hector às fevereiro 3, 2005 03:49 PM

Esse «quadracentésimo trigésimo oitavo» "Manifesto" estará disponível na Net ?

Publicado por: asdrubal às fevereiro 3, 2005 04:23 PM

Hector!

Concordo com essa frase porque no mundo actual quem governa já não são os políticos mas os detentores do capital...esquerda e direita são muito semelhantes pois um e outros são pressionados e pressionáveis por aquele.
Diria que o mundo actual vive num equílibrio precário entre "capitalistas e Consumidores (diria consumistas)...os capitalistas (direita?) estimulam os consumistas (esquerda?)a consumirem cada vez mais...estes pretendem saciar-se mas à custa do Estado (entidade abstracta que parece obrigada a criar riqueza a partir do nada). Apesar de tudo respeito as conquistas da esquerda...o problema da esquerda e da direita é prometerem mundos e fundos que não podem dar...mesmo que o pudessem fazer não o deviam fazer...uma criança a quem se dá tudo na infância muito provavelmente não será um adulto responsável...

Publicado por: amsf às fevereiro 3, 2005 04:24 PM

Dá-me a ideia que há uma série de tipos que estão completamente de acordo, mas que vão votar em partidos opostos...

Publicado por: Coruja às fevereiro 3, 2005 04:43 PM

Se os votos em branco correspondessem na Assembleia da República a cadeiras vazias podem crer que dentro de 12 anos o sistema político(de direita ou esquerda)ia cair de podre...

Publicado por: amsf às fevereiro 3, 2005 05:09 PM

Afixado por: Hector em fevereiro 3, 2005 12:29 PM

Obrigado pela correcção.

Claro que terão préstimo, nem todos é certo. Mas a maioria dos funcionários pode reutilizável. Acredite que alguém que passa a sentir que aquio que faz passa a ter alguma utilidade se sente logo mais estimulado. E depois, é a própria dinâmica das empresas privadas que as impele a fazerem melhor. Mas lá que lhes vai custar, lá isso vai.

Publicado por: Mário às fevereiro 3, 2005 05:29 PM

Hector em fevereiro 3, 2005 09:13 AM

Hector

Já várias vezes me obrigaste a te chamar burro, e nem sei porque teimas em me comentar, pois nunca percebes o que escrevo, olha para não te voltar a chamar burro, da próxima vez, envia um mail particular à Joana e pede-lhe que te explique o que eu escrevi, talvez ela tenha paciência para te explicar ( uma vez que és lá da côr dela ) porque eu já não tenho paciência para explicar algo a burros velhos !

Publicado por: Templário às fevereiro 4, 2005 12:45 AM

amsf em fevereiro 3, 2005 03:36 PM

essa do deixe-mos, festeja-mos... tivesse-mos... é algum tique, ou é só para disfarçar ?

Publicado por: Templário às fevereiro 4, 2005 12:57 AM

É mesmo ignorância...não é tique...com a sua chamada de atenção passarei a ter mais cuidado...
Obrigado.

Publicado por: amsf às fevereiro 4, 2005 02:43 PM

Nota: Vou com a família fazer campanha eleitoral (!?) para o Algarve e só estou de regresso 4ª feira. Se tiver oportunidade (e paciência), poderei afixar algum texto entretanto.
Se não ... até 4ª a portem-se bem

Publicado por: Joana às fevereiro 4, 2005 05:53 PM

amsf em fevereiro 4, 2005 02:43 PM

aprecio a sua honestidade e sinceridade, mas para que não fique deprimido, vou-lhe contar esta que muitos dizem, especialmente Jornalistas de Tv´s, Politicos Doutores e outros doutos:

O presente do indicativo do verbo Falar na 1ª pessoa do plural é : Nós falamos ( e pronunciasse falâmos )

O pretérito perfeito que indica uma acção passada é :Ontem nós falámos (leva acento, e abre o a )

Ora observamos e observámos..quase todos os dias, os Jornalistas a falarem no passado (pois a acção já aconteceu ) e aplicam o presente do indicativo.

Deveria haver uma lei especial para os Jornalistas e para os Políticos (por cada erro de linguagem, um desconto de 10 euros no ordenado ), uma vez que seu trabalho consiste em veicular as notícias ao povo de Portugal, na sua língua o Português.

Publicado por: Templário às fevereiro 5, 2005 10:40 AM

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