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julho 07, 2004
Síntese Política da Semana
Como continua tudo no segredo dos deuses (se é que os deuses não estão apenas loucos), vou aproveitar este compasso de espera para fazer uma síntese das opiniões que emiti durante a última semana:
1 Durão Barroso aceitou a sua indigitação para a Presidência da Comissão Europeia. Esta indigitação honra o país. Verificou-se, todavia, que afinal a maioria da oposição não concorda que tal escolha honre o país. Mas dado que a quase totalidade da mesma oposição sempre achou que uma eventual indigitação de António Vitorino para aquele posto constituiria uma enorme honra para o país, só há uma conclusão lógica a tirar: a oposição não se rege por critérios patrióticos mas por uma mera mesquinhez partidária. Portanto, se era uma honra para António Vitorino, sê-lo-á sem quaisquer ambiguidades para Durão Barroso.
2 Aquela indigitação implicava o abandono da chefia da governação e a queda automática do governo. Durão Barroso pôs Sampaio ao corrente da situação e J Sampaio disse em público, e certamente em privado, que aquela escolha honrava o país. Se um chefe de governo sai, a meio de uma legislatura, por honoris causa, seria incompreensível «punir» a coligação que tem governado e tomado medidas impopulares para tentar restabelecer as finanças públicas, aproveitando este facto «honroso» para o país, para fazer eleições antecipadas.
3 A solução constitucional, num enquadramento em que existe uma maioria estável na AR, eleita por 4 anos, é a manutenção da coligação no poder. Todavia o PR tem legitimidade para dissolver a AR quando o entender. Resta saber se essa «legitimidade» é compaginável com a atitude de congratulação e incitamento a Durão Barroso para aceitar aquele cargo e se não poderá ser tomada, se vier a acontecer, por hipocrisia.
4 Logo que este assunto veio a público, veio igualmente a público que afinal o país estava numa crise política. Tornou-se claro que o PR iria enveredar por manobras dilatórias, apoiadas numa pretensa instabilidade da coligação. É normal que a mudança de uma chefia governativa não seja absolutamente consensual, mas daí a apregoar a instabilidade da coligação ia uma enorme distância.
5 Estas manobras dilatórias do PR, apoiadas pelos meios de comunicação social e por manifs pífias promovidas pelas oposições, obrigaram a um compasso de espera de Durão Barroso, que se viu forçado a desencadear acções internas para se assegurar do consenso dentro do PSD, e transmitir para o exterior uma imagem de estabilidade. Tudo isto levou a um arrastamento da situação e a que só anteontem Durão Barroso estivesse em condições de apresentar a sua demissão.
6 Entretanto o PR passou a semana anterior a ouvir «personalidades» diversas que só tinham um denominador comum: ninguém perceber porque foram convidadas aquelas e não outras quaisquer. A maioria dessas personalidades tinha algo também em comum: estava contra o novo governo que se perspectivava no seio da coligação. Portanto, o PR passou uma semana a meter paus na roda numa possível solução constitucionalmente normal. O PR passou a semana a promover a crise. Falou-se numa crise artificial. Já não o é. Esta dilação tornou-a real.
7 Esta dilação injustificada é grave para a economia portuguesa qualquer que seja a decisão que o PR tomar. Mas é sobretudo grave para o próprio PR. Se o PR aceitar a solução proposta pela actual maioria, malquista-se com as oposições, porque lhes defraudou as expectativas, e enfraquece a sua imagem perante os agentes económicos que consideram completamente insensato este protelamento da decisão. Se marcar eleições antecipadas vai ser considerado o principal fautor da instabilidade económica daí resultante e um dos alvos das campanhas do PSD e do PP. Se as eleições não conduzirem a uma maioria estável fica liquidado politicamente: a sua decisão será considerada um aventureirismo político, tomada com intuitos partidários e sem ter em conta os interesses do país.
8 Só um golpe de sorte poderia salvar o PR: o PS ganhar com maioria absoluta. A questão é que, actualmente, o PS não é uma alternativa governativa viável. Vive uma deriva esquerdista, os seus actuais líderes são técnica e politicamente incapazes e vai ser referendado por uma clientela que depois irá tentar cobrar-se à custa de um erário público à beira da insolvência. O PS não terá margem de manobra para satisfazer as expectativas de facilitismo que criou e a sua governação poderá ser um desastre completo. O PS precisa primeiro de arrumar a casa, promover líderes capazes e constituir-se como alternativa credível. Na sua quase totalidade, as figuras de topo do PS, que não pertencem à ala Ferrista, não estão nada interessadas em eleições antecipadas.
9 Há uma semana eu estava plenamente convicta que não haveria eleições antecipadas e que esta «crise» não passava de uma rábula do PR. Opinião aliás partilhada por um elemento de topo do PS com quem falei na altura e que achava que eleições antecipadas com Ferro Rodrigues a dirigir o partido seria completamente insensato e que o PR não as iria marcar. Hoje não estou tão convicta disso.
Esperemos tranquilamente as cenas dos próximos capítulos: afinal de contas é apenas a prosperidade do país que está em causa.
Publicado por Joana às julho 7, 2004 07:11 PM
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Comentários
Eu também estou convencido que o PR irá marcar eleições antecipadas
Publicado por: David às julho 7, 2004 09:39 PM
Joana: acho esta sua análise de uma grande coerência e lucidez, o que vem sendo habitual.
É triste ver a situação a que o país chegou. Este governo foi muito fraco para a tarefa que tinha entre mãos. Fez muito pouco do que podia e devia fazer. Talvez com o Santana a coisa melhorasse ligeiramente porque tem mais genica e ambição. E acima de tudo, é menos cinzento. Agora o FR, se o PS ganhar, vai ser um desastre total. Que Deus se apiede do nosso país.
Mas veja a coisa pelo lado positivo, Joana. Como escreve, trata-se apenas do país! A vocês não vos afecta um milímetro, aos seus pais, idem. Para quê ralações?
E repare no requinte de malvadez de, nos próximos anos, ver o país a afundar-se e aqueles que agora andam feitos galinhas tontas a cacarejar contra a actual coligação serem as próximas vítimas.
Publicado por: L M às julho 7, 2004 09:52 PM
eu também estou convencido de que :
- o PP continua comandado por arruaceiros ( vidé documento sobre os "sabotadores" ).
- o PSL já começou a ouvir os fazedores de imagem : cortou o cabelo com um pouco mais de cuidado !
- o PS parece uma barata tonta com a liderança de FRodrigues
- o BE , ao contrário do que se faz crer , também tem inimigos de estimação nos jornais ( vidé capa do Público de hoje)
- a Joana não aprecia o PR mas acha natural o 1ºministro FUGIR após a derrota de 13 de Junho
Publicado por: zippiz às julho 7, 2004 11:08 PM
o PR está entre a espada e a parede...
falta-lhe avaliar as consequências de cada decisão: eleições ou não...
1º COM ELEIÇÕES:
o bom:
ter um 1º ministro do PS a governar
o mau:
O Ferro Rodrigues eleito nos próximos meses, sem maioria no parlamento, só catapultaria o PSD para uma vitória nas próximas eleições daqui +/- 2 anos... Todos sabem, até os menos astutos do PS, que Ferro Rodrigues ocupa o cargo de presidente do partido socialista aguardando um nome mais sonante e mais bem aceite pelos eleitores do PS . Se for 1º ministro agora, será um contratempo de 6 anos para o PS - e se tivermos um Cavaco Silva como Presidente nas próximas eleições presidenciais, ainda pior.
2º SEM ELEIÇÕES
O Bom:
não haverá instabilidade no país e a possível continuidade da política assumida pelo PSD até hoje daria uma vitoria estrondosa ao PS daqui 2 anos nas próximas eleições.
O Mau:
Pedro Santana Lopes com primeiro ministro poderá ter uma política mais bem aceite pelos eleitores... tem uma visão mais moderna e mais social da politica que poderá agradar aos eleitores de 2006... dando uma possível vitoria ao PSD...
Feitas as contas, daquilo que escrevi mais tudo aquilo muito bem descrito pela Joana, penso que as consequências seriam piores para o PS se fossemos para eleições nos próximos meses, o Jorge Sampaio deverá tomar a decisão de não provocar eleições antecipadas...
mas tudo isto é especulação... nada mais... quem toma a decisão final é o Presidente. Claro que ele já terá sondado quase o país inteiro para atenuar a gravidade da decisão que irá tomar... não será por isso completamente culpado duma eventual má decisão... mas com certeza que deve recear sair definitivamente deste governo daqui +/- 2 anos com um desastre no seu currículo ele que passou toda a legislatura sem actuações de relevo mas sempre com um apoio cego e total dos Portugueses...
Publicado por: Ch'ti às julho 7, 2004 11:30 PM
Alguem me sabe dizer onde posso encontrar os curriculos dos politicos seguintes:
Ferro Rodrigues
Durao Barros
Paulo Portas
F.Locã
P.S. Lopes
etc...
é que eu gostaria de saber quais os estudos e percursos políticos destes senhores que nos governam...
obrigado
Publicado por: Ch'ti às julho 8, 2004 12:53 AM
zippiz em julho 7, 2004 11:08 PM
Os do PP são arruaceiros mas quem faz propaganda das mocas é o BE e quem destroi e incendeia montras e carros lá fora nas manifestações anti-globalização é gente com ideias iguais às do BE.
Arruaceiros e trauliteiros são vocês
Publicado por: Mocho às julho 8, 2004 01:09 AM
Nos sites da AR e do Governo vêm os curriculos resumidos dos deputados e membros do governo.
Atenção que muitos deles são "retocados"
Publicado por: Mocho às julho 8, 2004 01:11 AM
És uma reaças e estás apavorada com as eleições
Publicado por: Cisco Kid às julho 8, 2004 01:34 AM
Síntese magnífica! Parabéns
Publicado por: A Trofa às julho 8, 2004 01:56 AM
Mocho, muito obrigado!
Publicado por: Ch'ti às julho 8, 2004 09:28 AM
Na minha muito modesta opinião, não consigo perceber o que faz os dirigentes (e não só) do PSD e do PP terem um receio tão grande de enfrentarem as eventuais eleições, pensarão os senhores que os portugueses são acéfalos?
Os portugueses, dde um modo geral, são mal informados, pois ninguém (entenda-se os políticos com tempo de antena nos media) se preocupa em identificar, explicar e informar os portugueses sobre os reais problemas da nação,e quando têm oportunidade de o fazer, pura e simplesmente degladiam-se entre eles, sem qualquer resultado prático.
Penso que as pessoas estão renitentes em relação a PSL, mas também o estão em relação a FR, ou seja, o sentimento dominante é que estamos encostados à parede e com uma espada de gume muito aguçado encostada ao ventre, veremos o que isto vai dar...
Publicado por: Alves às julho 8, 2004 10:13 AM
A questão não é ter medo das eleições. É o tempo que se perde com eleições antecipadas.
Se fossem eleições normais, o governo governaria em pleno até às eleições (aliás, até à indigitação do governo seguinte, embora fosse curial, em caso de derrota, ter nesse período apenas actos de gestão corrente). No caso actual só teremos um governo em pleno no princípio do ano que vem e um OGE lá para Março.
Publicado por: L M às julho 8, 2004 12:24 PM
A questão não é ter medo das eleições. É o tempo que se perde com eleições antecipadas.
Se fossem eleições normais, o governo governaria em pleno até às eleições (aliás, até à indigitação do governo seguinte, embora fosse curial, em caso de derrota, ter nesse período apenas actos de gestão corrente). No caso actual só teremos um governo em pleno no princípio do ano que vem e um OGE lá para Março.
Publicado por: L M às julho 8, 2004 12:24 PM
Quem está à rasca é o PP que será o maior perdedor, pois deverá ir sozinho
Publicado por: c seixas às julho 8, 2004 12:34 PM
Minha cara Joana, tenha lá paciência, mas isto é um pouco longo!
Isto é realmente uma tristeza de país!
Desde o passado dia 26 de Junho que o sr. PR tem conhecimento da ida do PM para Presidente da Comissão Europeia há duas semanas!!
Recebeu o PM, o líder do maior partido da oposição e recebeu os seus amigos mais próximos, alguns dos quais com assento no Conselho de Estado!
Aquilo que era uma simples substituição de PM, torna-se por parte da inabilidade política do PR numa crise de sucessão!
Porque ou o sr. Presidente da República sabe o que vai e tem de fazer ou não sabe, o que é grave porque significa que não está preparado para tomar as decisões que lhe competem tomar!
Afigura-se que no presente caso, o sr. Presidente da República está a deixar vir á tona a mais reputada característica de um socialista a incapacidade, o horror a tomar decisões!
Estranho no entanto, que, em 2001, tenha de imediato convidado o Partido mais votado, a formar Governo, após a demissão de um PM que segundo as suas palavras, que vivia num pântano político!
Só após estes partido ter recusado a formação e novo Governo, fosse pela incapacidade de decidir, fosse pela falta de coragem em tomar as medidas necessárias à recuperação económica, é que convocou eleições, porque efectivamente não tinha outra alternativa!
Existe assim uma dualidade de critérios na actuação do sr. Presidente da República, o que não apenas não lhe fica bem, como pessoa, mas também porque pretende assumir um protagonismo na vida política do país que não devia ter, mas, que não será estranho se atendermos a que o anterior PR sempre se assumiu durante os seus mandatos, como o líder da oposição!
Por outro lado, há neste momento com a convocação do Conselho de Estado, membros do mesmo que são ouvidos duas vezes, o que não deixa de ser estranho, porquanto estes deveriam estar numa situação de igualdade perante o PR, o que não acontece!
Assim, o sr. PR está com a sua manifesta incapacidade de decisão a chutar a bola para terceiros e a criar um grave precedente no país, porquanto em próximas eleições, se as mesmas forem ganhas pelo Partido da Oposição, deverá considerar-se que mudou o espectro político do país e que as forças políticas deixam de estar distribuídas como foram eleitas em eleições legislativas, havendo por isso fundamento para dissolver a AR e convocar eleições antecipadas!
Mas, deve o Sr. Presidente ter em atenção que:
A) Os mandatos, são para cumprir até ao fim!
B) É o Partido mais votado em eleições legislativas que indica o nome para Primeiro Ministro!
Por isso, a decisão do PR vai criar um precedente, que poderá originar instabilidade política, pois o Partido que Governa, nunca sabe se o fim do seu mandato, são as próximas eleições legislativas ou as próximas eleições para a Junta de freguesia mais próxima!
Publicado por: palms às julho 8, 2004 12:54 PM
Esteja à vontade, palms.
Aqui não há, ao que julgo, limitações de espaço.
Publicado por: Joana às julho 8, 2004 01:04 PM
JavaFILE
//© Copyright by Vaitokunãtarda!
var agePrompt=prompt("Quantas vezes já te foram ao cu?");
if (agePrompt>=1) alert('Grande Rabeta! Estás mesmo no site certo!')
else {
alert('O RIAPA não é para ti!')
document.location="http://www.opusdei.org.br/";
}
Publicado por: qwe312 às julho 8, 2004 04:00 PM
Esse programa é para o P Pedroso, Féfé e C Cruz?
Publicado por: Mocho às julho 8, 2004 05:12 PM
Se alguma bomba Casa Pia renetar durante a campanha, não sei o que vai acontecer
Publicado por: Rave às julho 8, 2004 06:57 PM
Não renetar mas sim rebentar
Publicado por: Rave às julho 8, 2004 06:58 PM
Caro Mocho ,
obrigado por me filiar no Be .
só lhe faltou escrever , mas deve vir a seguir , que só gostamos da Abânia e do Fidel ; o habitual.
ps1 : a respeito de mocas só conheci as de Rio Maior.
ps2 : para além de arruaceiros , no sentido político , eu diria que o CDSPP e PPortas não tiveram respeito por Sampaio ao "ocultarem" o ponto de vista do PR sobre eleições antecipadas ; há quem chame a isso esperteza saloia , eu diria que é o oportunismo normal em PPortas.
Publicado por: zippiz às julho 8, 2004 09:01 PM
As grandes reformas deste governo devem-se ao CDS/PP.
Joana,é muito provável que os democratas cristãos paguem a ousadia de fazer mexer este país.
Seria tremendamente injusto que outros viessem a beneficiar com essas reformas.
Pediram-se sacrificios,mas também foram pedidas alterações estruturais,para que o país viesse a funcionar melhor.
Os conservadores socialistas não queriam que se mexesse uma palha.
Os portugueses deverão conceder o privilégio a uma oposição que fez atrasar o país?
Só com um PR socialista isso poderá acontecer.
Publicado por: PSL/PP às julho 8, 2004 09:40 PM
Eh eh eh eh eh eh eh eh eh os reaças tão todos aterrorizados
Publicado por: z às julho 8, 2004 11:56 PM
Eh eh eh eh eh eh eh eh eh os reaças tão todos aterrorizados
Publicado por: z às julho 8, 2004 11:56 PM
Eh eh eh eh eh eh eh eh eh os reaças tão todos aterrorizados
Publicado por: z às julho 8, 2004 11:56 PM
Quem está nervoso és tu, que te escorregam os dedos nas teclas
Publicado por: Mocho às julho 9, 2004 12:11 AM
Também tenho a ideia que o PR passou a perna ao Durão. Este deve ter ficado convencido que o PR não convocava eleições antecipadas.
Mas se passou a perna é porque o Durão não foi esperto. Não se pode queixar da artimanha do PR
Publicado por: Vitapis às julho 9, 2004 12:34 AM
Aliás, pensando melhor, o Durão deixou-se levar mais facilmente porque ele também estava ansioso de ir para Bruxelas.
Era um cargo honroso e via-se livre de uma situação que não sabia como resolver
Publicado por: Vitapis às julho 9, 2004 12:35 AM
PSL/PP em julho 8, 2004 09:40 PM
A política não tem moral. O Durão deveria ter medido melhor as consequências antes de aceitar a indigitação para o cargo.
Já se sabe que após medidas impopulares o eleitorado fica do contra.
Publicado por: c seixas às julho 9, 2004 12:40 AM
Manobras dilatórias...
Hum...
Tanto quanto nos é dado saber, o Sr. Durão Barroso só apresentou a sua demissão ao PR no dia 5 (Segunda-Feira).
Tanto quanto nos é dado saber, o PR antes dessa data estava, constitucional e moralmente, impedido de dizer ou fazer o que quer que fosse em relação a uma hipotética demissão do Primeiro-Ministro. Até porque, sabendo-se como funciona a União Europeia, o convite a Durão poderia ter sido retirado a qualquer momento...
Todavia, já dia 5 (!) o blog Semiramis editava um texto em que afirmava : "O país continua parado à espera de Sampaio".
Isto é, Semiramis apelava à inconsticionalidade dos actos do PR, tal qual como a maioria dos media falhos de inteligência medianamente exigida.
Para Semiramis, o prazo que decorre do fim do dia de 5 do corrente até hoje é uma eternidade. 3 diazitos é uma eternidade na vida de Semiramis...
3 diazitos, no parecer de Semiramis, é considerado "manobra dilatória"...
No entanto, na eternidade que são 3 diazitos na vida de Semiramis, Semiramis já conseguiu (finalmente!) compreender o que quase todos os que não são apressados como Semiramis perceberam: as eleições estão aí...
Ainda não compreendeu o que é a constiticionalidade (coisa de tipos que cursam "direito" e quejandos), mas já vai compreendendo que, apesar dos (das) muitos (muitas) Semiramis para quem 3 diazitos são uma eternidade dilatória, o país prefere votar a ser, uma vez mais, enganado por uma infinidade de gestores de 3 diazitos.
Parabéns, Semiramis...
Nestes 3 diazitos aprendeu uma lição de democracia.
Espero que também tenha aprendido que 3 diazitos, comparados com a eternidade dos dois anos e tal de disparates infligidos pelo Sr. Durão & Cª, nada são nem na sua vida nem na vida do tal Portugal da prosperidade apregoada.
Um abraço.
PS: tem absoluta razão em afirmar que Soares Martínez era da área do Direito (tal como o falecido Sousa Franco e alguns prémios Nobel da Economia o eram). Será que, seguindo o seu raciocínio, também eu poderia perguntar o que percebe Semiramis (vindo da área da Economia, como parece quer parecer) de constitucionalidade?
Publicado por: re-tombola às julho 9, 2004 01:00 AM
no post de Joana "Á Espera de Godot Sampaio" , escrevi :
(...)discordo da premissa : "o país continua parado à espera de Sampaio".
é mais correcto dizer que Durão está pelo menos há 8 dias para se demitir.
Durão tinha uma agenda e não podia falhar a FOTOGRAFIA do final do EURO .
nem os Gregos o ajudaram .
Joana , refaça o seu artigo porque a sua premissa está errada (...)
Afixado por zippiz em julho 5,
Joana , preocupada com o desaparecimento da actual maioria , nem tempo teve senão para voltar a insistir na mesma tecla da lentidão do PR .
Publicado por: zippiz às julho 9, 2004 01:14 AM
Dear Semiramis,
Esqueci-me de lhe lembrar, em relação ao ponto 9 do seu texto, que o tal "elemento de topo do PS" fica em pé de igualdade com Miguel Veiga do PSD: também ele acha que com ou sem eleições Santana Lopes não deverá poder nomeado Primeiro-Ministro.
Ora, considerando que existem muitos elementos de topo de todos os partidos políticos portugueses a considerarem que os seus próprios líderes são gente incapaz de assumir o cargo de Primeiro-Ministro, resta-nos o quê? Solicitar a Alberto João Jardim que tome o poder?
Publicado por: re-tombola às julho 9, 2004 01:21 AM
A contra-argumentação da sinistra é sempre apresentada como se fosse uma pedrada atirada à cabeça de quem opinou.
Ou pior ainda,os sinistros munem-se de metralhadora para liquidar a ousadia de quem tem lucidez.
O re-tombola faz da JOANA um alvo a abater.
Qualquer dia entro no sistema do português vernáculo para "liquidar" o insolente.
Com certos "indigenas" esquerdóides o tratamento adequado é o da moca.
Sem tirar nem pôr!
Aprendi com a linguagem deles.
Publicado por: PSL/PP às julho 9, 2004 02:22 AM
re-tombola em julho 9, 2004 01:00 AM
1 vício dos argumentos colaterais
Não é o facto de haver « alguns prémios Nobel da Economia» oriundos da área do Direito que faz com que a sua afirmação sobre o investimento deixe de ser um disparate.
Publicado por: Joana às julho 9, 2004 09:56 AM
re-tombola em julho 9, 2004 01:00 AM
2 vício das leituras distraídas
O PR sabe da indigitação de Durão Barroso, pelo próprio, desde 24 ou 25 de Julho. Se fosse uma sucessão normal, como Durão Barroso inicialmente pensou, a tramitação formal seguiria em paralelo com as diligências para a formação do novo governo.
Ora foi o próprio PR que declarou, julgo que a 30 de Junho, que não tinha pressa. Esta frase é imperdoável. Imperdoável porque prova que o PR não faz ideia do significado das dilações políticas; imperdoável porque indica que foi o seu querido PR, pelo qual você mostrou agora uma emoção arrebatadora, que falou primeiro em dilação (com ou sem ... manobras) e não eu. Eu limitei-me a constatar o facto. E você só leu o título ....
Neste texto eu historiei os factos justamente para que não me aparecesse nenhum «esperto constitucionalista» a dizer que o PR só podia começar a pensar no assunto após 5 de Julho. Debalde.
É claro que você teve que «não ler» os primeiros pontos do meu texto. Se os tivesse lido não poderia escrever aquele seu texto cheio de arrebatamento, proselitismo e ódio.
Publicado por: Joana às julho 9, 2004 10:01 AM
zippiz em julho 9, 2004 01:14 AM
Como piada de café ... não está má. Bem ... depende do ambiente da mesa ...
Como raciocínio político, zippiz ... compreende que ...
Publicado por: Joana às julho 9, 2004 10:04 AM
PSL/PP em julho 9, 2004 02:22 AM
Não exagere. O re-tombola apenas estava um pouco emocionado, mas a democracia é assim mesmo, e ele passou os últimos 3 dias a aprender uma lição de democracia. Ficou empolgado.
Parece-me que, se se confirmarem as eleições antecipadas, e toda a manobra do PR leva a supor que ele esteve, desde o início, empenhado nessa solução, quem vai perder mais, eleitoralmente, será o PP. Julgo que não irá haver coligação pré-eleitoral porque os dois partidos valem mais separados que em conjunto.
Mas PSL/PP, este governo foi fraco. Ele tornou-se impopular não apenas pelas medidas difíceis, mas por não as fazer da melhor forma nem as explicar bem. Por outro lado DB deveria ter acautelado melhor a sua ida para Bruxelas. DB caiu na armadilha do PR porque estava mais empenhado em se ir embora do que em construir uma solução sólida.
Publicado por: Joana às julho 9, 2004 10:16 AM
A reacção continua nervosa
Publicado por: Cisco Kid às julho 9, 2004 01:28 PM
Cada vez me parece mais evidente que o PR va i marcar eleições.
E ao ler o seu post também me convenço que ele fez isto tudo de propósito desde o início
Publicado por: predinho às julho 9, 2004 01:37 PM
Este apreciação que o Vasco P Valente faz do PR, no DN de hoje, é semelhante à sua:
Sampaio
Com Mário Soares nada disto se teria passado. Mário Soares não teria dito ao dr. Barroso, quando ele se quis «pisgar» para Bruxelas, que a Presidência da Comissão era tão «honrosa» que valia as responsabilidades de primeiro-ministro de Portugal. O dr. Soares não teria deixado a menor dúvida, antes de o caso vir a público, sobre se iria ou não iria dissolver a Assembleia. E, devidamente prevenido e esclarecido, o dr. Barroso resolveria então como entendesse sem qualquer equívoco ou qualquer desculpa. Sampaio, esse, não compreendeu ou não conseguiu fazer o seu papel. Desde o princípio que tornou ambíguo um caso simples. Não decidiu claramente o que vinha primeiro: se a «honra» de Bruxelas, se a estabilidade interna do País. Por um lado, achava a «honra» importantíssima, como mais tarde confessou numa conversa casual com a televisão. Por outro lado, não mediu a gravidade da crise que se arriscava a abrir, se Barroso saísse, e não pensou sequer na maneira de a anular ou limitar. Resultado: convenceu Barroso de que, mesmo se fugisse, a coligação continuava; e ele próprio foi surpreendido pela enorme hostilidade a um Governo, combinado à pressa pelos maiorais do CDS e do PSD, que ninguém elegera e muita gente execrava. Aqui, Sampaio apanhou um susto, porque de repente percebeu que a ele, e só a ele, competia escolher entre Santana e eleições. Escolher não é o forte de Sampaio. Para evitar o inevitável, ouviu uma longa série de «notáveis», manifestamente abstrusa, e convocou o Conselho de Estado. Quando chegar ao fim está no princípio. E, entretanto, sem como de costume perceber, aumentou as suspeitas sobre a conveniência e a legitimidade das duas soluções. Se ele duvidou tanto, tanto tempo, o que será connosco? Quando Sampaio tenta desatar um nó, o nó acaba sempre atado com mais força. Agora, já não escapa a dividir o País, como já não sucedia há quase vinte e cinco anos. Triste Presidente.
Publicado por: Hector às julho 9, 2004 01:54 PM
Estou também de acordo com o que o predinho escreveu
Publicado por: Hector às julho 9, 2004 01:55 PM
Acabou o Conselho de Estado e népia
Muito obrigado, foi muito interessante ouvir-vos e podem sair por ali.
Publicado por: dorival às julho 9, 2004 05:09 PM
Aquilo que mais leio por aqui,escrito por alguns deslumbrados de direita,é que o governo Barroso tomou medidas impopulares.
Mas o que será isso de medidas impopulares?
Deve ser a forma "soft" que a direita arranjou para substituir;governar contra os trabalhadores,com uma politica de favorecimento ao capital e ao bando de parasitas que por cá populam!!!
Publicado por: daniel tecelão às julho 9, 2004 06:28 PM
daniel tecelão em julho 9, 2004 06:28 PM:
Simplificando, para você perceber:
Medida popular: O Banco empresta-lhe dinheiro apesar de você não saber (não sabe, não lhe interessa e tem raiva a quem sabe) se lhe poderá vir a pagar.
Medida impopular: O Banco obriga-o a gastar menos, sob a ameaça de executar a hipoteca que tem sobre a sua casa.
Publicado por: Joana às julho 9, 2004 07:36 PM
Joana, eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh
Publicado por: Mocho às julho 9, 2004 07:44 PM
O Sérgio Figueiredo escreve no Negócios que o Sampaio não vai para eleições antecipadas.
Será verdade? Como soube ele?
Publicado por: Sa chico às julho 9, 2004 07:49 PM
Quando se fala em coligação e maioria parlamentar, fala-se de quais... desta, que já andavam ás turras, a ver qual deles Durão ou Portas tirava proveitos politicos?
Publicado por: riuse às julho 9, 2004 08:47 PM
Faltam 10 mn +/- para sabermos qual é a decisão do Presidente: eleições ou não?
Muito se tem escrito, opinado nas últimas 2 semanas sobre a decisão que só o PR pode tomar...
Como foi dito pela Joana, o PR não tinha pressa... pois, de facto, demonstrou que antes do país havia coisas muito mais importantes... como por exemplo passar boa parte de um dia (já não sei qual foi) com a nossa selecção...
Acredito que seja importante congratular os nossos jogadores, mas isto não podia ficar para depois da decisão do PR? Penso que é lamentavel por parte do PR ter esta atitude quando cada hora que passa arrasta cada vez mais Portugal para uma instabilidade política nefasta para a ecomomia do País...
mas é assim... é aquilo que temos - paciência? não!
Uma coisa é certa, a forma PASSIVA de actuar do PR conseguiu enloquecer todos os analistas e opinadores...
Até a nossa guardiã do templo "Semiramis" a Joana, acabou por mudar de ideias sobre a decisão do PR - pois 1º disse que não haveria eleições e, alguns dias depois, disse o contrário...
Continuo a pensar que não vai haver eleições
porque esta decisão seria nefasta para o PS, mas com este PR, tudo é possível (sobre tudo o pior: haver eleições)
A ver vamos... quem terá razão (embora isto não tenha importância nenhuma) David? Lm? Zippiz? Mocho? Cisco? Alves? Predinho? C Seixas? Palms? Joana? PSL/PP? Vitapis? Hector?
Publicado por: Ch'ti às julho 9, 2004 09:08 PM
Ch'ti em julho 9, 2004 09:08 PM
Inicialmente estava convencida que o PR não iria marcar eleições antecipadas. O DB não iria aceitar o cargo europeu sem deixar a rectaguarda segura.
Depois, já estava com dúvidas em face da demora inexplicável, conversas com elementos do PS anti-Ferristas voltaram a convencer-me que não haveria eleições antecipadas.
Todavia as informações veiculadas pelos meios de comunicação e o comportamento último do Ferro, em clara pré-campanha eleitoral, levaram-me a pensar que o PR optaria pelas eleições antecipadas, apesar de eu considerar que seria a solução mais arriscada para ele.
Afinal de contas o Ferro tem obrigação de estar mais bem informado que eu.
Quando o Sérgio Figueiredo colocou aquela notícia no Jornal de Negócios, pouco passava das 18:00, fiquei surpreendida, pois já contava então com as eleições antecipadas.
Enfim ... um fim de tarde louco ... nomeadamente para os empresários e financeiros que eleições antecipadas iriam criar problemas acrescidos e desnecessários.
Publicado por: Joana às julho 10, 2004 12:22 AM
O PR acabou por seguir os seus conselhos do ponto 8. Deve ter lido o blog!
Publicado por: Dominó às julho 10, 2004 01:44 AM
Joana
todos andaram com muitas dúvidas e de facto o comportamento de Ferro Rodrigues deixava pensar que iríamos ter eleições... pelos vistos ele estava tão seguro de haver eleições e de que sairia vencedor das mesmas, que, quando ouviu o discurso do PR, a desilusão foi tão grande que demitiu-se...
Tendo assim um comportamento que tanto criticou quando os dirigentes de outros partidos fizeram o mesmo e dando uma clara visão daquilo que é mesmo, no fundo,...
Sendo assim temos o Santana Lopes como 1º ministro e por ventura uma grande instabilidade no PS... qual é a sua analise?
Publicado por: Ch'ti às julho 10, 2004 09:25 AM
Pois é ... o Sampaio deve ter lido isto
Publicado por: Tony às julho 11, 2004 04:15 PM
Ch'ti em julho 10, 2004 09:25 AM:
Julgo que a sua pergunta foi respondida pela demissão do Ferro.
Todavia essa demissão pode ter efeitos benéficos no PS a médio prazo.
Vitorino, ou mesmo Sócrates, serão adversários muito mais perigosos para o PSL que Ferro Rodrigues.
Publicado por: Joana às julho 11, 2004 10:34 PM
Pois. És uma safada reaças
Publicado por: Cisco Kid às julho 23, 2004 08:25 PM
Pois. És uma safada reaças
Publicado por: Cisco Kid às julho 23, 2004 08:25 PM
Pois. És uma safada reaças
Publicado por: Cisco Kid às julho 23, 2004 08:25 PM
Pois. És uma safada reaças
Publicado por: Cisco Kid às julho 23, 2004 08:26 PM
Pois. És uma safada reaças
Publicado por: Cisco Kid às julho 23, 2004 08:26 PM
Pois. És uma safada reaças
Publicado por: Cisco Kid às julho 23, 2004 08:26 PM
Pois. És uma safada reaças
Publicado por: Cisco Kid às julho 23, 2004 08:26 PM
Pois. És uma safada reaças
Publicado por: Cisco Kid às julho 23, 2004 08:26 PM
Pois. És uma safada reaças
Publicado por: Cisco Kid às julho 23, 2004 08:26 PM
Pois. És uma safada reaças
Publicado por: Cisco Kid às julho 23, 2004 08:26 PM
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Publicado por: virtual às fevereiro 20, 2005 02:08 PM
AUTHOR: Asino
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DATE: 02/27/2005 08:59:48 AM
Publicado por: Asino às fevereiro 27, 2005 08:59 AM