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dezembro 02, 2004

Patchwork mal cerzido

O PSD deve ser o único partido da história parlamentar ocidental que tem condições para fazer funcionar, sozinho, uma democracia representativa, com o estatuto de partido único. O PSD não precisa de oposição externa para fazer soçobrar o seu próprio governo. Basta-lhe a oposição interna. O PSD solitário, sem mais partidos, completamente despiciendos para o efeito, reúne todas as condições para concretizar, apenas ele, uma democracia parlamentar fervilhante, agitada, cheia de demissões, chumbos de governos, diplomas reprovados, dissoluções, golpes palacianos, etc., etc.. O PSD tem os seus Barnabés próprios ... não precisa dos alheios.

No PSD, o que está a tornar cada vez mais complicado o trabalho de patchwork, a urdidura de uma manta de desenho harmonioso e unitário, é que os pequenos trapos dissolvem-se, encolhem, contraem-se, segundo eixos de inércia inesperados e confusos. O PSD não parece ter facções – tem personalidades. E essas personalidades funcionam como pólos de acumulação, ou de rejeição, das individualidades cuja soma aritmética é a totalidade de militantes ou simpatizantes do PSD, mas que, no seu conjunto, não representam uma entidade estável.

Às vezes a acumulação dessas individualidades parece fazer desabrochar uma super-nova, outras vezes o vazio que se gera parece implodir num buraco negro.

Desde as eleições de 2002, os contestatários mais consistentes encontraram-se dentro do próprio partido. O terrorismo parlamentar da dupla Ferro-A Costa ou o esboço de uma Aliança Povo-RTP eram apenas estertores de quem tem dificuldades em aceitar os resultados eleitorais. Não tinham, como não tiveram, futuro. Dissolveram-se no ar.

Primeiro foram as contestações internas sobre a coligação. Todavia não era possível um governo estável sem uma coligação. Mesmo um analista político estagiário perceberia isso. Era preferível ter o PP amarrado ao governo, que na oposição. Aliás, estes dois anos e meio provaram isso – o PP e os membros de governo que indicou mantiveram sempre uma postura de Estado e uma competência, salvo a excepção de Celeste Cardona, que teve atenuantes por questões de saúde, bastante superior à média do executivo. Refiro-me aos ministros, porque a nível de secretários de Estado houve algumas desgraças, como, por exemplo, o caso de Mariana Cascais na Educação.

Pacheco Pereira desde a primeira hora que criticou severamente o governo, embora inicialmente a sua militância anti-governamental incidisse no parceiro de coligação, nomeadamente Paulo Portas, atacado da forma mais soez pela oposição e comunicação social sob a alegação de estar implicado no Caso Moderna.

Mas Pacheco Pereira não passa de um intelectual blasé, cujo halo que ele orgulhosamente ostenta sobre a gaforina é apenas a auréola que a esquerda, que detém as «verdades veiculadas» pela comunicação social lhe faz reflectir por ele ser um intelectual de direita colonizado pelo marxismo-leninismo da adolescência. O efeito «Pacheco Pereira» apenas serviu para potenciar feridas mais graves que foram o pecado original do governo de Durão Barroso, personalidade fraca, sem carisma. O mais grave foi que Durão Barroso não conseguiu mobilizar para o governo as personalidades mais competentes da área do PSD. A ministra das Finanças poderia dar uma boa secretária de Estado do Orçamento, mas não tinha estatura para ministra. Foi uma controladora financeira sem estratégia económica consistente. E os resultados viram-se: fez cortes e mais cortes sem conseguir reduzir a despesa pública e o défice orçamental.

A Fronda dos notáveis do partido foi o primeiro revés para Durão Barroso e para o governo. Nenhum deles queria partilhar as canseiras e a exposição pública de um governo em que nenhum acreditava. Felizmente para Durão Barroso a oposição acabou entretanto – o escândalo Casa Pia fragilizou a direcção do PS e toda a estratégia de atirar lama ao adversário político, que tinha sido a arma contra P Portas, acabou por fazer ricochete e virar-se contra a clique ferrista.

Quando Durão Barroso decidiu ir para Bruxelas já não tinha qualquer estratégia para um governo cinzento, que se arrastava penosamente e que ele não tinha coragem de remodelar, ou não sabia como o fazer.

Santana Lopes formou governo numa situação de grande desvantagem. O PR arrastou a indigitação, sujeitando-o a uma espera interminável e absurda; condicionou a formação e a actuação do governo de uma forma humilhante e contrária aos hábitos constitucionais da política portuguesa; declarou por diversas vezes que manteria o governo sob vigilância, o que era um convite aos clamores da oposição e da comunicação social por tudo o que o governo fizesse ou não fizesse e à instabilidade social que tal alarido permanente causaria; promoveu uma contínua instabilidade política, aproveitando todas as ocasiões para dramatizar a vida política – caso Marcelo, artigos de semanários, demissão de um ministro, etc.. Sampaio apenas indigitou Santana Lopes para o grelhar em fogo lento, à espera que o PS fosse uma alternativa política credível.

Enquanto isso acontecia, continuava a Fronda dos notáveis do partido – Marcelo, Marques Mendes, Manuela Ferreira Leite (que apesar da gestão medíocre nas Finanças foi recuperada e promovida ... por não apoiar PSL), etc., etc., e ainda um tal Miguel Veiga, que eu nunca percebi porque é que era um “notável”, mas cuja notoriedade é aparecer sempre, nestas alturas, a tirar o tapete debaixo dos pés de alguém ... do PSD. E o que era mais paradoxal é que este governo, apesar de muitas fragilidades e de todas estas contrariedades, meteu ombros a reformas que o governo de Barroso não tinha dado andamento.

Santana Lopes tem agido nestes quatro meses como um «patrocinado» do PR, um seu protegido, um seu cliente (no sentido romano do termo). O PSL tem sido um peão nas mãos do PR, que decidiu agora dá-lo a comer, para conseguir uma estratégia vitoriosa para o PS. O gambito Sampaio destina-se a promover Sócrates a “Dama” (honi soit ...). Mas era uma estratégia clara. Foi-o para mim, que estou muito longe destas andanças, e certamente seria mais óbvia para Santana Lopes, que calcorreava quase diariamente o caminho para Belém para ouvir mais uns remoques do PR. PSL ao aceitar estes quatro meses de humilhações, numa postura que lhe não é habitual, certamente não vai recolher quaisquer dividendos políticos.

Agora o martírio de Santana segundo Sampaio atingiu o acume. Após 4 meses de flagelação é obrigado a carregar a cruz do Orçamento de Estado para 2005, pela calçada de S. Bento, até ao alto do Gólgota, até à sede da representação nacional (que ainda nem sequer foi informada da sua dissolução!) – o PR, já depois de o ter demitido (apenas em efígie, por enquanto), ainda lhe exigiu a aprovação do Orçamento de Estado para 2005, considerando que terá que assumir a responsabilidade por essa aprovação. ... quem boa cruz fizer, nela se irá pregar ...

Não me parece que Santana Lopes, pese embora as muitas qualidades que tem nas competições eleitorais, tenha condições para um resultado airoso nas próximas eleições. Também não vejo ninguém no PSD capaz de se aventurar numa pugna eleitoral muito difícil. Santana Lopes assegura que pôs o lugar à disposição ... mas a troca de galhardetes entre ele e Macário Correia mostra que aquela oferta não deve ser levada muito ao pé da letra.

Os retalhos do PSD estão espalhados pelo soalho político. Não será fácil reuni-los e cerzi-los numa entidade homogénea. Nem eles se deixam cerzir facilmente, dada a sua volatilidade!

Mas as previsões em Portugal são falíveis. O país está numa situação económica catastrófica. A calamidade das finanças públicas é apenas um sintoma dessa doença profunda. Remediar esta situação só se consegue com medidas altamente impopulares. Não me parece que o PS, se ganhar as eleições, tenha condições políticas para as levar à prática, pois será eleito como contestação às políticas de austeridade dos governos desta coligação. Isto para além de não ter gente competente para o efeito. Portanto, nas próximas eleições, Portugal estará certamente mais um passo à beira do abismo e o PS desgastado por uma «política de direita» mal executada. E pode suceder que o poder caia inesperadamente no colo de algum líder do PSD ... a exemplo do que sucedeu com Durão Barroso.


Nota - Ler ainda:
A Aprovação do OE para 2005 é um exercício masoquista

Publicado por Joana às dezembro 2, 2004 11:06 PM

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Comentários

(...) PP com postura de Estado (...)

Joana , Vc não nos faça rir !
"postura de Estado" só se foi nos últimos 15 dias e a história deste governo tem + de 4 meses ;
se vc chama postura de estado à trapalhada entre PSL e BFélix , acerca da baixa/subida do IRS... estamos conversados !

Publicado por: zippiz às dezembro 2, 2004 11:18 PM

A quem não conhecer sugiro a leitura de um texto delicioso escrito (creio) em 1923 por Campos Monteiro, chamado "Saúde e Fraternidade". A minha geração, tal como a anterior, muito se riu com ele. Hoje em dia talvez provoque algumas lágrimas à mistura, dado que é a prova de que não melhorámos nada nestes 80 anos. Mas talvez seja pelo ridículo que acabemos por dar cabo deste sistema surrealista a que alguns, por humor, insistem em chamar "democracia".

Publicado por: Albatroz às dezembro 2, 2004 11:27 PM

zippiz em dezembro 2, 2004 11:18 PM:
A trapalhada foi feita por aqueles que queriam atrapalhar ...
As taxas (algumas) do IRS baixaram, logo houve uma abaixamento de impostos para a maioria.
Todavia, a massa global das receitas fiscais, a preços constantes, manteve-se, devido à redução ou eliminação dos benefícios fiscais.
É cansativo andar sempre a repetir a mesma coisa.

E repare que eu não concordo com ambas as medidas. Em qualquer dos casos quem fez confusão, e propositada, foi a comunicação social.

Publicado por: Joana às dezembro 2, 2004 11:33 PM

Afixado por Joana em dezembro 2, 2004 11:33 PM

já tinha percebido que Vc não gosta que se metam com o PP mas, daí a trazer à colação "a culpa comunicação social" , fica com ar de santanete deslocada, o que não deixa de ser uma injustiça !

Publicado por: zippiz às dezembro 2, 2004 11:44 PM

Isto agora só ía ao sítio com o Cavaco. A boa moeda que expulse a má e ele tem o dever - a missão - de passar das palavras às acções.

Publicado por: kavaka às dezembro 2, 2004 11:54 PM

Zippiz :
Eu não me atreveria a criticar a Comunicação Social, mas, em contrapartida, o «Expresso» censurou-me, neste 2 de Dezembro, um "copizyto" de «O Independente» que noticiava 800 mil euros de despesas ilegais da Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS), detectadas pelo Tribunal de Contas ... quere-se dizer, o aparelho circulatório da «Coisa» está pejado de aneurismas. Não ?

Publicado por: asdrubal às dezembro 3, 2004 12:26 AM

Até que enfim que chegámos aos lavores femininos!

Publicado por: Ant Curzio às dezembro 3, 2004 12:38 AM

Sempre quero ler a entrevista do António Borges ao Diário Económico. Será que ele é capaz de cerzir o patchwork?

Publicado por: David às dezembro 3, 2004 12:40 AM

asdrubal em dezembro 3, 2004 12:26 AM
Onde é que aquela dúzia de velhotes senis gastaram tanta massa?
E porque é que não faz copy para aqui. A Joana nem apaga os insultos a ela.

Publicado por: Coruja às dezembro 3, 2004 12:43 AM

o expresso talvez não tenha gostado que alguém transformasse o seu site num espaço de propaganda da concorrência. além disso, a classificação de despesas ilegais por parte do tribunal de contas não implica que tenha havido falcatruas. acontece milhões de vezes com as contas das autarquias e basta ter havido um erro de procedimento para serem ilegais do ponto de vista do tribunal de contas. acho que a titular do blog deve viver num estado de alma lamentável. ela a pensar que é mais inteligente do que todos os lorpas que vão para ministro ou secretário de estado e ninguém lhe deu um lugar no governo

Publicado por: Outsider às dezembro 3, 2004 12:44 AM

o expresso talvez não tenha gostado que alguém transformasse o seu site num espaço de propaganda da concorrência. além disso, a classificação de despesas ilegais por parte do tribunal de contas não implica que tenha havido falcatruas. acontece milhões de vezes com as contas das autarquias e basta ter havido um erro de procedimento para serem ilegais do ponto de vista do tribunal de contas. acho que a titular do blog deve viver num estado de alma lamentável. ela a pensar que é mais inteligente do que todos os lorpas que vão para ministro ou secretário de estado e ninguém lhe deu um lugar no governo

Publicado por: Outsider às dezembro 3, 2004 12:45 AM

A Citroen acaba de lançar em Portugal o seu modelo C4 que vem equipado com:

Ajuda ao estacionamento
ESP + ASR
Kit telefone mãos livres Bluethooth
Pack Anti-instrusão e pack navegação

E muito importante AFIL (alerta de transposição involuntária de linha)

Não precisa de fazer rodagem e aceitam modelos antigos como troca.

Publicado por: carlos alberto às dezembro 3, 2004 12:54 AM

Joana,
tudo isto é fado, tudo isto é triste. Sampaio deu pano para mangas aos adeptos das teoorias da conspiração. O PSD é, (infelizmente) o unico partido neste pedaço de sebo mal frequentado, capaz de reformar para o bem e para o mal. O PR soube, sabia e sabe que Ferro Rodrigues nunca ganharia eleições nenhumas. Cozeu o PSL em fogo lento e agora quer salteà-lo. O que este teria a fazer seria recusar-se a apresentar seja que OGE for a não ser que o PS votasse a favor.Para filho da puta, filho da puta e meio. O PSD e o PP não podem aprovar um Orçamento correndo o risco de perder as eleições e que seja alterado pelo PS, caso este ganhe as eleições. E mais facil do que parece. Poucos votantes lêm os blogues e os Funcionarios ja sabem em quem votar dê la por onde der, por isso que se fodam. A proposito ler http://www.causaliberal.net/convidados/manual.htm

(Perdoe-me os palavrões, mas a politica reduzida à tactica mexe-me com os nervos, é que nem da merda da estrategia se trata).

Publicado por: helder às dezembro 3, 2004 12:56 AM

Mas afinal em que ficamos Joana?
Onde estão os "incompetentes" de que falava Cavaco?
Ah! Como gostava de a compreender!

Publicado por: E.Oliveira às dezembro 3, 2004 01:25 AM

Ó E.Oliveira: então depois da Joana passar um post inteiro a chamar incompetentes q quase todos os ministros, ao PSl, ao PR e aos do PS que ainda são mais incompetentes, você pergunta «Onde estão os "incompetentes" de que falava Cavaco?»
Você é competente a ler coisas, ó amigo Oliveira?

Publicado por: Coruja às dezembro 3, 2004 01:37 AM

Outsider :
800 mil Euros de «erros de procedimento» numa «Alta Autoridade» (o que aliás acontece frequentemente nas Autarquias) ! Nem o Zippiz - a quem me dirigi - seria capaz de "fintar" esta eloquente notícia ... apaguem-me esta cena de republiqueta !

Publicado por: asdrubal às dezembro 3, 2004 01:50 AM

Desculpe lá óh "coruja", mas só a Joana é que me pode esclarecer!
Ninguém gasta tanta "massa" cinzenta nestas urdiduras, para depois não se fazer entender!
Já reparou em quem é que ela não "disparou"?
Mas eu cá gostava de ser mais esclarecido...pronto.

Publicado por: E.Oliveira às dezembro 3, 2004 01:53 AM

A conclusão é que estamos feitos. Nós, o país.

Publicado por: Ricardo às dezembro 3, 2004 02:16 AM

Afinal no que ficamos?

O OE é bom ou mau para o país? Ou o importante é ser visto apenas como bom ou mau para o PSD ou para o PS?

Se quem o fez acha que é bom PARA O PAÍS deve aprová-lo. Se acha que é mau PARA O PAÍS não o deve aprovar (mas então para que é que o fez??).

Eu acho que NÃO DEVE ser aprovado, porque a sua ausência iria levar a um pouco mais de austeridade, muito necessária num ano eleitoral PARA O PAÍS. Mas isso, aparentemente, não interessa...

Publicado por: João Branco às dezembro 3, 2004 11:30 AM

Não se sabe quem vai gerir este orçamento. Por isso acho que não deveria ser aprovado.
E viver com duodécimos é bompara a austeridade

Publicado por: cepedes às dezembro 3, 2004 01:00 PM

Não percebo é o PR querer à força o OE aprovado

Publicado por: cepedes às dezembro 3, 2004 01:01 PM


Boa tarde!

Um comentário numa palavra: Calimero

Cumprimentos.

P.

Publicado por: Pseudoeter às dezembro 3, 2004 02:45 PM

O PR é um Calimero?

Publicado por: vitapis às dezembro 3, 2004 03:17 PM

Que diabo, então ninguém se lembra de Alberto João Jardim para cerzir o patchwork?!
Julgam que o homem é estrangeiro, ou quê?
Tá tudo grosso!...

Publicado por: Senaqueribe às dezembro 3, 2004 03:54 PM

O AJJ é muito insular. Mas era capaz de se safar melhor que o PSL

Publicado por: fbmatos às dezembro 3, 2004 05:16 PM

Minha cara senhora, confesso que me agrada ler os seus textos. Mas permita-me, concedo-lhe sempre o beneficio da dúvida porque sei do seu exercício de retórica.
A realidade tal como muitos a sentem, pois claro, não está ao alcance das elites.
Gritante é a corrupção e o autêntico saque a que a coisa pública esta sujeita por um interminavel séquito de jactantes compadres, e porque legitimamente eleitos. Duvida!?
Outros chama-lhes incompetentes.
A sua abordagem seria diferente estou seguro disso.
fico por aqui...

Publicado por: tretas às dezembro 3, 2004 08:06 PM

Esta reaças está desorientada com a demissão do Santana e vem com a história do patchwork pra disfarçar

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 3, 2004 09:24 PM

Pois a verdade, verdadinha, verdadeira, é que os maus políticos expulsam não apenas os bons políticos mas também outros maus políticos. Estes, enquanto estão fora do poder, manobram de modo a fazerem-se passar por bons políticos e, assim, poderem, por sua vez, expulsar os que lá estão.
Portanto, a tal Lei de Gresham, evocada por Cavaco Silva, não parece ter aplicabilidade em política.

Publicado por: Senaqueribe às dezembro 3, 2004 09:33 PM

Afixado por asdrubal em dezembro 3, 2004 12:26 AM

caro asdrubal: eu acho que tudo isso tem que ver com aneurostenia do sistema, que por acaso é esta república mas podia ser qualquer monarquia !

Publicado por: zippiz às dezembro 3, 2004 10:23 PM

Não percebo como uma entidade (AACS) que não tinha nada para fazer, até ao caso Marcelo, que já tinha sido eliminada pela reforma constitucional, gaste tanto dinheiro. Ainda por cima de forma ilegal

Publicado por: Penalva às dezembro 3, 2004 11:04 PM

Afixado por asdrubal em dezembro 3, 2004 12:26 AM

"o «Expresso» censurou-me, neste 2 de Dezembro, um "copizyto" de «O Independente» que noticiava 800 mil euros de despesas ilegais da Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS), detectadas pelo Tribunal de Contas"

Pois ... é que muitas vezes aquilo que aparece no "Independente" não se escreve ...

Publicado por: noname às dezembro 3, 2004 11:28 PM

Concorda com a Decisão do Presidente da República em Convocar Eleições Antecipadas?

votar/ver em www.psd.pt mas não se admire com os resultados...pelo menos a esta hora !

Publicado por: zippiz às dezembro 3, 2004 11:36 PM

Afixado por: zippiz em dezembro 3, 2004 11:36 PM

Acho os resultados perfeitamente compreensíveis !

Publicado por: kavaka às dezembro 3, 2004 11:40 PM

Caro Zippiz :
.
A Monarquia está há longas décadas a observar e a aprender, quer com I República, quer com o Estado Novo, quer com a dissolvenda III República. E não tem pressa porque sabe que é o último reduto da Liberdade da res-pública e da autonomia política de Portugal no conserto das Nações. Olhe, peça lá ao Presidente o tal referendo acerca do Tratado da União ... ehehehe !

Publicado por: asdrubal às dezembro 4, 2004 01:22 AM

asdrubal em dezembro 4, 2004 01:22 AM: Portugal não tem conserto.

Publicado por: David às dezembro 4, 2004 01:27 AM

Não chatear a Guru Janica que foi de fim-de-semana com o partido. Segunda feira volta com 7 crónicas escritas no táxi entre o Saldanha e o Marquês, com a ajuda do "access" do papá, claro, senão era impossível.

PS - Os putos não são nada pretos, não tomam é banho!

Publicado por: Átila às dezembro 4, 2004 01:42 AM

Já agora, o aumento das rendas (e eu falo de rendas comerciais)- actuais ou antigas - para o ano de 2005 e estipuladas pelo Instituto de Estatísticas (ou coisa que o valha) é de 1.025. Há 15 anos que é 1.0 qualquer coisa. Que é como quem diz, "small is beautiful" ...

Publicado por: asdrubal às dezembro 4, 2004 01:59 AM

Este blog está cada vez mais parecido com o Expresso online

Publicado por: turista às dezembro 4, 2004 05:22 AM

turista: espera-se que os maus comentadores não expulsem os bons, de acordo com a Lei de Gresham.
No expresso online é o que tem estado a acontecer

Publicado por: Hector às dezembro 4, 2004 11:08 AM

Estes posts da Joana são notáveis. Só é pena que boa parte dos leitores nem tenham um domínio elementar do português para os entender (ou um domínio elementar da vergonha na cara para os querer entender).

Publicado por: Mario às dezembro 4, 2004 02:04 PM

Como é que é possível o PSD apresentar novamente o PSL como candidato a PM depois do que se viu nos últimos quatro meses ?! É a receita mais que certa para a derrota da Direita. Por favor mexam-se para que o próximo PM não seja o Sócrates com o Louçã (ou o Rosas) como ministro de estado ou coisa que o valha. Há tanta gente a analisar, prever e opinar e não há ninguém que consiga pôr em práctica um governo de direita minimamente competente ! Porque será ?

Publicado por: julia às dezembro 4, 2004 02:37 PM

Julia: a direita cometeu dois erros. O primeiro foi não ter acreditado na coligação, o que fez com que a maiorio dos "competentes" tivesse ficado nas tamanquinhas e não quisesse ir para o governo. O segundo foi ter aceite constituir governo patrocinado, como escreve a Joana, pelo PR. Ora Sampaio não é um político sério e fez cair o governo na altura ideal para o PS.

Publicado por: Novais de Paula às dezembro 4, 2004 03:34 PM

A direita está torta.
Júlia, mude de lado e vai ver que se sente outra!

Publicado por: E.Oliveira às dezembro 4, 2004 04:55 PM

A direita está tão torta como a esquerda ou como o regime democrático ... o que temos que deixar de fazer é pensar que as coisas já não podem piorar mais. É que podem piorar SEMPRE ! Para muito pior.

Acho escandaloso que já neste momento os nossos melhores cientistas sejam forçados a ir para o estrangeiro trabalhar, que todos os anos se mudem por inteiro os programas e os manuais do ensino básico por forma a minar ao máximo a confiança e a qualidade de professores e alunos, que não haja maiores apoios à família e às crianças(o nosso futuro !!!) , que não se recompensem os melhores, que não haja incentivos à excelência, etc. etc.

Acho igualmente escandaloso haver tanta gente disposta a dizer mal e sem a mínima preocupação de fazer bem aquilo que está ao seu alcance fazer bem.

Publicado por: julia às dezembro 4, 2004 06:25 PM

Oh Júlia o PSL não diria melhor...
Depois foi o que se viu.

Publicado por: E.Oliveira às dezembro 4, 2004 07:06 PM

Estes comentários estão muito desequilibrados. Então não vêem a agonia do Engº, coitado, que já só consegue dormir de mão dada com Vitorino ?
O Santana arrasta multidões, desarticula adversários, promove a alegria dos grandes combates, afasta o PS na Figueira, arrasa coligações de esquerda em Lisboa, vence Congressos e é magnânime com os Pachecos e os Marcelos que o traíram dúzias de vezes. Mesmo até o próprio Presidente deseja que o Orçamento de Estado - exactamente, do Governo de Santana Lopes - seja aprovado antes da dissolução da AR, o que a maioria poderia recusar, se quisesse, fazendo do Presidente o único responsável de uma crise de proporções trágicas.
Mas Santana Lopes é um político responsável, um patriota e um homem de tolerância para com os seus adversários, colocando o interesse dos Portugueses e de Portugal acima do próprio Presidente.
Força Santana Lopes, sempre pelos flancos, contra os canhões, marchar, marchar !
Pim !
.
"nonaname", 3 de Dezembro 2004
PS : Estará a dizer-me que o «O Independente» publicou na sua primeira página uma notícia falsa e caluniosa ?

Publicado por: asdrubal às dezembro 4, 2004 08:02 PM

Não seria a primeira vez...

# : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela às dezembro 5, 2004 02:50 PM

Graças a Joana, reúne-se aqui um grupo de pesos pesados de opinião que muito ajudam a decifrar a situação portuguesa, aos simples mortais como eu.

E, por isso, comungo convosco o seguinte episódio, uma vez que foi aqui mencionado um semanário.

O jornal O Público por motivos que não consigo atingir, na sua edição on-line resolve suprimir as crónicas de Miguel Sousa Tavares e Vasco Pulido Valente, sem fazer qualquer aviso aos seus leitores.
Outros jornais publicam também edições electrónicas truncadas mas enfim pouca gente se preocupa com o que diz o Correio da Manhã ou O Record.

Escrevi electronicamente ao Senhor Provedor que amavelmente me mandou dar uma volta com o argumento que o Provedor não tem nada a ver com essa edição e no melhor estilo de funcionalismo público mandou-me um endereço de e_mail para apresentar as minhas preocupações.

Acho que vou desistir, mas não deixa de ser curioso como até nisto, estamos um passo atrás da realidade.

Publicado por: Carlos Alberto às dezembro 5, 2004 07:51 PM

Devo estar com alucinações. Ha alguns dias atrás Migel Relvas afirmava aos microfones da TSF a intenção do PSD em propor uma aliança eleitoral ao actual parceiro de coligação. Hoje leio declarações do mesmo dirigente afirmando que "está mais na natureza do PSD-P ir a eleições sózinho".

Interessante notar que até agora as declarações públicas dos dirigentes do PSD (e em particular PSL) têm-se centrado nos seguintes temas: "a injusta decisão do PR ao de demitir o PM (o pendor quase bíblico da referência às três negações é delicioso)" e a "coligação (ou não) com o PP". Ainda não ouvi uma palavra sobre as propostas/programa de PSL (e do PPD-PSD) para um eventual mandato governativo.

Até pode ser que PSL e o PSD-PP ganhem as eleições, mas isso só vem demonstrar que a falta de competência das elites é o reflexo daquilo que VJS chamava a "geração rasca".

Publicado por: Carlos Oliveira às dezembro 5, 2004 08:23 PM

Carlos Alberto em dezembro 5, 2004 07:51 PM:
É natural que o Público tente aumentar as vendas do jornal retirando os artigos que acha mais vendáveis do on-line.
A solução é a malta não comprar o jornal por causa disso, para eles perceberem que não ganham nada

Publicado por: David às dezembro 5, 2004 08:38 PM

Só para "precisar" :
.
"A Geração Rasca" é um termo plagiado da "Bof Génération", capa, praí do começo dos anos 80, do "Nouvel Observateur". E no original, tinha o significado do desiteresse e da desmotivação dos mais jovens pela comunidade e pela política ...

Publicado por: asdrubal às dezembro 5, 2004 09:55 PM

Como o próprio Adrubal reconhece o significado de "Bof" como "desinteresse e da desmotivação" (na circunstância dos mais jovens pela comunidade e pela política). Ora este não corresponde ao sentido que VJS atribuiu á expressão "rasca" (bastante mais abrangente e menos inócuo).

Sendo assim porquê a acusação de plagio?

Publicado por: Carlos às dezembro 6, 2004 01:32 AM

Porque o Vicente Jorge Silva nem a plagiar é bom.
Já o não era nos tempos do jornalinho cor de rosa...

Publicado por: (M)arca Amarela às dezembro 6, 2004 04:27 AM

Carlos :
Eu emendo :
... um termo «sugerido» por um título de capa do «Nouvel Obs». Deus me livre fazer murchar o «Punch» de VJS. Eu até ia de propósito à Maspero comprar o "Comércio" !

Publicado por: asdrubal às dezembro 7, 2004 04:07 PM

A Maspero não faliu pelo facto da malta roubar os livros e o livreiro achar que roubar livros era uma acto de cultura?

Publicado por: vitapis às dezembro 8, 2004 12:40 PM

Foi a justiça imanente!

Publicado por: AJ Nunes às dezembro 8, 2004 02:09 PM

pARECE QU ESSESCOMENTÁRIOS ERAM DESNECESSÁRIOS,POIS AFINAL O PSL O PP FORAM DERROTADOS E O PS CONSEGUIU O QUE QUERIA.MEUS SENHORES, AS VOSSAS PRECES SAIRAM PARA SACO ROTO, E AINDA POR CIMA OS SEUS PARTIDOS NÃO TEM ALTERNATIVAS.
aGORA É QUE ELES VÃO ENCHER OS SEUS BOLSOS.
sAUDAÇÕES bENFIQUISTAS

Publicado por: PACO fORTES às fevereiro 26, 2005 06:24 PM

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