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outubro 15, 2004

Fábulas de La Louçã

1 - A fábula da vaca e da galinha

Uma vaca e uma galinha ficaram um dia fechadas, acidentalmente, numa sala. Foi um acidente deplorável para os donos da casa porquanto estes tinham muita estima num enorme tapete de Arraiolos que se estendia, magnificamente, pela maior parte do chão da sala. A chave não aparecia. A vaca mugia persistentemente. A galinha cacarejava aflitivamente. Foi o pânico.
Com a mulher aos gritos, o marido deu uma saltada à arrecadação de onde trouxe um pé-de-cabra, um dos mais importantes equipamentos da profissão que exercia no turno da noite.

A porta foi arrombada, ruindo fragorosamente, a galinha saltitava desajeitadamente, a vaca, de espanto, enfiou um dos cornos num canapé Luís XV, penas esvoaçavam pela sala. Mesmo no centro do tapete emergia um novo objecto.
- É um ovo! – exclamou a mulher.
O homem correu a apanhá-lo. Sacudiu a mão nervosamente a mão e comentou:
- Talvez seja. Mas olha que foi a vaca que o pôs!

Moralidades:
1. As aparências iludem;
2. Nunca se contraria uma mulher em pânico;
3. Manter sempre tapetes de Arraiolos (a menos que sejam feitos na China) fora do alcance de vacas e galinhas.

2 - A fábula do Marcelo, do Paes e do Rui

Uma tarde La Louçã fechou numa sala Marcelo Rebelo de Sousa, a criticar o Governo, o presidente da Media Capital, a ter negócios com o Governo, e o ministro dos Assuntos Parlamentares, a acusar Marcelo de fazer comentários de ódio ao Governo. La Louçã abre a porta, aparece um ovo e é corrido o professor Marcelo.

- Quem é que pôs o ovo? Perguntou o fabuloso fabulista

Elementar, caro La Louçã, foi o professor Marcelo. Foi por isso que ele saiu a correr, envergonhado. O patrão apropriou-se do ovo, sob a alegação de ter sido posto por alguém que efectuou a postura ao seu serviço e o ministro dirigiu um ofício ao ministro das Finanças a pedir que fosse liquidado o Imposto de Mais Valias sobre o ovo.

Moralidades:
4. Nunca abras uma porta de repente, pois pode sair de lá o professor Marcelo a correr;
5. Nunca ponhas um ovo, estando o patrão na mesma sala;
6. Nunca te apropries de um ovo com um ministro a assistir, pois podes ser obrigado a pagar as Mais Valias e uma coima por não teres entregue a declaração;


3 - A fábula de La Louçã e da Drago

Um dia, o fabulista La Louçã e a fabulosa Ana Drago fecharam-se numa sala que dá para os Passos Perdidos. Quando Mota Amaral, indignado, arrombou a porta, havia, dentro da sala, e para além deles, um ovo.

- Quem é que pôs o ovo? Perguntou incrédula a Representação Nacional.

Elementar, caríssima Representação, foi o fabulista La Louçã. Ana Drago assumiu já há tempos o compromisso público, por escrito, que nunca serviria de incubadora em nenhuma circunstância.

Moralidades:
7. A frequência dos Passos Perdidos não é aconselhável a quem tenha o colesterol elevado;
8. La Louçã faz da política uma fábula e da fábula a sua política

Entretanto La Louçã vai enviar o ovo para o barco das Women on Waves, para prevenir a hipótese de ele estar galado.

Publicado por Joana às outubro 15, 2004 11:49 PM

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Comentários

Tem piada. E está bem visto

Publicado por: Bsotto às outubro 16, 2004 12:43 AM

O Louçã galado?? eh eh eh
Por quem?

Publicado por: Coruja às outubro 16, 2004 12:56 AM

O LOuçã não percebe quando se torna ridículo.
Está de tal for,a entusiasmado consigo próprio!

Publicado por: mauricio às outubro 16, 2004 09:47 AM

Tá com piada

Publicado por: AJ Nunes às outubro 16, 2004 09:14 PM

O Louçã é um autoconvencido que está cada vez mais em baixo de credibilidade

Publicado por: Rui Sá às outubro 17, 2004 01:09 PM

O Louçã é um autoconvencido que está cada vez mais em baixo de credibilidade

Publicado por: Rui Sá às outubro 17, 2004 01:09 PM

O Louçã chegou ao grau zero da política. Na ânsia de deitar abaixo os políticos, tornou-se no que hoje é.

Publicado por: Reininho às outubro 17, 2004 02:44 PM

Isto para dizer que não achei nada de especial estas fábulas. Mas o Louçã não merecia melhor

Publicado por: Reininho às outubro 17, 2004 02:45 PM

Concordo, Reininho

Publicado por: c seixas às outubro 17, 2004 03:49 PM

Há uma teoria que diz que os temas podem condicionar gravemente os conteúdos.
Ora, escrever sobre o Louçã...

Publicado por: (M)arca Amarela às outubro 17, 2004 06:00 PM

joana,
escusava de se cansar a escrever ; indica este site e tinha o caso arrumado :http://oanacleto.blogspot.com/

a propósito , já leu António Barreto , hoje no Público? Aconselho a leitura (não disponível online...sabe-se lá porquê)

Publicado por: zippiz às outubro 17, 2004 06:40 PM

joana,
pode ir preparando o próximo post sobre a primeira derrota de PSL ... nos Açores !
não se esqueça de MRS , de PPportas e do ministro da Agricultura que meteu licença para poder passar a campanha eleitoral nas ilhas.
Tiveram o que mereceram e um dia na Madeira o povo julgará os caciques.

Publicado por: zippiz às outubro 17, 2004 11:12 PM

Joana
Encontrei uma prima sua por mero acaso
Aqui fica a morada:
http://direitoinformatico.org/cynthia/index.php?p=147

# : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela às outubro 18, 2004 12:11 AM

Ainda para Joana

Se quiser dar-se ao trabalho, espreite o conteúdo deste site:

http://www.hubbertpeak.com/

e verá que as suas prospectivas (não escrevi perspectivas) vão mudar

Publicado por: (M)arca Amarela às outubro 18, 2004 12:44 AM

(M)arca Amarela em outubro 17, 2004 06:00 PM:
Pois ...
Essa teoria é capaz de ter alguma sustentação

Publicado por: Joana às outubro 18, 2004 02:07 PM

zippiz em outubro 17, 2004 11:12 PM:
Não consegui ... protelámos o nosso regresso a Lisboa para depois do fim do jogo ... e era muito tarde.
Também pensava referir a hecatombe do BE em ambas as regiões e veja lá como os melhores projectos vão por água abaixo.
O que vale é que eu, ao contrário de tantos que agora o elogiam, nunca acreditei muito no Marcelo. Imagine que ele previu uma eventual vitória da coligação!!

Publicado por: Joana às outubro 18, 2004 02:13 PM

(M)arca Amarela em outubro 18, 2004 12:11 AM:
Obrigada ... e logo um artigo cheio de interesse. Nunca se sabe se algum comentado fica irritado e me demanda judicialmente

Publicado por: Joana às outubro 18, 2004 02:16 PM

As energias ditas alternativas são o futuro. O problema é que para além das hídricas, quase no limite, e das eólicas, bastante limitadas na potência, ainda não há tecnologia que permita a sua obtenção de forma económica.
A utilização do hidrogénio, em células de combustível, é a que está mais próxima, mas já pensou no que é a alteração de todo o parque automóvel, e tudo o que lhe está ligado (locais de abastecimento, etc)?
Vai ser um processo muito demorado, a menos que alguma catástrofe imponha alterações súbitas aceites por todos como imprescindíveis.

Publicado por: Joana às outubro 18, 2004 02:24 PM

Não fique com o ego em baixo que pelo menos tem bastante mais piada que a metáfora do Louçã

Publicado por: AJ Nunes às outubro 18, 2004 03:57 PM

Insultas o Louçã porque ele é de esquerda e tu uma reaças. O Louçã tem mais valor num cabelo que tu em todo ocorpo

Publicado por: Cisco Kid às outubro 18, 2004 04:02 PM

ahahahahahahahahah!

JOANA,a minha cara abusa desse infeliz Louçã.A do "Louçã Galado" caiu-me no goto.Um galo transformado em galinha e sem saber quem foi o galo que...
Aliás,terá ele a certeza de quem é o pai?
Nunca meta o Louçã na sala de sua casa,pois ele "vomita-lhe de ódio" o tapete de Arraiolos

Publicado por: ZEUS8441 às outubro 22, 2004 09:40 AM

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